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História da Música

Aula 2
1- Renascimento
• Se estabelece a partir da segunda metade do século XV, através da linhagem
de compositores franco-flamengos
• Momento histórico de grande efervescência artística e intelectual;
• Distanciamento da igreja: secularização da cultura.
• Humanismo: valorização do homem como o centro dos valores da vida, em
detrimento do teocentrismo medieval.
2- Características do período.
• Predominância da música vocal polifônica.
• Aumento significativos da quantidade de vozes das composições.
• Abundancia de composições seculares.
• Dois estilos vigentes: estilo internacional e os estilos nacionais.
• Os estilos nacionais são os gêneros musicais seculares baseado nas línguas
nacionais (francês, italiano, espanhol, alemão, holandês, inglês, etc.)
3- Polifonia franco-flamenga
• Nascimento de um estilo internacional:
• Junção das características dos estilos nacionais:
• Polifonia francesa.
• Imitação do cânon italiano (caccia).
• Sonoridade do discante inglês (uso de intervalos de 6ª e 3ª como consonância
e do Fauxbourdon também inglês).
4- Características do estilo internacional ou
franco-flamengo
• Predomínio de música coral acapella,.
• Escrita polifônica a 4, 5 ou mais vozes (É o auge da polifonia em número de vozes
independentes).
• Uso do contraponto imitativo;
• Utilização de terças no interior das frases dos contrapontos.
• Cadencias em quintas e oitavas.
• Sonoridade modal.
• Menor uso de cantus firmus derivado do canto gregoriano. Mas quando usado, era tratado de
forma mais livre;
5- Josquin des Prez

https://www.youtube.com/watch?v=Uj8GPdKttGw
6- Estilos nacionais: Madrigal
• Gênero nacional italiano.
• Foi o gênero musical mais representativo do renascimento.
• Desenvolveu-se a partir de um círculo de admiradores da poesia, em especial,
a poesia de Petrarca. Tais admiradores valorizavam a riqueza sonora de tais
poesias
7- Características do Madrigal
• Valorização da musicalidade da palavra e do texto para a composição;
• Utilização de textos de qualidade;
• Secular;
• Música reservata: uso de cromatismos ou motivos melódicos que destacavam a ideia poética musicalmente, como se a música
representasse o texto;
• Liberdade formal : Não possuía repetição de partes uma vez que cada trecho do texto exigia uma música específica
que o representasse;
• Independência das vozes: não há voz preponderante;
• Escrita polifônica imitativa sem a utilização de cantus firmus;
• Alternava texturas contrapontísticas (as vezes, até mesmo, imitativas) e texturas homorrítimicas;
• Até 1550, era composto predominantemente a 4 vozes; a partir de 1550, a norma passou a ser 5 vozes, com a existência de peças
a 10 vozes. 
8- Luca Marenzio (1553-99)

https://www.youtube.com/watch?v=ZJlj1uy8cSA
9- Musica sacra no renascimento: reforma e
contra-reforma
• Apesar do fato de a religião perder o posto de centralidade da vida na
Renascença, um movimento de âmbito religioso transformou o mundo
europeu. Esse movimento foi a Reforma Protestante, impulsionada pelas
teses de protesto contra a doutrina católica (dogmas, hábitos, proibições,
etc...) formuladas, em 1517, por Lutero.
10- Reforma protestante: Principais mudanças

• Tradução da Bíblia para a língua vernácula alemã, de modo a permitir seu


completo entendimento pelos fiéis.
• Tradução do repertório musical para o alemão.
• Lutero manteve a estrutura da missa católica utilizando os textos em alemão,
mas suprimindo o Glória. Alguns hinos poderiam ser adicionados a liturgia
(STOLBA, 2007, p. 193).
• A principal forma musical luterana foi o Choral.
11- Choral Luterano
• Melodia monofônica composta utilizando-se os textos bíblicos em alemão e, muitas vezes,
aproveitando-se melodias populares de origem germânica.
• Os corais deveriam, inicialmente, ser cantados por toda a congregação em uníssono.
• A partir de 1524 os corais foram usados para composições polifônicas. Estas se dividem em quatro
tipos estilísticos predominantes (STOLBA, 1998, p.195):
• uma melodia tratada como cantus firmus escrita com notas longas e posicionada na voz tenor;
• cada frase melódica escrita como um mote de imitação como nos motetes franco-flamengos;
• melodia na voz tenor em contraponto quase cordal com as outras vozes;
• em estilo cancional, com a melodia na voz superior e contraponto de caráter homorrítmico.
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https://www.youtube.com/watch?v=Qb92wdLaTos&feature=youtu.be
13- Contra-reforma
• A Contra-Reforma católica teve início a partir do Concílio de Trento (entre
1542 e 1565), conclamado pelo Papa Paulo III, após tentativas mal sucedidas
de reconciliação com os protestantes. No que diz respeito a música sacra
deste período, Grout e Palisca afirma que
As principais queixas que se fizeram ouvir no Concílio de Trento diziam respeito a seu espirito frequentemente
profano, evidenciado nas missas baseadas em cantus firmus profanos ou na imitação de chansons, e à complexa
polifonia que impossibilitava a compreensão das palavras da liturgia. Além disso, houve quem criticasse o uso excessivo
de instrumentos ruidosos na igreja e a pronúncia incorreta dos cantores (GROUT&PALISCA, 2007, p.284)
14- Palestrina

https://www.youtube.com/watch?v=NS44tTf3BSQ&feature=youtu.b

• A igreja católica se valeu da musica e da arquitetura de suas igrejas na tentativa de


recuperar seus fiéis. Música e arquitetura deveriam remeter ao celestial. Na música
Palestrina foi um importante compositor que teve o papel de reformular alguns cantos
católicos.
• Palestrina conserva o requinte e o detalhe da polifonia franco-flamenga, a consciência
das sonoridades harmônicas provenientes dos madrigais venezianos, sem usos de
cromatismo, e a uma maior clareza de compreensão dos textos em relação aos seus
antecessores (STOLBA, 1998, p. 203-204).
• Mais ao final de sua vida, foi o responsável pela revisão dos livros do Graduale romano, a
fim de se fazer as adaptações necessárias ao rito tridentino.
Barroco
A respeito das características musicais gerais do período Barroco, devemos salientar
os seguintes itens:
• Prima Prattica e Seconda Prática
• Tonalidade
• Doutrina dos Afetos: derivação do ethos musical grego.
• Baixo Contínuo
• Música Idiomática Instrumental
Camerata Bardi: a monodia acompanhada
• A Florença do século 16 foi cenário de um duradouro debate sobre as
vantagens da mú- sica monódica (melodia com acompanhamento) sobre a
polifonia (música renascentista). Tais debates aconteciam em torno dos
frequentadores do salão do conde Giovanni Bardi. Por isso, tal movimento
ficou conhecido como Camerata Bardi.
Prima Prattica e Seconda Prattica
• A grande mudança na estilística musical desse período pode ser descrita pela
oposição entre o stile antico (estilo antigo) e stile moderno (estilo moderno).
• Claudio Monteverdi (1567-1643): prima prattica (primeira prática) e seconda
prattica (segunda prática).
• Prima prattica: estilo de composição polifônico (madrigal)
• Seccunda prattica: melodia com acompanhamento ou monodia acompanhada.
Ópera
• O desenvolvimento da Ópera foi, sem dúvida, um dos maiores e mais marcantes
acontecimentos do Barroco.
• Trata-se de um drama cantado e encenado que ganhou importância, certamente, pelos desejos
de reproduzir um teatro musical, assim como acreditavam ser o teatro grego.
• Apesar da Camerata Bardi nunca ter mencionado nada sobre um gênero dramático-musical, a
associação da música com o teatro iniciou-se pelos estudos de um membro da camerata,
Gerolamo Mei. Por meio de seus estudos e pesquisas sobre a música grega, apontava que o de
tragédia grega era cantado.
• Desse modo, passou-se a compor muitas monodias cujo texto era retirado da tragédia grega,
como Orfeu e Eurídice. No entanto foi nos saraus lítero-musicais financiados pelo mecenas
Jacopo Corsi que foi proposto ao compositor Jacopo Peri (1561-1633) musicar Dafne de
Rinuccini para desenvolver um novo estilo teatral, no qual eram combinados a declamação e o
canto.
Monteverdi
- Encontra um equilíbrio entre as duas práticas vigentes no barroco.
- Percebe que o estilo recitativo é funcional para os momentos de diálogo entre os
personagens, mas que um estilo mais melódico como a ária e até mesmo o uso de
madrigais por coros em outros momentos, davam um grau de dramaticidade
muito maior às suas óperas.
- Mistura o estilo antigo do madrigal ao estilo moderno da monodia acompanhada.
Ópera Veneziana
• O principal centro de produção de ópera durante o Barroco foi Veneza.
• A ópera era “cênica e musicalmente esplêndida”;
• Os enredos eram de baixa qualidade.
• Predominância das áreas.
• Neste período o recitativo e a ária se diferenciam mais drasticamente, sendo o
primeiro o canto silábico e a segunda o canto mais melódico e virtuoso, no qual o
cantor tinha a oportunidade de demonstrar todo o seu virtuosismo.
Ópera francesa
• Na França, floresceu uma ópera com características nacionais apenas a partir
de 1670. A ópera francesa era mais séria e racional que a italiana, abordando
temas mitológicos. Ela também tinha um apelo popular menor que a ópera
italiana, era destinada à aristocracia.
• Abertura francesa.
• Predomínio dos recitativos.
• Utilização da dança.

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