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PROFESSORA: VANESSA LEÃO DISCIPLINA: ARTE

ALUNO(A): ANO/TURMA: 1° A X B X C X D X E X
TIPO DE APOSTILA PARA SER DEVOLVIDA A ESCOLA? DATA:
EXPLICATIVA X QUESTIONÁRIO AVALIATIVA SIM NÃO X 28/10/2021
CONTEÚDO: MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

MPB: A HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

A história da MPB se entrelaça com a história do próprio Brasil de muitas maneiras, já que se trata não
somente de um movimento artístico e cultural, mas também social e político. O gênero veio como uma resposta para o fim
da Bossa Nova no Brasil e trouxe uma renovação musical gigantesca para o país, revelando nomes de grande peso e
importância até hoje, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Elis Regina e tantos
outros nomes.

Quer conhecer mais sobre a história da Música Popular Brasileira? Então dá uma lida no texto especial que
eu fiz sobre o assunto a seguir!

O QUE É MPB (MÚSICA POPULAR BRASILEIRA)?

A MPB, ou Música Popular Brasileira, é um gênero musical que surgiu no Brasil na década de 1960, na cidade
do Rio de Janeiro, com a segunda geração da Bossa Nova. O estilo musical é uma fusão de dois movimentos musicais
que até então eram divergentes, a Bossa Nova e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União
Nacional dos Estudantes, a UNE.

Enquanto aqueles mais alinhados à Bossa Nova defendiam a sofisticação musical, os estudantes defendiam
uma fidelidade à música de raiz brasileira. Especialmente a partir do golpe militar de 1964, os interesses dos dois grupos
começaram a se alinhar e eles se tornaram uma frente ampla cultural contra o regime militar, adotando a sigla MPB na
sua bandeira de luta política e cultural.

HISTÓRIA DA MPB: COMO E QUANDO SURGIU?

A MPB surgiu em um momento de declínio da Bossa Nova, que foi um gênero renovador da música brasileira
da segunda metade da década de 1950, que, fortemente influenciado pelo jazz norte-americano, deu uma nova roupagem
ao samba tradicional.

Entretanto, com o começo dos anos 1960, a Bossa Nova começou a passar por algumas transformações,
acabando na metade da mesma década. Buscando uma nova identidade musical, o estilo que hoje conhecemos como
MPB era chamado de Música Popular Moderna, ou MPM.

O nome veio para identificar canções populares que já se diferenciavam da Bossa Nova, que não eram
exatamente samba, nem moda ou marchinha, mas que aproveitavam a suavidade do repertório da Bossa Nova e o carisma
das tradições regionais e, ao mesmo tempo, de canções norte-americanas, que vinham se tornando populares no Brasil
graças ao cinema.

A canção “Arrastão”, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, interpretada por Elis Regina em 1965, é
frequentemente associada ao início da MPB, pois ela não poderia ser enquadrada exatamente como Bossa Nova. Outros
exemplos são as canções “Pedro Pedreiro” e “A Banda” de Chico Buarque, e “Disparada”, de Geraldo Vandré, que são
até hoje consideradas um marco da ruptura e da “mutação” da Bossa Nova para a MPB.

Um elemento bem característico da MPB é a presença de uma crítica velada à injustiça social e à repressão
governamental, muitas vezes baseadas em uma oposição de cunho progressista à cena política caracterizada pela
ditadura militar. Por esse motivo, tanto os artistas quanto o público da MPB foram ligados, em grande medida, a estudantes
e intelectuais do país, fazendo com que, mais tarde, a MPB ficasse conhecida como sendo a “música das universidades”.

Depois disso, a MPB começou a abranger outras misturas de ritmos, como o rock, soul, funk e o samba, que
deu origem a outros estilos, como o samba-rock e o samba-funk. Além disso, a música pop também passou a se enquadrar
dentro da MPB, tendo como representantes artistas famosos como Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Roberto Carlos, Raul Seixas
Maria Bethânia, Rita Lee, Gal Costa, Chico Buarque e bandas como o MPB 4, os Novos Baianos e Os Mutantes.

No final da década de 1990, a mistura da música latina influenciada pelo reggae e pelo samba deu origem ao
samba-reggae, além de outras fusões, como o axé music e o manguebeat.

VERTENTES DA MPB

A MPB foi tão influente desde o seu surgimento que podemos dizer que dois movimentos muito famosos e
importantes para a história da música brasileira foram diretamente influenciados pelo surgimento e popularização da MPB.
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São eles a Tropicália e a Jovem Guarda. Confira um pouco mais sobre esses dois movimentos a seguir:

JOVEM GUARDA

Uma das principais vertentes da MPB nos anos 1960 com certeza foi a Jovem Guarda, que consagrou nomes
como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.

Esse movimento seguiu um caminho bem diferente da MPB, adotando um estilo mais voltado para o rock,
com guitarra elétrica, ritmos dançantes fortemente influenciados pela música que vinha do exterior e com temas mais
“superficiais”.

Por esse motivo, até hoje existe uma discussão ferrenha entre os especialistas se a Jovem Guarda é ou não
é MPB.

De qual lado você está nessa polêmica: é ou não MPB? Eu, particularmente, penso que é MPB, sim.

Isso porque, apesar dos temas serem supostamente mais “superficiais”, eles ainda falam bastante da
realidade dos jovens da época e são músicas bem localizadas, que apesar de se aproveitarem de ritmos do exterior, são
autenticamente brasileiras.

Exemplos disso são as canções “É Proibido Fumar”, de Roberto Carlos, e “Anarquia”, de Ronnie Von, que
tem um tom de rebeldia e ironia bem grande.

Outro exemplo, embora tenha vindo mais tarde, nos anos 1980, é “Pega na Mentira”, de Erasmo Carlos, que
apesar de ser um rock mais puxado para o pop, ainda fala de maneira bem irônica e debochada sobre a realidade e sobre
as contradições do Brasil.

TROPICÁLIA

Já a Tropicália pode ser descrita, de certa forma, como o lado oposto da Jovem Guarda.

Enquanto a Jovem Guarda se aproveitava dos ritmos do exterior para fazer canções com muito apelo popular
e até mesmo fazer versões brasileiras de músicas em inglês, a Tropicália tentava buscar misturar esses elementos do
exterior para criar uma identidade musical nacional.

Contudo, diferentemente do que o movimento da MPB fazia, o tropicalismo era mais descontraído, sem o tom
sério de crítica direta.

As músicas do movimento são muito marcadas pela presença de trocadilhos, ironias e figuras de linguagem
que se aliavam a uma sonoridade mais experimental e que misturava ritmos autenticamente brasileiros com elementos
mais “seculares”, como a guitarra elétrica.

Exemplos clássicos do que estou falando são as músicas “Tropicália” e “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso,
e “Panis Et Circensis” ou “2001 (Dois Mil e Um)” de Os Mutantes.

A IMPORTÂNCIA DA MPB PARA O BRASIL

Além de contribuir para a cultura do país, a Música Popular Brasileira também teve uma importância muito
grande para a criação e manutenção de diversos movimentos sociais. Por esse motivo, além de um movimento artístico e
cultural, a MPB também pode ser classificada como um movimento político e social.

Especialmente durante o regime militar, a MPB foi uma peça essencial na luta contra a censura e na busca
do resgate das raízes culturais brasileiras, fazendo com que a história desse gênero musical se misturasse com a própria
história do Brasil.

Para entender o tamanho dessa importância, basta que a gente se lembre de músicas como “Apesar de Você”
ou “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil, que combatiam a censura de uma maneira elegante e que passava quase
despercebida pelos censores da época.

Outro exemplo clássico é a canção “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, que foi um
verdadeiro hino no combate à repressão.

Isso pra não falar em “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento, que teve um papel muito importante durante a
campanha das Diretas Já, no período de 1983 até 1985.

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