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Eduardo Camargo (Nº USP 11776772), Erick Hikari (Nº USP 8656409), Leonardo
Rodrigues da Cunha (Nº USP 9531875), Lucas G. Debortoli (Nº USP 11776921).
Chopin
Sobre:
Mazurka:
https://www.youtube.com/watch?v=Xv0djIKRMMc&t=1s
Folk Dance Ensemble - Zespół Tańca Ludowego Poligrodzianie (gravado em
Rosal, Galicia - Espanha em 25/07/2019).
https://www.youtube.com/watch?v=1wQEydtfkJA
"Mazurek Dąbrowskiego" - Hino Nacional da Polônia Legendado e Traduzido
Como o próprio nome sugere, temos aqui um ótimo exemplo de uma mazur legítima.
A canção original trata - se na verdade de uma melodia popular a qual uma letra posterior foi
adicionada em 1797, a fim de representar e homenagear as tropas do General Jan Dąbrowski
(1755-1818) que serviram Napoleão em sua campanha pela Europa sob o pretexto de
reconquistar a independência da Polônia. Após a independência da Polônia, somente em 1918
com o fim da Primeira Guerra Mundial, a canção ganhou arranjo sinfônico de Kazimierz
Sikorski, sendo usado até os dias de hoje como hino nacional.
Muito além dos conflitos históricos no território polonês um pouco mais sensíveis ao
nosso conhecimento como a tragédia de Auschwitz ou o levante de Varsóvia contra a
Alemanha Nazista e União Soviética, ambos na Segunda Guerra Mundial, a Polônia já
carregava em sua identidade coletiva um passado de resistência. Em 1791 o país foi o
segundo na Europa (e o terceiro no mundo) a elaborar uma constituição democrática que
estabelecia, dentre muitos outros pontos, a igualdade entre “nobreza” e “plebeus”. Tal fato
intensificou instabilidades políticas com países vizinhos, culminando em uma “partilha” da
Polônia em 1795 entre a Rússia, Prússia e Áustria. Apesar de permanecer sem um estado
oficial por 123 anos, a resistência polonesa influenciou não só movimentos democráticos pela
Europa como também seus costumes propriamente ditos se disseminaram com os refugiados
de guerra. Em seu ensaio sobre a mazur, Maya Trochimczuk menciona como a prática foi
bastante apreciada em território francês e também russo, paradoxalmente. Neste sentido,
Chopin foi um nome crucial para a resistência cultural polonesa.
Podemos relacionar essas questões políticas ao qual a Polônia passou durante o século
XIX ao sentimento de exílio que acompanhou Chopin em sua trajetória, uma vez que com seu
reconhecimento artístico pela Europa cada vez mais latente, o temor por precisar se submeter
às autoridades russas voltando a sua terra natal era mais que real e compreensível (Samson,
Jim. 2001, pg. 6). Neste sentido, esta fatia composicional de Chopin traduz a volta à terra
natal que não seria possível de forma literal, mas que se concretiza na memória musical em
exercício criativo. A linguagem dos ritmos e caráter da mazurka, enraizados no compositor, é
então mesclada às suas próprias ideias, superando simples arranjos de melodias populares que
a música artística a partir da folclórica sugere. Se levarmos em conta outros compositores
contemporâneos a Chopin como o próprio Oskar Kolberg já citado, e Maria Szymanowska
(1789 - 1881), que também utilizaram essa matriz popular como forma composicional,
podemos fortalecer estas conclusões. Mesmo distante da Polônia, Chopin representava o
melhor da produção polonesa de seu tempo.
● https://www.youtube.com/watch?v=Mze_Qy-eFoI&t=2s
Chopin Mazurka Op.7 No.5 By Arthur Rubinstein (SCORE)
● https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_nCg60BpdypQyG6yxlkZhhR-T-y
HqpFkLg
Oskar Kolberg: Works for Piano & Voice
● https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_nshuzUxmhiUn70HwEp4_dmlxfy
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Maria Szymanowska - Complete Piano Works (World Premiere Recording)
Mazurka op.17 no. 4
● A’: Desenvolvimento em Lá maior com retorno para a tônica menor. Termina-se com
a retomada da introdução fechando o ciclo.
(Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ouroboros)
Mazurka op.17 no. 4 (partitura)
Sonata op.35 no.2: Vanguarda Composicional
Até o momento de sua composição, publicado em 1840, a forma sonata seguia sua
estrutura padrão. Geralmente num movimento em Allegro é dividida em 3 segmentos.
Exposição onde é apresentado os temas que serão utilizados ao longo do Allegro. É
normalmente repetido em função de uma barra dupla. Desenvolvimento normalmente
desenvolvido na relativa maior/menor do tom original da peça com direcionamento para a
tônica que será recapturada na Reexposição. Espaço onde os temas são reapresentados no tom
original da peça.
Chopin nesta sonata constrói uma introdução que não participa a princípio da
exposição. Isto é um fator de edição. Entretanto, o mais comum é apresentar a barra dupla
após a introdução. Desta forma, é um vanguardista da forma sonata conhecida até então.
Abertura da Sonata:
https://youtu.be/twPVmOPm-Xw
Polish Christmas Carol "Lulajże, Jezuniu" (Sleep, Infant Jesus)
Nesta canção de natal polonesa, Chopin utiliza se deste material musical para compor
seu Scherzo no.1 em B menor.
Está cantiga com tom melancólico e lento entra como contraste ao ímpeto e fúria dos
dois primeiros terços do Scherzo. Como uma redenção de uma aguda angústia.
O fato do compositor utilizar se dessa canção é uma forma de imortalizar em seu
próprio discurso artístico um traço de sua própria história. Um traço da Polônia que o
compositor nunca mais pôde retornar em vida. Além do mais, reafirma a semente romântica
provinda das canções populares.
Referências:
Hedley, Arthur and Plantinga, Leon. "Frédéric Chopin". Encyclopedia Britannica, 25 Fev.
2021. Disponível em [https://www.britannica.com/biography/Frederic-Chopin]. Acesso em
15 de maio de 2021.
Folk Dances. Polish Music Center, University of Southern California. Disponível em [Folk
Dances - Polish Music Center]. Acesso em 20 de maio.
● https://polishmusic.usc.edu/research/dances/kujawiak/
● https://polishmusic.usc.edu/research/dances/mazur/
● https://polishmusic.usc.edu/research/dances/oberek/
Samson, Jim. Chopin, Fryderyk Franciszek [Frédéric François]. Grove Music Online.
Publicado em Janeiro de 2001. Disponível em
[https://doi.org/10.1093/gmo/9781561592630.article.51099] Acesso em 23 de Maio de 2021.
Crocker, Richard L.. A History of Musical Style. Estados Unidos, Dover Publications, 2014.