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A música renascentista evoluiu a partir das bases da música medieval, e ao longo do período
não se observam bruscas quebras de continuidade, mas sim uma prolongada e gradual
transição de um predomínio absoluto da linha melódica horizontal, de ritmos livres,
dependentes apenas da prosódia do texto, e desenvolvida sobre os modelos do canto
gregoriano, em direção a novos parâmetros, marcados pela concepção da música em
sucessivos acordes verticais encaixados dentro de compassos de ritmos invariáveis. Apesar de
gradual, ao final do processo a mudança resultante é muito profunda. Assim, é impossível
definir a música desta fase da história como um estilo unificado.[1][2] A música sacra ainda é a
mais prestigiada, mas a música profana ganha crescente valor, favorecida por uma classe
burguesa empoderada e por cortes ricas que desejam música de entretenimento.[3][4]
Assim como ocorreu nas outras artes do período, tornam-se comuns associações da música
com valores humanistas e com a herança clássica, representada pela cultura da Grécia e Roma
antigas. Há um sentimento de maior liberdade e um espírito de experimentação, testando os
limites das regras e teorias. A invenção da imprensa possibilitou a circulação de tratados e
partituras em uma escala nunca vista, contribuindo para a difusão de informação e a formação
de uma linguagem musical relativamente homogênea por toda a Europa.