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Trabalho de Artes – MPB

Alunos: Kelly Naiara, Ana Lilhia, Maria Clara, Lara Mina e Edson Sousa

A Música popular brasileira, conhecida como MPB, surgiu durante a Ditadura Militar no Brasil,
na década de 60, como uma nova opção de estilo musical, que procedeu a Bossa Nova. A MPB
reflete a reunião de ritmos e movimentos musicais já presentes no país, apresentando um
novo conceito de música nacional. 

Repleta de ritmo, criatividade e cheia de sonoridade, a música brasileira é uma das mais
conhecidas no exterior. Estilos consagrados como a bossa nova e o samba estão hoje unidos e
misturados com outros gêneros que também têm grande destaque, como o axé e o sertanejo.

História da MPB
Logo depois do sucesso da Bossa Nova, a Música Popular Brasileira apareceu no cenário musical
brasileiro. Ela chegou sendo vista pelos artistas como uma nova alternativa para a música brasileira,
um conceito novo de música nacional, que, apesar de inovador, seria baseado em estilos tradicionais
desse cenário.

Mesmo com o nome do gênero dando um sentido bem amplo, a MPB não é qualquer música
brasileira presente no Brasil e sim um estilo musical, sendo, portanto, diferente do rock, do pop e do
reggae, por exemplo.

O termo já era utilizado desde o século XX, mesmo sem fazer referência a grupos musicais ou
artistas específicos. Ele só apareceu como referência a um gênero específico da música alguns anos
depois, quando aconteceu o declínio da Bossa Nova que, até então, era o principal gênero da música
brasileira naquela época. 

A MPB apareceu com novos compositores e intérpretes, além de um novo ritmo. Não se pode
colocar dentro do samba, nem da bossa nova, mas pode ser caracterizada como uma mistura desses
ritmos e outros que são destaque no cenário nacional. Isso marca o gênero como repleto de
suavidade e regionalismo.

Os festivais de música, que eram grande sucesso nas televisões, foram os responsáveis por
impulsionar a MPB. Nesse momento, surgiram artistas como Elis Regina, Milton Nascimento, Chico
Buarque, Edu Lobo, entre outros. A MPB ficou conhecida no país como “a música da universidade”,
por ter o seu maior público entre intelectuais e estudantes. 

Um dos marcos do início do sucesso da MPB foi a interpretação de “Arrastão”, música de Vinicius
de Moraes e Edu Lobo, por Elis Regina, no I Festival de Música Popular Brasileira, da TV
Excelsior, em 1965. “Disparada”, de Geraldo Vandré e “A banda”, de Chico Buarque, também são
consideradas músicas essenciais nesse processo de transição da Bossa Nova para a MPB.

A ditadura

A Ditadura Militar teve início no Brasil em 1964, com forte campanha anticomunista. Com o Ato
Institucional n° 5, alguns direitos importantes foram retirados da população, como a possibilidade de
se manifestar politicamente. Foi criada na época a DCDP, Divisão de Censura de Diversões
Públicas, por onde passavam qualquer produção cultural realizada no país.
Assim, quando um artista criava uma música, por exemplo, era necessário ser aprovada pelo regime.
Se fosse aprovada, estava liberada para ser exposta ao público nos meios de comunicação, caso não
fosse aprovada, aquela produção se torna proibida de ser executada nos meios de comunicação.

Os artistas, para falarem da atual situação do país, precisavam usar metáforas. Dessa forma,
mascaram o real significado de algumas letras, já que as palavras criavam ambiguidade e passavam
pelos militares. “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil e “Viola enluarada”, de Marcos Valle e
Paulo Sérgio Valle, são exemplos de grandes músicas da época, que utilizaram muito o método de
camuflar seus reais sentidos e criticar o Estado.

Qualquer manifestação que fosse contra o governo vigente era considerada subversiva e sujeita a
punições. Além da censura enfrentada pelos artistas e pela população em geral, as pessoas eram
submetidas à tortura, prisão, exílio e até a morte. Em nome do que eles chamavam de “ordem
nacional”, muitas pessoas foram perseguidas no país.

Os artistas que pertenciam à Música Popular Brasileira, completamente indignados com a situação
do país, passaram a expor nas suas composições a revolta que sentiam.

Foi a partir daí que surgiram outros movimentos dentro da MPB, como o “Tropicalismo”. Artistas
como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, entre outros, clamavam em
suas músicas por liberdade, o que chamava ainda mais atenção dos militares, uma vez que a música
tem o poder de despertar o público.

Por conta disso, artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque tiveram que sair do
país e viver exilados no exterior, devido aos riscos que corriam no seu próprio país. Inclusive,
durante esse período de Ditadura Militar, a música “Pra não dizer que não falei das flores”, de
Geraldo Vandré, virou hino contra esse regime político.

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