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(Redirecionado de Chopin)
Frédéric Chopin
Informação geral
Nome completo
Nascimento
Morte
Local de morte
Paris, Île-de-France
França
Ocupação(ões)
compositor e pianista
Frédéric François Chopin, também chamado Fryderyk Franciszek Chopin (Żelazowa Wola, 22 de
fevereiro[2] ou 1 de Março de 1810[1] — faleceu em Paris, 17 de Outubro de 1849), foi um
pianista polonês-francês radicado na França[3][4][5][6][7][8] e compositor para piano da era
romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos
pianistas mais importantes da história.[9] Sua técnica refinada e sua elaboração harmônica
vêm sendo comparadas historicamente com as de outros grandes compositores, como Mozart
e Beethoven, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje.
Índice
Preâmbulo
Vida
2.1
Infância
2.2
Paris
2.3
George Sand
2.4
Morte
Música
3.1
Estilo
3.2
Romantismo
Obras
Homenagens
Na cultura popular
Referências
Bibliografia
9
Ligações externas
Toda a obra existente de Chopin inclui o piano assumindo algum papel (predominantemente
como um instrumento solo), e suas composições são amplamente consideradas como
repertório essencial para este instrumento. Na maioria das vezes sua música é tecnicamente
exigente, mas seu estilo, no geral, enfatiza mais a dança e a profundidade expressiva do que o
virtuosismo técnico.
Ele inovou com novas formas musicais, como a balada,[12] e introduziu significantes inovações
nas formas existentes, como a piano sonata, a valsa, o noturno, o estudo, o improviso e o
prelúdio. Alguns citam suas obras como "os principais pilares" do romantismo na música
erudita do século XIX. Além disso, Chopin mostrou-se nacionalista mesclando sua música com
elementos eslavos; hoje suas mazurcas e polonesas são fundamentais para a música clássica
nacional polonesa.
Casa em que nasceu Chopin em Żelazowa Wola, onde hoje é um local onde se realizam recitais
de piano.
Chopin nasceu em Żelazowa Wola, uma aldeia próxima a Sochaczew, na região de Mazóvia,
que faz parte do Ducado de Varsóvia. Era filho de Mikołaj (Nicolas) Chopin (1771-1844), um
francês de ascendência polonesa distante, proveniente de Lorena, que adotou a Polônia como
sua terra natal após imigrar em 1787. Nicolas casou-se com a pianista Tekla Justyna
Krzyżanowska (1782-1868), uma mulher de família aristocrata, porém empobrecida.
Entre 1817 a 1827, a família de Chopin morou nesta construção da Universidade de Varsóvia,
agora decorada com o perfil de Fryderyk (ao centro), ao lado do Palácio Kazimierz.
Em 1817, seu pai tornou-se professor de francês no Liceu de Varsóvia, situado no Palácio
Kazimierz, da Universidade de Varsóvia. Sua família viveu em um espaçoso apartamento no
segundo piso de uma construção vizinha. Entre 1823 e 1826 o próprio Fryderyk frequentou o
Liceu de Varsóvia.
A família — incluindo seu pai, professor de francês — falava polonês em casa. Chopin cresceu
culturalmente no polonês e nunca atingiu igual domínio da língua francesa. Foi em Varsóvia
que, no final de sua vida, ele literalmente deixou seu coração.
Era uma criança "aluada, pálida e sentimental", dotada de um instinto musical quase tão
agudo quanto o de Mozart, e uma habilidade para arremedar os outros, o que lhe teria
assegurado um cargo de ator, e uma predisposição para perturbações pulmonares, indício de
uma morte prematura.[14]
Durante seus anos de escola, há rumores de que Chopin foi um talentoso retratista e mordaz
escritor de cartas. Um professor ficou alegremente surpreso em saber que Chopin desenhou
um magnífico retrato seu durante a aula. Durante suas férias no interior, em que se
familiarizou com a música folclórica — as quais ele, mais tarde, refinaria em suas composições
musicais — Chopin escreveu cartas para casa parodiando o jornal de Varsóvia.
Em 1827, sua família mudou-se para os aposentos do Palácio Krasiński, hoje a Academia de
Belas Artes (Akademia Sztuk Pięknych w Warszawie), na rua Krakowskie Przedmieście, número
5. Chopin morou ali até deixar Varsóvia, em 1830.
Assim, a partir dos sete meses de idade até sua partida de Varsóvia e da Polônia, com vinte
anos, Chopin sempre viveu com sua família ou em um palácio ou em seus arredores.
O jovem Chopin recebeu suas primeiras aulas de piano de sua irmã mais velha, Ludwika, e foi
posteriormente ensinado por sua mãe. Seu talento musical logo apareceu, ganhando em
Varsóvia a reputação de "segundo Mozart". Aos sete anos ele já era autor de duas polonesas
(sol menor e si bemol maior); a primeira foi publicada no ateliê de gravuras do Padre Cybulski,
diretor de uma escola de organistas e um dos poucos editores musicais da Polônia.
O prodígio foi destacado nos jornais de Varsóvia, e o "pequeno Chopin" tornou-se uma atração
nos salões da aristocracia da capital. Ele também começou a dar concertos públicos para a
caridade. Diz-se que uma vez lhe foi perguntado sobre o que pensava que a platéia mais
gostava nele; o garoto de sete anos de idade replicou: "a gola da minha camisa". Ele apareceu
pela primeira vez em público como pianista aos oito anos de idade.
Não é costume incluir os compositores de música no número dos escritores (embora eles
sejam também autores). Todavia, não podemos passar em silêncio as seguintes composições,
gravadas e postas em circulação por mãos amigas: Polca para pianoforte, dedicada a Sua
Excelência, a Condessa Luisa Skarbekowa, por Frederico Chopin. O compositor desta dança,
que apenas conta 8 anos, é verdadeiramente um gênio, do ponto de vista musical. É filho de
Nicolas Chopin, professor de francês e de literatura do Liceu de Varsóvia. Não só executa ao
piano, com uma facilidade e um gosto notáveis, os trechos mais difíceis como já compôs
diversas danças e variações que enchem de espanto conhecedores e críticos, sobretudo se se
considerar a pouca idade do autor. Se tivesse nascido na Alemanha ou na França já se teria
celebrizado por todos os países do mundo. Possa este artigo lembrar ao autor que o nosso
país, também, é suscetível de produzir os seus gênios. Bastaria, muitas vezes, apontá-lo à
atenção do público para os tornar conhecidos".
—Revista de Varsóvia, janeiro de 1818. Lista das obras polacas publicada em 1817.[15]
Chopin recebeu suas primeiras aulas de piano profissionais, entre 1816 a 1822, por Wojciech
Żywny. Mais tarde Chopin falou muito bem de Żywny, embora as habilidades do rapaz logo
ultrapassariam as de seu professor. O desenvolvimento posterior do talento de Chopin foi
supervisionado por Wilhelm Würfel. Esse renomado pianista, um professor do Conservatório
de Varsóvia, deu a Chopin lições irregulares, embora valiosas, de como tocar órgão, e,
possivelmente, também piano.
No outono de 1826, Chopin começou a estudar teoria musical, baixo cifrado e composição
musical com o compositor Józef Elsner, do Conservatório de Varsóvia, que era afiliada à
Universidade de Varsóvia (por isso Chopin é contado entre os ex-alunos notáveis da
universidade). O contato de Chopin com Elsner pode datar do início de 1822 e é certo que
Elsner foi dando orientação informal a Chopin, em 1823. Chopin completou três anos de curso,
no conservatório, em 1829.
Naquele ano, em Varsóvia, Chopin ouviu Niccolò Paganini tocar e conheceu também o
compositor e pianista alemão Johann Nepomuk Hummel. Também em 1829, Chopin conheceu
seu primeiro amor, uma estudante de canto chamada Konstancja Gładkowska.
Em agosto de 1829, três semanas depois de sair do Conservatório de Varsóvia, Chopin fez uma
brilhante estréia, em Viena. Ele fez duas apresentações de piano e recebeu muitas opiniões e
comentários favoráveis, juntamente com outros que criticaram o baixo tom que ele produziu
com o piano.
Em 2 de novembro de 1830, Chopin deixou Varsóvia para dar concertos na Europa Ocidental.
Ele nunca retornou à Polônia. Ao fim do mês, eclodiu o Levante de Novembro e sua companhia
de viagem Titus Woyciechowski voltou para casa para participar. Chopin permaneceu em
Viena, em certa ansiedade pelos seus entes queridos. Então, visitou Munique e Estugarda
(onde ele teve conhecimento da ocupação da Polônia pelo exército do Império Russo) e em
setembro de 1831 chegou a Paris. Ele já tinha produzido um portfólio de importantes
composições, incluindo seus dois concertos para piano e alguns de seus estudos Op. 10.
Chopin tocando sua Polonesa no Hotel Lambert. Pintura em aquarela e guache de Teofil
Kwiatkowski, feita entre 1849 e 1860.
Em Paris, Chopin foi saudado pelos eminentes exilados poloneses, incluindo o Príncipe Adam
Jerzy Czartoryski, que morava no Hotel Lambert, e por artistas destacados como Heinrich
Heine, Alfred de Vigny e Eugène Delacroix.
Ele foi apresentado a alguns dos principais pianistas da época, incluindo Friedrich Kalkbrenner,
Ferdinand Hiller e Franz Liszt, e formou amizades pessoais com os compositores Hector
Berlioz, Felix Mendelssohn, Charles-Valentin Alkan e Vincenzo Bellini (ao lado de quem ele está
enterrado no cemitério Père Lachaise).
—anônimo[16]
Chopin, de Franz Xaver Winterhalter.
No mesmo ano de 1833, Chopin publicou cinco Mazurcas, o Trio para piano, violino e
violoncelo, três Noturnos, os doze grandes estudos dedicados a Liszt e o Concerto em Mi
menor. Em 1834, publicou a grande Fantasia sobre árias polonesas, o Krakowiak para o piano e
orquestras, três outros Noturnos e o Rondó em Mi bemol maior.[17] Em Paris, Chopin fez
várias visitas e passeios. Neste mesmo ano, com Hiller, visitou um Festival Musical Rhenish em
Aachen, organizado por Ferdinand Ries. Lá, Chopin e Hiller se encontraram com Mendelssohn,
e os três passaram a visitar Düsseldorf, Koblenz e Colônia, usufruindo da companhia uns dos
outros e tocando e aprendendo música juntos.
Em 1835, Chopin organizou um encontro de sua família em Karlsbad. Lá ele conheceu o Conde
Franz von Thun-Hohenstein, cujas filhas Chopin havia ensinado em Paris. O conde convidou
Chopin e seus pais para ficarem em seu castelo familiar no Elba, Děčín. Depois os pais de
Chopin voltaram a Varsóvia; ele nunca os veria novamente. Voltou a Paris passando por
Dresden, onde permaneceu algumas semanas, e, depois, por Leipzig, onde se encontrou com
Mendelssohn, Schumann e Clara Wieck. Na viagem de volta, ele teve um ataque brônquico tão
grave que alguns jornais poloneses informaram que ele havia morrido.
Em 1836, Chopin tornou-se noivo de uma jovem polonesa de 17 anos, Maria Wodzińska, cuja
mãe insistiu para que o compromisso fosse mantido em segredo. No ano seguinte, o noivado
foi cancelado por sua família.
Em 1836, em uma festa organizada pela condessa Marie de Agoult, amante do compositor
Franz Liszt, Chopin conheceu Amandine-Aurore-Lucile Dupin, baronesa Dudevant, mais
conhecida por seu pseudônimo, George Sand. Ela foi uma escritora romântica francesa,
conhecida por seus inúmeros casos amorosos com Prosper Mérimée, Alfred de Musset (1833-
1834), seu secretário Alexandre Manceau (1849–1865) e outros, possivelmente incluindo a
atriz Marie Dorval.
Chopin inicialmente não encontrou atrativos nela. "Algo sobre ela me repele", disse ele a sua
família. Sand, entretanto, em uma carta datada de junho de 1837 a seu amigo o conde
Wojciech Grzymała, discutiu sobre o que fazer para libertar Chopin de sua namorada Maria
Wodzińska ou para abandonar outro caso, a fim de começar um relacionamento com Chopin.
Sand tinha grandes sentimentos por Chopin e o persuadiu até começar um relacionamento.
Chopin passou o verão de 1839 até 1843 na propriedade de Sand, em Nohant. Esses foram
tranqüilos, mas produtivos dias, durante os quais Chopin compôs muitos trabalhos. Entre eles
está a Polonesa em lá bemol maior, Op. 53 "Heróica", uma de suas mais famosas peças. Na
volta a Paris, em 1839, ele conheceu o pianista e compositor Ignaz Moscheles.
Em 1845, com uma maior deterioração da saúde de Chopin, um grave problema surgiu em sua
relação com George Sand, que azedou em 1846 por problemas envolvendo a filha de Sand,
Solange, e o jovem escultor Jean Baptiste Auguste Clesinge. Este foi o ano em que Sand
publicou Lucrezia Floriani, cujos principais personagens (uma rica atriz e um príncipe de saúde
frágil) podem ser interpretados como sendo Sand e Chopin. Em 1847, os problemas familiares
finalmente puseram fim às relações entre Sand e Chopin que duraram 10 anos, desde 1837.
Em 1848, Chopin deu seu último concerto em Paris, além de visitar a Inglaterra e a Escócia com
sua aluna e admiradora Jane Stirling. Eles chegaram a Londres em novembro e conseguiu dar
alguns concertos e apresentações de salão.
Sua irmã, Ludwika, que tinha dado a ele as primeiras lições de piano, cuidou dele em seu
apartamento na Praça Vendôme, nº 12. Nas primeiras horas de 17 de outubro Chopin morreu.
Chopin morreu rodeado de amigos e como gostava muito de flores, logo depois da morte
recebeu tal quantidade que parecia repousar num jardim. Como era costume na época, foi
feita uma máscara mortuária por Auguste Clesinger. A máscara foi rejeitada pela família, pois
demonstrava claramente a expressão de sofrimento (Chopin morreu sufocado), mas o escultor
remodelou a peça, dando assim uma aparência mais tranquila.
Antes do funeral de Chopin, de acordo com seu desejo ao morrer, seu coração foi retirado
devido a seu medo de ser enterrado vivo. Ele foi posto por sua irmã em uma urna de cristal
selada, com Cognac, destinada a Varsóvia. O coração permanece até hoje lacrado dentro de
um pilar da Igreja da Santa Cruz (Kościół Świętego Krzyża) em Krakowskie Przedmieście,
debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: "onde seu tesouro está, estará
também seu coração". Curiosamente, seria salvo da destruição de Varsóvia pelos nazistas, em
1944, pelo general das SS, Erich von dem Bach-Zelewski.
Chopin havia pedido que o Réquiem de Mozart fosse tocado em seu funeral. Os principais
trechos do Réquiem foram compostos para cantoras, mas a Igreja de Madeleine nunca havia
permitido cantoras em seu coro. O funeral foi atrasado em quase duas semanas até que a
igreja aceitou, contanto que as cantoras ficassem atrás de uma cortina de veludo preto.
O funeral foi realizado em 30 de outubro, onde compareceram cerca de três mil pessoas. Os
solistas no Réquiem incluíam o baixo Luigi Lablache, que tinha cantado o mesmo trabalho no
funeral de Beethoven e que também tinha cantado no funeral de Vincenzo Bellini. Também
foram tocados dois prelúdios de Chopin, o nº4 em mi menor e o nº6 em si menor.
Chopin foi enterrado, de acordo com seu desejo, no Cemitério Père Lachaise. Junto ao túmulo,
a Marcha Funeral da Sonata Op. 35 foi tocada, em instrumentação de Napoléon Henri
Reber.[18] Depois, alguns de seus amigos poloneses foram a Paris, com um jarro de terra
proveniente de sua terra natal, e a espalharam por seu túmulo, para que Chopin se mantivesse
em solo polonês. Sua sepultura atrai numerosos visitantes e é invariavelmente enfeitado com
flores, mesmo na calada do inverno.
Até 2008 acreditou-se que morreu de tuberculose, estudos de Wojciech Cichy, da Faculdade
de Medicina da Universidade de Poznan atribuíram a sua morte a uma fibrose cística[19] ou a
pericardite.
Em 2017 um grupo de cientistas também concluiu que Chopin sofreu de uma pericardite, uma
inflamação da membrana que reveste o coração, muito provavelmente provocada por
tuberculose.[20]
A música de Chopin para o piano combinava um senso rítmico único (particularmente o seu
uso do rubato), e o uso frequente do cromatismo e do contraponto a partir do qual associava à
beleza melódica uma não menos bela e vigorosa linha do baixo. Essa mistura produz uma
sonoridade particularmente delicada na melodia e na harmonia, que são, todavia, sustentadas
por sólidas e interessantes técnicas harmônicas. Ele levou o novo gênero de salão do noturno,
inventado pelo compositor irlandês John Field, a um nível mais aprofundado de sofisticação.
Três de seus vinte e um noturnos foram publicados apenas após sua morte, em 1849,
contrariando seus desejos.[21] Ele também manteve formas de dança popular, como a
mazurca polonesa e a valsa, a valsa vienense, com uma maior variedade de melodia e de
expressão. Chopin foi o primeiro a escrever baladas[12] e scherzi como peças individuais.
Chopin também tomou o exemplo dos prelúdios e fugas de Bach, transformando o gênero em
seus próprios prelúdios.
Comparação entre o estilo de Bach (Prelúdio I) e Chopin (Op. 10, nº 1).
Muitas das peças de Chopin tornaram-se bastante conhecidas — por exemplo, o Estudo
Revolucionário (Op. 10, nº 12), a Valsa Minuto (Op. 64, nº 1) e o terceiro movimento de sua
sonata Marcha Fúnebre (Op. 35), que é freqüentemente utilizada como uma representação
icástica de luto, além da Grande valse brillante (Op. 18, nº 1). O próprio Chopin nunca nomeou
uma obra instrumental para além do gênero e número, deixando todas as suas potenciais
associações extra-musicais para o ouvinte; os nomes pelos quais nós conhecemos muitas de
suas peças foram inventados por outros. O Estudo Revolucionário não foi escrito tendo-se em
mente a fracassada revolta da Polônia contra a Rússia; ele simplesmente surgiu naquela época.
A Marcha Fúnebre foi escrita antes do resto da sonata na qual foi contida, mas a ocasião exata
não é conhecida; aparentemente não foi inspirada em qualquer perda pessoal específica.[22]
Outras melodias foram utilizadas como base de suas canções populares, como a lenta
passagem de Fantaisie-Impromptu (Op. posth. 66) e a primeira seção do estudo Op. 10 nº 3.
Essas peças muitas vezes contam com um cromatismo intenso e personalizado, bem como
uma curva melódica que lembra as operas nos dias de Chopin — as óperas de Gioacchino
Rossini, Gaetano Donizetti e especialmente Bellini. Chopin utilizava o piano para recriar a
graciosidade da voz que cantava, e sempre falava e escrevia sobre os cantores.
Partitura autografada por Chopin de sua Polonesa em La bemol maior, Op. 53.
Franz Liszt foi outro admirador e amigo pessoal do compositor, e transcreveu para o piano seis
canções polonesas de Chopin. Apesar disso, Liszt negou ter escrito Funérailles (subtitulada
"Outubro de 1849", o sétimo movimento da suíte para piano Harmonies Poétiques et
Religieuses, de 1853) em memória de Chopin. Embora a seção do meio aparentasse ter sido
modelada sobre a famosa seção de três oitavos da Polonesa em La bemol maior, Op. 53, Liszt
disse que a peça tinha sido inspirada pelas mortes de três dos seus compatriotas húngaros no
mesmo mês.
Chopin interpretou suas próprias obras em salas de concerto, entretanto com mais frequência
em seu salão, para amigos. Já no final da vida, como a sua doença havia progredido, Chopin
desistiu por completo das apresentações públicas.
As inovações técnicas de Chopin também tornaram-se influentes. Seus prelúdios (Op. 28) e
estudos (Opp. 10 e 25) tornaram-se rapidamente obras-modelo, e inspiraram tanto os Estudos
Transcendentais de Liszt como os Estudos Sinfônicos de Schumann. Alexander Scriabin
também foi fortemente influenciado por Chopin; por exemplo, seus 24 prelúdios (Op. 11) são
inspirados pelo Op. 28 de Chopin.
Jeremy Siepmann, em sua biografia do compositor, nomeou uma lista dos pianistas que ele
acreditava terem feito gravações dos trabalhos de Chopin, largamente conhecidas por estarem
entre as maiores performances de Chopin já preservadas: Vladimir de Pachmann, Raoul Pugno,
Ignacy Jan Paderewski, Moriz Rosenthal, Sergei Rachmaninoff, Alfred Cortot, Ignaz Friedman,
Raoul Koczalski, Arthur Rubinstein, Mieczysław Horszowski, Claudio Arrau, Vlado Perlemuter,
Sviatoslav Richter, Vladimir Horowitz, Dinu Lipatti, Vladimir Ashkenazy, Martha Argerich,
Maurizio Pollini, Murray Perahia, Krystian Zimerman e Evgeny Kissin.
Chopin fez uma revolução na música tradicional para piano e criou uma nova arte do
teclado.[23] Era um gênio de enlevo universal. Sua música conquista as mais distintas
audiências. Quando as primeiras notas de Chopin soam por entre o salão de concerto, há um
feliz suspiro de reconhecimento. Todos os homens e mulheres do mundo conhecem sua
música. Eles amam isso. Eles são movidos por isso. No entanto, não é uma "música romântica",
no sentido byroniano. Não conta histórias ou quadros pintados. É expressiva e pessoal, mas
ainda assim um arte pura. Mesmo nesta era atômica abstrata, onde a emoção não está na
moda, Chopin perdura. Sua música é a linguagem universal da comunicação humana. Quando
eu toco Chopin eu sei que falo diretamente para os corações das pessoas!
Esboço de Berceuse em ré bemol maior (Op. 57), dedicado a Elise Gavard, uma de suas pupilas
(1844).
Embora Chopin tenha vivido no século XIX, foi educado na tradição de Beethoven, Haydn,
Mozart e Clementi. Ele usou o método de piano de Clementi com seus próprios estudantes e
também foi influenciado pelo desenvolvimento da técnica do piano virtuoso de Hummel, ainda
mozartiano. Um de seus estudantes escreveu o seguinte em seu diário sobre o estilo de tocar
de Chopin:
Sua apresentação foi sempre nobre e linda; seus tons cantados, ora em um forte ou no mais
suave piano. Ele foi tomado de infinitas dores para ensinar a seus pupilos o seu legato, seu
estilo cantábile de tocar. Sua crítica mais severa era "Ele—ou ela—não sabe como combinar
duas notas simultaneamente." Ele também exigia a precisa aderência ao ritmo. Ele odiava tudo
o que fosse vagaroso e demorado, como rubatos fora de lugar, bem como exagerados
andamentos… e é precisamente a esse respeito que as pessoas cometem os maiores erros ao
tocar suas obras.
A série de sete polonesas publicadas durante sua vida (além de nove publicadas
postumamente), começando com a Op. 26 par, estabeleceu um novo padrão para a música na
forma e foram criadas na vontade de Chopin de escrever algo para celebrar a cultura polonesa
depois de o país ter se submetido ao controle russo. A polonesa em lá maior Op. 40 Nº1,
"Militar", e a polonesa em lá bemol maior Op. 53, "Heróica", estão entre as obras mais amadas
de Chopin e as mais executadas.
Romantismo[editar | editar código-fonte]
Chopin considerava a maioria dos seus contemporâneos com alguma indiferença, apesar de
ter muitas amizades com aqueles ligados ao romantismo na música, na literatura e nas artes
(muitos deles através de sua ligação com George Sand). A música de Chopin é, entretanto,
considerada por muitos como um ponto culminante do estilo romântico.[25] A pureza clássica
relativa e a discrição em sua música, com pouco exibicionismo extravagante, em parte reflete
sua reverência por Bach e Mozart. Chopin nunca cedeu à explícita "pintura cênica" em sua
música ou usou títulos programáticos, punindo os editores que renomearam suas peças desta
forma.
Toda a obra de Chopin envolve o piano, tanto solo como acompanhado. Seu trabalho,
predominantemente para solos de pianos, inclui um pequeno número de obras para vários
conjuntos, incluindo um segundo piano, violino, violoncelo, voz ou orquestra.
Tem-se conhecimento de 264 obras de Chopin, sendo que alguns manuscritos e pedaços de
sua infância foram perdidos com o tempo.
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Antes da Segunda Guerra Mundial, uma estátua de Chopin foi erguida no Parque Łazienki,
adjacente à Aleje Ujazdowskie (Avenida Ujazdów). Na base da estátua, nas tardes de domingo,
no verão, são executados recitais gratuitos de composições de Chopin para piano. A árvore
estilizada sobre a figura de Chopin lembra as mãos e dedos de um pianista.
O Aeroporto Frédéric Chopin de Varsóvia também foi uma homenagem ao compositor, assim
como o asteroide 3784 Chopin.
Mais actual, é ainda a homenagem que Matt Bellamy, vocalista, pianista e guitarrista da banda
de rock alternativo, Muse, prestou a Chopin na música do álbum de 2009, The Resistance. A
música cujo nome é United States of Eurasia, termina com uma sonata de piano, intitulada
"Collateral Damage", que foi baseada na Nocturne em mi bemol maior, Op.9 No.2.
A música de Chopin foi muitas vezes requisitada para fornecer música incidental e material
para trilhas sonoras de filmes. Além disso, Chopin é um dos principais personagens do RPG
eletrônico Eternal Sonata, que tem suas composições como atração principal.[26] Uma das
músicas do cantor Gazebo, "I like Chopin" é uma referência ao compositor. Além, é claro, de
vários episódios do desenho Tom & Jerry, cujo tema de fundo era a "Grande Valse Brillante".
A vida de Chopin e seu relacionamento com George Sand tornaram-se ficção em filmeS. A
atuação de Cornel Wilde como Chopin no filme biográfico de 1945, A Song to Remember,
rendeu-lhe uma indicação ao Óscar de melhor ator. Outros filmes além desse foram
produzidos: Impromptu (1991), estrelado por Hugh Grant como Chopin; La note bleue (1991);
e Chopin: Pragnienie miłości (2002), dentre outras longas-metragens, curtas, animações e
produções para televisão.
Referências
Ir para:
a b Algumas fontes indicam 22 de Fevereiro; ver seção "vida" para maiores detalhes.
↑ Zamoyski, Adam (2010). Chopin: Prince of the Romantics. London: HarperCollins. ISBN 978-
0-00-735182-4 (e-book edition).
↑ Kennedy, Michael. Oxford Concise Dictionary of Music, Oxford, 2004, 4th ed., p. 141.
↑ Brower, cap. XII. "When one considers the amount of it, the beauty, originality and glory of
it, one must acknowledge Frederic Chopin as one of the greatest piano geniuses of all time."
Ir para:
↑ Joaquín Rubio Tovar, Chopin, poeta del piano en la enciclopedia Los Grandes Compositores
Tomo II, Salvat, S. A. de Ediciones, Navarra, 1981 ISBN 84-7137-457-9
↑ Vidas de grandes compositores. Henry Thomas e Dane Lee Thomas, Edição Globo, Porto
Alegre, 1950.
↑ Ver Charles Rosen, The Romantic Generation, capítulos 5-7, Harvard University Press 1995.
ISBN 978-0-674-77933-4
Bronislaw Edward Sydow (organizado e anotado), Arthur Hedley (traduzido e editado) (1962).
Selected Correspondence of Fryderyk Chopin 1ª ed. London, Toronto: Heinemann. 400 páginas
Henryk Henryk Saville Opieński (editor), E.L. Voynich (tradutor) (1973). Chopin's Letters 1ª ed.
Nova Iorque: Vienna House. 420 páginas. ISBN 0-8443-0090-X
George R. Marek, Maria Gordon-Smith (1978). Chopin. A biography 1ª ed. Nova Iorque: Harper
& Row. 289 páginas. ISBN 0-06-012843-7
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Franz Liszt, George Sand. Amsterdam: Querido. ISBN 90-214-5157-3
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Michałowski; Kornel/Samson, Jim (ed. L. Macy). «Chopin, Fryderyk Franciszek». Grove Music
Online. Consultado em 31 de Outubro de 2006 (acesso mediante inscrição)
Citações no Wikiquote
Chopin Music, página e fórum dedicado à música de Chopin, incluindo gravações, músicas e
galerias de imagens. (em inglês)
Obras de Frédéric Chopin no International Music Score Library Project (em inglês)
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