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A História

dos
Sintetizadores
A história dos sintetizadores

http://www.historyofsynths.com/

Enquanto eu estava preparando a aula de hoje, encontrei este site excelente


sobre a história dos sintetizadores, e decidi que vou traduzir o site para vocês. Mas
antes de traduzir o texto deste site, vou um pouco mais distante no passado.

Vocês podem lembrar que na apostila, defini síntese sonora como “a técnica
de gerar som, utilizando hardware ou software, sem material prévio. O uso mais
comum de síntese é no âmbito musical, onde os instrumentos eletrônicos
chamados sintetizadores são usados na performance e gravação de música.”

Se eu definir um instrumento sendo diferente do outro por causa do timbre,


então, de modo geral, posso dizer que um sintetizador é um instrumento onde
posso ter acesso com sons de vários timbres, como se fosse tenho vários
instrumentos em um, com acesso a timbres variados. Nós humanos estamos
experimentando sobre questões de criar instrumentos individuais com timbres
inúmeros.

Desde o início dos tempos do nosso pensamento musical, entre 30.000 e


60.000 anos atrás, a humanidade começou criar instrumentos musicais. Os dois
instrumentos mais antigos que os antropólogos acharam são a flauta de osso (da
puma) e uma harpa com cordas de tripa esticadas sobre uma casca seca de
tartaruga. Desde então, há uma evolução constante na criação de instrumentos
musicais.

Durante este processo constante, foi inventado o órgão de cano (os primeiros
exemplos, já vemos na Grécia Antiga). Por volta do Sec. XV, surgiu o órgão de
canos com escolhas de sonoridades e timbres diferentes com um só instrumento
como tem em várias igrejas e salas de concerto:

“It was during the late 15th century that the Blockwerk was divided into
different sounds. Written contracts outlining the construction of organs specify the
number of keyboards, pipes, and 'sounds,' that is, the number of pipes able to be
activated by the pressing of one key.”

“Era durante a parte tardia do Sec. XV em que o “Blockwerk” (parte


responsável pelo som do órgão) era dividido em sons diferentes. Os contratos
escritos destacaram a construção de órgãos especificando o número de teclados,
canos e “sons” (timbres), isto é, o número de canos capazes de ser ativados em
acionar uma só tecla.” (Fonte: http://www.classichistory.net/archives/organ)

Um dos melhores exemplos no uso de timbres diferentes criados por um


órgão pode ser apreciado no seguinte vídeo, gravado na câmera da prefeitura da
cidade de Sydney, em Austrália. A peça é a famosa Tocata e Fuga em Ré menor do
Bach. Escutem tudo várias vezes para ouvir os sons diferentes no momento em
que a assistente puxa as alavancas ao redor do instrumentista.

https://youtu.be/_FXoyr_FyFw

Estes sons foram divididos nos naipes da orquestra de acordo com os sons
mais próximos ao aquele naipe (madeiras, metais e cordas). Existem alguns órgãos
que produzem sons tão realísticos que parece que tem o instrumento real tocando
(isso aconteceu comigo uma vez ao ouvir um concerto de órgão. Este órgão tinha
canos em forma de trompete virada para a parte de trás da plateia. Parecia tão real,
que pensei que o organista tinha contratado uma banda de trompete para
acompanhar a peça.). Um instrumento só tem acesso com timbres variados, ou
seja, vários instrumentos em um: o órgão era o primeiro sintetizador, e nem precisa
de energia elétrica para produzir (só precisa de muito espaço!).

Pulando para o início Sec. XX, com a invenção de eletricidade, a primeira


coisa que nós músicos fizemos foi investigar como usar essa energia para criar
novos instrumentos musicais. O site que citei no início desse relato elabora sobre
alguns destes instrumentos, e elabora dos instrumentos daquele tempo até os
tempos de hoje.

A História dos Sintetizadores


Aproveito copiar o link do site que traduzi e colocar também aqui. Em seguir,
vou colocar a tradução de cada sintetizador que o autor colocou no quadrinho. É
para entrar em cada quadro onde está escrito a palavra “play” para escutar o som
de cada instrumento! Depois vou pedir um relatório sobre o que vocês entenderam
e escutaram.

http://www.historyofsynths.com/

A tradução (obs.: às vezes vou entrar com meus próprios comentários para
adicionar alguma informação para ajudar esclarecer, pode ver isso em parênteses
com HDJ):

A História dos Sintetizadores: um


mundo vibrante de rodas de áudio
(knobs) e sons
‘Desde o início, quando sintetizadores foram primeiro inserido na música, eu
gostei da ideia que você poderia conseguir um som grande com eles, eletrônico,
mas como uma orquestra. E eu podia tocar todo ele todo, eu mesmo sozinho. Era
muito animador.’ John Carpenter

—— Antes do 1965: as raizes dos sintetizadores

Theremin (1928): Criado pelo inventor Russo, Lev Sergeyvich Termen, o


aparelho Theremin produz um som de uma pessoa cantarolando sons lindos e
misteriosos quando o operador se movimenta as mãos entre duas antenas de
metal, que causa uma reação aos movimentos físicos.

Magnetophon (1935): Primeiro demonstrado em 1935 pela empresa “German


Electronics Company AEG, o Magnetophon era o primeiro aparelho de duas rodas
de fita magnética. Estes gravadores foram utilizados para criar algumas das
primeiras formas de música eletrónica conhecido como “tape music” (música de
fita magnética, ou fita cassette).

Hammond Organ (1937): O órgão elétrico Hammond do Laurens Hammond e


John M. Hanert foi primeiro produzido em 1937. O aparelho gerou som através da
criação de uma corrente elétrico de uma roda sonora de metal perto de um
captador eletromagnético (como os que usam para amplificar a guitarra elétrica), e
depois fortalecendo o sinal com um amplificador para que o som poderia sair de
um alto falante (grande caixa de som).

RCA Mark II (1957): O RCA Mark II era o primeiro sintetizador eletrônico


programável. A máquina imponente (tamanho de uma parede grande), criada e
fabricada na Columbia University em Nova York, tinha doze oscilares (geradores de
som) e um gerador de ruído branco, entre vários outras características que
identificamos com o som moderno sintetizado.

——1965: Teoria Costa Leste e Oeste:

Moog Modular (1965): Embora muitos aparelhos vieram antes do sintetizador


modular do Robert Moog, o dele era o primeira a ser produzido comercialmente. O
dispositivo foi construído intrincadamente baseado na planta baixa com patente de
filtro de passos de escada, filtros controlados por voltagem, e osciladores
controlados por voltagem. O caminho foi aberto não somente para síntese sonora,
mas também para um mundo de exploração nas artes, tons e experimentais
eletrónicos.

Buchla (1963): Criado pelo Don Buchla, um membro do legendário Centro de


Tape Music em San Francisco, a intenção do sintetizador Buchla era oferecer
liberdade relativamente sem fim para dar forma e desenho ao usuário criar seus
próprios sons únicos.

The Minimoog: O início da criação de Pop dentro do quarto de casa

Minimoog (1970): O Minimoog era o monofónico (instrumento solo, sem


poder ter harmonias) “filho” do sistema grande do Moog. O Minimoog foi criado por
Robert Moog e Bill Hemsath. Embora são tinha uma fração das capacidades do
sistema original do Moog, o preço e tamanho foram muito mais acessíveis ao
músico aspirante.

O Preço: A proposta do Minimoog era para oferecer acesso à síntese


poderosa com um preço que um música não famoso poderia alcançar. Os sistemas
maiores do Moog Modular tinham um preço entre $4000 e $10.000 (da Profa.
Heather Dea: com o dinheiro de hoje seria muito mais), enquanto o Minimoog
custava em torno de $1500. Para muitos, o preço ainda era muito alto, mas valia a
pena juntar o dinheiro para ter acesso com o som poderoso.

Do estúdio até o teatro de concerto: A portabilidade do Minimoog foi tal que o


músico poderia levar síntese sonora com ele para qualquer lugar onde tinha um
amplificador em uma tomada elétrica. O sintetizador agora se tornou um
instrumento em que o instrumentista poderia fazer jams, concertos, e brincadeiras.
O quarto de casa se tornou um laboratório de som e experimentação.

Compositores famosos usuários do Minimoog: Sun Ra, Kraftwerk, Gary


Numan e Keith Emerson.

——O DX7 e o Synth Digital (synth sendo a


abreviação para sintetizador): afastando-se do
analógico

Fairlight CMI (1979): Os “synths” do Fairlight foram máquinas de trabalho de


sampling e gravação criado por Peter Vogel e Kim Ryrie. A série I do CMI ofereceu
ao usuário uma das primeiras configurações não-analógicas e vinha com uma
grande coleção de samples (HDJ: amostras em pequenas gravações de
instrumentos reais, sendo acústicos ou eletrónicos). Um dos samples mais famosos
foi de um cachorro latindo. O usuário poderia chamar um som armazenado no meio
da performance sem precisar o programar ou configurar na hora (HDJ: como era o
costume dos sintetizadores até então, sempre tinha que configurar o som desejado
antes da performance. O Fairlight ofereceu a possibilidade de armazenar os sons
para acessar depois).

Yamaha DX7 (1983): Feito para o músico profissional procurando expandir


seu som, o Yamaha DX7 vinha com um grande pacote de sons pré-configurados.
Embora era possível de programar sons únicos, muitos acharam o sistema
complicado e trabalhoso e ficaram usando o banco de sons pré-configurados do
instrumento.

Controvérsia: O DX7 era um dos instrumentos que mais dividiu a opinião do


usuário na história do sintetizador. Em um lado, foi razoavelmente fácil programar
um som que o usuário poderia querer, deixando mais fácil para as performances ao
vivo. No outro lado, muitos o perceberam como um sintetizador cheio de sons, mas
nenhum sendo particularmente especial ou interessante. Alguns até culpam este
sintetizador para uma transição de músicos eletrónicos escolher sons pré-
configurados, estereotípicos e baratos (HDJ: em outras palavras, desinteressantes)
em vez de formar sons criativos.

Teoria do DX7 (HDJ: antes de eu traduzir, vou mencionar que o autor dessa
matéria fez muito bem até agora, mas aqui demostra que ele não entende muito
sobre o tipo de síntese que o DX7 usou. Este tipo de síntese se chama Síntese FM,
diferente, por exemplo do Moog, que usou Síntese Subtrativo, termos que vamos
ver no decorrer do semestre. Muitas pessoas consideraram o som do DX7 faltar
humanidade, o ter uma qualidade fino ou oco): O DX7 é um dos sintetizadores que
mais vendeu até agora. É um fato interessante já que poucos usuários
programaram seus próprios sons. Embora do processo de criar instrumentos
(patches) era difícil, não era tão difícil. Mas a maioria dos usuários insistiram em
usar os sons pré-configurados. Este fato sobre o DX7 talvez revela um pouco sobre
o psiquê humano e nossa (nós humanos) falta de interesse em por tempo e energia
na criação e exploração de algo criativo e interessante em vez de re-utilizar sons
pré-existentes que só funcionam, mas não de maneira criativa.

Usuários notáveis do DX7: Talking Heads, Brian Eno, The Crystal Method e
Orbital.

——A Revolução Roland: música de discoteca

Roland TR 808 (1980): Essa máquina de bateria inteiramente analógica


acabou definindo o som da música popular moderna. O bombo legendário é a base
de hip-hop, música de discoteca e rap como é hoje. Nada seria igual depois que o
mundo acordou ao potência do Roland TR-808.

Roland TR 909 (1984): O 909 era um evento marcante para os produtores de


música tecno e house (HDJ: estilo de música tecno de discoteca). Uma das
características principais eram o sistema semi-analógico. os sons poderosos se
tornaram predominantes na música de discoteca. Além disso, era a primeira
máquina de bateria que veio habilitado com MIDI (HDJ: vamos ver MIDI com mais
detalhe depois).

Roland TB 303 (1982): A intenção original do 303 era substituir o contrabaixo


elétrico da mesma maneira que uma máquina de bateria poderia substituir um
baterista. A interface de usuário era difícil de utilizar e pararam de fabricar o
aparelho dentro de dois anos. Mas não demorou muito antes da comunidade da
música tecno o adquiriu e começou a explorar os sons estranhos e os adaptar
perfeitamente em uma nova vertente da música house e tecno. Através do 303, o
som da música acid house nasceu.

Acid Tracks: Em 1987, um grupo baseado em Chicago, Phuture, lançou uma


obra de 12 minutos chamada “Acid Tracks” (Traduzido mais ou menos como
“Faixas Ácidas”) . Acid Tracks utilizou as habilidades de ressonância do TB-303,
criando um som misterioso gritante. Este som único e diferente levou a música
tecno a um novo estilo chamado acid house. Acid house abriu os caminhos para a
música tecno se expandir em novos experimentos intrigantes e enigmáticos.

A engenhosidade do mundo experimental musical: A história do 303 é uma


de inteligência e engenhosidade. Enquanto Roland nunca pretendeu que a máquina
esteja utilizada na música das discotecas (incluso, em Japão, o país de onde vem a
marca Roland, as discotecas eram ou indesejáveis ou até proibidas), o tecno
experimental na cidade de Detroit descobriu a extensão expressiva verdadeira e as
possibilidades do 303.

Usuários notáveis: Madonna, Fatboy Slim, Orange Juice e Ice-T.

——Doepfer: uma esperança para sistemas


analógicas.

MAQ16/3 (1993): Em uma época em que sistemas analógicos pareciam uma


coisa do passado, Dieter Döpfer criou um sequenciador analógico (HDJ:
resumidamente, um sequenciador é um aparelho onde pode gravar música de uma
maneira rudimentar, vamos ver isso depois). Isso ele fez com a ajuda de músicos
legendários da música eletrónica, Kraftwerk. Os sistemas do Doepfer passaram a
influenciar a revitalização dos sistemas analógicos e eletrónicos que agora não tem
fim à vista (HDJ: já assistiram Stranger Things? Muitas músicas analógicas no
seriado).

Doepfer A-100 (1995): Döpfer criou um aparelho modular, o A-100, que


ocupou o espaço de 3 em um “rack” padronizado (já menor do que o sistema
Moog de 5 módulos de rack). Com isso, o conceito do sintetizador analógico voltou
a ter um futuro. É um futuro que permite uma criatividade sem fim, execução de
som sem fim, e mais importante, diversão sem fim.

——O Microkorg: a introdução a síntese sonora para


uma nova era

Korg Microkorg (2002): O Microkorg apresentou a uma nova geração de


jovens músicos do mundo inteiro ao conceito do sintetizador (HDJ: na época até vi
muitos brasileiros comprar, era um fenômeno!). É um sistema fácil de usar e ajustar
e armazenar sons. Isso levou muitas bandas independentes implementar o
Microkorg no som deles. Talvez podemos até afirmar que é uma das razões
principais que a geração atual tem um interesse em síntese sonora.

——O Presente: e o futuro

Sintetizadores modulares do Eurorack: Basicamente, fábricas de


sintetizadores modulares (HDJ: o que vem sem teclado ou outra superfície de
controle) estão criando máquinas onde pode programar sons, funções e efeitos
sonoros específicos. Nunca na história que tivemos tantas possibilidades
estimulantes e dinâmicas. Os synths modulares parecem a ser o som do futuro. E o
futuro soa bem original e divertido.

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