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Preparatório Passei. Projeto Magistério. Prof s. Arenildo e Ramon.

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Preparatório Passei. Projeto Magistério. Prof s. Arenildo e Ramon.

Simulado 1
Texto – REDE
O diário corresponde, na f ala, à conversa com os próprios botões. Mas não se pode conversar apenas com
botões. Inclusive, aprende-se a f alar pela observação dos outros, pelo interesse nos outros. A conversa consigo mesmo,
da qual as crianças são mestras, indica claramente a presença da f alta.
Um tanto paradoxal esta expressão: “presença da f alta”. Porém, precisa. A f alta que todo homem carrega
consigo o tempo todo, tanto dos outros quanto daquele que ele podia ser mas ainda não é, se f az uma presença viva,
perceptível no papo das crianças com seus amigos imaginários, no sonho dos adultos com seus desejos f rustrados, na
insônia dos apaixonados em suas camas de solteiro. A f alta que todo homem carrega consigo o tempo todo é aquela
que explica e dá sentido a boa parte dos seus atos e lapsos.
Eis a palavra, testemunhando a ausência e a f alta. A f alta depositada nos diários testemunha a f alta do
autoconhecimento e, é claro, a necessidade da autoaf irmação. Mas não nos f alta apenas conhecer -nos. Falta-nos
conhecer tudo e todos. Logo, não se escrevem única e exclusivamente diários. Escrevem-se bilhetes, cartas, artigos de
jornal, livros e discursos públicos, a cada texto se marcando a presença de determinada f alta.
Quando então o ato muda.
O diário af irma o indivíduo para si mesmo. Uma carta já o af irma para outro sujeito, e daí se tem de pensar
neste outro no momento da escrita, uma vez que ele passou a f azer parte do ato. O outro, ao adentrar o espaço da
comunicação, modif ica radicalmente o texto: no visual, no estilo, na sequência, nas inf ormações.
Por sua vez, um artigo de jornal, ou um capítulo teórico como este, buscam bem mais de um outro só, buscam
muitos outros leitores (quanto mais melhor). Todos estes outros, desejados e possíveis, invadem e
transf ormam/transtornam a mensagem, e não poderia s er de outro modo. Tudo o que existe cobra a sua existência. Se
existe um leitor, pelo simples f ato de existir, ele estará cobrando seu espaço no texto, na carta – cobrando que a coisa
se escreva de modo que ele entenda (ele, e talvez mais ninguém, pois por enquanto tratamos de uma carta), que ele
sinta e possa responder. Da mesma maneira, se existem mil leitores, pelo simples e inusitado (no Brasil) f ato de
existirem, eles estarão cobrando seu espaço no artigo, no livro teórico, no romance – cobrando que a coisa se escreva
de modo a que se entenda, e se sinta, e mexa por dentro, e cobrando que se diga algo que ainda não tenha sido dito,
para valer a pena.
BERNARDO, Gustavo. Redação inquieta. Rio de Janeiro: Globo, 1988 (trecho).
Questão 1
A f unção da linguagem predominante no texto é:
(A) emotiva (B) conativa (C) f ática (D) ref erencial (E) metalinguística
Questão 2
“Um tanto paradoxal esta expressão: ‘presença da f alta’.”
O autor f ala em “paradoxal” porque a expressão entre aspas é, em si:
(A) contraditória (B) incompreensível (C) transcendental (D) metaf ísica (E) hiperbólica

Com base no trecho abaixo, responda às questões 3 a 8.


Eis a palavra, testemunhando a ausência e a falta. A falta depositada nos diários testemunha a falta do
autoconhecimento e, é claro, a necessidade da autoafirmação. Mas não nos falta apenas conhecer-nos. Falta-nos
conhecer tudo e todos. Logo, não se escrevem única e exclusivamente diários. Escrevem-se bilhetes, cartas, artigos de
jornal, livros e discursos públicos, a cada texto se marcando a presença de determinada falta. (3º parágraf o)

Questão 3
A palavra “autoconhecimento” dialoga, no trecho, mais estreitamente com o seguinte segmento:
(A) “conhecer-nos” (B) “conhecer tudo e todos” (C) “determinada f alta”
(D) “a ausência e a f alta” (E) “autoaf irmação”

Questão 4
Em relação ao trecho acima, é correta a seguinte af irmativa:
(A) o trecho disserta sobre a f alta paralisante, a que prostra as pessoas, desesperançosas de alcançar seus objetivos
(B) no trecho, o autor detalha processos de causa e ef eito relativos irremediável sensação de f alta
(C) no trecho, o autor sugere que a distância das pessoas contrasta com a aproximação advinda das redes sociais.
(D) no trecho, o autor def ende a ideia de que, não importa o gênero textual, a f alta estará presente, por ser algo inerente
ao indivíduo
(E) o trecho def ende que a f alta de conhecimento é um mal que gera incompletude e inf elicidade permanente.

Questão 5
Quanto à colocação pronominal, a reescrita que preserva a correção gramatical é:
(A) “Mas não falta-nos apenas conhecer-nos.”
(B) “Mas não nos falta apenas nos conhecer.”
(C) “Nos f alta conhecer tudo e todos.”
(D) “Logo, não escrevem-se única e exclusivamente diários.”
(E) Se escrevem bilhetes, cartas, artigos de jornal, livros e discursos públicos, ...”
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Questão 6
O conectivo “Logo”, além de seu valor básico de conclusão, relaciona segmentos textuais com ideias respectivas de:
(A) condição e hipótese (B) tempo e proporção (C) causa e ef eito
(D) comparação e conf ormidade (D) adição e comparação

Questão 7
No trecho, a palavra “única” deve ser analisada como um
(A) adjetivo e concorda em gênero e número com “f alta”
(B) advérbio e se ref ere ao verbo “escrevem”
(C) substantivo e é sinônimo de unicidade
(D) conjunção e tem o valor de apenas
(E) preposição e tem o sentido de somente

Questão 8
O pronome “se”, em “Escrevem-se bilhetes ...” deve ser classif icado como:
(A) pronome recíproco (B) pronome ref lexivo (C) expletivo
(D) pronome apassivador (E) pronome indeterminador do sujeito

Questão 9
O pronome “se”, em “Mas não se pode conversar apenas com botões.” deve ser classif icado como:
(A) pronome recíproco (B) pronome ref lexivo (C) expletivo
(D) pronome apassivador (E) pronome indeterminador do sujeito

Questão 10
“O diário corresponde, na f ala, à conversa com os próprios botões.”
Nessa passagem, a correção gramatical e o sentido original são mantidos substituindo -se a f orma verbal destacada
pela seguinte:
(A) adapta (B) relaciona-se (C) menciona (D) acrescenta (E) tangencia

Questão 11
É correto af irmar que o texto é predominantemente
(A) descritivo, pois o autor descreve o dilema prof issional da escrita
(B) narrativo, pois o autor narra as dif iculdades por que passa qualquer pessoa que escreva
(C) argumentativo, pois o autor def ende uma tese e usa argumentos para isso
(D) injuntivo, pois o autor usa a f unção conativa para orientar o leitor
(E) poético, pois a estrutura em versos corrobora isso.

Questão 12
Em que alternativa a palavra destacada tem valor morf ológico dif erente das demais?
(A) “A f alta que todo homem carrega consigo ...” (2º parágraf o)
(B) “... e dá sentido a boa parte dos seus atos e lapsos.” (2º parágraf o)
(C) “Eis a palavra, testemunhando a ausência e a f alta.” (3º parágraf o)
(D) “Eis a palavra, testemunhando a ausência e a f alta.” (3º parágraf o)
(E) “Eis a palavra, testemunhando a ausência e a f alta.” (3º parágraf o)

Leia o trecho abaixo e depois responda às questões 12 a 14.

Da mesma maneira, se existem mil leitores, pelo simples e inusitado (no Brasil) fato de existirem, eles estarão cobrando
seu espaço no artigo, no livro teórico, no romance – cobrando que a coisa se escreva de modo a que se entenda, e se
sinta, e mexa por dentro, e cobrando que se diga algo que ainda não tenha sido dito, para valer a pena.
(6º parágraf o)
Questão 12
De acordo com Celso Cunha, os parênteses são usados nos textos para intercalar qualquer indicação acessória, que
pode ser, por exemplo, uma explicação, uma ref lexão ou um comentário. O uso dos parênteses no excerto acima tem
também valor expressivo, já que contém:
(A) certa crítica.
(B) certo deboche
(C) certa conf issão
(D) expressão de nível diverso
(E) indicação acessória

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Questão 13
A substituição proposta que preserva a correção gramatical e o sentido original é:
(A) “haverem” no lugar de “existirem”
(B) “cobrarão” no lugar de “estarão cobrando”
(C) “reinvindicando no lugar de “cobrando”
(D) “alguma coisa” no lugar de “algo”
(E) “localização” no lugar de “espaço”

Questão 14
Em relação ao travessão usado no excerto acima, ele f oi empregado:
A ( ) para indicar a mudança de interlocutor
B ( ) para isolar um aposto
C ( ) de f orma acessória, sem uma f inalidade explícita
D ( ) para marcar o discurso direto
E ( ) para destacar um segmento

Questão 15
“Quando então o ato muda.” (4º parágraf o)
Essa f rase reorienta o texto, dividindo -o em duas partes. A segunda
(A) enseja uma discussão sobre a importância dos leitores na atribuição de sentidos dos textos escritos.
(B) contradiz o principal teor crítico da primeira.
(C) apresenta outras possibilidades de se extravasar por meio da escrita.
(D) discorre sobre os gêneros textuais.
(E) detalha como um indivíduo pode melhorar sua redação.

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