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Como saber se a câmera do celular é boa?

MP, abertura e mais números para

escolher a melhor

Entenda especificações como abertura de lente, tamanho de sensor, resolução em


megapixels e tipos de objetivas para escolher uma boa câmera de celular

Megapixels, zoom óptico e abertura de lente são números que influenciam


diretamente a qualidade de uma câmera de celular. Mas é preciso saber interpretá-los:
nem sempre maior é melhor. Entenda, a seguir, as principais especificações técnicas
que te ajudarão a escolher o melhor smartphone pela qualidade da foto.
ÍNDICE
• De quantos megapixels eu preciso?
• Quanto maior o sensor de imagem, melhor?
• Por que os celulares têm mais de uma câmera?
• Qual a diferença entre zoom óptico e digital?
• O que é abertura de lente? Entendendo o número f/
• Qual a diferença entre estabilização de imagem digital, óptica e no sensor?
• Para que serve o processador de imagem?
• Então não é melhor comprar uma câmera profissional em vez de um celular?
De quantos megapixels eu preciso?
Uma câmera de 10 megapixels é suficiente para a maioria das pessoas. Apesar de ser
muito divulgada pelas fabricantes, essa especificação tem pouco impacto na
qualidade da imagem e não é uma limitação tecnológica atualmente, já que mesmo
celulares básicos podem trazer câmeras de 50 MP ou mais.
O megapixel define apenas a resolução de uma foto capturada pelo sensor, sendo que
1 milhão de pixels equivalem a 1 MP. O Instagram, por exemplo, exibe apenas fotos
de até 1080×1350 pixels, ou seja, menos de 1,5 MP. Por isso, ainda que sua câmera
tenha 10 MP, as fotos serão reduzidas no momento do compartilhamento.
Poucos megapixels são necessários para aplicações específicas. Uma foto de 12 MP
com boa qualidade pode até ser impressa em um papel grande, de 36×24 cm. Já um
vídeo em 4K necessita apenas de um sensor capaz de filmar em 3840×2160 pixels, ou
seja, 8,3 MP.
Sensores de alta resolução, como 64, 108 ou 200 megapixels, podem capturar mais
detalhes ou permitir impressões em tamanhos maiores. Além disso, certos aparelhos
possuem a tecnologia pixel binning, que combina informações de múltiplos pixels
adjacentes em um único pixel, melhorando a definição em condições de baixa luz.
No entanto, nível de ruído, nitidez da lente e sensibilidade à luz são fatores tão
importantes quanto a resolução, e não são mensurados pela quantidade de MP.
Portanto, o número de megapixels é só o começo. E talvez o menos importante na sua
pesquisa.

Quanto maior o sensor de imagem, melhor?


Geralmente sim. O sensor de imagem é responsável por capturar a luz que vem da
lente. Se a área do sensor de imagem é maior, ele pode teoricamente capturar mais
luz, o que resulta em imagens mais detalhadas e melhora o desempenho da câmera
em fotos noturnas e condições de baixa iluminação.
O tamanho do sensor é expresso em uma fração de polegadas na ficha técnica do
aparelho, com números como 1/3, 1/2,3 ou 1/1,5. Note que estamos falando de
frações de números menores que 1, logo, quanto menor o segundo número, maior
será o tamanho.
Celulares mais simples costumam ter sensores com tamanhos próximos de 1/3
polegada, enquanto os mais caros podem chegar a 1/1,5, 1/1,3 ou até 1 polegada.
Vale lembrar que os smartphones podem ter múltiplos sensores e nem todos eles
servem para capturar uma foto, caso dos sensores de profundidade e do LiDAR.

Por que os celulares têm mais de uma câmera?


Um celular com três, quatro ou mais lentes tende a ser mais versátil que um celular
com uma única lente. Isso porque as outras câmeras podem tirar fotos com um
aspecto diferente (de objetos distantes ou muito próximos) ou melhorar o
desempenho da câmera principal (por exemplo, medindo a profundidade para
desfocar o fundo).

Os principais tipos de lentes e sensores de câmeras nos celulares são:


• Lente ultrawide: tem campo de visão muito amplo e permite capturar imagens
panorâmicas ou fotografar em espaços apertados onde é difícil se afastar da cena;
• Lente macro: projetada para tirar fotos extremamente detalhadas de objetos muito
próximos, como insetos, flores e gotas de água;

• Lente teleobjetiva (ou telefoto): captura objetos distantes, oferecendo capacidade de


zoom óptico sem perda significativa de qualidade;

• Lente periscópio: usa um sistema de espelhos paralelos ao corpo do aparelho para


refletir a luz para o sensor, permitindo maior zoom óptico que as teleobjetivas
simples sem aumentar muito a espessura do celular;

• Sensor de profundidade, ToF (Time-of-Flight) ou LiDAR: calcula a distância


entre a câmera e diferentes objetos na cena, melhorando a precisão do efeito bokeh e
a detecção de rostos em fotos no modo retrato;

Vale ressaltar que alguns smartphones podem combinar funções em uma mesma
lente, como o Galaxy S23 Ultra, que utiliza uma lente telefoto para fazer fotos macro.

Qual a diferença entre zoom óptico e digital?


O zoom óptico usa as lentes da câmera para se aproximar de uma cena, enquanto o
zoom digital é uma ampliação de imagem via software. A especificação a ser
observada por quem pretende tirar fotos de objetos distantes é o zoom óptico.
No zoom óptico, o número que acompanha o “x” representa, em vezes, quanto a
maior distância focal é maior que a da câmera principal do celular.
Tome como exemplo um celular cuja lente principal seja de 18 mm. Se a lente
telefoto ou periscópica tiver uma distância focal de 54 mm, o zoom óptico é 3x. Isso
significa que um objeto ficará três vezes “mais próximo” da câmera quando você tirar
uma foto com o máximo de zoom óptico.
Já o zoom digital consiste em ampliar e recortar digitalmente uma imagem, da mesma
forma que você faria no Photoshop ou outro editor. Ele é pouco interessante porque
reduz a qualidade a foto. Além disso, qualquer foto pode ser ampliada infinitamente,
logo, a capacidade de zoom digital não tem relevância na escolha da câmera.

O que é o zoom híbrido?


O zoom híbrido é uma combinação entre zoom óptico e zoom digital. Um zoom de
100x pode resultar de uma lente com zoom óptico de 10x mais um zoom digital de
10x.
Essa combinação permite atingir uma distância focal muito grande até para tirar fotos
da lua, mas sem prejudicar tanto a imagem quanto um zoom digital puro de 100x.
O que é abertura de lente? Entendendo o número f/
A abertura de lente influencia a quantidade de luz que chega ao sensor de imagem.
Ela é expressa em um número f/ e resulta de um cálculo matemático com a distância
focal da lente e o diâmetro do diafragma. Como se trata de uma fração, quanto menor
o número após f/, maior é a abertura.
Celulares avançados têm lentes com aberturas maiores, como f/1,8, f/1,6 ou até f/1,4,
que permitem capturar detalhes em ambientes pouco iluminados. Se a abertura fosse
menor (f/2,4, por exemplo), o sensor compensaria a falta de luz aumentando o ISO ou
reduzindo a velocidade do obturador, causando ruídos ou borrões na foto.
No entanto, quanto maior a abertura da lente, menor é a profundidade de campo. Isso
significa que a lente consegue focar uma área menor da imagem, o que facilita
desfoques de fundo, mas pode prejudicar a nitidez. Portanto, uma abertura maior
geralmente é melhor, mas não garante a qualidade da câmera.

Qual a diferença entre estabilização de imagem digital, óptica e no sensor?


A estabilização digital ou eletrônica é feita por software, enquanto estabilização
óptica e por deslocamento de sensor consistem em movimentar fisicamente os
componentes da câmera para compensar a tremedeira natural das mãos, evitando
borrões na imagem.
Nosso artigo mostra as diferenças entre os tipos de estabilização em câmeras de
celular. A estabilização digital é boa para vídeos, sendo usada até em câmeras de
ação, como a GoPro, em conjunto com algoritmos mais avançados. Já as
estabilizações mecânicas (óptica e sensor-shift) são mais efetivas em fotos.
Estabilizações mecânicas têm custo mais elevado e não costumam estar em todas as
câmeras do celular. Em geral, elas ficam apenas na câmera com zoom óptico, que
geraria borrões mais pronunciados na imagem se não houvesse estabilização. Além
disso, a estabilização no sensor ainda é rara em smartphones.

Para que serve o processador de imagem?


O processador de sinal de imagem (ISP) é responsável por interpretar os dados
capturados pelo sensor e transformá-los em uma imagem digital. Não é o primeiro
componente no qual você pensaria ao escolher uma câmera, mas vem ganhando
importância nos celulares principalmente com o avanço da fotografia computacional.

Os ISPs modernos fazem mais do que apenas converter dados brutos em fotos. Eles
também balanceiam as cores, reduzem o ruído, melhoram os detalhes e processam
recursos como o modo noite e o modo retrato.
O Deep Fusion da Apple, por exemplo, processa até nove fotos com algoritmos de
aprendizagem de máquina para otimizar a textura, os detalhes e o ruído em cada
região da imagem. Já o Photonic Engine, lançado no iPhone 14, atua com o ISP em
uma etapa anterior, com imagens não compactadas, ou seja, exige uma capacidade de
processamento ainda maior.
Então não é melhor comprar uma câmera profissional em vez de um celular?
Não necessariamente. As câmeras profissionais, como a DSLR e a mirrorless, tendem
a ter especificações melhores. Elas geralmente possuem sensores maiores, o que gera
fotos superiores com baixa luz, e têm maior gama de lentes intercambiáveis
disponíveis, inclusive com aberturas grandes ou alta capacidade de zoom óptico.
No entanto, os smartphones são mais portáteis e estão sempre à mão, o que pode ser
uma grande vantagem se você quiser capturar um momento espontâneo. Além disso,
a qualidade das câmeras de smartphones melhorou significativamente nos últimos
anos, principalmente com o avanço da fotografia computacional e de ISPs mais
poderosos.
Logo, a melhor câmera é aquela que se adequa às suas necessidades e está disponível
quando você precisa dela. Para mais detalhes, veja nosso artigo sobre as diferenças
entre smartphones e câmeras profissionais.

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