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Programa de Pós Graduação SOBE

Mestrado Educação Especial Inclusiva

MÓDULO-1

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Profª. Amanda Batista


MÓDULO 1

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ACTIVIDADE AVALIATIVA N 1

Principais Conceitos da Educação Inclusiva:

- Relacionamento com o Ensino Actual

ESTUDANTE: SILVA FINA JOB

HUÍLA-ANGOLA

11/01/2023
INTRODUÇÃO

A escola contemporânea foi planejada para atender um determinado perfil de aluno,


entretanto, hoje, temos estudantes bastante diversificados. Tal demanda exige da escola
uma reformulação e inovação em todo o seu sistema, com estratégias de ensino,
possibilite atender a todos os indivíduos.

A eduucação inclusiva traz consigo uma mudança de valores da educação tradicional,


o que implica desenvolver novas políticas e reestruturação da educação, para garantir o
acesso e a permanência de todos na escola, incluindo os alunos com deficiências, e
transformar nossas escolas excludente, discriminadora, numa escola inclusiva.
Sabe-se que não é uma tarefa fácil para as escolas, e muito menos para os professores;
mas, as experiências de muitos têm demonstrado que é possível e gratificante trabalhar
em salas de aula com diversidade e, também, implementar uma educação inclusiva,
enfrentar desafios com a participação daqueles que se comprometem com a educação,
pois a inclusão é a responsabilidade de todos.

O presente trabalho, traz uma abordagem, com o apoio do módulo -1, (Fundamentos da
Educação Inclusiva), dos Principais conceitos da educação inclusiva, e relacionamento
com o ensino actual e da fundamentação teórica, para uma análise, compreensão e
tratamento, contribuindo significativamente e alcansando os objectivos preconizados,
neste trabalho.
PRINCIPAIS CONCEITOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Falar da inclusão é sempre desafiador, pois, para muitos, ainda é um campo
desconhecido; mas para compreender o discurso actual da inclusão e seus aspectos, é
preciso voltar ao tempo para compreender o processo histórico da Pessoa com
Deficiência.

“O princípio fundamental das escolas inclusivas, consiste em todos os alunos


aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das
diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades
diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de
modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados,
de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos
e de uma cooperação com as respectivas comunidades”. Este princípio vem expresso
na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994, p. 21).

Não apenas fazer parte, mas participar activamente em todos os desafios sociais,
melhoria educativa e social, numa relação de interdependência que marcará sempre a
razão de ser da Escola. Todos alunos são especiais na individualidade que os diferencia.
Vencer os desafios da inclusão e construir o futuro, caminhar sempre, é mais um passo
além no caminho. Assim, quando se fala da Educação Inclusiva, torna perceptível que,
incluir é um conceito que se refere, não apenas a diferênça ou a desvantagem, mas sim,
um conceito que faz referência a todos nós que partilhamos espaços comuns de
existência, na comunidade, em casa, na escola e em sala de aula.

Os pais, professores, pessoal auxiliar, alunos, famílias, responsáveis pela organização


e gestão, decisores políticos, parceiros sociais, ... constituem um núcleo fundamental
na formação e orientação da prática de uma Educação Inclusiva, remetendo para os
professores, um papel de educadores e para as cominudades educativas.
Os vários profissionais, estudiosos da Educação Inclusiva, têm emitido suas opiniões e
concepções sobre a educação inclusiva que servem de base para análisar e compreender
o processo de inclusão em nosso contexto de actuação. Assim, descreve-se abaixo,
alguns dos principais conceitos da Educação Inclusiva:

 Nas ideias de Stainback (1999), a educação inclusiva é a prática da inclusão


escolar de todos os alunos, independentemente de seu talento, deficiência,
origem socioeconômica ou origem cultural onde todos possam se apropriar de
todos os benefícios que a escola pode oferecer. A inclusão é um valor. Ela é o
que fazemos com todas as crianças. Ela é o que desejamos para nós mesmos.
Nesse modelo de educação, todos os alunos têm o direito à mesma preparação
para a vida na comunidade.

 Segundo Sanches, (2001), a escola inclusiva é um espaço de igualdade e de


oportunidades de todas as crianças e de jovens, de todas as condições físicas,
sociais e outras. Sejam eles de diferentes raças ou credos, etnias ou culturas,
ricos ou pobres, com ou sem deficiência e outras, onde a qualidade e o sucesso
de ensino seja igual para todos.

 De acordo com Lima (2006), a educação inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis, [...] dentro e fora da escola (BRASIL 2007, p. 1).

 Segundo Mitler (2003), a educação inclusiva se baseia num sistema de valores


que faz com que todos os alunos se sintam bem vindos à escola e esta celebra a
diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem
de origem, o nível de aquisição educacional e cultural, ou a deficiência. Esse
modelo de inclusão, porém, implica em uma reforma radical nas escolas em
termos de currículo, avaliação, pedagogia e agrupamento dos alunos nas
atividades de sala de aula. Implica, também, no preparo apropriado dos
professores mediante uma formação de uma educação e desenvolvimento
profissional contínuo durante a vida profissional.

 Para Nascimento (2014, pag.18), as Pessoas com Deficiência, até então, sendo
educadas em instituições especializadas, deveriam ser reinseridas na
comunidade. Esta época foi marcada por importantes mudanças na educação
especial, e por consequência de mobilizações dos pais de crianças com
Deficiência, que queriam espaços nas escolas regulares para seus filhos,
resultando no direito à educação pública gratuita para todas as crianças com
Deficiência.

 De acordo com Guimarães (2003), a inclusão escolar que funciona se baseia na


ideia de que incluir é mais do que criar condições para os deficientes, é um
desafio que implica em mudança da escola como um todo, partindo do projeto
pedagógico, à postura do professor diante dos alunos. Na educação inclusiva
não se espera que o aluno com deficiência se integre à escola, mas que esta se
transforme de maneira a possibilitar a inserção total dele.

 Lopes & Sil, (2005, p.2985), a inclusão é “a promoção de uma igualdade, de


oportunidades, de acesso e de sucesso, com a participação de todos e o respeito
pela diversidade individual e cultural dos alunos, através da inclusão na escola,
bem como da inclusão da escola no meio local, que permitirá uma intervenção
integrada, no sentido da elevação do nível educativo da população.”
 De acordo com MAURA, FIGUEREDO e AMARAL, (2018), definem a
Educação Inclusiva como aquela que garante o atendimento à diversidade
humana, capaz de promover uma educação de alta qualidade a todas as crianças;
garantindo-lhe a igualdade de oportunidade, o acesso, a participação,
aprendizagem e o convívio num ambiente escolar e comum para todos.

Os conceitos analisados até agora, monstram as posições teórico- metodológicas


assumidas por governos e políticas educacionais a nível mundial, mas coincidem em
afirmar que para que a inclusão educativa seja efetivada deve haver uma mudança de
paradigmas e modos de ação onde sejam valorizadas as diferenças, bem como os
direitos de igualdade para todos.

No contexto angolano a inclusão educativa ainda não é uma realidade pois se apresenta
um cenário marcado por diferentes culturas e línguas, escolas sem condições básicas
para desenvolver o processo docente educativo em geral e o processo de ensino
aprendizagem em particular; criançcas que não têm acesso à educação básica: falta de
preparação, insegurança, negação e inesperiência dos professores. Essa situação
evidencia que, falta um longo caminho para incorporar todos os requisitos que se
precisam para converter as nossas escolas em inclusivas; mas há tentativas de avanços
nessa direção. Um exemplo o constitui a criação dos Gabinetes de Apoio
Psicopiedagógico (GAPs) nas escolas que são espaços multifuncionais de atendimento
a todos os alunos com necessidades educativas ou não para que tenham as mesmas
oportunidades de sucesso, se promova a equidade de aprendizagem e se garanta a sua
inclusão escolar.
CONCLUSÃO
Os ambientes inclusivos propiciam a integração social, o que afeta diretamente, através
dos colegas. O desenvolvimento de potencialidades torna-se evidente e o contexto mais
produtivo, pois há promoção de habilidade e de interação social. A luta pela inclusão
acontece no dia a dia, enxergando o nosso próximo com respeito, independentemente
do tipo e nível de deficiência.

Para uma sociedade efetivamente democrática, na qual todos tenham uma vida decente,
é preciso fazer da inclusão escolar uma realidade. A democracia não pressupõe atender
a maioria da sociedade, mas garantir o direito de todos. Uma sociedade só é democrática
quando cada um de nós também for democrático. (NASCIMENTO, 2014, p. 45).

A sociedade inclusiva é, sim, possível, e sem dúvida; será uma sociedade melhor, não
apenas para as pessoas com deficiências ou deficiências significativas, precaria ou
marginalmente incluídas; mas será uma sociedade melhor, mais digna, para todos nós.
Grande é a possibilidade da inclusão, pois que, ainda há um longo percurso pela frente
para que, ela seja plena; basta olhar ao nosso redor, que logo veremos um grande
caminho para construirmos uma sociedade inclusiva.

Em suma, basta que haja o empenho dos (pais, professores, pessoal auxiliar, alunos,
famílias, responsáveis pelas organização e gestão, decisores políticos, parceiros sociais,
...), e acontecer a inclusão de todos os indivíduos, podemos dizer que avançamos muito
na mudança de mentalidade da sociedade. Não é uma tarefa simples, mas é possível.
Prossigamos e defendamos a causa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Declaração de Salamanca e enquadramento da ação. (1994)


Paulo.

NASCIMENTO. L. B. P. A importância da inclusão escolar desde a educação infantil.


2014. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia). Departamento de Educação
– Faculdade Formação de Professores. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2014.

LIMA, P. A. Educação Inclusiva e Igualdade Social. São Paulo: Avercamp, 2006.

STAINBACK, S; Stainback, W. Inclusão. (1999). Um guia para educadores. Porto


Alegre: Artmed.

BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: SEESP/MEC, 2007.

MITLER, P. (2003). Educação Inclusiva. Contextos sociais. Porto Alegre: Artmed.

GUIMARÃES, A. (2003). Inclusão que funciona. Nova Escola. Abril. n. 165. set. São

LÓPEZ, R. (2012). Actualidad sobre la atención a la diversidad humana en la


educación. En: La diversidad humana: textos educativos para la reflexión y el debate
profesional. (pág. 24). La Habana, Cuba: Pueblo y Educación.

MAURA, A. F; FIGUEIRA, C. ; AMARAL, J. P. e MATIAS, N. (2018). Manual De


Educacao Especial para Professores do Ensino Primário. Ministério da Educacao –
República de Angola.

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