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MOVIMENTO TROPICALISTA

· origem do termo

O termo Tropicália nasce como nome da obra de Hélio Oiticica (1937 - 1980) exposta
na mostra Nova Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro (MAM/RJ), em abril de 1967. Nessa obra, o uso de signos e imagens
convencionalmente associados ao Brasil não tem como objetivo figurar uma dada
realidade nacional, mas, nos termos do artista, objetivar uma imagem brasileira pela
"devoração" dos símbolos da cultura brasileira. A idéia da "devoração", nada casual,
remete diretamente à retomada da antropofagia e ao modernismo em sua vertente
oswaldiana, da qual se beneficia a obra de Hélio Oiticica.

A Tropicália - seu projeto e realização - encontra eco em outras manifestações


artísticas do período, como no cinema, no teatro do Grupo Oficina e na nova música
popular. Guardadas as diferenças existentes entre as diversas artes e a variada
produção abrigada sob o rótulo, as produções tropicalistas compartilham o
experimentalismo característico das vanguardas com o tom de crítica social.

· marco inicial

Após o declínio da Bossa Nova, o novo movimento que surge, a MPB, foi necessário
para que um conjunto de artistas, denominados "Tropicalistas", se reunissem com
objetivos de libertação e mudanças no panorama cultural brasileiro.

O início do Tropicalismo deu-se no III Festival de Música Popular Brasileira da TV


Record em 1967, com destaque para as apresentações de Caetano, com a música
"Alegria, alegria" e de Gilberto Gil com "Domingo no Parque". Após dois anos, o
movimento terminariacom a prisão de Gilberto Gil e Caetano Veloso em 1968 pela
Ditadura Militar. Em 1969, Caetano partiu para o exílio marcando definitivamente o fim
do movimento.

· características

Caracterizado como um movimento libertário e revolucionário, ele buscava se afastar


um pouco do intelectualismo da Bossa Nova, a fim de aproximar a música brasileira
dos aspectos da cultura popular, do samba, do pop, do rock, da psicodelia.

Teve grande influência do movimento concretista na literatura, cuja herança de


inovações técnicas e linguísticas compôs o movimento. Além disso, o movimento
apostou na presença do som melódico das guitarras em suas canções e de letras com
descrições espaciais, progressão sequencial e outros recursos que dessem ideia de
movimento, o que as aproximava de narrativas cinematogáficas.

· principais artistas

1. Caetano Veloso
Caetano Veloso (1942) foi um dos criadores do Movimento Tropicalista no Brasil,
quando se apresentou no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV
Record, quando cantou “Alegria, Alegria”, uma canção que recorda a liberdade
vivenciada pelos brasileiros antes da Ditadura Militar.

2. Gilberto Gil
Assim como Caetano Veloso, Gilberto Gil também foi um dos precursores do
Movimento Tropicalista, quando cantou, em 1967, a música “Domingo no
Parque”, a qual ficou em 2.º lugar no III FMPB.

3. Os Mutantes
Esta banda paulista foi formada inicialmente em 1966 pelo baixista, pianista,
cantor e compositor Arnaldo Baptista (1948); por seu irmão, o guitarrista,
violonista e compositor Sérgio Dias (1951); e pela cantora e compositora Rita
Lee Jones (1947). Após os nomes The Wooden Faces e O Conjunto, a banda foi
finalmente batizada de Mutantes (1966).
O envolvimento dos Mutantes com o Tropicalismo veio no ano seguinte de seu
batismo, a partir de um convite para acompanhar Gilberto Gil na apresentação
de sua canção “Domingo no parque”, no III Festival de MPB da TV Record, em
1967. A verve, a guitarra e o baixo elétrico dos mutantes, somados aos arranjos
inventivos do maestro Rogério Duprat, tornaram-se a síntese sonora do
Tropicalismo.
Ao aderir ao Tropicalismo, o conjunto tornou-se o grande nome do rock de
vanguarda da música brasileira dos anos 60. Entre as principais contribuições do
grupo, tem-se sua participação no disco coletivo Panis et Circensis, cuja
principal canção discute o desejo e o fracasso dos artistas da época em
transformar a realidade política do país.

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