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AULA Nº 85 a 88
1723 – LEIPZIG
Responsável pela actividade musical da Igreja de S. Tomás. Fica com o lugar
de chantre, apesar de ser o 3º na lista (Telemann usou esta oferta para conseguir
aumento em Hamburgo, e Graupner não conseguiu fazer com que o patrão o
dispensasse)
Fica com o título de “chantre de S. Tomás e director musical de Leipzig”
e dá aulas 4 horas por dia às crianças – não só música como também latim – e
prepara as peças musicais para os serviços religiosos.
Compõe:
- 4 ciclos de Cantatas com cerca de 70 cantatas cada um (as Igrejas de
Leipzig requeriam 58 cantatas por ano) entre 1723 e 1729
- Cantatas profanas, às quais chama dramma per musica, são como
pequenas óperas: por exemplo, na ORATÓRIA DE NATAL usa o mesmo
tema da obra profana “Hercules auf dem Scheidewege” (Hercules na
encruzilhada), coisa não rara. No entanto nunca fazia o contrário, pois era
um “fundamentalista” religioso.
- CANTATA DO CAFÉ; CANTATA DO CAMPONÊS; FEBO E PÃ;
SCHLEICHT, SPIELENDE WELLEN (Deslizai ondas brincalhonas). Nestas
CANTATAS utilizou experimentalmente o novo estilo galante.
- MISSA EM SI MENOR
- 4 PAIXÕES: Segundo S. João e Segundo S. Mateus. Das outras duas, uma
perdeu-se, de outra só se conhece o texto)
Nasce em Halle, filho de um médico que quer que o filho estude direito.
Aluno de Zachow, grande organista. Estuda cravo, órgão e violino na
perspectiva de ampla formação como cavalheiro
Em 1702 entra em direito na Universidade de Halle, mas no ano seguinte
abandona a Universidade e vai para Hamburgo (cidade-estado muito rica).
Violinista da ópera de Hamburgo, a mais importante da Alemanha. Este lugar
ajuda-o a perceber a ópera e o método de escrita da mesma.
Conhece Mathesson, teórico musical, e vai com ele até LÜBECK ver
Buxtehude (tal como Bach)
Compõe as primeiras óperas: “Almira” e “Nero”, em 1705.
Entre 1706 e 1710 – Está em Itália. Vai para Florença a convite de Médici,
herdeiro de Florença. Passa também por Roma (Marquês Francesco Ruspoli foi o seu
patrono – oferece o lugar de músico-compositor), Nápoles e Veneza. Conhece
muitos compositores, entre os quais Corelli, Caldara, Alessandro e Domenico
Scarlatti (Domenico tem a sua idade, ficam amigos depois de participarem num
concurso para executantes de tecla) e Steffani, bem como as suas obras o que se
torna muito importante para o seu desenvolvimento musical.
Neste período compõe motetes, uma oratória, cantatas italianas e a
ópera “Agrippina” (apresentada com grande sucesso em Veneza em 1709).
Domina completamente o italiano e o estilo napolitano, mas não tanto o inglês
Em 1710 ocupa o cargo de Mestre-Capela na corte de Hannover
Queria um emprego fixo, mas vindo de todo o luxo de Itália, estar numa cidade
“provinciana” era uma derrota e em Setembro desse ano recebe um convite para ir
para Londres, aceite de imediato. Londres tem uma sociedade muito rica e
cosmopolita, com muitos teatros públicos. Lá, apresenta a ópera “Rinaldo” que
é um sucesso total e que o torna a nova coqueluche musical de Londres. Regressa
a Hannover em 1711, não muito contente, pois Londres tinha outro potencial.
Em 1712 consegue nova licença para voltar a Londres, desde que volte
“dentro de um prazo razoável”, mas uma vez lá, já não pensa em voltar.
Em 1714 Morre a Rainha de Inglaterra e o eleitor de Hannover, seu antigo patrão,
é coroado como Rei George I. Durante algum tempo, Handel não se atreveu a
aparecer na corte e terá caído de novo nas boas graças do Rei ao compor e depois
dirigir uma suite de peças para instrumentos de sopro, dedicando ao Rei durante
um passeio de barco deste ao longo do rio Tamisa. Mais tarde, estas peças foram
publicadas com o título “WATER MUSIC”, uma obra à francesa.
Entre 1713 e 1716 – Encontra-se ao serviço de Lord Burlington
Escreve e dá concertos para órgão e orquestra. Sendo ele o executante, escrevia as
partituras em estilo muito rudimentar, bastando-lhe escrever as bases, pois
ornamentava muito
Entre 1716 e 1717 passa a estar ao serviço do Duque de Chandos, um dos
homens mais ricos de Inglaterra, responsável pelas finanças do País. Dedica ao seu
patrono os “Chandos Anthems”, feitos ao modelo de Purcell. Trata o inglês como
trata o italiano, criando dificuldades de dicção, mas aos poucos começa a adaptar-
se e a aprender os truques.
Vai tendo ocasionalmente óperas em cena. Recoloca Rinaldo e outras óperas
e tem um sucesso animador
Em 1718 ajuda a fundar a ROYAL ACADEMY Of MUSIC, para apresentar
óperas ao público inglês. A Academy tem o seu período mais florescente entre
1720 e 1728, onde Handel compõe: Radamisto (1720); Ottone (1723); Giulio
Cesare (1724); Rodelinda (1725); Admeto (1727)
São contratados um castratto, Senesino e uma soprano, Francesca
Cuzzoni.
Aos poucos, os ingleses cansam-se do italiano, e o sucesso popular
“THE Beggar’s Opera”, de John Gay acentua ainda mais esse cansaço. A Royal
Academy começa a dar prejuízo e fecha portas em 1729.
Handel toma conta do teatro com a ajuda de mais um sócio, mas a
rivalidade com a Ópera da Nobreza dividiu de tal modo o povo inglês, que
acabaram por falir as duas. Até fechar completamente as portas da ACADEMY em
1741, Handel compõe as óperas:
Orlando (1733); Ariodante (1735; Alcina (1735); Xerxes (1738);
Deidamia (1741). Contudo, antes disto acontecer, já se iniciou com as Oratórias,
que têm custos mais baixos e a temática religiosa bem como o facto de serem
compostas em inglês agradava muito mais ao público, pois compreendiam tudo.
Compõe:
Esther (1732); Alexander’s Feast (1736); Saul (1739); Israel in
Egypt (1739).
O dinheiro que faz com estas Oratórias perde com a Ópera. Assim, quando a
ROYAL ACADEMY declara falência, dedica-se exclusivamente a este estilo, começando
com MESSIAH (1741), feita a convite da cidade de DUBLIN e seguindo com Semele
(1744); Hercules (1745); Solomon (1749); Jephta (1752).
As Oratórias são um sucesso. Para além de terem os custos muito mais baixos
que a Ópera, havia um público burguês em grande número que já se cansara do
italiano.
Depois de uma carreira com tanto sucesso em Inglaterra, Handel angliciza o
seu nome como sinal de reconhecimento para com o país. Morre em 1759 como
herói nacional.
____________________________________________Oratória em Handel
A inovação mais importante que introduziu na Oratória foi o coro. Tinha árias
solísticas e de coloratura como na ópera. No Messias, por exemplo, utiliza o velho
truque de coloratura: ascendente quando a palavra sugere altura; descendente
quando a palavra sugere descida.
As Oratórias são fundamentalmente religiosas e corais: Israel in Egypt
(1739), Messiah (1741), mas tem também Oratórias com temas mitológicos com
intuito moralizante - Semele (1744) e Hercules (1745) e outras alegóricas –
Alexander’s Feast (1736)