Você está na página 1de 5

Nome: Felipe Eduardo Vicente

Curso: Licenciatura/viola
Matricula: 211750025
Disciplina: História da música ocidental I
Professor: Nichola Dittrich Viggiano
Semestre: 2021/1

Josquín Des Prés

Nascido no ano de 1440 em Condé - sur - l'Escaut, na província de Hainaut,


localizada na região de Valônio, uma das 3 regiões das entidades federadas da Bélgica,
Josquín des Prés, que fez a sua carreira na Itália onde morou de 1459 até 1505, é
considerado por muitos o compositor e contrapontista mais talentoso e erudito antes de
Palestrina.

Quando jovem, se tornou integrante do coro da Igreja colegiada de Saint-


Quentin em sua cidade natal. Posteriormente, com as alterações na voz em razão da
idade, foi estudar contraponto com Okeghem (1430-1494), este, por sua vez, um dos
mais importantes compositores da escola franco-flamenga. Em 1471, se torna mestre
particular de capela do Duque Galeazzo Maria Sforza em Milão, passando, 9 anos
depois, a trabalhar para o estadista e soberano da Republica-Florentina, Lorenzo - O
Magnifico. Após ser membro do coro papal de Inocêncio VIII e enquanto fora mestre
do coro de Ercole I, duque de Ferrara, passou a manter ligações com a capela real do
rei Luís XII, da França.

Josquín, dominou o cenário musical de sua época, não apenas por seu saber e
sua habilidade, mas principalmente por sua originalidade. Seu entendimento das
possibilidades dramáticas dos textos sagrados e sua grande fertilidade inventiva
possibilitaram que se libertasse das convenções da época mais do que qualquer
compositor antes de Palestrina. A combinação da técnica com a expressividade,
marcam uma ruptura com a música medieval. Com efeito, suas obras mostram todo um
estresse e tormento de um período de transição, em contraste com as produções de
Palestrina, que, por sua vez, respira serenidade e repouso.

Ao longo do tempo, suas obras foram negligenciadas e esquecidas. Fato que


se deu em um primeiro momento, pela ascensão de Palestrina e sua escola. No entanto,
cada vez mais Josquín e suas obras recebem uma atenção maior. Justiça seja feita aos
primeiros mestres da música que lançaram as bases para o que, hoje, chamamos de
polifonia.

Suas composições se enquadram em três gêneros principais da época, a


saber, as missas, os motetos e as canções. Des Près, escreveu trinta e duas missas, sendo
que 20 restaram completas e 17 delas foram imprensas em três conjuntos em 1502, 1505
e 1514 por Ottaviano dei Petrucci(1466-1539) em Fossobrone e Veneza. O resto fora
preservado em manuscrito nos arquivos do coro papal em Roma e também nas
bibliotecas de Munique, Viena, Basiléia, Berlim e nas catedrais de Rastibona e
Cambrai. Desta última, acredita-se ter vindo as primeiras evidências sólidas de seus
trabalhos(inicio de 1470).

Josquin des Près, escreveu, também, mais de cem motetos. Nestes,


destaque para o emprego da suspensão como recurso de ênfase e o aparecimento de
vozes em registros mais graves nos trechos em que é feita alusão à morte. Usou do
antigo Cantus firmus, no entanto, desenvolveu o estilo do moteto que viria a caracterizar
o séc XVI. Em suas missas e motetos, percebemos uma abordagem moderna de
tonalidade.

Nas canções, Josquin traz sua originalidade ao propôr uma


liberdade nas formas quando abandona as formas fixas de rondeau e ballada. Pode-se
observar contrapontos magnificos a quatro, cinco ou seis vozes mantendo o ritmo em
agudos, ''... objetividade e clareza de textura''.

A difusão ampla de sua música se dá graças à invenção da


impressão de partituras, no início do século XVI, fazendo com que se tornasse o
primeiro compositor a ter impresso volumes inteiramente dedicados à sua obra musical.
El Grillo

Me permiti escutar duas versões deste moteto. A primeira, a quatro


vozes e a segunda com o acompanhamento de instrumentos de época tendo as vozes
cantadas, sendo executadas por uma soprano e uma mezzo-soprano. Na primeira, notei
um diálogo por parte da 2º e 3º vozes. Posteriormente, a 2º se une com a 1º e a 3º com
a 4º, modificando a forma rítmica do diálogo. Destaco também a forma rítmica de
colcheias que caracteriza o trecho em uníssono em um todo, para mim uma das partes
mais contagiantes da primeira versão. Já na segunda versão, destaco as duas vozes
principais em plena harmônia uma com a outra e sua bela conversa com os
instrumentos(Viola, flautas doces, viola da gamba, um instrumento percussivo que me
parece um tabor/tamboril… ).

El grillo

El grillo è buon cantore

Che tiene longo verso.

Dalle beve grillo canta.

Ma non fa come gli altri uccelli

Come li han cantato un poco,

Van de fatto in altro loco

Sempre el grillo sta pur saldo,

Quando la maggior el caldo


Alhor canta sol per amore.

O grilo

O grilo é um bom cantor

e ele canta bastante.

Quase sempre ele canta.

Mas não faz como os outros pássaros

que, depois de cantar um pouco,

vão para outro lugar.

Ele sempre fica firme.

Mas quando faz muito calor,

canta só por amor.

Referências:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Josquin_des_Prez

https://www.britannica.com/biography/Josquin-des-Prez

BARSA. Grande enciclopédia Barsa.

https://www.musixmatch.com/pt-br/letras/Josquin-Des-Prez/El-grillo-
%C3%A8-buon-cantore/amp
Links:

https://youtu.be/OI-bQ0RkArA

https://youtu.be/ZdDjAITa4xc

Você também pode gostar