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Objetivas, Sistemas de Foco e Outras Funções das Câmeras
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Objetivas, Sistemas de Foco
e Outras Funções das Câmeras
• Objetivas;
• Sistema de Foco;
• Outras Funções das Câmeras Fotográficas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender os modos de focagem automáticos e manuais, bem como as diferentes objetivas
existentes e as suas características para a exploração de composições criativas e intencionais
com base em cada lente;
• Explorar as funções extras disponíveis em muitos equipamentos fotográficos.
UNIDADE Objetivas, Sistemas de Foco e Outras Funções das Câmeras
Objetivas
As objetivas são, sem dúvidas, um dos fatores mais importantes para uma fotografia
de qualidade. São responsáveis por dois fatores: provocar a focalização do assunto dese-
jado e definir o ângulo de visão da cena que será registrada.
Para uma boa fotografia é indispensável uma boa objetiva. Além disso, na Era Digital,
enquanto as câmeras têm vida útil de acordo com o número de ciclos (cliques) que realizar,
as objetivas, se bem conservadas e cuidadas, tendem a ter vida útil tecnicamente infinita.
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Figura 3 – Detalhes na frente da objetiva
Fonte: Wikimedia Commons
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A marca Hoya é uma das maiores fabricantes de filtros fotográficos de qualidade do mundo.
Assim, acesse o site e veja os diversos efeitos das centenas de filtros existentes.
Disponível em: https://bit.ly/3nlJ47x
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Figura 5 – Diagrama sobre a distância focal
Fonte: Acervo do conteudista
Fator de corte é o nome dado aos sensores que são menores que o formato de 24 × 36 mm,
dimensão da altura e largura dos filmes analógicos. No início da tecnologia digital da fotogra-
fia, os primeiros sensores foram feitos menores que esse tamanho e somente após a evolução
tecnológica chegou-se ao mesmo tamanho nas câmeras digitais, sendo denominadas câmeras
full frame. Dessa forma, se há um plano de sensor menor que 24 × 36 mm, pode-se dizer que a
ampliação da imagem é maior se utilizada uma objetiva que tem por especificidade criar uma
imagem para uma câmera full frame. Na Nikon, o tamanho desse sensor, chamado de APS-C,
é de 23,60 × 15,60 mm, enquanto na Canon é 22,20 × 14,80 mm. Dessa forma são obtidos os
valores de fator de corte de 1,5× para Nikon e 1,6× para Canon. Aplicado na prática, significa
que utilizando uma objetiva de 100 mm seria visto um ângulo proporcional a 150 mm na Nikon
e 160 mm na Canon, em comparação com a mesma objetiva em uma câmera full frame. Em
resumo, uma objetiva montada em uma câmera full frame promove um ângulo de visão maior
que se montada em uma câmera com sensor APS-C.
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Comprimento
SUPERTELEOBJETIVAS
Focal Assuntos de longa
distância, pássaros
TELEOBJETIVAS
Vida Selvagem de perto,
Esportes
MEIAS TELEOBJETIVAS
Retratos, crianças
NORMAIS
Situações comuns,
Snapshots
GRANDES ANGULARES
Paisagens, retratos
de grandes grupos
SUPERGRANDES ANGULARES
Arquitetura, interiores
Você Sabia?
As objetivas para Canon APS-C possuem um quadrado branco para indicar o alinhamen-
to de encaixe na baioneta da câmera. Significa que só encaixa em câmeras que tenham
o quadrado branco – as câmeras APS-C. Estas possuem os dois símbolos para encaixe
– quadrado branco e esfera vermelha, indicando que aceitam os dois tipos de objetivas,
enquanto as câmeras full frame da marca possuem apenas o círculo vermelho, impossi-
bilitando sequer o encaixe das objetivas específicas de APS-C com o quadrado branco. Já
na Nikon é possível encaixar as objetivas de tipo DX – específicas para APS-C – em uma
câmera full frame, mas um retângulo menor que o visível se desenhará dentro do ocular,
indicando ao fotógrafo que somente o que está dentro dele será registrado.
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Objetiva supergrande Angular “Olho
de Peixe” (Fish-eye) – Abaixo de 16 mm
As objetivas fish-eye apresentam o maior ângulo de visão de todas as objetivas, che-
gando a 180 graus de cobertura. Ao mesmo tempo, apresentam extremas distorções
geométricas, fazendo com que seja uma objetiva criativa.
A distância entre os planos, devido ao seu ângulo de visão, parece imensa, ainda que
os assuntos em diferentes planos estejam próximos.
Figuras 9 – Imagens realizadas com objetivas “olho de peixe” Figuras 10 – Imagens realizadas
Fontes: Acervo do conteudista com objetivas “olho de peixe”
Fonte: Getty Images
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A grande maioria das actioncameras, como a GoPro, utilizam objetiva “olho de peixe”
para enquadrar um grande ângulo de visão, já que em sua maioria não apresenta display
para visualizar a imagem ou é utilizada em situações extremas e de forma remota (paraque-
dismo, surf etc.), impedindo que o fotógrafo possa acompanhar o que está enquadrado.
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Figura 13 – Exemplo de foto com objetiva grande angular
Fontes: Acervo do conteudista
Alguns modelos não apresentam distorções geométricas (objetiva grande angular li-
near), mas a grande maioria apresenta – não tão acentuado como a “olho de peixe” – o
chamado efeito de distorção de barril, de modo que quanto maior a distância focal,
menor será esse efeito.
Distorção de barril é um efeito que ocorre devido à construção das lentes e ao alinhamento
de seus elementos internos. É geralmente associada às lentes grandes angulares e identifi-
cada pelo centro da fotografia estar mais magnificado do que as suas bordas.
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Grandes fotógrafos da história, como Henri Cartier-Bresson, optaram por utilizar
somente a 50 mm no intuito de não distorcer aquilo que enxergavam, mas somente
recortar o quadro da cena.
Figura 19
Fontes: Getty Images
Exemplos de retratos feitos com 85 mm. É possível ver que o fotógrafo se coloca a meia
distância e ainda assim obtém um retrato fechado da modelo de vermelho.
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Você Sabia?
A 24-70 mm f/2.8 é a objetiva mais procurada pelos profissionais devido à sua versa-
tilidade e boa passagem de luz. Começa em 24 mm, ou seja, em uma grande angular,
de modo que o seu zoom percorre 50 mm (objetiva normal), atingindo 70 mm (meia
teleobjetiva) – e tudo isto mantendo a abertura garantida de f/2.8, o que possibilita
fotografar em condições de baixa luz com ISO menor e velocidades mais rápidas; porém,
todos esses fatores a tornam uma objetiva custosa.
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Figura 22
Fontes: Getty Images
Uma regra muito utilizada na fotografia é usar uma fração de velocidade maior ou igual
à distância focal para evitar tremores indesejados – por exemplo, uma objetiva 200 mm
usar, ao menos, 1/200s ou mais rápido; para uma objetiva 300 mm, usar 1/320s ou mais
rápido e assim por diante.
São grandes, pesados e necessitam de tripé ou monopé para o ato fotográfico, a fim
de se evitar tremores e suportar tal peso por muito tempo.
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Considerando que a marca Laowa oferece uma série completamente diferenciada de objeti-
vas macro, acesse o seu site, disponível em: https://bit.ly/3vf7cLE
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Objetivas Tilt-shift – Diversas Distâncias Focais
A objetiva tilt-shift tem como principal característica a possibilidade de correções
de perspectivas pelo deslocamento do plano nodal (efeito shift), ou efeitos na orien-
tação do plano do foco (efeito tilt), possibilitando um foco seletivo específico em uma
área. Para tanto, a objetiva é articulável próximo à baioneta para o efeito shift e
angulável em seu centro óptico para o efeito tilt. Por tais atributos, possuem apenas
versões de distância focal fixa, podendo variar entre 17 e 85 mm, de acordo com a
necessidade do fotógrafo.
São objetivas de alto valor devido à sua complexidade óptica e especificidade técnica.
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No vídeo a seguir é possível observar a correção descrita pela imagem da câmera ajustando
a perspectiva. Disponível em: https://bit.ly/3tWmW5V
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Em Síntese
Existe uma variedade imensa de opções de objetivas. Normalmente, câmeras de entrada já
são vendidas com uma objetiva e é o suficiente para começar na fotografia. Mas com o tem-
po, cada fotógrafo acaba optando por se dedicar em uma área de interesse. Assim, invista
com inteligência em objetivas de qualidade, pois cada área tem algumas especificidades que
demandam certo tipo de objetiva; por exemplo, um fotógrafo de eventos sociais ou jorna-
lismo acaba optando por objetivas zoom, porque são mais versáteis por possuírem diversas
distâncias focais em uma só, além de rápido foco; já fotógrafos retratistas, publicitários e de
produtos, por trabalharem em ambiente mais controlado, optam por objetivas fixas que, em
média, acabam entregando um pouco mais de qualidade óptica por possuírem menos lentes
no conjunto. Faça testes, leia análises e lembre-se de que a objetiva é a interface entre a cena e
o registro final e a qualidade de uma imagem tem, em grande parte, influência dela.
Sistema de Foco
Antes de qualquer informação sobre o foco, um fato é muito importante e deve ser
claro: foco errado é uma foto perdida.
Esta afirmação pode ser contestada se dissermos que o fotógrafo está em busca de
uma estética diferenciada, com o assunto desfocado, mas ainda assim, errar o foco requer
total conhecimento sobre o sistema de funcionamento para provocá-lo intencionalmente.
Os sistemas de foco foram muito aprimorados durante a história da fotografia, inicialmente
sendo exclusivamente fixo ou manual, aprimorado para sistemas automáticos com boa velo-
cidade de focagem e chegando, atualmente, a sistemas ultrassônicos de focagem que possi-
bilitam, em milésimos de segundo, ajustar o conjunto de lentes para obtê-lo com perfeição.
Tecnicamente, o foco é uma distância, ou seja, o computador da câmera, posicionando as
lentes para que o foco esteja com exatidão a uma distância X. Nas câmeras digitais é possível,
por programas específicos (como o Lightroom ou Photoshop) ver, nos meta-dados, informa-
ções sobre, por exemplo, a distância do assunto focado (Figura 30); já em alguns modelos de
objetiva é possível ver, no display, a distância para a qual o foco é feito (Figura 31).
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Nas câmeras antigas o foco manual é bastante eficiente, apesar de lento, principal-
mente devido ao sistema de microprismas e/ou elementos bipartidos de contraste dióp-
trico. Tecnicamente, o centro da imagem possui um elemento que fatia o que estiver em
seu meio, caso esteja desfocado, indicando que está focado quando as fatias se alinham
ao girar o anel de foco (figura 33).
Figura 33 – À esquerda, o elemento da foto se encontra desfocado, sendo fatiado pela retícula bipartida; à direita,
alinhado, indica estar focado
Fonte: Acervo do conteudista
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• Automático: o sistema realiza o foco ao se pressionar o primeiro estágio e, caso o
assunto mude de posição, depois de um certo tempo (ajustável em muitos modelos
de câmeras), de modo que se autoajustará novamente;
• Manual: o antigo sistema ainda é presente em todos os equipamentos, mas o seu ajus-
te manual pode não ser tão preciso como o era no sistema de retícula bipartida, pois
dependerá de a aptidão visual do fotógrafo perceber se o assunto está em foco ou não.
Você Sabia?
Que o motor que controla o foco pode estar presente na câmera e objetiva? Quando uma
objetiva não possui o motor-servo (nome dado ao motor de foco), dependerá que a câmera
tenha este motor para funcionar em sistema de autofoco. Muitas câmeras de entrada não
possuem motor de foco, daí que no momento de investir em uma objetiva, tenha a certeza
de que há sincronismo com o seu equipamento sobre sistemas de autofoco.
Tabela 1
Foco automático Foco único Foco contínuo
Canon Al Focos One Shot Al Servo
Nikon AF-A AF-S AF_C
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Em Síntese
O transporte de foco é algo praticado desde o sistema de foco manual, com o uso da
retícula bipartida. Consiste em utilizar o sistema de foco único e apenas o ponto central
de foco, de modo que ao decidir a composição final que registrará, o fotógrafo bascula a
câmera para colocar o ponto central sobre o ponto que deseja focar, pressionando o pri-
meiro estágio e o mantendo segurado, garantindo que aquele ponto permanecerá em
foco. Mantendo esse estágio pressionado sem alterar o zoom e a distância entre este e o
assunto, recomporá a imagem basculando novamente a câmera para o enquadramento
final desejado e efetuando o disparo pressionando o botão até o segundo estágio –
durante este processo é importante que esteja atento em não soltar o primeiro estágio,
evitando, assim, realizar o foco equivocadamente. Caso perceba que o dedo “escapou”,
precisará reiniciar o processo. Pode parecer um tanto lento, mas com a prática o ato de
focar bascular e disparar acontecerá em menos de um segundo.
Figura 37
Fonte: Acervo do conteudista
Atualmente, todas as câmeras DSLR têm suporte para a gravação de vídeos e, in-
clusive, tornou-se um dos equipamentos mais utilizados para produções audiovisuais
de pequeno e médio porte. A tecnologia óptica de uma câmera fotográfica permitiu a
criação de linguagem cinematográfica de bastante qualidade, uma vez que os efeitos de
foco e desfoco são simplificados para a obtenção com as objetivas de fotografia.
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HDR/Breaketing
HDR é uma técnica que significa High Dynamic Range, com alto alcance dinâmico.
Muitos aparelhos apresentam opções prontas para registrar uma imagem em HDR, tais
como os telefones celulares.
A técnica consiste em realizar uma série de imagens simultâneas com valores dife-
rentes de exposição e aplicar uma fusão entre elas, aproveitando a melhor exposição
de cada uma, gerando, assim, uma imagem com alcance dinâmico – nome dado a uma
exposição mais equilibrada –, evitando áreas sub ou superexpostas.
A maioria das câmeras DSLR possui a sigla BKT – Breaketing –, que traduzida sig-
nifica agrupamento. Essa função permite que o fotógrafo determine uma quantidade de
fotos e um valor de intervalo de exposição registrado entre elas. Dessa forma, poderá
fazer as fotos sequenciadas, de modo que a câmera automaticamente mudará a exposi-
ção entre as quais.
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Trata-se de técnica muito utilizada em situações com alto contraste, ou seja, em áreas
muito claras e em áreas muito escuras. Em uma única foto, na condição como a descrita
seria impossível captar e ter os detalhes das áreas claras e escuras simultaneamente,
tornando-se necessária a fusão entre elas, constituindo-se, assim, em um HDR.
Figura 39
Fonte: Acervo do conteudista
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Esse tal de full frame vale a pena? Fotografia e Video
https://youtu.be/7O2gMoCvQV0
Leitura
Entenda o significado das siglas de lentes fotográficas
https://glo.bo/3dUqd0k
Como funciona o autofoco da câmera
https://bit.ly/32Ntc48
Distância focal e zoom
https://bit.ly/3nml3gF
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Referências
HEDGECOE, J. O novo manual de fotografia. 4. ed. São Paulo: Senac, 2005.
KELBY, S. Fotografia digital na prática. v. 1. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
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