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D. M. DAMAS
Dedico a todos que tem coragem de sonhar e lutar por seus sonhos...
Índice
Página do título
Dedicatória
Capítulo um
Vincenzo Ferrari
Capítulo dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo três
Vincenzo Ferrari
Capítulo quatro
Graziella Moretti
Capítulo cinco
Vincenzo Ferrari
Capítulo seis
Graziella Moretti
Capítulo sete
Vincenzo Ferrari
Capítulo oito
Graziella Moretti
Capítulo nove
Vincenzo Ferrari
Capítulo dez
Graziella Moretti
Capítulo onze
Vincenzo Ferrari
Capítulo doze
Vincenzo Ferrari
Capítulo treze
Graziella Moretti
Capítulo quatorze
Vincenzo Ferrari
Capítulo quinze
Graziella Moretti
Capítulo dezesseis
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezessete
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezoito
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezenove
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e um
Graziella Moretti
Capítulo vinte e dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e três
Graziella Moretti
Capítulo vinte e quatro
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e cinco
Graziella Moretti
Capítulo vinte e seis
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e sete
Graziella Moretti
Capítulo vinte e oito
Graziella Moretti
Capítulo vinte e nove
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta
Graziella Moretti
Capítulo trinta e um
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e três
Graziella Moretti
Capítulo trinta e quatro
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e cinco
Graziella Moretti
Capítulo trinta e seis
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e sete
Graziella Moretti
Capítulo trinta e oito
Graziella Moretti
NOTA DA AUTORA
Olá queridos leitores e leitoras!
Escrever um livro que envolve a máfia foi algo realmente desafiador. Quero deixar
claro que não compactuo com violência e crime de qualquer natureza, esta é uma obra de
ficção e se o leitor possui algum gatilho a temas sensíveis como violência, tortura e abuso
sexual, oriento a não prosseguir nesta leitura. Escrever é dar asas à imaginação, é deixar a
mente viajar e levar o leitor junto nesta viagem. Então convido vocês queridos leitores a
pegar carona nesta viagem comigo e conhecerem Vincenzo e Graziella que irá nos mostrar
que mesmo em meio a escuridão da vida de um mafioso um anjo de luz em forma de uma
menina pura e inocente acende a paixão e amor acontece. Apesar de conter cenas de
violência o que prevalece nesta história é a entrega de um homem duro e cruel ao seu
amor, a paixão vence o ódio e a luz vence a escuridão.
D. M. DAMAS
SINOPSE
A FILHA DO TRAIDOR CATIVARÁ O DON DA MÁFIA.
Vincenzo Ferrari se tornou do Don, o chefe da maior máfia italiana após a morte de
seu pais que foram assassinados por um membro da própria Cosa Nostra. Em busca de
vingança ela encontra uma jovem pura e inocente e fica fascinado por sua beleza. Ela era
a filha de um traidor, porém nada nem ninguém impedirá Vincenzo de tomar Graziella
Moretti para si, tornando-a sua amante cativa.
Virgem, inocente e linda, Graziella Moretti era a perfeição em forma de mulher, vive
refém do próprio pai que mantinha ela, sua mãe e irmã reclusas na casa em que vivem.
Quando seu pai trai a máfia matando o Don da Cosa Nostra ela vê tudo desmoronar a sua
volta, porém ela descobre nos braços do novo Don o amor entre um homem e uma mulher.
Apaixonada por Vincenzo a menina mulher não quer ser apenas um corpo quente para ele,
o seu anseio é ser amada e respeita e foi até as últimas consequências para conseguir o
que deseja.
Nesta história a menina da máfia vai ao extremo para conquistar o que tanto anseia, e o
mafioso vai ao desespero quando quase a perde para sempre.
Prólogo
VINCENZO
- Atrás de você Vincenzo!
Ouço meu pai gritando, viro rapidamente e vejo dois homens
atirando, me escondo atrás da primeira porta que encontro, atiro e
alvejo um na testa e vejo outro tombando abatido por meu pai.
Suspiro feliz em ver aqueles malditos sucumbindo. Não dá tempo de
comemorar, o tiroteio não cessa e, usando uma mesa como escudo
consigo abater um, dois, três, quatro, cinco... depois de cinco
homens abatidos por mim já não consigo mais contar, o caos
instaurado na mansão Ferrari não me permite contabilizar minhas
vítimas.
Já não vejo mais meu pai que correu para o lado onde fica
seu escritório.
O tiroteio cessa quinze minutos depois, levanto lentamente
do chão para observar se não é uma armadilha. Suspiro aliviado
quando vejo Leonardo meu irmão entrando pela porta principal com
sua arma em punho todo sujo de sangue, pela firmeza que estava
andando logo percebi que o sangue não era dele.
- Qual a situação? – Pergunto.
- Tudo dominado, infelizmente perdemos muitos dos nossos.
- Conseguimos deixar algum vivo para interrogar?
-Sim, levou três tiros, mas não atingiu nenhum órgão vital.
- Ótimo! Mande ele para a sala da tormenta no subsolo.
- Será feito.
- Vou dar uma olhada ao redor para ver qual a situação,
quando o desgraçado estiver pronto me avise.
Leonardo acena com a cabeça eu sai para resolver minhas
orientações.
Saio da sala e vou a procura do meu pai, preciso saber como
ele está, nunca tínhamos sido atacados em nosso território, e seja
quem foi que ordenou o ataque veio preparado, tínhamos tido
muitas baixas e quase não conseguimos vencê-los.
Ao passar em frente o escritório do meu pai noto a porta
entreaberta e a empurro, neste momento a dor toma conta de mim,
no meio da sala vejo o corpo do meu pai caído sem vida com uma
bala na testa e minha mãe toda ensanguentada caída sobre ele.
Respiro fundo com a dor aguda e sufocante que me incinera
por dentro, abaixo e coloco dois dedos na jugular de minha mãe só
para confirmar o que já sabia, naquele maldito ataque à maior máfia
da Itália tínhamos perdido o Don e sua esposa.
O todo poderoso Frederico Ferrari, o grande capo di tutti capi,
o chefe de todos os chefes da máfia, aos 63 anos tinha tombado
pelas mãos do inimigo levando junto sua esposa.
Fico ajoelhado ao lado dos corpos dos meus pais, não sai
uma lágrima de meus olhos, fui criado para enfrentar qualquer
situação e neste momento como bom aluno que fui só me deixo
guiar pelo ódio descomunal que atravessa minhas veias.
Ouço passos se aproximando, vejo Leonardo ajoelhando
junto a mim e logo em seguida minha irmã Luna também se ajoelha
desesperada.
O choro compulsivo de Luna abraçada ao corpo da minha
mãe, é uma cena que jamais esquecerei.
Ficamos os três filhos ajoelhados por muito tempo perante os
corpos de nossos pais e quando consigo sair do transe que me
envolve noto que o escritório está cheio de pessoas, nossos
empregados e soldados também estão ajoelhados, num profundo
silêncio, em respeito ao grande casal que ali jazia. A máfia italiana
estava em luto.
Sinto Lorenzo o filho do consigliere do meu pai Giuseppe,
que também estava morto, tocar meu ombro me tirando do transe e
me diz.
- Temos que contar os corpos e organizar o enterro, a guerra
acabou de começar Vincenzo e o comando é seu.
Sabia que a partir do último suspiro de meu pai eu tinha me
tornado o Don, o chefe superior, a responsabilidade de toda máfia
caia neste momento sobre meus ombros da forma mais cruel e
pesada que jamais poderia imaginar.
Levantei, olhei as dezenas de olhos que me encaravam, bati
em meu peito onde tenho a tatuagem do tridente representando
força e poder no universo chamado Cosa Nostra e gritei.
- Salve a Cosa Nostra!
- Salve a Cosa Nostra! – Gritaram em uníssono.
- Vingança ao Don Frederico Ferrari e sua Rainha Anna
Giuseppina Ferrari e morte aos nossos inimigos. – Gritei com o
braço direito para cima e as mãos fechadas em sinal de força.
- Vingança! Vingança! Morte aos nossos inimigos. –
Novamente todos gritaram.
Neste momento Lorenzo se aproxima de mim ergue meu
braço direito e grita.
- Salve o Don! Salve Vincenzo Ferrari!
- Salve o Don! Salve Vincenzo Ferrari! – Fui aclamado por
todos como o novo Don.
Capítulo um
Vincenzo Ferrari
O enterro de meus pais, vinte e nove soldados e do
consigliere, uma espécie de conselheiro do Don da máfia, Giuseppe,
aconteceu dois dias depois do massacre ocorrido em nossa
residência, os capos de norte a sul da Itália estavam presentes,
ficando marcado neste dia como o adeus ao Don que governou a
máfia por mais de trinta anos com punhos de ferro, deixando a Cosa
Nostra como a maior máfia de todos os tempos.
Cheguei em casa e solicitei uma reunião com os capos para
irmos à caça do maldito que teve a coragem de matar o chefe dos
chefes da máfia Italiana.
De madrugada estávamos todos reunidos em meu escritório,
assim que todos chegaram fiz meu primeiro pronunciamento como
Don.
- Boa noite senhores! A Cosa Nostra sofreu o maior ataque
de todos os tempos, onde perdemos nosso Don. Eu Vincenzo
Ferrari assumo daqui o destino de nossa famiglia. Meu pai e Don
me preparou desde meus doze anos de idade para assumir a
liderança da máfia. Infelizmente início minha missão em busca de
vingança por sua morte.
Todos me olham com respeito, pois já fazia mais de sete
anos que estava junto com meu pai no comando da famiglia e já
tinha adquirido o respeito de todos através dos meus atos. Era
conhecido como cruel e sanguinário, aquele que não perdoava e
não tinha misericórdia do inimigo. Era temido pelos aliados e mais
ainda por nossos inimigos.
- Eu juro, por Don Frederico Ferrari que não terei piedade
daqueles que ousaram erguer as armas em nossa direção, e todos
os nossos inimigos cairão um a um, por isso pergunto se alguém
aqui é contra o meu comando?
Após minha pergunta o silêncio prevalecia, estava tendo o
apoio de toda máfia italiana naquele momento.
- Bom, neste caso nomeio como subchefe, o segundo em
comando, meu irmão Leonardo Ferrari e como meu consigliere
Lorenzo Giordano, e juntos iremos comandar a partir de agora a
Cosa Nostra.
Lorenzo era pouco mais velho que eu e era filho do antigo
conselheiro de meu pai, fomos criados juntos, seu pai e ele vieram
morar conosco na mansão desde os cinco anos de idade de
Lorenzo quando sua mãe faleceu de câncer, e seu pai Mattia
Giordano comandou a máfia com meu pai desde que ele tinha
assumido o cargo de Don. Eu e Lorenzo erámos como irmãos,
fomos treinados juntos, ele e meu irmão Leonardo eram as pessoas
que mais confiava e nas mãos deles colocava minha vida.
Lorenzo e Leonardo se puseram ao meu lado, e neste
momento iniciava uma nova era na Cosa Nostra, o trio de mafiosos
representando nós era conhecido como o mais cruel e sanguinário
de todos os tempos e juntos iriamos em busca de vingança pela
morte de nossos pais.
Leonardo era oito anos mais novo que eu. Ele tinha vinte e
quatro anos e eu fizera trinta e dois há um mês. Lorenzo tinha trinta
e três anos. Enquanto eu era visto como o homem mais cruel e forte
de toda a máfia, Leonardo era o assassino que resolvia tudo na
brutalidade e Lorenzo era o estrategista e ponderado, aquele que
fazia a ponte do diálogo entre a ramificações da Cosa Nostra na
Itália. Apesar de características diferentes erámos letais.
Após a reunião ficamos os três no que agora é o meu
escritório, o mesmo onde meu pai foi assassinado.
- Quais os próximos passos agora Don? – Lorenzo questiona.
- O maldito sobrevivente já abriu o bico?
- Não, o infeliz é leal.
- Veremos o quanto ele será leal após eu começar a me
divertir com ele.
- Veremos Don. – Lorenzo dá uma puxada nos lábios,
demonstrando deboche.
- Vamos! – Ordeno e juntos descemos para a sala da
tormenta que ficava no subsolo.
Capítulo dois
Vincenzo Ferrari
Ao chegar na sala da tormenta que ficava no subsolo da
mansão pude sentir o cheiro fétido que exalava em todo o ambiente.
Na sala não havia janela e só era iluminada por uma única lâmpada,
possui uma cadeira, uma mesa onde deixava meus brinquedinhos
de tortura e correntes amarrada no teto, adorava ver minhas vítimas
sangrando de cabeça para baixo e morrendo aos poucos depois de
horas de tortura.
Olho para o desgraçado que estava amarrado por uma
corrente com os dois braços acima da cabeça sem conseguir apoiar
os pés no chão. Sua cara estava ensanguentada e não havia parte
do seu corpo que não ferimentos de faca.
- Olá mocinha! Parece que meus soldados se divertiram
bastante em minha ausência, mas não se preocupe o papai chegou.
Fala ironicamente com o desgraçado, afinal diferentemente
do meu pai que sempre manteve uma postura rígida e séria eu era
conhecido como sádico mordaz e sarcástico, era cruel mas
mantinha em meu rosto um sorriso zombeteiro e cínico, o que
desestabilizava meus adversários e me fazia cada vez mais temido.
Aprendi desde cedo com meu pai que não devia demonstrar
sentimentos e, ao invés de me manter impassível diante das
pessoas, eu deixava o cinismo tomar conta do meu rosto e a frieza
dos meus olhos, por isso as pessoas nunca sabiam realmente o que
estava sentindo.
O cara mal consegue me olhar, seus olhos estão inchados,
porém ele tenta cuspir em mim e grita com ódio.
- Demônio maldito, o próximo será você, é pior que seu pai e
morrerá dolorosamente.
- Verdade? Vocês falharam e sabem disso, eu vou caçar um
a um de vocês e os matarei com toda diversão que tenho direito e
mereço, todos implorarão pela morte quando estiverem em minhas
mãos eu garanto.
Pego o alicate de tortura e começo brincar com ele, cada
grito, cada urro que ele dava, mais eu ria e me satisfazia, quando eu
notei que iria desfalecer eu parei, precisava tirar respostas daquele
desgraçado.
Após sete horas de tortura o desgraçado finalmente soltou o
nome do mandante do ataque a nossa família e um ódio
descomunal tomou conta do meu ser quando soube que não foram
os russos ou os albaneses como suspeitava, mas sim um dos capos
que traíra a família e conspirava para tomar o poder, era o Capo de
Palermo Vitório Moretti.
A informação sobre quem era o traidor nos deixou surpresos
Leonardo e Francesco me olharam dizendo em silêncio que
deveríamos tomar cuidado pois não sabíamos quem seriam seus
aliados e em quem confiar, pois os inimigos eram de casa, de dentro
da própria famiglia.
Capítulo três
Vincenzo Ferrari
- Não podemos deixar vazar que tiramos a informação do
sobrevivente, ninguém pode saber que sabemos que há uma
conspiração dentro da Cosa Nostra para tomar o poder dos Ferrari.
– Fala meu consiglieri.
- Sei disso porra! Temos que calcular nossos passos com
cuidado, mas eles pagarão por essa traição.
- Qual o próximo passo Don? – Pergunta Leonardo.
- Temos que pôr um homem de nossa confiança infiltrado em
Palermo e descobrir quais os aliados de Vitório, então atacaremos e
dizimaremos todos eles.
- Tem um soldado de nossa confiança que conseguiremos
infiltrar, ele é inteligente e perspicaz, vai tirar de letra a missão. –
Lorenzo afirma
- Quem é? – Pergunto.
- Alessandro Rossi, seu pai sempre foi fiel e o filho também,
eles dariam a vida pela famiglia, eles não são muito conhecidos e
posso infiltrá-lo sem levantar suspeitas.
- Certo, mande-o, a partir de hoje ele será nossos olhos e
ouvidos em Palermo.
- Considere feito Don. – Afirma e sai logo em seguida.
- Sabe que terá que redobrar sua segurança Vincenzo, você
é o homem que está no caminho de Vitório.
Leonardo alerta.
- Farei isso, quero seis dos nossos melhores homens me
acompanhando dia e noite, redobre a segurança da mansão, quero
homens espalhados por todo perímetro que nos rodeia, não
podemos baixar a guarda.
- Sim Don. – Leonardo sai para cumprir minhas ordens e me
deixa sozinho.
Pego um charuto e um copo de whisky e sento na cadeira
que foi de meu pai, neste momento o treinamento duro e seus
ensinamentos durante toda minha vida serão observados por mim,
ele tinha me preparado para ser o Don e honrarei seu nome com o
sangue de nossos inimigos.
Capítulo quatro
Graziella Moretti
Estou deitada em meu quarto e junto comigo está minha irmã
mais nova de dezesseis anos Gaia. Estamos abraçadas e Gaia
chora baixinho, tento consolá-la. Dali do meu quarto podemos ouvir
os gritos de minha mãe que está sendo espancada por meu pai.
Vitório Moretti era o capo de Palermo, um mafioso cruel e
sem escrúpulos que ama exercer seu poder e toda crueldade na
família. Sabia que quando ele cansasse de bater em minha mãe a
próxima seria eu e depois Gaia.
O corpo de minha mãe era todo marcado por cicatrizes que
contava a história de anos de espancamentos e dor que aquele
monstro, que é chamado de seu marido, causou a ela. Já minha
irmã e eu ele tinha o cuidado de não deixar marcas, pois erámos a
garantia de futuras alianças que o tornariam mais forte e poderoso.
Erámos moeda de troca, simplesmente objetos que ele negociaria e
entregaria como esposa para qualquer mafioso que oferecesse
maior lance.
Os gritos de minha mãe cessam, sinto meu coração gelar e
sei que chegou minha hora.
Ele escancara a porta do meu quarto e grita.
- Graziela venha cá!
Me levanto e chego perto dele que está no meio do quarto,
permaneço com a cabeça baixa, pois não nos é permitido olhar em
seus olhos, ele diz que não temos o direito porque somos seres
inferiores, somos mulheres e nascemos para servir e procriar.
Na primeira cintada que recebo sinto meu corpo balançar
com o impacto, nenhum som sai de meus lábios pois, sei que será
pior, recebo tantas outras que quando ele se cansa sinto que
minhas pernas não mais me sustentarão em pé.
Em seguida ele dá duas cintadas em Gaia e sai do quarto,
naquela noite não apanharíamos mais e agradeci por poder dormir.
Meu pai é Capo de Palermo um dos homens mais poderosos
da Itália, ele é um mafioso e seu poder só é menor que da família
Ferrari, a dona de toda Itália. Ele é um homem cruel que não tem
coração, a esposa é simplesmente um objeto em suas mãos
sanguinária, que serviu para lhe dar filhas, o que ele não perdoa,
pois todo mafioso quer ter um herdeiro varão, o filho que irá lhe
suceder.
Nossa vida é regrada de luxo, moramos em uma mansão
digna de rainhas, mas vivemos numa prisão de luxo, não saímos
nunca de casa pois não nos é permitido. Quando meu pai chega
aborrecido por qualquer situação no trabalho ele surra minha mãe,
depois eu e minha irmã também leva umas cintadas, ele apanha
pouco talvez por ser a mais nova, ele não deixa marcadas pois quer
preservar nosso corpo para quem ele escolher como nosso marido.
O corpo da minha mãe, infelizmente não é poupado da
crueldade, é todo marcado por anos de espancamentos, é nele que
meu pai desconta todas as suas frustações.
Minha vida é miserável, muitas vezes desejei não existir, mas
o amor que sinto por minha mãe e minha irmã é o que não me faz
desistir de viver.
Nós não estudamos em escola normal, as professoras vêm
dar aulas em casa, não temos acesso ao telefone nem a internet,
somos reclusas e vivemos para nosso pai.
Em meus dezenove anos de idade poucas vezes saí de
dentro da mansão, no dia que minha avó paterna morreu ele nos
levou ao cemitério e o mesmo caminho foi realizado com meu avô
paterno faleceu. As pessoas que eu conhecia se resumia nos
empregados e soldados que viviam na mansão, e as professoras
que viam lecionar para mim e Gaia, eu não conhecia o mundo lá
fora, mas meu mundo era feio e cruel. Quando meu pai recebia
homens para tratar de assuntos de trabalho ele nos mantinha
trancadas em nosso quarto, a máfia não conhecia as filhas de
Vitório Moretti.
Ultimamente meu pai estava mais descontrolado que de
costume, alguma coisa estava acontecendo no seu trabalho, e
quando a situação ficava ruim assim eu rezava muito para que
passasse logo, pois tinha medo dele acabar matando minha mãe
em um de seus espancamentos.
Durmo pedindo que passasse logo o surto do meu pai, e que
ele pudesse nos proporcionar uma vida sem dor.
Capítulo cinco
Vincenzo Ferrari
- Conseguimos capturar uma mensagem suspeita Don, nosso
hacker é bom, Luigi é um dos melhores e acredito que em pouco
tempo teremos o traidor em nossas mãos. – Leonardo entra em meu
escritório que fica na sede de nossa empresa que serve como
fachada para nossos negócios ilegais.
- Não aprendeu a bater antes de entrar Leonardo? – Chamo
sua atenção.
- Desculpe Vincenzo, estava tão empolgado com a notícia
que esqueci, não irá mais acontecer.
- Ótimo, o que a mensagem diz?
Leonardo pega seu celular e me mostra a tela que tem a
seguinte mensagem.
- A missão foi concluída, mas só atingimos 50% de nosso objetivo. Cortamos duas
cabeças da Hidra, restaram três.
- Então continuaremos com a missão, vamos centralizar nas duas cabeças maiores, a
menor depois eliminamos.