Você está na página 1de 243

CATIVA DO MAFIOSO

FASCINADO POR ELA

D. M. DAMAS
Dedico a todos que tem coragem de sonhar e lutar por seus sonhos...
Índice
Página do título
Dedicatória
Capítulo um
Vincenzo Ferrari
Capítulo dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo três
Vincenzo Ferrari
Capítulo quatro
Graziella Moretti
Capítulo cinco
Vincenzo Ferrari
Capítulo seis
Graziella Moretti
Capítulo sete
Vincenzo Ferrari
Capítulo oito
Graziella Moretti
Capítulo nove
Vincenzo Ferrari
Capítulo dez
Graziella Moretti
Capítulo onze
Vincenzo Ferrari
Capítulo doze
Vincenzo Ferrari
Capítulo treze
Graziella Moretti
Capítulo quatorze
Vincenzo Ferrari
Capítulo quinze
Graziella Moretti
Capítulo dezesseis
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezessete
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezoito
Vincenzo Ferrari
Capítulo dezenove
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e um
Graziella Moretti
Capítulo vinte e dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e três
Graziella Moretti
Capítulo vinte e quatro
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e cinco
Graziella Moretti
Capítulo vinte e seis
Vincenzo Ferrari
Capítulo vinte e sete
Graziella Moretti
Capítulo vinte e oito
Graziella Moretti
Capítulo vinte e nove
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta
Graziella Moretti
Capítulo trinta e um
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e dois
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e três
Graziella Moretti
Capítulo trinta e quatro
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e cinco
Graziella Moretti
Capítulo trinta e seis
Vincenzo Ferrari
Capítulo trinta e sete
Graziella Moretti
Capítulo trinta e oito
Graziella Moretti
NOTA DA AUTORA
Olá queridos leitores e leitoras!

Escrever um livro que envolve a máfia foi algo realmente desafiador. Quero deixar
claro que não compactuo com violência e crime de qualquer natureza, esta é uma obra de
ficção e se o leitor possui algum gatilho a temas sensíveis como violência, tortura e abuso
sexual, oriento a não prosseguir nesta leitura. Escrever é dar asas à imaginação, é deixar a
mente viajar e levar o leitor junto nesta viagem. Então convido vocês queridos leitores a
pegar carona nesta viagem comigo e conhecerem Vincenzo e Graziella que irá nos mostrar
que mesmo em meio a escuridão da vida de um mafioso um anjo de luz em forma de uma
menina pura e inocente acende a paixão e amor acontece. Apesar de conter cenas de
violência o que prevalece nesta história é a entrega de um homem duro e cruel ao seu
amor, a paixão vence o ódio e a luz vence a escuridão.

REPITO... se você possui gatilhos por temas polêmicos como violência,


tortura e abuso sexual não prossiga nesta leitura.

Porém se você curte de uma história clichê onde a mocinha virgem e


inocente encanta e fascina o bad boy cruel e sanguinário e o deixa rendido aos seus pés,
te convido a embarcar comigo nesta viagem e que possam se apaixonar por este casal
como eu me apaixonei.

Agradeço de coração a todas minhas leitoras e leitores pelo carinho e apoio


e bora seguir viagem comigo.

Proibido para menores de 18 anos.

D. M. DAMAS

SINOPSE
A FILHA DO TRAIDOR CATIVARÁ O DON DA MÁFIA.

Ele quer seu corpo...

Ela quer amor...


Ele é controlador...

Ela quer a liberdade...

Ele a corrompe com sua escuridão...

Ela o fascina com sua beleza e inocência...

Vincenzo Ferrari se tornou do Don, o chefe da maior máfia italiana após a morte de
seu pais que foram assassinados por um membro da própria Cosa Nostra. Em busca de
vingança ela encontra uma jovem pura e inocente e fica fascinado por sua beleza. Ela era
a filha de um traidor, porém nada nem ninguém impedirá Vincenzo de tomar Graziella
Moretti para si, tornando-a sua amante cativa.

Virgem, inocente e linda, Graziella Moretti era a perfeição em forma de mulher, vive
refém do próprio pai que mantinha ela, sua mãe e irmã reclusas na casa em que vivem.
Quando seu pai trai a máfia matando o Don da Cosa Nostra ela vê tudo desmoronar a sua
volta, porém ela descobre nos braços do novo Don o amor entre um homem e uma mulher.
Apaixonada por Vincenzo a menina mulher não quer ser apenas um corpo quente para ele,
o seu anseio é ser amada e respeita e foi até as últimas consequências para conseguir o
que deseja.

Nesta história a menina da máfia vai ao extremo para conquistar o que tanto anseia, e o
mafioso vai ao desespero quando quase a perde para sempre.
Prólogo
VINCENZO
- Atrás de você Vincenzo!
Ouço meu pai gritando, viro rapidamente e vejo dois homens
atirando, me escondo atrás da primeira porta que encontro, atiro e
alvejo um na testa e vejo outro tombando abatido por meu pai.
Suspiro feliz em ver aqueles malditos sucumbindo. Não dá tempo de
comemorar, o tiroteio não cessa e, usando uma mesa como escudo
consigo abater um, dois, três, quatro, cinco... depois de cinco
homens abatidos por mim já não consigo mais contar, o caos
instaurado na mansão Ferrari não me permite contabilizar minhas
vítimas.
Já não vejo mais meu pai que correu para o lado onde fica
seu escritório.
O tiroteio cessa quinze minutos depois, levanto lentamente
do chão para observar se não é uma armadilha. Suspiro aliviado
quando vejo Leonardo meu irmão entrando pela porta principal com
sua arma em punho todo sujo de sangue, pela firmeza que estava
andando logo percebi que o sangue não era dele.
- Qual a situação? – Pergunto.
- Tudo dominado, infelizmente perdemos muitos dos nossos.
- Conseguimos deixar algum vivo para interrogar?
-Sim, levou três tiros, mas não atingiu nenhum órgão vital.
- Ótimo! Mande ele para a sala da tormenta no subsolo.
- Será feito.
- Vou dar uma olhada ao redor para ver qual a situação,
quando o desgraçado estiver pronto me avise.
Leonardo acena com a cabeça eu sai para resolver minhas
orientações.
Saio da sala e vou a procura do meu pai, preciso saber como
ele está, nunca tínhamos sido atacados em nosso território, e seja
quem foi que ordenou o ataque veio preparado, tínhamos tido
muitas baixas e quase não conseguimos vencê-los.
Ao passar em frente o escritório do meu pai noto a porta
entreaberta e a empurro, neste momento a dor toma conta de mim,
no meio da sala vejo o corpo do meu pai caído sem vida com uma
bala na testa e minha mãe toda ensanguentada caída sobre ele.
Respiro fundo com a dor aguda e sufocante que me incinera
por dentro, abaixo e coloco dois dedos na jugular de minha mãe só
para confirmar o que já sabia, naquele maldito ataque à maior máfia
da Itália tínhamos perdido o Don e sua esposa.
O todo poderoso Frederico Ferrari, o grande capo di tutti capi,
o chefe de todos os chefes da máfia, aos 63 anos tinha tombado
pelas mãos do inimigo levando junto sua esposa.
Fico ajoelhado ao lado dos corpos dos meus pais, não sai
uma lágrima de meus olhos, fui criado para enfrentar qualquer
situação e neste momento como bom aluno que fui só me deixo
guiar pelo ódio descomunal que atravessa minhas veias.
Ouço passos se aproximando, vejo Leonardo ajoelhando
junto a mim e logo em seguida minha irmã Luna também se ajoelha
desesperada.
O choro compulsivo de Luna abraçada ao corpo da minha
mãe, é uma cena que jamais esquecerei.
Ficamos os três filhos ajoelhados por muito tempo perante os
corpos de nossos pais e quando consigo sair do transe que me
envolve noto que o escritório está cheio de pessoas, nossos
empregados e soldados também estão ajoelhados, num profundo
silêncio, em respeito ao grande casal que ali jazia. A máfia italiana
estava em luto.
Sinto Lorenzo o filho do consigliere do meu pai Giuseppe,
que também estava morto, tocar meu ombro me tirando do transe e
me diz.
- Temos que contar os corpos e organizar o enterro, a guerra
acabou de começar Vincenzo e o comando é seu.
Sabia que a partir do último suspiro de meu pai eu tinha me
tornado o Don, o chefe superior, a responsabilidade de toda máfia
caia neste momento sobre meus ombros da forma mais cruel e
pesada que jamais poderia imaginar.
Levantei, olhei as dezenas de olhos que me encaravam, bati
em meu peito onde tenho a tatuagem do tridente representando
força e poder no universo chamado Cosa Nostra e gritei.
- Salve a Cosa Nostra!
- Salve a Cosa Nostra! – Gritaram em uníssono.
- Vingança ao Don Frederico Ferrari e sua Rainha Anna
Giuseppina Ferrari e morte aos nossos inimigos. – Gritei com o
braço direito para cima e as mãos fechadas em sinal de força.
- Vingança! Vingança! Morte aos nossos inimigos. –
Novamente todos gritaram.
Neste momento Lorenzo se aproxima de mim ergue meu
braço direito e grita.
- Salve o Don! Salve Vincenzo Ferrari!
- Salve o Don! Salve Vincenzo Ferrari! – Fui aclamado por
todos como o novo Don.
Capítulo um
Vincenzo Ferrari
O enterro de meus pais, vinte e nove soldados e do
consigliere, uma espécie de conselheiro do Don da máfia, Giuseppe,
aconteceu dois dias depois do massacre ocorrido em nossa
residência, os capos de norte a sul da Itália estavam presentes,
ficando marcado neste dia como o adeus ao Don que governou a
máfia por mais de trinta anos com punhos de ferro, deixando a Cosa
Nostra como a maior máfia de todos os tempos.
Cheguei em casa e solicitei uma reunião com os capos para
irmos à caça do maldito que teve a coragem de matar o chefe dos
chefes da máfia Italiana.
De madrugada estávamos todos reunidos em meu escritório,
assim que todos chegaram fiz meu primeiro pronunciamento como
Don.
- Boa noite senhores! A Cosa Nostra sofreu o maior ataque
de todos os tempos, onde perdemos nosso Don. Eu Vincenzo
Ferrari assumo daqui o destino de nossa famiglia. Meu pai e Don
me preparou desde meus doze anos de idade para assumir a
liderança da máfia. Infelizmente início minha missão em busca de
vingança por sua morte.
Todos me olham com respeito, pois já fazia mais de sete
anos que estava junto com meu pai no comando da famiglia e já
tinha adquirido o respeito de todos através dos meus atos. Era
conhecido como cruel e sanguinário, aquele que não perdoava e
não tinha misericórdia do inimigo. Era temido pelos aliados e mais
ainda por nossos inimigos.
- Eu juro, por Don Frederico Ferrari que não terei piedade
daqueles que ousaram erguer as armas em nossa direção, e todos
os nossos inimigos cairão um a um, por isso pergunto se alguém
aqui é contra o meu comando?
Após minha pergunta o silêncio prevalecia, estava tendo o
apoio de toda máfia italiana naquele momento.
- Bom, neste caso nomeio como subchefe, o segundo em
comando, meu irmão Leonardo Ferrari e como meu consigliere
Lorenzo Giordano, e juntos iremos comandar a partir de agora a
Cosa Nostra.
Lorenzo era pouco mais velho que eu e era filho do antigo
conselheiro de meu pai, fomos criados juntos, seu pai e ele vieram
morar conosco na mansão desde os cinco anos de idade de
Lorenzo quando sua mãe faleceu de câncer, e seu pai Mattia
Giordano comandou a máfia com meu pai desde que ele tinha
assumido o cargo de Don. Eu e Lorenzo erámos como irmãos,
fomos treinados juntos, ele e meu irmão Leonardo eram as pessoas
que mais confiava e nas mãos deles colocava minha vida.
Lorenzo e Leonardo se puseram ao meu lado, e neste
momento iniciava uma nova era na Cosa Nostra, o trio de mafiosos
representando nós era conhecido como o mais cruel e sanguinário
de todos os tempos e juntos iriamos em busca de vingança pela
morte de nossos pais.
Leonardo era oito anos mais novo que eu. Ele tinha vinte e
quatro anos e eu fizera trinta e dois há um mês. Lorenzo tinha trinta
e três anos. Enquanto eu era visto como o homem mais cruel e forte
de toda a máfia, Leonardo era o assassino que resolvia tudo na
brutalidade e Lorenzo era o estrategista e ponderado, aquele que
fazia a ponte do diálogo entre a ramificações da Cosa Nostra na
Itália. Apesar de características diferentes erámos letais.
Após a reunião ficamos os três no que agora é o meu
escritório, o mesmo onde meu pai foi assassinado.
- Quais os próximos passos agora Don? – Lorenzo questiona.
- O maldito sobrevivente já abriu o bico?
- Não, o infeliz é leal.
- Veremos o quanto ele será leal após eu começar a me
divertir com ele.
- Veremos Don. – Lorenzo dá uma puxada nos lábios,
demonstrando deboche.
- Vamos! – Ordeno e juntos descemos para a sala da
tormenta que ficava no subsolo.
Capítulo dois
Vincenzo Ferrari
Ao chegar na sala da tormenta que ficava no subsolo da
mansão pude sentir o cheiro fétido que exalava em todo o ambiente.
Na sala não havia janela e só era iluminada por uma única lâmpada,
possui uma cadeira, uma mesa onde deixava meus brinquedinhos
de tortura e correntes amarrada no teto, adorava ver minhas vítimas
sangrando de cabeça para baixo e morrendo aos poucos depois de
horas de tortura.
Olho para o desgraçado que estava amarrado por uma
corrente com os dois braços acima da cabeça sem conseguir apoiar
os pés no chão. Sua cara estava ensanguentada e não havia parte
do seu corpo que não ferimentos de faca.
- Olá mocinha! Parece que meus soldados se divertiram
bastante em minha ausência, mas não se preocupe o papai chegou.
Fala ironicamente com o desgraçado, afinal diferentemente
do meu pai que sempre manteve uma postura rígida e séria eu era
conhecido como sádico mordaz e sarcástico, era cruel mas
mantinha em meu rosto um sorriso zombeteiro e cínico, o que
desestabilizava meus adversários e me fazia cada vez mais temido.
Aprendi desde cedo com meu pai que não devia demonstrar
sentimentos e, ao invés de me manter impassível diante das
pessoas, eu deixava o cinismo tomar conta do meu rosto e a frieza
dos meus olhos, por isso as pessoas nunca sabiam realmente o que
estava sentindo.
O cara mal consegue me olhar, seus olhos estão inchados,
porém ele tenta cuspir em mim e grita com ódio.
- Demônio maldito, o próximo será você, é pior que seu pai e
morrerá dolorosamente.
- Verdade? Vocês falharam e sabem disso, eu vou caçar um
a um de vocês e os matarei com toda diversão que tenho direito e
mereço, todos implorarão pela morte quando estiverem em minhas
mãos eu garanto.
Pego o alicate de tortura e começo brincar com ele, cada
grito, cada urro que ele dava, mais eu ria e me satisfazia, quando eu
notei que iria desfalecer eu parei, precisava tirar respostas daquele
desgraçado.
Após sete horas de tortura o desgraçado finalmente soltou o
nome do mandante do ataque a nossa família e um ódio
descomunal tomou conta do meu ser quando soube que não foram
os russos ou os albaneses como suspeitava, mas sim um dos capos
que traíra a família e conspirava para tomar o poder, era o Capo de
Palermo Vitório Moretti.
A informação sobre quem era o traidor nos deixou surpresos
Leonardo e Francesco me olharam dizendo em silêncio que
deveríamos tomar cuidado pois não sabíamos quem seriam seus
aliados e em quem confiar, pois os inimigos eram de casa, de dentro
da própria famiglia.
Capítulo três
Vincenzo Ferrari
- Não podemos deixar vazar que tiramos a informação do
sobrevivente, ninguém pode saber que sabemos que há uma
conspiração dentro da Cosa Nostra para tomar o poder dos Ferrari.
– Fala meu consiglieri.
- Sei disso porra! Temos que calcular nossos passos com
cuidado, mas eles pagarão por essa traição.
- Qual o próximo passo Don? – Pergunta Leonardo.
- Temos que pôr um homem de nossa confiança infiltrado em
Palermo e descobrir quais os aliados de Vitório, então atacaremos e
dizimaremos todos eles.
- Tem um soldado de nossa confiança que conseguiremos
infiltrar, ele é inteligente e perspicaz, vai tirar de letra a missão. –
Lorenzo afirma
- Quem é? – Pergunto.
- Alessandro Rossi, seu pai sempre foi fiel e o filho também,
eles dariam a vida pela famiglia, eles não são muito conhecidos e
posso infiltrá-lo sem levantar suspeitas.
- Certo, mande-o, a partir de hoje ele será nossos olhos e
ouvidos em Palermo.
- Considere feito Don. – Afirma e sai logo em seguida.
- Sabe que terá que redobrar sua segurança Vincenzo, você
é o homem que está no caminho de Vitório.
Leonardo alerta.
- Farei isso, quero seis dos nossos melhores homens me
acompanhando dia e noite, redobre a segurança da mansão, quero
homens espalhados por todo perímetro que nos rodeia, não
podemos baixar a guarda.
- Sim Don. – Leonardo sai para cumprir minhas ordens e me
deixa sozinho.
Pego um charuto e um copo de whisky e sento na cadeira
que foi de meu pai, neste momento o treinamento duro e seus
ensinamentos durante toda minha vida serão observados por mim,
ele tinha me preparado para ser o Don e honrarei seu nome com o
sangue de nossos inimigos.
Capítulo quatro
Graziella Moretti
Estou deitada em meu quarto e junto comigo está minha irmã
mais nova de dezesseis anos Gaia. Estamos abraçadas e Gaia
chora baixinho, tento consolá-la. Dali do meu quarto podemos ouvir
os gritos de minha mãe que está sendo espancada por meu pai.
Vitório Moretti era o capo de Palermo, um mafioso cruel e
sem escrúpulos que ama exercer seu poder e toda crueldade na
família. Sabia que quando ele cansasse de bater em minha mãe a
próxima seria eu e depois Gaia.
O corpo de minha mãe era todo marcado por cicatrizes que
contava a história de anos de espancamentos e dor que aquele
monstro, que é chamado de seu marido, causou a ela. Já minha
irmã e eu ele tinha o cuidado de não deixar marcas, pois erámos a
garantia de futuras alianças que o tornariam mais forte e poderoso.
Erámos moeda de troca, simplesmente objetos que ele negociaria e
entregaria como esposa para qualquer mafioso que oferecesse
maior lance.
Os gritos de minha mãe cessam, sinto meu coração gelar e
sei que chegou minha hora.
Ele escancara a porta do meu quarto e grita.
- Graziela venha cá!
Me levanto e chego perto dele que está no meio do quarto,
permaneço com a cabeça baixa, pois não nos é permitido olhar em
seus olhos, ele diz que não temos o direito porque somos seres
inferiores, somos mulheres e nascemos para servir e procriar.
Na primeira cintada que recebo sinto meu corpo balançar
com o impacto, nenhum som sai de meus lábios pois, sei que será
pior, recebo tantas outras que quando ele se cansa sinto que
minhas pernas não mais me sustentarão em pé.
Em seguida ele dá duas cintadas em Gaia e sai do quarto,
naquela noite não apanharíamos mais e agradeci por poder dormir.
Meu pai é Capo de Palermo um dos homens mais poderosos
da Itália, ele é um mafioso e seu poder só é menor que da família
Ferrari, a dona de toda Itália. Ele é um homem cruel que não tem
coração, a esposa é simplesmente um objeto em suas mãos
sanguinária, que serviu para lhe dar filhas, o que ele não perdoa,
pois todo mafioso quer ter um herdeiro varão, o filho que irá lhe
suceder.
Nossa vida é regrada de luxo, moramos em uma mansão
digna de rainhas, mas vivemos numa prisão de luxo, não saímos
nunca de casa pois não nos é permitido. Quando meu pai chega
aborrecido por qualquer situação no trabalho ele surra minha mãe,
depois eu e minha irmã também leva umas cintadas, ele apanha
pouco talvez por ser a mais nova, ele não deixa marcadas pois quer
preservar nosso corpo para quem ele escolher como nosso marido.
O corpo da minha mãe, infelizmente não é poupado da
crueldade, é todo marcado por anos de espancamentos, é nele que
meu pai desconta todas as suas frustações.
Minha vida é miserável, muitas vezes desejei não existir, mas
o amor que sinto por minha mãe e minha irmã é o que não me faz
desistir de viver.
Nós não estudamos em escola normal, as professoras vêm
dar aulas em casa, não temos acesso ao telefone nem a internet,
somos reclusas e vivemos para nosso pai.
Em meus dezenove anos de idade poucas vezes saí de
dentro da mansão, no dia que minha avó paterna morreu ele nos
levou ao cemitério e o mesmo caminho foi realizado com meu avô
paterno faleceu. As pessoas que eu conhecia se resumia nos
empregados e soldados que viviam na mansão, e as professoras
que viam lecionar para mim e Gaia, eu não conhecia o mundo lá
fora, mas meu mundo era feio e cruel. Quando meu pai recebia
homens para tratar de assuntos de trabalho ele nos mantinha
trancadas em nosso quarto, a máfia não conhecia as filhas de
Vitório Moretti.
Ultimamente meu pai estava mais descontrolado que de
costume, alguma coisa estava acontecendo no seu trabalho, e
quando a situação ficava ruim assim eu rezava muito para que
passasse logo, pois tinha medo dele acabar matando minha mãe
em um de seus espancamentos.
Durmo pedindo que passasse logo o surto do meu pai, e que
ele pudesse nos proporcionar uma vida sem dor.
Capítulo cinco
Vincenzo Ferrari
- Conseguimos capturar uma mensagem suspeita Don, nosso
hacker é bom, Luigi é um dos melhores e acredito que em pouco
tempo teremos o traidor em nossas mãos. – Leonardo entra em meu
escritório que fica na sede de nossa empresa que serve como
fachada para nossos negócios ilegais.
- Não aprendeu a bater antes de entrar Leonardo? – Chamo
sua atenção.
- Desculpe Vincenzo, estava tão empolgado com a notícia
que esqueci, não irá mais acontecer.
- Ótimo, o que a mensagem diz?
Leonardo pega seu celular e me mostra a tela que tem a
seguinte mensagem.
- A missão foi concluída, mas só atingimos 50% de nosso objetivo. Cortamos duas
cabeças da Hidra, restaram três.

- Quais cabeças foram cortadas?

- As maiores, mas restas duas grandes.

- Então continuaremos com a missão, vamos centralizar nas duas cabeças maiores, a
menor depois eliminamos.

Sinto um ódio descomunal me invadir, eles mataram meus


pais agora viriam atrás de mim e Leonardo e depois de minha irmã,
mas o que me deixou mais puto foi ver quem era o traidor.
- Então Santino e Vitório são os traidores.
- Pode haver mais, porém estamos enfrentando os dois maiores
capos da Cosa Nostra Don, eles querem o poder.
- Sim, mas iremos derrotá-los e dominaremos os dois maiores
braços da máfia após Roma, Nápoles e Palermo, devemos isso aos
nossos pais.
- Sim, devemos isso a nossos pais irmão, por eles e pela
famiglia.
- A guerra vai começar, quero que Luigi monitore todos os
telefones, e-mails e mensagens que os desgraçados recebem,
vamos agir com cuidado e quando eles menos esperarem iremos
atacar.
Pego meu telefone e ordeno à minha secretária que peça para
Lorenzo vir até minha sala para que possamos conversar.
Ouço a batida e digo para entrar.
- Chamou Don? – Lorenzo pergunta assim que entra na sala.
- Sim, temos dois traidores e acredito que são os chefes, temos
que buscar estratégias para agirmos.
- Quem são?
- Vitório Moretti e Santino Gallo.
- Puttz! Nossos inimigos são fortes, precisamos de toda nossa
força para derrotá-los, temos que organizar um exército para
derrubá-los.
- Faça isso. Leonardo ficará incumbido de saber os passos
dos desgraçados e seus aliados e você em organizar o ataque.
- Será feito Don, mais alguma coisa?
- Não, pode ir e me mantenha informado.
- Será feito. – Meu consiglieri sai.
Olho para Leonardo e ordeno.
- Quero saber de tudo da vida desses desgraçados, cada
passo, o que fazem, a família, até mesmo o que pensam eu preciso
saber.
- Sim Don.
Leonardo sai da sala e fico com meus pensamentos. Não
estou tão admirado pela traição, meu pai sempre me ensinou que no
meio em que vivíamos tudo pode acontecer. Embora o sentimento
de lealdade que existe dentro da máfia e pela famiglia fosse o que a
mantinha forte em todo o mundo, sempre haveriam aqueles que
deixariam o desejo pelo poder subir para a cabeça, e traição se
paga com sangue.
Desde novo fui treinado para comandar. Meu pai era um
homem frio e calculista, mas sempre foi um bom marido para minha
mãe e um bom pai. Fora da mansão ele era o Don, dentro de casa
ele era meu pai. Como Don ele foi duro e até mesmo cruel para que
pudéssemos enfrentar a máfia quando adultos. Fui iniciado, e com
quatorze anos matei o primeiro homem em minha primeira missão.
Neste dia senti que tinha nascido para ser o chefe da porra toda e
me senti mais poderoso que nunca. Sempre fui conhecido por minha
crueldade e por minha força. Eu era o melhor atirador da máfia, eu
era o melhor com facas dentro da máfia, o mais frio, cruel e cínico
homem, eu era o soldado mais temido, eu sou Vincenzo Ferrari o
Don, o chefe dos chefes e irei mostrar aos meus inimigos que todos
os títulos que tenho não são por acaso.
Levanto de minha cadeira e sigo para o elevador, desço e ao
chegar a garagem do prédio onde fica nossa empresa encontro meu
soldado mais leal, aquele que me ensinou e treinou, que me tornou
esta máquina de matar fria e letal, olho para Martinno e digo.
- Vamos para a Perdição.
- Sim Don.
Martinho põe o SUV blindado em movimento e seguimos
para a Perdição, a melhor boate que possuímos, nela posso
encontrar uma boceta para aliviar um pouco do meu estresse.
- Vitório Moretti e Santino Gallo. – Digo os nomes dos
traidores e ele já entende a mensagem.
- Acabaremos com eles Don.
- Sim, vamos acabar com eles.
Martinno foi o soldado designado por meu pai para me
treinar. Ele foi o melhor, o mais forte, rápido e cruel dentre todos. Ele
me ensinou tudo o que sei, foi em muitos momentos cruel comigo,
mas me transformou no que sou hoje, o aprendiz se tornou melhor
que o mestre, e apesar dele não demonstrar muito sentimentos sei
que sente orgulho em ver sua obra perfeita. Hoje ele já está com
cinquenta e dois anos de idade, mas é leal e nunca sai do meu lado,
confio minha vida em suas mãos, sei que morreria para me salvar.
Ele era um solitário e nunca se casou, eu era sua vida.
- Posso entrar com o senhor? – Pergunta assim que
chegamos a boate.
- Sim, preciso de você o tempo todo comigo, mas hoje
preciso foder uma boceta, sinto necessidade de aliviar o estresse.
- Faz bem Don, vamos!
Martinno me ensinou tudo sobre mulheres, embora tenha
sido meu pai que me levou a um puteiro assim que matei o primeiro
homem, dizendo que tinha que me tornar homem em todos os
sentidos naquele dia, foi Martinno que teve a missão de mostrar
todos os prazeres que podíamos ter através do corpo de uma
mulher, e que elas são simplesmente objetos que nos aliviavam e
que podíamos sentir prazer.
Nunca tinha me envolvido com nenhuma mulher que não
fosse prostituta, elas nos davam prazer, pagávamos e não exigia
nada. Sou um homem que gosta de sexo e mulher bonita, e Martino
sempre teve o cuidado de reservar as mais belas para mim. Nunca
repetia a mesma prostituta, gosto de diversificar e assim que
acabava de fodê-las perdia todo o tesão e interesse. Martinno as
pagava e dispensava, nunca deixando que elas se aproximassem
novamente de mim.
Ao entrarmos na boate, sento em uma mesa que fica em um
canto escuro, sou observador e gosto de ficar sozinho.
- Cuide de tudo. – Ordeno a Martino.
- Sim Don.
Martino coloca os seis soldados que cuidam de minha
segurança em pontos estratégicos e sai para escolher quem será a
mulher que irá me satisfazer esta noite.
Passo os olhos por todo salão, vejo muitos dos soldados da
famiglia se divertindo, tem uma cantora sexy no palco cantando uma
música romântica e várias dançarinas praticamente nuas dançando.
As mulheres rodeiam os homens presentes em busca de dinheiro e
eles buscam prazer.
Apesar de possuirmos muitos negócios ilícitos como
contrabando, tráfico de drogas e armas, nunca fomos adeptos ao
tráfico humano, meu pai era contra e embora alguns capos
quisessem este tipo de negócio ele nunca permitiu. Quanto a
prostituição, era permitida desde que a mulher quisesse, apesar de
sermos conservadores quanto a nossas mulheres, os homens
podiam buscar prazer fora de casa, desde que com prostitutas pois
elas não ofereciam risco à família constituída.
Perdido em meus pensamentos não vejo Martinno se
aproximar.
- Está pronto Don.
Olho para ele, me levanto e o sigo. Entro na suíte principal
reservada para mim e Martinno me acompanha.
Olho para a mulher deitada na cama enorme que ficava no
meio do quarto e vejo que é uma linda loira siliconada.
- Olá doçura, pronta para mim? – Falo com a zombaria que
me é pertinente.
- Sim meu Don, sempre estarei pronta para o senhor.
- Então porque ainda está vestida?
A mulher está com uma camisola de renda preta transparente
e isso me irrita.
Ela me olha temerosa e rapidamente tira toda roupa.
- Abra as pernas. – Ordeno
Assim que ela obedece chego perto da cama e me ajoelho no
colchão.
- Será a três? – Questiona ao perceber que Martinno não se
retira.
- Não. Mas ele ficará no quarto para garantir minha
segurança, algum problema para você?
- Não meu Don, adoro um voyeurismo.
- Então cale essa boquinha safada, e vamos ao que
interessa.
Não sou carinhoso, gosto de sexo bruto e selvagem e hoje
mais que nunca preciso de um pouco de selvageria em minha vida e
essa loira gostosa seria minha válvula de escape.
Meto dois dedos dentro de sua boceta que já estava bem
molhada, eu era um homem poderoso, mas também considerado
belo pelo sexo oposto, não ligava muito para minha aparência, mas
como fui agraciado com uma boa aparência me aproveitava dela. A
mulher chiou quando meti dentro dela e rebolou em meus dedos.
Não perdi tempo e comecei a meter com mais força, num vai e vem
frenético e vigoroso. Ela arqueava seu corpo se oferecendo cada
vez mais. Gostava da sensação de dar prazer a minha parceira,
sentia-me poderoso e no controle, a mulher quando estava sentindo
prazer perdia a noção de tudo e se entregava totalmente ao ato, ser
tornavam bonecas inanimadas em minhas mãos e isso me
enlouquecida.
- Haaaa.....mais... mais... – Pedia descontrolada.
- Calada! – Ordeno.
Viro ela de barriga pra baixo e dou uma palmada em sua
bunda.
Ela geme.
Meto os dedos novamente em sua boceta e continuo a
estocar, e quando a vadia goza gostoso em meus dedos ordeno.
- Levanta e se ajoelha.
Ela faz o que peço e se ajoelha em meus pés.
Puxo o zíper de minha calça e deixo meu membro grande,
grosso e duro bem próximo a sua boca. Pego ele com a mão e
acaricio num vai e vem que me deixa louco. Depois pego o cabelo
da mulher num rabo de cavalo e meto ele dentro de sua boca.
- Chupa gostoso, mas se me machucar docinho acabo com
você.
Ela me olha maliciosamente e me mama gostoso. Putz! A
mulher é boa numa oral, ele mete meu pau até o fundo garganta,
descontrolo e acelero os movimentos enfiando tudo o que posso.
Ela grunhi sem conseguir soltar mais nenhum som, sua garganta
está totalmente tomada por meu pau. Os olhos da mulher
lacrimejam devido a brutalidade do ato e quanto mais vejo seu
desespero mais sinto prazer. A mulher vai ficando cada vez mais
sem fôlego e começa a dar tapas em minhas pernas, num pedido
desesperado de socorro.
Estou completamente cego de tesão e perco completamente
a noção do que estou fazendo quando sinto a mão de Martinno em
meus ombros.
- Senhor vai matá-la.
Olho para ele, então abaixo a cabeça e vejo que a mulher
está roxa, não paro e estoco mais ferozmente até que sinto explodir
todo meu tesão na garanta da desgraçada.
Deixo ela no chão e deito na cama. Fecho os olhos e sinto o
sono me tomando, porém percebo que Martino cuida da mulher para
que ela se recupere.
- Dê um bom dinheiro a ela. – Ordeno assim que ele a
acompanha para fora do quarto.
Ele assente e deixo o sono me tomar.
- Tudo bem Don?
Martinno me questiona assim que levanto no dia seguinte.
- Sim Martino, não se preocupe, foi um descontrole
momentâneo, vou tentar me segurar na próxima vez.
- Certo Don.
- E a mulher?
- Ela está bem, um médico tomou conta dela ontem a noite,
vai ficar tudo bem, dei um bom dinheiro para ela.
- Ótimo.
- Vai tomar seu café aqui?
- Não, vamos para a mansão.
Chegamos na mansão e Lorenzo já me esperava, sentei para
tomar meu café da manhã e pergunto.
- Alguma novidade?
- Ainda estou trabalhando em como vamos atacá-los, preciso
do teu aval.
- Senta, tome seu café, depois discutimos a situação em meu
escritório.
Tomamos nosso café em silêncio, sabia que Lorenzo já tinha
um plano, a guerra era questão de tempo e eu não via a hora do
momento chegar.
Capítulo seis
Graziella Moretti
Levantei cedo como de costume e encontrei minha mãe
tomando seu café da manhã, ela estava bastante machucada e um
nó se formou em minha garganta ao ver a mulher que eu tanto amo
naquele estado. Dona Lúcia era uma mulher meiga e carinhosa,
vivia por suas filhas e do jeito que podia tentava nos proteger. Ela
olha para mim com carinho e pergunta.
- Como você está minha filha? Ele te machucou muito?
- Estou bem mamãe, não se preocupe, a senhora está muito
pior. Está sentindo muitas dores?
- Já estou acostumada querida, logo passará, e Gaia como
está?
- Bem, com ela ele é mais cuidadoso.
- Graças a Deus! Agora se alimente minha menina, precisa
ser forte.
- Sabe o motivo dele estar tão descontrolado ultimamente?
- Não querida, mas deve estar acontecendo algo muito grave
no trabalho, ele está mais cruel que de costume, vamos orar filha, é
que nos resta.
Acabamos de tomar nosso café, mamãe foi cuidar da casa e
eu fui para a biblioteca o lugar da casa que mais gostava. Eu amava
ler livros, eles conseguiam me livrar da prisão em que eu vivia, me
levava a todos os lugares que eu não conhecia, e me ensinava a
viver.
Eu já não estudava mais. Assim que completei dezoito anos
meu pai dispensou todos meus professores, disse que o que tinha
aprendido era o suficiente para que eu pudesse arrumar um marido
sem fazer ele passar vergonha. Tinha uma professora que eu me
afeiçoei muito, dona Marta que sempre foi muito carinhosa comigo.
Ela dizia que eu era muito inteligente e me ensinou muito. Apesar de
viver presa ela conseguiu driblar meu pai e trazia seu celular
escondido. Com ela conheci o mundo através da internet. Ficava
maravilhada com suas aulas e esperava ansiosa para encontrá-la
no dia seguinte. É Claro que tudo acontecia no maior sigilo, se meu
pai descobrisse eu seria punida e dona Marta seria morta, meu pai
não tolerava desobediência.
Quando me despedi dela foi como um pedaço de mim tivesse
morrido, ela chorou junto comigo na despedida sabíamos que nunca
mais nos veríamos.
Gaia ainda estava estudando e eu fazia o que podia para
que ela pudesse aprender como eu tinha aprendido. O que mais
doía nessa vida maldita que levava era ver minha irmãzinha
condenada ao mesmo sofrimento que eu e mamãe.
Sabia que estava próximo de eu deixar minha família,
estava com dezenove anos e provavelmente meu pai logo arrumaria
um marido para mim, e não sabia como seria meu destino, temia
que ao casar meu marido fizesse comigo o que meu pai fazia com
minha mãe, não sei se suportaria tanto sofrimento.
Capítulo sete
Vincenzo Ferrari
- Tudo pronto Lorenzo? – Pergunto.
- Sim Don, conseguimos que nosso infiltrado organizasse
uma reunião entre os traidores na mansão do Vitório Moretti para
hoje a meia noite, colocamos câmeras estratégicas em todo
perímetro e também dentro da mansão. Nosso soldado é da
completa confiança de Vitório e eles não terão nenhuma chance.
- E a mansão do Gallo em Nápoles, quantos homens teremos
lá?
- Trinta e Cinco, pode ficar tranquilo que eles darão conta do
recado, temos dois infiltrado lá dentro também e destruiremos todos
sem dó nem piedade.
- Ótimo, vamos acabar com todos.
- E as mulheres e crianças o que faremos com elas?
- Todas que conseguirem sobreviver recolha e traga para
nosso galpão, depois pensarei sobre o assunto, sabe que não
matamos mulheres e crianças.
- Como ordena Don.
Chegamos eu, Lorenzo e Leonardo em Palermo por volta das
vinte e duas horas, preferimos chegar a noite pois era mais seguro e
não corríamos tanto risco em sermos descobertos.
Tínhamos cerca de cento e vinte soldados rodeando a casa
de Vitório Morretti e sabíamos todos os movimentos que acontecia
na mansão.
O desgraçado naquele momento jantava tranquilamente com
família, não dava para ver nitidamente os rostos da esposa e das
filhas do miserável, elas estavam sentadas, mas todas com a
cabeça baixa em momento algum olhava para ele.
O infeliz tinha duas filhas que somente os empregados e
soldados da mansão e alguns professores que deram aulas para
elas conheciam. Ele era tirano e espancava a esposa e as filhas
regularmente, segundo o nosso infiltrado elas não podiam nem
dirigir a palavra a ele. Não era um homem bom para a família, não
tinha piedade de ninguém, fui criado dentro das regras da máfia e
meu pai me ensinou a não ferir ou matar mulheres e crianças,
porém Vitório Moretti começou sua traição contra as regras da máfia
dentro de sua própria família. A guerra vai acontecer dentro das
próximas horas e se sua esposa e filhas conseguissem sobreviver
teria que decidir o futuro delas, já com Santino Gallo era mais fácil, o
desgraçado só tinha um filho de vinte e dois anos que morreria com
ele hoje.
Estávamos escondidos nas sombras de uma floresta que
rodeava a casa de Vitório, já passava das vinte e três horas e eu
aguardava pacientemente o momento certo chegar. Sou um homem
frio e calculista e por isso sempre tive êxito em minhas missões.
A mansão de Gallo em Nápoles também estava cercada,
porém o ataque aconteceria simultaneamente para que ninguém
pudesse escapar e alertar a outra parte, tínhamos pensado em tudo
e não haveria erro.
Minha boca já sentia o gosto saboroso do sangue de Moretti
e Gallo, esperava que eles não morressem durante o tiroteio pois
planejava uma morte bem lenta e dolorida para os desgraçados.
Faltavam dez para meia noite quando vejo um carro se
aproximando da mansão, Gallo, seu filho e cinco homens deixando
o carro, entre eles estava três soldados de confiança do Moretti.
Quando eles entram, espero cinco minutos e dou a ordem
através do rádio.
- Hora do show, ao ataque!
Invadimos a mansão e uma chuva de balas explodia de todo
lado, sabíamos que tinha mais de setenta soldados protegendo a
mansão, mas possuíamos atiradores em pontos estratégicos para
acabar com todos.
Foram mais de quinze minutos de tiroteio e eu estava no
meio da mansão quando ouvi o cessar dos disparos. Olho ao redor
e vejo Leonardo ao meu lado e suspiro aliviado.
- Onde está Lorenzo?
- Foi para o escritório.
Segui para o escritório de Vitório, pois conhecia cada parte
da mansão depois de ter estudado nosso plano, encontrei Gallo e
Moretti ajoelhados sob a mira do meu consigliere, o filho de Gallo e
os outros conspiradores estavam todos mortos.
Olhar aquela cena me deu uma satisfação tão grande que
tive vontade de urrar, os malditos tinham sido capturados vivos e eu
poderia ter minha vingança da forma que sonhei.
- Boa noite senhores! Prazer em vê-los, que coisa feia
participando de uma reunião em famiglia e não convidaram seu
Don.
- Desgraçado! Você nunca será nosso Don, maldito
desgraçado. – Moretti grita com os olhos cheios de ódio.
Pego minha arma e dou um tiro em seu braço que pega de
raspão, não queria matá-lo ainda.
Ele grita de dor.
Neste momento Martinno chega e eu pergunto.
- Qual a situação?
- Todos os soldados inimigos mortos e perdemos onze Don.
- Ótimo, cuide da limpeza.
- Sim Don.
- Lorenzo leve nossos amiguinhos para Roma, temos que ser
bons anfitriões e tratá-los com carinho em nossa casa.
- Certo Don.
- Você vai no avião conosco? Leonardo pergunta.
- Não, vão na frente e levem os traidores, irei com Martinno
depois, não podemos deixar rastros.
- Até mais Vincenzo.
Leonardo se despede, mas antes me olha fixamente, sei que
seu coração está aliviado, pois a morte de nossos pais iria ser
vingada com requinte da família Ferrari.
Após Lorenzo e Leonardo deixarem a mansão fico para
ajudar Martinno na organização da mansão, tinha corpos por todo
lado e precisaríamos sermos cirúrgicos para que a chacina não se
tornasse assunto mundial.
Meus soldados buscavam os corpos e os colocavam em cima
de caminhões para depois serem descartados em uma cova que
havíamos aberto em uma floresta a mais de trinta quilômetros daqui.
A agilidade e a rapidez com que meus homens fazem a tarefa
me deixa orgulhoso, eu era o chefe daquela porra toda e eles era
meus homens.
- Don? Preciso que veja uma coisa. – Ouço Martinno chamar.
- O que houve?
- Lá em cima.
Subo as escadas que dá ao andar superior e acompanho
Martinno. Logo após abre a porta de um quarto e ao entrar me
deparo com a esposa e as duas filhas de Moretti agachada num
canto do quarto me olhando aterrorizadas.
- Boa noite! – Falo sorrindo, elas não respondem.
- Levantem-se. – Ordeno e elas fazem o que peço.
Quando elas ficam em pé o que mais me chama atenção é a
beleza das três mulheres a minha frente, a esposa de Moretti apesar
do sofrimento ainda se mantinha bela e a filha mais nova também
era uma garota linda, mas a filha mais velha era a mulher mais linda
que meus olhos já vira. Era uma morena de curvas sensuais, que eu
podia apreciar claramente, pois ela estava usando um conjuntinho
de seda para dormir que deixava suas pernas de fora e demarcava
a saliência de seus seios que me deixaram duro de tesão. Ela devia
ter mais de um metro e sessenta de altura, cabelos longos e negros
como a noite, rosto com pele de porcelana, boca carnuda, cílios
longos e olhos da mesma cor de seus cabelos. Ela era uma
verdadeira obra de arte, nunca vi tamanha beleza em minha vida.
- Leve a mãe e a menina para outro quarto. – Ordeno a
Martinno.
- Por favor! Não senhor! Eu imploro! Minha menina não. – A
mãe sai gritando e implorando ao ser arrastada para fora do quarto
por meus soldados.
A garota me olha com tanto medo, que penso que vai
desmaiar a qualquer momento. Há horror em seus olhos e lágrimas
escorrem abundantemente.
- Qual é o seu nome? – Questiono.
- Graziella. – Responde trêmula em um sussurro.
- Você sabe quem sou Graziela?
Ela balança a cabeça em negativa.
- Fale! Quero ouvir você dizer.
- Não senhor, não sei.
- Eu sou Vincenzo Ferrari, agora sabe quem sou eu?
A garota me olha mais apavorada ainda e diz.
- Sim, o senhor é o Don da Cosa Nostra.
- Que bom que você sabe quem sou agora Graziella, pois
você a partir de agora me pertence.
Ela estremece e vejo seus joelhos se dobrarem de tão
trêmula que ela está.
Corro até ela não a deixando cair, a deito sobre a cama, ouço
seus soluços e sinto algo se apertar em meu peito, um sentimento
que nunca tinha sentido até então faz com que eu deseje consolá-la
e protegê-la.
Pego sua mão e digo.
- Não precisa me temer, eu não vou machucá-la.
Capítulo oito
Graziella Moretti
Naquela noite fui dormir mais tranquila, embora meu pai
estivesse em casa, jantamos como de costume e após o jantar
seguiu para seu escritório, aparentemente ele não faria nada
conosco, pois percebi que estava calmo.
Logo que me deitei adormeci, acordei com um barulho
infernal em minha cabeça. Fiquei meio desorientada a princípio,
mas logo percebi que o barulho era de tiros. Estávamos sendo
atacados, saí correndo para buscar minha irmã e antes de chegar a
porta minha mãe entra com ela nos trancando no quarto.
- Vamos para o banheiro Graziella.
Corro para o banheiro com minha irmã e minha mãe, que
tranca a porta do banheiro também e juntas sentamos num canto
abraçadas uma a outras.
- Vai ficar tudo bem minhas filhas, ficará tudo bem.
Minha mãe não cansava de repetir baixinho para nós, algo
que nem ela acreditava. Ficamos ali muito tempo, não sei precisar
se minutos ou horas, mas ficamos paradas, amedrontadas e
silenciosas até que tudo silenciou. Tentei levantar, mas mamãe não
permitiu. Após vários instantes ouvimos a porta do quarto ser
arrombada e logo em seguida uma voz gélida veio de trás da porta
do banheiro.
- Senhora Moretti, sei que está aí com suas filhas, quero que
abra a porta e saiam.
Minha mãe deixa uma lágrima escorrer dos seus olhos, se
levanta e abre a porta. Damos de cara com um gigante cheio de
músculos apesar de provavelmente já passar dos cinquenta anos
era amedrontador e tinha o olhar mais frio que já tinha visto.
- Saiam! - Ordena.
Mamãe segura em nossas mãos e nos leva a um canto do
quarto e da mesma forma que estávamos sentadas no banheiro
sentamos no quarto, ela ergue o olhar para o homem e pergunta.
- O que está acontecendo senhor?
Ele não diz nada, se vira para outro homem que se encontra no
quarto e diz.
- Vigie elas. Já volto.
O homem sai e ficamos ali por vários minutos sob vigilância.
De repente a gigante volta e junto com ele entra o homem
mais assustador que já vi em minha vida. Se o olhar do gigante era
frio, o dele era mil vezes pior, sua figura era tão imponente que
qualquer pessoa que o veja sabe que é homem poderoso e cruel.
- Boa noite! – Fala sorrindo com zombaria no olhar e
permanecemos caladas.
- Levantem-se. – Ordena e mamãe faz com que fiquemos de
pé. Dou uma olhadela para o lado e vejo que ela conhece o homem
que está a nossa frente.
Quando ficamos de pé ele olha todo o meu corpo, sinto um
medo horripilante tomar conta do meu ser e meu corpo todo começa
a tremer.
- Leve a mãe e a garota mais nova para outro quarto. – Ele
ordena ao gigante.
- Por favor! Não senhor! Eu imploro! Minha menina não. –
Minha mãe sai gritando e implorando ao ser arrastada para fora do
quarto e neste momento sinto que vou morrer.
O medo é tanto e não consigo mais segurar e lágrimas
escorrem abundantemente inundando meu rosto.
- Qual é o seu nome? – Questiona.
- Graziella.
- Você sabe quem sou Graziella?
Balanço a cabeça que não.
- Fale! Quero ouvir você dizer. – Fala friamente e eu obedeço.
- Não senhor, não sei.
- Eu sou Vincenzo Ferrari, agora sabe quem sou eu?
Neste momento sei que realmente não sobreviverei e então
respondo.
- Sim, o senhor é o Don da Costa Nostra.
- Que bom que você sabe quem sou agora Graziella, pois
você a partir de agora me pertence.
Estremeço e meus joelhos se dobram de tão trêmula que
estou.
Sei que fomos atacados e se o foi o Don que nos atacou é
porque foi traído por meu pai e ele veio atrás de vingança. Então
neste momento meu mundo se desmorona e penso em minha mãe
e Gaia. Porém antes que eu caia ele me pega no colo me levando
para a cama, todo o medo e dor que estava sentindo toma conta do
meu corpo e soluço sem parar.
Estremeço quando ele pega minha mão e diz.
- Não precisa me temer, eu não vou machucá-la.
Olho para ele e posso ver que não irá me machucar, seus
olhos não mentem, apesar de eu estar diante do homem mais cruel
da máfia Italiana, sei que estarei segura, então começo a me
acalmar.
- Vai machucar minha irmã e minha mãe? – Pergunto.
- Não. Nós da família Ferrari não machucamos mulheres e
crianças, a não sei que seja necessário. Será necessário Graziella?
- Fala ameaçador.
Balanço a cabeça que não e ele diz.
- Ótimo, agora se vista, arrume uma mala que nós iremos
embora daqui.
Pego uma calça de moletom e uma camiseta, vou ao
banheiro e me troco. Logo em seguida coloco algumas roupas em
uma mochila e meus documentos e o sigo.
Quando chego lá em baixo, vejo que minha mãe e minha
irmã também estão com as malas prontas. Assim que minha mãe
me vê corre para mim desesperada e me abraça.
- Você está bem minha filha? – Pergunta baixinho.
- Estou, não se preocupe.
- Ele te tocou?
- Não mamãe, estou bem.
Ela respira aliviada, neste momento o gigante tira nós da sala
que se encontra banhada em sangue. Entramos num carro preto
nos afastando da mansão.
Já estávamos bem longe quando olho para trás e vejo o fogo
engolindo nossa casa. Eles atearam fogo e estava destruindo toda
nossa vida. Neste momento eu pensei no que poderia ter acontecido
com meu pai e os outros trabalhadores da mansão. Será que
estavam todos mortos?
O carro para em um lugar grande e pela primeira vez na vida
eu vejo um avião. O gigante abre a porta para que saíssemos do
carro e logo em seguida vejo o Don sair de outro carro.
Fomos colocadas dentro do avião e partimos para o nosso
destino, que eu acreditava que seria Roma.
Estávamos mamãe, eu, Gaia, o gigante, o Don mais uns seis
homens. Não sei quanto tempo demorou a viagem, mas Gaia
dormiu o tempo todo e eu e mamãe apenas permanecíamos em
silêncio sem saber qual seria nosso destino.
Assim que o avião pousou, fomos escoltadas para fora por
um dos soldados, havia vários carros esperando no aeroporto, vi
mamãe e Gaia ser colocada dentro de um e eu fui levada para outro
onde estava o Don, estávamos sendo separadas, nunca tinha ficado
longe de minha mãe, sinto um nó na garganta ao ver o olhar de
desespero de mamãe.
- Por favor não machuque elas. – Imploro novamente, sabia
que ele não me deixaria ir com elas.
- É só você se comportar que nada acontecerá a elas. – Fala
friamente.
- Vamos para a mansão Martinno. – Ordena para o gigante
que movimenta o carro.
Chegamos em uma mansão suntuosa, a nossa casa era
linda, mas essa era maravilhosa. Quando entramos já estava
amanhecendo o dia e uma senhora de idade veio nos receber.
- Precisa de algo Don? – A senhorinha pergunta a ele.
- Leve a garota para o quarto da suíte principal e a instale lá,
depois sirva o café da manhã e cuide para que ela descanse.
- Farei isso Don.
A senhorinha me instala em um quarto enorme, depois tomo
um suco e não consigo comer nada, após alguns minutos apago
completamente.
Acordo horas depois, não sei que horas são, mas vejo que há
uma bandeja com meu almoço na mesinha de cabeceira, percebo
que dormi muito tempo.
Pego a bandeja e me alimento, vou até a porta e forço o
trinco, ela está trancada. Volto a sentar na cama e observo o
ambiente ao meu redor. O quarto é confortável, com cores neutras,
um closet vazio e um banheiro luxuoso com uma enorme banheira,
a cama era enorme, muito maior que a que eu tinha no meu quarto.
Me deito na cama novamente e deixo minha mente divagar
para os acontecimentos da noite anterior. Mamãe já estava
desconfiada que algo grave estava acontecendo com meu pai, o
que me deixou surpresa era a traição contra o Don, tinha que ter
muita coragem para trair a famiglia, nunca imaginei que meu pai
teria essa capacidade. Agora ele iria pagar com a vida pela traição,
eu não sentia pena ou compaixão pelo destino do meu pai, será que
sou má por não me importar com sua morte? Não sei, mas não
consigo ficar triste com o destino dele, afinal ele foi o carrasco meu,
de minha mãe e até mesmo de minha irmãzinha.
Minha mente se concentra no homem que nos capturou e
trouxe para casa dele. Vincenzo Ferrari era o todo poderoso Don, o
chefe dos chefes. Era temido por todos, sua fama era de um homem
cruel e impiedoso, que massacrava seus inimigos. Sinto um arrepio
que atinge até meus ossos ao me lembrar daqueles olhos frios e
cruéis quando ele me olhou. Apesar de estar acostumada com toda
maldade do meu progenitor, os olhos do meu algoz eram muito mais
amedrontadores. Não tinha visto muitos homens em minha vida
devido a vida reclusa que levava, mas nunca tinha visto um homem
tão lindo, ele era perfeito com aquele corpão enorme e firme cheio
de músculos, com um rosto anguloso e lábios grossos, seus olhos
negros como a noite acompanhavam a cor de seus cabelos que
tinha um corte tipo militar que o deixava com uma aparência de
imponência. Ele me olhou de uma forma que nunca ninguém tinha
olhado, tremi de terror com seu escrutínio e senti um aperto no peito
que jamais tinha sentido, nem quando meu pai me chamava para
surrar me amedrontava tanto, senti o medo da morte, porém ele me
disse que não me machucaria e eu acreditei, soube por sua
expressão que ele não era homem que mentia. Apesar de não saber
o que me esperava, nem o destino de minha família, a certeza que
tenho que não irei mais apanhar me aquece o peito, preferia a morte
que sofrer agressões físicas como as que meu pai me infringia.
Suspiro profundamente e fecho meus olhos, peço silenciosamente
que o sono venha e que o tempo passe mais rápido, sempre fui
prisioneira em minha própria casa, mas no momento minha cela era
um quarto e não sei quando verei a luz do sol novamente. Com
estas incertezas o sono vence e durmo profundamente.
Capítulo nove
Vincenzo Ferrari
Depois que ordenei que deixassem a menina no quarto ao
lado do meu, saio da mansão e sigo para a sala da tormenta como
era conhecida por todos. A mansão Ferrari ficava rodeada de uma
vasta floresta e no meio dela nós construímos a sala onde
tratávamos com carinho nossos convidados. Sempre levava para lá
nossos inimigos e os traidores. Os dois infelizes que estavam lá
eram os maiores traidores da Cosa Nostra de todos os tempos. Eles
ceifaram a vida do Don e sua esposa, do meu pai e da minha mãe.
O desejo de torturá-los era visceral e eu iria começar a brincadeira.
Ao chegar no galpão, noto que Leonardo e Lorenzo já deram
as boas-vindas aos infelizes. Eles estavam nus, pendurados por
uma corrente que tinha como base o teto. Sorri com escárnio e
disse.
- Começaram a brincadeira sem mim meninos, quanta
maldade.
Leonardo diz.
- A brincadeira ainda nem começou Don, divirta-se.
Chego perto de Vitório Moretti e dou dois tapinhas em seu
rosto sorrindo.
- Ora, ora, ora... o que temos aqui se não o grande capo de
Palermo, nosso querido amigo Vitório Moretti, não imagina o prazer
que sinto em te receber em nossa humilde residência.
- Desgraçado! Eu posso ir para o inferno, mas antes mandei
para lá o todo poderoso Frederico Ferrari, não imagina a felicidade
de ter derrubado o grande capo di tutti capi, pena que os filhinhos
não foram juntos.
Um ódio descomunal se apossa de mim, sei que ele quer me
enfurecer para que eu me descontrole e o mate rapidamente. Porém
minha frieza foi conquistada durante longo anos e simplesmente
deixei que o sorriso zombeteiro bailasse em meus lábios, fui até
uma mesinha que ficava no centro do galpão e peguei um alicate,
me aproximei dele novamente segurei com firmeza sua mão e em
um só golpe cortei metade do seu dedo mindinho. O desgraçado
berra de dor e eu gargalho.
- Realmente Moretti, você conseguiu a proeza de matar Don
Frederico Ferrari, mas falhou ao não me matar também, e estamos
aqui para fazê-lo pagar pela morte do Don e de todos aqueles que
tombaram junto com ele. Bem-vindo ao inferno na terra infeliz.
- Maldito! Você também cairá. - Berra o homem
descompensado pela dor.
Eu o ignoro e sigo para Santino Gallo e dou um soco no meio
de sua barriga o deixando sem fôlego.
- Os ratos se reconhecem e se unem não é Santino? Que
decepção, a sede pelo poder foi tão grande que você arriscou sua
cabeça, o que esse infeliz te prometeu amiguinho?
Santino Gallo me olha com ódio mortal e diz.
- Ele não me prometeu nada Don de merda, aceitei pelo
simples fato de querer derrubar o desgraçado do Frederico e
convenhamos que conseguimos.
- Verdade Gallo, devo parabenizá-lo pelo feito, mas para tua
desgraça o capeta logo de receberá no inferno. – Falo com
zombaria.
- Com certeza teremos um encontro marcado lá, e espero
que seja em breve. – O homem demonstra loucura em seu olhar.
Aproveitando o alicate em minhas mãos arranco um pedaço
do seu dedo mindinho do pé. O desgraçado tem mais culhões que
Vitório e só solta um gemido.
- Infelizmente não tenho muito tempo para vocês no
momento, mas para não fazer desfeita vou deixá-los em companhia
de Enrico e seus soldados, sabe que ele é ótimo com esses
brinquedinhos não é mesmo? Mas não fiquem tristes não, nos
próximos dias eu, Leonardo e Lorenzo sempre tiraremos um
tempinho para vocês, espero que curtam a estadia em nosso
território.
Olho para Enrico um dos soldados mais cruéis da famiglia e
digo.
- Torture-os lentamente, mas não os matem, eles têm que
sofrer, faça o que sabe fazer de melhor e arranque toda informação
que puder dos desgraçados.
- Sim Don, pode deixar comigo, eu honrarei Don Frederico e
todos que estes desgraçados mataram.
- Bom divertimento, e até senhores. – Com uma gargalhada
me despeço dos traidores e faço sinal para que Leonardo e Lorenzo
me acompanhem.
Quando chegamos na mansão fomos direto para meu
escritório, e Lorenzo logo me questiona.
- Qual o próximo passo agora Don?
Leonardo vai até o bar que fica no canto do escritório e nos
serve de uma dose de whisky, tomo um gole o que me deixa mais
relaxado.
- Temos que arrancar toda informação que pudermos
daqueles traidores, e verificar se não ficou nenhum por aí, quero
acabar com todos esses ratos nojentos, que eles sirvam de lição
para aqueles que ousaram nos trair e para nossos inimigos.
- Acredito que eles devam estar aliados com alguma outra
máfia, eles não teriam coragem de ir tão longe se não tivessem
aliados de fora da famiglia. – Leonardo opina.
- Também acredito, mas sejam quem forem seus aliados nós
descobriremos e dizimaremos todos, não haverá piedade para
aqueles que derrubaram Don Federico Ferrari e Ana Guiseppina. –
Digo.
- Continuo com infiltrados no território de todos os capos da
Cosa Nostra, se houver mais traidores saberemos e com certeza
Enrico saberá fazer os passarinhos cantarem. – Lorenzo diz sério.
- Sei da capacidade de Enrico, mas quero que você e
Leonardo tirem parte do dia para brincar com os nossos convidados.
Vocês são os únicos em que confio plenamente no momento, eu
também irei me divertir com eles.
- Sim Don, você está certo, todo o cuidado é pouco neste
momento, temos que confiar desconfiando, mas iremos descobrir
todos os traidores e derrubaremos um a um, Don Frederico se foi
mas deixou seu sucessor preparado, você é a arma mais letal e
poderosa de toda a máfia, e Don Frederico sabia disso, porém os
traidores não conheciam sua força como seu pai.
Lorenzo diz e apesar de não demonstrar sentimentos em
suas palavras sinto o quanto era fiel ao meu pai e que esta
fidelidade se estendia a mim. Fico satisfeito e sei que meu pai se foi,
mas que deixou três homens fortes a frente da famiglia que iria
honrar seu legado.
- Lorenzo foste fiel ao meu pai e sei que tenho sua
fidelidade, me sinto honrado em poder contar com você ao meu
lado. Juntos eu, Leonardo e você comandaremos a Cosa Nostra e
ela se tornará a maior máfia de todos os tempos.
Leonardo que pouco falava, sempre foi calado me pergunta.
- O filho de Gallo está morto, mas o que aconteceu com a
mulher e filhas do Moretti?
Leonardo e Lorenzo já haviam retornado quando
encontramos a família de Moretti no quarto, não sabiam o que tinha
acontecido.
- A mulher e a garota mais nova foram levadas para o
alojamento onde deixamos os descendentes dos traidores da máfia
– Explico.
A Cosa Nostra mantinha um alojamento onde levávamos as
mulheres e crianças capturadas que pertenciam a família de
traidores como era o caso das filhas e esposa de Vitório Moretti.
- E a filha mais velha? Morreu durante o tiroteio?
Leonardo continua questionando e eu demoro um pouco para
responder, sei que ele não vai gostar de saber que eu trouxe a
garota, que é filha do homem que mandou matar nossos pais, para
dentro de nossa casa.
- Não, a garota está viva, mandei que a colocassem no
quarto ao lado do meu.
- Porra Vincenzo! Você trouxe a filha do assassino de nossos
pais para dentro de casa. – Grita irado.
- Só vou deixar passar você falar neste tom comigo porque
sei o quanto a morte de nossos pais mexeu com você, mas a
próxima vez que se dirigir a mim dessa forma farei com que se
arrependa.
Leonardo abaixa a cabeça e fica quieto, ele sabe que não
pode me desrespeitar e que minha ordem é lei, mesmo que ele não
concorde.
- Desculpa Don, não irá mais acontecer, fiquei surpreso com
sua decisão, porém não tinha o direito de questionar sua ordem.
- Que seja a primeira e última vez que isso aconteça. – Falo
friamente e ele acena afirmativamente.
Leonardo não diz mais nada, mas Lorenzo pergunta.
- Se a garota está na mansão o que fará com ela Don?
- Ela será minha e este assunto está encerrado, fui claro?
Eles concordam e mudamos de assunto. Ficamos mais de
duas horas no escritório e depois os dispensei pois precisávamos
descansar e dormir, tínhamos passado a noite em claro e a pausa
seria para recompor as energias perdidas, a guerra ainda não tinha
acabado.
Subo paro o meu quarto, estou bastante cansado e preciso
dormir nem que seja por duas horas, tomo um banho para tirar o
sangue daqueles desgraçados e visto uma calça de moletom e uma
camiseta regata, quando estou pronto para deitar lembro da bela
ragazza que está no quarto ao lado e não resisto. Vou até o quarto
onde ela está e de posse da chave entro silenciosamente. Vejo a
bela bambina dormindo e fico admirando sua bela imagem. Ela está
deitada em posição de feto, e mesmo dormindo ouço suspiros
entrecortados de alguém que chorou muito.
Não sei o que me deu para que eu a reivindicasse para mim,
ela era linda e parecia um anjo tamanho a beleza e inocência
refletida naqueles olhos lindos. Apesar de ser a mulher mais bela
que já vi em minha vida, não justifica minha impulsividade de trazê-
la para minha casa, mesmo sabendo que desagradaria meu irmão e
meu consigliere. Poderia mantê-la em um dos meus apartamentos,
fazê-la minha, mas longe de casa, porém algo mais forte que eu fez
com que a trouxesse para a mansão. Talvez seu olhar de inocência,
talvez sua fragilidade, talvez por querer protegê-la, eu realmente
não sei o motivo, não sou um homem impulsivo, mas algo naquela
garota me fez agir dessa forma. Não me arrependo, e a farei minha,
ensinarei para aquela menina os segredos do sexo e sei que uma
vez não será suficiente, sei que tenho fome daquela mulher desde
que pus os olhos nela. Antes de atacar Moretti mandei investigar
sua família e descobri que o desgraçado era um verdadeiro carrasco
para a esposa e filhas. Elas eram prisioneiras dentro de sua própria
casa e mesmo que nossas mulheres não tem a mesma liberdade
que as demais, elas podem sair de casa acompanhadas por
seguranças, minha irmã Luna conhecia o mundo, meu pai fez
questão de apresentá-lo a ela. Mas aquela doce ragazza não
conhecia nada além de sua casa e as poucas pessoas que tiveram
acesso a ela no decorrer de sua vida. Eu a queria, e o que Vincenzo
Ferrari quer ele tem, eu a corromperia e traria aquele anjo de luz
para minha escuridão. Se eu fosse um homem bom eu a enviaria
para o alojamento onde as mulheres e as crianças capturadas
trabalhavam em cantinas fazendo refeições para nossos soldados,
ou em nossos vinhedos, acontece que eu não sou um homem bom
e não iria me privar do prazer que aquela doce criatura poderia me
proporcionar.
Sento na beirada da cama abaixo meu rosto até seu pescoço
e respiro fundo, seu cheiro de morango é delicioso, não resisto e
enfio o rosto com mais força, para que possa ter mais acesso ao
seu cheiro. Inalo profundamente o aroma do shampoo impregnado
em seu cabelo, não consigo decifrar qual a fragrância, tem um toque
floral e é uma delícia assim como meu anjo.
Não resisto e toco sua pele, sinto a suavidade e a maciez de
seus braços e desço por todo seu corpo, a acaricio suavemente,
não quero acordá-la, mas o desejo que sinto em tocá-la é mais forte
que eu, a fome que sinto daquela garota é descomunal, me
descontrolo e beijo a curva do seu pescoço, necessito sentir seu
gosto. Vou distribuindo pequenos beijos em seu pescoço e sigo para
seu rosto. Ela é tão macia, tão sedosa, tão gostosa, meu pau está
duro como pedra e sinto doer de tanto tesão. Começo a acariciá-la
mais ferozmente quando ela acorda e dá um pulo da cama se
afastando de mim.
Ela me olha com aqueles olhos negros parecendo duas
jabuticabas e vejo o pavor que há neles. Fico irado, ela não deveria
ter se afastado de mim, já havia lhe avisado que ela me pertencia.
Meus olhos transmitem toda minha ira e ouço sua voz em um
sussurro.
- Perdão Don, estava dormindo e agi sem pensar.
Sua voz amedrontada e suave tem o poder de me acalmar,
percebo que ela se afastou por não saber quem a estava tocando,
em suas poucas palavras sinto que cada célula daquela menina
transpirava obediência a mim.
- Venha aqui! – Ordeno, batendo a mão em meu colo.
Ela treme, e mesmo apavorada me obedece. Quando
obedientemente senta em meu colo a puxo para o meu peito, rodeio
sua cintura e a aperto contra mim. Sinto o corpo do meu anjo
trêmulo e ouço as batidas retumbantes do seu coraçãozinho. Senti-
la contra meu corpo é o maior prazer que já experimentei em toda
minha vida. Fico muito tempo com ela em meus braços até sentir
que seu tremor e as batidas do seu coração se acalmem.
Ergo o seu queixo com carinho para que possa me olhar nos
olhos. Porra! Aqueles olhos seriam minha perdição, neste momento
tive esta certeza.
- A quem você pertence Graziela?
Mesmo saindo dura minha voz, não consigo disfarçar a
rouquidão do desejo que sinto por ela.
- Ao senhor meu Don. – Putz! Enlouqueço com sua
submissão, mas me mantenho firme e me controlo, não quero
assustá-la mais que o necessário.
- Sim Graziella, você me pertence, seu corpo e sua alma são
meus e nunca mais quero que se afaste de mim e de meus toques
entendeu?
Ela balança a cabeça afirmativamente e permanece com os
olhos abaixados.
- Olhe para mim!
Ela obedece.
- Diga que entendeu Graziella.
- Sim Senhor, entendi.
- Ótimo. Agora me diz se algum homem tocou em seu corpo,
em seus lábios, em seus seios.
- Não senhor, nunca ninguém me tocou.
- E seu pai anjo, ela a tocou de alguma forma? – Pergunto,
pois, preciso ter certeza que aquela criatura divina jamais tinha sido
tocada, e sei que posso esperar qualquer coisa do porco do Vitório
Moretti.
- Só em meus braços quando ele me segurava para me
surrar. – Ela fala num sussurro e sinto seus olhos se encherem de
lágrimas não derramadas com as lembranças dos castigos do pai.
Meu ódio por aquele maldito cresce ainda mais, se possível,
só de imaginar ele ferindo minha princesa, mas fico aliviado em
saber que ela é intocada. Sempre gostei de mulheres experientes,
que sabia o que queriam e que sabiam proporcionar o que um
homem como eu deseja, mas o sentimento de posse e
exclusividade que sinto em relação aquela menina beira a loucura.
- Ele não irá te ferir mais anjo, nunca mais ele chegará perto
de você princesa linda.
- Ele morreu? – Pergunta timidamente.
- Não, ele não está morto, o estamos torturando, depois vou
matá-lo.
Ela balança a cabeça e resolvo testá-la.
- Quer que o deixe vivo ou quer que ele morra princesa? O
que desejar farei.
Jamais deixaria aquele rato vivo, mas minha menina não
precisava saber, e eu queria ver o que ela sentia por aquele infeliz.
Ela continua obediente, pois não desvia os olhos dos meus e
diz.
- Quero que ele morra senhor.
Putz! Ela me surpreendeu, apesar de ser obediente até os
ossos, seu coraçãozinho é rancoroso e ela odeia o pai. Neste
instante decido que não quero o seu ódio, e farei de tudo para que
ela não me despreze, mesmo fazendo-a minha contra sua vontade.
Sei que não deveria me impor a ela, nunca tive que obrigar uma
mulher a se entregar para mim, elas caiam em meus braços que
chegava a irritar, mas não havia nada de coerente em minhas ações
quando se tratava dessa garota, eu a reivindicaria sem ela vir até
mim por vontade própria. Poderia seduzi-la e fazer com que se
apaixonasse por mim, mas isso levaria tempo e meu desejo insano
por ela não me permitia este tempo.
- Ele morrerá querida, em breve ele não existirá mais e você
se livrará dele para sempre. Agora me diz menina, você sabe o que
acontece entre um homem e uma mulher?
Ela nega.
- Eles se tocam e se beijam. Você já beijou alguém?
- Sim senhor Don, já beijei.
O ciúme e o ódio dominam meu ser e sei que vou matar
quem a beijou, busco manter a calma e pergunto quem ela beijou.
Ela me olha inocentemente e responde.
- Quem você beijou Graziela? Responda. – Pergunto
furiosamente.
- Eu já beijei minha mãe, minha irmã e a Naná minha babá.
Solto uma gargalhada, e a vontade de tomar aqueles lábios
doces é imperiosa mas busco todas as minhas forças para refrear
meus instintos.
Ela me olha assustada com minha risada e depois de um
tempo seu rosto ruboriza e ela sorri de volta para mim.
Puta que pariu! Ela é simplesmente perfeita, seu sorriso é
como fogo que aquece meu coração.
Acaricio seu rosto e peço com gentileza.
- Me beija como você as beijava.
Ela alcança meu rosto e dá um beijo em minha bochecha.
Meu pau ganha vida e ela percebe se esfregando nele tentado evitar
o contato. Gemo de tesão e a seguro fazendo-a ficar parada antes
que eu enlouqueça de vez.
- Você sabe que um homem e uma mulher se casam e
dormem no mesmo quarto não sabe? Igual seu pai e sua mãe.
Ela assente, e dessa vez deixei passar não ter ouvido sua
voz, pois a tristeza em seus olhos era evidente ao ouvir que sua
mãe dormia no mesmo quarto que seu pai.
- Nós não vamos nos casar menina, mas você pertence a
mim e irá dormir comigo em meu quarto.
Ela arregala os olhos e vejo desespero em seu olhar, e pela
primeira vez em minha vida sinto remorso em deixar alguém triste
que não faça parte da minha família e Lorenzo a quem estimo como
irmão.
- O senhor vai me machucar?– Ouço sua pergunta inocente
feita com lábios trêmulos.
- Não anjo, não a machucarei, lembra da minha promessa?
Eu nunca minto e jamais a machucarei. Só a castigarei se você me
desobedecer e me desrespeitar.
- Jamais o desrespeitarei e desobedecerei o senhor.
- Então não teremos problemas pequena, eu só quero você e
só te darei carinho.
Ela assente e decido que por hora chega. Dou um selinho
naqueles lábios macios e coloco ela na cama.
- Agora durma, a noite conversaremos mais.
Viro-me para sair, ao chegar na porta ouço sua voz
amedrontada.
- Senhor!
- Diga anjo.
- Como estão minha mãe e minha irmãzinha?
- Elas estão bem querida, se você for uma boa menina
amanhã te levo para vê-las.
Seus olhos brilham quando faço a promessa e me sinto um
idiota pela satisfação que sinto em lhe trazer um pouquinho de
felicidade.
Saio, tranco a porta, sei que ela não ousaria sair do quarto
sem permissão, mas quero evitar que ninguém a não ser eu e
Belamina, nossa governanta, tenha acesso ao meu anjo.
Finalmente vou para o meu quarto descansar, e antes de
dormir vem o pensamento que irei sonhar com um belo anjo de luz,
sorrio e caio num sono profundo.
Capítulo dez
Graziella Moretti
Acordo sentindo mãos tocarem meu corpo e
automaticamente dou um pulo da cama e me afasto das mãos que
me tocam. Com o susto percebi que era tocada pelo Don Vincenzo
Ferrari. Seus olhos demonstravam fúria pela minha reação e senti
um medo atroz dele me castigar pela minha ousadia. No dia anterior
ele me disse que eu pertencia a ele, e eu me afastei de seus toques
de forma abrupta, mesmo sabendo que eu não era dona de mim,
nem do meu corpo.
Receosa olho assustada para seu rosto e forço minha voz
para me desculpar, ela sai em um sussurro.
- Perdão Don, estava dormindo e agi sem pensar.
Sinto que com o pedido de perdão seu olhar se abranda e
suspiro aliviada, então ouço sua voz me ordenando.
- Venha aqui! – Bate a mão em seu colo.
Obedeço, sei que de minha obediência depende minha vida e
de minha família. Mesmo apavorada sento em seu colo, nunca tinha
ficado tão próximo de um homem como agora, meu coração está
acelerado e não tem uma fibra de meu corpo que não treme.
Ele me puxou para seu peito e rodeia minha cintura, me
apertando contra si. Sinto um misto de sentimentos que não sei
nomear, nunca havia sentido nada igual, se estive em pé com
certeza não conseguiria me manter.
Ele fica comigo em seus braços, é carinhoso e uma sensação
boa de segurança me invade. Pouco a pouco sinto que meu corpo
vai parando de tremer e meu coração se acalma. Sinto um calor
gostoso se espalhando por todo o meu corpo e um formigamento
com uma pitada de dor entre minhas pernas. Não sei o que significa
e sinto-me perdida perante essas sensações.
O Don ergue meu queixo com um toque suave, fazendo com
que nossos olhos se fixem, e me pergunta.
- A quem você pertence Graziella? – Sua voz sai diferente do
normal, meio rouca, o que me faz ficar com medo novamente. Sei
que sou dele e respondo rapidamente com pavor.
- Ao senhor meu Don. – Digo com submissão.
- Sim Graziella, você me pertence, seu corpo e sua alma são
meus e nunca mais quero que se afaste de mim e de meus toques,
entendeu?
Ele afirma e questiona se entendi, obediente balanço a
cabeça em entendimento, tenho muito medo dele ficar zangado
comigo e me surrar como papai fazia, mas o que mais me apavora é
saber que ele poderia machucar minha mão e Gaia se eu não o
obedecesse. Abaixo meus olhos com medo de o encarar, papai
jamais permitia que o olhasse nos olhos dizendo que era falta de
respeito e que por sermos mulheres não erámos dignas olhá-lo nos
olhos.
Ele ordena novamente.
- Olhe para mim!
Obedeço sua ordem e o encaro.
- Diga que entendeu Graziella.
- Sim Senhor, entendi.
- Ótimo. Agora me diz se algum homem tocou em seu corpo,
em seus lábios, em seus seios.
Ele me pergunta sério, fico com vergonha mas respondo seu
questionamento.
- Não senhor, nunca ninguém me tocou.
- E seu pai anjo, ela a tocou de alguma forma? – Estranho
seu questionamento, papai jamais tinha me tocado da forma que ele
estava perguntando, ele era muito rígido e mamãe sempre dissera
para mim e para Gaia que ninguém podia tocar em nosso corpo,
pois devíamos permanecer intocadas até nosso casamento, e
quando nos casássemos nosso marido é que seria o dono de nós e
de nosso corpo. Apesar de não entender bem o que ela dizia,
concordava e não a questionava, sabia que não nos era permito
qualquer questionamento pois erámos mulheres e mulheres tinha
que ser submissas e obedientes. Papai só tocava em mim e Gaia
quando ia nos surrar então falo a ele.
- Só em meus braços quando ele me segurava para me
surrar. – Neste momento lembro-me de todas a surras, humilhações
e dor que ele infringiu a mim, mamãe e Gaia, sinto meus olhos
encherem de lágrimas, mas luto para elas não caírem, se
chorávamos perto de papai era pior e o castigo era uma surra mais
demorada e bruta. Engulo em seco e espero o que ele dirá a seguir.
- Ele não irá te ferir mais anjo, nunca mais ele chegará perto
de você princesa linda.
Meu coração se alivia com seu tom carinhoso, ele já disse
várias vezes que não iria me ferir, e eu estava muito feliz por isso,
preferia a morte que continuar sofrendo castigos físicos.
Quero saber o que aconteceu com meu pai, sei que poderia
ser bobagem de minha parte, mas tenho medo dele aparecer e me
levar com ele. Mesmo com insegurança e com medo ouso
perguntar.
- Ele morreu? – Pergunto timidamente.
- Não, ele não está morto, estamos torturando ele, depois vou
matá-lo.
Fala com voz fria e sem sentimentos, novamente sinto um
arrepio em todos os meus ossos. Apesar desse homem estar me
tratando com carinho sei que não vacilaria um minuto em tirar a vida
de qualquer pessoa, inclusive a minha e da minha família, engulo
em seco e sinto um caroço em minha garganta.
Não me importo que ele mate o meu pai. Eu o odeio e quero
mais é que ele morra e vá para o inferno, só assim me veria
totalmente livre de sua crueldade.
- Quer que o deixe vivo ou quer que ele morra princesa? O
que desejar farei.
Fico admirada com sua pergunta, era como se o destino do
meu pai estivesse em minhas mãos. Sinto que sou uma menina
malvada e sem sentimentos quando penso que preferia ver meu pai
morto e que ele sofresse um pouco do que tinha sofrido no decorrer
de minha vida. Então digo sem hesitar.
- Quero que ele morra senhor.
Sim queria a morte do meu pai e nesse momento sentia que
eu era sua carrasca.
- Ele morrerá querida, em breve ele não existirá mais e você
se livrará dele para sempre. Agora me diz menina, você sabe o que
acontece entre um homem e uma mulher?
Sinto aliviada quando ele diz que vai matá-lo, a morte era
mais que merecida para meu pai. Mas quando ele me pergunta se
sei o que acontece entre um homem e uma mulher, sinto-me
confusa, eu não sei, minha mãe nunca falou nada para mim e para
Gaia sobre esse assunto. Minhas professoras também não. O que
eu sei é que um homem e uma mulher se casam e depois tem
bebês, pois mamãe deu a luz para mim e Gaia depois que se casou
com meu pai, mas realmente não sei nada sobre o que faz um
homem e uma mulher. Fico envergonhada com a pergunta, talvez
ele se irrite comigo por ser tão ignorante em relação as coisas do
mundo, mas eu não tenho culpa se vivi reclusa minha vida inteira.
Com um acenar de cabeça nego respondendo sua pergunta.
- Eles se tocam e se beijam. Você já beijou alguém?
Nossa eu realmente não sabia que um homem e uma mulher
se beijavam, quer dizer, eu acordei com ele me acariciando e me
beijando, mas nunca tinha visto meu pai tocando e beijando minha
mãe. Quando ele pergunta se eu já beijei, acho graça e tenho
vontade de rir, mas não o faço com medo de sua reação, é claro que
já beijei, mamãe é muito carinhosa e sempre me beijou e a Gaia
também, e sempre retribuímos seu carinho, beijava minha irmã
também, ela era nossa menininha. Então respondo sua pergunta
com sinceridade.
- Sim senhor, já beijei.
Vejo que ele fica possesso com minha resposta, não entendo
porque ele ficou tão bravo, novamente fiquei com medo, mas eu não
podia mentir e respondi a verdade, como poderia omitir dele que já
tinha beijado? Temerosa fico esperando o que dirá
- Quem você beijou Graziela? Responda. – Pergunta
furiosamente.
- Eu já beijei minha mãe, minha irmã e a Naná minha babá. –
Minha voz quase não sai de tanto medo que fico com sua reação.
Ele solta uma gargalhada e não entendo mais nada, na
mesma hora que estava furioso ele gargalhava, não entendi sua
reação. Olho para ele assustada com sua risada e depois de um
tempo sinto que rosto ruboriza e aliviada por ver que ele não estava
mais bravo comigo deixo um sorriso tímido bailar em meus lábios.
Ele acaricia meu rosto com gentileza e eu gosto muito do seu
toque.
- Me beija como você as beijava. – Ele pede.
Alcanço seu rosto com meus lábio e encosto em sua
bochecha dando um beijo rápido. Meu coração dispara e sinto
vontade de beijá-lo mais, pois o toque dos meus lábios em sua pele
me deixa toda arrepiada, e novamente a sensação de formigamento
e dor entre minhas pernas aparece. Ouço um pequeno gemido que
sai de seus lábios como se ele estivesse sentindo alguma dor e fico
sem saber o porquê da sua reação.
- Você sabe que um homem e uma mulher se casam e
dormem no mesmo quarto não sabe? Igual seu pai e sua mãe.
Ele continua me bombardeando de perguntas, e eu assinto,
mas fiquei triste ao me lembrar que mamãe dormia no mesmo
quarto que meu pai, pois era lá que ela sofria toma agressões ao
longo de sua vida.
- Nós não vamos nos casar menina, mas você pertence a
mim e irá dormir comigo em meu quarto.
Fico apavorada com a informação que ele me dá. Tenho
medo de dormir no mesmo quarto que ele, embora ele disse que
não irá me machucar, tenho medo de fazer algo que não o agrade e
ele mude de ideia e me castigue.
- O senhor vai me machucar? – Pergunto, não consegui me
segurar pois estava com muito medo.
- Não anjo, não a machucarei, lembra da minha promessa, eu
nunca minto e jamais a machucarei. Só a castigarei se você me
desobedecer e me desrespeitar.
Novamente sinto o alivio tomar conta do meu corpo e digo.
- Jamais o desrespeitarei e desobedecerei ao senhor.
- Então não teremos problemas pequena, eu só quero você e
só te darei carinho.
- Agora durma, a noite conversaremos mais.
Ele ordena e me deito como ele mandou.
Ele já estava chegando a porta quando num rompante de
coragem ouso chamá-lo.
- Senhor!
- Diga anjo.
- Como estão minha mãe e minha irmãzinha?
- Elas estão bem querida, se você for uma boa menina
amanhã te levo para vê-las.
Meus olhos brilham de contentamento com a promessa
recebida. Eu seria sempre uma boa menina e se aquele homem
assustador e ao mesmo tempo carinhoso mantivesse a palavra eu
não seria mais castigada e poderia ver sempre minha mãe e Gaia.
Sinto a felicidade se apossar do meu coração, se minha vida
fosse da forma que ele prometera com certeza seria muito melhor
do que a tinha vivido até agora, não haveria castigo, nem dor e
principalmente, não haveria mais meu pai em nossas vidas.
Ele sai do meu quarto e eu suspiro feliz, apesar de ainda
sentir muito medo do senhor Vincenzo, ele estava sendo muito bom
comigo e eu gostava dele.
Capítulo onze
Vincenzo Ferrari
Acordo sobressalto e olho para a tela do meu celular, putz!
Dormi mais que o esperado. A tarde já estava findando e eu
precisava dar continuidade ao plano de acabar com todos os
traidores infiltrados na Cosa Nostra com o intuito de derrubar a
família Ferrari. Estamos em guerra e apesar de termos capturados
os dois principais traidores ainda temos inimigos ocultos, não posso
me dar ao luxo de dormir tanto, em tempos de guerra qualquer
deslize significaria a morte.
Desço e sigo direto para meu escritório, no meio do caminho
encontro Belamina e ordeno para que ela pegue todas as coisas de
Graziela e leve para meus aposentos, inclusive a menina. Sei que
não posso me dispersar dos meus objetivos, porém se eu não
possuísse aquela mulher iria enlouquecer, ela estava ferrando com
minha cabeça. Sorrio ao imaginar ela em minha cama quando fosse
dormir e meu pau dá sinal de vida. Procuro desfocar meus
pensamentos da bela ragazza e entro em meu escritório onde
Leonardo e Lorenzo já estão me esperando.
- Que felicidade é esta Vincenzo, o que você está
aprontando? – Leonardo questiona ao perceber meu ar de riso.
- Nada que você tenha que se preocupar Leonardo.
Falo duro com meu irmão, não deixaria que ninguém
percebesse o quanto a garota estava mexendo comigo.
Leonardo finge que não me ouviu e começamos a traçar
estratégias para descobrirmos todos os aliados contra nós, não
poderíamos deixar ninguém sobreviver, eles serviriam de exemplo
para que ninguém ousasse a enfrentar a família Ferrari. Morte aos
inimigos esse era o mantra de nossa organização.
Tínhamos que arrancar informações daqueles traidores,
nossos soldados estavam trabalhando neles, e após arrancarmos
tudo o que nos era útil iria mandá-los para o inferno.
- Precisamos de um hacker para ajudar Luigi, meu pai não
confiava na tecnologia, mas temos que nos adaptarmos a ela, o
mundo é tecnológico e ela será de grande a ajuda para nós. – Falo.
- Verdade irmão, conheço um cara que estudou comigo e é
um gênio, tenho certeza que ele irá nos ajudar.
- Contate-o Leonardo, precisaremos dele para descobrirmos
mais rápido esses filhos da puta.
- Certo, não será fácil encontrá-lo, o cara é escorregadio mas
tenho meus contatos.
- Faça o que for necessário.
- Lorenzo vamos a Perdição tenho certeza que se formos
espertos encontraremos algum rato por lá?
- Certo Don.
Eu e Lorenzo saímos para ir a nossa principal boate, era a
única que recebia pessoas de todas as máfias, um campo neutro.
Ela tinha ficado fechada por dois dias após a morte de meus pais,
mas já estava trabalhando a todo vapor.
Martinno meu segurança pessoal e fiel escudeiro como
sempre me acompanhou, e mais dois carros com seis seguranças
faziam minha escolta. Um carro ia a nossa frente e outra atrás.
A mansão Ferrari ficava em uma área afastada da cidade, já
estávamos na metade do caminho quando o carro que fazia minha
escolta passou em uma encruzilhada e escutamos um estrondo, o
carro foi atingido capotando.
Martinno freou bruscamente e gritou.
- Estamos sendo atacados! Se abaixa Don.
Sei que meus homens me protegem com suas vidas, se eu
viesse a morrer a organização estava ameaçada, mas não sou
homem de fugir da batalha.
- Estamos cercados, não temos saída. – Grita Lorenzo.
Olho para todos os lados e vejo mais de cinco carros e cerca
de vinte homens atirando em nossos carros.
Os sons das balas ricocheteavam na blindagem dos nossos
veículos e vejo que se não agisse corretamente iríamos morrer se
fossemos capturados.
- Me dê seu canivete Lorenzo.
Ele me passa o canivete e rasgo o a traseira do banco do
motorista de onde tiro quatro granadas.
- No três você abre o vidro até a metade Martinno.
- Deixa que eu lanço a granada Don, é muito perigoso. –
Lorenzo está preocupado comigo.
- Não, eu sou o melhor em lançamento Lorenzo, quando eu
lançar as granadas quero que saiam e acabe com eles é nossa
única chance.
Ponho o rádio na escuta e passo a mesma ordem aos
soldados que estavam em nosso outro carro.
Conto até três e Martinno abre a janela, ele e Lorenzo já
estavam com as metralhadoras em mãos.
Com agilidade lanço a granada do meu lado direito e ouço a
explosão e muitos gritos, Lorenzo neste momento desce do carro e
atira para todos os lados. Sou tão rápido que num momento de
dispersão de nossos inimigos devido a explosão da granada, já
havia lançado uma do lado esquerdo e traseiro, com isso Martino e
nossos três soldados avançam acabando rapidamente com todos os
infelizes.
- Verifique se há sobreviventes. - Ordeno a Martinno e aos
outros soldados e eu e Lorenzo vamos até nosso carro onde
constatamos que os soldados que estavam no carro a frente nos
protegendo estão mortos.
Neste momento Martinno chega e diz.
- Só tem um que ainda respira Don, não sei se
conseguiremos alguma informação do desgraçado.
Vou até onde o infeliz está e vejo que está vomitando sangue,
ele não iria aturar muito. Pego pelo colarinho e o sacudo em fúria.
- Quem é você desgraçado? Quem te mandou?
O homem não consegue falar, mas solta um balbucio e ali
identifico que era albanês, os desgraçados do Vitório Moretti e
Santino Gallo se aliaram aos albaneses para acabar conosco.
- São albaneses. – Lorenzo fala o que eu já sabia.
- Acho que já descobrimos com quem os desgraçados
traidores se aliaram.
- Sim, sem sombra de dúvidas estão com os albaneses, mas
para nós é melhor, seria mais complicado se estivem se aliado aos
russos.
- Exatamente, os albaneses podem ser fortes, mas são muito
desorganizados prova disso foi a derrota deles hoje, nós seis
acabamos com vinte e três homens deles, e olha que fomos
emboscados.
Neste momento lembro que Leonardo tinha saído
acompanhado somente com três soldados, liguei preocupado com
ele, no segundo toque ouço sua voz e respiro aliviado.
- Fala irmão. – Ele atende o telefone.
- Tudo bem com você?
- Sim, tudo bem, aconteceu algo?
Relato para ele os últimos acontecimentos e peço para ele
nos encontrar na boate, não era momento de ficarmos isolados.
Assim que encerro a chamado ligo para Luna, ele está em um
colégio interno, usando nome falso, no interior da Itália. Somente eu,
Leonardo e Lorenzo sabíamos onde ela estava. Foi necessário
tomarmos esta atitude para sua segurança. Assim que não haver
mais perigo iremos buscá-la.
Martino deu ordem para que outros soldados viessem nos
escoltar substituindo os que perdemos, também solicitou nossa
equipe de limpeza para recolher os corpos e enviá-los a suas
famílias que teriam a partir daí toda a assistência necessária da
Cosa Nostra para que vivessem com tranquilidade pelo resto de
suas vidas, nós cuidávamos dos nossos.
Chegamos na boate e fomos direto para o bar, um sorriso
zombeteiro pairava em meus lábios, eu sorria com os lábios, mas
meus olhos eram frios como aço e quem realmente me conhecia
sabia do ódio corria em minhas veias.
Pedimos nossa bebida e ficamos no balcão analisando o
ambiente, toda atenção era pouca, analisando todos os rostos que
víamos pela frente, alguém tinha que se entregar.
Meia hora depois Leonardo chega e se junta a mim e
Lorenzo, Martinno e os outros soldados estavam distribuídos entre a
multidão que lotava a boate.
- Tudo bem com vocês? – Pergunta preocupado.
- Sem nem um arranhão, acabamos com todos os
desgraçados. – Lorenzo é quem responde.
- Encontrou o hacker? – Pergunto.
- Sim, amanhã às nove ele estará na mansão.
Aceno e ficamos por ali falando sobre a emboscada, já
passava das vinte e três horas quando Antônio o gerente da
Perdição desce do escritório, assim que ele nos vê fica branco, nos
entreolhamos e já sabíamos que tínhamos encontrado mais um rato,
a noite ficaria mais divertida.
Vejo que ele se recupera rapidamente do susto, disfarça e
vem nos cumprimentar.
- Que prazer em recebê-los Don.
- Como vai Antônio?
- Tudo tranquilo senhor.
- Que bom, viemos espairecer, a noite de ontem foi meio
tumultuada e nada melhor que bebida, música e mulher para
relaxar- Falo ironicamente.
- Soube que capturou os ratos Don, fico feliz que Don
Frederico tenha sido vingado.
- Ainda há ratos Antônio e esmagaremos todos eles. –
Leonardo é quem retruca.
- A guerra apenas começou meu caro. – Lorenzo
complementa.
- Fiquem à vontade, estarei em meu escritório caso precisem
de mim.
- Obrigado amigo, pode trabalhar tranquilo estamos à
vontade. – Sorrio para ele, e sinto que o homem fede a medo.
Ele sobe e Martinno a mando de Lorenzo já espera o infeliz
no escritório.
Nós éramos treinados de tal forma que assim que vimos que
o desgraçado era um traidor, Lorenzo já enviou uma mensagem
para que Martinno e quatro soldados subisse para o escritório que
ficava do piso superior. Íamos pegar o infeliz no ninho.
Ficamos mais uns quinze minutos no bar conversando
amenidades, deixando Martino se divertir um pouco com o
maledetto. Depois subimos.
- Ora, ora, ora parece que há mais um rato na ratoeira. –
Sorrio ao ver o nariz do cara arrebentado e ele ajoelhado, dois
soldados o segurava pelos braços e outro erguia sua cabeça pelos
cabelos.
- Senhor eu não estou entendo, jamais o trairia meu Don.
Sento tranquilamente em uma cadeira de rodinhas que ficava
de frente a sua mesa e deslizo até chegar próximo ao seu rosto.
Abaixo a cabeça e fico a centímetros dos seus olhos.
- É mesmo Antônio, foi impressão minha ou ele ficou
surpreso ao nos ver lá em baixo Leonardo?
- Deve ser impressão sua Don, Antônio jamais nos trairia. –
Leonardo zomba.
- O que acha Lorenzo? – Adoro brincar com o medo das
minhas presas, e o infeliz já tinha urinado nas calças de tanto medo.
Apesar de pertencer a máfia ele não era soldado de campo e não
iria aguentar muito em minhas mãos.
- Vamos fazer o seguinte desgraçado, você nos conta tudo
que sabe e morre rapidamente ou Martinno pode brincar com você
por muito tempo. Martinno dá um sorriso sinistro para o homem que
chora sem parar.
- Agora eu pergunto e você responde, sem mentiras ou
rodeios, ok?
Ele acena e eu dou uma rodadinha com a cadeira e estalo a
língua, abrindo meu melhor sorriso de escarnio.
- Quem te aliciou?
Ele demora a responder e Lorenzo me entrega uma arma
com silenciador e atiro em seu ombro, o homem berra, é um fraco e
covarde, e eu abomino os fracos e covardes.
- Foi o Vitório. – Reponde gemendo.
- O que ele te ofereceu? – Continuo o interrogatório.
- A boate.
- Hummm.... Quem orquestrou a emboscada de hoje?
- Os albaneses, eles queriam resgatar Vitório e Santino.
- Olha que ele está falando sem eu nem perguntar, está
aprendendo o ratinho.
Me levanto atiro em seu outro ombro e entrego a arma para
Lorenzo.
- Tira tudo dele, pra mim por hoje deu, vou para casa. Vamos
Leonardo.
- Pode deixar Don, será um prazer cuidar do nosso ratinho
aqui.
Desço as escadas acompanhado por Martinno que é minha
sombra, Leonardo vem junto. Entrego a gerência da boate a Giovani
um barman que é leal a mim e sigo para mansão. Não vejo a hora
de me enterrar em minha menina.
Capítulo doze
Vincenzo Ferrari
Chego a mansão bastante cansado, o dia foi intenso e os
inimigos não davam trégua. Vou direto para o meu quarto preciso de
um banho e ver meu anjo, ela provavelmente já estava instalada em
meu quarto. Sei que a garota é inocente até o último fio de cabelo,
não entende nada da vida, seu conhecimento sobre o
relacionamento entre um homem e uma mulher era o de uma garota
de oito anos. Se eu fosse um homem bom daria a ela o tempo
necessário para que aprendesse sobre sexo, acontece que não sou
bom, e o desejo que sinto por aquela menina desde o momento em
que pus meus olhos nela é insano, beirava o desespero e ela
aprenderia a ser mulher em meus braços, não tinha como ser
diferente, eu a desejava e não costumava me privar dos meus
desejos. Ela era filha do maior traidor de todos os tempos da Cosa
Nostra, o homem responsável por matar o todo poderoso Don
Frederico Ferrari e sua esposa, se eu não a reivindicasse como
minha amante provavelmente seu destino seria o pior possível, não
costumávamos matar crianças e mulheres, mas por ser filha do
desgraçado traidor tenho certeza que o conselho iria decidir mandá-
la para um de nossos prostibulos.
Ao entrar em meu quarto me deparo com uma cena que me
faz tremer de antecipação. Meu anjo estava dormindo em minha
cama vestida com um shortinho e uma blusinha de seda que mal
cobria seu corpo delicioso.
Sinto minha boca salivar de antecipação e meu pau está tão
duro que chega dói de desejo. A garota dorme tranquilamente e
aparentemente está tão serena que não parece ter vivenciado
momentos de turbulência e desespero em sua vida.
Me aproximo da cama e cheiro os seus cabelos, desço para
curva de seu pescoço e dou um beijinho de leve, não quero acordá-
la ainda, preciso tomar um banho primeiro, pois sei que depois que
tocá-la irei até o fim.
Mesmo a contragosto me afasto e sigo para o banheiro, ligo o
chuveiro e deixo na água quente, sinto queimar todo o meu corpo,
mas não me importo. Necessito tirar toda sujeira adquirida durante
aquele dia. Eu era um monstro, sombrio e obscuro, minha alma era
negra e eu com certeza não tinha salvação, e estava prestes a
trazer para minha treva um anjo puro e inocente. Eu iria inundá-la
com minha maldade, e, a água quente que escaldava o meu corpo
me dava a sensação de tirar um pouco da imundice que era
consumido.
Demoro bastante em meu banho, em seguida pego uma
toalha me seco e coloco um roupão atoalhado cobrindo meu corpo,
faço minha barba por não querer macular a pele perfeita do meu
anjo de luz, escovo os dentes e volto para o quarto.
Minha pele arde em consequência do banho na água quente,
vou até um pequeno bar que fica no canto do meu quarto e sirvo
uma dose de whisky, preciso relaxar um pouco. Sento em uma
poltrona acolchoada e reclino meu corpo, tomo vagarosamente
minha bebida, porém não consigo tirar os olhos do meu anjinho
adormecido. Logo sua pureza será tomada por mim, e dou um
sorriso, sim, tiraria sua virgindade e a faria minha mulher.
Após tomar o meu whisky me levanto e vou até a cama,
antes de me deitar ao seu lado abro a gaveta da mesinha de
cabeceira e tiro um pacote de camisinhas, por mais vontade que eu
tenha de me enterrar dentro dela sem proteção e sentir sua carne
quente e macia em volta do meu pau, não posso arriscar por um
filho meu no ventre dela, não ainda.
Tiro o roupão e deito ao seu lado completamente nu, meu
corpo está todo dolorido pelo desejo reprimido desde o momento
que a vi. Começo acariciando seus cabelos sedosos, macios e
cheirosos, já não uso da mesma suavidade que usei antes de tomar
banho, sigo para o seu rosto e contorno seus lábios carnudos, eles
são um convite ao pecado. Colo minha boca na sua e sugo seu
lábio inferior, ela se mexe e sei que está despertando. Minha
princesa é obediente e quando abre seus olhos assustados não me
afasta, ela sabe que me pertence.
Com os olhos arregalados ela me fita e sinto seu corpo
trêmulo e retesado, sinto que está com medo, mas não se afasta.
Preciso ouvir sua voz então pergunto.
- Tudo bem ragazza?
- Sim senhor. – Ela responde num sussurro, sua voz sai
trêmula.
- Vou te ensinar o que um homem e uma mulher faz quando
estão juntos, vou tocar o seu corpo e te fazer minha mulher.
Digo com firmeza para que ela entenda que não pode me
recusar.
- Sim senhor. – Fala novamente e meu pau endurece mais
ainda, se possível, ao ver sua submissão.
- Quero que me chame de Vincenzo quando estivermos
sozinhos, e de Don na frente das pessoas, entendeu Graziela?
- Sim senh...Vincenzo.
Gemi ao ouvir meu nome daqueles lábios carnudos e
sensuais. Minha menina podia não conhecer muito da vida, mas era
inteligente.
- Vou te ensinar uma nova forma de beijar, colocarei minha
língua em sua boca e você dará passagem para ela. Depois é só
seguir meus movimentos.
Termino de falar e não espero sua resposta, colo minha boca
na sua que se abre para receber minha língua. A tomo num beijo
bruto e faminto, ela corresponde com movimentos imprecisos, mas
deliciosos.
Sua inexperiência é gritante, mas seu gosto é divino, e eu
não paro de devorar sua boca. Sinto que seu corpo estremece
quando a puxo de encontro ao meu corpo, meu aperto é firme e
seguro, o sentimento de posse que sinto em relação a ela é louco,
saber que nenhum homem a tocou e que seu corpo é virgem da
cabeça aos pés me deixa alucinado.
Escorrego a mãos por seu corpo tocando-o por inteiro por
cima da barreira de suas roupas, evito tocar seu seio e sua boceta,
quero que se acostume com meus toques antes de avançar. Pego
suas nádegas e a puxo de encontro com meu pau, deixando nossos
sexos se encontrarem. Ela tenta tirar sua boca da minha e permito
para que ela possa respirar. Seus olhos denotam surpresa, medo e
desejo, demonstrando que ela está ciente do meu pau. Suas
bochechas estão coradas, porém ela não diz nada deixando-se
tocar por mim.
Ajoelho na cama e seus olhos esbugalham ao ver meu pau
duro, grosso e grande empinado para ela. Retiro sua blusinha de
seda e dois seios maravilhosos saltam ao meu deleite. Eles são
grandes e firme e eu abocanho-os com minhas mãos, do um aperto
firme neles, mas com cuidado de não os machucar. Brinco com seus
mamilos enrijecidos, esfregando-os em meus dedos, a garota dá
seu primeiro gemido para meu prazer. Seus olhos agora se
tornaram mais escuros que a noite deixando transparecer o desejo
que eu estava despertando em seu corpo virgem.
Volto a beijar sua boca, porra! Era a melhor boca que já
provei, mas continuo amassando seus seios.
Quando sinto que ela está completamente entregue a mim,
me separo, com muito esforço de sua boca e desço as mãos por
seu corpo lentamente até chegar no cós de seu shortinho.
- Ergue a bunda anjo, deixa eu despi-la.
Ela me obedece e eu deslizo a shorts junto com sua calcinha,
deixo-a completamente nua. Automaticamente ele fecha as pernas
para esconder sua boceta, neste momento ela está roxa de
vergonha.
- Abra as pernas para mim Graziela! – Ordeno com voz rouca
de tesão, porém dura. Ele me obedece.
Nunca me deliciei tanto em minha vida como agora ao ver
sua boceta aberta e molhada para mim. Minha menina podia ser
pura, mas seu corpo foi feito para o sexo, somente com meus
toques ela já está pingando para mim.
Subo em cima dela com cuidado para não a machucar,
comecei dando pequenos beijos em seu rosto, colo e pescoço, até
que meus lábios tomaram um dos seios, suguei com força seu
mamilo e ela geme, tentando de se controlar.
- Geme para mim coração, quero ouvir seus gemidos, eles
são meus para o meu prazer, não se contenha comigo, nunca.
Volto a sugar seu seio e desço a mão para sua boceta. Toco
o montinho de nervos entre suas pernas o fricciono.
- Vincenzo! Ahhhh.....- Minha bonequinha grita, e neste
momento quase perto o controle e me enterro dentro dela como eu
desejo.
Mas forço a me controlar, quero que minha menina sinta
prazer em estar comigo, que não tenha medo ou receio em se
entregar e para isso necessito ir com calma, era sua primeira vez e
por mais que eu não queria sei que iria lhe causar dor.
Estou completamente ensandecido de desejo, coloco um
dedo em seu canal apertado e quente.
Encaro os olhos da minha menina inocente, mas ela está
toda desejosa para mim, ela ergue os quadris demonstrando sem
saber o quanto necessitava de mim, seus gemidos são consecutivos
me deixando tonto de tanto tesão.
- Preciso sentir seu gosto preciosa, será que é tão doce como
imagino?
Falo e não espero sua resposta, tiro minha boca do seu seio,
e vou até sua boceta, sinto o cheiro de tesão que vem dela ante de
chupar com gosto seu clitóris.
- Haaaaaaa...!!!! - Minha menina grita, tenho certeza que toda
a mansão deve estar escutando seus gritos, e isso me enlouquece,
quero que todos ouçam que aquela mulher é minha e que eu a
estava marcando como minha posse.
Meto a língua o mais fundo que consigo a fodendo sem parar.
- Porra! Que boceta gostosa Graziella! Vou te chupar tão
gostoso que você vai perder os sentidos quando gozar minha
gostosa.
Ela olha para mim completamente entregue e sei que ela não
está compreendendo nada do que estou falando, mas eu preciso
que ela saiba o que me deixa louco, quero que se lembre o quanto
foi bom sua primeira vez.
Fodo freneticamente sua boceta com a língua e ela rebola em
meu rosto completamente alucinada pelo prazer que ela está
sentindo.
Sugo seu nervo endurecido e a penetro com dois dedos para
prepará-la para mim, estoco num entre e sai não largando seu nervo
por um segundo, a garota agarra meus cabelos desesperada
gemendo, e tenho certeza que ela não tem nenhuma noção que
está puxando meu cabelo com tamanha força, senão ela iria ficar
assustada, mas seu tesão é tão grande que parece que ela se
esqueceu totalmente da realidade.
Sinto que ele vai arrancar meu coro cabeludo tamanha é a
força que impõe em seu descontrole e após mais duas estocadas
com meus dedos em sua boceta melada e quente ela finalmente se
rende ao orgasmo gritando meu nome.
- Vincenzo!
Ergo o meu rosto para observar meu anjo saciado. Porra! Era
a visão do paraíso, ela está com os olhos completamente fechados
e com a boca semiaberta respirando aceleradamente.
- Olha pra mim ragazza!
Ela abre seus olhos languidos de prazer e me encara.
- Gostou carinho? – Pergunto suavemente para ela que
acena.
- Quero ouvir a sua voz pequena.
- Gostei muito Vincenzo!
- Agora eu também quero sentir o mesmo prazer que dei a
você coração, quer me dar prazer Graziella?
Pergunto ao meu anjo, eu preciso mais que me enterrar em
seu corpo, preciso de seu toque.
- Sim Vincenzo, mas eu não sei como te dar prazer. – Ela fala
acanhada.
- Só de você existir coração você me dá prazer, mas agora
quero que se ajoelhe na cama.
Ela obedece. Pego sua mão pequena e guio até ao meu pau
fazendo-a segurá-lo. Depois a ensino movimentos de vai e vem, ela
aprende rápido me deixando completamente louco de prazer.
- Mais forte carinho, pegue mais forte e acelere os
movimentos.
Ela obedece desajeitadamente e meu pau pinga com o pré-
gozo, levo meu dedo colhendo o liquido que sai e ordeno a ela.
- Chupe!
Ela me olha desconcertada e incerta mas obedece, urro de
tesão.
- Deite-se gostosa, preciso estar dentro de você.
Ela obedece e eu abro bem suas pernas para que possa me
receber.
Tomo sua boca num beijo quente e começo a acariciá-la.
Mamo seus peitos e ela já está quente novamente.
Tomo sua boceta com os dedos mamando gostoso seus
peitos, alternado de um para o outro mordicando seus mamilos.
Quando sinto que ela está pronta para mim pego um
preservativo e o coloco. Ela olha com curiosidade.
- Isto se chama camisinha pequena, é para te proteger e não
colocar um bebezinho em você.
Explico para ela que assente mesmo sem entender. Sorrio
com carinho e digo.
- A primeira vez de uma mulher é um pouco dolorida, mas
depois não dói mais. Queria não te machucar coração, mas na
primeira vez é impossível.
Ela só me olha com aqueles olhos parecendo duas
jabuticabas, mas não diz nada, então continuo.
- Se doer muito quero que me diga, tudo bem?
- Tudo bem Vincenzo. – Sua voz sai suave e obediente e eu
gemo.
- Vou devagar querida, mas preciso te tomar agora.
Ela assente e eu pincelo o meu pau na sua entrada.
Ela geme com tesão, então começo a testar todo meu
autocontrole.
Não quero te machucar mais que o necessário. Vou me
afundando lentamente em seu centro até que sinto ela se retesar.
Paro e pergunto.
- Está doendo muito anjo?
- Um pouco, mas eu aguento.
Sorrio com sua coragem e continuo minha decida para o
paraíso.
Quando chego a barreira de seu hímen, olho em seus olhos e
vejo lágrimas que caem em seu rosto.
As capturo com meus lábios e fico parado, sofrendo de tesão.
Quando noto que ela já está mais calma, meto todo meu pau
em seu corpo enquanto ela grita de dor, eu grito de prazer ao fazê-la
minha mulher.
Sinto lágrimas verterem dos seus olhos e suas unhas
cravadas em minhas costas.
- Dói muito Vincenzo, por favor pare. – Ela suplica.
- Shiii... vai ficar tudo bem preciosa, vou ficar quietinho e logo
a dor vai passar,
Ela está com o corpo todo retesado, mas não me afasta.
Torno a capturar seus lábios doces como mel e chupo sua
língua, ela corresponde meu beijo deixando-me completamente
ensandecido.
Gemo contra sua boca, e sinto que minhas bolas irão cair de
tanto que dói por libertar todo a porra acumulada.
- Vou mexer coração.
Faço meu primeiro movimento depois que a tomei por
completo.
- Dói muito ainda querida?
- Um pouco, mas aguento.
Rio com sua coragem.
E com todo meu autocontrole começo a me movimentar num
vai e vem gostoso mas que está longe de satisfazer minha fome.
Ergo suas pernas colocando-as sobre os meus ombros, toco seu
clitóris para que ela possa substituir a dor por prazer.
Não tiro meus olhos do seus, e pouco a pouco percebo que o
desejo começa a dominá-la novamente.
- Delicia de mulher! – Gemo.
Minhas estocadas estão cada vez mais rápidas.
- Tudo bem coração.
- Sim Vincenzo, dói mas é gostoso também.
- Gosta do meu pau princesa?
- Sim. Gosto muito.
- Quer mais querida, quer ele todo enterrado em você gostosa?
Vou falando com ela, mas já sem controle das minhas ações.
Acelero cada vez mais rápido e forte, e ela geme gostoso em
meu pau.
Nossos corpos estão suados, nossas respirações aceleradas,
nossos gemidos alucinados na onda crescente do prazer que nos
acomete.
- Goza para mim Graziela, goza meu anjo delicioso.
- Vincenzo... eu ....ohhhh...
Seus gemidos me mostram que irá gozar novamente, minha
deusa do sexo gozará em meu pau na sua primeira vez, eu urro de
deleite e satisfação em saber que estou proporcionando todo este
prazer a minha garota.
- Vincenzo!! - Ela grita e sinto que seu pequeno corpo
estremece sob o meu.
Minha pequena alcança o orgasmo novamente e desfalece
esgotada pela intensidade do momento.
Seguro seu queixo e forço para que olhe para mim. Então estoco
mais uma, duas vezes e sinto meu corpo tremer com o impacto do
melhor gozo que já tive em minha vida.
Deixo meu corpo cair ao seu lado na cama e busco acalmar
meus batimentos.
Assim que me recupero, dou um beijo suave em sua testa e me
levanto indo ao banheiro retirando a camisinha cheia de sangue do
meu pau.
Um sentimento de posse intenso me toma por inteiro e sei que
aquela mulher seria minha para sempre, jamais a deixaria ir, eu
estava completamente perdido.
Eu que nunca transava mais que uma vez com a mesma mulher,
que após foder eu as deixava imediatamente pois não tinha vontade
de dar ou receber carinho, estava completamente obcecado por
minha doce e intocada virgem, ela a partir de agora se tornou meu
vício.
Pego uma toalha pequena do banheiro e molho com água
morna e me dirijo ao quarto.
Meu anjo está deitada de barriga para cima quietinha. Sento
na beirada da cama e peço.
- Abra as pernas querida, deixe eu cuidar de você.
Ela faz o que peço e eu limpo cuidadosamente, depois vou
até a caixa de primeiros socorros e pego um comprimido para dor e
levo para ela tomar.
- Como você está se sentindo?
- Estou um pouco dolorida mas ficarei bem.
- Amanhã comprarei uma pomada que diminuirá o
desconforto coração, e das próximas vezes não doerá tanto, até que
a dor suma completamente e só reste o prazer minha menina.
Ela arregala os olhos e me pergunta docemente.
- Vamos fazer mais vezes Vincenzo?
- Sim anjo, eu te fiz minha mulher, agora faremos sexo muitas
vezes.
Ela assente e eu não resisto e pergunto.
- Você gostou de fazer sexo comigo anjo?
Ela abre um sorriso tímido e com o rosto todo ruborizado
confessa.
- Foi muito gostoso, você gostou também?
Atrevida teve coragem de me questionar.
- Muito bela, foi maravilhoso.
Apago a luz do abajur, a puxo para os meus braços e digo.
- Agora durma, você precisa descansar.
- Boa noite Vincenzo!
- Boa noite Graziella!
Dou um beijo suave em sua testa e em poucos minutos ouço
seu ressonar, e logo ela dorme profundamente.
Sentimentos de satisfação e plenitude invadem meu corpo, a
certeza que Graziela era minha e de mais ninguém foi meu último
pensamento antes de me entregar ao cansaço.
Adormeço com um sorriso em meus lábios.
Capítulo treze
Graziella Moretti
Depois daquela conversa estranha que eu tive com o Don
fiquei o restante da tarde e parte noite em meu quarto que agora era
o de Vincenzo, me levaram para ele assim que ele saiu do meu
quarto, a noite Belamina trouxe o jantar para mim e após tomar
banho em uma banheira enorme e confortável, vesti um conjuntinho
de seda de shorts e blusa para dormir e me deitei.
As horas passavam devagar, ficar trancada naquele quarto
por horas era agoniante, porém não tinha permissão para sair.
Belamina pouco conversava comigo quando vinha trazer minhas
refeições, só converso com o Don.
Sorrio quando lembro dele, sei que é um homem cruel e sem
escrúpulos, mas comigo ele era carinhoso. Nunca recebi carinho do
meu pai, somente minha mãe é que era carinhosa comigo e com
Gaia. Todos os homens que tive contato até hoje ou eram cruéis
como meu pai, ou eram frios e indiferentes, todos os homens da
máfia são assim.
Vincenzo não é, pelo menos comigo ela não agiu com
crueldade nem com indiferença.
Ele poderia ser cruel comigo, sei que os traidores pagavam
caro pela traição dentro da máfia, e a família do traidor se era
homem morriam, se mulheres e crianças eram jogadas em algum
lugar que eu não sabia onde era. Minha mãe sempre contava essas
histórias para mim. Engulo em seco será que mamãe e Gaia
estavam neste lugar? Será que estão sofrendo? Ele disse que elas
estão bem, então preciso acreditar que sim, ele não tinha porque
mentir.
Ele perguntou para mim se sabia como era o relacionamento
entre um homem e uma mulher, eu realmente não sabia, minha mãe
nunca falava desses assuntos para mim e Gaia, então não tinha a
mínima ideia.
Sei que um homem e uma mulher que são casados podem
se tocar. Ou melhor o homem pode tocar sua esposa, pois sei que
meu pai tocava minha mãe.
Enquanto as mulheres solteiras não podiam ser tocadas por
nenhum homem. Minha mãe sempre nos disse que era proibido e
que só nosso marido podia nos tocar, mas não explicou de que
forma.
Ele me tocou, sentei no colo dele e ele me abraçou, sei que
agora não poderei mais me casar, sou propriedade dele, e acho que
ele vai me tocar como um homem toca uma mulher. Eu realmente
não sei como será, mas sei que não poderei impedir ele de fazer o
que quiser comigo, só espero que ele continue sendo bom para mim
e para minha mãe e minha irmã.
Gostei de ficar no colo dele, ele me abraçou com carinho e
me senti segura em seus braços. Por mais que mamãe dizia que
não podia e que era errado, eu gostei e muito do meu primeiro
contato com um homem, senti meu corpo tremer feito gelatina, era
um sentimento bom.
Não consigo tirar essas sensações da minha cabeça, nem o
homem lindo e carinhoso que me tocou.
Com ele impregnado em minha mente e em todos os poros
do meu corpo, acabo adormecendo.
Acordo lentamente sentindo uma mão grossa me tocando, e
lembro de suas mãos hoje mais cedo me acariciando, no começo
achei que estava sonhando com ele, mas quando sinto uma boca
tocando e depois sugando meu lábio inferior me desperto de vez e
por instinto sei que é ele e não me afasto, lembro que ele me proibiu
de me afastar dele.
Deixei que ele sugasse minha boca, não imaginava esse tipo
de caricia entre um homem e uma mulher, não senti nojo, era muito
íntimo, mas gostoso também.
Olho para ele com os olhos supressos com o toque novo e
desconhecido para mim, sinto meu corpo retesar, sinto medo, mas
não o afasto, preciso ser obediente, não queria que ele me surrasse
por desobediência.
- Tudo bem ragazza?
Ele me pergunta, sua voz está estranha, é um pouco mais
rouca do que a de costume.
- Sim senhor. –Respondo num sussurro e minha voz sai
trêmula.
- Vou te ensinar o que um homem e uma mulher faz quando
estão juntos, vou tocar o seu corpo e te fazer minha mulher.
Ele diz com firmeza me indicando que não posso me recusar
a ele.
- Sim senhor. – Falo submissa.
- Quero que me chame de Vincenzo quando estivermos
sozinhos, e de Don na frente das pessoas, entendeu Graziela?
- Sim senh...Vincenzo.
Respondo com o coração retumbando.
Ele geme quando o chamo pelo nome, meu corpo todo reage
ao seu gemido e sinto um latejar entre minhas pernas.
- Vou te ensinar uma nova forma de beijar, colocarei minha
língua em sua boca e você dará passagem para ela. Depois é só
seguir meus movimentos.
Ele mal termina de falar, não tinha nem processado a
informação ainda quando sinto sua boca colada a minha, e sua
língua entrando dentro dela, abro minha boca dando acesso como
ele ordenou e parece que ele vai ne engolir inteira, não sei como
reagir mas tento seguir seus movimentos.
Ele devora minha boca com a sua, chupa minha língua, e é
tão gostoso que sinto uma necessidade de mais, só não sei de quê.
Meu corpo estremece e ele me puxa de encontro ao seu, o aperto é
firme e seguro.
Sinto que ele treme também e parece que sente fome de mim
tamanho a intensidade de devora a minha boca e me aperta contra
si.
Escorrega a mãos por meu corpo tocando-me por inteira por
cima da barreira de minhas roupas, sinto vergonha, mas sei que não
posso me esquivar dos seus toques, estou vulnerável e totalmente
entregue a ele,
Quando ele segura minhas nádegas e me puxa contra seu
sexo, penso que vou morrer de tanta vergonha, tudo é muito íntimo,
e sinto algo duro por baixo de mim me pressionando, fico assustada.
Preciso de ar, tento tirar sua boca da minha e ele permite,
minha respiração volta aos poucos. Estou surpresa, com medo, mas
também sinto um desejo insano que ele me toque mais.
Vincenzo se ajoelha na cama e meus olhos esbugalham ao
ver seu sexo duro, grosso e grande empinado para mim, nunca
imaginei que o pênis de um homem pudesse ser tão grande assim.
Ele retira a blusinha de seda do meu pijama deixando meus seios
saltarem. Estou roxa de vergonha, ele estava nu e acho que eu
ficaria também.
Ele agarra meus dois seios com as mãos num um aperto
firme, mas não sinto dor, é muito bom seu toque. Quando ele
esfrega meus mamilos contras seus dedos não consigo definir o que
sinto e gemo, é maravilhoso e a dor entre as minhas pernas está
começando a me deixar louca, não sei o que fazer para acalmar
esta sensação.
Volta a beijar minha boca, sugando, exigindo, mas continua
amassando meus seios.
Não sei o que fazer, nem como agir, só sei que não quero
que ele pare, larga a minha boca e sinto suas mãos descendo por
minha barriga até chegar no cós de seu shortinho.
- Ergue a bunda anjo, deixa eu despi-la.
Ele ordena.
Obedeço e ele desliza a shorts junto com minha calcinha,
deixa-me completamente nua e exposta a ele. Fecho as pernas
automaticamente sinto muita vergonha em expor meu sexo.
- Abra as pernas para mim Graziela! – Ordena com voz
rouca, porém dura.
Eu obedeço temerosa de tê-lo chateado.
Estou toda aberta para ele, e apesar da vergonha que estou
sentindo, sinto necessidade de ser tocada lá, por ele, minha vagina
está molhada, pingando.
Ele sobe em cima de mim, mas vejo que com cuidado para
não me machucar, me dá pequenos beijos em seu rosto, colo e
pescoço, até que seus lábios tomaram um dos meus seios, sugou
com força meu mamilo e gemo baixinho tentado me controlar, pois
minha vontade é de gritar tamanho a loucura que estou sentindo.
- Geme para mim coração, quero ouvir seus gemidos, eles
são meus para o meu prazer, não se contenha comigo, nunca.
Ele me ordena novamente, e agora sei que o que estou
sentindo é prazer, meu corpo está em êxtase tamanho prazer que
estou sentindo com seus toques,
Quando ele desce uma mão para meu sexo e toca o
montinho de nervos entre minhas pernas e o fricciona, sinto que vou
enlouquecer e grito seu nome.
- Vincenzo! Ahhhh....
Gemo sem parar, a vergonha que estava sentindo por estar
completamente exposta a ele sumiu tamanho o prazer que ele
estava me proporcionando com seus toques, eu só queria mais e
mais, até aquela sensação desesperadora pudesse sumir.
Ele também geme, ele não para de me tocar até que sinto um
dedo seu penetrar em meu canal apertado e quente, estremeço de
prazer.
Ergo meus quadris demonstrando sem entender direito o
quanto necessitava de suas mãos e seus toques, não era dona mais
do meu corpo nem das minhas vontades.
- Preciso sentir seu gosto preciosa, será que é tão doce como
imagino?
Ele diz e sinto seu descontrole.
Tirando a boca do meu seio, vai até minha vagina que está
escorrendo e começa a chupar o meu clitóris,
- Haaaaaaa...!!!!
Grito! Grito alto e descompassadamente, já não sou dona da
minha razão, é prazer demais e estou completamente fora de
controle, sou uma boneca em suas mãos que ele faz o que quer.
Ele mete sua língua cada vez mais fundo me penetrando sem
parar.
- Porra! Que boceta gostosa Graziella! Vou te chupar tão
gostoso que você vai perder os sentidos quando gozar minha
gostosa.
Ele diz, não sei o que é gozar, mas se for tão gostoso como o
que ele está fazendo eu vou querer.
Sinto-me despudorada, mas não consigo me conter, preciso,
necessito de mais e começo a rebolar em seu rosto completamente
alucinada pelo prazer que estou sentindo.
Ele me penetra com dois dedos, estoca num entre e sai não
largando meu nervo por um segundo, agarro seus cabelos
desesperada e sinto meu corpo partir em milhares de pedaços, me
libertando daquela necessidade premente, meu corpo se
convulsiona e grito seu nome.
- Vincenzo!
Estou entregue e sem forças, meus olhos estão fechados
quando ele me ordena.
- Olha para mim ragazza!
Abro meus olhos languidos de prazer e o encaro.
- Gostou carinho? – Pergunta suavemente e eu aceno
afirmativamente sem forças para falar.
- Quero ouvir a sua voz pequena.
- Gostei muito Vincenzo!
- Agora eu também quero sentir o mesmo prazer que dei a
você coração, quer me dar prazer Graziela?
Meu corpo treme com seu pedido e sinto arrepios por toda
minha pele.
- Sim Vincenzo, mas eu não sei como te dar prazer. – Falo
acanhada.
- Só de você existir coração você me dá prazer, mas agora
quero de se ajoelhe na cama.
Obedeço sua ordem e ele pega minha mão e guia ao seu
sexo duro me fazendo segurá-lo. Depois me ensina movimentos de
vai e vem, e eu continuo sentido que ele está gostando e isso me dá
prazer.
- Mais forte carinho, pegue mais forte e acelere os
movimentos.
Ele ordena e vejo que de seu sexo sai um liquido ele leva o
dedo colhendo o liquido que sai e me ordena.
- Chupe!
Fico desconcertada e incerta mas obedeço e ele dá urro e
diz.
- Deite-se gostosa, preciso estar dentro de você.
Obedeço por instinto abro bem minhas pernas para que
possa entrar em mim.
Toma minha boca num beijo quente e começo a me acariciar
novamente, mama meus seios e sinto ficar quente de novo.
Ele pega um pacotinho, rasga e tira algo de lá e coloca em
seu pênis. Sinto curiosidade em saber o que é aquilo.
- Isto se chama camisinha pequena, é para te proteger e não
colocar um bebezinho em você.
Explica e eu assinto com a cabeça, sem entender direito o
que ele me explica.
- A primeira vez de uma mulher é um pouco dolorida, mas
depois não dói mais. Queria não te machucar coração, mas na
primeira vez é impossível.
Fico temerosa com sua afirmação, porém não digo nada,
esperando o que ele irá fazer comigo.
- Se doer muito quero que me diga, tudo bem?
- Tudo bem Vincenzo.
- Vou devagar querida, mas preciso te tomar agora.
Assinto e ele pincela seu pênis em minha entrada.
Gemo alto, é muito gostoso.
Ele vai se fundando lentamente em meu centro até que
reteso de dor. Ele para e pergunta.
- Está doendo muito anjo?
- Um pouco, mas eu aguento.
Falo, mas sinto medo.
Quanto mais ele entra em mim arde e dói, ele olha em meus
olhos e sinto lágrimas que caem em meu rosto.
Ele as captura com seus lábios e fica parado.
Quando estou mais calma ele entra de uma vez todo em mim
e grito de dor, sinto como se estivesse sendo rasgada ao meio, de
sua boca também sai um grito, mas é de prazer.
Sinto lágrimas verterem dos meus olhos e minhas unhas
cravam em suas costas tentando aliviar meu sofrimento.
- Dói muito Vincenzo, por favor pare. – Não suporto a dor e
imploro.
- Shiii... vai ficar tudo bem preciosa, vou ficar quietinho e logo
a dor vai passar.
Estou com o corpo todo retesado, mas não o afasto, e pouco
a pouco vai diminuindo a dor.
Ele captura meus lábios novamente e chupa minha língua, eu
correspondo e ele geme nela.
- Vou mexer coração.
Ele avisa e fico tensa com medo da dor.
Ele se movimenta e pergunta.
- Dói muito ainda querida?
- Um pouco, mas aguento.
Sinto que não dói como antes.
Ele começa a movimentar num vai e vem que fica gostoso
apesar da ardência que sinto entre as minhas pernas, dor e prazer
se misturam me deixando louca para senti-lo mais e mais.
Ergue minhas pernas colocando-as sobre os seus ombros, toca
meu clitóris e o prazer que estou sentindo é maior que a dor.
- Delicia de mulher! – Geme.
Suas estocadas ficam cada vez mais rápidas.
- Tudo bem coração? – Ele pergunta carinhoso.
- Sim Vincenzo, dói mas é gostoso também.
- Gosta do meu pau princesa.
Fico vermelha com a pergunta, ele se refere ao seu pênis como
pau, mesmo envergonhada respondo.
- Sim. Gosto muito.
- Quer mais querida, quer ele todo enterrado em você gostosa?
Ele fala e vai acelerando seus movimentos cada vez mais rápido
e forte, e eu gemo tamanho o prazer que estou sentindo.
Nossos corpos estão suados, nossas respirações aceleradas,
nosso gemidos alucinados na onda crescente do prazer que nos
acomete.
- Goza para mim Graziela, goza meu anjo delicioso.
Ele ordena, meu corpo obedece.
- Vincenzo... eu ....ohhhh...
Sinto que vou me desmanchar novamente e continuo gritando
alucinada. - Vincenzo!! - Grito, gozando em seu pau como
ele mesmo diz.
Desfaleço esgotada pela intensidade do momento.
Ele segura meu queixo e força para que olhe para ele. Então
estoca mais uma, duas vezes e sinto seu corpo tremer com o
impacto do seu gozo e me sinto feliz em retribuir o prazer que ele
me deu.
Ele cai ao meu lado na cama, deposita um beijo suave em minha
testa e se levanta indo ao banheiro. Noto que a camisinha que
protege seu pau para que não coloque um bebê em mim está suja
de sangue e isso me assusta um pouco, coloco minha mão sobre o
meu sexo e vejo que o sangue é meu. Fico tensa mas não tenho
coragem de perguntar nada a ele. Me mantenho imóvel em cima da
cama sem coragem de me mexer.
Quando ele volta do banheiro traz uma toalha pequena e
molhada.
Senta na beirada da cama e diz.
- Abra as pernas querida, deixe eu cuidar de você.
Faço o que ele pede e me limpa cuidadosamente, depois vai
até a caixa de primeiros socorros e pega um comprimido para dor e
leva para eu tomar.
- Como você está se sentindo?
- Estou um pouco dolorida mas ficarei bem.
- Amanhã comprarei uma pomada que diminuirá o
desconforto coração, e das próximas vezes não doerá tanto, até que
a dor suma completamente e só reste o prazer minha menina.
Fico surpresa com suas palavras e quando vejo já o estou
questionando.
- Vamos fazer mais vezes Vincenzo?
- Sim anjo, eu te fiz minha mulher, agora faremos sexo muitas
vezes.
Assinto, mas não tenho coragem de falar mais nada, embora
as perguntas fervilham em minha mente.
- Você gostou de fazer sexo comigo anjo?
Ele pergunta e lhe dou um sorriso tímido e sei que estou
ruborizada, mas confesso para ele.
- Foi muito gostoso, você gostou também?
Me atrevo a lhe questionar.
- Muito bela, foi maravilhoso.
Fico embevecida com sua resposta, ele gostou de mim
também.
Apaga a luz do abajur, e me puxa para os seus braços
dizendo.
- Agora durma, você precisa descansar.
- Boa noite Vincenzo!
- Boa noite Graziela!
Ele dá um beijo em minha testa, estou tão exausta que logo
durmo profundamente.
Capítulo quatorze
Vincenzo Ferrari
Acordo na manhã seguinte sentindo uma perna enroscada
em meu corpo, abro os olhos e sorrio feito um bobo, nunca tinha
dormido com uma mulher em toda minha vida. Apenas as fodia e
depois perdia todo o interesse, não suportava que invadissem meu
espaço pessoal.
Mas com Graziela tudo era diferente, sabia desde o momento
que pus os olhos nela que aquela mulher foderia meu juízo e junto
com ele todas as regras que seguia em minha vida, prova disso é
que a tinha colocado para dormir comigo em meu quarto, lugar onde
nenhuma mulher tido estado que não fosse as empregadas para
limpá-lo.
Meu pau endurece imediatamente ao tomar ciência do seu corpo
nu de encontro ao meu, minha mente divaga para noite anterior
quando a fiz mulher e minha.
Mesmo com uma baita ereção forço meu corpo para me levantar,
desenroscando-a de mim com cuidado para ela não acordar.
Meu anjo precisava descansar, sei que acordaria toda dolorida, e
eu tenho que me controlar pelo menos por enquanto.
Vou até banheiro, tomo banho e faço minhas higienes pessoais,
depois me visto e desço, por mais que tenho vontade de estar com
ela tenho que trabalhar ainda estamos em guerra e preciso
descobrir mais sobre meus inimigos para dizimá-los de uma vez por
todas.
Encontro Leonardo e Lorenzo tomando café da manhã na sala
de jantar e os cumprimento com um sorriso no rosto.
- Bom dia!
- Só se for para você que fodeu a noite inteira Vincenzo. –
Leonardo fala ironicamente.
- Acordou de mau humor irmão, se soubesse que estava
precisando de uma boceta teria permitido que ficasse na boate
ontem a noite. – Falo zombeteiramente.
Lorenzo solta uma gargalhada e responde o meu cumprimento.
- Bom dia Don, parece que teve uma noite e tanto para
amanhecer de bom humor.
- Uuuu.... se teve, quase não dormi ouvindo os gritos que vinham
do quarto dele. – Leonardo fala azedo.
- O que conseguiram de Antônio ontem a noite? – Pergunto a
Lorenzo mudando de assunto, não quero ninguém falando do meu
anjo.
- Vitorio e Santino se uniram ao chefe da máfia albanesa Agon
Ibrahimi. Os filhos da puta querem parte do nosso território.
Lorenzo fala e descreve o que fez como o desgraçado do
Antônio ontem, o que me deixou mais satisfeito ainda.
- Temos que descobrir tudo sobre eles, sua força, seus pontos
fracos, quantos são, onde estão. Tudo, absolutamente tudo e vamos
acabar com todos. O hacker que você contratou chega quando
Leonardo?
- Hoje às nove ele estará aqui.
- Beleza. Agora vamos fazer uma visitinha para nossos
amiguinhos Vitorio e Santino.
Fiquei muito tempo brincando com eles, ranquei seus dentes,
suas unhas, furei, queimei, torturei de todas as formas possíveis,
quando senti que estava satisfeito enfiei a faca no coração do Vitório
e antes que ele morresse falei baixinho para ele.
- Isso é pela Graziella, obrigada por me dar algo tão precioso.
O desgraçado sorri lunaticamente para mim e diz antes de dar os
últimos suspiros.
- Eu não a dei ela para você desgraçado eu a entreguei para ele,
e ele virá tirá-la de você.
Não, não e não, maldito, miserável, eu não sei para quem ele
deu minha menina, não deu tempo de tirar nada dele depois que ele
decretou que a tinha entregado a ele, deve ser para um desses
malditos traidores. O que eu sei é que ninguém irá tirar ela de mim,
Graziella era minha, seu corpo e sua vida pertencia a mim e a mais
ninguém.
Vejo Leonardo acabando com a vida do maldito Santino e logo
depois voltamos para a mansão. Era hora de descobrir quem são os
outros ratos traidores e dar cabo em cada um dele.
Às nove horas entra em meu escritório um japonês magricela e
esquisito, Leonardo nos apresenta.
- Vincenzo este é Akira, o hacker de quem lhe falei.
- Como vai Akira. – O cumprimento.
O cara é bem esquisito e balança a cabeça em cumprimento.
- Quero que você grampeie o telefone de todos os possíveis
traidores e descubra o que eles planejam contra nós, quero estar
um passo à frente desses desgraçados e acabar com eles um a um.
- Sim senhor, farei o que me pede, mas o meu preço não é
baixo.
- Quanto quer para me dar a cabeça deles.
- Duzentos e cinquenta mil agora, mais duzentos e cinquenta mil
depois do serviço pronto.
- Leonardo, pague o homem.
Olho para o japonês com seriedade e digo.
- Espero que meu investimento realmente valha a pena, senão
quem pagará para mim será você, e não é em dinheiro se me
entende.
A ameaça é velada, ele engole seco, e balança a cabeça
afirmativamente.
- Lorenzo vai providenciar tudo o que você precisa, mas quero
resultados o mais breve possível e que Luigi o acompanhe de perto,
ele é o nosso hacker embora não tenha o mesmo conhecimento que
você é muito bom e é da famiglia.
Lorenzo acompanha o homem e o instala em um quarto no fundo
da mansão onde ele terá toda a parafernália tecnológica que
precisa. Confio em Leonardo e se meu irmão diz que ele é bom
então é porque realmente é.
A manhã passou rapidamente e quando percebo já é hora do
almoço. Chego a sala de jantar e vejo que a cozinheira já pôs o
almoço na mesa.
Belamina como sempre deixa tudo organizado, ela está conosco
desde quando éramos pequenos e sabe o que gosto e como
funciona a vida na máfia e na mansão.
- Graziela já almoçou? - A questiono.
- Não senhor, já estamos preparando o almoço da menina para
levar ao seu quarto.
- Não precisa, mande alguém a buscar para almoçar conosco.
Quando dou a ordem, Belamina imediatamente sai para cumprir
o que lhe fora ordenado. Leonardo olha possesso para mim e diz
irritado.
- Eu não acredito que você colocará a filha do traidor
responsável pela morte de nossos pais na mesma mesa que nos
alimentamos.
- Ela foi tão prejudicada pelo pai como nós irmão, a menina é
minha e até que eu me canse dela quero que seja tratada bem
nesta casa, espero não precisar repetir a ordem.
Ele assente contrariado, mas não diz mais nada.
Logo vejo meu anjo lindo descendo a escada acompanhada por
uma das ajudantes da cozinha. Era uma garota miúda, com
aproximadamente a idade de Graziela.
- Boa tarde senhores! – Graziela nos cumprimenta com voz
calma e doce, mas permanece de cabeça baixa.
- Boa tarde! – Eu e Leonardo respondemos.
- Sente-se aqui Graziela. – Aponto uma cadeira ao meu lado
esquerdo, a mais próxima de mim que estou sentado na cabeceira
da mesa, Leonardo está sentado a minha direita.
A garota faz o que ordenei e almoçamos todos em silêncio. Em
nenhum momento diz nada, nem sequer levanta a cabeça para me
olhar.
Assim que termina de almoçar permanece no mesmo lugar sem
dizer nada, esperando a ordem para sair, ela era muito obediente e
aquilo já estava me deixando nervoso, nem parecia um ser humano,
mas um robô, foi assim que seu pai a adestrou.
Me levanto irritado e pergunto para a ajudante da cozinha que
tinha ido buscar meu anjo para almoçar.
- Como é seu nome moça?
- Giovanna Senhor.
- Quero que você fique à disposição de Graziela para tudo o que
ela precisar.
- Sim senhor.
Me levanto e ajudo Graziela a se levantar.
- Vamos para o quarto, preciso falar com você.
Ela obedece e juntos subimos para o meu quarto.
Assim que entramos no quarto faço com que sente na cama e
ordeno.
- Olhe para mim Anjo.
Ela me encara e vejo que suas bochechas estão coradas,
provavelmente pensando na noite anterior.
- Como se sente? – Pergunto.
- Bem senhor, estou com um pouco de dor e ardência, mas nada
que não possa suportar.
Sento ao seu lado e ergo seu queixo, acaricio seu rosto e dou
um selinho em seus lábios, o que é suficiente para que meu amigão
acorde. Me controlo, não quero machucá-la mais, sei que é
necessário dar um tempo para que se recupere da noite anterior.
- Graziela, não quero que você fique de cabeça baixa para
ninguém, sei que o teu pai te criou com regras estupidas, mas aqui
as coisas serão diferentes, então sempre caminhe com a cabeça
erguida e olhando olhos nos olhos de todos, entendeu,
- Sim Senhor!
- Já disse que quando estivermos sozinhos não quero que me
chame de senhor Graziela, e você não está me obedecendo. – Digo
com rigidez.
- Me desculpa Vincenzo, não vai mais acontecer.
- Tudo bem, agora quero que descanse pois mais tarde vem uma
medica te examinar e cuidar de você, ela também lhe ensinará tudo
sobre sexo.
Ela me olha como se não entendesse do que estou falando e
sorrio perante a inocência da minha menina.
- Sexo é o que fizemos ontem a noite querida, você tem que
aprender tudo sobre o relacionamento entre um homem e uma
mulher e a doutora Anna te ensinará, tudo bem?
Ela assente e eu deixo o quarto, mas antes de sair dou um beijo
carinhoso em sua testa.
Marquei com a doutora Anna, uma médica que atende membros
da famiglia e expliquei a situação da minha menina, quero que ela
aprenda tudo o que lhe foi privado no cárcere que ela vivia. Sei que
fui muito malvado em ter tirado sua virgindade antes dela entender o
que realmente estava acontecendo com seu corpo, mas realmente
não sou bom, e por mais que queira proteger minha menina, o
desejo que sinto por ela é imenso e incontrolável, e pensei somente
no meu prazer.
Graziela terá que se acostumar comigo, ela me pertence e está
ali para o meu prazer, embora não é minha intenção machucá-la,
minhas necessidades virão sempre em primeiro lugar, e quanto mais
cedo ela saber disso, melhor será para todo mundo.
Desço com um sorriso cafajeste no rosto quando lembro de tudo
o que fiz com o corpo saboroso da minha menina, que de menina
não tinha nada, somente a inocência e boa parte dela eu tirei ontem.
Putz! Ela era linda, a criatura mais linda que já pus os olhos em
minha vida. E apesar de sua inexperiência ela foi bem responsiva
aos meus toques, tenho certeza que daqui uns dias a moldarei para
ser a melhor amante que já possui até hoje.
Procuro tirar meu anjo da cabeça e vou trabalhar, a guerra
continua.
Capítulo quinze
Graziella Moretti
Acordo na manhã seguinte e por um momento em meio a
sonolência que ainda me dominava me sinto perdida. Mexo na cama
e sinto como se tivesse sido massacrada por um trator. Meu corpo
todo dói e a ardência no meio de minhas pernas faz com que acorde
de vez e lembro de tudo o que aconteceu na noite anterior.
Estou no quarto de Vincenzo e sinto meu rosto esquentar
quando recordo dos momentos que passei em seus braços. Nunca
imaginei que um homem e uma mulher pudesse ter momentos tão
íntimos como o que vivenciamos, ele praticamente me devorou por
inteira, com mãos, boca e tudo mais que ele possuía.
Deixo um sorriso envergonhado, mas travesso se formar em
meus lábios, nunca podia imaginar que fosse tão gostoso ser tocada
por um homem,
Mesmo com preguiça forço meu corpo a se levantar, tento
tirar os pensamentos pecaminosos que dominam minha mente e me
encaminho para o banheiro. Deixo a água morna cair sobre o meu
corpo e fico ali por mais de trinta minutos, em seguida me seco e
faço outras higienes pessoais.
Escolho uma roupa confortável para vestir e me dedico na
tarefa difícil que é secar meus longos cabelos.
Quando já tinha terminado a tarefa ouço uma leve batida na
porta e quando dou permissão para entrar vejo uma garota tímida
que parecia ter a mesma idade que eu entrar sorrindo docemente
para mim.
- Boa tarde senhorita! Me chamo Giovanna e sou ajudante de
cozinha, o Don Ferrari mandou a senhorita descer para o almoço.
- Boa tarde dia Giovanna! Vamos descer então.
Assim que Giovanna anunciou o almoço é que percebi que
dormi praticamente a manhã inteira. Meu estômago está doendo de
fome. Sinto-me nervosa, sei que vou encontrá-lo lá embaixo, estou
apreensiva e com vergonha do que aconteceu na noite anterior.
Ao chegar na sala de jantar vejo que Vincenzo e seu irmão
está sentado à mesa.
- Boa tarde senhores!
Os cumprimento mas não tenho coragem de levantar meus
olhos para encará-los, sinto que o irmão do Don não gosta de mim e
um arrepio de medo varre todo o meu corpo, temo por minha
segurança e da minha família.
- Boa tarde! – Eles respondem.
- Sente-se aqui Graziela. – Vincenzo aponta uma cadeira ao seu
lado esquerdo, o obedeço, almoçamos todos em silêncio. Em
nenhum momento tenho coragem de dizer e nem sequer levantar a
cabeça para encará-los.
Assim que termino de almoçar permaneço no mesmo lugar sem
dizer nada, esperando a ordem para sair, era assim em minha casa
e segui o que sempre fui ordenada a fazer.
Levo um susto quando vejo que Vincenzo se levanta irritado e
me pergunto se fiz algo errado.
- Como é seu nome moça? – Ele questiona a moça que foi me
chamar para almoçar.
- Giovanna Senhor.
- Quero que você fique à disposição de Graziella para tudo o que
ela precisar.
- Sim senhor. – Ela responde obediente.
Em seguida se levanta e me ajuda a levantar, um arrepio
perpassa todo o meu corpo ao sentir seu toque em meu braço.
- Vamos para o quarto, preciso falar com você.
Ele ordena e o obedeço, mesmo com medo dele estar bravo
comigo sigo para o quarto que não me solta em nenhum momento
até chegarmos.
Assim que entramos no quarto faz com que me sente na cama e
ordena.
- Olhe para mim Anjo.
Olho para ele e sinto minhas bochechas corarem de vergonha,
por mais que tente não consigo tirar as imagens do que ocorreu
entre nós na noite anterior.
- Como se sente? – Pergunta.
- Bem senhor, estou com um pouco de dor e ardência, mas nada
que não possa suportar. – Falo a verdade.
Senta ao seu lado e ergue meu queixo, acaricia meu rosto e dá
um beijinho em seus lábios, deixando todo o meu corpo em fogo e
meu coração acelerado. - Graziela, não quero que você
fique de cabeça baixa para ninguém, sei que o teu pai te criou com
regras estúpidas, mas aqui as coisas serão diferentes, então
sempre caminhe com a cabeça erguida e olhando olhos nos olhos
de todos, entendeu?
Ele me diz sério e eu respondo.
- Sim Senhor!
- Já disse que quando estivermos sozinhos não quero que me
chame de senhor Graziela, e você não está me obedecendo. – Diz
com rigidez.
- Me desculpa Vincenzo, não vai mais acontecer.
- Tudo bem anjo, agora quero que descanse pois mais tarde vem
uma médica te examinar e cuidar de você, ela também lhe ensinará
tudo sobre sexo.
- Sexo é o que fizemos ontem a noite querida, você tem que
aprender tudo sobre o relacionamento entre um homem e uma
mulher e a doutora Anna te ensinará, tudo bem?
Ele logo explica quando observa que não entendi do que ele
falava. Assinto e então ele deixa o quarto, porém antes de sair me
dá um beijo carinhoso na testa.
Depois que ele saiu, ainda com o corpo cansado deitei e
adormeci novamente, acordo com Giovanna batendo na porta do
quarto.
- Boa tarde senhorita, a doutora Anna veio lhe consultar.
Neste momento entra uma mulher bem vestida e elegante, na
faixa dos quarenta e me cumprimenta.
- Boa tarde Graziella, tudo bem?
- Estou bem e a senhora?
- Estou bem também, sou Anna e sou médica, e vamos
conversar um pouco.
Assinto com a cabeça e ela pede para Giovanna nos deixar a
sós.
- Querida o Don me contou por alto a sua vida e me pediu para
ensinar um pouco mais sobre sexo e relacionamento entre homem e
mulher, porém eu preciso saber se você está bem, pois ele revelou
que ontem a noite foi a primeira vez que esteve com um homem.
Por isso preciso saber como se sente querida.
- Eu estou bem doutora, sinto um pouco de dor quando me
movimento muito e uma leve ardência mesmo parada.
- Huuuummm, posso te tocar? Preciso ver a situação do seu
corpo.
Assinto e ela me consulta.
- Realmente está tudo bem menina, é normal a dor e a ardência
na primeira relação sexual de uma mulher, mas logo passa e nas
próximas relações que você tiver provavelmente não haverá mais
dor.
Respiro aliviada em saber que será menos dolorido da próxima
vez, pois Vincenzo deixou bem claro que irá fazer sexo comigo
novamente, como ele me explicou de manhã quando disse que o
que havíamos feito era sexo.
A doutora Anna fez bastante questionamentos para mim sobre a
minha vida e depois de perceber minha ignorância sobre sexo
passou o restante da tarde me explicando como as coisas
aconteciam na vida real.
Eu ouvia tudo com muita curiosidade, e confesso que quando ela
me disse como se fazia bebês, senti um nó na garganta ao
descobrir que minha mãe fazia sexo com meu pai, o que me deixou
enjoada. Pobre mamãe, não poderia calcular o quanto sua vida era
sofrida ao lado do meu pai, ter que se submeter a ele deve ter sido
um suplício. A doutora também disse que eu tive sorte que Vincenzo
foi paciente comigo por não me machucar mais que o necessário
para a primeira vez de uma mulher, disse também que infelizmente
muitos homens usam a força e machucam suas mulheres o que me
levou a minha mãe novamente.
Ela quis saber se eu tinha gostado do sexo e eu mesmo
envergonha disse que sim, vi que ficou satisfeita com minha
resposta e me explicou tudo sobre prazer e desejo.
Já era noite quando ela deixou o quarto e assim que ela saiu
Giovanna apareceu e me ajudou tomar banho e me vestir.
- O Don não virá para o jantar senhorita Graziela, Belamina
perguntou se prefere descer para jantar ou prefere comer no
quarto?
Fico decepcionada em ouvir que ele não virá para jantar, lembro
que ele me prometeu ver minha mãe e Gaia hoje, mas não cumpriu
sua promessa, porém engulo minha frustação e digo que prefiro
jantar no quarto.
Após o jantar torno a me deitar e antes de conciliar no sono me
policio mentalmente por estar sentindo a falta dele, sei que sou uma
cativa, somente uma mulher que ele deseja para lhe dar prazer e
que provavelmente eu não sou a única, conforme a médica deixou a
entender. Não posso me deixar afetar por saber que ele toca e é
tocado por outras mulheres, ele não me pertence, mas sei que
pertenço a ele e se quiser me manter viva e segura tenho que
obedecer e deixá-lo sempre feliz e satisfeito como orientou a
doutora.
Ela disse que qualquer dúvida poderia ligar para ela para
conversarmos, até deixou um cartão com seu número de telefone
para mantermos contatos, mas como eu poderia ligar se não tinha
um celular, eu nem sabia como utilizar pois meu pai nunca nos
permitiu ter um, em nossa casa quem tinha acesso era somente ele
e os soldados.
Ainda com pensamentos tumultuados em minha mente deixo o
sono me tomar e adormeço pensando em Vincenzo.
Capítulo dezesseis
Vincenzo Ferrari
Fiquei quatro longos dias sem ir para casa, viajei para
Palermo com Leonardo e Lorenzo, estávamos a caça de mais
traidores e lá era o ninho deles.
Depois de dois dias convoquei Mattia, pois era um soldado
leal a nossa família, e o designei capo de Palermo. Foram dias
sangrentos onde derrubamos praticamente todos nossos inimigos.
Porém uma ameaça maior pairava sobre a Cosa Nostra que eram
os albaneses.
Descobri que Agon Ibrahimi, o chefe da máfia albanesa não
desistiria de nos atacar, apesar de termos extinguido os ratos
traidores dentro de minha máfia estávamos em guerra declarada
com Agon. Moretti tinha prometido a filha ao desgraçado e ele não
desistiria de pegar o que ele acreditava que lhe pertencia.
Só o pensamento daquele maldito abutre encostar um dedo
em meu anjo me deixava louco, o que me enfurecia mais é eu ter
que ficar tantos dias sem tocá-la, ela não saia dos meus
pensamentos um momento sequer, era como uma droga que tinha
tomado conta de todo meu organismo e me viciado completamente.
Até tentei foder uma bela morena numa de nossas casas noturnas
em Palermo, escolhi a mulher por ser parecida com minha menina,
infelizmente não consegui sair das preliminares e paguei a prostituta
sem conseguir foder com ela.
Sabia tudo que acontecia em minha casa, deixei Martinno
tomando conta da mansão com mais de trinta homens, não podia
deixar meu anjo sem segurança reforçada pois temia que ele
invadisse a mansão e a capturasse.
Martinno disse que Graziela passava o dia todo dentro do
quarto, tirando os momentos em que ela descia e escolhia um livro
na biblioteca, ela passava o restante do tempo no meu quarto. Tinha
mandado instalar uma televisão para que minha princesa pudesse
se entreter e sei que a ragazza Giovanna lhe faz companhia o
tempo todo. Martinno disse que aparentemente as duas se davam
muito bem e que Graziela tinha se afeiçoado a moça o que me
deixou muito satisfeito. Se aquela ragazza fizesse algo para
entristecer minha garota iria pagar caro.
Chego em casa já passava da meia noite, estou cansado pois
quase não dormi nestes dias em Palermo. Encontro a casa vazia,
somente os soldados que estão de vigia do lado de fora que estão
em alerta.
Subo para o quarto e a ansiedade já toma todo meu corpo,
não via a hora de estar com minha menina novamente.
Ao entrar no quarto escuro vou direto para o abajur deixando
a pouca luz invadir o recinto. Sinto o ar faltar por uns segundos dos
meus pulmões tamanho a beleza que meus olhos observaram em
minha cama.
Graziela parece um anjo, meu anjo tentador vestida com uma
camisolinha vinho que não cobria a minúscula calcinha enfiada em
sua bunda da mesma cor. Meu pau empurra minha calça querendo
se libertar da prisão de tão duro que se encontra.
Respiro fundo e tento me controlar. Sigo para o banheiro e
tomo um banho relaxante, me sequei e sigo nu para minha cama.
Minha princesa continua dormindo, e fico alguns momentos
admirando sua pele alva, seu rosto perfeito, seus lindos cabelos
longos esparramados em minha cama, quando meus olhos
encontram sua bunda redonda, perfeita e completamente exposta
gemo baixinho tamanho o desejo que sinto em me afundar nela.
Deito ao seu lado sem poder esperar um segundo sequer e
começo a tocá-la, rapidamente meu anjo acorda e ao me ver me dá
um lindo sorrindo me deixando completamente insano.
- Puta que pariu Graziela! Você é a criatura mais linda que
meus olhos já viram.
Digo desesperado de tesão e a puxo para meu peito.
Estou sedento, completamente enlouquecido de desejo e
apesar de saber de sua pouca experiência não me controlo e a toco
com voracidade.
Tomo sua boca num beijo voraz, do tamanho da minha fome
por ela que corresponde, diaba de menina sabida, ela já beijava
maravilhosamente bem, mesmo que tenhamos nos beijado poucas
vezes.
Enquanto minha boca devora a sua, minhas mãos tocam todo
o seu corpo. Arranco sua camisola deixando ela somente com
aquele pedacinho de pano que mal cobre seu sexo.
Pego seu seio e fricciono seu mamilo entumecido e minha
garota geme esfregando sua boceta no meu pau, ela já está trêmula
de desejo em meus braços o que me incendeia mais ainda.
- Com saudade anjo?
Pergunto com voz rouca demonstrando todo o desejo que
sinto por ela.
- Sim Don.
Ela responde e sua voz também demonstra o quanto está
excitada.
- Então mostra para o seu Don o quanto sentiu minha falta
minha delicia.
Ela aperta seu corpo mais ao meu e busca minha boca.
Enquanto minha boca devora a sua, minha mão aperta seus
seios, enquanto a outra desce para sua bocetinha encontrando-a
molhadinha e pingando por mim.
- Caralho! Molhadinha para mim princesa.
Rosno essas palavras e a penetro com um dedo. Ela geme e
rebola no meu dedo querendo mais. Enfio mais um e começo
estocar sua bocetinha melada. Ele geme alto, totalmente entregue e
sem pudor. Fico louco em ver o quanto ela me deseja.
Desço minha boca por seu pescoço chupando e mordendo
de leve. Dou uma mordia no lóbulo da sua orelha e ela rebola
freneticamente em meus dedos gemendo.
- Vincenzo....aahhhh!!
Ela grita meu nome aumentando o tesão.
- Isso gostosa, geme gritando o meu nome minha delícia.
Quando capturo um dos seus mamilos e dou uma leve
mordidinha a minha gostosa perde o controle e me implora.
- Por favor Vincenzo!
Ela pede aos gritos.
- Fala para mim preciosa o que você quer.
- Mais Vincenzo, por favor mais.
Acelero meus movimentos e mamo com força seus peitos
deliciosos e ouvindo a música maravilhosa que são seus gemidos,
sinto minha ninfeta se derramar em meus dedos com seu orgasmo.
Seu corpo convulsiona tamanho a força do seu gozo e fico
ensandecido. Beijo todo o seu corpo novamente e busco seu gosto.
Ela realmente é uma delícia e quando tomo sua boceta com
minha boca sinto-me totalmente inebriado com seu cheiro.
Fodo freneticamente sua boceta com minha língua tocando
seu clitóris, por mais que meu desejo é estar enterrado dentro dela,
a necessidade de lhe dar prazer é primitiva. Seus gemidos, gritos e
seu desespero por mais, me alimenta e enlouquece.
Quando ela goza novamente em minha boca, perco
completamente a razão e sem pensar nas consequências entro
dentro dela num só tranco.
Ela geme e sei que está com um pouco de dor, mas meu lado
racional não funciona e eu estoco dentro de sua bocetinha sem
parar.
- Que boceta apertada e deliciosa pequena, você me deixa
louco anjo.
Sinto que ela geme e sei que o prazer já é maior que a dor.
Então saio de dentro dela e a viro um tranco de barriga pra baixo na
cama.
- Fica de quatro anjo.
Ela obedece prontamente e eu a fodo com selvageria,
tamanho era meu descontrole.
Ela não recua e geme gritando meu nome.
- Não vou aturar muito querida, quero que goze no meu pau
gritando meu nome.
Ordeno e acelero as estocadas, quando sinto que ela está
quase gozando ordeno.
- Goza para mim Graziela, grita o nome do seu dono!
Seu corpo entende minha ordem e ela desmancha no meu
pau novamente gritando.
- Vincenzo!!!!aaahhhhh....
Dou mais uma, duas estocadas e tenho meu corpo
estremecido tamanho a força do meu orgasmo, completamente
insano, louco e delicioso.
Caio de lado na cama completamente extasiado e esgotado
depois do sexo gostoso que tive com minha menina. Olho para ela e
sinto que está do mesmo jeito que eu. Por mais inexperiente que
seja ela consegue se entregar para mim completamente, sinto ela
entregue aos meus toques e responsiva aos meus desejos sujos e
pecaminosos.
Seus olhos estão arregalados e sua boca inchada por meus
beijos, toco com carinho seu rosto e pergunto.
- Você está bem coração?
- Sim, estou bem.
- Não sentiu dor?
- Levemente, mas a doutora Anna me disse que é normal e
que depois de algumas vezes não sentirei mais desconforto.
- Verdade querida, mas me diga você sentiu prazer?
Suas bochechas automaticamente ficam vermelhas e
demonstra toda timidez que ela sente, porém, a necessidade de ser
obediente impera e ela me responde.
- Sim, senti muito prazer.
- Que bom querida, quero que o sexo seja tão prazeroso para
você quanto é para mim, agora vamos tomar um banho que
estamos precisando.
Sem esperar resposta pego ela da cama e a levo para o
banheiro. Ligo o chuveiro e deixo a água escorrer por nossos
corpos. Pego o vidro de sabonete líquido e encho a esponja macia
com ele e começo a ensaboá-la, que se deixa totalmente entregue
em minhas mãos.
Lavo seus cabelos, seus seios, e quando alcanço o seu sexo
sou cuidadoso, não quero que ela sinta mais dor que o necessário
por causa da virgindade que tirei recentemente. Sei que sou grande,
acima do normal, até mesmo para mulheres experientes, mas é algo
que não posso e não quero mudar e minha menina terá que se
acostumar com meu tamanho e só vamos conseguir se tivermos
relações várias vezes.
Na segunda friccionada que dou em sua bocetinha ouço um
gemido e paro abruptamente com receio de a estar machucando,
quando olho para baixo e encaro seus olhos descubro maravilhado
que seu gemido é de prazer e seus olhos escuros de desejo
demonstra o quanto ela está preparada para mim novamente.
Meu pau dá sinal de vida e sinto uma ereção forte, continuo
lavando seu corpo fingindo que não sei a reação que causo nela.
Quando termino minha deliciosa tarefa entrego a esponja
para ela e digo em seu ouvido.
- Agora é sua vez doçura.
Ela pega a esponja, coloca sabonete e começa a me torturar
lentamente com suas mãos pequenas e mágicas.
Minha pequena feiticeira me deixa louco e quando ela chega
perto do meu pau solto um rosnado rouco e feroz, ela me olha
assustada e vejo medo em seus olhos.
- Continue Graziela, não para, toca meu pau.
Ela deixa um sorrisinho maroto em seus lábios, joga a
esponja no chão e agarra meu pau com sua mãozinha, fico louco de
tesão, o desejo me toma completamente e gemo com sua caricia.
- Mais forte e mais rápido gostosa.
Ela faz como eu peço me deixando cada vez mais alucinado,
preciso de mais e sem pensar duas vezes ordeno.
- Se ajoelha safada!
Ela obedece e quando fica na posição que ordenei levanta a
cabeça me encarando, esperando a próxima ordem do seu dono.
Não consigo segurar os gemidos que escapam dos meus
lábios e ensandecido torno a ordenar.
- Chupa safada.
E quando ela coloca aquela boquinha deliciosa na cabeça do
meu pau a prazer que me toma é incomparável. Ela chupa, lambe e
torna a chupar me deixando completamente insano e descontrolado.
Sem me conter agarro a cabeleira dela num rabo de cavalo e
sem pensar na consequência fodo sua boca até a garganta, acelero
as estocadas necessitando me libertar.
- Olha para mim porra! Quero que olha para mim enquanto
fodo essa boca gostosa.
Ao ouvir meus gritos de ordem ela me olha enquanto soco
todo meu pau em sua boca, seus olhos lacrimejam, mas não penso
em mais nada a não ser gozar em sua boca. Sem nenhum controle
estoco até que o jato de porra quente e grosso desce por sua
garganta.
- Engole tudo Graziela, não deixa escapar nenhuma gota.
Ela engole me dando a visão do paraíso e depois lambe toda
extensão do meu pau. Neste momento confirmo que estou perdido,
essa menina mulher estava totalmente em meu organismo e sei que
jamais a deixaria ir. Graziela é minha e será para sempre.
Levanto-a do chão e levo ela para a bancada da pia, sento
ela e ordeno.
- Abra as pernas para mim anjo.
Quando ela se abre, devoro sua boceta com minha língua,
quero dar o mesmo prazer que senti para minha gatinha. Ela geme
e se esfrega na minha boca. A safada está tão excitada que duvido
que toda casa não está ouvindo seus gritos de êxtase. Quando ela
goza em minha boca sinto seu corpo totalmente mole em meus
braços, mas ainda não terminei e a desço da bancada, viro ela de
frente e coloco seu tronco escorado, seus seios deliciosos estão
espremidos de encontro com o mármore frio e sua bundinha está
totalmente aberta para mim. Entro todo em sua fenda lubrificada
pelo seu gozo e com apenas algumas estocadas chegamos juntos
ao clímax novamente.
Esgotados, levo ela para o chuveiro, nos enxaguamos e
secamos e logo em seguida deitamos exaustos na cama.
Capítulo dezessete
Vincenzo Ferrari
Acordei tarde na manhã seguinte e quando olho para meu
celular vejo que já passa das dez horas. Realmente estava
precisando de um boa noite de sono, os dias anteriores foram muito
cansativos e apesar da exaustão que cheguei em casa, a rodada de
sexo que tive com minha ninfeta safada acabou me exaurindo.
Vejo que ela não se encontra em minha cama e me sinto
incomodado, ela era minha e tinha que estar ao meu lado quando
acordasse. Puto da vida levanto e vou ao banheiro tomar um banho
e quando já estou vestido ligo para o ramal da cozinha bastante
alterado.
- Belamina, onde está a Graziella porra!
Grito ao telefone e antes que Belamina respondesse minha
menina aparece na porta do quarto que dá acesso a sacada. Engulo
seco quando a vejo com a boca cheia, os olhos arregalados e
cheios de lágrimas que ela segura a todo custo.
- Estou aqui senhor, estava tomando café, me perdoa por eu
não te esperado o senhor acordar, eu estava com muita fome, por
favor me perdoa isso não irá se repetir.
Fala atropeladamente de tão nervosa que está. Meu coração
se despedaça em vê-la tão vulnerável e assustada. Me acalmo e
sento na beirada da cama, batendo com a mão em minha perna
para que sente. Quando ela senta em meu colo sinto seu corpo todo
trêmulo, minha princesa está apavorada com meus gritos. Puxo ela
para o meu peito e a abraço com carinho, neste momento ela se
desmancha em lágrimas e o arrependimento sufoca o meu peito.
- Ei, se acalma anjo, não sabia que você estava no quarto e
fiquei chateado, está tudo bem, eu só queria você assim comigo.
Fui acalentando e acalmando ela e após algum tempo
consegui que ficasse tranquila. Depois levei ela para tomarmos café
juntos na sacada.
Assim que terminamos sentei em uma cadeira inclinável e a
trouxe para os meus braços.
- Sinto muito se a assustei querida, você está bem?
- Sim senhor, eu não queria chateá-lo.
- Não me chame de senhor, e você não fez nada para me
chatear querida, eu que sou sem paciência, vou tentar ser mais
paciente da próxima vez, prometo.
Ela sorri docemente para mim e acena afirmativamente.
- Como você passou estes dias que eu não estava aqui?
- Bem, a Belamina e a Giovanna são muitas boas para mim.
Ela diz, porém, vejo a tristeza em seus olhos.
- Então por que a tristeza meu anjo.
- Sinto falta da minha irmã e da minha mãe.
Putz! Agora que me lembro da promessa que fiz em deixá-la
ver sua mãe e irmã, mas com a loucura dos dias que estávamos
vivendo perdi completamente a noção do tempo.
Dou um beijo em sua testa e mando que ela se vista.
Coloco um jeans confortável e uma camiseta, calço um tênis
e ela faz o mesmo.
Assim que descemos levo-a até meu carro e seguido de
perto por Martinno e mais cinco seguranças deixo a mansão para ir
ao alojamento onde estão sua mãe e irmã.
Levamos mais de uma hora para chegarmos, pois ficava mais
de cem quilômetros longe de casa. Confesso que só tinha estado
neste lugar uma vez quando era muito jovem.
Chego e reparo duas enormes construções simples,
encaminho Graziela para onde Martinno indica, pois sei que foi onde
ele as deixou.
Quando entro na construção enorme vejo uma sala com
alguns sofás desgastado pelo tempo espalhados, no outro cômodo
tem um grande quarto com cama emparelhadas. Olho tudo com
curiosidade, apesar de ser uma construção velha, tudo está limpo e
organizado.
Vejo muitas mulheres e crianças andado de lá para cá
apressadas, com a cabeça baixa temerosas em me ver ali, de
repente ouço um grito.
- Graziella! Mamãe Graziella está aqui.
Vejo meu anjo correndo de encontro a irmã e as duas logo
estão abraçadas e choram emocionadas. Logo em seguida vejo sua
mãe indo de encontro a filha de maneira contida e a abraça
também. Me encosto ao lado da cena, feliz em ver a felicidade da
minha menina ao reencontrar sua mãe e irmã.
- Como você está minha menina?
A senhora pergunta com carinho para a filha.
- Estou bem mamãe, e a senhora?
Dona Lúcia sorri para a filha e diz carinhosamente.
- Estou bem querida.
Me olha e me cumprimenta.
- Boa tarde Don Ferrari.
- Boa tarde Lucia! Como você está?
- Bem senhor!
- Enquanto vou dar uma olhada no acampamento vou deixar
vocês conversando, daqui meia hora te busco para irmos Graziella.
- Sim senhor. – Meu anjo assente e saio com Martinno.
- Como as coisas funcionam por aqui Martinno?
Martinno era responsável pelo alojamento e me informa tudo
que quero saber.
- O pavilhão que fomos ficam as mulheres, meninas e moças,
elas são responsáveis pela alimentação, limpeza e suporte aos
homens, rapazes e meninos que trabalham na lavoura.
- Eles ficam aqui sempre?
Apesar de ser parte da máfia, nunca realmente me interessei
pela vida desses miseráveis que ficam aqui.
- Sim, temos anciões com mais de oitenta anos que vieram
para cá jovens. Eles não podem se relacionar e vivem sem
parceiros por toda a vida.
- Por quê?
- Os outros Dons acharam mais seguros viverem sem
parceiros pois evitaria assim formarem família e aumentar a
população do alojamento, e até mesmo uma rebelião.
- Hummm...sei, e o que você acha disso tudo Martino?
- Sinceramente meu Don, fico triste pois a maioria das
pessoas que chegam aqui são reféns dentro da própria casa, eles
não têm nada a ver com a traição do pais ou maridos, mas a máfia é
o que é, e leis são leis.
- É impressão minha ou você gostou da Lúcia, vi seu olhar
sobre a mulher.
- Perdão por minha indiscrição senhor, mas a dona Lúcia é
uma mulher muito bonita, apesar de sofrida também.
Sorrio ao ver o interesse do velho soldado pela mãe de minha
garota. Realmente era uma bela mulher, não é a toa que tinha filhas
lindas tão parecidas com ela.
- Se você a quer Martinno leve-a para você.
Ele me olha espantado e diz.
- Como farei isso senhor, tenho meu trabalho e só possuo o
quarto em que durmo no fundo da mansão.
- Ora Martinno, tem quartos maiores na mansão e você pode
ficar com um deles com a Lúcia e arrumarei um para a menina Gaia.
- Sou só um soldado senhor.
- Não Martino, você é muito mais que isso, é o meu segundo
pai, sei que está envelhecendo e quero que tenha o melhor em sua
vida, tudo o que sou e me transformei devo ao meu pai e a você.
Meu pai confiou a você a missão de transformar os seus filhos no
que são hoje e você o fez sem medir esforços. Você é meu segundo
pai meu velho e o único que tenho agora.
Vejo que balancei a estrutura do velho soldado, que
permanece quieto não querendo demonstrar a emoção que sentia,
os homens da máfia são assim, não demonstra fraqueza através de
suas emoções, eu já era diferente, sarcástico, zombeteiro e cínico,
muitas vezes cruel, mas que respeitava o ser humano. Deixava
minha crueldade para os meus inimigos e para aqueles que
ousavam me desrespeitar e era temido e admirado por todos da
máfia.
- Agradeço a consideração senhor.
- Então vamos levar a Lúcia para a mansão?
Ele dá um arremedo de sorriso e diz.
- Quer a agradar a menina?
Solto uma gargalhada e digo.
- Sim quero que Graziella fique feliz perto da mãe, e sei que
você ficará feliz perto dela também.
- Se o senhor acredita que está tudo bem eu gostaria sim de
levá-la para mim.
- Está certo Martinno, mas ela já sofreu demais nas mãos
daquele desgraçado, espero que saiba cuidar bem dela.
- Cuidarei senhor, jamais machucaria uma mulher indefesa.
- Ok Martinno vamos mudar as regras desse alojamento,
primeiro quero uma reforma completa e a construção de uma
escola, depois quero que soldados possam escolher alguma mulher
que lhe agrade para se tornar esposa. Os rapazes passarão por
treinamento e aqueles que quiserem se tornar soldados da Cosa
Nostra recrute-os, os que não quiserem podem ficar por aqui
trabalhando a terra.
- Será feito Don, mais alguma coisa.
- Sim, nunca separe uma mãe dos seus filhos antes de
completar dezoito anos, ademais pouco a pouco vamos adaptando
à nossa maneira.
- O conselho não vai gostar nada das mudanças Don.
- Sei que não, mas agora quem é o Don sou eu, e sou eu
quem mando na porra toda, então será a minha maneira e matarei
quem não concordar.
Martino sorri orgulhoso ao olhar para mim, ele não fala mas
sei que está pensando “ Esse é meu garoto”.
Ao chegarmos no pavilhão das mulheres chamo Graziella
para voltarmos a mansão e sigo com três soldados para minha
escolta e deixo Martinno para trazer a sua mulher e a menina,
espero que meu anjo fique feliz em ter a mãe e a irmã por perto.
No meio do caminho olho para minha linda princesa e
pergunto.
- Está feliz coração?
- Sim Vincenzo, obrigada por me trazer.
- Que bom que está feliz, sua mãe virá morar conosco a partir
de hoje, então não sentirá mais a falta dela e de sua irmã.
Ela me olha espantada e sorri de orelha a orelha o que
esquenta meu coração.
- Não sei como agradecer por sua bondade Vincenzo.
- Sabe sim delicia, é só continuar se comportando bem na
cama que terá tudo que desejar comigo anjo meu.
Seu rosto fica rubro de vergonha, e ela se cala.
Satisfeito sigo para a mansão.
Ao chegar em casa almoçamos e quando terminamos dou
um selinho em seus lábios e digo para ela descansar pois tenho
assuntos de trabalho a resolver.
Quando minha menina sai da sala sigo para meu escritório e
telefono para Lorenzo e Leonardo virem me encontrar, preciso
colocar eles a par de minhas últimas decisões e sei que meu irmão
não gostará nada do que tenho a dizer.
- Porra Vincenzo! Não acredito no que você está fazendo
além de trazer a filha mais velha do assassino dos nossos pais
agora vai trazer a família inteira, você está ficando louco por causa
de uma boceta.
Dou um murro na mesa fazendo as coisas que estavam em
cima dela virem a chão.
- Cale a boca Leonardo! Não é por que é meu irmão que
deixarei de te castigar como merece por desafiar minhas ordens. Já
disse que elas eram reféns nas mãos daquele desgraçado, e você já
teve sua vingança com a morte deles, inclusive brincou bastante
com os desgraçados antes de morrerem.
Meu irmão me olha irado, seu corpo treme de ódio, mas não
vou permitir que ele vá contra minhas decisões. Sempre amei e
protegi incondicionalmente meu irmão, devido nossa diferença de
idade sempre fui muito protetor com ele, mas quero minha pequena
feliz e ele terá que entender que as mulheres Moretti não tem culpa
das ações do desgraçado do Vitório, elas são suas maiores vítimas
e quanto mais cedo ele perceber isso melhor será.
Lorenzo não diz nada e Leonardo o questiona.
- Não vai dizer nada Lorenzo?
- São ordens do Don Leonardo e temos que obedecer.
-Precisa de algo mais Don?
Leonardo me questiona ironicamente enfatizando a palavra
Don.
- Sim, senta aí que vou colocá-los a par de minhas últimas
decisões.
Mesmo contra a vontade ele senta e digo o que farei com o
pessoal do alojamento, meu irmão não diz nada me olhando com
ódio, o que me preocupa me fazendo questionar se não estou indo
longe demais. Amava meu irmão e faria tudo por ele, sempre fomos
unidos, iria dar tempo ao tempo e depois resolveria minha situação
com ele, mas jamais permitiria que ele se afastasse de mim.
Ele sai minutos depois dizendo que Akira não tinha
descoberto nada por esses dias, mas que estava de olho nos
albaneses.
Sai batendo a porta e minutos depois ouço o som de sua
moto saindo a toda velocidade.
- Coloque seguranças atrás dele Lorenzo, não quero que
meu irmão corra mais riscos.
- Tudo bem Don, mas sabe que ele tem um pouco de razão,
por mais que elas não têm culpa do que aconteceu, eram a família
do homem que assassinou seus pais, não é fácil processar o que
está acontecendo.
- Eu sei Lorenzo, por isso que estou desconsiderando o
desrespeito de Leonardo, mas ele tem que superar, quero aquela
mulher para mim e a quero feliz ao meu lado, espero que ele aceite
para que não tenhamos problema.
Lorenzo bufa, mas não diz nada, sei que meu consiglieri está
preocupado com a situação entre Leonardo e eu, porém não vou
abrir mão do meu anjo encantado e ele sabe disso, o que resta é
meu irmão aceitar.
Capítulo dezoito
Vincenzo Ferrari
Martinno chegou já tinha anoitecido. Tinha ordenado para
Belamina separar dois quartos no primeiro andar para instalar ele e
Lúcia e um para a garota.
A mansão possuía quatro andares, o primeiro e o segundo
possuíam seis quartos e seis banheiros cada andar. O terceiro
possuía uma suíte com três quartos com closet e banheiros
individuais, uma mini cozinha, sala, escritório e uma bar
maravilhoso. Este andar era meu, de Leonardo e Luna, dividíamos o
espaço até a morte dos meus pais. A cobertura era a área mais
luxuosa da casa, dois quartos e o quarto principal era enorme e
possuía dois banheiros e dois closets, a suíte possuía também um
escritório, sala e o bar, com uma piscina na sacada. Meu pai
gostava do luxo e proporcionou tudo que era de melhor para minha
mãe, talvez pelo sentimento de culpa por ela não poder sair muito
de casa devido a sua segurança.
Martinno que até hoje dormia num quarto nos fundos da
mansão levou Lucia para seu quarto e uma empregada
acompanhou a garota até seu quarto. Vi medo no olhar da mãe de
Graziella ao subir com Martinno, mas como a filha mais velha, a
mulher era pura obediência.
A partir de hoje Martinno deixaria de ser somente soldado
para ser um membro da família Ferrari, algo que ele tinha
conquistado do decorrer de sua vida. Pelo menos com isso
Leonardo tinha concordado comigo, ele era mais apegado ao seu
mentor que eu, afinal os treinamentos mais difíceis tinham sobrado
para mim, o futuro Don, e Leonardo sempre meio que protegido por
mim, meu pai e Martinno.
Subo para cobertura e encontro Graziella conversando com
Giovanna, assim que me vê a moça sai rapidamente do recinto.
- Vou tomar um banho ragazza, daqui a pouco servirão o
jantar, é bom você tomar seu banho também.
Ela vai para o banheiro que é reservado para ela e eu para o
meu.
Quando saio do banho ela ainda não saiu. Pego minha roupa
no closet e já estou terminando de me vestir quando ela sai do
banheiro enrolada em um roupão.
Ela segue para o seu closet, escolhe a roupa que irá vestir e
quando vejo a safadinha tira o roupão, ficando nua em minha frente
se nenhum pudor. Meu pau dói de tesão.
- Puta que pariu Graziella! Desse jeito você quer me
enlouquecer.
A garota me olha sem entender o que fez de errado, ela não
tem a mínima ideia de como sou louco por ela.
- Você está sendo uma menina levada, sabe que temos que
descer para o jantar e mesmo assim fica nua perto de mim.
- Desculpa Vincenzo, eu não sabia que não podia ficar nua
na sua frente.
Gargalho com sua inocência.
- Pois é, mas ficou e agora vou te castigar por ser uma
menina malvada e me atiçar com seu corpo gostoso.
Vejo medo em seus olhos o que me deixa puto, já falei mil
vezes para ela que não irei machucá-la, mas desta vez não vou
aliviar, ela tem que aprender que jamais farei mal a ela.
- Vai para a cama Graziela e fica de quatro.
Receosa ela faz o que mando, mas fica com as pernas
fechadas.
- Abra as pernas!
Ela obedece e fico louco em ver a aquela bocetinha rosada
exposta para mim.
- Você vai nos atrasar para o jantar por ficar nua em minha
frente e fazer com que eu deseje foder você, e isso não se faz, está
entendendo Graziela?
- Sim Vincenzo.
Dou um tapa na sua bunda e ela grita, meu tesão está na
estratosfera.
- Por que você está sendo castigada Graziella?
Pergunto dando outro tapa em sua bunda, dessa vez do outro
lado, gemo ao ver as marcas dos meus dedos na pele alva e macia
do meu anjo.
- Por que fiquei nua em sua frente.
Dou mais um tapa.
- Resposta erra carinho, foi porque foi uma menina malvada.
Mais um tapa e mais um grito da minha menina, sua boceta
já pingava de tesão.
Caio de boca e dedo na sua boceta apertada e a safadinha
rebola no meu rosto sem parar, seus gemidos é afrodisíaco para
meu tesão, quando sinto que ela está preste a gozar paro e arranco
meu pau para fora da calça.
- Você vai gozar no meu pau safada gostosa.
E meto com toda força e selvageria, faço sexo bruto do jeito
que eu gosto e ela grita sem parar até que goza, me levando junto
com ela momentos depois.
Quando vejo que ela desaba sobre a cama não permito.
- Pode levantar daí princesa e se trocar, isso é para você
aprender a não me atiçar quando tivermos um compromisso, vou ne
limpar e quando voltar quero que esteja pronta para descermos para
o jantar.
Vejo que ela levanta com as pernas bambas e faz o que
mandei, sorrindo entro no banheiro para me limpar.
Meia hora depois descemos para a sala de jantar. Graziela
está ressabiada.
- Está tudo bem coração, já não te disse que não irei te
machucar, toda vez que te punirei será através do sexo. Foi tão ruim
assim querida?
Ela está roxa de vergonha, mas sinto pelos seus olhos o
quanto a safadinha gostou da punição, estou criando um monstrinho
pervertido.
Satisfeito chego na sala com meu sorriso zombeteiro.
Graziella vê a mãe e a irmã e abre um sorriso maior que o
mundo.
- Boa noite! – Cumprimento a todos.
- Boa noite! – Respondem e vejo o rosto de Lucia vermelho
sangue, Martinno já teve tempo de pegar a mulher de jeito pelo
visto, dou um sorriso malicioso para ele que permanece sério.
Convido todos para jantar e sinto a falta do meu irmão. Deixo
para lá, ele precisa de tempo para digerir os novos acontecimentos
e preciso ter paciência com ele.
Após o jantar seguimos eu e Martinno para meu escritório e
resolvermos assuntos da máfia, deixamos as mulheres e a garota
na sala para matarem a saudade.
Saio satisfeito ao ver a felicidade nos olhos das três, elas
eram lindas, mesmo Gaia tão nova já mostrava que seria uma
mulher estonteante. O desgraçado do Moretti tirou muito da Cosa
Nostra, mas deixou três preciosidades que se depender de mim
serão tratadas como as joias que eram, e que ele não soube dar
valor.
Capítulo dezenove
Vincenzo Ferrari
Estou tão feliz de ter minha mãe e Gaia junto comigo, quando
Vincenzo me disse que iria me levar para vê-las eu fiquei muito feliz,
mas os dias foram passando, ele ficou muitos dias fora de casa e eu
achei que ele tinha esquecido. Acho que esqueceu mesmo, e eu tive
medo de falar com ele novamente sobre este assunto e o irritar.
Senti muita falta dele nesses dias longe, mesmo que
Giovanna e Belamina serem muito boas comigo, com ele eu me
sentia segura. Sei que ele é um mafioso cruel e sem coração, mas
comigo ele era bom e carinhoso. Confesso que ainda sinto muito
medo dele, hoje de manhã quando ele gritou com Belamina pelo
celular quase desmaiei de pavor, lembrei de meu pai que me
castigava por qualquer coisa que fazia. O alívio que senti quando
ele me tratou com carinho ao ver que eu estava no quarto foi
enorme. Quando disse para ele que sentia falta da minha mãe e
irmã, jamais imaginei que ele me levaria para vê-las, a felicidade
indescritível que senti quando abracei minha mãe e irmã nunca irei
esquecer. Conversei com mamãe e ela disse que estava tudo bem e
que não estava sendo maltratada, me contou dos afazeres que lhe
eram incumbidos no alojamento e que todos que ali viviam era uma
grande família. Quando voltávamos do alojamento ele me disse que
traria minha mãe e Gaia para a mansão, mais uma felicidade
inigualável que experimentei, não entendia por que ele estava me
tratando dessa forma, mas acho que ele gosta de mim, conforme a
doutora Anna tinha me explicado ele sentia atração por mim, ela
disse que sou uma mulher linda e objeto de desejo de muitos
homens. Nunca tinha me visto dessa maneira, mas estava feliz de o
agradar. Ele também é o homem mais lindo do mundo e me sentia
atraída por ele. Cada vez que ele chegava perto de mim sentia
vontade de ser beijada, abraçada e tocada por ele. Gosto muito de
fazer sexo, embora ainda sinta muita vergonha, quando ele me toca
e me enlouquece perco totalmente a razão e se for sincera a
vergonha também. Aprendi muito com a doutora Anna sobre sexo,
ela me disse que tenho sorte do Don ter se encantado com minha
beleza, disse que ele tem muitas mulheres e que eu era a preferida
por estar morando na mansão. Embora tenha ficado feliz, meu
coração doeu em saber que ele tinha outras mulheres, mas eu não
poderia me opor afinal sou filha do assassino de seus pais e
realmente tinha muita sorte.
Sei que nenhum outro homem pode chegar perto de mim e
que eu sou dele, torço que ele me queira por muito tempo e só
queira a mim. Acho que jamais irei deixar de querê-lo e quando ele
não me quiser mais sei que vou sofrer, mas não quero nem pensar
nesta possibilidade.
Agora estou sentada na sala com minha mãe e Gaia, como
ele disse elas vieram morar na mansão também, mas pelo que
percebi minha mãe foi tomada por Martinno, vi que ela estava com
ele, o que me deixou temerosa. Minha mãe já sofreu muito na vida e
eu não queria ver mais seu sofrimento. Sei que Martinno é um
soldado frio e cruel, ele que tinha sido o mentor dos irmãos Ferrari,
transformando eles no que são hoje, Giovanna tinha me contado.
Olho para minha mãe sentada no sofá ao meu lado e vejo
que estamos sozinhas na sala e pergunto.
- Como a senhora está mamãe?
- Estou bem minha filha, o senhor Martinno me tomou para
ele e me trouxe para ficar perto de você, era mais que eu poderia
sonhar depois de tudo que aconteceu.
- Ele te machucou mamãe?
- Não querida, ele foi atencioso e me prometeu nunca me
machucar, prometeu cuidar e me proteger, mais que um dia tive com
seu pai.
- Que bom, só quero que a senhora seja feliz, já sofreu
demais e merece toda a felicidade do mundo.
- Minha felicidade são vocês minhas filhas e estamos tendo
uma segunda chance na vida graças ao Don que se encantou por
você minha menina linda. Agora me diga ele te trata bem?
- Sim mamãe ele é carinhoso e atencioso comigo, estou
muito feliz.
- Vejo que está apaixonada Graziella, ele te fez mulher dele?
- Como assim?
Não entendi a pergunta de minha mãe e ela sorri ternamente
apertando minhas mãos entre as suas.
- Ele fez sexo com você?
Balanço a cabeça afirmativamente e sinto o semblante
preocupado de minha mãe.
- Foi muito dolorido, ele te machucou?
- Não mãe, ele foi paciente e carinhoso.
Tento deixar minha mãe mais tranquila possível, mas seus
olhos enchem de lágrimas e diz.
- Não pense que sou ingrata por estar triste minha filha,
depois da traição do seu pai o que está acontecendo conosco é
muito bom, mas sempre sonhei em ver minhas filhas casadas,
porém o seu pai tirou este direito de vocês quando traiu a famiglia,
porém torço que vocês sejam muito felizes.
- Eu serei mamãe, eu serei.
Demonstro confiança em minha felicidade perante minha
mãe, mas no fundo tenho medo de quando Vincenzo enjoar de mim,
ele era um homem rico, poderoso e lindo, poderia ter a mulher que
desejasse e temia pelo meu futuro caso ele encontrasse uma
mulher que ele desejasse mais que eu e me abandonasse.
Ficamos muito tempo conversando e matando a saudade,
Gaia estava eufórica, tinha adorado a mansão e o fato de não
termos mais contato com meu pai só nos deixava mais leves e
felizes. Mamãe perguntou se eu tinha tido contato com meu pai ou
se sabia o que tinha acontecido com ele. Falei a verdade, que
achava que ele estava morto, mas não tive coragem de perguntar a
Vincenzo o que realmente tinha acontecido, ela acena e não diz
nada, mas sei que enquanto não soubéssemos que ele estava
realmente morto não poderíamos ficar totalmente tranquilas.
Já era tarde da noite quando Vincenzo saiu do seu escritório
e me chamou para ir para o quarto, Martinno também fez sinal para
que mamãe o acompanhasse e torci para que ela encontrasse a
felicidade, mais que ninguém ela merecia.
Giovanna cuidou de Gaia.
Sem sono fiquei mais de uma hora em seus braços então ele
pergunta.
- Está sem sono anjo? Algo te incomoda?
Senti meu coração acelerar com a pergunta e tive medo de
expor minhas preocupações para ele, mas sei que me conhece e
dizer a verdade era a melhor maneira, mesmo que ele ficasse
chateado comigo.
- Estou preocupada com minha mãe, ela já sofreu muito na
vida, seu corpo é todo marcado devido os espancamentos do meu
pai. Será que o senhor Martinno irá bater nela também?
Pergunto receosa com sua reação.
Ele ergue me queixo para que eu olhe em seus olhos e diz.
- Não tem com que se preocupar minha menina, Martinno irá
respeitar e cuidar de Lúcia, eu exigi que fosse assim e ele jamais irá
contra uma ordem minha. Sua mãe será cuidada como nunca foi por
seu pai.
- E Gaia?
- Sua irmã ficará sob a responsabilidade de Martinno
também, ele a protegerá, não quero que se preocupe com esse
assunto, elas ficarão bem.
- Obrigada Vincenzo, sei que não merecemos todo esse
cuidado, pois meu pai traiu a famiglia da forma mais vil e cruel, não
sei como recompensar todo carinho que você está tendo conosco.
- Não sou boa pessoa Graziela, não se engane. Nós não
maltratamos mulheres e crianças, somente se merecerem e sei que
vocês eram tão vítimas do desgraçado do seu pai, quanto meus
pais.
- Vincenzo posso fazer mais uma pergunta?
- Pergunta meu anjo.
- Ele está morto?
Não digo o nome do meu pai, mas ele sabe de quem estou
falando.
- Sim meu coração, ele está morto, nunca mais ele fará mal a
vocês.
Sinto um enorme alívio quando ele confirma a morte do meu
pai, não sou uma pessoa má, porém aquele homem fez muito mal
para as mulheres que ele devia proteger. Dou um sorrio aberto e
sincero para Vincenzo que me abraça e dá um beijinho em meus
lábios.
- Agora durma querida, tudo vai ficar bem.
Não sei como será o dia de amanhã, mas hoje o sentimento
que me invade é felicidade, me sinto cuidada, amada e protegida.
Me aconchego mais nos braços do meu homem então deixo o sono
me dominar.
Capítulo vinte
Vincenzo Ferrari
- Maldito filho da puta!
Grito descontrolado na manhã seguinte, estávamos eu,
Lorenzo e Leonardo na sala montada para Akira, quando Lorenzo
deu a notícia que o maldito chefe da máfia albanesa tinha entrado
na Itália.
- Você tem certeza Akira? – Leonardo questiona o japonês.
- Sim senhor. O sistema que instalei não falha, tenho câmera
de acesso em todos os aeroportos do país e flagrei a imagem Agon
Ibrahimi no aeroporto de Palermo, vocês podem conferir na imagem.
Ele nos mostra no telão a imagem de um homem vestindo
roupa esportiva e com um boné tentando esconder o rosto. Porém
em um momento ele vira o rosto para trás e uma câmera foca seu
rosto.
- É ele mesmo Don, não há dúvidas. – Lorenzo diz.
- Quero segurança redobrada na mansão, ele veio atrás de
Graziella, quero que redobrem a segurança de Luna também, ele
tentará nos atingir em nosso ponto fraco que são as mulheres.
Provavelmente ele já sabe que Graziella está comigo. – Digo
furioso.
- Procure qualquer indício se há mais alguém com ele,
soldados albaneses, mercenários e toda pessoa minimamente
estranha que tenha entrado em solo italiano nos últimos dias Akira,
temos que estrar preparados e saber da força de ataque do inimigo,
é de suma importância para nos defendermos. – Leonardo ordena
ao hacker.
- Sim senhor. – Responde o japonês voltando ao seu
trabalho, o homem era realmente bom, e a tecnologia era nossa
maior arma contra o inimigo nesta guerra, através dela estaríamos
sempre um passo à frente do maldito. Depois que acabar com o
maldito albanês, vou inserir permanentemente a tecnologia na Cosa
Nostra, está na hora de modernizarmos nosso trabalho, e com
certeza nos renderá muito milhões pois conseguiremos expandir
nosso mercado. Não sou inocente, sei que para poder ter os
benefícios da tecnologia teremos que ter em nossa folha de
pagamento alguém tão bom ou melhor que Akira, para não
deixarmos rastros e não sermos apanhados pela polícia ou por
nossos inimigos, mas provavelmente o investimento compensará.
Eu, Lorenzo e Leonardo passamos a manhã toda estudando
estratégias para atrair Agon em uma emboscada e assim
acabarmos com a raça do infeliz de uma vez. Sei que na vida que
levamos todos os dias somos cercados por inimigos e nunca
devemos baixar a guarda, mas com Agon era questão de honra, era
a vingança por nossos pais e demais soldados que junto com os
traidores ele matou. Se acabarmos com ele também fortaleceria
meu comando como o novo Don da Cosa Nostra e serei mais
respeitado e temido por todos.
Estávamos tão entretidos no trabalho que nem vimos a hora
passar. Belamina veio avisar que o almoço estava pronto e
seguimos para a sala de jantar. Logo que chegamos as mulheres
Moretti se juntaram a nós e vi a cara de raiva que Leonardo fez,
porém não falou nada.
Elas nos cumprimentaram educadamente e sentaram à
mesa. Graziella ao meu lado, Lúcia ao lado de Martino e Gaia ao
lado da mãe.
Comemos em silêncio, o clima estava tenso, mas não houve
maiores incidentes. Ao terminarmos o almoço seguimos para sala
de estar, decidi aumentar o momento do almoço para dar chance a
Graziela ficar com sua família, pois elas ficavam o tempo todo no
quarto, esses momentos serão os únicos que elas terão juntas até
que eu decida o contrário, mas por enquanto será dessa maneira
principalmente com a ameaça de Agon na Itália.
Martinno ficará responsável em cuidar pessoalmente da
segurança de Graziella, Lúcia e Gaia e tenho certeza que elas estão
em boas mãos.
Os homens ficam num canto afastado das mulheres para que
elas tenham espaço, sorrio notando os olhares de Martinno para
Lúcia, ele estava encantado com a beleza da mulher.
Engatamos assuntos leves por estarmos perto delas e
ficamos assim mais de meia hora. Leonardo fica calado o tempo
todo e não diz nada com a cara amarrada.
Chamei Graziella para ir para o quarto comigo descansar e
Martinno fez o mesmo com Lúcia, Giovanna ficou para fazer
companhia à Gaia. Estávamos subindo a escada quando escutei um
grito e ao virar para trás vi que a garota tinha caído da escada, por
sorte ela só estava no terceiro andar e para minha surpresa quem a
socorreu foi Leonardo.
- Perdão senhor, não vai mais acontecer. – Diz desesperada,
dona Lúcia e Graziella estão angustiadas também.
Leonardo leva a pequena para o sofá e examina o pé da
menina que chora baixinho.
- Está tudo bem ragazza, não foi culpa sua, dói em outro
lugar sem ser o seu pé?
Leonardo questiona a menina preocupado, olha no rosto da
garota e sente todo o pavor que ela está sentindo. Fico observando
a cena e deixo ele cuidar de Gaia.
- Não senhor, só o pé está doendo. – A garota diz baixinho.
- Precisamos levá-la à clínica Vincenzo, o pé dela está
inchado e pode ter fraturado, será necessário exame para ver qual a
gravidade da lesão.
- Cuide disse Martinno, tenha cuidado no trajeto e reforce a
escolta até a clínica.
- Sim senhor, pode deixar que cuidarei. Vou levar Lúcia
comigo, a garota vai se sentir mais segura com a mãe por perto.
Balanço a cabeça afirmativamente e Martinno sai para reunir
os homens para a escolta. Belamina traz um analgésico para a
menina que continua chorando baixinho nos braços da mãe e
Graziella ao lado das duas.
Quando Martinno retorna para buscar mãe e filha fico
surpreso quando Leonardo se levanta e diz.
- Irei com vocês Martinno, pode deixar que a levo.
Pega a menina nos braços, sem se importar com as pessoas
ao redor e ouço ele a consolando baixinho, sendo seguido por
Martinno e Lucia.
Conduzo Graziella para o quarto e não escondo o sorriso
zombeteiro nos lábios. Parece que Leonardo caiu no encantamento
das feiticeiras Moretti, a menina o encantou e tenho certeza que ele
a protegerá com sua vida se preciso for, conheço o olhar decidido
do meu irmão, pude ver sua revolta ao olhar o pavor da menina por
ter se machucado e tenho certeza que se ela estivesse com o pai
ela ainda seria castigada. Sinceramente espero que Leonardo agora
pare de me incomodar por trazer as Moretti para dentro da nossa
casa.
Quando chegamos no quarto ergo Graziella nos braços e a
deito na cama, tiro seus calçados e dou um beijo em seu pé, retiro
meu próprio calçado e deito ao seu lado. Trago ela para meus
braços e a consolo.
- Não se preocupe com a ragazza anjo, ela ficará bem,
Leonardo e Martinno cuidarão bem dela.
Ela balança a cabeça afirmativamente e eu beijo sua cabeça
com carinho.
- Descanse bela, logo teremos notícias.
Fiquei com ela em meus braços por muito tempo, essa
menina mulher me trazia paz e uma vontade enorme de cuidar e
proteger. Sinto que cada dia que passa ela me encanta e fascina
mais e mais, aquele desejo desenfreado que experimentei desde o
momento em que pus meus olhos nela só tem aumentado. Mais que
desejo sinto carinho e afeição por ela. Nunca em toda minha vida
senti algo semelhante, mulheres para mim era somente uma transa
e nada mais. Não suportava ficar nem mesmo uma hora com
alguma mulher depois do sexo. Mas com ela tudo era diferente,
quanto mais a tinha em meus braços mais a queria, não sei qual é o
nome do sentimento que estava sentindo, ainda não posso definir,
mas sei que quero meu anjo para sempre em minha vida. Sei que
ela é inocente e estou trazendo ela para minha escuridão, se fosse
um homem bom a deixaria ir, mas eu não sou bom. Sou um maldito
mafioso, cruel e possessivo e Graziella era minha e seria minha
para sempre.
Com esse pensamento durmo abraçado ao meu anjo de luz.
Capítulo vinte e um
Graziella Moretti
Subo para o quarto com Vincenzo, estou muito preocupada
com Gaia, minha irmãzinha estava sofrendo. Me abalou, mas
Vincenzo me garante que ela ficará bem. Minha mãe está com ela o
que alivia meu coração.
Já era de noite quando ouço carros parando em frente à
mansão. Sinto uma necessidade urgente em ver como está Gaia.
Vincenzo dorme ao meu lado e tenho medo de acordá-lo e pedir
para ver como está minha irmã, não sei se ficará chateado comigo.
Passa vários minutos, já não suportava mais a ansiedade que
me consumia, ela foi maior que o medo e timidamente toco em seu
braço, o chamando acordar.
- Vincenzo! Vincenzo!
- O que aconteceu? Tudo bem Graziella?
Ele pergunta preocupado, respiro fundo e indago.
- Sim, ouvi som de carro e acredito que chegaram da clínica.
Me perdoa por te acordar, porém gostaria de pedir para ver como
está minha irmã.
Ele se levanta sonolento e diz.
-Se vista e vamos.
Faço o que ele me pede e seguimos para o andar onde fica
os quartos onde estão minha família. Ele para na porta de um dos
quartos e bate. Rapidamente Martinno abre a porta.
- Como está a garota? – Vincenzo questiona.
- Bem, felizmente a menina sofreu somente uma luxação no
pé, dentro de uma semana ficará bem.
- Que bom, qual é o quarto dela? Graziella quer vê-la.
Martinno indica o quarto e seguimos para lá. Entramos no
quarto, Vincenzo não teve o trabalho de bater na porta. A cena que
se desenrola em minha frente me emociona. Gaia estava dormindo
serenamente nos braços de minha mãe.
- Como ela está mamãe?
- Bem, não passou de um susto, pode dormir tranquila.
Feliz vou até minha mãe e Gaia, dou um beijo nas duas e
voltamos para o quarto, elas precisavam descansar.
Fiquei muito admirada em ver que o Senhor Martinno tinha
deixado mamãe estar com Gaia, meu pai jamais permitiria algo
assim. A esperança de dias melhores em nossa vida brotou em meu
coração, a realidade que estávamos vivendo era totalmente
diferente da vida que tínhamos vivido até ali.
Já estávamos deitados novamente. Eu descansava a cabeça
no peito de Vincenzo que afaga meus cabelos, porém não tinha me
procurado para fazer sexo aquela noite, quando Gaia estava no
hospital eu fiquei grata, pois estava muito preocupada, entretanto
agora meu corpo traiçoeiro pedia pelo dele.
Mesmo insegura com medo de ser rejeitada e apavorada com
sua reação, o desejo que sentia por sexo era insano e meu corpo
doía de tanto desejo. Com a mão tímida começo acariciar
vagarosamente seu tórax, ele não reage no início, de repente sinto
sua mão segurar a minha onde estava e ele prensa seu corpo sobre
o meu.
- O você está querendo Graziella?
Meu rosto queima de vergonha, mas sei que ele exige
respostas quando faz alguma pergunta.
- Quero sexo. – Minha voz sai esganiçada e ele solta uma
gargalhada.
- Hummm....e por que você quer sexo anjo?
- Meu corpo dói de vontade.
Ele continua com um sorriso cínico e zombeteiro no rosto e
toca meu sexo sem nenhum pudor e quando ele sente que estou
muito molhada solta um grunhido.
- Puta que pariu anjo, que delícia de bocetinha, toda
molhadinha para mim.
Estava tão excitada que rebolava freneticamente em seus
dedos, gemendo alto.
Vincenzo rasga minha camisola e calcinha, me beija
freneticamente, tira sua cueca e me penetra em um só tranco.
Grito louca de prazer.
Ele estoca forte dentro de mim, enquanto afaga meus peitos.
Explodo num orgasmo enlouquecedor e logo em seguida Vincenzo
se derrama em mim.
Ficamos vários minutos ofegantes, esperando nossos corpos
se acalmarem.
Vincenzo levanta, vai ao banheiro e depois volta para me
limpar, ele sempre fazia isso, e me sentia especial nesses
momentos tamanho carinho e cuidado que ele tinha comigo.
Esgotada e com sono me aninho em seus braços novamente
e quando estou quase dormindo ele pergunta baixinho.
- Foi bom carinho?
Olho para ele sorrindo e digo.
- Muito bom, obrigada.
Ele sorri maliciosamente e diz ao meu ouvido.
- Hoje nós demos uma rapidinha, fico feliz que tenha gostado,
mas amanhã prometo que vou te pegar de jeito tão gostoso que
seus gritos manterão a casa toda acordada.
E com essas palavras, me dá um beijo na testa e logo em
seguida dormimos profundamente.
Capítulo vinte e dois
Vincenzo Ferrari
Quatro meses depois
- Quero os malditos albaneses! Vou acabar com todos eles!
Estou possesso. Já passava da meia noite quando recebi a
ligação de Leonardo avisando que tínhamos sido atacados e
explodiram a Perdição, nossa maior boate. Fora o prejuízo,
tínhamos perdido vinte uma pessoas, entre prostitutas, soldados e
clientes. A polícia tinha invadido o estabelecimento, afinal era um
negócio legal, pelo menos de fachada e servia para lavagem de
dinheiro.
Tinha passado quatro meses em suspense, sem realmente saber
quais seriam os próximos passos de Agon Ibrahimi em meu
território. O homem era mais liso que sabonete. Apesar de toda
tecnologia que Akira nos fornecia, e termos evitado vários ataques a
nossas cargas o infeliz tinha conseguido nos atingir em nosso
território, tinha praticamente destruído minha melhor boate. A
Perdição ficava em um prédio de dois andares luxuosíssimo no
centro de Roma, e era frequentada por toda elite romana, entre eles
grandes empresários e muitos políticos influentes.
Em casa não tinha com que me preocupar, Graziella tinha se
transformado de menina para mulher. O sexo entre nós era
selvagem e meu anjo tinha aprendido a me satisfazer como
nenhuma outra mulher havia conseguido. Ela foi uma ótima aprendiz
e apesar de ser muito submissa ainda, ela conseguia conversar
comigo e se arriscava até a pedir algo para ela, para a mãe e a
irmã. Aliás Lucia também se dava bem com Martinno e acredito que
estejam apaixonados. Afinal a senhora Moretti nunca tinha sido tão
bem tratada como estava sendo atualmente.
Tive problemas com o conselho da Cosa Nostra, eles não
aceitavam o fato de tornar a filha de um traidor como amante, e não
uma simples amante, mas a mulher que dormia e acordava comigo
todos os dias. Não abri mão do meu anjo e se algum conselheiro
mais afoito ousasse me desafiar teria enfiado uma bala no meio da
testa, Lorenzo como sempre, era bem mais ponderado que eu e
levou a situação para votação. Éramos em treze conselheiros, e a
situação de Martinno e Lucia também foi para votação, sem contar
que assim que fosse decidido a vida das duas mulheres Moretti
mais velhas estaríamos decidindo a vida da garota Gaia.
Defendi meu ponto de vista perante o conselho, pois em minha
visão as mulheres Moretti foram vítimas do desgraçado do Vitório a
vida toda. Elas sofreram anos a fio nas mãos do maldito. Podemos
ser mafiosos e não ter coração, mas jamais maltratamos mulheres e
crianças inocentes, e elas eram as criaturas mais inocentes que já
conheci em toda minha vida.
Apesar de muitos conselheiros ser contra maltratarmos mulheres
e crianças inocentes, ainda existiam uns dois ou três do perfil de
Vitório, mas no final deu tudo certo, por onze votos a dois, o
conselho decidiu que as mulheres Moretti não eram consideradas
traidoras, mas também vítimas do Vitório Moretti. Não foi com
surpresa que vi Leonardo meu irmão votar pela inocência delas,
apesar dele não manter nenhum contato com elas as tratava com
respeito, mudou sua postura desde o dia que Gaia tinha se
machucado e ele fez questão de levar a menina ao hospital. Sinto
que meu irmão tem um carinho especial pela garota que sofreu
tanto quanto a mãe e irmã, e quer protegê-la.
Então sim, estava vivendo um momento muito tranquilo em casa.
Eu já tinha aceitado que estava apaixonado pela minha menina
mulher desde o momento que a vi. Acredito que ela sente o mesmo
que eu, mas nunca disse sobre seus sentimentos, mas a forma que
ela se entregava para mim dizia muito o que sentia, de uma coisa
tenho certeza, ela me desejava da mesma forma que eu a queria.
Queria dar mais para meu anjo, deixar ela sair de casa, mesmo
que em companhia dos seguranças, deixar ela viver além dos muros
da mansão, algo que ela nunca viveu na casa do seu pai, mas
infelizmente não poderia me descuidar de sua segurança, afinal
Agon Ibrahimi a queria e qualquer descuido seria fatal para minha
princesa, e eu não suportaria se algo acontecesse a ela, não posso
mais viver sem ela.
Após os peritos policiais terem analisado a cena do crime,
resolvi dar uma olhada nos estragos, consegui chegar até a suíte
que era reservada para mim e me enchi de ódio quando vejo escrito
na parede “ Ela me pertence, estou indo buscar o que é meu.”
Fico louco, completamente enfurecido, Agon Ibrahimi,
assinou sua obra, ele teve coragem de ameaçar tirar meu anjo de
mim. Nada em minha vida era mais importante que Graziella, jamais
deixaria tocar em um só fio de cabelo da minha menina, eu o
destruiria antes.
Leonardo e Lorenzo entra na suíte completamente destruída
pela bomba que Agon Ibrahimi implantou no prédio e quando
enxergam a ameaça vejo preocupação em seus semblantes.
- Fique calma Vincenzo, ele quer o seu descontrole. – Fala
Lorenzo, preocupado com minha reação e minhas ações a partir de
agora.
- Vou conversar com Akira, precisamos descobrir se ele ainda
tinha algum aliado dentro da boate. – Leonardo fala e sai de dentro
do quarto já se conectando a Akira.
- Ele não pode chegar perto dela Lorenzo, ela é minha. – Falo
possesso.
- E não vai chegar Vincenzo, vamos agir antes dele e eliminá-
lo da face da terra.
- Quero que coloque os nossos melhores investigadores no
caso, se preciso suborne mais policiais, quero saber de tudo,
preciso encontrar esse filho da puta o quanto antes e acabar com
ele.
- Vou acionar os investigadores, mas aconselho você ir para
casa e ficar com sua menina até esfriar a cabeça. Na situação que
está não tem condições de tomar nenhuma atitude coerente.
Olho para Lorenzo e balanço a cabeça afirmativamente, vejo
que ele se surpreende por aceitar tão facilmente seu conselho, mas
neste momento o que mais preciso é estar junto dela, com ela e
dentro dela, preciso sentir que ela me pertence e será minha para
sempre.
Chego em casa já era dez horas da noite, encontro Graziella
e a mãe sentadas no jardim conversando, quando me vê vai ao meu
encontro. Ela e sua família tem permissão de andar por toda casa e
no pátio, dei autorização depois de um mês que a tinha tirado da
casa de sua família.
Quando Graziella se aproxima de mim, puxo-a para meus
braços e a beijo com fome.
Quando a solto ela me questiona.
- Tudo bem querido?
- Tudo bem anjo, vamos para quarto preciso de você.
Ela não diz nada e juntos seguimos para o nosso quarto.
Eu amei Graziela com minhas mãos, boca e com meu corpo
de todas formas possíveis. Hoje eu a venerei como a mulher que
amo, que desejo para compartilhar toda a minha vida, não somente
a minha cama. Não foi um sexo selvagem que tivemos, foi lento,
doce, gostoso e indescritível.
Quando terminamos, tomamos banho e ficamos juntinhos
lado a lado na cama.
- O que está acontecendo Vincenzo? – Ela pergunta.
Resolvo contar parte da verdade.
- Fomos atacados, destruíram minha melhor boate e mataram
vinte e uma pessoas.
- Senhor! Lorenzo e Leonardo estão bem?
- Sim, estão a caça de nossos inimigos.
- Já sabem quem está por trás do ataque?
- Sim querida, e vamos pegá-lo, pode ter certeza. – Puxo ela
para os meus braços e continuo. - Não vamos falar mais sobre este
assunto, não quero que se preocupe com assuntos da máfia,
preciso ficar um pouco com você para me acalmar.
- Está bem querido, eu estou aqui, por favor Vincenzo toma
cuidado.
Quando ela me pede para ter cuidado com a voz embargada
meu coração acelera e fico feliz em saber que ela se preocupa
comigo.
- Preocupada comigo coração? – Uso meu tom de zombaria.
- Claro que me preocupo com você querido, não suportaria
que algo de ruim lhe acontecesse.
- Não se preocupe querida, sei me cuidar. Só quero que se
cuide e jamais saia do perímetro da mansão.
- Acha que podem fazer algo conosco? - `Pergunta
preocupada e resolvo não falar a verdade, não quero deixá-la aflita.
- Não, mas todo o cuidado ainda é pouco, tenho muitos
inimigos amor e eles podem querer machucar você para me atingir.
O rosto de Graziela fica vermelho com minhas palavras e ela
me olha com inocência e pergunta.
- Mas eu sou sua prisioneira, como me machucar te atingiria?
Sinto um nó se formando em minha garganta, acaricio seu
rosto e digo com carinho.
- Não querida, você é minha mulher, eu a desejo e a quero
com loucura, precisei enfrentar o conselho da máfia para ficar com
você, e com isto declarei sua importância em minha vida.
Ela sorri com os olhos cheios de lágrimas e indaga.
- Você gosta de mim?
- Muito amor, sei que não sou bom com as palavras, mas te
desejei com loucura desde o momento em que te vi. Você é muito
especial para mim.
- Também gosto muito de você Vincenzo, obrigada por tudo
que tem feito por mim e pela minha família.
A aperto em meus braços e digo.
- Não me agradeça carinho, vocês merecem tudo de melhor
que a vida possa proporcionar e eu me encarregarei de dar isso a
vocês.
Ela se aninha mais em meus braços e diz.
- Nunca imaginei que pudesse ser tão feliz em minha vida.
Nunca fui tão protegida e cuidada, eu te amo Vincenzo.
- Também te Amo meu anjo, e já não posso mais viver sem
você,
Ela me dá o seu mais belo sorriso e tomba a cabeça em meu
peito, me sinto o filho da puta mais sortudo do planeta, e juntos em
nossa sintonia perfeita adormecemos nos braços um do outro.
Capítulo vinte e três
Graziella Moretti
Depois do dia que Vincenzo disse que me amava e também
revelei meus sentimentos a ele já se passaram seis dias e eu não o
vi mais.
Sei que ele deve estar escondendo algo de mim, não
revelando a real situação, ele me deixou dormindo na cama e já
fazia malditos seis dias sem o ver.
Sinto tanto a sua falta. Martinno cuida de nós, mas não é a
mesma coisa, sinto falta do meu homem.
Depois que mamãe veio morar na mansão, tudo mudou em
minha vida. Ela me ensinou tudo o que devia saber para ser uma
boa mulher. Aprendi a cuidar do meu homem e a satisfazer suas
vontades, na cama e fora dela.
Apesar de mamãe não dizer explicitamente como uma
amante deve se comportar ela disse que meu corpo pertencia a
Vincenzo e que deveria agradá-lo na cama. A doutora Anna se
encarregou do restante.
Sabia que agradava Vincenzo, ele era muito carinhoso
comigo e gemia de prazer quando fazíamos sexo, sinal que ele
estava gostando. Li muito sobre o tema e sabia que não acontecia
com todo mundo, e que o prazer que sentíamos um nos braços do
outro era algo especial e raro entre casais, conforme a doutora me
disse.
Sim, falava abertamente com ela sobre minha relação com
Vincenzo, queria aprender mais e mais a satisfazer meu homem e
precisava contar para ela o que acontecia entre eu e Vincenzo na
hora do sexo para que ela me instruísse como satisfazê-lo, fora da
cama era mamãe que me ensinava a me portar.
Quando ele disse que me amava achei que explodiria de
felicidade, nunca imaginei que ele pudesse me amar. Eu o amava
com todas as forças do meu ser. Ele me cuidava, protegia, era
carinhoso e me fazia a mulher mais realizada do mundo na hora do
sexo. Eu realmente não imaginava que pudesse ser tão feliz em
minha vida.
As vezes me perguntava se ele fazia sexo com outras
mulheres, principalmente quando ficava muito tempo longe de mim,
então eu chorava e mamãe sempre me consolava. Ela dizia que
homens pode ter outras mulheres e que eu devia ficar feliz por ser a
escolhida em compartilhar sua cama, que as outras eram somente
passa tempo. Nada do que ela dizia abrandava a dor que o ciúme
me causava, mas engolia meu choro e nunca tive coragem de
questioná-lo sobre se ficava com outras mulheres.
Estava deitada na beira da piscina em uma espreguiçadeira
quando mamãe se juntou a mim.
- Tudo bem Graziella?
- Tudo bem mamãe.
- Então por que esses olhos vermelhos de choro.
- Sinto falta dele, já fazem seis dias que não o vejo.
- Ele é o Don querida, tem muito trabalho a fazer, você
precisa se acostumar com a situação.
- Eu sei, mas não consigo me controlar.
- Mas precisa, o Don pode se aborrecer com você se
perceber que está desse jeito por ele estar fora. Ele é homem
querida, pode fazer o que quiser, não um simples homem, mas o
chefe dos chefes.
Balanço a cabeça concordando com minha mãe,
- Deve se sentir honrada em saber que ele a deseja e a
mantém em sua cama. Muitas mulheres dariam tudo para estar em
seu lugar querida. Além de sua amante ele a trata com carinho e
consideração, algo raro dentro da máfia.
- Eu sei e sou agradecida a ele, não sou ingrata, porém meu
coração é traiçoeiro e não entende dessa forma. Sinto falta dele e
tenho ciúmes em imaginar ele estar com outra em meu lugar.
Quando penso nisso me desespero.
- Ele gosta muito de você querida, só isso é o que importa.
- Ele disse que me ama. – Revelo para minha mãe e a vejo
sem fala tamanha a surpresa da minha revelação.
- Quando Graziela?
- Quando o quê mãe?
- Quando ele disse que te ama?
- No último dia em que esteve aqui.
- Foi na hora o sexo?
- Não, depois. Por quê?
- É maravilhoso minha filha saber que você é amada. É o
maior desejo que uma mãe pode ter.
Minha mãe está emocionada em saber que Vincenzo me
ama. Ela que foi tanto maltratada pelo marido, saber que a filha era
amada a deixou maravilhada e vi duas lágrimas correndo de seus
olhos.
Chego perto dela e a abraço com carinho.
- Eu também o amo mamãe e disse para ele.
Ela sorri e beija meu rosto. Neste momento ouço passos se
aproximando e Martinno projeta frente a nós.
- Tudo bem Lúcia? – O homem pergunta sério.
- Sim. – Ela responde monossilábica, vejo que ela se
envergonha que ele a veja chorando.
- Então por que está chorando? – Martinno está preocupado
com minha mãe o que me deixa feliz.
- Não é nada, eu e Graziela relembrando o passado, o que
me deixou meia sensível. – Ela mente.
- Esqueçam do passado e vivam o presente. O passado já
morreu. – Ele fala seco, mas sabia que estava preocupado.
- Você está certo, não vai mais acontecer. – Mamãe fala
submissa como sempre.
Martinno balança a cabeça e nos deixa a sós.
Assim que ele sai eu ouso perguntar a minha mãe.
- A senhora gosta dele?
Ela cora, mas não foge da pergunta.
- Ele é muito bom para mim. – Diz somente e sei que é o
máximo que terei dela, mas seu olhar em direção ao homem que se
afastava de nós é de carinho, algo que ela nunca teve com meu pai.
- Só espero que minha Gaia tenha a mesma sorte que nós
querida e encontre um homem que a cuide e proteja.
- Ela vai encontrar mamãe, temos que ter fé.
- Sua irmã não é como você Graziella que é calma e
tranquila. Ela é rebelde e temo que ela possa sofrer por seu
temperamento.
- Ela é muito novinha ainda, com certeza ela mudará, não se
preocupe com isso.
- Eu sei como um homem pode ser cruel minha filha, e eu
não suportaria ver minhas filhas sofrendo nas mãos de um homem
da forma que eu sofri. Espero realmente que Gaia controle seu
temperamento e que encontre um homem que não a faça sofrer,
pois isso me destruiria.
- Vai ficar tudo bem mamãe. – Sorrio para ela e depois de
mais algum tempo entramos na mansão pois era hora do almoço.
Capítulo vinte e quatro
Vincenzo Ferrari
Fazem seis malditos dias que não volto para casa e não vejo
minha menina. Deixei as Moretti sob os cuidados de Martinno, e eu,
Lorenzo e Leonardo estamos a caça do infeliz do Agon Ibrahimi.
Rodamos a Itália inteira, encontramos muitos albaneses em nossa
terra e os eliminamos. Fizemos eles pagarem caro pelo que fizeram
na Perdição.
Estava enfrentando momentos difíceis na máfia, muitos dos
capos estavam revoltados com o acontecido, principalmente por
muitos dos nossos terem morrido no ataque a minha boate. Tive que
ser firme e matar alguns dos nossos no meio do caminho que
questionaram minha liderança.
Acabamos de descer no aeroporto, chegar em Roma era
maravilhoso, sabia que logo estaria nos braços do meu anjo. Sentia
muito a falta daquela diabinha que tanto amo.
Deixo um sorriso brotar em meu rosto quando lembro de sua
alegria ao dizer que a amava, e ela também declarou o seu amor
por mim. Aquela mulher era a criatura mais importante em minha
vida e não posso viver sem ela.
As vezes sinto um sentimento de culpa sufocante em meu
peito em pensar que não dei escolha para ela decidir o que quer
para sua vida. Eu me impus a ela e a tornei minha refém. Sei que
ela gosta de mim e sente prazer em meus braços, ela disse que me
ama, me pergunto como ela pode saber o que é amor se não
conhece nada da vida. O único homem que tinha se aproximado e
tocado meu anjo fui eu, então o remorso filho da puta que sinto em
tornar minha princesa refém dos meus braços me corrói.
Queria ser alguém melhor e mais humano para ela, mas para
isso teria que deixá-la livre para viver e se afastar de mim. Não
posso, não consigo nem sequer imaginar ela nos braços de outro,
jamais permitiria. Então convivo com minha culpa e busco fazê-la
feliz a minha maneira.
Estávamos chegando no carro que nos levaria a mansão
quando meu telefone toca. Olho para o número de Martinno na tela
e fico apreensivo. Um pressagio ruim varre meu corpo e atendo o
telefonema.
- Alô!
- Senhor não tenho boas notícias.
- Como está Graziella, Martinno?
Grito desesperado sabendo que algo aconteceu ao meu
tesouro.
- Sinto muito Don, eles a levaram.
- Não, Não, Não. Porra! Como você permitiu algo assim,
confiei em você Martinno e me decepcionou, não vou te perdoar
jamais desgraçado.
Estou completamente alucinado e entro no carro. Lorenzo
pega o celular de minhas mãos e continua conversando com
Martinno e Leonardo pega a direção e acelera para a mansão.
Eu coloco minhas mãos em meu rosto e deixo o pavor tomar
conta do meu ser. As piores cenas passam por minha cabeça e
sinto meu mundo ruir. Sinto uma dor excruciante tomando conta do
meu coração só de imaginar meu anjo sendo machucada por ele,
sendo tocada, e pior ainda sendo morta pelas mãos do desgraçado
do Agon Ibrahimi.
Estou completamente fora de mim e ao chegar em casa vejo
a mãe e a irmã de Graziella chorando abraçadas e Martinno
tentando consolá-las.
Voo em seu colarinho e grito com ele.
- Como você deixou isso acontecer seu desgraçado, onde
você estava, como a levaram daqui?
Ele apenas me olha derrotado e não consegue me dizer
nada.
Leonardo e Lorenzo me afasta dele e me levam a força para
o escritório.
- Você tem que ficar calmo Vincenzo, nem quando mataram
nossos pais você se descontrolou assim.
Leonardo tenta me trazer para a razão.
- Tem que ficar calmo, desespero não irá trazê-la de volta,
vamos ver o que aconteceu e a traremos de volta para você e para
família dela.
Meu irmão continua, e quando olho em seus olhos vejo que
ele está realmente preocupado com minha menina.
Respiro fundo e tento me controlar.
- Mande Martinno entrar.
Ordeno, pois sei que como bom soldado que é está do lado
de fora do escritório esperando minhas ordens.
- Senta.
Ordeno assim que ele entra.
- Como eles a levaram, invadiram a propriedade?
- Não Don, infelizmente ainda temos traidores na famiglia, e
foi um filho da puta da Cosa Nostra que a levou.
- Quem foi o maldito.
- Carlos, o professor de inglês da menina Gaia.
- Quanto tempo faz que a levaram Martinno?
- Faz mais de duas horas, não percebemos nada até que
Giovanna foi até o quarto de Graziela e não a encontrou, achou
estranho por não a encontrar em nenhum dos cômodos da mansão
e me procurou, fui até o Akira que puxou nas câmeras de segurança
a hora que Carlos a colocou desacordada no porta malas do carro.
Solto um urro de ódio só em saber que o desgraçado a
colocou no porta malas, sinto que meu coração vai explodir de dor
em saber que meu anjo está sofrendo.
- Falhei com o senhor e com a famiglia meu Don, estou
preparado para assumir meus erros e as consequências por minha
falha.
Martinno fala e eu olho o homem que tenho como pai
prostrado diante de mim, sinto vergonha da forma que o tratei, sei
que ele daria sua vida de bom grado por Graziella para a proteger e
o que aconteceu não foi sua culpa.
- A culpa não foi sua Martinno, sinto por meu desespero e por
ter te ofendido, eu estava fora de mim.
Ele acena, mas permanece calado.
- Temos que procurá-la, precisamos encontrá-la.
Falo desesperado.
- Akira já está cuidando disso senhor, ela está usando um
brinco com rastreador e os soldados já estão na cola de Carlos.
Invado a sala de Akira e grito.
- Onde ela está?
- Neste momento a quinze quilômetros em um aeroporto
clandestino na divisa de Roma com Fonte Nuova, acredito que
tenha um avião esperando eles ali.
- O helicóptero Martinno?
- Já está esperando vocês para decolar, abastecido com
armas suficientes para um exército.
- Muito bem Martinno.
Olha para Leonardo e Lorenzo e não preciso falar nada,
juntos seguimos para o helicóptero para buscar meu anjo de luz.
Temos todas as armas que precisamos no helicóptero e
durante o trajeto da mansão até o local onde o desgraçado do
Carlos está não gastamos mais que doze minutos. Ao chegarmos
no local posso ver de cima que há um carro esporte no meio de
mais de dez SUVs, vejo que tem cinco veículos dos albaneses e
quatro nossos. Há soldados armados por todo o lado.
- Deixa que eu comande o ataque Don, você está fora de si e
posso conduzir a ação com mais frieza.
Lorenzo fala e eu assinto concordando, ele me olha admirado
em autorizar o seu comando, mas sei que qualquer erro pode ser
fatal para minha menina e realmente não confio em mim neste
momento, estou desesperado e só quero que nada aconteça ao
meu anjo.
Lorenzo e Leonardo lança granadas de gás lacrimogêneo nos
soldados albaneses e vejo os soldados da Cosa Nostra os atacarem
com tiros de metralhadoras. Vejo vermelho e desço armado com
uma metralhadora assim que o helicóptero encosta no chão.
Vou para a linha de frente e mato todos os albaneses que vejo
encontro.
Não demora mais que cinco minutos e vejo todos os soldados e
Agon Ibrahimi caídos no chão.
Corro desesperado onde o carro de Carlos se encontra e engulo
em seco a ver que ele está todo perfurado de bala.
Abro o porta malas e me deparo com meu anjo desacordado, a
tiro de lá com cuidado e a deito dentro de um dos nossos carros.
Apalpo todo seu corpo e vejo que não tem nenhum ferimento a bala.
O alívio que sinto em ver que não está ferida é algo que nem
em mil vidas saberei descrever.
Neste momento sinto que alguém toca o meu ombro e vejo
Leonardo.
- Ela está ferida irmão?
Pergunta preocupado.
- Não, só desacorda, ela ficará bem.
Lorenzo dá ordens aos soldados e vem ao meu encontro
também.
- Vamos Don, é melhor levar a ragazza para um hospital para ver
se está tudo bem com ela.
Chegamos no hospital que pertence a Cosa Nostra e minha
princesa ainda está desacorda, os médicos já estavam esperando
meu anjo chegar.
Levaram ela para dentro do hospital em uma maca e quando
chega em uma certa altura não me deixaram acompanhá-la, tentei
impor a força minha presença, mas meu irmão me impediu, disse
que não iria ajudá-la e que ela está em boas mãos.
Fico quase uma hora em total desespero sem saber notícias
dela, não sei se está tudo bem, o que aquele desgraçado usou para
desacordá-la ou se ela corre algum perigo de vida;
O piso do hospital poderia até afundar de tanto que eu ando para
lá e para cá em completa agonia.
Dona Lucia e Martinno também chegaram ao hospital e sinto a
agonia da mãe da minha princesa que chora desesperada sem
saber notícias da filha. Martinno a consola e vejo que ele se sente
culpado.
Já estava para explodir as portas do hospital quando o médico
aparece e pergunto desesperado.
- Como ela está doutor?
- A senhorita Graziella já acordou e está bem Don, ela chamou
pelo senhor.
Sinto minhas pernas fraquejarem tamanho o alívio que sinto.
-Tudo indica que a substância que usaram para desacordá-la é
clorofórmio, é necessário que a ragazza passe a noite aqui para
fazermos todos os exames necessários para termos certeza se está
tudo bem com a saúde dela.
- Certo doutor, agora me leve até ela.
Quando entro no quarto do hospital vejo minha menina deitada
na cama e uma mulher de branco que devia ser enfermeira ao seu
lado. Quando ela me vê sinto seu rosto iluminar com um sorriso
enorme. Meu coração erra as batidas e sinto que ele não mais me
pertence.
Assim que toco o seu rosto ao chegar perto da cama a mulher se
afastada nos deixando sozinhos.
- Oi. – Digo dando um beijo em sua testa.
- Oi. – Ela responde timidamente.
- Como você se sente anjo? – Minha voz sai embargada por
causa do choro reprimido, mas tento disfarçar minha situação pois
não quero assustar meu anjo.
- Estou bem Vincenzo, só com um pouquinho de dor de cabeça e
enjoo.
- Vai ficar tudo bem querida, os médicos estão cuidando de você
e logo não sentirá mais nada.
- O que aconteceu querido?
- Não se lembra de nada amor?
- Não, só que eu estava indo para o jardim e sentir algo me
sufocando e tudo ficar escuro, depois eu acordar aqui no hospital.
- Melhor assim querida, te raptaram, mas agora está tudo bem,
só precisa ficar em observação e fazer alguns exames e amanhã
iremos para casa.
- Que bom, quem me raptou Vincenzo?
- O Carlos, professor de inglês da Gaia.
- Por quê? O que ele queria comigo?
- Shiiii....não se preocupe com isso, ele já está morto e você está
bem, agora descanse para ficar boa logo e irmos para casa.
Ela sorri com sua meiguice e diz manhosa.
- Estava com tanta saudade de você amor.
- Eu também carinho, eu também.
Algum tempo depois ela dorme novamente e o médico diz que é
normal, pois como ele acreditava ela tinha sido desacordada por
clorofórmio e a sonolência era natural neste caso.
Toda minha família veio ver Graziela e quando viu que estava
tudo bem foram para casa, Lucia pediu para passar a noite com a
filha, mas não permiti dizendo que cuidaria dela, a senhora
concordou Martinno a levou para casa.
Capítulo vinte e cinco
Graziella Moretti
Quando acordei naquele hospital não entendi o que tinha
acontecido, estava rodeada por pessoas que logo entendi que se
tratava de um médico e duas enfermeiras.
- Ela precisa ficar bem, senão nossa vida não valerá um
centavo, o Don com certeza não nos deixará vivos.
Ouvi a voz longínqua da mulher falando, sem tom era de
pavor.
- Ela ficará bem, graças a Deus só está desacordada e não
teve ferimentos, agora parem de falar besteiras e vá buscar a
medicação que solicitei.
O médico fala sério com a enfermeira.
- Olá, vejo que a bela adormecida acordou?
Ele questiona assim que me viu de olhos abertos.
- Como se sente senhorita Moretti?
- Eu me sinto meio zonza, com náusea e minha cabeça dói
bastante.
- Isso é normal, acredito que a senhorita inalou uma
quantidade considerável de clorofórmio, mas estamos realizando
alguns exames ainda para confirmar o diagnóstico inicial, esses
sintomas levam a crer que o diagnóstico inicial está correto. Não se
preocupe ministrarei uma medicação e logo estará melhor.
- O que aconteceu?
Pergunto sem entender realmente o que está acontecendo
comigo.
- Não se lembra de nada?
-A última coisa que me recordo é que eu estava indo para o
jardim e sentir algo me sufocando e tudo ficar escuro.
- Pelo que tudo indica a senhorita foi desacordada com
clorofórmio, mas não sei responder, vou avisar o Don que a
senhorita acordou para que ele possa vê-la antes que ele arrombe a
porta do quarto.
Sorri com o comentário do médico, meu coração esquentou e
uma onda de felicidade me invadiu por saber que ele estava
preocupado comigo.
Alguns minutos depois que o médico saiu, a enfermeira que
se encontra ao meu lado diz.
- Você é uma mulher de muita sorte, conseguiu fisgar o
homem mais cobiçado de Roma.
- Consegui? – Pergunto querendo saber por que ela chegou
aquela conclusão.
- Se conseguiu, o todo poderoso Don Vincenzo Ferrari
chegou aqui desesperado com você nos braços. Nem quando seus
pais morreram ele demonstrou tanto desespero, e olha que
acompanhei todos os procedimentos pós morte dos senhor e
senhora Ferrari, mas hoje ele estava desnorteado e com verdadeiro
terror de perder você.
Sorri amarelo e disse tímida para a mulher.
- Acho que ele gosta de mim.
A mulher gargalha alto e diz.
- Você é muito inocente e modesta menina, aquilo não é
gostar, é amar mesmo, e quer saber, te conhecendo agora posso
entender o encanto que ele sente por você. É linda, gentil, inocente
e meiga, qualquer homem se encantaria facilmente por você.
Ela elogia e fico vermelha. Neste momento vejo meu Don
entrar no quarto e meu coração dispara quando o vejo. Não posso
deixar de pensar como um homem poderoso, lindo e gostoso como
aquele pode me desejar e até mesmo me amar como ele disse.
Sorrio para ele com toda felicidade que invade minha alma ao
vê-lo, a saudade que sinto dele é imensa.
Assim que chega perto de mim toca meu rosto com carinho, ele
sempre foi assim comigo, todo carinhoso, custava acreditar que
aquele homem maravilhoso pudesse ser um assassino cruel e
sanguinário que todos temiam, quando ele me tocou a enfermeira
saiu do quarto nos deixando sozinhos.
- Oi. – Ele me cumprimenta dando um beijo em minha testa.
- Oi. – Respondo timidamente.
- Como você se sente anjo? – Sua voz sai embargada, será que
ele está emocionado por me ver doente, realmente não entendi a
causa de estar tão mexido por eu estar num hospital, não sei
realmente o que aconteceu comigo, mas estou bem, não precisava
ele estar tão preocupado assim, vejo que ele tenta disfarçar e me
pergunto o que realmente aconteceu.
- Estou bem Vincenzo, só com um pouquinho de dor de cabeça e
enjoo.
- Vai ficar tudo bem querida, os médicos estão cuidando de você
e logo não sentirá mais nada.
- O que aconteceu querido?
- Não se lembra de nada amor?
Meu coração bateu mais rápido ao ouvi-lo me chamar de amor.
- Não, só que eu estava indo para o jardim e sentir algo me
sufocando e tudo ficar escuro, depois eu acordar aqui no hospital.
- Melhor assim querida, te raptaram, mas agora está tudo bem,
só precisa ficar em observação e fazer alguns exames e amanhã
iremos para casa.
- Que bom, quem me raptou Vincenzo?
- O Carlos, professor de inglês da Gaia.
- Por quê? O que ele queria comigo?
- Shiiii....não se preocupe com isso, ele já está morto e você está
bem, agora descanse para ficar boa logo e irmos para casa.
- Estava com tanta saudade de você amor.
Me senti tão bem que disse que estava com saudade, já não
sentia medo de expor meus pensamentos e sentimentos para ele.
- Eu também carinho, eu também.
Depois que sai do hospital Vincenzo me levou direto para a
mansão, ao chegar em casa encontrei minha mãe e o restante da
família, estavam todos ansiosos por minha chegada.
- Graças a Deus minha filha! Tive tanto medo de não te ver mais.
Minha mãe desaba chorando ao me abraçar.
Ficamos ali por muito tempo abraçadas e neste momento
percebi que o que tinha acontecido era mais grave do que eu
imaginava. Sei que Vincenzo não tinha contado toda a verdade para
mim e estava curiosa para saber o que realmente tinha acontecido e
iria descobrir mais tarde.
- Ela precisa descansar Lucia, vou levá-la ao quarto, depois
vocês podem conversar mais.
Minha mãe assente, dou um abraço em Gaia e subimos para o
nosso quarto.
Ao chegarmos no quarto Vincenzo me pega no colo e me leva
para o banheiro.
- Vou te dar um banho princesa, você precisa relaxar depois de
tudo que passou.
Coloca a banheira para encher e começa a me despir.
- Eu estou bem querido, a noite que passei no hospital me fez
bem e não sinto mais nada.
- Sei que cuidaram, mas eu preciso cuidar de você do meu jeito,
ninguém cuida melhor de você que eu minha vida.
Ele termina de me despir e logo em seguida se despe, seus
olhos brilham de desejo e sinto meu corpo todo queimar de tesão.
Logo em seguida ele deita na banheira cheia e com sais de banho
que impregna o ambiente deixando um cheiro gostoso e me chama
para me juntar a ele. Deito em seus braços e no meio das suas
pernas e sinto o quanto ele está duro para mim. Gemo de tesão
sentindo uma necessidade insana de senti-lo dentro de mim. Aperto
meu corpo ao dele e dou um grito de prazer quando ele aperta meus
seios e belisca meus mamilos. Ele sabe como me deixar louca e
pronta para ele.
- Está mesmo bem meu anjo?
- Sim Vincenzo, por favor.
Suplico para que ele continue me tocando.
- O que você quer querida, por favor o quê?
- Preciso de você dentro de mim.
- Dentro de que jeito gostosa?
Ele brinca comigo, com meu desejo desenfreado, sabe que
queimo por ele.
- Quero que me foda gostoso, preciso de você me fazendo
gozar.
Falo safada, do jeito que sei que ele gosta, ele me ensinou tudo
o que lhe agrada e sorrio maliciosamente quando ouço um grunhido
saindo de sua garganta quando peço para ele me foder.
- Sobe em cima de mim safada.
Subo rapidamente em seu corpo e deixo minha boceta em
chamas em cima do seu pau. Começo a friccionar meu sexo no dele
e encosto um seio em sua boca para que ele mame gostoso. Grito
quando ele dá uma leve mordiscada em um e depois volta a mamar
forte. Em seguida toma minha boca num beijo sôfrego encostando
meu corpo ao dele. Fico deitada em seu peito e ele puxa meu
cabelo me fazendo erguer o rosto tomando minha boca e fazemos
amor com nossas línguas. Minha bunda fica empinada devido a
posição que me encontro e ele enfia um dedo em minha boceta me
masturbando deliciosamente.
Neste momento eu já não sou dona do meu corpo, nem possuo
domínio de mim mesma. Não há medo ou receio de eu ser a cativa
e ele meu Don. Há somente um homem e uma mulher loucos de
prazer e um desejo desenfreado por libertação.
Rebolo em seus dedos gemendo e pedindo mais enquanto ele
encontra meu clitóris e faz o que ele sabe fazer de melhor, aperta
num vai e vem e logo me transporta para outra dimensão, sinto meu
corpo se desmanchar em seus dedos, mãos e boca me deixando
completamente exausta e saciada.
Ele levanta, me pega no colo e me leva ao box onde deixa a
água escorrer por nossos corpos.
Após nos secarmos ele me deita e faz o mesmo ao meu lado.
Me cobre com um cobertor macio me puxando para os seus braços.
- E você amor?
- Eu estou bem minha vida, hoje é tudo sobre você e o seu bem
estar. Vou ficar bem, depois que estiver realmente recuperada você
pode me saciar. Do jeito que estou uma foda rápida não irá me
satisfazer, você passou por muita coisa e precisa descansar.
Dou um suspiro profundo e me encosto mais em seu peito. Não
sei o que tinha feito para poder ter esse homem tão maravilhoso,
que ama e cuida de mim. Sofri tanto quando meu pai era vivo que
acho que a vida decidiu que já bastava de tanto sofrimento e me
colocou no caminho de Vincenzo. Desde o encontrei só recebi
carinho, amor e muito prazer. As vezes tenho medo de estar
sonhando e precisar acordar, mas o que sei é que se a vida me
presenteou com esse homem eu iria aproveitar cada segundo ao
seu lado, dizem que felicidade não existe, mas sim momentos
felizes, então eu estava vivendo meus momentos felizes nos braços
do meu amor e o que mais queria era fazer ele feliz também.
- Amanhã buscaremos Luna.
Vincenzo avisa Leonardo, estávamos na sala jantando quando
ele comunicou o irmão que iria buscar a caçula dos Ferrari que se
encontrava em um colégio interno. Leonardo acena afirmativamente
e não diz nada.
- Quero que vá com ele Lorenzo, temos que cuidar muito da
segurança dela, nossos inimigos estão por todos os lados e não
devemos vacilar quando o assunto é a segurança de Luna.
- Pode deixar Don, ela estará segura conosco.
Vejo que Lorenzo fala de um jeito muito respeitoso quando o
assunto é Luna, mas a algo mais, talvez carinho, ele não é muito de
demonstrar sentimentos, porém percebi que ele tem um cuidado a
mais com a irmã do Don.
- Sei que estará Lorenzo, ela já está muito tempo longe da
famiglia e como a ameaça foi eliminada precisa voltar, ela passou
todo luto por nossos pais sozinha e agora precisa de nosso apoio e
carinho.
- Foi o melhor, mesmo sabendo que ela sofreu longe de nós foi
necessário, o importante é que esteja bem e que agora estaremos
todos juntos novamente.
O jantar correu normalmente e os três homens ficaram
conversando amenidades até terminarem de comer. Logo em
seguida foram para o escritório.
Eu, mamãe e Gaia fomos para sala, nas refeições que fazíamos
juntos com os mafiosos ficávamos caladas, mamãe dizia que não
poderíamos interferir na conversa dos homens. Quando estávamos
acomodadas no sofá vejo que minha mãe tem um semblante
preocupado e pergunto.
- Está tudo bem com a senhora?
- Sim minha filha, fiquei desesperada com seu sequestro e isso
ainda me deixa angustiada.
- A senhora sabe quem foi que pediu para me sequestrar?
- Não querida, Martinno não me disse, ordens do Don, ele não falou
para você?
- Não mãe, só disse que agora estava segura, mais tarde vou
perguntar novamente.
- Tenho a leve impressão que ainda é coisa do desgraçado do
seu pai, que mesmo depois de morto consegue nos fazer mal.
- Será? – Falo preocupada, não imaginava que as maldades do
meu pai ainda podiam nos atingir.
- Realmente não sei querida, mas quando o Don soube que você
tinha sido sequestrada, ele ficou louco e ouvi ele xingando seu pai.
Mas vamos parar de pensar sobre isso, o importante é que você
está bem e junto conosco.
Ela segura a minha mão com os olhos cheios de lágrimas. Sei
que ela deve ter sofrido muito com o meu sequestro e isso me deixa
angustiada, não queria ser motivo de sofrimento para ela que já
sofrera tanto na vida.
- Sinto muito mamãe, não queria que você sofresse por minha
causa.
- Eu sei filha, você não tem culpa de nada, foi a maior vítima,
graças a Deus que ficou desacordada o tempo todo e não viveu
todo este horror.
- Verdade. Mas me diga, Vincenzo ficou muito preocupado
comigo?
Pergunto, queria muito saber a reação do meu homem quando
eu corria perigo.
- Nem me fale filha, ele ficou louco, Martinno sofreu as
consequências por não ter evitado que te sequestrassem. Nunca vi
um homem tão desesperado por uma mulher, ele realmente a ama
muito meu amor.
Deixo lágrimas caírem de tão emocionada que sinto em saber
que ele me ama e não esconde seu amor, mas saber que algo
aconteceu com Martinno me incomoda e vejo que mamãe também
está chateada.
- O que ele fez com Martinno?
- O Don o agrediu ontem, só não foi pior porque o senhor
Leonardo e o senhor Lorenzo o impediu, mas hoje ele o afastou de
casa o mandando cuidar por noventa dias do acampamento.
- Nossa! Como Vincenzo teve coragem de fazer algo assim com
o Martinno, Leonardo e Lorenzo não fizeram nada?
- Ninguém pode ir contra a ordem do Don querida, você já
deveria saber disso, e por tudo que aconteceu a punição de
Martinno foi branda, outros soldados que faziam a segurança da
mansão estão sendo espancados nesse momento. O Don é um
homem cruel minha vida, as únicas pessoas que ele trata com
carinho é a família e nós por sua causa, ainda bem que ele se
encantou por você, nunca se engane com a verdadeira natureza do
seu homem filha, e cuide bem do amor que ele sente por você,
- Cuidarei mamãe, mas acho que há mais alguma coisa lhe
incomodando que o afastamento de Martinno, o que é?
Ela pondera uns minutos, mas por fim se abre, depois de tudo
que passamos mamãe me vê como uma amiga e aliada além de
sua filha, e juntas conseguimos ser mais forte.
- Fico preocupada com a reação da menina Luna ao nos
encontrar aqui, ela é a princesa da máfia e não está acostumada a
dividir atenção. Já pensou que de uma hora para outra ela perdeu
os pais que a mimavam e três mulheres invadiram sua casa?
Respiro fundo e concordo com minha mãe, realmente Luna tem
sofrido bastante nos últimos tempos e como não a conhecia
pessoalmente não sei qual será a reação dela ao ver que estamos
em sua casa, será que ela nos verá como intrusas?
- Não tem como sabermos mamãe, vamos esperar até ela
chegar, é o que nos resta,
Mamãe concorda e após a conversa tensa que tivemos
resolvemos assistir um filme com Gaia que ficava reclamando que
estávamos atrapalhando. Minha irmãzinha era espevitada, tinha a
língua quente como mamãe dizia, o que nos preocupava e muito
com seu futuro.
Mais tarde no quarto com Vincenzo, depois de fazermos sexo
louco e quente como ele tinha prometido, ficamos abraçados um ao
outro nos sentindo.
Não conseguia dormir, a conversa que tive com minha mãe
me deixou preocupada e acabei dando um suspiro mais fundo e ele
percebe.
- O que está te preocupando anjo?
Fico tensa, mas não minto para ele, sei que ele pode não
gostar do que vou dizer mas crio coragem e digo.
- Você puniu Martinno e ele não teve culpa do que aconteceu.
Ele me olha atentamente e diz.
- Você estava sob sua proteção, ele era responsável por
você. Será que tem ideia que poderia estar morta agora?
Ele diz bravo, mas não fico com medo.
- Mas não estou, tudo ficou bem e ninguém poderia imaginar
que tinha um traidor infiltrado na mansão. Martinno nunca falhou.
- Não vamos mais falar sobre isso Graziela, é melhor você
dormir este assunto está encerrado.
Fala friamente e um nó se forma em minha garganta. Ele
nunca falou neste tom comigo e doeu. Sei que sou somente sua
escrava e não tenho direito a ter opinião, mas não quer dizer que
doa menos. Se ele me tratasse sempre dessa forma poderia não me
atingir tanto, mas o fato dele ser carinhoso comigo o tempo todo fez
com que não conseguisse segurar minhas lágrimas que correm
silenciosamente pelo meu rosto.
Fico quieta com minha dor. Levo um susto quando ele diz
nervoso.
- Porra! Por quê está chorando meu amor?
- Nada, está tudo bem. – Falo amedrontada com sua atitude.
Ele percebe e me aperta mais forte em seus braços e diz
carinhosamente.
- Me perdoa por ter perdido a paciência querida, não mais
acontecer.
Assinto e alguns minutos depois sinto o cansaço me tomar
então durmo em seus braços.
Capítulo vinte e seis
Vincenzo Ferrari
Acordo na manhã seguinte com uma puta de uma ressaca, a
noite mal dormida me deixou mal humorado e acordei cansado. Os
acontecimentos dos últimos dias foram bastante estressantes e
quase pirei quando soube que meu amor estava nas mãos daquele
miserável. Estou completamente apaixonado pelo meu anjo de luz,
a amo como jamais pensei que seria capaz. Ela me enfeitiçou com
sua beleza desde o primeiro momento que a vi e sequestrou meu
coração com seu jeito inocente e doce de ser.
Terror foi o que senti quando imaginei que não a teria mais
em meus braços, a perca dos meus pais foi difícil, mas segui em
frente, era necessário, só não sei dizer se conseguiria sobreviver
sem meu anjo. O alívio que senti quando vi que estava viva não tem
como descrever, eu morri e naquele momento ressuscitei, ela era a
extensão da minha alma e o meu sopro de vida, a amava com
loucura e selvageria.
Estou chateado em saber que a magoei ontem a noite,
escutar meu anjo chorando foi doloroso, não queria ser motivo de
suas lágrimas, mas Martinno falhou feio em sua proteção, ele jamais
podia ter deixado alguém se aproximar da minha feiticeira. Tinha
muita consideração por ele, tanto que os outros soldados que
estavam responsáveis em cuidar da minha princesa estavam
pagando muito mais caro que Martinno pelo descuido.
Suspiro chateado, sei que Martinno jamais bobearia no
cuidado com a segurança de Graziella, ele daria sua vida por ela,
ninguém poderia imaginar que que o infeliz do Agon fosse se aliar a
um dos nossos e infiltrá-lo na mansão. Merda! Merda! Merda! Na
vida que levamos sempre haverá traidores, corruptos e corrompidos,
e todo o cuidado é pouco.
Ainda é bem cedo, mas o café da manhã já está posto à
mesa, Leonardo e Lorenzo já estão se alimentado.
- Bom dia! – Cumprimento carrancudo.
- Bom dia! – A ragazza está bem?
Leonardo me questiona assim que sento para o meu
desjejum. Arqueio as sobrancelhas, ultimamente Leonardo está bem
mais simpático com Graziella e o fato de ele estar preocupado. -
Balanço a cabeça afirmativamente.
- Então por que a carranca?
Dessa vez é Lorenzo que pergunta, vejo que meu irmão
também está curioso para saber sobre o porquê estou tão mal-
humorado.
- Não é nada.
Eles veem que eu não quero expor o motivo do meu mal
humor e não diz nada.
- Tudo preparado para buscar a Luna?
- Sim Vincenzo, ela está eufórica em voltar para casa.
Leonardo é quem responde minha pergunta e sei que ele
está feliz também em ter nossa irmãzinha de volta ao lar. Não foi
fácil vivermos separados, mas ela é a parte mais frágil da nossa
família, e com a morte de nossos pais tínhamos que protegê-la. Dou
uma olhada de canto de olho para Lorenzo e vejo que o
desgraçado, por mais que tenta disfarçar está feliz com o retorno de
minha irmã, sei que ele nutre um carinho secreto por Luna, apesar
de ter apenas dezessete anos, minha irmã é uma garota linda. É
claro que Lorenzo sempre respeitou o limite, ele sabe que ela é
terreno proibido, acredito que quando ela completar dezoito anos
algo mais possa acontecer entre os dois, é claro que se eu autorizar,
o fato é que a felicidade de Luna pra mim é prioridade e ela teria o
direito de escolher seu marido, e se sua escolha for meu consiglieri,
apesar da enorme diferença de idade entre os dois, eu ficaria
satisfeito por sua escolha, afinal Lorenzo é família também.
Já estava quase terminando de tomar nosso café da manhã
quando noto que meu anjo desce as escadas com sua mãe e se
direcionam para a sala de jantar, se juntando a nós.
Depois de nos cumprimentar elas sentam à mesa e dou um
beijo delicado no rosto da minha menina. Obediente como é não se
afasta mas sinto seu semblante triste o que parte meu coração.
Lorenzo e Leonardo pergunta como ela está e responde que
bem. Ela não sofreu muito com o sequestro, devido o fato de ficar
desacordada o tempo todo ela não sentiu realmente os efeitos do
que tinha ocorrido. Sinto meu coração corroer em ver que ela está
triste e olho para Lucia e sinto tristeza também em seu olhar, tudo
por causa de Martinno.
Levanto abruptamente da mesa e chamo os homens para o
escritório, assim que chego Leonardo me pergunta.
- O que fez para a menina que está tão triste?
- Nada, ela está chateada por causa que mandei Martinno
para longe.
- Me desculpe irmão, mas também acho que foi exagero de
sua parte, sabe que foi fatalidade o que ocorreu aqui, ninguém podia
imaginar que Carlos era um traidor.
- Ela podia ter morrido porra! – Exclamo exaltado.
- Sabemos disso, mas sabemos também que Martinno teria
dado a vida por elas caso tivesse percebido, o cara ficou mal pra
caramba.
- Concordo com Leonardo. – Fala Lorenzo e ficou puto com
eles que ao invés de me ajudar estava piorando a situação
- Sabe que ela não ficará bem enquanto ele não voltar não
sabe?
Leonardo continuando jogando comigo, me empurrando e
usando a tristeza de minha pequena para me fazer voltar a trás do
meu veredito. Deixo um meio sorriso sair dos meus lábios e sei que
farei o que for preciso para ver minha princesa feliz.
- Vão buscar Luna e deixe que de Graziella eu cuido.
Determino e saio do escritório.
Quando chego na sala vejo Lucia e Graziella sentadas
conversando, olho para minha pequena e ela desvia o seu olhar do
meu. Bufo irritado.
- Preciso falar com você anjo, te espero no quarto.
Saio sem dizer mais nada e a aguardo sentado na cama.
Ela vem logo em seguida e quando chega bato com a mão
em minhas pernas pedindo que ela sente em meu colo. Ela se
aproxima vagarosamente e faz o que pedi. Ergo o seu queixo e faço
com que me olhe nos olhos, dou um selinho em seus lábios e
pergunto carinhosamente.
- Está triste somente por causa de Martinno amor?
- Também, mas estou preocupada com a chegada de sua
irmã e ela não aceitar bem a presença de minha família aqui, tenho
medo dela nos ver como intrusas.
Como sempre ela é sincera, e eu adoro era característica da
minha feiticeira.
- Luna é um amor querida, não precisa se preocupar com
nada, ela vai amar ter vocês aqui, pois não se sentirá tão sozinha.
Ela dá um suspiro profundo e continua.
- É o que espero, quero muito que ela me veja como uma
amiga.
- Ela verá anjo, vocês se darão bem, tira isso de sua cabeça.
Ela assente e encosta sua cabeça em meu ombro e o
sentimento de amor e posse me envolve por completo. Resignado
pego meu celular e ligo para Martinno, coloco a ligação na viva voz.
- Don. – Ele atende a ligação.
- Tudo bem por aí Martinno?
- Sim senhor.
- Quero que volte para a mansão ainda hoje.
Falo com frieza.
- Aconteceu algo senhor?
Ele pergunta preocupado, tenho certeza que jamais esperaria
que eu reconsiderasse sua punição.
- Tirando Lucia e Graziella que estão com cara de velório por
sua partida, tudo está bem.
Ele suspira e sei que ele se culpa pelo acontecido. Martinno
não era homem de erros e provavelmente está mais puto consigo
mesmo que eu.
- Certo Don, até a tarde estarei aí.
- O aguardamos.
- Obrigado Don.
O homem me agradece e sei que ele faz um esforço enorme
já que não somos dados a agradecimentos.
- Não me agradeça, deixa sua gratidão para Graziella, por
mim ficaria os noventa dias aí, mas não posso ver minha menina
triste.
Ele não diz nada e eu encerro a ligação.
Assim que desligo vejo lágrimas rolando pelo rosto da minha
menina.
- Ei! Achei que ficaria feliz com a volta de Martinno, mas se
isso a faz chorar vou ligar para ele continuar por lá.
Brinco com ela, pois sei que suas lágrimas são de felicidade.
Ela me abraça tão forte e dá muitos beijinhos em meu rosto, o que
me derrete todo.
- Amo, amo, amo você Vincenzo, não sei o que fiz para te
merecer.
Olho seriamente para ela e digo.
- Nunca, ouviu, nunca mais diga que não me merece. Você é
a criatura mais especial, linda e maravilhosa que Deus colocou na
face da terra, eu que tenho sorte em tê-la em minha vida.
Ela sorri feliz então a tomo com ânsia, a fazendo minha de
todas as formas que meu desejo necessita.
Ficamos a manhã toda na cama e só descemos para o
almoço. Ela correu feliz para a mãe assim que descemos lhe
contando a novidade. Lucia mais ponderada e discreta apenas
assentiu e pude ver a felicidade voltando para seus olhos. Minha
família tinha crescido com a vinda das Moretti para cá, e pela
primeira vez desde que a chacina aconteceu e perdi meus pais
percebi que ganhamos também naquele fatídico dia.
Depois do almoço convidei as senhoras Moretti para sair o
que as deixaram surpresas, afinal elas sempre viveram presas.
Queria dar uma vida nova para minha princesa, não somente para
ela, mas para sua mãe e irmã, aquelas criaturas lindas e angelicais
mereciam o melhor e a felicidade completa. Quer dizer, Gaia não
era tão angelical assim, a garota era pura adrenalina, espevitada e
com certeza daria muito trabalho quando estiver mais velha.
Fomos ao shopping e elas ficaram vislumbras com as lojas,
deixei que elas se divertissem e comprassem tudo o que queriam,
Lucia e Graziella foram comedidas nas compras, mas Gaia queria
comprar tudo que via pela frente. Estava feliz em ver minha
pequena feliz, sou um homem fodidamente apaixonado e a partir de
agora queria dar o mundo a minha princesa.
Fomos ao cinema e assistimos um filme, logo após comemos
na praça de alimentação e em seguida voltamos para a mansão.
Já passava das vinte horas quando chegamos, minha garota
estava cansada. Assim que chegamos na sala Luna já estava em
casa e quando me viu veio correndo para os meus braços.
- Vincenzo! Quanta saudade! – Grita distribuindo beijos pelo
meu rosto, essa era minha irmã, efusiva e carinhosa.
- Também senti muito sua falta ragazza, que bom que voltou
para nós.
Quando ela saiu dos meus braços olha as Moretti e pergunta
curiosa.
- Não vai me apresentar irmão?
- Essas são Lucia, Graziella e Gaia, elas vivem conosco.
- Muito prazer eu sou Luna. – Minha irmã as cumprimenta.
As Moretti retribuem a saudação e Luna indiscreta como
sempre diz para Graziella.
- Então você é a mulher que roubou o coração do meu irmão.
Minha garota fica rubra de vergonha e sorri para ela.
- Nossa! Vocês foram ao shopping? Que maravilha! Podia ter
esperado eu chegar irmão para me levar junto, estou cansada de
viver isolada.
- Assim que você quiser ir é só dizer e Lorenzo a
acompanhará.
- Amanhã, quero ir ao shopping amanhã, me leva Lorenzo?
Pede para meu subchefe com biquinho, ela sabe que ele não
tem coragem de recusar nada para ela.
- Se é o que deseja Luna amanhã a levarei.
Ela dá pulinhos de alegria e sinto que dias melhores virão,
minha família estava completa finalmente e debaixo de minhas
asas.
Enquanto as Moretti sobem para seus quartos após pedirem
licença, acompanho o jantar dos demais, não consegui comer mais
nada, pois já havia me alimentado no shopping, mas quis ficar um
pouco mais com minha irmã.
Coloquei Luna a par de últimos acontecimentos e ela
suspirou aliviada em saber que tudo havia terminado.
Subo para o quarto e fodo gostoso com meu vício. Estou
feliz.
Capítulo vinte e sete
Graziella Moretti
Dias depois
Acordo tarde, olho para o visor do meu celular e já passa das
nove horas, Vincenzo devia ter saído para trabalhar faz tempo
penso comigo.
Tomo um banho relaxante e desço para comer alguma coisa.
Na sala encontro minha mãe e Martinno conversando e fico
feliz em ver que ele tenha voltado do alojamento, meu homem
realmente cumpriu o prometido e era visível a felicidade deles,
minha mãe estava apaixonada por ele, o que me deixava super feliz,
ela merecia, ele a tratava como uma rainha, o que em mais de vinte
anos ela não teve com meu pai, dentro de poucos meses Martinno
está dando a ela que era carinho e respeito.
Depois de os cumprimentar e Martinno e minha mãe sigo
para cozinha para beliscar alguma coisa.
Ao chegar na cozinha vejo Luna e Gaia conversando
animadamente, as cumprimento e Belamina logo me serve café e
bolo.
- Quantos anos você tem Graziella? – Luna pergunta,
- Dezenove anos, e você?
- Tenho dezessete e dentro de dois meses faço dezoito.
Sorrio com sua animação em revelar que sua maioridade
está chegando.
Depois que me alimentei fomos para a piscina, chamei
mamãe também, mas ela não quis ir, preferiu ficar com Martinno.
Estávamos à beira da piscina tomando sol quando Luna
pergunta.
- Está apaixonada por meu irmão Graziella?
- Eu o amo muito, ele é bom para mim algo que meu pai
jamais foi.
- Credo! Está comparando Vincenzo como pai.
Dou uma gargalhada, ela é muito engraçada.
- Não Luna, ele não se parece nada como um pai para mim,
mas jamais imaginei que um homem da máfia pudesse ser bom e
tratar as mulheres com respeito.
- Nossa! Seu pai era tão horrível assim?
- Pior que você possa imaginar.
Em seguida passo a relatar para Luna todas as atrocidades
que meu pai cometia contra nós e vejo que em alguns momentos
ela fica emocionada, em outros seus olhos refletem fúria.
- Que bom que Vincenzo o matou, ele era um desgraçado
que não merecia viver, desculpa te dizer assim na lata, mas é o que
sinto.
- Tudo bem Luna, mesmo que eu me sinta má, sinto alívio em
saber que meu pai está morto, ele nos fez sofrer muito, erámos
tratadas como animais e não tínhamos direito a voz, simplesmente
servíamos como saco de pancadas para ele.
- Sinto muito Graziella, ele era um monstro, sabe, apesar de
ter consciência como a máfia funciona e das atrocidades que é
cometida em nome dela, meus pais sempre prezaram pela família,
nunca deixou que o mundo mafioso tomasse conta do nosso lar. Eu
fui amada, querida e cuidada por meus pais e sei que serei amada
por meus irmãos também. Estou muito feliz que Vincenzo encontrou
você e que possa te dar uma nova vida.
- Eu também estou feliz, o amo muito e sou grata por tudo
que ele fez por mim e pela minha família.
Suspiro e Luna percebe meu semblante triste.
- Se o ama então qual o motivo da tristeza querida?
- Tenho medo de ele enjoar de mim e me abandonar.
Vincenzo é um homem lindo, forte, rico e poderoso, que poder ter a
mulher que quiser em seus braços. Eu sou somente a filha do
homem quer ordenou a morte de seus pais, de um traidor da família,
não conheço nada da vida. Sinto que tenho sorte dele ter gostado
de mim e me fazer sua mulher, sua amante, mas confesso que
morro de medo dele deixar de me desejar então estarei perdida.
Luna ouve meu desabafo e pega minha mão com firmeza.
- Não se preocupe com isso amiga, nunca vi meu irmão tão
interessado por uma mulher, ele realmente te ama, viva um
momento de cada vez, sei que a insegurança que te domina vem do
modo como foi educada, mas em nossa família mulher tem vez e
voz, você precisa conhecer mais o mundo e se descobrir como
mulher e ser humano e então descobrirá teu valor.
Sorrio para aquela menina moça, praticamente da mesma
idade que eu, porém muito mais sábia e confiante, meditei suas
palavras e respondi.
- Como posso conhecer o mundo se vivo reclusa e tudo o que
conheço e sei se resume a minha antiga vida e a que vivo hoje? Sou
praticamente reclusa.
- Fale de seus medos e sonhos para Vincenzo, tenho certeza
que ele te apoiará.
Arregalo os olhos diante da sugestão da minha nova amiga e
declaro.
- Tenho medo, medo de Vincenzo não me compreender e me
enxergar como ingrata. Não sou alienada e sei que sou filha de um
traidor e dou valor a tudo que seu irmão fez por mim, sei que meu
destino e de minha família seria o pior possível se não fosse por ele.
- Não pense dessa forma, se Vincenzo a ama de verdade
quer sua felicidade e não medirá esforços para que você seja feliz.
- Vou pensar e criar coragem, obrigada por tudo Luna,
confesso que estava preocupada com sua chegada, mas agradeço
aos céus por você estar aqui.
- Eu que agradeço Graziela, você e sua família maravilhosa
trouxe a brisa da esperança para nós em meio ao caos que virou
nosso mundo após a partida de meus pais. Você, tua mãe e Gaia
foram tão vítimas quanto nós do infeliz do seu pai, porém ele já teve
o que mereceu, agora cabe a nós não continuarmos sendo reféns
dele, vida que segue e bora lutar por nossa felicidade.
Sorri para ela e me senti mais confiante.
Neste momento vejo Leonardo e Vincenzo se aproximando
da piscina, por algum motivo vejo que meu homem está aborrecido
com alguma coisa o que me causa desconforto.
Ele nos cumprimenta e Vincenzo me diz.
-Vamos subir Graziella, preciso falar com você.
Subi logo atrás dele e sinto que seus ombros estão tenso
tamanho a raiva que estava sentindo e por mais que eu buscasse
em minha mente o que tinha feito para deixá-lo tão bravo não
conseguia encontrar algo que tinha errado.
Assim que chegamos ao quarto ele me olhar furioso e grita.
- Posso saber que porra você tinha na cabeça ao vestir um
biquíni tão indecente e ficar se mostrando para os soldados
Graziella, queria se exibir é?
Fico completamente muda com sua explosão, jamais
imaginei que ele ficaria tão furioso por eu ir à piscina. Nunca tinha
tomado banho de piscina até então, mas hoje quando Luna me
convidou não vi motivo para não aceitar. A roupa de banho que eu
estava usando foi um presente de Luna para mim, quando disse que
não possuía nenhuma roupa de banho ela me presenteou com um
biquíni novo. Senti meu corpo todo tremer mediante a fúria de
Vincenzo, não imaginaria nunca que ele não me autorizaria me
vestir com trajes de banho, afinal Luna usava um biquíni muito mais
revelador que o meu e ele parece que não se importou.
Deixei que as lágrimas corressem por meus olhos, um
sentimento de vergonha e impotência me dominou, e simplesmente
respondi.
- Sinto muito Don, não imaginei que o senhor se aborreceria,
nunca mais irá acontecer.
Vincenzo me olhou de sobrancelhas arqueadas e com todo
cinismo que possuí disse.
- Ora, ora, agora eu sou o senhor, o Don, acha mesmo que
jogando este jogo vai conseguir virar a situação a teu favor
Graziella, você estava praticamente nua na frente dos meus
homens.
- Não estava praticamente nua senhor, estava em trajes de
banho como qualquer mulher que frequenta uma piscina deve usar.
Como a senhora Luna me presenteou com um conjunto e me
convidou para me juntar a ela realmente não imaginei que era
proibida de aceitar o convite, mas repito, algo assim jamais voltará a
acontecer.
- Não siga por esse jogo Graziella, você não é adversária
párea para mim.
- Não jogo senhor, sei quem sou e o que represento e jamais
serei sua adversária, mesmo porque eu estaria morta se assim o
fosse.
Falo com toda amargura e desilusão que invade minha alma.
Minhas palavras parecem que o impacta por um momento,
somente por um breve momento, pois logo em seguida ele destilou
todo seu poder, imponência e crueldade sobre mim.
- Que bom que sabe seu lugar Graziella, eu já te disse que
não sou um homem bom, e não pense por que gosto de comer sua
boceta você pode me enfrentar, ranque esses pedaços de pano do
seu corpo e coloque algo decente, enquanto te desejar em minha
cama seu corpo pertence a mim, e quando digo que me pertence
não é somente para os meus toques, mas também para os meus
olhos. E que bom que você entendeu o recado.
Vira a costa e sai do quarto batendo a porta fortemente, não
sei como não quebrou.
Magoada e com ódio no coração eu entrei no banheiro e
rasguei as peças de roupa que estava vestida, as mesmas que
fiquei tão feliz em receber de presente de Luna, que tanto me deixou
animada e embevecida ao me ver vestida. Deixei a água quente do
chuveiro me lavar, e junto com a água minhas lágrimas banhavam o
meu rosto. Soluços de dor e tristeza rompiam o meu corpo. A dor de
me sentir um nada, um objeto, um ser insignificante e sem valor
nunca esteve tão presente em minha alma como agora. Pensei em
minha vida, desde pequena até agora, não entendia o motivo de ter
vindo ao mundo, ter nascido, será que estava condicionada a ter
uma vida sem sentido, onde eu não tinha direito a ter sentimentos,
vontades e desejos. Antes de Vincenzo eu até aceitava a vida
medíocre que meu pai me sujeitava, era conformada, mas depois da
forma que ele me tratou, valorizou e me fez sentir um ser humano
de verdade, importante, a vida de antes já não me interessava e se
fosse para eu ter uma existência sem significado era melhor não
existir.
Chorei, deitada sobre a cama em posição de feto, a dor
tomou conta do meu ser, me sentia sufocada. Não sei quanto tempo
fiquei dessa forma, horas rendida ao desespero e a dor. Cansada de
tanto sofrimento deixei que o sono me dominasse e me entreguei a
escuridão.
- Senhorita trouxe o seu almoço.
Acordo com a voz de Belamina.
- Olho para a comida que ela trouxe e não sinto fome. Sinto
apenas um vazio enorme em meu ser e uma vontade de não existir.
Sinto o seu olhar de pena e ela diz carinhosa.
- Levanta menina, precisa se alimentar.
Sorrio timidamente para a senhora que me trata com carinho
e agradeço.
- Estou sem fome agora Belamina, obrigada.
- Vou deixar a comida aqui, caso mais tarde sentir fome.
Agradeço baixinho e logo em seguida me vejo sozinha
novamente.
Após algum tempo ouço uma batida na porta e ao autorizar a
entrada vejo minha mãe.
Ela senta na beirada da cama e acaricia meus cabelos.
- O que houve minha menina?
Ela pergunta preocupada.
Deito em seu colo e deixo toda dor que carrego em minha
alma se esvair, os soluços entrecortados que sacudiam o meu corpo
demonstram o grau de desespero que invade a minha alma, mamãe
chora comigo.
- Ele te bateu minha filha?
A pergunta sai angustiada.
- Não mãe, ele não me bateu.
- O que aconteceu minha menina?
Sinto o desespero de minha mãe e tento me controlar. Mais
calma narro toda discussão entre eu e Vincenzo e digo como estou
me sentindo.
- Não fique assim meu amor, você tem que ser forte, ele
sempre foi carinhoso e protetor com você, a atitude dele foi
motivada pelo ciúme, temos que agradecer por ele ser bom para
nós, mesmo depois que seu pai fez. Tem ideia que tudo seria pior se
ele não tivesse se encantado por você. O que seria de nós se
tivéssemos caído nas mãos de outros mafiosos.
Sei que minha mãe está certa, tudo poderia ser muito pior,
mas eu já não sou aquela menina inocente que chegara a mansão
dos Ferraria alguns meses atrás, eu sou a Graziella que me tornei
mulher e amante do poderoso Don Vincenzo Ferrari, que conheci os
prazeres do sexo em seus braços, que conheci o carinho e amor,
que fui querida, respeitada e amada por ele. Ele me ensinou que eu
sou importante, que tenho valor. Me transformei em uma mulher que
quer mais que ser um objeto, um brinquedo sexual nas mãos de um
homem, quero ser respeitada e amada, quero me sentir gente e não
mais conseguiria ser apenas um pedaço de carne sem sentimentos
como mamãe foi moldada a ser. Sei que tenho que pensar em
minha mãe e Gaia, mas o que sinto no momento é uma vontade
enorme de me rebelar, fugir, conquistar minha liberdade e se
custasse minha vida nessa busca, tudo bem, morreria lutando.
Já era quase dezesseis horas, não tinha comida nada,
Belamina já buscara meu almoço intocado e tinha me levado o café
da tarde. Consegui tomar um copo de leite e comi um pedaço de
bolo, meu estomago não aceitou mais nada. Mamãe ficou somente
meia hora comigo, pois Martinno veio buscá-la, sabia que ele a tinha
deixado ir até o meu quarto preocupado com a reação do Don,
provavelmente ele não gostaria de saber que tive visitas em nosso
quarto.
Anoiteceu e não desci para jantar. Belamina estava cada vez
mais preocupada, mas não conseguia sentir nada, nem mesmo lutar
para não deixar ela e minha mãe mais tranquila tinha forças.
As palavras de Vincenzo não saem da minha cabeça.
Enquanto te desejar em minha cama seu corpo pertence a
mim,
Enquanto te desejar em minha cama seu corpo pertence a
mim,
Enquanto te desejar em minha cama seu corpo pertence a
mim,
Ele foi claro, enquanto ele me desejar, e quando o desejo por
mim acabasse o que seria de mim. Doeu. Doeu demais, ele disse
que me amava e eu acreditei, como fui ingênua em pensar que um
homem como ele pudesse realmente me amar. Eu sou só uma
garotinha boba e inexperiente, sem conhecimento de mundo e da
vida, ele me iludiu e me fez acreditar que a felicidade para mim era
possível. Mas hoje descobri que sou só um corpo que ele deseja e
que pertence a ele.
Pertence a mim,
Pertence a mim,
Pertence a mim,
Sou um nada, não tenho direito a nada, não nasci para ser feliz,
não nasci para ser amada e simplesmente neste momento não
queria mais viver.
Esgotada fisicamente e psicologicamente me entreguei ao sono
novamente e acordei horas depois sentido o toque de Vincenzo em
meu corpo.
Me retesei toda ao sentir seus lábios beijando meu pescoço,
tentei me afastar e ele me segura firme.
- Não ouse se negar a mim princesa, você me pertence.
Ele diz com voz embolada pelo álcool. Não chorei e também não
afastei mais de seu contato. Ele completamente embriagado me
tomou, deixei que me possuísse, afinal eu pertencia a ele. Não
consegui corresponder aos seus toques e me deixei entregue ao
seu desejo, quanto mais eu ficava estática mais ele me possuía
ferozmente. Virei o rosto para não ver toda fúria que continha em
seus olhos ao ver que não correspondia as suas investidas dentro
do meu corpo. Me sentia usada, maltratada, violada e despedaçada
com o que Vincenzo fez comigo. Assim que ele terminou caiu ao
meu lado na cama, me levantei, fui ao banheiro e tomei um banho,
tirei todo o vestígio do seu corpo do meu, mas a dor que corrói a
minha alma essa água nenhuma conseguirá tirar.
Deitei ao seu lado novamente e lutei com meus pensamentos e
desespero até o sono me tomar. Dormir era minha paz, pois
esquecia da vida maldita que eu tinha.
Capítulo vinte e oito
Graziella Moretti
Quatro semanas já haviam se passado desde o dia que tudo
aconteceu. Desde então Vincenzo chegava de madrugada e saia ao
amanhecer, chegou a ficar vários dias sem aparecer. Ele nunca
mais tinha me tocado, não trocávamos uma só palavra, eu me tornei
uma morta viva. Minha mãe, Gaia, Luna e Belamina faziam de tudo
para me alegrar, mas não conseguia reagir. Minha vontade era
sumir, não ver mais ninguém, nem Vincenzo, nem minha mãe, nem
Gaia. Eu tinha desistido de viver.
As vezes me perguntava se eu era fraca, pois minha mãe
sofreu muito mais que eu e nunca tinha desistido, mas ela também
nunca tinha conhecido e vivido o amor, como eu. Eu amava
Vincenzo com toda minha alma, ele me ensinou o que é ser amada,
mas depois tirou tudo de mim, me deixou somente com o vazio.
Pensei em tirar minha vida de tantas formas, cortar meus pulsos,
tomar uma overdose de remédios, me enforcar... foram tantos
pensamentos nebulosos, mas eu nunca consegui realmente tentar
algo contra minha vida pois tinha medo por Gaia e mamãe.
Martinno ficava sempre na chefia dos seguranças e depois do
acontecido Vincenzo colocou dois cães de guarda na minha cola.
Paolo e Franco eram novos na mansão, não falavam comigo, porém
revezavam na vigília. Ficavam do lado de fora do quarto quando
estava em meus aposentos e alguns metros de distância onde quer
que estivesse. Passei a me isolar de todos cada dia mais, não
descia para as refeições e quase não saia do quarto. Minha mãe
estava desesperada, mas eu simplesmente não conseguia reagir.
Faz uns cinco dias que uma vontade enorme de ir embora se
apoderou de mim. Percebi que |Martinno gostava muito de minha
mãe e ele cuidaria dela e de Gaia. Da janela do meu quarto podia
ver a floresta densa e vasta que rodeava a mansão. Será para onde
ela daria? O que teria no meio dela? Todos os dias eu ficava horas
na sacada olhando para a mata, parecia que ela me chamava.
A dor da rejeição, a mágoa. Não somente meu coração
estava destroçado, mas minha alma também. Estava quebrada e
não suportaria uma existência sem o amor de Vincenzo, iria sumir
de sua vida, mesmo que para isso eu perdesse a minha.
Por dias fiquei observando os dois soldados que me
vigiavam. Me comportava e não deixava transparecer o que ia em
minha mente. Esperava o momento que um deles falharia e então
eu iria desaparecer naquela floresta e ninguém jamais me
encontraria.
Sabia que essa atitude custaria a vida de um deles, Vincenzo
não perdoaria jamais uma falha dessas, mas não me importava,
eles também não se importavam com minha dor, comigo, com
minha vida. Que se danassem, eles não eram homens bons, eram
assassinos, mafiosos e mereciam tudo do que lhes aconteceriam
com minha fuga.
Senti que Franco era mais relapso, cada dia que passava ele
relaxava mais na vigia, gostava muito de ficar ao celular e como eu
nunca saia do quarto ele praticamente tornou autoconfiante de que
não havia risco de fuga de minha parte.
Todos os dias me vestia com um moletom grosso, meia e
tênis, ficava na espreita até certas horas da madrugada quando
geralmente Vincenzo chegava. Provavelmente ele devia estar com
alguma mulher, e quando ele se deitava ao meu lado sentia o meu
coração sangrar, mas não dizia nada, minha mente estava tão
entorpecida pela dor que a única vontade que sentia era sumir e
ficar livre de todo sofrimento.
Naquela noite me preparei, era Franco que ficaria de vigia.
Deixei a porta somente encostada e esperei pacientemente as horas
passarem. já passava da meia noite quando abri silenciosamente a
porta e espiei, senti o solavanco no coração quando vi que Franco
estava de costas para o quarto falando com alguém ao telefone.
Era a oportunidade que eu esperava, poderia ser pega, mas
tinha que arriscar. Sai para fora do quarto e encostei a porta com
muito cuidado e passei a chave. Sai pé ante pé e assim que
alcancei a escada arrisquei dar uma olhadinha para trás e vi que o
desgraçado continuava do mesmo jeito, devia estar conversando
com uma puta, mafiosos são movidos a bocetas penso com raiva.
Desci as escadas e assim que cheguei a sala dei um suspiro
aliviado em ver que tudo estava silencioso e escuro. Alcancei a
cozinha e ao tentar abrir a porta que dava para o quintal e meu
coração travou, ela estava trancada. Acendi a lanterna do meu
celular e busquei entre as gavetas do armário onde já tinha visto
que Belamina guardava as chaves. Ao encontrar o molho, tremendo
tentei as chaves na fechadura, quando estava na antepenúltima a
porta destrancou. Sai para o quintal e o vento frio da madrugada
me abraçou, agradeci mentalmente por estar bem agasalhada,
tranquei a porta por fora e joguei o molho em um vaso de planta que
estava na calçada.
Tinha ao menos três soldados que vigiam a propriedade a
noite, mas como a cozinha ficava do lado oposto dos portões de
acesso raramente eles faziam a ronda por esta parte. Estava
escuro, com a lanterna do meu celular segui para a floresta, andei
quase trezentos metros para alcançar meu intuito. Assim que
cheguei corri, corri com todas as minhas forças. Cada momento que
avançava dentro da mata, mais sentia vontade de correr, era como
se estivesse me libertando, minha alma estava livre, eu ali, sozinha
naquela mata me sentia dona de mim, do meu corpo, dos meus
desejos, da minha vida. Não sentia medo, dor, não sentia nada,
somente o gosto da liberdade uma vez na vida.
Após mais de uma hora correndo sem rumo minhas pernas
fraquejaram e meu corpo não aguentou mais. Analisei o perímetro,
tinha uma árvore enorme e eu deitei embaixo dela. Assim que senti
meu fôlego voltar e as batidas do meu coração voltarem ao normal
percebi que estava sozinha em meu a mata, somente com a luz da
lanterna do meu celular iluminando a escuridão, estava exposta,
sem rumo e completamente entregue ao meu destino.
Depois de dias sem conseguir derramar uma lágrima sinto
meu rosto se aquecer quando elas escorrem, fiquei minutos, horas,
eu realmente não sei, dei vazão ao meu desespero e então deixei o
sono dominar minha mente entorpecida e a escuridão me tomar.
Capítulo vinte e nove
Vincenzo Ferrari
Estou em uma boate completamente embriagado. Minha vida
tem sido um verdadeiro inferno desde que briguei com meu anjo. No
dia que cheguei em casa e a vi na piscina com aquele biquíni
minúsculo quase enlouqueci de ciúmes. Vi os olhares de dois
soldados devorando seu corpo, perdi a cabeça e fiz merda. Ela me
enfrentou, como se eu não tivesse razão de estar chateado por ela
estar tão expostas aos olhos de outros homens.
Sei que fui duro com ela e acabei a magoando. Não queria
fazer minha menina sofrer, mas acabei sendo um maldito
desgraçado e joguei na sua cara que ele era minha até quando a
desejasse, que ela me pertencia. Naquelas palavras maculei o
nosso amor, magoei tanto a minha menina por tratá-la como um
objeto, que não tinha direitos, nem sentimentos, que não merecia
respeito.
Naquele dia sai possesso do nosso quarto e matei os dois
infelizes que ousaram cobiçar o que era meu. Depois passei o
restante do dia fazendo cobranças o que não era meu trabalho. Mas
eu precisava de ação, ir para a rua, e meu dia foi bem sangrento.
Lorenzo e Leonardo me acompanharam durante todo o dia, não
falaram nada, sabia que eu estava descontrolado e que não ia
adiantar intervir. Naquele dia matei, espanquei, torturei, mas mesmo
assim nada me acalmava. A noite fomos para uma de nossas
boates e bebi todas, quando já quase não conseguia ficar em pé
Leonardo me levou para casa.
Assim que entrei no quarto vi minha pequena dormindo toda
encolhida na cama. Sei que ela praticamente não se alimentou e
não saiu mais do quarto depois da nossa discussão.
Depois de tomar um banho me deitei ao seu lado e a
busquei, desejava meu anjo e queria fazê-la esquecer a briga de
merda que tivemos naquela manhã.
Assim que a toquei ela despertou e tentou se afastar de mim.
Fiquei cego e o ódio me tomou. Ela era minha, e sabia disso, jamais
deixaria que ela me rejeitasse. Bêbado e com o ciúme impetrado em
minha pele a tomei para mim sem me importar com seus desejos,
cada estocada que eu dei em seu corpo completamente inerte sob o
meu era uma facada que eu dava em meu próprio coração. Assim
que terminei de possuí-la e me acalmei percebi a merda que tinha
feito com minha vida.
O sofrimento tomou conta da minha vida, o arrependimento
pelo que fiz me martirizava a cada hora do dia, me embebedava
todas as noites e chegava em casa somente de madrugada quando
ela já estava dormindo.
Não tinha coragem de encará-la e ver ódio e rancor em seus
olhos, eu amava aquela mulher mais que a mim mesmo e deixei que
o ciúme dominasse o meu ser e feri a pessoa que mais queria
proteger no mundo.
Minha menina estava sofrendo, sei que vive dentro do quarto
e praticamente nem com sua mãe conversa mais. O remorso que
me consome por eu ser o causador de toda essa dor é imensurável,
e eu tenho vegetado durante vinte nove dias depois de tudo que
aconteceu.
Não contei para ninguém o que aconteceu, Lorenzo e Leonardo
pensa que é por causa de ciúme que estou assim. Leonardo me
chamou atenção e disse que jamais deveria ter agido com tanto
ciúme pois toda mulher que está tomando banho de piscina tem que
usar trajes de banho. Fiquei admirado, para quem não gostava de
Graziella meu irmão agora a defende, ela com seu jeito delicado
conseguiu conquistar todos da minha família.
Lorenzo chega ao meu lado no bar, ele devia ter saído de um
dos quartos onde comia alguma vadia. Vê meu estado de
embriaguez e diz.
- Está na nossa hora Don, já passa das quatro horas da manhã.
Não digo nada e saio cambaleando ao lado do meu amigo.
Sou um filho da puta obcecado, mesmo que não estamos
conversando, não consigo ficar muitos dias longe dela. Preciso
sentir pelo menos seu cheiro, já que não sei se o seu gosto irei
sentir novamente. Fiz uma promessa para mim mesmo que jamais a
tocarei novamente sem o seu consentimento e tudo o que eu quero
nesta vida é seu perdão, se um dia conquistar minha menina
novamente jamais a magoarei e serei o homem mais feliz do
mundo.
Chego em casa e subo direto para meu quarto, preciso sentir
seu cheiro. Franco como sempre está a postos do lado de fora do
quarto, ele me ajuda a destrancar a porta e lhe dou um boa noite
desajeitado.
Assim que entro sinto meu corpo gelar, a cama está vazia. Vou
até o banheiro e nada, vou a sacada, ao closet e nada, então
começo a gritar.
- Graziella! Graziella!
Logo Franco entra, seguro pelo colarinho e grito.
- Onde ela está seu desgraçado?
Neste momento Lorenzo entra e me retira de cima do homem
senão eu iria matá-lo.
- Calma Vincenzo, o que está acontecendo?
- Graziella! Meu anjo sumiu.
Quase não consigo falar de tão embriagado que me encontro.
Martinno chega e reúne os homens para procurarem por minha
princesa.
Lorenzo me põe debaixo do chuveiro com água fria o que
melhora o meu estado. Leonardo entra momentos depois e me
encara.
- Fala porra! Fala logo. – Grito quando ele apenas me olha e não
diz nada, sei por sua cara que a coisa não era boa.
- Sinto muito irmão, Graziella fugiu.
Minha garganta seca e meus olhos lacrimejam, não podia
acreditar, era um pesadelo, só podia ser.
- Como fugiu? Ela não tem como passar pelos nossos homens,
ela deve estar escondida em algum cômodo da casa.
Ele lança olhar de preocupação em minha direção e diz.
- Ela não fugiu para os portões irmão, as câmeras capturaram
ela indo para a floresta.
Desespero, dor, angustia, medo, realmente era uma salada de
sentimentos horripilantes que me acometem, não podia acreditar
que minha menina tão frágil e indefesa pudesse estar no meio
daquela floresta, sozinha, com fome, com frio e correndo perigo de
algum animal a atacar.
- Quanto tempo?
Consigo perguntar, há quanto tempo ela está dentro daquele
labirinto verde.
- Mais de quatro horas, ela fugiu por volta de meia noite.
Minha cabeça dói, e meu coração sangra, eu preciso encontrar o
amor da minha vida, minha menina, meu anjo de luz, ela tinha que
estar viva, era tudo o que eu pedia, que ela esteja viva.
Formamos mais de dez grupos de quatro homens e com vários
cachorros farejadores nos embrenhamos na mata, e assim
começamos as buscas a minha amada.
Ao anoitecer do primeiro dia eu já não tinha mais forças, o
desespero era sufocante, eu agonizava de dor. Por mais que nos
empenhássemos não encontramos nem sinal da minha menina.
Todos na mansão estavam desesperados, Lucia chorava sem
parar e até a pobre senhora não imaginava que a filha faria algo tão
louco assim. Sabia que ela estava magoada e chateada comigo,
mas jamais que tomaria uma atitude tão extrema como fugir em
plena floresta, era como se minha pequena tivesse desistido de
viver.
Remorso e arrependimento tomam conta do meu ser, se
perdesse Graziella jamais me perdoaria, o ciúme doentio e o
sentimento de posse que sinto por minha menina estava cobrando
caro, minha felicidade e talvez até mesmo a vida do meu amor.
Todas as vezes que me afasto do grupo de soldados que fazem
as buscas por Graziella choro, dizem que mafioso não chora e é
pura ilusão, mafioso também tem coração, tem sentimentos e
lágrimas.
No segundo dia as buscas continuam incessantes, não há
descanso e chegamos a beira do rio, olho aquelas águas
turbulentas com fortes correntezas e a dor me sufoca, será que
minha menina se perdeu no meio dessas águas? Será que iria
encontrar o corpo da minha pequena, meu anjo de Luz?
Contratamos uma equipe de mergulhadores para vasculhar o rio, e
a cada notícia que não foi encontrado nada sinto alívio, o terror de
encontrar o corpo sem vida da minha pequena é tão grande que
prefiro não saber notícias suas que encontrá-la sem vida.
A noite chega e Leonardo me obriga a parar as buscas por hoje,
os homens estão cansados e sem forças, em meu torpor acabo
aceitando o comando do meu irmão que neste momento dirige toda
a operação de buscas. Já passa das vinte e duas horas quando
finalmente paramos para descansar. Não consigo me alimentar e o
busco uma garrafa de whisky esvaziando-a, só assim consigo
amortecer um pouco a dor e o desespero que rasga a minha alma.
Acordo na madrugada do terceiro dia de buscas sentindo uma
dor dilacerante em minha cabeça, efeitos do cansaço e da bebida.
Me o obrigo a ficar em pé levando meu corpo ao limite. Sou um
soldado da Cosa Nostra e desde cedo aprendi a ultrapassar os
limites do meu corpo, e por minha princesa sou capaz de tudo.
Os grupos saem cada um por uma direção e dessa vez
Leonardo e Lorenzo ficam comigo, dispensando os outros soldados,
eles estavam preocupados e receosos como eu reagiria caso o pior
tiver acontecido. Meu irmão me obriga a comer um pedaço de pão e
tomar café, obedeço, pois, sei que se não o fizer não terei forças
para continuar.
Continuamos as buscas pela margem do rio, nosso grupo segue
para a esquerda e o outro para a direita e alguns já ultrapassaram
para o outro lado do rio.
Andamos quilômetros de distância até perto de meio dia.
Lorenzo neste momento diz.
- Precisamos parar, temos que nos alimentar Don senão não
conseguiremos prosseguir.
Assinto, não tenho forças nem para responder, estou parecendo
um zumbi, estou morto vivo. Leonardo responde.
- Tem uma gruta mais adiante, vamos ir até ela e assim
poderemos fazer uma fogueira e esquentar a comida.
Seguimos para o local onde ele indica, ficava uns quinhentos
metros de onde estávamos. Leonardo vai a nossa frente e adentra a
gruta, nunca pensei que meu irmão fosse tão forte como ele vem
demonstrando, ele é meu apoio, minha base, nunca precisei tanto
dele como agora e ele não estava falhando.
Lorenzo fica ao meu lado, praticamente me amparando o que faz
com que meu irmão esteja mais de duzentos metros a nossa frente.
Ele chega a gruta e some por uns minutos, quando o vejo sair
correndo de dentro da gruta e dá um grito.
- Haaaaaaaaaaaaaaaahhhh!!!!!!
Sei que ele a encontrou, os pelos do meu corpo se arrepiam,
minha voz trava na garganta, meu coração acelera e minhas pernas
cedem. Lorenzo me ampara então ouço o que mais queria ouvir na
vida.
- Ela está viva irmão, sua menina está viva!!!
Ele vem até mim e junto com Lorenzo me carregam para dentro
da gruta, vejo meu pequeno anjo de luz deitada no fundo daquela
gruta úmida e fria, me ajoelho ao seu lado e percebo o quanto está
debilitada.
As lágrimas vertem dos meus olhos, os soluços escapam da
minha garganta, chamo por ela.
- Graziella! Graziella! Pode me ouvir amor?
Minha menina abre os olhos lentamente, quase sem forças ela
exclama tão baixinho que mal posso ouvir.
- Vincenzo! Você veio.
- Sim meu amor, eu sempre estarei aqui por você, eu te amo
tanto, tanto, estou aqui minha vida e vou cuidar de você.
Duas lágrimas descem pelos seus olhos e sinto que ela se
entrega a escuridão, ela está esgotada, sinto seus batimentos,
apesar de fracos estão lá. Suspiro aliviado a agradeço aos céus por
ela estar com vida.
Quinze minutos depois a equipe de resgate já está a postos e
leva minha menina para o hospital.
Quando chegamos a mansão Lucia e Gaia correm ao nosso
encontro, Luna e Martino ficam um pouco atrás. Todos já sabiam
que ela estava viva. Sua mãe e Gaia dão um beijo em minha
princesa e seguimos para clínica da famiglia onde uma equipe de
médicos já a aguardava.
- O senhor precisa ficar aqui, pode deixar que cuidaremos dela
Don.
O médico fala, e assim deixo minha menina ser levada por eles.
Já tem mais de duas horas que eles levaram meu amor, não sei
o que está acontecendo, qual é o estado de saúde dela e se ficará
bem. Me levanto disposto a ir em busca de notícias, já não
suportava mais a espera quando o doutor Ângelo, responsável pela
clínica aparece.
- Como ela está doutor?
Minha voz sai angustiada.
- Na medida do possível bem, ela está fraca e desidratada, com
alguns cortes e arranhões superficiais, nada que soro e muito
descanso não melhore, vou interná-la e com certeza ela ficará
ótima.
- Posso vê-la?
- Claro Don, as enfermeiras já deram banho nela e ministraram a
medicação, fizemos todos os exames necessários e não há
nenhuma quebradura, agora ela está dormindo, a enfermeira Alzira
irá acompanhar o senhor até o quarto.
Chego no quarto e meu anjo está linda dormindo serenamente,
nunca canso de admirar sua beleza. Acaricio suavemente seu rosto
e vejo alguns arranhões e pequenos cortes ali. Ergo o lençol que a
cobre e analiso todo o seu corpo, vejo que não sofreu como o resto,
ela estava bem vestida, a calça e a blusa moletom que ela usara
bem como o tênis que estava calçada a protegeram.
Dou um beijo em sua testa e logo em seguida ouço uma batida
na porta. Leonardo entra.
- Dona Lucia está na recepção, ela pode ver a filha?
- Deixe-a entrar.
Quando Lucia chega Leonardo diz.
- O doutor Ângelo disse que ela dormirá até amanhã Vincenzo,
deixe ela aos cuidados de dona Lucia e vamos para casa, você
precisa descansar.
- Não, passarei a noite com ela.
- Você está esgotado irmão, o doutor garantiu que ela dormirá
até amanhã com a medicação que foi ministrada.
Decido ir para a mansão e deixar meu anjo aos cuidados da sua
mãe, preciso descansar e estar preparado para quando ela acordar.
Capítulo trinta
Graziella Moretti
Acordo sentindo o corpo todo dolorido parecendo que tinha sido
atropelada, olho ao meu redor e vejo que estou num quarto de
hospital, o acesso venoso em meu braço indica que estou sendo
medicada. A primeira coisa que me lembro é Vincenzo me
encontrando na gruta da floresta, não sei se é delírio de minha
parte, mas ele parecia desesperado. Sinto frio, minha boca esta
seca e tento me virar de lado na cama, a dor me incomoda e um
pequeno gemido escapa de meus lábios.
- Graziella minha filha! – Ouço a voz de minha mãe,
Logo ela aparece em meu campo de visão e posso perceber
todo o seu desespero.
- Como você está filha?
- Dói todo meu corpo e sinto muita sede.
- Fique calma meu amor, vou chamar a enfermeira.
Ela sai às pressas do quarto e não demora nada uma senhora
de olhar carinhoso está ao lado de minha cama.
- Olá menina! Como você está se sentindo?
Repito o que disse para minha mãe e ela sai logo em seguida
dizendo que irá chamar o médico para me examinar.
Logo em seguida entra um senhor moreno alto, na faixa dos
cinquentas anos entra no quarto, percebi logo que era o médico pelo
jaleco branco que usava.
- Oi Graziella, eu sou o doutor Ângelo o médico que te atendeu,
o que você está sentindo?
- Estou com muita dor no corpo, sede e frio.
- É normal, você está bastante desidratada e o fato de ter ficado
muito tempo na mata sem se alimentar direito te deixou assim.
Ministrei uma medicação para que possa se hidratar e analgésico
para a dor. Vou pedir para trazer suco e algo para você se alimentar.
- Obrigada doutor. – Agradeço com um sorriso fraco.
- Me agradeça se recuperando rápido menina, você é muito linda
para estar numa situação desta, mas logo estará bem, não se
preocupe.
Ele sai e me deixa sozinha com minha mãe que está com os
olhos rasos d’água, ela encosta perto de mim e segura minha mão
com carinho.
- Por que fez isso minha filha?
Sua pergunta sai rasgada da garganta e ás lágrimas banham
seu rosto.
Meu coração sangra ao vê-la tão desesperada, neste momento
percebo a loucura que fiz e no quanto fui egoísta, não pensei na dor
de minha mãe, nem da minha irmã. Deixei o desespero me dominar,
pensei somente em minha dor sem medir as consequências dos
meus atos.
Sim, não posso me enganar, eu quis minha liberdade, e para
conseguir desejei deixar de viver. Fui fraca, minha mãe era a mulher
mais forte que conheci em minha vida, me deu exemplo, superou
toda dor e humilhação que meu pai lhe imputou por mais de vinte
anos e nunca desistiu de viver. Me sinto envergonhada de minha
atitude, não sei o que me acontecerá de agora em diante, qual será
a atitude de Vincenzo em relação a mim, mas decido que jamais
terei uma atitude impensada e inconsequente novamente, iria lutar
pela minha vida, por mim, por Gaia e por mamãe.
- Eu estava desesperada mamãe, Vincenzo me magoou demais,
ele me fez sentir amada, querida e depois me desprezou. Sinto
muito por tudo, estou arrependida, não medi as consequências dos
meus atos, me perdoa por te fazer sofrer.
Digo com a voz rouca emocionada.
- É claro que te perdoo meu amor, você e Gaia são as criaturas
que mais amo na vida, só me prometa que jamais tentará contra sua
vida novamente.
Ela me abraça com tanto carinho que me sinto desfalecer.
- Prometo mamãe, eu juro que serei forte por você e por Gaia,
jamais farei algo assim novamente e lutarei não somente por minha
vida, mas também por minha felicidade.
- É isso aí filha, nós mulheres da máfia temos que lutar todos os
dias, ser fortes e resilientes, jamais devemos desistir, e você tem
sorte minha querida, apesar de estar muito magoada com Vincenzo
ele te adora.
- Não mãe, ele não me ama, só me vê como um corpo jovem e
quente para esquentar seu corpo e nada mais.
Choro compulsivamente, deixo toda minha dor se esvair em meu
pranto.
A dor de não se realmente amada, respeitada e querida por
Vincenzo me toma, me permito chorar, sofrer, e após muito tempo
ficamos ali, eu e minha mãe chorando, uma nos braços da outra
lamentando o destino de ter nascido dentro da máfia.
Estávamos envoltas em nossa dor quando a enfermeira chega
com um prato de sopa e um copo de suco de laranja. Seco
rapidamente minhas lágrimas e mamãe vai para o banheiro se
recompor. A mulher disfarça fingindo não notar o clima tenso, afinal
ela também era uma mulher da máfia e sabia bem como nos
sentíamos.
Carinhosamente ela me ajuda a levantar então me alimento e
tomo todo o meu suco. A medicação que o médico ministrou em
mim está dando resultado, já me sinto mais forte e a dor tinha
diminuído bastante.
Após me alimentar, fiquei conversando por muito tempo com
mamãe, evitamos falar novamente sobre o acontecido, ela me
falava de Gaia, Luna, tentando me deixar animada.
O sono me envolve novamente e sinto que vou apagar, e o
último pensamento que invade minha mente é que serei forte sim,
mas não me subjugarei a Vincenzo, ele poderia ter meu corpo, mas
jamais lhe daria minha alma novamente, pois se não podia libertar
meu corpo minha alma seria livre.
Quando acordo novamente, sinto que estou bem melhor, a
sensação de frio e dor tinha desaparecido. Não tinha nem virado o
rosto e já sabia que ele estava ali, o cheiro do perfume amadeirado
me invadia. Fico estática, tento não demonstrar que acordei, mas de
alguma forma ele percebe e continuo de olhos fechado.
Ele fica ao meu lado na cama e sinto uma mão grande e quente
tocar a minha.
Ele sabe que estou acordada, meu coração acelera e parece que
ouço seu retumbar.
Sei que não terei escapatória, em algum momento terei que
encará-lo. Lentamente abro meus olhos e me deparo com o
semblante de um Vincenzo abatido e angustiado, mas não menos
lindo por isso.
- Oi!
Fala simplesmente.
- Oi!
Também respondo monossilábicamente.
- Como você está anjo?
Ele diz carinhosamente, mas não me deixo enganar, não me
deixo envolver por seu falso afeto, já tinha aprendido que para ele
não passo de um pedaço de carne que ele usa a seu prazer, eu não
confio mais nele.
- Bem. – É o que respondo.
- Está sentindo alguma dor? – Continua forçando um diálogo
entre nós dois.
Balanço a cabeça negativamente, não sinto vontade de
conversar com ele.
- Que bom meu anjo, o doutor Ângelo disse que sua recuperação
está mais rápida do que ele esperava, e que se você continuar
assim amanhã poderemos voltar para casa.
Ouço e não digo nada, mas um amargor invade minha boca ao
ouvir a palavra casa. Eu não tinha casa, não tinha nada, sou
simplesmente a cativa do maior mafioso de todos os tempos.
Tento puxar minha mão da sua e ele não se opõe, percebe que
não quero contato e muitos menos conversar, e por incrível que
pareça e não força.
Ela dá um beijo em minha testa, me fazendo estremecer e logo
em seguida vai para uma cadeira que fica num canto do quarto e se
acomoda ali.
O sono não vem e passo horas em volta aos meus
pensamentos, e mesmo querendo odiá-lo, não consigo ser imune ao
seu toque e cheiro. Então percebo que para me tornar a Graziella
que eu quero teria que lutar muito contra o fascínio que sinto por
ele, mas estava decidida a lutar.
Capítulo trinta e um
Vincenzo Ferrari
Quando chego na mansão vou direto para o quarto pois preciso
de um banho e descansar um pouco. Os três últimos dias dentro da
mata foram extenuantes. Andamos muito, sem contar com as noites
insones regada a álcool que era a única coisa que me entorpecida e
acalmava.
Nunca me senti tão desesperado em toda minha vida, nem no
dia em que perdi meus pais sofri da forma que tinha sofrido nos
últimos dias. Fazia mais de um mês que não tocava, amava minha
menina, a briga por ciúmes de minha parte tinha nos afastado e o
medo me impedido de tentar uma reconciliação. Jamais, nem
mesmo em meus piores pesadelos imaginava que a mulher meiga,
carinhosa e obediente pudesse ter tal atitude.
Sei que a tinha magoado muito com minhas palavras e ações,
mas porra eu sou um fodido mafioso, possessivo e controlador,
sempre tenho tudo o que quero e todos me obedecem, aqueles que
não o fazem eu simplesmente elimino.
Eu amo aquela mulher com todas as forças do meu ser, na máfia
os homens têm que disfarçar sentimentos, manter uma máscara fria
de indiferença, amar era considerado por muitos como uma
fraqueza.
Meu pai amava minha mãe com toda alma, e nem por isso foi um
Don fraco, ele foi respeitado pelos amigos e pelos inimigos também.
Ele sempre me dizia que amar não era vergonhoso, nem
fraqueza e que torcia que seus filhos encontrassem o amor como
ele um dia encontrou minha mãe, muitas vezes eu ria de seus
comentários, não por dizer que amava mamãe, pois eu venerava
meus pais e a forma que eles se amavam, mas por não acreditar
que em algum dia alguma mulher iria me fazer amá-la. Pois eram
para mim apenas um corpo para foder e ter prazer momentâneo.
Me senti assim até conhecê-la, foi amor à primeira vista, nunca
senti algo tão forte e poderoso em minha vida, mesmo assim fui
egoísta e pensei somente em mim, nos meus desejos e vontades,
eu a corrompi com minha escuridão.
Graziella sempre me encantou com sua obediência, e ignorei
completamente o fato de que talvez ela seja assim porque foi
talhada para obedecer e que não era feliz.
Humilhei e maltratei minha menina, a condicionei a um simples
corpo para meu prazer, fui ciumento, possessivo e implacável com
ela e paguei muito caro por meu erro, quase a perdi.
Deixo a água do chuveiro banhar meu corpo misturada a minhas
lágrimas, os soluços juntam ao barulho da água que cai.
Após o banho, me jogo esgotado em cima da cama, não
busco nem mesmo me vestir, e completamente sem forças o sono
me leva e sonho com meu anjo de luz.
Capítulo trinta e dois
Vincenzo Ferrari
Acordei tarde da noite e levantei as pressas pois tinha que ir
ao hospital ver como Graziella estava. Putz não deveria ter dormido
tanto, afinal a conta dos momentos de estresse tinha chegado e
meu corpo tinha sucumbido.
Após tomar um banho rápido desci e comi algo rapidamente
e segui para o hospital, Martinno me acompanhou, pois traria Lucia
uma vez que eu ficaria no hospital.
- Boa noite! – Cumprimentei Lucia assim que cheguei.
- Boa noite senhor!
- Como ela está?
- Bem, o doutor disse que ela está recuperando além do
esperado e conforme acordar amanhã poderá ir para casa.
- Que bom, fico aliviado.
Ela assente e eu não consigo me segurar e pergunto.
- Ela acordou?
- Sim senhor.
Lucia dá respostas curtas para mim, era sempre assim
quando estava perto ou se dirigia a mim o que me irritava, mas
entendia que a mulher foi talhada para a obediência e subserviência
até os ossos. Mas decidido não desistir de saber mais sobre a
reação de Graziella quando acordou, continuo perguntando.
- Como ela estava quando acordou e qual foi sua reação?
- Estava sentindo dor no corpo todo, frio e sede, mas o doutor
aumentou a medicação e ela se sentiu bem melhor.
- Ela disse por que tomou esta atitude?
Lucia ficou estática, notei que ela estava com muito medo de
falar o que sabia, e, por mais que não queria causar mais sofrimento
a ela, por tudo que passou nestes últimos dias, precisava saber o
que tinha motivado minha menina a tomar uma atitude tão extrema
com atentar contra sua própria vida.
- Fale Lucia, e preciso saber e como teu Don eu ordeno.
Ordeno mediante o silêncio dela, sei que estou usando meu
poder, mas preciso saber, mesmo que não seja da maneira mais
correta, porque sei que Graziella não me falará nada, ela está muito
magoada e eu precisava saber qual era o tamanho desta mágoa
para poder reconquistar o amor da minha menina, pois é isso que
farei, a amo mais que minha própria vida e não posso mais viver
sem ela e faria de tudo para tê-la novamente, mas não suportaria
que ela ficasse comigo obrigada, precisava que ela me amasse
tanto quanto eu a amo e estou disposto a tudo para conseguir ser
amado por ela. Lucia olha desconfiada para Graziella que dorme
serenamente no leito e sinto que ela tem medo de despertá-la,
entendo o seu temor e digo.
- Vamos terminar esta conversa lá fora.
Ela sai acompanhada por mim e por Martinno, que está tenso
e tem um braço protetor ao redor de sua mulher, o cara está
apaixonado pela mulher e deixo um sorriso torto nos lábios, as
feiticeiras Moretti tinha derrubado o grande Don da Cosa Nostra e o
seu mentor, seria cômico se não estivesse vivendo este momento
tão difícil com Graziella.
- Agora diga porque Graziella fugiu?
Pergunto sério.
- Ela está muito confusa Don, Graziella sofreu muito com os
anos de maus tratos do pai. Estava desesperada, disse que o
senhor a magoou demais, que a fez sentir amada, querida e depois
a desprezou, mas está arrependida dos seus atos senhor e disse
que jamais fará algo assim novamente, por favor não a puna, eu lhe
imploro.
A mulher pede desesperada implorando clemência para a filha,
mal sabia ela que jamais machucaria sua filha e que faria de tudo
para ter o seu perdão.
- Vá para casa, não se preocupe com Graziella não a punirei.
Falo para trazer um pouco de paz para a senhora tão
machucada que estava à minha frente.
- Vamos querida! Precisa descansar, o Don cuidará de Graziella.
– Martinno fala e a conduz para fora do hospital.
Respiro fundo e entro no quarto, fico minutos observando o rosto
sereno e lindo de minha amada, arrependido por a ter magoado
tanto com minhas palavras movidas pelo ciúme possessivo e
irracional e a culpa de a ter ignorado por dias me consome, mas ela
estava aqui para mim novamente, não sei se mereço mas tenho
uma nova chance e faria de tudo para recuperar o amor que ela
sentiu por mim.
Após mais de duas horas que estava no quarto, da cadeira onde
estava sentado sinto que sua respiração se torna irregular e pesada,
meus sentidos ficam em alerta, sei que acordou e sentiu minha
presença. Tento manter a calma e não fazer merda, o que menos eu
preciso neste momento é assustar minha menina e fazer com que
ela me despreze mais ainda.
Levanto silenciosamente e chego perto da cama, ela está com
os olhos fechados fingindo dormir, sei que está acordada, não digo
nada e seguro gentilmente sua mão.
Sinto que o seu corpo fica tenso imediatamente, após alguns
minutos de luta interna ela sede e lentamente abre seus olhos onde
enxergo muita dor e mágoa, o meu coração sangra neste momento.
- Oi!
Falo simplesmente.
- Oi!
Responde seco.
- Como você está anjo?
Pergunto carinhosamente, não quero que ela pense que estou
bravo ou que a punirei de alguma forma. Quero que ela sinta em
minhas palavras e atos o quanto a amo e o quão estou arrependido
por fazê-la sofrer. Preciso que ela sinta todo o amor que sinto por
ela...
- Bem. – Percebo que ela não quer conversar.
- Está sentindo alguma dor? – Forço o diálogo entre nós dois.
Balança a cabeça negativamente, realmente ela não quer
conversar o que me dá um sentimento de frustação e impotência,
por um momento me sinto sem reação, mas forço o diálogo mais
uma vez, jamais vou desistir.
- Que bom meu anjo, o doutor Ângelo disse que sua recuperação
está mais rápida do que ele esperava, e que se você continuar
assim amanhã poderemos voltar para casa.
Ela engole seco e não responde. Sinto seus olhos vazios e sem
vida. Merda! Como pude fazer isso com meu anjo de luz, como
consegui machucar tanto aquela menina doce e carinhosa a ponto
de torná-la tão amarga, sim, pois o que vejo em seu olhar é apena
amargura e desilusão.
Ela puxa sua mão da minha e não me oponho, percebo que não
quer contato e muitos menos conversar, simplesmente aceito sua
decisão sabendo que eu teria que ter muita paciência e cuidado com
ela, mesmo sendo o ser humano mais sem paciência do mundo,
acostumado a ter tudo que quero no memento que quero, sei que
estava na hora de agir diferente senão corria o risco de perder para
sempre meu amor. Suspirei profundamente e fiquei ao seu lado
simplesmente admirando a mulher linda e perfeita em todos os
sentidos a minha frente, dou um beijo leve em sua testa e volto para
minha cadeira, depois de muito tempo durmo.
Acordo na manhã seguinte e noto que Graziella ainda dorme,
olho em meu celular e vejo que já são quase oito horas, me levanto
e vou até o banheiro me aliviar e da forma que consigo, fazer
minhas higienes matinais.
Assim que saio vejo a enfermeira ao lado dela medindo sua
temperatura corporal e fazendo exames de rotinas. Quando me vê
vejo que a mulher fica tensa, sei que está com medo e isso me irrita,
tento me controlar, e minha irritação passa completamente como
vejo que meu anjo está acordada.
Encosto perto da cama e sem dizer nada fico observando os
procedimentos da profissional. Assim que ela termina pergunto?
- Como ela está?
- Está bem Don, com a pressão arterial e saturação boas e sem
febre. Logo o doutor Ângelo virá para ver como ela está, antes irei
pedir um café reforçado para nossa linda paciente.
- Obrigada! – A mulher recebe um sorriso genuíno da minha
menina o que me faz ter inveja da mulher.
- Que bom! Fico tranquilo que ela esteja bem.
- O senhor deseja café também?
A enfermeira pergunta.
- Só café mesmo.
Ela acena afirmativamente e sai, e assim que vejo a porta fechar
me aproximo mais de Graziella e tento segurar sua mão e ela me
repele imediatamente, não insisto e pergunto.
- Como você está se sentindo hoje?
- Estou bem.
Sinto que vou sufocar ao receber respostas curtas de Graziella,
porém controlo meu gênio e não forço mais a aproximação.
Assim que a enfermeira retorna, Graziela toma seu café da
manhã, ela se alimenta bem comendo tudo que a mulher trouxe, fico
somente com o café. Cerca de uma hora depois o doutor Ângelo
chega e faz a consulta rotineira e logo após diz que ela está bem e
já pode ir para casa, receita vitaminas recomendando descanso,
uma alimentação saldável e muito líquido.
E assim deixamos o hospital, depois de agradecer os cuidados
da equipe médica.
Chegamos em casa já eram quase onze horas da manhã.
Graziella foi recepcionada por Gaia e Luna já na entrada da casa.
No momento em que ela abraçou a irmã as duas caíram em um
choro compulsivo e vi minha irmã e Lucia bastante emocionadas ao
lado delas. Lorenzo e Leonardo mais adiante também observa a
cena, meu irmão olha com raiva para mim, se ele pudesse
provavelmente ele me daria um soco. Depois do acidente que houve
com Gaia na escada ele tinha desenvolvido um senso de proteção
pela garota, e simplesmente se auto denominou seu protetor, era
visível que ele tinha um carinho enorme pela menina que estava se
transformando em uma pestinha mimada por causa dele. Leonardo
estava puto comigo por ver sua pupila sofrendo pela irmã e Lorenzo,
apesar de disfarçar também estava com raiva de mim, meu
consigliere era apaixonado pela minha irmã e era visível o quanto
minha irmã estava abalada com tudo o que tinha acontecido com
Graziella, pois elas eram muito amigas.
Assim que entramos encaminho Graziella para nosso quarto e
ao subir as escadas posso sentir toda tensão que está em seu
corpo.
Ela fica parada no meio do quarto sem saber qual atitude tomar.
- Daqui a pouco o almoço será servido, porque não toma um
banho e descansa um pouco antes.
Ela concorda com a cabeça, pega um pijama no closet e segue
para o banheiro, assim que ela sai vê que estou deitado na cama e
estaca paralisada.
- Deite-se Graziella, você precisa descansar.
Ordeno mesmo sabendo que ela não queria ficar perto de mim.
Vejo sentimentos conflitantes passando por seus olhos, primeiro
raiva, depois mágoa e por último resignação e devagar ela deita na
beira da cama virada de costa para mim procurando não ter nenhum
contato com o meu corpo e me ignorando completamente.
Bufo resignado e deixo o cansaço tomar conta do meu corpo,
acabo dormindo respeitando o espaço da minha menina.
Capítulo trinta e três
Graziella Moretti
Vincenzo dorme profundamente ao meu lado, ele está estranho,
achei que iria me punir por minha fuga, me maltratar, mostrar que
pertenço a ele, mas tem me tratado com carinho e atenção, parece
que até se importa comigo, não me obriga a aceitar seus toques, e
quando o evito se limita a ficar calado. Estou arrasada, arrependida
de ter me aventurado sabendo que poderia acabar morrendo, me
arrependo de ter me importado tão pouco com a minha vida. Meu
coração se despedaçou ao ver a dor e sofrimento de Gaia quando
me encontrou. Fui egoísta e fraca, porém a partir de agora serei
forte, por mamãe, por Gaia e por mim.
Aproveito que ele está dormindo e viro com cuidado para não o
despertar, contemplo seu rosto agora sereno por estar dormindo,
nem parece aquele homem cruel e sanguinário que comanda sem
piedade a máfia. Ele é lindo, o homem mais lindo que já conheci, e
apesar de carregar uma mágoa enorme em meu peito pela forma
que me tratou não consigo deixar de amá-lo, ele é o homem da
minha vida, sei que jamais amarei outro, ele me estragou para o
amor o que me deixa frágil e frustrada.
Sinto minha pele queimar de vontade de tocá-lo, acariciar seu
rosto, beijar sua boca, ser amada novamente por ele. Sinto ódio de
mim mesma por desejá-lo depois de tudo, de suas palavras, de seu
abandono.
Refreio meus desejos e volto a posição anterior, fecho os olhos
em prece para que o sono venha e eu posso esquecê-lo, meus
pensamentos e desejos estão em ebulição, preciso controlá-los
senão corro o risco de me entregar novamente para ele, não posso
me permitir senão irei enlouquecer, não consigo ser somente mais
uma em sua cama, preciso ser amada como o amo, preciso ser
respeita e querida.
Sinto o perfume do seu corpo e estou embriagada, seu cheiro
me enlouquece, só preciso dormir, esquecer, apagar da minha
mente todo esse amor que sinto por ele. E com o cheiro dele
impregnado em meu olfato deixo o sono me levar.
- Senhora Graziella! – Acordo com alguém me chamando.
Desperto e vejo Belamina com uma bandeja.
- Trouxe seu almoço, a senhora tem que se alimentar bem.
Olho de relance para o lado e vejo que Vincenzo não está mais
na cama comigo, suspiro e digo para Belamina.
- Pode deixar na mesinha Belamina, obrigada!
Ela me dá um sorriso carinhoso e coloca a bandeja na mesinha
ao lado da cama.
- Como você está menina? Nos deu um susto danado.
- Estou bem, me desculpe se preocupei vocês.
- Tudo bem, o importante é que você está conosco novamente
bem e a salvo, não sei o que seria do Don se tivesse acontecido
algo com você minha filha, ele ficou desesperado.
- Não sei por que ele se preocupou tanto, afinal eu sou só um
corpo para ele que pode ter a mulher que quiser.
- Não fale assim querida, ele a ama muito, nunca imaginei que
um dia veria Vincenzo amar uma mulher.
- Você está enganada Belamina, ele só deseja meu corpo, nunca
foi amor, depois que ele se cansar não sei o que será de mim,
provavelmente vai me descartar.
- Não sei o que aconteceu entre vocês que tanto a magoou
menina, talvez ele tenha tomado uma atitude errada no dia que viu
você de biquíni na piscina, espero que seja lá o que tenha feito
possa ser perdoado e esquecido, mas posso afirmar que ele te ama
e precisa muito de você, conheço aquele homem desde que nasceu
e tenho certeza do amor que sente, dê uma chance para o amor de
vocês Graziella, eu não sei o que será do meu menino se você o
abandonar.
Dou um sorriso cínico e digo.
- Como posso abandoná-lo se ele é meu dono, ele jamais
permitiria que o deixasse, sei que pertenço a ele. – Falo
amargurada.
- Está muito magoada querida, e tenho certeza que ele irá provar
o seu amor por você, tenho fé que serão felizes, você é luz para a
escuridão de Vincenzo.
Decido me calar, sento na cama e começo a almoçar. Assim que
termino ouço uma batida na porta e quando mando entrar Gaia e
Luna entram no quarto.
- Oi!
Luna diz timidamente.
- Oi!
- Viemos fazer companhia para minha irmã favorita. – Diz Gaia
toda serelepe pulando em cima da cama.
Reviro os olhos e sorrio. Luna senta ao meu lado na cama
esperando que eu termine minha refeição, quando termino Belamina
pergunta se preciso de algo mais e assim que nego deixa o quarto.
Assim que ela sai Luna pergunta.
- Como você está se sentindo minha amiga.
- Estou bem Luna, me desculpe pelo que fiz.
Ela sorri e me abraça com carinho.
- Tudo bem querida, eu só quero que saiba que eu amo muito
você, sempre tive vontade de ter uma irmã e fui presenteada com
uma desde que te conheci, eu que peço perdão por não ter
percebido antes o quanto estava machucada, mas quero que saiba
que sempre estarei aqui por você.
Fala emocionada me deixando com lágrimas nos olhos.
- E por mim também não é Luna! Ou eu não sou como uma irmã
para

você também? – Gaia fala enciumada,

Gargalhamos com o ciúme de Gaia e Luna a abraça.

- Você também é minha irmã pimentinha e a amo muito também.

- Oba! Então vamos passar um dia de meninas assistindo séries


o que acham?

A danada pede toda eufórica.

- Acho melhor não maninha, estamos no quarto de Vincenzo, ele


pode não gostar. – Digo preocupada.
- Ele que nos autorizou passar a tarde com você Graziella, não
se preocupe. - Luna comenta e eu estranho a atitude de Vincenzo
que nunca permite a presença de ninguém em nosso quarto, dou de
ombros e deixo Gaia escolher a série que vamos assistir, ela é
impulsiva e dominadora desde pequena o que me preocupa muito,
espero que ela não sofra quando tiver que se submeter a algum
homem quando tiver idade, desconfio que ela não aceitará tão bem
quanto eu aceitei, e olha só, eu que era submissa me tornei rebelde
a ponto de quase perder minha vida por liberdade, imagine Gaia que
não tem uma grama de submissão em seu corpo, com seria?
Resolvo deixar as preocupações para outro momento e decido
curtir a série que Gaia escolheu e deixei me empolgar por estar com
elas no quarto.
Gaia e Luna deixaram o quarto já passava das dezoito horas,
sob os protestos de Gaia e com Luna dizendo que eu precisava
descansar. Depois que elas saem tomo um banho relaxante de
banheira e mais tarde mamãe me traz o jantar.
- Está mais tranquila hoje meu amor? – Mamãe pergunta após
eu terminar minha refeição.
- Estou sim mãe, muito arrependida de ter feito a senhora sofrer
tanto.
- Já disse para esquecer isso filha, o importante é que está aqui
bem e saudável, quero ver você forte para enfrentar as dificuldades
da vida, saiba que estarei sempre ao seu lado.
- Eu sei mãe, prometo que serei forte a partir de agora.
- É assim que se fala querida. – Ela diz com a doçura de sempre.
Aproveito que ela está sentada na cama e deito em seu colo, ela
começa a fazer um cafuné igual fazia quando era criança, sinto-me
amada, protegida e cuidada, meu coração esquenta e digo.
- Eu te amo mamãe, obrigada por tudo que fez por mim.
- Também te amo minha filha, você e Gaia são o que tenho mais
importante em minha vida, são minha razão de viver.
- Eu sei mamãe, eu sei.
Depois de alguns minutos me acariciando ela pergunta
cautelosa.
- O que o Don disse querida, como ele te tratou?
- Só perguntou como eu estava e me tratou bem até agora, não
me forçou quando rejeitei seus carinhos e respeitou o meu silêncio.
- Não sabe o alívio que sinto filha, ele ficou desesperado,
completamente fora de si com a sua fuga, temi que ele te punisse,
mas acredito que o amor que ele sente por você é mais forte que a
escuridão que ele traz na alma, você é o anjo dele, tenha paciência
e o perdoe querida, tira toda raiva e rancor do seu coração e dê uma
chance para o amor de vocês.
- Você e Belamina dizem que ele me ama, mas quem ama não
magoa, não despreza e faz o outro sofrer, ele me magoou muito
com suas palavras e até agora não pediu perdão mamãe, como vou
perdoar alguém que não pediu perdão?
- Ele irá pedir filha, só não deixe o orgulho falar mais alto quando
ele pedir o teu perdão, abra seu coração e se deixe ser amada,
promete?
- Se ele me pedir perdão eu o perdoarei mamãe, prometo.
- Fico tranquila em ouvir isso filha, não sabe como sinto aliviada,
agora vamos parar de falar coisas tristes.
- Está bem, me diga como você e Martinno estão?
Ela sorri para mim e sinto seus olhos brilharem, minha mãe está
apaixonada.
- Estamos bem querida, ele é muito bom e carinhoso comigo,
jamais imaginei que poderia ser amada da forma que ele me ama, é
tudo tão novo e intenso que as vezes penso que estou sonhando.
- Você o ama?
- Muito, ele é o homem da minha vida, ele me disse que me ama
também.
Fala parecendo uma adolescente apaixonada.
Continuamos por muito tempo conversando e matando a
saudade que sentíamos uma da outra, já passava das vinte uma
horas quando Vincenzo aparece no quarto.
Vejo que minha mãe fica tensa e se levanta rapidamente.
- Me desculpe a invasão senhor já estou de saída.
Fala apressadamente.
- Não se preocupe fique à vontade, vou tomar banho.
Minha mãe me olha embasbacada com o tom cordial de
Vincenzo e assim que ele entra no banheiro ela dá um beijo na
minha testa e diz antes de sair.
- Boa sorte filha, estou torcendo por vocês.
Sorrio para ela e fico tensa a espera de Vincenzo, não sei o que
vai acontecer, mas acredito que agora teremos uma conversa que
poderia ser definitiva para nós dois.
Capítulo trinta e quatro
Vincenzo Ferrari
Chego em casa já tarde da noite, depois de tantos dias afastado
do trabalho volto para a empresa para colocar o serviço em dia.
Deixei Graziella dormindo, não quis acordá-la espero que ela se
recupere totalmente para podermos conversar sobre nós. Fiquei
sabendo por Belamina que ela passou a tarde bem, ficando na
companhia de Gaia e Luna o dia todo, depois sua mãe foi fazer
companhia a ela para que não ficasse sozinha o que me deixou
aliviado.
Assim que entrei no quarto vejo minha menina deitada no colo
da mãe que afaga seus cabelos. Observei seu rosto de relance e
percebi que ela estava mais serena e meu coração se encheu de
esperança.
Deixo as duas se despedirem e caminho para o banheiro, após o
meu banho visto uma calça de moletom folgada e uma camiseta
regata. Assim que termino olho para cama e vejo que Graziella está
estática e sua respiração está acelerada, ela está nervosa.
Com cuidado deito ao seu lado, ela está virada de costa para
mim, fico sentindo seu cheiro por alguns minutos e depois pergunto.
- Como passou o dia Graziella?
- Bem.
Apesar dela responder seca não desisto, preciso fazer as pazes
com ela senão vou enlouquecer.
- Precisamos conversar sobre o que aconteceu, tudo bem para
você?
- Se é o seu desejo.
Fala e me irrita, ela não vai facilitar para mim.
- É o meu desejo, mas quero que queira também e se sinta bem
e preparada, caso contrário podemos conversar em outro momento.
Ela escuta e não fala nada, depois de mais de dez minutos já
estava conformado que ela não conversaria comigo quando de
repente ela se vira para mim e me olha com aqueles olhos negros
que são minha perdição. Engulo seco sentindo todo meu corpo
tremer de desejo.
- O que quer conversar Vincenzo? – Pergunta num fio de voz.
- Por quê fugiu? Qual a intenção quando fez algo tão perigoso
colocando sua vida em risco?
Pergunto e seguro a respiração esperando ouvir sua resposta.
- Se eu falar vou ser punida?
- Não, jamais te punirei, quero que seja verdadeira e não me
esconda nada, prometo que te ouvirei e não a condenarei, eu te
amo Graziella e só quero o teu bem.
Ela inspira profundamente e seus olhos marejam, então ela
continua.
- Fugi porque queria minha liberdade.
- Quer se ver livre de mim? È isso? Pensei que me amasse
também.
Falo sentindo meu coração despedaçado com a declaração de
meu amor, ela queria ser livre de mim.
- Eu te amo Vincenzo, mas aprendi a me amar também, e não
suportava mais a vida de cativa que você me impôs, uma vida onde
meu sentimento não tem nenhum valor.
Ela chora e me sinto o maior filho da puta que existe por fazê-la
sofrer.
- Por quê diz que não tem valor? Foi pelo o que eu disse naquele
dia em que brigamos ou alguma outra atitude minha que te
magoou?
- Foi como você agiu e falou naquele dia e como me desprezou
nos dias seguintes.
Ela fala entre soluços, estou arrasado com sua dor.
- Eu sei que errei meu amor, jamais deveria ter falado daquela
forma com você, eu te amo loucamente e o ciúme que senti ao ver
seu corpo tão exposto aos olhos dos soldados me deixou louco, por
favor me perdoa pelo que eu disse, e por me impor para você, não
posso voltar atrás com minhas palavras e atitudes, mas quero que
saiba que meu coração te pertence eu sou seu, não posso viver
sem você.
Me declaro emocionado e arrisco acariciar seu rosto para secar
as lágrimas que caem, mesmo com medo de ser rejeitado.
Ela não o faz e a esperança toma meu coração.
- Se você está arrependido, por que não pediu perdão antes e
ficou tantos dias afastado de mim.
- Por que sou um idiota orgulhoso, mesmo sabendo que te
magoei, também estava magoado por ter me enfrentando, o ciúme
não me deixava ver o quão errado eu estava e só tomei consciência
de todo o mal que fiz para você no dia que descobri que estava
sozinha e perdida naquela floresta e que poderia te perder para
sempre. Quase enlouqueci, eu preciso de você, é a criatura mais
preciosa no mundo para mim anjo, estou tão arrependido por ter te
magoado.
Respiro fundo, crio coragem e faço a pergunta que não sei se
suportarei a resposta.
- Você queria morrer meu amor? Fala pra mim.
- Eu não sei ao certo o que queria Vincenzo, só sei que queria
me sentir alguém, amada, respeitada, não somente um corpo que
você poderia fazer o que quisesse na hora que quisesse, me senti
humilhada, sem valor e resolvi que queria minha liberdade e se para
isso eu perdesse minha vida para mim estava tudo bem.
Me desespero completamente ao ouvir o desabafo dela, e sinto
minha cabeça explodindo com tanta informação, quase perdi a
mulher da minha vida com minha atitude, meu coração está em
pedaços, então olho para ela e digo.
- Se a tua liberdade é tão importante para você a ponto de
desistir de viver por ela, eu a dou para você, prefiro que fique longe
de mim do que vê-la morta.
Falo sem pensar nas consequências das palavras para minha
vida, sei que sofrerei demais sem ela, mas não suportaria vê-la sem
vida.
Ela arregala os olhos ao ouvir minhas palavras e diz.
- Faria isso por mim Vincenzo? Sabe que eu não sobreviveria
fora da máfia.
- Faria sim, mas não te deixaria desamparada, passaria a fortuna
de seu pai para sua família e deixaria homens cuidando de vocês,
sabe que quem nasceu na máfia jamais poderá ser livre totalmente,
mas poderia fazer suas escolhas e teria um pouco mais de liberdade
que ao meu lado.
Quando termino de falar ela me olha com carinho e diz.
- Eu sei Vincenzo.
Ela disse somente e fiquei aterrorizado em ela aceitar a
liberdade dada por mim e simplesmente me deixar. Não voltaria
atrás da minha decisão, por mais que doesse, não iria voltar atrás
da minha palavra, a felicidade de Graziella era mais importante que
a minha, e por amor eu a deixava livre.
- Tudo bem então, será como você quiser, eu te de deixarei à
vontade e irei dormir em outro quarto, amanhã preciso resolver
alguns problemas em Palermo e deixarei que Leonardo e Martinno
cuidem de tudo para você e sua família.
Dou um beijo carinhoso na testa da minha amada e antes de sair
digo.
-Boa noite meu anjo! Desejo que seja muito feliz.
Saio do quarto deixando minha felicidade dentro dele, um
homem como eu não merecia ser feliz.
Capítulo trinta e cinco
Graziella Moretti
Quando Vincenzo saiu do quarto não consegui ter nenhuma
reação, estava completamente estática e perdida no emaranhado de
sentimentos que tomavam o meu ser. Tinha ficado muito magoada
com ele pelas palavras que me disse, por não pedir perdão e se
afastar de mim, foram tantos dias sem me tocar, sem saber se ele
estava com outra, sendo completamente ignorada que enlouqueci
de dor. Porém depois de tudo que passei e ver como ele ficou
abalado pelos últimos acontecimentos percebi que sim, havia uma
chance de realmente eu ser amada e que poderia ser livre mesmo
pertencendo a ele, desde que ele também pertencesse a mim.
Continuei chorando, Vincenzo tinha me dado a maior prova de
amor que um mafioso poderia dar a uma mulher, minha liberdade,
eu sou uma mulher livre e como tenho meu direito de escolha eu
escolho ser dele, desde que ele seja meu também.
Sabia que tinha ido para o antigo quarto onde eu ficava. Levantei
resoluta e caminhei para ele.
Assim que bati na porta ninguém responde e torno a bater várias
vezes. Fico decepcionada em pensar que ele saiu e não poderei
falar com ele. Não desisto e resolvo chamar baixinho.
- Vincenzo!
Não demora e ele abre a porta, não sei se é impressão minha
mas parece que seus olhos estão vermelhos de choro, não, deve
ser algo da minha imaginação, ele jamais choraria por mim. Ele me
encara deixando o corpo de lado para me dar acesso ao quarto.
Assim que ele fecha a porta falo o que mais tem me incomodado
desde que tivemos nossa briga.
- Esteve com outra mulher depois da nossa briga Vincenzo?
Com os olhos fixos nos meus ele diz.
- Desde o momento que te toquei jamais houve outra, nunca
desejei ou desejarei nenhuma mulher a não ser você.
Sorrio e meu coração parece que vai explodir de tanta felicidade,
ele era meu tanto quanto eu era dele.
- Também te amo Vincenzo, e já que me deu a liberdade eu
escolho ser sua se você for meu também.
Ele corta o espaço que nos separa e toma meus lábios com um
beijo feroz e alucinado, chupa e suga minha língua me deixando
completamente mole e entregue em seus braços. Ela passa as
mãos desesperadas por todo meu corpo, me sentido, marcando e
matando a saudade tanto tempo reprimida em nossos corações.
Ele separa nossas bocas e me pega em seus braços, caminhado
para nosso quarto.
Assim que ele me deita em nossa cama, me olha com adoração
e diz.
- Minha!
Eu respondo.
- Meu!
- Todo seu meu amor, inteiramente e para sempre seu.
Capítulo trinta e seis
Vincenzo Ferrari
Entro no quarto de hospede onde minha menina ficou no
primeiro dia que chegou aqui e simplesmente caio na poltrona que
fica num canto qualquer do cômodo, não sem antes pegar uma
garrafa de whisky para beber, precisava de álcool para anestesiar a
dor dilacerante que sinto em meu peito. Deixo as lágrimas rolarem
pelo meu rosto, enchendo a cara e lembrando dos momentos
maravilhosos que a tive em meus braços, ela era meu mundo, meu
vício e minha obsessão, eu estava muito fodido e completamente
destruído.
Ouço batidas insistentes na porta e desconfio que seja
Lorenzo ou Leonardo, deixo que batam, não quero ver ninguém,
preciso ficar sozinho com minha dor. Quando para de bater
agradeço por me deixar em paz, meu coração praticamente quase
para ao ouvir.
- Vincenzo!
Abro a porta e vejo meu anjo me olhando com aqueles olhos
lindos. Trêmulo a deixo entrar.
- Esteve com outra mulher depois da nossa briga Vincenzo?
Olho fixamente para ela e digo sincero.
- Desde o momento que te toquei jamais houve outra, nunca
desejei ou desejarei nenhuma mulher a não ser você.
Ela sorri e meu coração parece que vai explodir de tanta
felicidade a esperança invade minha alma, tenho medo de me iludir,
mas meu coração tolo como é não me escuta.
- Também te amo Vincenzo, e já que me deu a liberdade eu
escolho ser sua se você for meu também.
Êxtase, felicidade e alívio me toma por completo, corto o espaço
que nos separa tomando seus lábios com um beijo feroz e
alucinado, chupo e sugo sua língua ficando completamente louco.
Toco, apalpo, sinto todo seu corpo, com saudade e reverência.
Minha deusa linda e maravilhosa precisava ser amada, reverenciada
e é isso que ela teria de mim por todo o sempre.
Passamos a noite nos amando, reconciliando, cada vez que vejo
a felicidade no rosto do meu anjo me sinto o filho da puta mais
sortudo do mundo. Depois de muito tempo de sexo louco e
apaixonado, dormimos esgotados nos braços um do outro.
Acordo na manhã seguinte e ao abrir meus olhos fico perdido em
êxtase ao ver a imagem mais linda que meus olhos tem o prazer de
enxergar, meu anjo moreno, com os cabelos negros esparramados
no travesseiro, dormindo serenamente em meus braços, com
cuidado para não a acordar, dou um beijo leve em sua testa, ela
está cansada pois tivemos uma noite intensa e ela passou por muita
coisa nos últimos dias.
Após meu banho e higiene matinal, me troco e desço para tomar
café.
Toda família está à mesa, pois já passa das sete horas da
manhã.
- Bom dia! – Cumprimento todos com um sorriso nos lábios.
Todos retornam meu cumprimento e Gaia atirada como é e sem
papas na língua diz.
- Está feliz Don Vincenzo? Isto quer dizer que o senhor e
Graziella fizeram as pazes.
- Gaia! Fique quieta menina. – Lúcia vermelha igual um pimentão
repreende a menina e vejo os demais com cara de riso, não deixo
de notar que Leonardo olha com carinho para a fedelha, e já fica de
prontidão, tenso esperando que eu a repreenda também. Olho para
a garota e para o espanto de todos digo tranquilamente.
- Estou feliz sim menina, eu e sua irmã realmente fizemos as
pazes e estamos bem.
A danada sorri com minha resposta e língua solta e afiada
como é continua ignorando a reprimenda recebida da mãe.
- Espero sinceramente que dessa vez o senhor não a magoe.
- Gaia! – Lucia, Martino e Leonardo gritam com a menina ao
mesmo tempo, a danada era atrevida e não tinha medo.
- Fique quieta Gaia, deixa a vida de Vincenzo e Graziella em
paz, você não tem nada a ver com isso.
Leonardo fala bravo com a garota.
- Mas...- Ela tenda contestar, porém Leonardo é mais firme
desta vez.
- Calada! É uma ordem. – Fala mais bruto que o costume. Sei
que sua atitude é para proteger a menina que ele tem muito carinho,
embora tente disfarçar, mas era impossível não perceber o quanto
ele a protegia e fazia tudo o que ela queria, desde que não
colocasse a segurança da garota em risco. Vi os olhos da menina se
encherem de lágrimas ao ouvir a ordem de Leonardo e resolvi
intervir.
- Tudo bem Leonardo. – Volto meu olhar para a menina que
estava simplesmente lutando pela irmã que amava muito e que
quase tinha perdido por minha causa.
- Não vou mais magoar sua irmã Gaia, mas nunca mais fale
dessa forma comigo, eu sou o seu Don e se falar com esta
insolência novamente comigo eu vou puni-la.
Leonardo fica tão tenso que sinto seu punho cerrado, o
silêncio na sala é sepulcral, principalmente pelo medo que todos
tinham da garota pudesse me questionar novamente, culpa do meu
irmão que mimava demais sua protegida, jamais machucaria a
garota, mas ela não podia falar o que queria para mim, eu era o
Don, e ela tinha que me respeitar, desta vez iria deixar passar pois
estava feliz demais e não iria provocar algo que entristeceria
Graziella.
- Me desculpa Don, não vai mais acontecer. – A menina fala
num sussurro e lágrimas escorrem dos seus olhos.
- Posso me retirar? – Ela pede, sei que toda a mágoa que ela
sente não é por mim, mesmo que tenha sentido medo da minha
ameaça, mas estava magoada com Leonardo, ri por dentro e sei
que sou um filho da puta rendido por meu anjo, mas meu irmão
estava tão ou mais fodido que eu, pois estava encantado pela
menina e até que ela não completasse a maioridade ele a veria
assim, uma criança que protegeria, rio da situação de Leonardo,
mas quando me lembro do que passei recentemente com Graziella
que não é insolente como a irmã porém quase morreu para dizer
para mim que queria e exigia sua liberdade, engulo o riso e fico
sério, libero a garota para sair com um aceno e vejo ela passando
como um raio pela sala indo em direção ao jardim.
- Com licença! – Leonardo joga o guardanapo na mesa e sai
silenciosamente da sala, conheço a sensação que ele sente,
provavelmente tem vontade de correr para a garota e consolá-la, do
mesmo jeito que eu faria se fosse Graziella, mas somos homens da
máfia e ele sai lentamente, é, meu irmão está realmente fodido.
- Tudo bem com Graziella senhor? – Martinno questiona, sei
que faz a pergunta, sabendo que Lucia queria saber da filha, esse
era outro fascinado pela Moretti.
Sorrio e digo.
- Ela está ótima, ainda está dormindo Lucia, na hora que ela
acordar pode ficar o quanto quiser com ela, só cuide para que não
se canse demais, pois não se recuperou por completo.
- Sim senhor e obrigada.
-Vamos Lorenzo, precisamos trabalhar.
Ele concorda e saímos.
Passei um dia agitado no trabalho, minha vontade era estar
com meu amor, mas não podia, tinha algumas reuniões importantes
para participar, além do mais se ficasse perto de Graziella
provavelmente a possuiria novamente e ela precisava descansar.
Encomendei um anel de noivado para um joalheiro associado
da Cosa Nostra, já era final da tarde quando ele me trouxe uma
peça maravilhosa e exclusiva.
Sim faria de Graziella a Senhora Ferrari, tiraria o maldito
sobrenome daquele desgraçado traidor do nome da minha princesa,
ela seria a rainha da porra toda, ela será para sempre minha rainha.
Passo numa floricultura no caminho para casa e compro um
buquê de rosas vermelhas, peço para que um soldado o conserve
até a noite, quero fazer uma surpresa para meu amor, mais cedo
liguei para Belamina e pedi que providenciasse um jantar especial
para a família, queria que meus irmãos, Lorenzo, Martinno, Lucia e
Gaia estivesse presentes no momento que eu faria o pedido oficial
de casamento para minha menina, afinal eles também eram a minha
família.
Chego em casa já era passava das dezenove horas, subo
diretamente para o quarto e quando entro não vejo Graziella e meu
sangue gela, será que ela tinha se arrependido da noite de ontem?
Respiro profundamente então ouço o barulho do chuveiro,
fico aliviado, tiro a roupa e sigo até ela.
Assim que a vejo nua embaixo do chuveiro minha boca saliva
e fico duro no mesmo instante, chego de mansinho e a abraço por
trás. Minha pequena me olha sorridente e tomo seus lábios num
beijo gostoso.
- Oi! – Ela diz com meiguice.
- Oi! Como você está? – Pergunto.
- Estou bem, mas cansada de ficar no quarto.
- Amanhã poderá voltar a sua rotina, era necessário este
tempo de repouso para se recuperasse rápido.
- Até parece que ontem à noite eu tive repouso, não é?
Ela diz com zombaria e eu gargalho.
- Mas descansou o suficiente hoje durante o dia, acredito que
foi o suficiente por extrapolar ontem.
Caio na brincadeira.
- Estou bem descansada.
A safada fala rouca empinando a bunda gostosa contra meu
pau, me deixando sem controle no mesmo instante.
Gemo e a possuo com brutalidade, do jeito que ela gosta,
depois terminamos de tomar nosso banho e descemos para o jantar,
Jantamos tranquilamente e assim que todos estão
terminando eu me levanto e vou até meu escritório onde deixei o
buquê de flores que havia comprado mais cedo. Quando entro com
ele nos braços vejo os olhinhos lindo da minha menina brilharem,
fico emocionado e todos em volta da mesa ficam em silêncio.
Pigarreio e digo.
- Gostaria de agradecer a vocês família por participarem
comigo deste momento único em minha vida, meus pais me
ensinaram que o bem mais preciso é a família e todos que estão
aqui nesta sala são minha família, se não de sangue, mas de vida.
Vejo que todos ficam emocionados e surpresos com meu
discurso.
- Passamos por momentos difíceis desde a morte dos meus
pais, e mais recentemente também pensei que tinha perdido a
mulher que amo, o que me mostrou a importância de demonstrar o
amor enquanto estamos vivos.
Respiro fundo e continuo.
- Graziella, você é a mulher que amo e por você mato e
morro, quero que aceite estas rosas vermelhas pois elas
representam o meu amor.
Ela chora copiosamente, vem até mim, me abraça pegando o
buquê.
- Obrigada meu amor!
Quando ela percebe que tem um cartão ela pega e lê.
- Minha nossa, eu não acredito!
Grita e Luna corre ao seu lado curiosa para ver o que a
deixou eufórica.
No cartão diz.
Seja minha para sempre...
Case comigo.???...
Ansioso pela resposta.
Vincenzo Ferrari.
Ela se joga em meus braços me beijando sem vergonha
alguma na frente de todos.
- Sim! Sim! Sim!
- Ele a pediu em casamento!
Luna exclama eufórica e todos vêm nos dar parabéns.
Entrego um anel com diamantes para ela que fica encantada.
- É lindo Vincenzo! Adorei.
- Que bom que gostou amor.
Falo acariciando seu rosto.
Leonardo que tanto foi contra no início levanta e vai buscar
champanhe para brindarmos o momento.
E assim passei uma das melhores noites da minha vida.
Capítulo trinta e sete
Graziella Moretti
Três meses depois.
- Acorda dorminhoca! Hoje o dia será corrido.
Acordo com Luna me chacoalhando.
Me espreguiço e logo que fico pronta, eu, Luna, Gaia e
mamãe vamos para um spa, passamos a manhã toda nos
preparando para o meu casamento.
Foram dias corridos depois do pedido de casamento que
Vincenzo fez, nossa vida mudou muito. Ele nunca esteve tão
atencioso e carinhoso comigo. Deixou a festa a cargo de mamãe
que contratou uma empresa especializada em festas e tenho
certeza que será perfeito.
Não via Vincenzo desde ontem, praticamente me isolaram
dizendo que dá má sorte o noivo ver a noiva antes do casamento.
Me sinto uma princesa, amada, querida e venerada.
Assim que termino de me arrumar minha mãe me contempla
com os olhos rasos d’água e diz.
- Está linda filha! Não sabe o orgulho e a felicidade que sinto
em ver que será feliz, você merece o que melhor a vida pode
oferecer.
- Obrigada mãe, por ser maravilhosa e lutar sempre por
nossa felicidade, você é a melhor mãe do mundo.
Nos abraçamos chorando quando Gaia, nada discreta entra
no quarto sorridente.
- Vamos! Martinno está inquieto, já estamos atrasadas.
Desço com minha mãe e encontramos Martinno nos
esperando impaciente.
- Está linda Graziella! Desejo toda felicidade do mundo para
vocês.
Ele diz e vejo que o brutamontes está emocionado.
Agradeço e dou um abraço no homem que fica todo
envergonhado, sorrio e seguimos para a igreja.
A marcha nupcial inicia e entro na igreja guiada por Martinno,
a emoção toma conta do meu coração. Vejo Vincenzo sorridente
saindo do altar para me buscar.
Quando Martinno me entrega a ele e diz para que cuide bem
de mim ele responde.
- Com a minha vida se for necessário.
Ficamos de joelhos no altar e ali selamos o nosso amor e
nossos destinos para sempre.
A festa foi luxuosa e contou com a nata da sociedade de
Roma, nossas fotos saíram em todos os tabloides e foi considerada
a festa do ano.
Viajamos no dia seguinte para o Havaí, onde passamos
nossa lua de mel. Foram quinze dias de encantamento, felicidade,
muito amor e sexo.
Ao chegarmos em casa fomos recepcionados com muita
euforia pelas mulheres da casa.
Noto que minha mãe está com um olhar diferente e fico
curiosa.
- Posso saber o motivo deste olhar tão radiante?
Ela fica vermelha e diz.
- Martinno me pediu em casamento filha e eu aceitei, espero
que esteja tudo bem para você.
A abraço fortemente e digo.
- Claro que está, não imagina a felicidade que sinto em ver
que ele a faz feliz, e que te ame como merece mãe.
- Sim minha filha, ele me faz feliz e me sinto amada como
jamais imaginei um dia ser.
Respiro fundo e agradeço mentalmente, se alguém no mundo
merecia a felicidade era minha mãe depois de tudo que sofreu nas
mãos do miserável do meu pai.
Passei a tarde toda com Luna e Gaia que me fizeram relatar
tudo sobre a nossa lua de mel, excluindo, é claro, nossos momentos
de intimidade.
A noite após o jantar estávamos todos na sala conversando
animadamente quando Vincenzo diz.
- Conversei hoje com a reitora da universidade Luna, está
tudo certo para você se matricular na faculdade de design de moda
que tanto quer.
Luna grita e dá pulinhos de alegria em toda sala, vejo que
Lorenzo fica tenso.
- Eu não acredito, eu realmente não acredito que você vai
permitir Vincenzo. Obrigada! Você é o melhor irmão do mundo.
Ele sorri com a empolgação da irmã e vira para mim e diz.
- Não quer estudar também meu amor?
Fico completamente estupefata com a pergunta, sempre tive
muita vontade de estudar, cursar uma faculdade, mas jamais
imaginei que ele permitiria que eu o fizesse.
- Quero sim Vincenzo, eu posso?
Ele simplesmente dá de ombros e diz.
- Claro, por que não, Luna vai estudar e podem fazer a
faculdade juntas.
- Mas eu não entendo nada de modas querido. – Falo.
- Não precisa cursar a mesma faculdade que Luna, escolha o
que quer estudar, desde que seja no mesmo turno tudo bem.
Meu coração sacode dentro do meu peito tamanho a euforia
que sinto. Não preciso de muito para pensar pois sei o que quero,
Luna e eu já tínhamos conversado muito sobre o tema.
- Gostaria de cursar contabilidade, gosto de números. – Falo
timidamente, me beliscando para ver se não estava sonhando.
- Ótimo! Amanhã Lorenzo ficará responsável por levar vocês
a universidade e ver o que precisa para a matrícula, ele ficará
responsável pela equipe de segurança.
Eu e Luna nos abraçamos felizes e vejo Gaia emburrada num
canto.
- O que foi Gaia?
- Vocês irão estudar e eu ficarei sozinha.
- Não se preocupe menina, amanhã te levarei para conhecer
alguns colégios e você pode escolher no qual quer estudar para
terminar seus estudos, depois pode fazer faculdade igual a Luna e
Graziella.
Quem fala é Leonardo, que como sempre faz tudo para
deixar minha irmã feliz.
A diabinha dá pulinhos de alegria e corre para abraçá-lo que
fica sem graça.
- Gaia! Se comporte menina.
Mamãe ralha, mas realmente ela não dá conta da espevitada.
- Isso mesmo, deixa que Leonardo cuide dos estudos e da
segurança de Gaia, e Lorenzo de vocês. – Vincenzo fala apontando
para mim e Luna. – Só confio neles para uma missão tão importante
dessas.
Mamãe está só felicidade, é, realmente a felicidade resolveu
dar uma chance para as mulheres Moretti. Ops!...eu não sou mais
uma Moretti, sou Graziella Ferrari a rainha da porra toda.
Capítulo trinta e oito
Graziella Moretti
Cinco anos depois
Acordo com uma mãozinha fofinha e uma boquinha cheirosa
me beijando.
- Acorda mamãe! Papai tá esperando.
Abro os olhos e vejo meu pedacinho de céu todo lindo e já
arrumado para ir para a escola. Luca nasceu dois anos depois do
nosso casamento. Eu estava estudando e foi a maior loucura
descobrir a gravidez que aconteceu por um descuido nosso. Não
parei de estudar, Vincenzo me ajudou muito quando ele era bebê e
é um super paizão. Luca veio para coroar nossa felicidade.
- Cadê o papai? – Pergunto para meu menininho lindo que é
a cópia fiel do pai.
- Tomando café.
Me levanto rapidamente, tomo banho e me visto, pego Luca
pela mão que ainda está no meu quarto me esperando junto com a
babá e desço.
- Papaiiiii! Ela chegou.
Ele desgarra da minha mão e corre para os braços do pai.
- Até que enfim garotão, se não fosse você ir acordá-la
provavelmente chegaria atrasado na escola e eu no trabalho, o que
faremos com essa mamãe dorminhoca heim?
- Amo a mamãe! – Luca fala me defendendo, ele cuida de
mim mais que tudo, seu pai sempre diz que eu sou deles para amar
e cuidar e meu garotinho segue a risca os ensinamentos do pai.
- É isso aí filho, tem que amar e cuidar da mamãe mesmo,
que ela é nossa.
Vincenzo o incentiva,
- Simmmm! Vamos para escola agora.
Tomo meu café rapidamente e seguimos primeiro para
escolinha de Luca, pois Vincenzo construiu uma para os filhos
somente dos mafiosos para ter a segurança necessária e depois
seguimos para o trabalho.
Visto um vestido tubinho preto e salto alto e quando chego na
empresa ao lado do meu marido somos cumprimentados com
respeito. Eu sou a responsável pelo departamento contábil da
empresa, por mim passa toda movimentação dos negócios da Cosa
Nostra.
Comecei a trabalhar ao lado do meu marido há dois anos,
após Luca fazer um ano de idade, no começo era somente meio
período, após concluir a faculdade ele me fez gerente do setor a
qual comando com sucesso.
Mais tarde ele entra em minha sala que fica ao lado da sua,
me dá um selinho e convida.
- Vamos almoçar querida?
Olho para o relógio e me assusto ao ver que já são quase
treze horas.
- Nossa! O tempo passou e nem percebi.
Pego minha bolsa e tento passar por ele que não permite.
- Antes de sairmos que tal uma rapidinha na sala da senhora
Ferrari?
Fala safado, volta e meia ele me pega em minha sala. Fico
constrangida pois não gosto de misturar pessoal com o trabalho.
- Vincenzo estamos no trabalho.
- Falei com seu chefe e ele liberou.
Ele diz já com os dedos dentro de mim e eu me derreto toda,
eu não consigo resistir ao meu homem.
- Se ele liberou, então vamos aproveitar.
Vincenzo me fode forte contra a janela do meu escritório e
após estarmos completamente recompostos de nossa aventura me
puxa em seus braços e diz.
- Cada dia te amo mais Graziella Ferrari! Você é a mulher da
minha vida, meu anjo e meu eterno amor.
- Te amo mais meu mafioso gostoso, sou tua cativa desde o
momento que te vi.
Ele me beija profundamente e vamos almoçar.

Você também pode gostar