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MPB - Música Popular Brasileira

A Música Popular Brasileira, conhecida como MPB, surgiu durante a


Ditadura Militar no Brasil, na década de 60, como uma nova opção de estilo
musical, que procedeu a Bossa Nova. Foi com o declínio da Bossa Nova que a
MPB apareceu com novos compositores e intérpretes, além de um novo ritmo
que não se pode colocar dentro do samba, nem da bossa nova, mas pode ser
caracterizada como uma mistura desses ritmos e outros que são destaque no
cenário nacional. Isso marca o gênero como repleto de suavidade e regionalismo.

Os festivais de música (que eram grande sucesso nas televisões) foram os


responsáveis por impulsionar a MPB. Nesse momento, surgiram artistas como
Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque, Edu Lobo, entre outros. A
MPB ficou conhecida no país como “a música da universidade”, por ter o seu
maior público entre intelectuais e estudantes. Um dos marcos do início do
sucesso da MPB foi a interpretação de “Arrastão” (música de Vinicius de Moraes
e Edu Lobo) por Elis Regina, no I Festival de Música Popular Brasileira, da TV
Excelsior, em 1965. “Disparada”, de Geraldo Vandré e “A banda”, de Chico
Buarque, também são consideradas músicas essenciais nesse processo de
transição da Bossa Nova para a MPB.

A Ditadura Militar teve início no Brasil em 1964, com forte campanha


anticomunista. Com o Ato Institucional n° 5, alguns direitos importantes foram
retirados da população, como a possibilidade de se manifestar politicamente. Foi
criada na época a DCDP, Divisão de Censura de Diversões Públicas, por onde
passavam qualquer produção cultural realizada no país.  Assim, quando um
artista criava uma música, por exemplo, era necessário ser aprovada pelo regime.
Se fosse aprovada, estava liberada para ser exposta ao público nos meios de
comunicação, caso não fosse aprovada, aquela produção se torna proibida de ser
executada nos meios de comunicação. Os artistas, para falarem da atual situação
do país, precisavam usar metáforas. Dessa forma, mascaram o real significado de
algumas letras, já que as palavras criavam ambiguidade e passavam pelos
militares. “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil e “Viola enluarada”, de
Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, são exemplos de grandes músicas da época,
que utilizaram muito o método de camuflar seus reais sentidos e criticar o
Estado. 

Os artistas que pertenciam à Música Popular Brasileira, completamente


indignados com a situação do país, passaram a expor nas suas composições a
revolta que sentiam. Foi a partir daí que surgiram outros movimentos dentro da
MPB, como o “Tropicalismo”. Artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os
Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, entre outros, clamavam em suas músicas por
liberdade, o que chamava ainda mais atenção dos militares, uma vez que a
música tem o poder de despertar o público.

Por conta disso, artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico
Buarque tiveram que sair do país e viver exilados no exterior, devido aos riscos
que corriam no seu próprio país. Inclusive, durante esse período de Ditadura
Militar, a música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré,
virou hino contra esse regime político.

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