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Dominando a fotografia
de Longa Exposição
Um guia extensivo para fotografia em longa exposição com vários exemplos,
dicas e recomendações
Um guia completo explorando o universo da fotografia de longa exposição com
exemplos, técnicas e equipamentos
Inédito no Brasil!
O mais completo
manual de fotografia
de longa exposição
ALE RODRIGUES
Dominando a fotografia de
longa exposição
1ª edição
São Paulo
Alessandro Rodrigues Garofalo
2017
2
Sumário
Sumário .................................................................................................................................................... 3
Sobre o Autor ..................................................................................................................................... 7
Agradecimentos ................................................................................................................................. 9
Prefácio ............................................................................................................................................ 10
Introdução ........................................................................................................................................ 11
.......................................................................................................................................................... 12
Objetivos deste livro ........................................................................................................................ 12
Capítulo 1 - Um pouco de história da longa exposição ................................................................... 13
Capítulo 2 - Fotografia de Longa exposição: O que é?.................................................................... 14
Capítulo 3 - Por que fotografia de longa exposição? ...................................................................... 15
Capítulo 4 - Longa exposição durante a luz do dia e a noite .......................................................... 16
Crepúsculo matutino (Logo antes do nascer do sol) .................................................................................. 17
Nascer do Sol.............................................................................................................................................. 18
Luz do dia ................................................................................................................................................... 19
Pôr-do-sol ................................................................................................................................................... 20
Crepúsculo vespertino (Logo após o pôr do sol) ........................................................................................ 21
Noite........................................................................................................................................................... 22
Capítulo 5 - Quando utilizar longa exposição? ................................................................................ 24
Ensaios pré-casamento .............................................................................................................................. 24
Natureza ..................................................................................................................................................... 24
Cachoeiras .............................................................................................................................................. 24
Rios ......................................................................................................................................................... 24
Lagoas .................................................................................................................................................... 24
Mar ......................................................................................................................................................... 24
Paisagens .................................................................................................................................................... 27
Arquitetura ................................................................................................................................................. 28
Artística/Autoral ......................................................................................................................................... 29
O que a sua criatividade quiser criar em qualquer circunstância .............................................................. 30
Capítulo 6 - Conceitos Iniciais .......................................................................................................... 31
Distância hiperfocal .................................................................................................................................... 31
Difração ...................................................................................................................................................... 33
Modos da câmera ...................................................................................................................................... 37
-Manual (M) ............................................................................................................................................... 37
-Bulb (B) ou (T) ........................................................................................................................................... 38
Técnica de expor para a direita .................................................................................................................. 39
Capítulo 7 - Tempo e seus efeitos sobre objetos em movimento .................................................. 40
3
Regra da longa exposição 1 – Velocidade dos objetos ............................................................................... 40
Regra da longa exposição 2 – Tempos de exposição longos ...................................................................... 41
TABELA DE LONGA EXPOSIÇÃO COM LUZ DO DIA (SOL OU NUBLADO) ..................................................... 42
TABELA DE LONGA EXPOSIÇÃO NOTURNA ................................................................................................ 45
Capítulo 8 - Equipamentos .............................................................................................................. 52
Câmeras ..................................................................................................................................................... 52
Alça da câmera, usar ou não usar? ............................................................................................................ 55
Lentes ......................................................................................................................................................... 55
Tripés.......................................................................................................................................................... 57
Fibra de Carbono ou alumínio? Qual escolher? ...................................................................................... 57
Tripés articulados ................................................................................................................................... 60
Cabeças de Tripés....................................................................................................................................... 61
Filtros ND (Densidade Neutra) ................................................................................................................... 65
Porque utilizar Filtros ND?...................................................................................................................... 66
Tipos de Filtros: Circulares ou retangulares?.......................................................................................... 66
Filtros ND circulares de rosca ................................................................................................................. 67
-Filtros ND circulares .............................................................................................................................. 67
-Filtros ND circulares variáveis ............................................................................................................... 67
Filtros ND Retangulares.......................................................................................................................... 69
-Filtros Retangulares de densidade neutra graduados (GND) ................................................................ 69
-Filtros Retangulares de densidade neutra sólidos................................................................................. 72
Como os filtros de densidade neutra retangulares são fixos na lente? .................................................. 75
Bolsa de Campo .......................................................................................................................................... 78
Qual é o filtro de densidade neutra que mais se adequa para mim? ........................................................ 79
Marcas mais comuns de filtros de densidade neutra ............................................................................. 82
Outros acessórios para fotografia em longa exposição ............................................................................. 82
Filtros Polarizadores ............................................................................................................................... 82
Filtros de efeitos névoa .......................................................................................................................... 83
Anéis adaptadores de subida e descida (Step-up / Step-down) ............................................................. 85
Disparadores Remotos ........................................................................................................................... 86
Fita Adesiva Preta .................................................................................................................................. 90
Lanternas................................................................................................................................................ 92
Grip de Bateria (Battery Grip) ................................................................................................................ 94
Cronômetro ............................................................................................................................................ 95
Durabilidade das câmeras digitais com longa exposição ........................................................................... 95
Capítulo 9 - Ação: Fotografando em longa exposição .................................................................... 97
Fotografia em longa exposição com a luz do dia ....................................................................................... 97
Preparação antes de sair de casa ........................................................................................................... 97
Balanço de Branco................................................................................................................................ 102
Travamento de espelho ........................................................................................................................ 102
Otimização de luz automática (Auto Lighting Optimizer) .................................................................... 103
Espaço de cor ....................................................................................................................................... 103
Redução de ruído em longa exposição ................................................................................................. 104
4
Passo a passo ao chegar no local ............................................................................................................. 105
Conhecendo o local no mundo real ...................................................................................................... 106
Programando com relação ao tempo................................................................................................... 106
Evitando contato com o sol direto........................................................................................................ 106
Compondo a imagem ........................................................................................................................... 106
Focando na distância hiperfocal........................................................................................................... 106
Adicionando filtros ND conforme a composição .................................................................................. 107
Conectando o disparador remoto ........................................................................................................ 108
Cobrindo o visor da câmera.................................................................................................................. 108
Cobrindo qualquer possível entrada de luz com fita preta ................................................................... 109
Calculando o tempo de exposição ........................................................................................................ 109
Algumas notas sobre a tabela .............................................................................................................. 111
Como saber o tempo de exposição quando se tem vários filtros empilhados? .................................... 112
Qual o tempo ideal de longa exposição durante o dia? ....................................................................... 113
Fotografia em longa exposição noturna .................................................................................................. 120
Preparação antes de sair de casa ......................................................................................................... 120
Configurações adicionais da câmera:................................................................................................... 124
Intervalômetro para fotografias de rastro de estrelas ......................................................................... 125
Passo a passo ao chegar no local ......................................................................................................... 126
Preparando equipamentos e planejamento da expedição ................................................................... 130
Seleção de câmera, lentes e acessórios ................................................................................................ 134
Ajustes gerais da câmera ..................................................................................................................... 136
Ajustes de exposição ............................................................................................................................ 136
Capturando exposições do primeiro plano ........................................................................................... 146
Fotografando rastros de estrelas ......................................................................................................... 148
Fotografando fogos de artifício ............................................................................................................ 153
Capítulo 10 - Lidando com a luz e alterações de condições climáticas ........................................ 155
Exemplo prático 1 .................................................................................................................................... 156
Exemplo Prático 2 .................................................................................................................................... 157
Fotografias com alto contraste (alto alcance dinâmico) .......................................................................... 158
Técnica do cartão preto: ...................................................................................................................... 159
Utilizar um filtro ND Graduado (ND-grad) suave ou duro .................................................................... 160
Capítulo 11 - Principais problemas da longa exposição e como contorná-los ............................. 161
Vazamento de luz na imagem .................................................................................................................. 161
Ruído em longa exposição ....................................................................................................................... 164
Vinheta ..................................................................................................................................................... 165
Capítulo 12 - Pós-Processamento de fotografias em longa exposição ......................................... 166
Redução de ruídos.................................................................................................................................... 167
Longa exposição durante a luz do dia .................................................................................................. 167
Redução de ruído em longa exposição utilizando “Dark Frame Subtraction” ...................................... 175
Longa exposição de rastro de estrelas (star-trail) ................................................................................ 180
Empilhamento de fotos de estrelas para formar um rastro de estrelas (StarStax).................................. 184
Modo Cometa:...................................................................................................................................... 190
5
Utilizando o Photoshop para fazer rastro de estrelas .......................................................................... 196
Correção de distorção de cor (Color Cast) ............................................................................................... 198
Uso do clarity (claridade) para reforçar aspectos da longa exposição ..................................................... 201
Capítulo 13 - Longa Exposição com Smartphones ........................................................................ 211
Tripé ......................................................................................................................................................... 211
Suporte para montagem no tripé ............................................................................................................ 212
Smartphone a prova d’água ..................................................................................................................... 213
Disparador remoto ................................................................................................................................... 213
Aplicativos ................................................................................................................................................ 214
Motion Blur .......................................................................................................................................... 214
Light Trail ............................................................................................................................................. 214
Low Light .............................................................................................................................................. 215
Um bom local e uma composição ............................................................................................................ 215
APÊNDICE A – Relação de softwares e aplicativos ........................................................................ 218
APÊNDICE B – Lista de lojas nacionais e internacionais ................................................................ 219
APÊNDICE C – Lista de Fotógrafos para estudo ............................................................................ 220
APÊNDICE D – Livros Recomendados ............................................................................................ 221
APÊNDICE E – Links e Recursos...................................................................................................... 222
APÊNDICE F – Tabelas Guias .......................................................................................................... 223
Tabela de distância hiperfocal ................................................................................................................. 223
Tabela de check list para saídas fotográficas e viagens nacionais/internacionais ................................... 224
Tempos em fotografia de longa exposição .............................................................................................. 225
Tabela de tempo máximo de exposição para fotografia de estrelas ....................................................... 226
Tabela de tempos e seus efeitos sobre objetos em movimento ............................................................. 227
6
Sobre o Autor
7
É colaborador do portal Fotografia-DG, onde possui vários artigos escritos e também é o criador
do 1o e-book sobre fotografia de surf.
A inspiração do Ale vem do mar, dos momentos em que está em contato com a natureza, dos
livros que lê, dos filmes que vê, das músicas e dos lugares por onde viaja.
Mais informações sobre o trabalho de Ale Rodrigues podem ser encontradas em seu site:
www.alerodrigues.com
Todas as fotografias neste livro são de autoria e propriedade de Ale Rodrigues, exceto onde
mencionada a fonte. A reprodução, publicação e distribuição, em parte ou no todo só podem
ser realizadas mediante autorização por escrito do autor. Nenhuma parte deste livro pode ser
reproduzida ou transmitida em qualquer formato, por nenhum meio, mecânico ou eletrônico,
incluindo fotocópia, gravação ou por qualquer sistema de armazenamento e ou extração de
informações, sem a permissão por escrita do autor, exceto para a inclusão de breves citações
em um artigo ou crítica.
Todas as fotografias deste livro estão disponíveis para licenciamento e uso comercial. Para
maiores informações entre em contato através do site www.alerodrigues.com
8
Agradecimentos
Meus agradecimentos vão em primeiro lugar a quem ou o que criou a vida, o universo e tudo o
que existe e que podemos sentir pelos nossos sentidos, especialmente a visão. Agradeço a
minha esposa Letícia por todo o suporte, paciência e ajuda, seja como assistente, seja pela
força e por acreditar em mim. Aos meus pais por terem me dado condições, estudo e me
ajudarem na minha jornada como ser humano, por terem me ensinado o equilíbrio da vida. Um
agradecimento a todos os inúmeros professores de fotografia e de arte sejam presenciais ou
online.
Boa leitura!
9
Prefácio
E aqui temos mais um livro sobre fotografia. Assim como tantos outros... ou será que há algo
mais?
Através deste livro a minha intenção acima de tudo é passar ao leitor tanto os aspectos teóricos-
técnicos, como também a parte prática da fotografia de longa exposição.
Existem diversos livros que tratam do aspecto artístico, de como desenvolver a sua visão e
melhorar sua composição. Você pode encontrar um e-book gratuito que desenvolvi sobre estes
aspectos neste link: http://www.fotografia-dg.com/e-book-gratis-melhorando-a-composicao-
alcancando-um-estilo-pessoal/
Este livro foi desenvolvido com o intuito de ser tanto pessoal quanto universal, ou seja, é para
fotógrafos iniciantes, intermediários e avançados, tanto para quem fotografa por hobby quanto
para profissionais que vivem da fotografia.
Meu objetivo é caminhar junto com você por este livro, passando detalhe a detalhe, passo a
passo sobre as diferentes condições para fotografar em longa exposição, equipamentos, estilos,
técnicas e muito mais. Cada passo nesta jornada é ilustrado com exemplos de fotografias criadas
por mim e que possam melhor guiá-lo ao objetivo de criar excelentes fotografias e composições
em longa exposição.
Espero que aprecie esta jornada, que lhe sirva de inspiração para suas fotos e também lhe abra
novas ideias e oportunidades criativas. Ficarei muito feliz em ouvir seus comentários, críticas,
sugestões e depoimentos por este link.
10
Introdução
11
Dinâmica da quietude XLVII, Barra do Una, São Sebastião
12
Capítulo 1 - Um pouco de história da longa exposição
Falar da história da fotografia de longa exposição é o mesmo que falar da história da fotografia.
Já me explico:
No século XIX o processo da daguerreotipia e o calótipo faziam com que as fotografias
naturalmente precisassem de um tempo de exposição muito longo para se capturar
adequadamente. Muitas imagens de paisagens iniciais na fotografia apresentam longa
exposição devido a câmera escura, cuja lente possuía uma abertura aproximada de f/15 e as
exposições levavam de 4 a 10 minutos de acordo com a iluminação do objeto! Podemos dizer
até que a primeira fotografia (de Niepce), tirada da janela de sua casa é uma longa exposição
que levou várias horas para ser feita. Ou seja, a história da fotografia de longa exposição é a
própria história da fotografia.
13
Capítulo 2 - Fotografia de Longa exposição: O que é?
Não existe uma definição exata do que seja Fotografia em longa exposição mesmo assim
tentarei descrever em algumas palavras ao leitor.
Fotografia de longa exposição é a arte de tirar fotografias usando tempos de exposição mais
longos do que necessários para obter uma fotografia corretamente exposta, seja durante o dia
com o uso de filtros de densidade neutra ou durante a noite com ou sem o uso de filtros, com o
intuito de criar um efeito em qualquer objeto que se mova, o que é típico das fotos de longa
exposição. Os efeitos como por exemplo céus borrados com as marcas das nuvens passando
(listras), textura da água suavizada, como se estivesse congelada ou fosse uma névoa, borrões
intencionais de pessoas passando (efeito-fantasma), star trails (rastros das estrelas), moon
trails (rastros da lua), light painting (pintura com a luz), light trails (rastros de luzes), entre
outros são criados utilizando um tempo de exposição que é prolongado para alcançar este
efeito. As exposições para alcançar estes efeitos podem ser desde algumas frações de segundos
(0,5 segundo), 1, 2 segundos, até mesmo minutos, horas, dias e até anos!
Percebam bem que não é a duração da exposição que a qualifica como fotografia de longa
exposição, mas sim a intenção de capturar os objetos em movimento com tempos de exposição
maiores que o necessário que faz disso uma fotografia de longa exposição.
A fotografia de longa exposição captura um elemento a mais do que a fotografia convencional:
o tempo.
14
Ao fotografar em longa exposição você estará registrando o efeito do tempo passando, seja um
aspecto etéreo de águas, rastros de luz ou pessoas/objetos com sensação de movimento.
Uma pergunta que muitas vezes surge é o porque de utilizar longa exposição. Cada pessoa tem
uma razão para fotografar em longa exposição. Não existe uma resposta única para esta
questão, no entanto em meu caso tem tudo a ver com adicionar o elemento tempo nas minhas
fotos, a paciência, a calma, a tranquilidade, de criar uma atmosfera surreal, de pensar e sentir a
fotografia e de estar conectado no momento presente. Uma fotografia de longa exposição
pode revelar ao olho o que estava visível somente na mente. Esse é um dos principais motivos
pelo qual eu amo fotografias de longa exposição. Quero revelar o tempo, o oposto do
momento decisivo de Cartier-Bresson, de passar a minha filosofia artística e sair da realidade,
entrando no inconsciente.
15
Capítulo 4 - Longa exposição durante a luz do dia e a noite
Você pode conseguir uma fotografia de longa exposição durante a luz do dia, além da noite.
Instintivamente os fotógrafos tendem a achar que durante a noite esse gênero é mais
facilmente aplicável, devido a menor quantidade de luz disponível e em parte isso é verdade,
mas é possível conseguir fotografias em longa exposição mesmo durante a forte luz do sol do
meio-dia, através por exemplo de filtros de densidade neutra (Filtros ND – Neutral Density),
pois o primeiro pensamento que vem é usar uma velocidade baixa, porém devido a intensidade
do sol, por mais que utilizemos um ISO baixíssimo (ISO100 ou até ISO 50) e aberturas do
diafragma na ordem de f/22 ou até f/32 ainda não será suficiente, além do que se a sua
intenção é fazer uma longa exposição, desfocando propositalmente o fundo com pouca
profundidade de campo, por exemplo isso não será possível, sem mencionar o fato do
problema da difração devido a aberturas muito pequenas, que podem fazer com que sua
imagem perca a nitidez e definição. Falarei sobre o problema da difração mais adiante neste
livro.
Muitos se perguntam qual a melhor hora do dia para fotografia de longa exposição. A minha
resposta é toda e qualquer hora! Qualquer hora do dia, em qualquer condição de luz, é possível
criar longas exposições incríveis. A seguir vou colocar exemplos em variadas situações de luz.
16
Crepúsculo matutino (Logo antes do nascer do sol)
Durante este horário é possível fotografar o intervalo entre a noite e logo antes do
nascer do sol. É um momento que dura somente alguns minutos e que requer um
esforço grande por parte do fotógrafo, pois há que acordar muito cedo para estar lá no
momento certo, mas os resultados compensam.
17
Nascer do Sol
Dinâmica da quietude XXI – Barra do Sahy, São Sebastião – ISO 100, 17mm - f/8,0 - 179 segundos (Filtro
ND grad 0.9 soft) + Filtro Lee BigStopper (10 pontos de luz)
18
Luz do dia
Não é somente no nascer e no pôr do sol que saem as melhores fotos. Não se prenda a
estes horários, pois até com o sol a pino, ao meio dia, é possível conseguir fotos em
longa exposição e muitas vezes pode ser o melhor horário para conseguir alguns efeitos.
Claro que como comentei no capítulo anterior, será necessário o uso de filtros de
densidade neutra devido à extrema quantidade de luz presente na cena.
Praia de Nazaré em paz – Nazaré, Portugal – ISO 50, 17mm - f/22 - 103 segundos. Filtro Lee BigStopper (10
pontos de luz)
19
Pôr-do-sol
Pôr do sol é um dos momentos mais fotografados do mundo, experimente fotografar o
pôr do sol com longa exposição e veja o que acontece. Não foque somente no pôr do sol
em si, mas em uma composição interessante com outros elementos. Antes de tudo
procure se preparar antes, chegando no local com antecedência para poder ajustar sua
composição e ajustes da câmera, pois o pôr do sol dura só alguns minutos.
Pôr do sol nos bangalôs – Moorea, Polinésia Francesa – ISO 50, 40mm - f/5,6 - 30 segundos. Filtro Lee
BigStopper (10 pontos de luz) + ND Grad 0.9 soft
20
Crepúsculo vespertino (Logo após o pôr do sol)
Assim que o pôr do sol terminar, não vá embora ainda! O mesmo efeito do crepúsculo
matutino com aqueles tons de azuis pode ser conseguido aqui. Se você é daqueles que
não gostam de acordar cedo, ainda há a possibilidade de conseguir boas imagens logo
após o pôr do sol.
Sob o Píer de Huntington – Huntington Beach, Califórnia, EUA – ISO 50, 17mm - f/22 - 72 segundos. Filtro
Lee BigStopper (10 pontos de luz)
21
Noite
Durante a noite na maioria dos casos não se faz necessário o uso de filtros de densidade
neutra. É possível conseguir desde um céu estrelado, rastro de estrelas, rastro de
veículos, light painting, fogos de artifício, relâmpagos, vistas noturnas de cidades, e
muitas outras
Avenida Paulista, 2011 – São Paulo, Brasil – ISO 100, 24mm - f/22 - 10 segundos
Reflexos de San Diego, 2012 – San Diego, Califórnia EUA – ISO100, 37mm - f/11 - 30 segundos
22
Como consultar os horários dos crepúsculos e nascer e pôr-do-sol? Dependendo de sua
localização e da estação do ano e também se está ou não no horário de verão, existem hoje
diversos sites e aplicativos que te informam os horários do crepúsculo, nascer e pôr do sol.
Consulte na seção Apêndices (Apêndice A) a lista de aplicativos que podem ser usados para
saber os horários e localização do sol. Isso é bem importante para um planejamento adequado
e saber onde você irá se posicionar para fotografar, a maioria dos aplicativos são pagos, mas
vale cada centavo de investimento.
23
Capítulo 5 - Quando utilizar longa exposição?
Ensaios pré-casamento
Natureza
Cachoeiras
Rios
Lagoas
Mar
24
Lagoa Timeantube, Bahia – 2014 – ISO50, 17mm - f/8 – 10s, Filtro Lee BigStopper (10 pontos)
Retorno a natureza, Bahia – 2014 – ISO50, 17mm - f/11 - 235 s, Filtro Lee BigStopper (10 pontos)
25
Essência III – Guarda do Embaú, Santa Catarina – 2015 – ISO50, 24mm - f/11 - 285 s, Filtro Lee BigStopper (10
pontos) + ND Grad 0.9 soft
26
Paisagens
Boiçucanga, São Sebastião – 2015 – ISO50, 23mm - f/8 - 231 s, Filtro Lee BigStopper (10 pontos) + ND grad
0.9 soft
Azenhas do mar, Portugal – ISO 50, 17mm, f/6.3, 985 s (16,5 minutos), Filtro: Lee Big Stopper (10 pontos)
27
Arquitetura
Espaço MMorar 2016 – arquiteta Adriana Di Garcia – ISO50, 17mm - f/8 - 96 s, Filtro Lee BigStopper (10
pontos)
28
Artística/Autoral
Dinâmica da quietude XXVII – ISO100, 17mm - f/8 - 110 s, Filtro Lee BigStopper (10 pontos)
29
O que a sua criatividade quiser criar em qualquer circunstância
Dinâmica da quietude XXV invertida – ISO100, 17mm - f/8 - 105 s, Filtro Lee BigStopper (10 pontos)
30
Capítulo 6 - Conceitos Iniciais
Distância hiperfocal
O conceito de distância hiperfocal é importante principalmente para fotografia de paisagens,
no caso que se deseja manter a cena inteira em foco, incluindo elementos no primeiro plano e
também ao fundo.
A melhor definição que encontrei para Distância Hiperfocal é a seguinte: Distância hiperfocal é
a distância entre o sensor da câmera e o ponto (plano) em foco mais próximo, quando a lente
estiver focada no infinito.
O objetivo de fotógrafos de paisagens é diminuir a distância hiperfocal, pois assim conseguem
um maior número de elementos em foco na imagem.
Em Foco Desfocado
Infinito Distância ½ da
hiperfocal distância
hiperfocal
31
Tabela de distâncias hiperfocais (em metros) em função da abertura do diafragma e distância focal
Observe na tabela que quanto menor a abertura do diafragma, ou seja, maior o (f), menor será
a distância hiperfocal.
Outro fator que influencia a distância hiperfocal é a distância focal. Quanto maior for a
distância focal (por exemplo uma teleobjetiva 200mm), maior será a distância hiperfocal. Se
utilizarmos uma lente grande angular, por exemplo 14mm, as distâncias hiperfocais serão bem
menores que uma lente teleobjetiva. (A distância hiperfocal estará mais próxima do plano do
sensor da câmera)
Mas cuidado ao achar que todas as paisagens têm que ser focadas na distância hiperfocal. Isso
não é uma regra, pois você deve interpretar quais elementos da sua composição que deseja
maior nitidez.
No apêndice A, existe uma lista de aplicativos para Smartphones que calculam
automaticamente a distância hiperfocal baseado na câmera que você está utilizando, abertura
e distância ao objeto.
32
Difração
A Difração é um efeito ótico que limita a resolução total (nitidez) das fotografias, não
importando quantos megapixels sua câmera tenha. O que acontece é que a luz, quando passa
por uma pequena abertura (como o diafragma, por exemplo), começa a dispersar, ou difratar.
Isso fica melhor exemplificado nas figuras a seguir, inclusive comparando uma abertura maior e
menor do diafragma, para que se entenda a influência disso no fenômeno.
(f baixo) (f alto)
Em seguida, como as ondas de luz interferem umas com as outras, algumas somando outras
cancelando a amplitude, o que vemos é um padrão registrado no sensor se conseguíssemos
registrar a intensidade da luz seria algo como essa figura a seguir
Padrão de Difração
33
Se visualizássemos de cima, e se o obturador fosse perfeitamente circular, veríamos a seguinte
imagem
Disco de Airy
Quando o diâmetro deste círculo central da imagem acima se torna maior do que o tamanho do
pixel do sensor da sua câmera, ele começa a ter um impacto visual na imagem.
Para ter uma idéia de um exemplo visual e para saber como será a difração em sua câmera,
você pode utilizar este site: http://www.cambridgeincolour.com/tutorials/diffraction-
photography.htm , que também está no apêndice E.
Se por exemplo você estiver utilizando uma câmera Canon EOS 5D Mark III com abertura do
diafragma f/4.0, teremos o seguinte:
34
O pixel diameter é o diâmetro do pixel da sua câmera e o Lens Aperture é a abertura f do
diafragma. É possível fazer várias simulações com várias câmeras e aberturas.
Se utilizarmos na mesma câmera uma abertura de f/16 por exemplo, veja o que acontece:
O círculo fica maior que o diâmetro do pixel, podendo provocar o efeito de difração. Existem
muitos outros detalhes neste site acima mencionado.
35
Abaixo vemos exemplos de imagens com abertura f/4.0 e f/16 e f/22 com zoom a 100%
mostrando o fenômeno da difração. Observe bem que a nitidez da imagem fica prejudicada
quanto menor a abertura (maior o f)
f/22 f/32
Observe agora em detalhes, a diferença entre uma abertura do diafragma de f/5.6 para f/32.
f/5.6 f/32
36
Estas fotos foram feitas a título de exemplo com uma lente 100mm f/2.8 macro (Canon),
mantendo constante o ISO e variando apenas a velocidade e os diafragmas correspondentes a
fim de manter a mesma exposição.
Resumidamente e de maneira geral, podemos dizer que para fotos com a melhor nitidez
possível, se evite aberturas muito fechadas (abertura f muito alta), aberturas acima de f/11 em
uma câmera full frame já começa a apresentar sinais de difração e dependendo do uso que
você irá destinar a imagem (por exemplo uma impressão em alta resolução de um tamanho
grande) é importante que lembre disso ao estar fotografando em longa exposição. Isso irá
melhorar a qualidade de suas fotos em longa exposição.
Modos da câmera
Modos normalmente utilizados para longa exposição:
-Manual (M)
Com o modo manual, é possível na maioria das câmeras conseguir tempos de exposição de até
30s normalmente, o que para muitos já cobre grande parte das necessidades.
37
-Bulb (B) ou (T)
O Modo Bulb, ou lâmpada em Inglês vem do início da fotografia, sendo o nome dado ao flash
“Bulb” utilizado. Era utilizado um botão para manter o obturador aberto, enquanto o flash era
queimado para iluminar (havia um atraso entre a ignição do flash até o momento em que ele
atingia sua máxima iluminação). É anterior ao sincronismo do flash com o obturador e antes
também do contato para sincronismo.
No modo Bulb, a liberdade para a fotografia de longa exposição é ainda maior, pode-se
conseguir velocidades muito mais longas, desde poucos segundos, até minutos, horas ou
mesmo dias (se a bateria da sua câmera digital aguentar, ou se estiver ligada em uma fonte de
alimentação). No caso de câmeras analógicas utilizando filme, dependendo do modelo da
câmera não há essa preocupação da bateria.
É importante consultar o manual de sua câmera fotográfica, ler e entender as limitações e
características para que você consiga o melhor aproveitamento do seu equipamento.
Mais adiante iremos descrever que para utilizar o modo Bulb o ideal é utilizar um tripé, além de
um disparador remoto, podendo ser via cabo, ou sem fio, ou ainda utilizando o temporizador
(timer) da câmera.
38
Técnica de expor para a direita
Esta técnica é muito utilizada para aproveitar tudo que o seu sensor da câmera possa te
oferecer em termos de gama de tons.
Para utilizar esta técnica a melhor maneira é visualizar no LCD da sua câmera os histogramas
dos canais RGB separados. Caso sua câmera não consiga mostrar os canais separados, pode
utilizar somente o histograma único mostrado.
Ao compor a fotografia, ajuste a exposição como você faria normalmente (ainda sem o uso de
filtros ND). Ao concluir os ajustes de ISO, velocidade e abertura, observe os histogramas e vá
aumentando aos poucos a exposição (clareando) sem estourar nenhuma informação em
nenhum canal de cor (verde, vermelho ou azul), vá aumentando até que consiga fazer ela a
mais clara possível, sem que nenhum canal estoure do lado direito do histograma.
Quando chegar neste ponto ideal pare e fotografe. Quanto mais “clara”, mais a direita estará o
histograma, por isso o nome da técnica “expor para a direita”.
Essa técnica é muito útil quando as paisagens ou cenas possuem pouco contraste tonal, o que
faz o histograma ser mais estreito e mais facilmente deslocável para a direita. Em cenas com
muito contraste, esta técnica pode não surtir muito efeito, pois dificilmente se conseguirá
expor para a direita sem estourar as altas luzes.
Mais adiante detalharemos mais sobre expor a direita, com mais exemplos.
39
Capítulo 7 - Tempo e seus efeitos sobre objetos em movimento
A seguir veremos os efeitos que a longa exposição tem sobre os objetos que se movem. Podem
ser desde árvores, nuvens, pessoas andando, água em movimento (cachoeira, rios, ondas, mar,
etc.…), veículos em trânsito, entre outros.
Já comentamos anteriormente quais os efeitos que desejamos com a longa exposição e a idéia
aqui é mostrar de maneira simples e esquemática que qualquer objeto que se movimenta é
adequado para fotografia em longa exposição, mas como sempre temos objetos que são mais
interessantes que outros, criei uma tabela com os efeitos do tempo que a longa exposição tem
em objetos em movimento, que podem ser considerados os objetos mais usuais para fotografia
em longa exposição, e qual o resultado aproximado esperado poderia ser. Aproximado, pois
podem haver outros elementos de surpresa além da velocidade dos objetos em movimento. Ao
observar a tabela podemos resumir em 2 “regrinhas” básicas que são derivadas dela:
40
Regra da longa exposição 2 – Tempos de exposição longos
Quanto maior o tempo de exposição, menos detalhes, texturas e contrastes serão visíveis no (s)
objeto (s) em movimento. Portanto, se seu objetivo é criar fotos minimalistas, estenda o seu
tempo de exposição para remover texturas que distraem, detalhes e contrastes. Além disso,
quanto maior o tempo de exposição, mais os objetos com movimento irão perder sua forma e
serem distorcidos, e mais os objetos transparentes com movimento se tornarão 'etéreos' e
menos reconhecíveis.
Não gosto muito de utilizar esta palavra “regra” pois prefiro ter a liberdade criativa, digamos
que as “regrinhas” acima são idéias para ajudar o fotógrafo a pensar melhor no efeito desejado
e com isso se planejar melhor para fotografar.
Além da tabela a seguir, incluí algumas fotos com situações antes e depois para mostrar os
diferentes tipos de efeitos:
41
TABELA DE LONGA EXPOSIÇÃO COM LUZ DO DIA (SOL OU NUBLADO)
42
MÉDIO: Tempo -Pouca ou - Nuvens suaves e – Menos detalhes - Formas de
de exposição nenhuma textura e borradas com nas árvores, forma pessoas e tráfego
entre 30s e 3 detalhes na água ainda menos distorcida e as são menos visíveis
minutos (180s) detalhes e vezes e as vezes
- Não há sentido dependendo da irreconhecível invisíveis,
de direção ou velocidade do dependendo da
movimento da vento até nenhum velocidade de
água detalhe, mas as movimentação de
- Menos contraste nuvens ainda são pessoas / tráfego.
na água reconhecíveis.
-Com Pessoas e
- Dependendo de tráfego estáticos, o
quão rápido a água tráfego será
se move, a melhor visível
superfície vai ficar - Efeito fantasma é
lisa e plana como mais suave, sem
gelo detalhes visíveis
- Menos - Linhas e cores no
recomendado para tráfego durante o
quedas de água, dia
recomendado para
a água que flui - Sentido ainda
normalmente para visível do
criar um ambiente movimento, porém
calmo e olhar menor, mais uma
minimalista vez, dependendo
da velocidade de
movimentação de
veículos / pessoas
43
LONGO: Tempo - Nenhuma textura -Aparência das – Formas - Pessoas e tráfego
de exposição nem detalhes na nuvens muito irreconhecíveis, a irão desaparecer
maior que 3 água suave, borradas e não ser pelo tronco completamente
minutos (180s) etéreas. da árvore, deixando apenas
- Contrastes muito dependendo da alguns traços de
suaves e até -Formas menos intensidade e efeitos fantasmas.
ausentes na água, reconhecíveis e, duração do vento
muito plana e lisa em alguns casos, - As áreas públicas
podem formar aparecerão vazias
- Não é listras suaves no
recomendado para céu
cachoeiras e
quedas d’água,
mas recomendada
para qualquer
outro tipo de
muito rápido fluxo
de água para
torná-la suave,
calma e
minimalista,
parecendo uma
névoa em alguns
casos, como o mar
por exemplo
- Ideal para criar
um olhar mais
'etéreo'
44
TABELA DE LONGA EXPOSIÇÃO NOTURNA
45
Fotos com exemplos do antes e depois do efeito:
Exemplo 1:
ISO 50, 24mm Tilt-Shift - f/8 – 1/20s ISO50, 24mm Tilt-Shift – f/8 – 340 segundos +Filtro
ND BigStopper (10 pontos)
Observe na primeira foto as pessoas e carros congelados, bem como os displays nos televisores
na times square, em Nova York. Na foto da direita, com 340 segundos (5,5 minutos) observe
que temos os rastros luminosos dos carros saindo da parte inferior esquerda, as pessoas e
alguns veículos como o veículo da direita que estava estacionado um tempo se tornam uma
espécie de fantasma (transparente), assim como alguns pedestres. Os televisores tendem a
cada vez ficarem mais brancos, devido a sobreposição de várias imagens e por ter o maior
brilho na foto. Quanto maior o tempo de exposição, mais esse efeito será pronunciado.
46
Exemplo 2:
ISO 50, 17mm – f/11 – 30 s +Filtro ISO 50, 17mm – f/11 – 252 s, com
ND Big Stopper filtro ND BigStopper + Little Stopper
(16 pontos)
Neste exemplo, podemos observar que a foto da esquerda é possível ver algumas pessoas
transparentes na imagem, como se fossem “fantasmas”. É o conhecido efeito fantasma que
pode ser obtido na longa exposição. Essa fotografia foi feita no Flatiron em Nova York e é uma
área bem movimentada. Na foto da direita, o tempo de exposição foi ainda maior (252
segundos), o que fez com que as pessoas que estavam esperando o farol de pedestres abrir
praticamente sumissem da foto.
47
Exemplo 3:
ISO 50, 17mm – f/11 – 1/8s sem filtro ISO 50, 17mm –f/11 – 235 s (Filtro ND BigStopper -
10 pontos)
Observe que neste exemplo o uso da longa exposição ajudou a eliminar os movimentos das
pequenas ondulações presentes no lago, deixando a superfície do lago com a impressão de
estar “congelada”, ou como se fosse um espelho. As nuvens apresentam um leve movimento
também.
Exemplo 4:
ISO 50, 17mm –f/6.3 – 1/5 s ISO 50, 17mm – f/6.3 – 985 s (Filtro ND BigStopper
(10 pontos)
Podemos também deixar o mar com a aparência mais etérea e suave como neste exemplo
acima desta fotografia tirada em Azenhas do Mar em Portugal. Observe a diferença no tempo
de exposição, que foi para quase 16 minutos.
48
Exemplo 5:
ISO 250, 24mm – f/8 – ¼ s ISO 160, 24mm – f/8 – 242 s + Filtro ND BigStopper
(10 pontos) + ND Grad 0.9 soft
Exemplo 6:
49
Essa foto é uma junção de 235 fotos cada uma com 30 segundos de exposição, o que daria
aproximadamente 2 horas de exposição se fosse realizada em apenas 1 única exposição. O
problema de deixar 2 horas em exposição como comentamos anteriormente é o ruído digital,
em razão disso decidi fazer várias longas exposições mais curtas e juntá-las em um programa de
pós-processamento. No caso aqui o StarStax (comentaremos mais na seção de softwares no
apêndice A ). É um rastro de estrelas e também podemos ver os movimentos de algumas
nuvens. Iluminadas pelas luzes da cidade. Foto foi feita em São Paulo, na janela de casa.
Exemplo 7:
ISO 50, 27mm – f/11 – 0,8s – Filtro Polarizador circular + ND Grad 0.9 soft
Quando desejamos criar um efeito ainda mais dinâmico no movimento da água do mar, por
exemplo, podemos utilizar velocidades próximas a 1 segundo ou frações dessa (0.6s, 0.8s)
muito utilizadas também em cachoeiras para produzir o efeito de “véu de noiva”, podendo ser
desde ½ segundo até 4 segundos ou um pouco mais, porém são longas exposições mais
“curtas”, mas que também produzem efeitos diferenciados nas fotografias.
50
Exemplo 8:
ISO 250, 17mm – f/8 – 0,3s – Filtro ISO 50, 17mm – f/8 – 129 s – Filtro
Polarizador + ND Grad 0.9 soft Big Stopper + ND Grad 0.9 soft
As fotos acima foram feitas no mirante 9 de julho em São Paulo. Na foto da esquerda temos um
tempo de exposição da ordem de alguns décimos de segundo, o suficiente para borrar o
movimento dos veículos. Veja que existe um ônibus que estava parado por mais que este
tempo, por isso ele ficou com o movimento parado na foto. Na foto da direita temos mais de 2
minutos de exposição o que fez com que sumissem os veículos. O ônibus na segunda foto ainda
existe uma transparência dele, devido a ele ter ficado mais de 40 segundos parado no ponto. Se
deixássemos mais de 5 minutos, provavelmente sumiria completamente. Note que devido ao
vento o movimento das árvores na foto da esquerda é mais pronunciado, fazendo com que a
árvore pareça que perdeu nitidez, quando na verdade foi registrado o movimento da mesma
devido ao vento.
51
Capítulo 8 - Equipamentos
Câmeras
Qualquer câmera de qualquer fabricante que contenha o modo Bulb (B), de preferência uma
DSLR convencional. Câmeras mirrorless também irão funcionar. Se a sua câmera não tem o
modo Bulb procure ver até qual tempo de exposição se consegue ir com o modo manual. Em
algumas câmeras o modo Bulb está escondido. Consulte e leia sempre o manual de sua câmera
para saber.
As câmeras analógicas que trabalham com filme também irão atender. O principal motivo de se
trabalhar com filme é que os níveis de ruído para filmes de ISO baixo são melhores que o digital
para fotografias em longa exposição. Com câmeras analógicas você pode utilizar um filme de
ISO baixo (100) por exemplo e deixar o obturador aberto por vários minutos até horas, que o
ruído não estará presente. Nas câmeras digitais o problema de ruído é intensificado com o
passar do tempo, devido ao aumento de temperatura do sensor. As analógicas apresentam a
desvantagem do custo do filme e revelação e também do problema de reciprocidade, que é um
problema inerente ao filme. Normalmente os fabricantes de filme disponibilizam na própria
caixa do filme ou no website a compensação para a longa exposição. Por exemplo, para uma
exposição de 30 segundos, pode ser que o filme tenha que ter uma compensação de 175
52
segundos! Vai variar de filme para filme, de fabricante para fabricante. No apêndice A tem uma
lista com aplicativos para smartphone que já fazem esse cálculo em função do filme utilizado.
Hoje em dia (ano 2016 em que escrevo o e-book) muitas câmeras já estão migrando para mais
megapixels, rompendo a barreira dos 36 e até 50 megapixels. Vemos câmeras de médio
formato digital com até 100 megapixels. Mesmo em uma câmera full frame, o problema de se
manter o tamanho físico do sensor e aumentar demasiadamente os megapixels, é que pode
não ser uma boa recomendação para longa exposição, pois com a maior quantidade de pixels
em uma mesma área, o problema de ruído aumenta. A Canon 6D por exemplo, apresenta um
nível de ruído para fotografias em longa exposição menor que a nova Canon 5DSr, justamente
por causa deste fator. Não estou dizendo que as câmeras com mais megapixels são piores, pois
para quaisquer outros usos (Still, retratos, paisagens e arquitetura, por exemplo) elas
realmente superam as anteriores, mas em se tratando de longa exposição o melhor é prezar
sempre pela câmera que possua o menor ruído possível.
O problema com o ruído é devido aos sensores das câmeras aquecerem muito rápido,
provocando a emissão de ruído térmico, que é diferente do ruído do ISO, que é causado por
uma amplificação do sinal analógico. O ruído térmico faz com que se criem “hot pixels” gerados
pelo aquecimento dos fotodiodos.
Ilustrando em imagens o ruído:
Existem câmeras, como por exemplo a Nikon 810A que é específica para uso em astrofotografia
e consequentemente longa exposição e além do mais tem 36 megapixels, o que é uma ótima
resolução para quem pretende imprimir em grandes tamanhos.
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Algumas pessoas podem estar pensando que esta é a solução ideal para a redução de ruído em
longa exposição. No entanto eu não considero como uma solução em geral por ela não tratar
do real problema, que é o sensor digital não conseguir lidar com longas exposições, provocando
o ruído térmico em razão de temperatura como discutido anteriormente. Esse assunto será
discutido em mais detalhes em outros capítulos mais adiante, mas por ora a minha
recomendação é não utilizar, pois as vantagens de se remover o ruído na própria câmera não
superam as desvantagens de utilizar. O principal argumento é que o tempo de exposição é pelo
menos o dobro do tempo que você leva. Portanto uma foto de 6 minutos de exposição, vai
levar outros 6 minutos para a câmera realizar o processo de redução de ruído. No entanto se
você pretende realizar longas exposições com menos de 30 segundos, então não se torna uma
desvantagem e é até um bom auxílio para evitar tempo em pós-processamento depois. Se você
estiver planejando fotografar um dia inteiro de longas exposições com tempos longos, então
lembre-se de que se você utilizar a redução do ruído da própria câmera, irá comprometer em
médio o dobro do tempo para cada foto, o que vai fazer com que fotografe menos no final do
dia.
No meu caso, eu levo as vezes 30 minutos para tirar uma fotografia em longa exposição
durante o dia no total, com um tempo de exposição entre 5 e 6 minutos. Primeiro porque eu
preciso encontrar uma boa composição e ângulo, fazer o foco manual, nivelar a câmera no meu
tripé, fazer uma leitura, fazer uma foto de teste, corrigir os ajustes, fazer uma nova leitura no
fotômetro da câmera ou no histograma, colocar o filtro ND, ligar o wi-fi ou o disparador remoto
da câmera, cobrir o visor com fita preta e então esperar pelo momento decisivo, se é que esse
momento já não passou! (Coloquei em negrito pois é um momento muito importante) e então
tirar a fotografia em longa exposição. E isso leva em média 30 minutos para apenas uma
fotografia. Se você já fotografa há um tempo em longa exposição, já está acostumado em como
a luz e as condições atmosféricas mudam rapidamente. Ou seja, fotografando em longa
exposição, uma parte grande do seu tempo já é utilizada preparando-se para a foto e, portanto,
você pode perder aquela fantástica luz que acabou de passar, ou as nuvens que se foram,
enquanto ainda está preparando a foto. Portanto se for utilizar a redução de ruído na câmera,
você irá demorar um tempo ainda maior para fazer uma foto. Mesmo os fotógrafos mais
pacientes não irão querer esperar mais tempo ainda por uma foto, ainda mais por um
problema que devia ter sido resolvido pelo fabricante.
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Alça da câmera, usar ou não usar?
Recomenda-se remover a alça da câmera ao realizar fotografias em longa exposição, pois o
vento pode fazer com que ela se mova e produz vibrações no tripé ou na câmera, tornando a
imagem com nitidez inaceitável ou ainda imagens tremidas.
Lentes
Lente TS-E 17mm (Tilt-Shift) Lente 17-40mm f/4 Lente 70-200mm f/2.8
55
Para fotografias em longa exposição, você pode utilizar qualquer lente, no entanto as lentes
grande-angulares são mais frequentemente utilizadas, por uma série de motivos:
b) Quanto maior a distância focal da lente, mais sensível a pequenas vibrações o conjunto
todo estará. Quando se fotografa por exemplo longas exposições com uma lente 70-
200mm (o que não é impossível), estará mais propensa a produzir vibrações na foto
especialmente em dias com muito vento, do que por exemplo utilizar uma lente fixa
24mm. O problema mesmo é quando, se utiliza 200mm e o vento está intermitente e aí
você acredita que a lente está estável e repentinamente pode vir alguns pequenos
instantes de ventania durante a sua longa exposição e arruinar todo o tempo que você
levou se preparando. Perceba que uma lente 70-200mm montada em um tripé com a
câmera, produz muito mais vibração do que uma lente 24mm fixa com a câmera no
tripé. É naturalmente mais estável e isso se vê na nitidez das imagens resultantes. Não
quer dizer que você não deva fotografar com uma teleobjetiva, mas assegure-se 100%
de que não tenha vibração nenhuma durante a exposição.
As lentes que eu recomendaria para fotografia em longa exposição são aquelas sólidas e
compactas, de preferência as lentes, no caso da Canon, da série L, ou então qualquer lente
grande angular que você utilizaria normalmente para fotografar paisagens ou arquitetura sem a
intenção de fotografar em longa exposição. Como exemplo estou utilizando neste momento
lentes 17-40mm f/4 e uma lente 24mm TS-E (Tilt-Shift) para fotos em longa exposição, além da
50mm f/1.4, mas qualquer lente grande-angular de boa qualidade irá ser suficiente. Para quem
está iniciando, pode até mesmo ser a lente do kit (18-55mm).
No caso de se utilizar lentes Tilt-Shift, a recomendação é cobrir com fitas ou pano preto o
entorno da lente quando está na condição de shift ou Tilt, principalmente durante a luz do dia,
pois a luz pode entrar por pequenas ranhuras do mecanismo da lente e produzir efeitos
indesejáveis em sua fotografia. Estas lentes não foram particularmente construídas para
fotografia em longa exposição.
56
Tripés
Diferentes marcas de tripés, qual a melhor escolha para fotografar em longa exposição?
Quanto mais resistente o tripé, melhor. Após alguns anos de experiência e ouvindo as opiniões
de especialistas em todo o mundo, eu concluí que não vale a pena comprar os tripés baratos.
No final das contas irá lhe custar mais. É claro que irá depender do tipo de fotógrafo de longa
exposição que você é. Quando eu comecei com as fotografias em longa exposição fotografando
principalmente o mar e paisagens eu descobri que eu precisava de um tripé que fosse
resistente e pesado e que fosse fácil de limpar quando estivesse no mar. Quando eu digo que o
tripé é pesado é porque ele precisa ser assim para poder eliminar o máximo possível de
vibração para evitar fotos tremidas ou sem nitidez suficiente. Ele tem que ser pesado o
bastante para aguentar as vibrações devido ao vento, por exemplo. Normalmente esses tripés
não são muito fáceis de viajar com eles, devido ao peso adicional ao ter que se carregá-los.
Porém, se você viaja muito é melhor você procurar um tripé compacto que consiga facilmente
colocar na sua mala de viagem e também na sua mochila preferencialmente. Deve ser
compacto e leve, mas não tão leve. De preferência deve se estender até 1,80m. Essas 2
combinações de leveza e extensão são concorrentes e o que fazer?
O tripé perfeito não existe, sempre você terá que fazer escolhas!
Quando você for procurar por um tripé, fique atento aos seguintes aspectos:
57
• Material: Fibra de carbono ou alumínio ou basalto. Alumínio é o mais barato e pesado,
porém pode lhe servir muito bem ao providenciar estabilidade se você costuma
fotografar em condições com muito vento. Fibra de carbono é mais caro, porém mais
leve. Tripés de basalto está no meio termo em termos de preço e peso. Viajantes
frequentes se beneficiam mais de um tripé de fibra de carbono, por ser mais leve. Se, no
entanto, estiver fotografando em condições com muito vento, adicione um peso (pode
ser a sua mochila por exemplo ao gancho central do tripé para resolver esse problema.
• Seções da perna e altura estendível do tripé: Tripés com mais seções de perna
normalmente possuem uma altura máxima maior e podem ter mais dimensões
compactas, o que é ideal para viajar. Observe que mesmo que você não seja tão alto,
não significa que não seja recomendável comprar um tripé com mais de 1,80m, por
exemplo. Esse tipo de tripé pode ser muito útil em algumas situações quando se
necessita ter um ângulo de visão mais elevado.
• Com ou sem coluna central: Os efeitos de uma coluna central são vários. Para alguns é
um modo de ter uma altura adicional, para outros é útil por ser capaz de inclinar a
coluna central, se ela tiver esse recurso. Alguns outros afirmam que o gancho atribui um
peso adicional sob a coluna central que irá reduzir diretamente qualquer vibração na
câmera. Acho isso um pouco exagerado, mas eu não estou dizendo necessariamente
que isto não tenha sentido. Qualquer que seja a opção que você decidir, não é
recomendado estender a coluna central se você não precisa, ele só irá aumentar as
chances de vibração em sua câmera e fará com que o tripé fique menos estável.
O tripé que eu utilizo é um Manfrotto 458B Neotec (Alumínio). Eu utilizo desde 2011 obtendo
ótimos resultados. É um tripé relativamente pesado e muitas vezes incomoda dependendo da
58
viagem. Mas nunca tive problemas com questões de estabilidade de nitidez das minhas
imagens em longa exposição. É bem versátil e eu o utilizo tanto para as longas exposições
quanto para os meus trabalhos com arquitetura.
Um outro tripé similar é o Manfrotto MT055XPRO3 (Alumínio). Ambos são muito parecidos e
bons para quem quer comprar um tripé com bom custo benefício.
Agora se você tiver condições financeiras e quiser investir em um excelente tripé, eu
recomendaria o Gitzo GT1545T se você viaja ou pretende viajar frequentemente.
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Tripés articulados
Tripés articulados
Os tripés articulados são uma boa opção em locais onde existe restrição para o uso de tripés de
maior tamanho, pois em algumas mochilas é possível até colocá-los dentro, sem chamar muito
a atenção, além de serem facilmente moldados em troncos de árvores, concreto, barras ou
qualquer lugar que o uso do tripé não seja eficiente por causa de espaço, ou muitas pessoas
passando próximo que podem esbarrar no tripé e fazer a foto sair tremida. Esse modelo acima
é da Joby e aguenta até 5 kg. Existem também outros modelos de outros fabricantes.
60
Cabeças de Tripés
Arca-Swiss C1
61
tripé são ainda mais críticos do que se estivesse fotografando normal, pois fotografando em
longa exposição as vibrações são mais presentes no conjunto todo.
Existem vários tipos de cabeças de tripé e a que você escolher depende mais da sua preferência
pessoal. Todos os tipos se encaixam em fotografia em longa exposição. Existe a Ball Head (em
forma esférica, que possibilita um movimento em qualquer direção, dando mais flexibilidade e
rapidez. Já as niveladas e com engrenamento são para fotógrafos que precisam de ajustes mais
finos, por exemplo macrofotografia e arquitetura.
• Cabeças de Pan & Tilt: Estas são cabeças do tripé que tem 3 tipos de movimentos,
tornando mais fácil para ajustar a cabeça em todas as direções com o uso de alavancas.
As alavancas permitem o nivelamento da câmera em todas as direções de maneira bem
fácil, pela inclinação e travando a cabeça na vertical, horizontal e 360 graus em torno de
cada eixo podendo ser operado e travado de forma independente. A principal
desvantagem de uma tal cabeça é que eles são geralmente muito grandes devido às
alavancas e o transporte é bem menos confortável, além de ocupar muito mais espaço
em uma mochila. A Manfrotto tem algumas cabeças de tripé acessíveis que eu posso
recomendar. No exemplo temos a 808RC4, uma boa cabeça do tripé de 3 eixos. A
capacidade de peso dessas cabeças do tripé é suficiente para a maioria das DSLRs, mas
se você estiver usando câmeras de médio ou grande formato preste atenção ao limite
de peso.
• Ball Heads (Cabeças tipo “bola” ou esféricas): Estes são os tipos mais populares e
existem algumas cabeças muito bem desenhados e de esferas de alta qualidade de
todas as marcas populares no mercado. Cabeças de esfera podem ser ajustadas em
qualquer direção, utilizando a câmera que está ligada no topo da cabeça, como uma
alavanca. Este método lhe dá uma grande flexibilidade e velocidade durante o trabalho,
mas ao mesmo tempo não é muito fácil para nivelar a câmera exatamente na horizontal
e vertical já que nenhum dos eixos pode ser bloqueado separadamente. O que você tem
que olhar quando se considera uma ball head:
62
mais difícil para ajustar a posição. Cabeças de esfera com um diâmetro grande
de esfera e, portanto, maior capacidade de carga são mais caras e também
influenciarão no aumento de peso de sua mochila ou mala quando viaja.
Cabeças de esfera vêm em várias faixas de preços com mais ou menos opções. É
recomendável ter uma cabeça com um botão para ajustar o atrito dependendo do peso
de sua câmera e lente. É verdade que cabeças tipo esfera vêm em uma variedade maior
e muitas vezes também estão em faixas de preços mais elevados. Ao fotografar
arquitetura e fotografando em longa exposição durante alguns anos, acredito que
usando a maioria das cabeças tipo esfera se torna cansativo. Se você ainda quer utilizar
uma cabeça de tripé do tipo esfera, existem algumas características que farão o uso
delas mais adequado e até mesmo altamente recomendável:
o Ajuste da fricção: um botão ou anel com o qual você pode ajustar o atrito com o
peso da câmera e suas preferências pessoais. Este recurso vai ajudar muito, mas
não é dos controles mais precisos.
o Bloqueio de inclinação: Isso vai fazer uma grande diferença. Com esse recurso,
você pode bloquear a cabeça de esfera em um ou mesmo mais eixos. A maior
parte do tempo eles vão bloquear apenas um eixo, por exemplo o eixo
horizontal. Então, depois de ter nivelado a câmara na horizontal, você pode
bloquear o eixo horizontal e, em seguida, continuar a nivelar a câmera no outro
eixo sem ter que perder o nivelamento horizontal. Algo que acontece comigo o
tempo todo. A empresa FLM, uma fabricante alemã, produz algumas cabeças de
esfera de excelente qualidade que são muito acessíveis e vêm com recursos que
você não vai ver em qualquer lugar, produz cabeças de bola com esta
característica, como a FLM CB58 FTR que eu recomendo. Para quem está
iniciando eu recomendo a Manfrotto MHXPRO-BHQ2 XPRO que está na figura
da página anterior.
Marcas recomendadas para cabeças do tipo esfera são Arca-Swiss, o fabricante suíço
que basicamente inventou a cabeça tipo esfera e definiu o padrão para a qualidade e
funcionalidade de cabeças de esfera e os sistemas de abertura rápida nesta indústria e
também Really Right Stuff. Infelizmente Really Right Stuff não tem uma cabeça de
esfera com a trava de inclinação. Ambas as marcas estão entre as melhores. Mas
existem muitos outros fabricantes conhecidos ou menos familiares que produzem
cabeças de esferas de alta qualidade também.
• Cabeças engrenadas (Geared Heads) - Há apenas algumas marcas que têm cabeças
engrenadas em sua linha de cabeças de tripé. Este tipo de cabeças do tripé tem a
melhor precisão absoluta. Você consegue sintonizar com muita precisão o nível em
63
todos os eixos com a cabeça voltada em pequenos passos incrementais, o que
absolutamente não é o caso com cabeças de esfera. Nas cabeças de esfera leva-se um
tempo muito maior para se ajustar, enquanto as engrenadas o ajuste é mais preciso.
Usando cabeças engrenadas irá poupar-lhe principalmente tempo, mas esse “conforto”
vem com um preço. As melhores cabeças são da marca Arca-Swiss. A versão mais
barata, o D4 vai custar cerca de R$ 3.300,00 (Preços no site da BH, sem considerar
impostos ou taxas). Seu modelo top de linha é o Cube C1 que será vendido por cerca de
R$ 5.610,00 (também sem considerar impostos ou taxas). A Manfrotto também tem
algumas cabeças engrenadas em sua linha que estão entre R$1.200 e R$ 2.800,00, mas
são demasiado volumosas ou simplesmente não tão robustas como suas homólogas
Arca-Swiss e não pode suportar uma carga muito pesada.
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Filtros ND (Densidade Neutra)
65
Porque utilizar Filtros ND?
Entrarei em mais detalhes adiante no porque eu prefiro fotografar durante a luz do dia com
tempos de exposição variando entre alguns segundos até 7 minutos. A única maneira de fazer
fotografia de longa exposição com vários minutos, em condições normais, durante o dia é
usando filtros de densidade neutra ou Filtros ND bem escuros. Não há outra maneira de
bloquear a luz de forma eficaz e aumentar o tempo de exposição do que usando filtros ND na
frente de sua lente. Se você almeja obter longos tempos de exposição entre 3 e 7 minutos ou
até mais, então você vai precisar de filtros ND que cortem com pelo menos 10 pontos de luz.
Neste momento os filtros ND que eu prefiro e uso pessoalmente são os Lee Filters, como o LEE
Big Stopper (10 pontos de luz) e o LEE Little Stopper (6 pontos de luz), existe também o LEE
Super Stopper (16 pontos de luz) ou filtros ND circulares. Você pode ler mais sobre estes filtros
no site da Lee Filters.
Filtros ND em geral vêm tanto como filtros circulares de rosca, só precisando rosquear
diretamente na parte frontal da lente, como retangular em filtros para o qual você precisa de
um suporte de filtro adicional.
Os filtros circulares são mais práticos de carregar, porém em se tratando de filtros de densidade
neutra graduados, já não são a melhor escolha.
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Filtros ND circulares de rosca
-Filtros ND circulares
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Os filtros ND circulares variáveis podem ter um ajuste de densidade variável, ao girar o
indicador do mínimo ao máximo. É útil e prático quando se quer resultados fixos de tempo de
exposição com os mesmos ajustes de diafragma e ISO. Em função da alteração da intensidade
da luz, pode-se girar e compensar para manter o mesmo tempo de exposição. Ou ainda ter
mais versatilidade em um único filtro.
Enquanto um único filtro com uma vasta gama de densidades soa como a solução definitiva,
filtros de densidade variáveis têm algumas desvantagens e limitações. Uma limitação é a
espessura do anel de filtros empilhados. Eles são mais espessos e em conta disso apresentam
vinhetas em algumas distâncias focais menores que 40mm em uma câmera com sensor full
frame. Como eu utilizo primordialmente para fotografias de paisagens distâncias focais mais
amplas que 40mm (ou seja, mais grande-angular), esta solução não funcionou para mim.
Outra desvantagem é a redução da luz de forma irregular, resultando em um padrão de linhas
cruzadas visto em algumas imagens nas extremidades superiores destes filtros. A realidade é
que estes filtros são uma combinação de 2 filtros polarizadores, um linear e outro circular e por
isso forma esse padrão. Além disso, o custo é uma desvantagem definitiva para as versões de
alta qualidade desses filtros.
Abaixo podemos ver o efeito que ocasiona estes filtros de densidade neutra variáveis:
68
Filtro Hama Variável NDx2-400 @100% crop. Perceba os artefatos lineares nas especularidades.
Neste último exemplo acima podemos ver claramente os padrões que os filtros de densidade
neutra variáveis fazem nas imagens e arruínam a qualidade de sua foto.
Filtros ND Retangulares
Metade deste filtro é claro e a outra metade vai do claro ao escuro até a parte superior do
filtro. No meio do filtro, a quantidade de filtragem passa de 0 pontos de luz até 1 - 4 pontos
geralmente, para a parte superior do filtro. Você vai encontrá-los nestes fatores de densidade:
0,3; 0,6; 0,9, e 1,2 (que são 1, 2, 3 e 4 pontos de redução de luz). Além disso, a segunda
característica importante desses filtros é o tipo de graduação cinza (claro e escuro) a partir do
meio para cima. Um filtro de borda suave torna uma graduação mais suave, enquanto em um
filtro de borda dura esta graduação acontece abruptamente. Vamos dizer que temos um filtro
GND 0.3 de 100 × 150 mm como um exemplo que é um filtro de 150 mm de altura e na parte
69
inferior 75 mm (metade) são claras ou 0 pontos de luz. Se o filtro GND é suave, em seguida, na
linha do horizonte, ele irá gradualmente ficar mais escuro em direção ao topo de 0 pontos para
3 pontos de luz, enquanto no caso de borda dura GND teremos 75 mm claro e 75 mm com 3
pontos a menos de luz.
Filtros ND graduados são usados onde há um grande alcance dinâmico entre as partes mais
claras e a parte mais escura de uma cena (cenas de alto contraste). Por exemplo, um pôr do sol
ou uma cena com vista para o sol onde o céu é muito brilhante em comparação com a terra.
Sem um filtro ND graduado você teria que fotometrar ou o céu ou a terra para serem
devidamente expostos e sacrificar o céu para (branco puro) ou sub expor a terra (preto 100%).
Assim, um filtro ND graduado permitirá obter uma fotografia muito melhor exposta tanto do
céu quanto da terra em um único quadro, como alternativa seria fazer algumas exposições para
o céu e para a terra e depois mesclá-los como HDR (Alto alcance dinâmico) em programas de
pós-processamento (Lightroom e Photoshop, por exemplo) ou ainda utilizar da ferramenta de
filtro graduado no Lightroom, ao qual veremos mais em detalhes no capítulo 12.
70
Exposta para o Exposta para as Uso de filtro ND graduado
céu pedras 0.9 + edição Lightroom
Informações técnicas:
Os filtros graduados suaves são os de mais fácil manuseio e os mais populares enquanto
graduados rígidos são realmente adequados apenas em determinados cenários, tais como
cenas oceânicas, onde pode alinhar a linha de transição ao longo do horizonte. É importante
estar ciente de que filtros de densidade neutra são um compromisso, não é tão certo onde a
transição pode ocorrer e se é exatamente onde você quer em uma foto, portanto esteja atento
ao uso e aos elementos da composição de sua fotografia.
Muito embora normalmente os filtros GND’s são do tipo retangulares de chapa há também
alguns tipos de rosca circulares. O principal problema com filtros GND’s de rosca circulares é
que você não tem a flexibilidade de jogar com a posição vertical da sua linha do horizonte. E
esta é uma desvantagem muito grande.
71
-Filtros Retangulares de densidade neutra sólidos
Nos filtros de densidade neutra sólidos, o filtro inteiro é escuro e tem um fator de densidade
específica. São feitos de material frágil (vidro) ou resina ótica, com um índice de refração quase
idêntico à do vidro ótico. Normalmente, esses filtros vão de fatores de densidade de 0,3 a 4,5
(até 16 pontos de redução de luz) tanto no tipo de rosca quanto no tipo retangular. Os filtros
vêm em tamanho quadrado (100x100 mm)
Informações técnicas:
Todos os filtros produzem o efeito de vinhetas óptico com lentes grande-angulares, porque em
torno das bordas e cantos da lente é como se estivesse olhando através do filtro em ângulo, de
modo que ele é efetivamente mais espesso e, portanto, mais denso. Novamente você pode
corrigir isso no pós-processamento, mas as vezes o efeito pode ser de muitos pontos de luz de
diferença da vinheta para o centro da imagem, principalmente em uma lente super grande
angular (abaixo de 17mm) e quando os cantos são iluminados por essa diferença é provável que
você tenha bastante ruído na vinheta em exposições muito longas. A melhor maneira de
72
contornar isso é fotografar no menor ISO possível e empurrar o histograma para a direita
(técnica conhecida como expor para a direita, já mencionada antes). Isto proporciona tanta
exposição quanto o sensor pode aguentar e ajuda a puxar as sombras para cima, geralmente
com muito menos ruído e melhor detalhe da sombra também.
Outro ponto a se mencionar para o caso do filtro LEE Big Stopper (que consome 10 pontos de
luz) é que existe uma alteração no matiz da cor na imagem final. (Distorção de cor ou color
cast).
Eu acredito que lidar com matiz de cor em filtros de densidade neutra é um tema comum aos
fotógrafos, principalmente de longa exposição. Parece que todos os filtros ND tem algum matiz
de cor residual. Isto é causado pelos comprimentos de onda infravermelho (IR) residuais que
estão vazando através do filtro quente dos sensores. Para entender isso basta considerar um
filtro de 10 de pontos de luz. Este filtro tem apenas 1/1000 da quantidade original de luz que
está indo para o sensor (transmitância); qualquer contaminação IR será agora 1000x maior
sobre a captura não filtrada. Mas seria este um problema grave? A resposta é SIM e NÃO.
SIM porque esta contaminação diminui a qualidade e contraste das suas imagens. NÃO porque
se você trabalhar com filtros das marcas de qualidade que eu mencionarei adiante e suas fotos
são em formato RAW isso geralmente pode ser corrigido através do ajuste de balanço de
branco da foto no pós-processamento.
Para corrigir na câmera, na hora da foto no caso do Lee Big Stopper, utilize um balanço de
branco próximo a 10.000K e o problema de matiz de cor (normalmente esse filtro tende para a
cor azul) tende a ser anulado. No capítulo 12 Será mostrado mais métodos para correção do
desvio de cor inerente a este filtro.
73
Arquivo raw, com
color cast azulada
Os filtros retangulares possuem essa gaxeta na parte traseira que serve para evitar vazamento
de luz, um dos problemas que será discutido no capítulo 12.
74
Como os filtros de densidade neutra retangulares são fixos na lente?
No caso do fabricante LeeFilters, são utilizados anéis adaptadores de rosca que vão na frente da
lente. Normalmente os tamanhos dos adaptadores são 52, 58, 66, 67, 77 e 82mm. Existem até
adaptadores especiais para lentes como as Tilt-Shift 17mm que por ser uma lente muito
esférica na ponta, faz com que tenha que se ter uma distância maior da rosca até o espaço para
colocar o primeiro filtro.
Lente TS-E 17mm com o adaptador de rosca e com o Foundation Kit da LeeFilters com espaço para 2 filtros
75
Adaptador de rosca Lee Filters 77mm w/a (wide angle) – grande angular
Com o uso desses adaptadores é possível conectar o suporte que vem no (Foundation Kit) da
Lee Filters.
76
Suporte para filtros Lee, filtro de densidade neutra graduado suave, anel adaptador e câmera
77
Como podemos observar na figura anterior, podemos empilhar os filtros em até 3 filtros
dependendo do modelo de suporte da LEE filters.
Além dos filtros de densidade neutra, é possível utilizar em conjunto com eles, os filtros
polarizadores (lineares ou circulares). Lembrando que os filtros ND (sejam eles graduados ou
sólidos não possuem o efeito polarizador que só o filtro polarizador tem.)
É possível por exemplo utilizar um filtro polarizador linear ou circular na primeira ranhura, um
filtro GND ou um filtro ND sólido na segunda ranhura e outro ND na terceira ranhura. Fazendo
um empilhamento de 3 filtros.
Uma observação importante é que quanto mais empilhamento de filtros, maior a tendência a
vinheta, assunto que será discutido em mais detalhes no capítulo 11.
Bolsa de Campo
Com tantos filtros e acessórios, pode ser difícil armazenar tudo isso de uma maneira prática e
rápida. Por esse motivo recomendo utilizar uma bolsa similar a essa da foto abaixo. Para que
você não perca tanto tempo procurando filtro, tirando da embalagem, etc.… e para que o foco
fique na criação da composição de sua fotografia.
78
Existe uma bolsa de Campo da Lee Filters que consegue armazenar até 10 filtros, acessórios
planos e adaptadores e é altamente recomendável para uma troca rápida dos filtros e também
para protege-los pois são frágeis e podem quebrar ao cair no chão, por exemplo.
Isso depende de suas necessidades, a quantidade de dinheiro que você pode se dar ao luxo de
gastar, o seu nível de especialização e a qualidade de sua câmera / lente. Pode parecer
complicado, mas na verdade é bem simples. Para os iniciantes eu vou dar algumas instruções
gerais sobre como escolher o filtro ND usando o tipo de lente como meu único critério. Assim,
para todo o resto desta seção você deve saber o diâmetro da rosca de sua lente (mm.) E a
densidade ótica que você deseja. Vamos dizer que você está fazendo longas exposições e você
precisa de um filtro com um fator de densidade 3.0 ou perto disso (precisa reduzir 10 pontos de
luz).
• Se você utilizar filtro circular do tipo rosca, saiba que todos os filtros ND deste tipo são
configurados de acordo com o diâmetro das lentes, basta verificar o diâmetro,
juntamente com a sua densidade ótica e pronto! Esteja ciente de que existem também
anéis adaptadores que podem aumentar ou diminuir o diâmetro (step-up e step-down).
Estes itens relativamente baratos, possibilitam que você não tenha que comprar um
tamanho de filtro de rosca diferente para cada diâmetro da lente (geralmente listado
como 77 milímetros, 72 milímetros, etc.). Basta comprar um filtro ND que se encaixa a
sua maior lente, e usar o que é chamado um "adaptador step-down" ou “anel adaptador
de descida” para ter esse mesmo ajuste de filtro ND sobre quaisquer lentes menores.
• Se você prefere os filtros retangulares de encaixe nas ranhuras, geralmente para uma
ampla gama de lentes os filtros com 100 milímetros de largura são suficientes. Também
neste caso, você vai encontrar muitos estilos diferentes que vão de 67 milímetros de
largura e 168 mm em alguns casos. A principal razão que normalmente se muda para
dimensões maiores é por causa do diâmetro de lentes grande angular, e na tentativa de
reduzir a chance de causar sombreamento (vinhetas) em uma fotografia. Como um
exemplo, alguém com sua lente de 21 milímetros tende a usar filtros 100x150 mm ou
mesmo 150×150 mm porque essas lentes têm 82 milímetros de largura. Depois de
colocar um anel adaptador de filtro e suporte para a lente, um filtro de tamanho 85
milímetros iria causar algum sombreamento. Uma vez que os filtros 100x150 mm ou
79
150x150 mm são maiores, o suporte também é, que se move mais para longe do ângulo
da lente e não causa qualquer sombreamento. Há muitos fotógrafos, que tendem a
segurar com a mão os filtros na frente de sua lente, às vezes. O maior pedaço de vidro
lhes dá mais espaço livre para segurar o filtro com sem ter que se preocupar com as
pontas dos dedos entrando na fotografia. Esteja ciente de que você ainda precisa de um
adaptador que deve ser do mesmo diâmetro que a sua lente é. Para lentes ultra grande
angulares (por exemplo Canon 11-24mm), as coisas são um pouco diferentes pois o
sistema de suporte tem algumas diferenças importantes. Para este caso a Lee Filters
tem um outro sistema chamado de LEE Filters SW150 Mark II Filter System Holder e
também um adaptador especial para esse tipo de lente.
• Se você vai utilizar filtros ND com pequenos valores de redução de pontos de luz (como
2 ou 3 pontos), há também algumas outras soluções: a) Dependendo do tamanho de
seus filtros GND, podem ser usados como filtros ND se a região mais escura é grande o
suficiente para cobrir toda a lente. b) você pode usar os filtros polarizadores que podem
funcionar como filtros ND, com aproximadamente 2 pontos de luz, quando este filtro é
girado para o efeito máximo de polarização.
Vamos dar algumas vantagens e desvantagens dessas duas configurações diferentes. O sistema
de filtros de densidade neutra do tipo da Lee (Suporte para filtros retangulares – Foundation
Kit) é o mais rentável em termos de custo benefício e a maneira mais flexível para comprar
qualquer tipo de filtro, em outras palavras, para comprar um sistema de filtro que consiste em
um suporte de filtro, um anel adaptador para cada uma das suas lentes e um conjunto de
filtros. As vantagens deste sistema são:
• Você só precisa de um anel adaptador para cada lente. Todo o resto do kit pode ser
usado com todas as suas lentes (existem algumas limitações naturalmente, nós
comentamos sobre isso anteriormente).
80
• Os filtros podem ser rotacionados e também podemos jogar com o deslocamento
vertical para as condições de luz especiais. (Filtros de densidade neutra graduados, por
exemplo)
• Você pode evitar vinhetas, escolhendo o comprimento adequado do seu filtro (também
já comentado anteriormente).
• A maneira mais fácil de instalar, remover e trocar filtros. Você pode se concentrar,
preparar a sua composição e sua fotografia final e de maneira rápida e fácil ir
adicionando filtros nas ranhuras do suporte, conforme o seu interesse na imagem final.
O único aspecto negativo que eu posso mencionar é o custo inicial que você precisa para
comprar os anéis, suporte e acessórios apenas para obter um filtro. Eu recomendo que você
considere esta compra como um investimento para todos os seus filtros futuros de modo a
obter um bom sistema de filtro de qualidade e ter sempre em mente que não há sentido
nenhum em comprar uma câmera e lente de qualidade e colocar um pedaço de plástico barato
na frente dele!
Por outro lado, a compra de filtros circulares de rosca acredito ser a maneira mais simples de
colocar filtros na frente de suas lentes. Os benefícios desses filtros são, principalmente, o baixo
custo inicial e seus tamanhos, enquanto suas principais desvantagens são:
• Algumas vinhetas bem marcadas são produzidas em lentes grande angular pois as
bordas do filtro estão bem perto da lente.
• Para cada lente de diâmetro diferente você precisa de um novo filtro ou dos
adaptadores (step-up ou step-down mencionados anteriormente)
• Filtros graduados ND deste tipo não são flexíveis.
• Difícil manuseio com estes filtros durante a fixação e remoção
81
Marcas mais comuns de filtros de densidade neutra
Ø Lee Filters
Ø Cokin
Ø Singh-Ray
Ø Formatt HiTech
Ø B+W
Ø Hoya
Ø Heliopan
Filtros Polarizadores
Filtros polarizadores – podem ser do tipo rosca, ou de encaixe no suporte do sistema da LeeFilters
Muitos fotógrafos usam filtros polarizadores em combinação com filtros ND. O bom de se
utilizar filtros polarizadores é que eles não apenas dão um pouco mais de vibração às cores,
mas também reduzem a luz com 2 pontos de luz suplementares, além é claro de eliminar
reflexos indesejáveis, o que o filtro ND não faz. Existem dois tipos de filtros de polarização: o
polarizador circular (CPL) e o polarizador linear (LP). Alguns dizem que o filtro polarizador linear
não é adequado para DSLR por dificultar o foco automático da câmera. Para evitar esse
82
problema, utilize sempre um filtro polarizador circular. Ou caso você só utilize foco manual, não
precisa ter essa preocupação. A maioria dos filtros de polarização são CPL. Além disso, como
comentado anteriormente, os filtros ND variáveis são baseadas no conceito de 2 filtros de
polarização para reduzir a luz. Portanto, é recomendável que se você for usar um filtro ND
variável não o utilize em combinação com um filtro polarizador, porque o resultado vai ser
muito imprevisível.
Podem ser utilizados em fotografias em longa exposição por produzirem um efeito névoa. No
caso da Lee Filters, existe o Lee Filters Mist set, que é um conjunto de três filtros que simulam
uma névoa ou neblina. São muito úteis para composições minimalistas, ou quando se deseja
remover um horizonte e deixar um efeito de névoa, sem ter que recorrer a pós-produção.
83
Existe o Lee Filter Mist Stripe (que é uma pequena faixa de neblina no meio do filtro), utilizado
principalmente para criar névoas no horizonte e também o Lee Filter Mist Grad (que faz um
gradiente de névoa). Além dos dois mencionados existe também o Lee Filter Mist Clear Spot,
onde ele produz um círculo em foco e o restante em névoa. Os usos podem ser bem
interessantes e dar asas a criatividade.
É importante mencionar que se evite utilizar aberturas do diafragma menores que f/11 (por
exemplo f/16, ou f/22), a fim de dar um efeito natural para a névoa.
Exemplo de utilização:
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Anéis adaptadores de subida e descida (Step-up / Step-down)
Muitas pessoas que usam os filtros de rosca circular irão encontrar o problema de que um
tamanho não serve para todos. Por exemplo, o seu filtro ND de 10 pontos de luz, se encaixa na
sua lente grande angular com a rosca de 82 milímetros, mas não na sua lente zoom 77
milímetros. Há um remédio rápido e fácil para isto: usando anéis adaptadores de subida ou
descida. Um passo para cima / baixo do anel é um anel fino que você irá montar a frente de sua
lente. Você pode parafusar o filtro ND no anel.
85
Disparadores Remotos
Existem diferentes meios de realizar o disparo ao fotografar em longa exposição, qualquer que
seja o método utilizado, nunca fique com o dedo pressionando o disparador da câmera,
principalmente em exposições de vários minutos. O seu dedo irá cansar, sua mão irá cansar e
seu braço também, fazendo com que pequenas vibrações por fadiga possam arruinar a sua
foto. Para evitar este tipo de infortúnio, recomenda-se utilizar um disparador remoto, cuja
função principal é evitar a vibração da câmera e consequentemente evitar que a foto saia
tremida, ou com nitidez inaceitável.
O disparador básico que você precisa é um que consiga simular as funções do modo Bulb da
câmera, ou seja ele precisa ter um botão disparador e uma trava para poder segurar o botão
apertado pelo tempo que for necessário.
86
Os disparadores podem ser:
Via cabo
Modelo Canon RS-80N3 – Um modelo básico de disparador remoto via cabo que possui trava
de disparador e faz o trabalho para fotografias em longa exposição.
Cuidado especial deve-se ter ao evitar deixar o cabo balançando em situações de muito vento e
o cabo produzir vibrações desnecessárias na câmera. Para evitar isso, coloque uma fita ou
velcro no cabo e prenda-o ao tripé.
TriggerTrap – Neste modelo de disparador, você faz um controle mais sofisticado, através do
uso de cabos fornecidos pela empresa, chamados de dongle e com o uso de um aplicativo de
smartphone (iOS ou android)
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Através do aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, é possível controlar o tempo de
exposição, criar timelapses, entre outras funções, pois o mesmo funciona como um
intervalômetro e é especialmente útil ao fotografar rastros de estrelas no céu. Você pode
fotografar com um temporizador, tirar uma foto a cada x segundos, por várias horas, ou até
dias. Ideal para timelapses, céus estrelados, rastros de estrelas, etc...
A desvantagem é que ele descarrega muito rapidamente a bateria do smartphone, para
minimizar esse problema deixe no modo avião, ou ligue na energia elétrica, se tiver uma
tomada próxima.
88
Sem fio (wireless)
Disparador sem fio Canon RC-6 – Cumpre bem a função de disparador remoto sem fio e não tem o
problema do fio, que fica exposto ao vento e pode produzir vibrações na câmera.
Aplicativo Canon EOS – No apêndice A, falaremos mais sobre os aplicativos, mas este aplicativo
pode ser utilizado para disparar remotamente a câmera. Desde que a sua câmera tenha a
função wi-fi.
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Via disparador da câmera com temporizador
Por último é possível utilizar o próprio temporizador da câmera (em algumas câmeras é possível
ajustar o tempo entre 2 e 10 segundos), ao acionar o botão do disparador da própria câmera,
após este tempo pré-ajustado ela irá disparar. Somente recomendo este procedimento para
câmeras que consigam estender a longa exposição em modo manual para vários minutos.
Como exemplo a Nikon D810a é possível utilizar o modo M* de até 900 s (15 minutos).
Para câmeras Canon, como a Canon 6D por exemplo só é possível utilizar o modo M até 30
segundos. Acima disso é necessário usar o modo Bulb e necessariamente tem que manter o
disparador pressionado (remoto ou não).
Se você não quer investir em um disparador remoto e tem uma Canon, saiba que estará
limitado a 30 segundos em longa exposição utilizando o temporizador da câmera.
Isto mesmo. Fita adesiva preta. Podendo ser uma fita isolante, ou melhor ainda uma fita preta
com o mesmo tecido da Silver tape, para melhor aderência.
Provavelmente o acessório mais barato que você irá carregar em sua bolsa, mas também
aquele que pode te salvar de frustrações. Use-lo para cobrir o visor (viewfinder) de sua câmera
para evitar que a luz entre pelo visor. Ou então pode-se utilizar a própria capa que vem na alça
de sua câmera.
90
Utilize a capinha no seu visor da câmera para evitar a entrada de luz, como indicado na figura
ou uma fita preta.
Além do visor, use a fita preta para proteger quaisquer aberturas entre os filtros da entrada de
luz, como mostrado na figura abaixo:
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No caso de se utilizar uma lente Tilt-Shift, utilize em torno da lente também (no corpo da lente,
onde há pequenas aberturas). Veremos mais sobre o problema de fuga de luz no capítulo 11
Lanternas
Normalmente utilizadas para fotografia em longa exposição noturna e light painting (pintura
com a luz), ao qual detalharemos mais adiante.
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Dê preferência para as lanternas de LED. Nos dias atuais, as lanternas de lâmpadas
incandescentes são como o filme da indústria de lanternas.
Com relação a alimentação, procure as lanternas que operem em pilhas padrões, tipo AA, ou
AAA. Baterias recarregáveis ou não, a preferência é sua.
Nem sempre as lanternas mais potentes e maiores são as melhores. Existem lanternas com e
sem zoom que focam mais os feixes de luz. Atente-se ao padrão do feixe de luz que pode variar
em concentrado (spot) ou com ângulo mais aberto (wide). As melhores lanternas são aquelas
que possuem ajuste desde spot até wide. A preferência é que a lanterna que você escolher
mantenha a consistência da luz entre esses 2 ajustes. Existem alguns modelos que você pode
puxar e empurrar para ajustar o foco, ou outros modelos em que se gira o anel de foco.
Com relação a cor da luz, só porque você estará utilizando LED não significa que você não irá ter
desvio de cor. É muito provável que você queira uma luz que se aproxime o máximo possível da
cor branca, a não ser que você tenha algum uso específico que precise de outra cor, ou queira
experimentar cores diferentes. Eu recomendo considerar uma com a luz branca e colocar filtro
gelatina colorida na frente dela, caso se queira outra cor, assim com uma única lanterna e
algumas cores de filtro gelatina se consegue obter qualquer cor desejada.
Existem inclusive algumas lanternas a prova d’água, considere o uso, conforme for o caso vale a
pena.
Algumas sugestões de lanternas para iniciar: HP7, PX45 ou G50 ou no site da lanternas táticas,
que também está no apêndice E.
As lanternas também podem ser de cabeça e são úteis para fotografia em longa exposição
noturna, principalmente ao fotografar o céu e estrelas e também em trilhas noturnas, pois te
libera as duas mãos para ajustar o que você precisar.
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Grip de Bateria (Battery Grip)
Um acessório que pode ser opcional, porém recomendável para quem fotografa durante o dia
todo ou a noite toda.
Mesmo tendo baterias reservas, eu recomendo ter um grip destes para quem fotografa o dia
todo, pois você conseguirá fotografar por muito mais tempo sem se preocupar em trocar as
baterias, pois costuma durar quase o dobro do tempo em relação a uma única bateria (Tem
espaço para 2 baterias, normalmente)
O lado bom é que você não corre o risco de ter que perder aquele momento, porque sua
bateria acabou e tem que trocar. Já pensou no meio de uma longa exposição de 6 minutos, sua
bateria acaba e você não consegue concluir a exposição? E aquele momento se passou? É um
investimento que vale a pena para quem fotografa por muitas horas direto, ou a noite toda,
principalmente em se tratando de longa exposição, que geralmente consome mais bateria para
manter o espelho levantado. Se estiver utilizando o liveview no LCD da câmera atrás, o
consumo de bateria é maior ainda.
Para fotografias em longa exposição noturnas (fotografias do céu estrelado, rastros de estrelas,
etc....) onde se tem que ficar muito tempo fotografando (até 7 horas muitas vezes para
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conseguir um rastro completo de estrelas) eu diria que é altamente recomendável um battery
grip.
Cronômetro
Existem hoje vários aplicativos para smartphones que já incluem um cronômetro para quando
se está fotografando em modo Bulb (B), é possível ainda utilizar um cronômetro externo ou um
relógio.
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Provavelmente com longa exposição você terá menos clicks, porém ficará mais tempo com o
obturador aberto. A questão principal é que normalmente o sensor da câmera é projetado para
durar muito mais que o obturador, por causa do obturador ser um dispositivo mecânico, nas
câmeras Canon você pode trocar até 3 vezes. O que ocasiona a diminuição da vida útil do
sensor é o aquecimento por tempos prolongados, produzindo hot ou dead pixels, que
aumentarão com o passar do tempo. Isso vale para filmagem também, que é ainda mais severo.
Conclusão: Não se preocupe tanto assim com a vida útil de sua câmera por estar fazendo longas
exposições. Se você utiliza a câmera esporadicamente para fazer longas exposições, não há
porque se preocupar e mesmo se você utilizar ela exclusivamente para longas exposições, você
não irá ter tantos clicks em longa exposição, devido ao tempo maior, como teria em um evento
ou casamento por exemplo; e apesar da vida útil ser um pouco menor, o obturador irá durar
mais e talvez ele nem tenha que ser trocado até o fim da vida do sensor.
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Capítulo 9 - Ação: Fotografando em longa exposição
97
Software Google Earth, mostrando vista aérea do solo
Para localização eu recomendo utilizar o Google Maps ou o Google Earth. No caso do Google
Earth, existe uma ferramenta muito interessante que é a possibilidade de mostrar a posição do
sol e das sombras em determinado dia e horário, inclusive na versão mais recente ele já te diz
qual a temperatura e condição climática também. Acredite, isto irá facilitar muito a sua vida,
claro que fotografia muitas vezes é sobre o instante e momento únicos, e é exatamente por isso
que é importante você se planejar para estar no lugar certo na hora certa e contar com a sorte
ao chegar no local, visualizando o que se pretende fotografar e quais os melhores ângulos e
horário. Visitando virtualmente o local com antecipação, te ajuda a pensar em melhores
posicionamentos e acesso ao local também.
Busque nos sites de previsão do tempo como estará a velocidade do vento. Se a sua intenção é
fotografar as nuvens se movendo com prédios ou arquitetura por exemplo, de nada adianta sair
num dia ensolarado sem nuvens. A não ser que seu propósito seja fotografar uma cena urbana
com pessoas se movendo, ou o trânsito.
Para fotografar cenas que envolvam o mar, você tem além da preocupação das nuvens, a
preocupação com a maré. As vezes você quer que a maré esteja mais seca para mostrar alguns
detalhes nas pedras, ou em um píer por exemplo. As vezes pode ser o oposto. Considere
também o uso de neblina ou névoa/maresia no oceano como um auxílio para criar efeitos
minimalistas e um sentido de mistério nas suas composições.
Aproveite para estudar sobre o local também, um pouco de leitura o ajudará a entender melhor
a cultura local e a “alma” do lugar, o que pode ser muito benéfico em se tratando de projetos
autorais e melhorando a sua própria fotografia. Qualquer local é um ótimo local para fotografar
em longa exposição. Você pode fotografar no centro da sua cidade, no campo e nas montanhas,
nas praias e em toda natureza, só depende do seu objetivo e do que mais lhe atrai.
98
Estude a hora certa de chegar ao local. Por exemplo se você vai fotografar o pôr do sol em uma
montanha, recomenda-se chegar pelo menos 1 hora antes do sol se por, pois ao chegar você
ainda levará um tempo preparando a composição, o tripé, filtros, etc..... É claro que sempre
existirão surpresas e esta é uma parte muito interessante que pode te ajudar a adaptar-se a
novas situações com resultados inesperados.
Em seguida é hora de preparar os equipamentos. Tenha certeza de que sua câmera está com as
baterias carregadas e que o cartão de memória está vazio e formatado, baterias e cartão de
memória extras são recomendáveis.
Separe as lentes que você pretende utilizar. Eu procuro viajar sempre com o mínimo possível de
equipamento, quando se têm muitas opções de lentes, acabamos ficando perdidos com tantas
opções e ao invés de ajudar, atrapalha a nossa criatividade. Se você tem certeza de que irá
fotografar somente paisagens, porque não levar apenas 1 lente zoom grande angular, por
exemplo?
O que levar?
99
Você também irá precisar do tripé e dos filtros ND, além dos acessórios já mencionados
anteriormente, se tiver probabilidade de chuva, leve um guarda-chuva com grande abertura e
que você consiga fixa-lo em algum lugar próximo do seu tripé (faça uma adaptação).
Quando tenho uma viagem, eu sempre utilizo este checklist e assim que vou separando os
equipamentos, vou marcando os itens até ter todos completos e ter a certeza de que não
esqueci nada.
Encorajo você leitor a fazer sua própria lista
Abaixo um exemplo do checklist que utilizo e que me ajuda a não esquecer de nada:
100
Outro ponto ao se preparar para fotografias em longa exposição é configurar corretamente sua
câmera para aproveitar uma melhor visualização do histograma.
Essa diferença no contraste e saturação vai fazer com que o histograma de sua câmera passe a
ser muito mais próximo de um verdadeiro arquivo raw e vai fazer você errar muito menos nas
suas fotografias em longa exposição. Existe uma outra técnica que vou apenas mencionar aqui
conhecida como UniWB, que é semelhante. Sugiro uma pesquisa em buscadores de internet
101
Balanço de Branco
A função de travamento de espelho (mirror lockup) pode ser utilizada para amenizar vibrações
internas da câmera ao se trabalhar em longas exposições. Eu recomendo utilizar o mirror
lockup somente para exposições com tempo menor que 3 segundos. Já realizei vários testes e
não pude confirmar com exatidão a sua real performance. Se você tiver um bom tripé, não
precisará se preocupar com microvibrações produzidas pelo espelho, principalmente em longas
exposições da ordem de minutos, mas vai da preferência de cada um usar ou não.
102
Otimização de luz automática (Auto Lighting Optimizer)
Em se fotografando em raw, não faz diferença ajustar esse parâmetro. Em algumas câmeras o
nome é Auto-D-Lighting.
Espaço de cor
A recomendação para espaço de cor é utilizar sempre o maior espaço de cor disponível, no caso
Adobe RGB. Utilize sRGB só se você tiver 100% de certeza de que utilizará a fotografia somente
na web, sem se preocupar em impressão. A melhor opção é sempre deixar no maior espaço,
pois nunca se sabe onde uma fotografia pode ser futuramente utilizada.
103
Redução de ruído em longa exposição
104
Passo a passo ao chegar no local
Após ter se preparado, você já deve a este ponto saber detalhes do local, do clima, horário,
marés, etc.… e também já está com todo o equipamento disponível, é hora de partir para a
ação efetivamente. Em primeira instância pode parecer muitos passos, mas após fazer algumas
vezes isso se tornará muito fácil e natural. O que é mais difícil as vezes é criar o que você tinha
em mente e colocar isso na forma de fotografia e requer muita prática e persistência de ter de
voltar ao local até várias vezes se necessário. Não se preocupe com a expressão correta da sua
visão ou expressão artística original, isso virá com o tempo e muita prática, atente-se a tudo o
que te impulsiona a se expressar (filmes, livros, viagens, natureza, etc.…). No começo você terá
a tendência de “copiar” outros artistas, tome o cuidado de evitar a cópia, procurando se
inspirar no trabalho deles, o que é bem diferente. Aplique a sua própria visão. No começo leva
105
tempo até você ter um estilo que seja conhecido, mas não se preocupe com isso, apenas
pratique bastante, que virá naturalmente com o tempo.
Para longa exposição durante o dia, você pode utilizar o guia de referência rápida de longa
exposição com os ajustes ótimos que está localizado no apêndice F
106
Se sua lente possui estabilização de imagem não se esqueça de desligar, caso contrário sua
imagem sairá borrada e sem nitidez.
Adicionando filtros ND conforme a composição
Assim que a composição sem filtros estiver de acordo com o que deseja, mude o foco para foco
manual e coloque os filtros ND, ND grad, polarizadores, etc.… conforme a combinação e o
resultado que se procura. Normalmente quando há uma cena com muito contraste entre o céu
e a parte mais escura, começamos por utilizar o filtro ND graduado e em seguida, caso seja a
intenção, o polarizador em seguida, reajustamos a fotometria e sempre utilizamos os filtros ND
por último.
Nota: No capítulo seguinte iremos detalhar mais como lidar com cenas de alto contraste e o uso
de filtros ND graduados.
Mude para a posição Bulb (B). Lembre-se de manter a mesma abertura do diafragma e ISO que
utilizou em modo manual (M)
DICA IMPORTANTE: Ao fazer os ajustes em modo manual (M) e mudar a posição para Bulb (B),
revise a abertura do diafragma. Já perdi fotos por ter um ajuste de abertura de diafragma no
modo manual e ao mudar para Bulb, estava com outra abertura (o modo Bulb não guarda o
mesmo ajuste que o modo manual)
107
Conectando o disparador remoto
Coloque o disparador remoto na sua câmera, ou intervalômetro, ou controle remoto, ou wi-fi
ou ainda o temporizador de 2 ou mais segundos, o que for mais conveniente para você, desde
que o tripé fique imóvel. Ao se utilizar um disparador remoto por cabo, procure usar um velcro
no disparador e prendê-lo ao tripé para evitar ficar balançando com o vento e causar micro
vibrações que podem afetar a nitidez de sua imagem.
108
Cobrindo qualquer possível entrada de luz com fita preta
Para evitar entradas de luz lateral, principalmente se estiver utilizando muitos filtros
empilhados, não esqueça de cobrir com fita preta entre eles, conforme mencionado
anteriormente.
109
Tabela de tempos em fotografia em longa exposição
• Para encontrar a velocidade do obturador que você vai obter com esse filtro, vá para a
primeira linha e leia o tempo 1/500s, em seguida desça naquela coluna até você ver um
10 na segunda coluna (redução de pontos de luz), o cruzamento dessas 2 informações
vai te levar a um tempo de exposição de 2 segundos.
• Se o tempo de exposição cair entre dois pontos de luzes, opte pelo maior, sempre
adicione pelo menos 30% ao tempo calculado de exposição.
• Dependendo do fabricante, a nomenclatura para filtros ND varia. No caso dos filtros da
LEE Filters a nomenclatura para o filtro que reduz 10 pontos de luz é Big-Stopper ou
ND3.0, porém alguns fabricantes utilizam por exemplo a B+W usa para este mesmo
110
filtro a nomenclatura 110, outros utilizam ND1024 ou ND1000 que está relacionado com
o fator do filtro, veja a quarta coluna da tabela.
tND = t0 x 2 ND
Onde:
• Quanto mais precisa a sua medição da luz sem o filtro, mais precisa a tabela ou a
fórmula serão, para conseguir uma medição mais precisa de exposição pelo
fotômetro da câmera sem o filtro ND, você terá que cobrir o seu visor e quaisquer
outras possíveis fontes de vazamento de luz em sua câmera
• Quanto mais escuro o filtro menos confiável é essa tabela. Por exemplo se a minha
tabela diz que com uma velocidade do obturador de 1/30s, utilizando um filtro de
10-stops resultará em um tempo final de exposição de 30 segundos. Isto é verdade
em teoria, porém nem sempre funciona exato assim na vida real. Eu recomendo
baseado em experiência adicionar de 15 a 20% a mais ou a menos no tempo de
exposição como uma correção. Procure lembrar também que a luz muda
constantemente: Se você fizer uma leitura da luz alguns minutos antes de realizar a
111
foto final em longa exposição, durante o tempo em que se está fotografando em
longa exposição, a luz pode mudar, especialmente quando se está fotografando
próximo do nascer ou do pôr do sol: a luz muda muito rapidamente! Este é um dos
motivos pelos quais eu adiciono essa correção. Se for um nascer do sol, eu reduzo de
15 a 20% e se for no pôr do sol eu aumento de 15 a 20%. Mais adiante veremos
como lidar com as condições em que a luz muda rapidamente.
• Para os filtros ND de até 6 pontos, a tabela funciona muito bem, porém se estiver
utilizando 15 ou 16 pontos, então a correção neste caso será de 40% ou até mais,
ainda mais durante o crepúsculo, ou durante aqueles momentos do dia que a luz
muda rapidamente.
Caso tenha que empilhar mais de um filtro, por exemplo vamos supor que você precisa de 16
pontos de redução de luz, o ideal é utilizar apenas 1 filtro para fazer o trabalho, mas se não
houver esse filtro, você pode utilizar um filtro de 10 pontos junto com outro de 6 pontos,
tomando o cuidado de não empilhar mais do que 2 filtros para evitar muita vinheta na imagem
final. O filtro de maior densidade (mais escuro) vai sempre mais próximo da lente.
Neste caso a redução de pontos de luz é somada (10 + 6 = 16), ou seja, teremos 16 pontos de
luz de redução, e o fator do filtro é multiplicado.
112
Qual o tempo ideal de longa exposição durante o dia?
Já comentamos no capítulo anterior sobre o tempo e seus efeitos em objetos em movimento,
e, portanto, não existe um tempo ideal de longa exposição, mas sim um tempo que seja ideal
ao que você procura transmitir em sua fotografia.
Em geral quanto maior o tempo de exposição as nuvens e a água ficam com aspectos mais
delicados e mais suaves, a luz se torna mais difusa, sua fotografia fica com um ar mais etéreo e
atemporal.
Eu gosto de fotografar com vários minutos, normalmente entre 2 e 6 minutos e na maioria dos
casos utilizo 2 filtros, ou somente o Lee Big Stopper, que reduz em 10 pontos a entrada de luz,
ou então uma combinação de Big Stopper com Little Stopper, que reduz 6 pontos de luz,
totalizando 16 pontos de luz. Eu procuro fotografar com uma abertura em torno de f/8 sempre
que possível, pois a grande maioria de minhas imagens são impressas e quero extrair a melhor
qualidade possível da minha lente. O problema de utilizar aberturas mais fechadas, como f/22,
além do problema da difração que já foi comentada no capítulo sobre conceitos iniciais, é o
problema da sujeira no sensor. Ao utilizar aberturas muito fechadas, qualquer poeira ou sujeira
no sensor é mais pronunciada. Uma desvantagem de se fotografar com aberturas do diafragma
mais abertas é que serão necessários mais filtros para bloquear a luz, eu recomendo ter um
conjunto de filtros, pelo menos um de 10 e um de 6 pontos de luz para conseguir fotografar o
que quiser em qualquer condição de luz. Claro, se puder ter um kit com 5 filtros (2, 3, 6, 10 e 15
pontos) você estará muito bem preparado para qualquer situação e combinação que encontrar
pela frente.
113
fotógrafo tenha somente 1 filtro 10 pontos de luz e deseja fotografar em um dia com o sol a
pino e bem iluminado e ele quer 5 minutos de exposição. Na maioria dos casos é impossível
atingir esse feito a não ser que se tenha um filtro de 15 pontos ou 1 de 10 e outro de 6 juntos.
Mesmo assim eles fecham o diafragma até f/22 para reduzir mais a luz, simplesmente porque
não tem outro filtro. Isso irá ocasionar muita difração e poeira visível no sensor.
Procure tomar como base a sua abertura do diafragma no que você precisa para sua fotografia,
que é na maioria dos casos próximo a f/8.0 e não porque você não tem os filtros ND suficientes.
Mesmo assim nada impede de você fotografar na abertura que desejar, desde que esteja ciente
dos efeitos na sua imagem.
Alguns exemplos de fotografia em longa exposição diurna e também seus respectivos dados
técnicos.
Farol da foz do Douro – Portugal – ISO50, 32mm, f/8, 25s – Filtros utilizados: Lee Big Stopper (10 pontos)
114
Píer em Aveiro, Portugal – ISO 50, f/16, 329 s (5,5 minutos), Filtro: Lee Big Stopper (10 pontos)
115
Boiçucanga – ISO 50, f/8, 231 s (4 minutos), Filtro: Lee Big Stopper (10 pontos) + ND Grad 0.3 soft
116
Azenhas do mar, Portugal – ISO 50, 17mm, f/6.3, 985 s (16,5 minutos), Filtro: Lee Big Stopper (10 pontos)
117
Píer na Lagoa Timeantube, Bahia – ISO 50, 17mm, f/11, 235 s (4 minutos), Filtro: Lee Big Stopper (10
pontos)
118
Píer em Badalona, Espanha – ISO 50, 26mm, f/11, 102 s (1,6 minutos), Filtro: Lee Little Stopper (6 pontos) + ND
grad 0.6 soft
119
Fotografia em longa exposição noturna
Antes de iniciarmos a preparação, vamos aos conceitos: Para efeitos deste e-book quando
falamos em fotografia noturna, compreenderá o período de tempo entre um crepúsculo e
outro, ou seja, antes do clarear do nascer do sol e após o escurecer do pôr do sol, para fins
didáticos. O restante do dia já foi coberto no capítulo anterior.
Em fotografias noturnas novamente vale muito a pena planejar pelo Google Earth,
principalmente em se tratando de fotografias de estrelas.
Com a ferramenta visualizar sol no Google Earth é possível simular as condições de estrelas e
posição lunar/solar, inclusive avançar e recuar no horário e datas, o que é fantástico e de
maneira bem prática.
Com o Google Earth é possível prever a posição das estrelas com aproximada exatidão
Porém, se quiser ter uma precisão maior, na lista de softwares no apêndice A, existe um
programa chamado Stellarium, que tem uma precisão maior que o Google Earth.
Aprenda a utilizar bem o Google Earth, pois você conseguirá visualizar qualquer paisagem neste
planeta e também como que a topografia se parece ao seu redor.
É possível também ligar a opção de fotos que outras pessoas tiraram nos locais (geotag), elas
irão aparecer como uma camada no Google Earth, permitindo você ver o que as paisagens ao
redor se parecem e te dar idéias para sua própria foto.
120
Foto 1: Captura de tela do Google Earth – vista aérea (notem as fotos em miniatura)
121
Foto 3: Captura de tela do Google Earth – vista fechada (zoom)
122
Foto 5: Foto final produzida. ISO 50, 17mm, f/8, 183 s, Filtro: Lee Big Stopper (10 pontos)
Você pode utilizar o Google Earth para explorar qualquer local como se fosse uma visita ao local
de vários ângulos. Com isso é possível decidir se o local é de seu interesse ou não, é possível ver
isso nas fotos 1 e 2. Na foto 3, ao aproximar (zoom) você consegue simular como seria uma foto
(composição). A opção mais interessante é que o Google Earth permite que você visualize como
uma cena ou composição varia ao longo das horas do dia (para qualquer dia do ano!). É possível
visualizar o sol se pondo, nascendo, a lua nascendo, a via láctea e as estrelas se movendo pelo
céu.
Estas vistas da foto são da plataforma de pesca de Mongaguá.
Outro ponto ao se pesquisar pelos locais, é importante conhecer o local e os meios de acesso e
também se é seguro. O melhor é ir sempre com pelo menos 1 amigo e ter seguro do seu
equipamento, principalmente em países subdesenvolvidos.
As mesmas recomendações de fotografia com a luz do dia valem para a noite, dependendo do
que irá fotografar. Se pretende fotografar cenas urbanas, claro que talvez não precisa se
preocupar com o vento por exemplo, mas de repente se irá chover é bom estar preparado
Caso passe a noite inteira em uma barraca acampando é bom levar todos os preparativos de
quem costuma acampar.
123
Outra dica importante é não fotografar com a lua visível no céu, principalmente lua cheia. A não
ser que você queira fazer uma composição intencional aproveitando a luz da lua para iluminar a
área em que você está, ou não tiver outra maneira.
Previsão do tempo e saber a fase da lua é fundamental para que você consiga ir num dia sem
nuvens e de lua nova para obter o máximo aproveitamento do céu. Detalharemos mais adiante
sobre preparações para fotografias de estrelas.
Recomenda-se levar uma lanterna de mão e ou uma lanterna de cabeça.
Esta configuração pode ser utilizada para fotografias de céus estrelados, mas é importante já
configurar sua câmera previamente. Desligue essa função! Motivo: Ao se reduzir ruído em ISO’s
elevados há um balanço entre nitidez da imagem e ruído e sua imagem pode se tornar menos
nítida em toda a imagem. Nossa câmera já reduz bem a nitidez das imagens por conta do filtro
low-pass (passa-baixa) que existe na frente do sensor de captura, se formos utilizar a redução
de ruído a nitidez será menor ainda. A melhor maneira de se remover ruído acredito não ser na
câmera, onde não se tem um controle absoluto. Eu prefiro fazer no pós-processamento, se for
necessário, pois posso aplicar redução de ruído em apenas algumas partes da imagem e deixar
as outras ainda com uma boa nitidez. (Teremos um capítulo somente sobre pós-processamento
mais adiante). A utilização de redução de ruído em ISO alto não aumenta o tempo de
processamento da câmera para salvar a foto. Não confundir redução de ruído de ISO alto com
redução de ruído devido a longa exposição.
124
Intervalômetro para fotografias de rastro de estrelas
Um acessório extremamente útil para fotografar céus estrelados e necessário também para
fazer timelapses. Leve-o se for a sua intenção de fazer fotografias de estrelas em movimento,
ou rastros de estrelas.
125
Passo a passo ao chegar no local
Ao fotografarmos cenas urbanas noturnas em longa exposição, notamos que a grande maioria
das fotos possui muito contraste (iluminação noturna, faróis dos veículos, lâmpadas da cidade)
em comparação com áreas escuras, o próprio céu. Neste sentido, convém utilizar o modo de
medição matricial da sua câmera, cujo símbolo está abaixo:
A medição matricial costuma fazer uma média boa entre os muito claros e muito escuros da
cena.
Mas por onde começar? Você pode começar utilizando um ISO baixo (ISO 50 ou ISO100) e uma
abertura de diafragma na ordem de f/11 e veja como se o tempo de exposição vai te dar o
efeito que você procura.
Alguns exemplos de imagens para se ter uma idéia dos ajustes utilizados:
Reflexos de San Diego, Califórnia – 2012 – 37mm, ISO 100, f/11, 30s
126
Anhangabaú- São Paulo – 2012 – 18mm, ISO 100, f/18, 30s
Ponte Estaiada – São Paulo – 2012 – 17mm, ISO 50, F/11, 30s
127
Todas as fotografias acima foram realizadas sem uso de filtro ND, mas dependendo do efeito
que se deseja, é possível o uso de filtros ND também a noite. Recomendo começar pelo filtro
polarizador que reduz aproximadamente 2 pontos de luz, ou então pelo Lee Little Stopper, que
reduz 6 pontos de luz.
128
Rastro de Estrelas em Marrocos, 113 fotos sequenciais 17mm, ISO1000, f/4, 30s, pós-
processamento feito no Lightroom CC e StarStax
129
Preparando equipamentos e planejamento da expedição
Para estar no lugar certo na hora certa, é necessário planejamento. Se você tem a intenção,
vamos dizer por exemplo de fotografar a via láctea, existe uma série de variáveis para serem
consideradas antes de você sair fotografando.
É muito difícil conseguir fotografar a via Láctea morando em grandes centros urbanos, devido a
poluição atmosférica e poluição das luzes da cidade. Portanto vá para o interior do seu estado,
por exemplo e se for em região de cadeia de montanhas, que ajudem a funcionar como um
“para sol” das luzes das cidades, melhor ainda.
Mas quer dizer que não dá para fotografar estrelas morando em uma cidade? Dá sim. Mas você
vai depender de combinações atmosféricas, você precisará de um céu bem limpo, normalmente
após uma chuva bem forte (chuvas de verão principalmente) a noite você poderá ter um céu
mais limpo, porém vai depender também do fator posição da lua.
Como exemplo esta foto foi tirada em casa, na cidade de São Paulo, pela janela de casa, logo
após uma forte chuva de verão:
17mm, ISO 800, f/8, 30s, 234 fotos sequenciais com pós-produção no Lightroom CC e StarStax
130
Como se pode observar não há muitas estrelas, mas as mais brilhantes conseguiram ser
registradas.
E existe um momento certo para conseguir fotografar a via Láctea? A resposta é sim. A nossa
visão da via láctea muda ao longo dos 365 dias do ano. Tanto no hemisfério Sul quanto no
Norte é visível em algum ponto entre fevereiro até outubro. Durante os outros meses do ano o
centro da galáxia se move pelo céu durante a luz do dia, por isso a nossa visão dela é
prejudicada por causa do nosso sol. Em fevereiro, o centro da via Láctea se levanta a sudeste,
pouco antes do nascer do sol. Assim que o ano vai passando, o centro é visível cada vez mais
cedo pela noite. Entre junho e julho, o centro é visível por toda a noite, se levantando no
Sul/Sudeste e rotacionando em direção ao sudoeste assim que a noite vai progredindo. Em
setembro e outubro, o centro da via láctea só é visível no céu sudoeste, logo após o pôr do sol .
Se você mantiver essa informação com você a chance de você pesquisar por um local para
fotografar a via láctea e conseguir uma boa foto é maior.
Para pesquisar sobre locais para sua fotografia eu recomendo utilizar o Instagram e o 500px.
Eles podem te dar várias idéias de locais para fotografar, pesquise por locais em ambas mídias
sociais. Além disso o Google Earth junto com o site Stellarium é de extrema ajuda nas suas
composições, conforme mencionamos anteriormente.
131
Mapa de visibilidade noturna, mostrando as cidades com maior brilho e pontos escuros.
Fase da Lua
A lua é um refletor natural do sol, quando se tem uma lua cheia no céu, ela pode lavar
completamente um céu escuro. É importante observar a fase da lua antes de ir fotografar.
Normalmente procuramos fotografar as estrelas quando a lua está abaixo da linha do
horizonte, mas existem também alguns benefícios de se ter uma lua crescente bem baixa no
céu. A lua pode ajudar a dar um degradê de luz a partir do horizonte e também ajudar a
iluminar um pouco o primeiro plano, o que faz com que você não precise utilizar um ISO tão
alto, melhorando o nível de ruído da foto, ou fazer light painting no primeiro plano, com
lanterna ou flash (que discutiremos em detalhes mais adiante), para conseguir mais detalhes da
paisagem. Como regra geral, alguns dias antes e após uma lua nova são as melhores fases para
fotografar o céu e as estrelas.
132
Fases da lua
133
Seleção de câmera, lentes e acessórios
Já mencionamos no capítulo 8 sobre os equipamentos e aqui neste ponto vale uma revisão
neste aspecto devido a fotografia de estrelas.
É importante lembrar-nos que quanto menor o tamanho do sensor de uma câmera, maior o
ruído de imagem. Sendo assim, smartphones e câmeras de entrada com sensor crop
geralmente não tem uma performance boa em situações de baixa luz como as câmeras full
frame tem. A recomendação é uma câmera full frame, mas se não puder investir em uma full
frame, vá com o que você tem em mãos. Existem câmeras específicas para uso em fotografia de
estrelas, ou astrofotografia como por exemplo a Nikon 810A, que também possibilita capturar
ondas H-Alpha onde é capaz de registrar os vermelhos brilhantes das nebulosas e também
possui no modo M, longas exposições de até 15 minutos.
Com relação as lentes, eu diria que são mais importantes que a câmera. Elas irão determinar a
quantidade de estrelas que irão aparecer na sua imagem e também a nitidez que sairá, baseado
na abertura máxima de sua lente. As lentes produzem aberrações cromáticas que tendem a se
manifestar como franjas de cores, normalmente verde ou magenta nas bordas onde se tem alto
contraste na imagem, que pode ser facilmente corrigido em pós-produção.
Outro problema comum é o astigmatismo sagital, que varia muito de lente para lente, mas é
bem percebido quando se utiliza aberturas maiores do diafragma (em breve explicarei o motivo
de se utilizar aberturas de diafragma maiores). A impressão é que as estrelas possuem
pequenas asas, como se estivessem rotacionando ao redor do centro da imagem e é muito mais
difícil de corrigir em pós-produção.
134
Com isto em mente, uma boa lente para astrofotografia é uma que tenha uma abertura de
diafragma maior. As lentes grande angulares em câmeras full frame podem variar de 11 até
24mm e existem também as 24, 28, 35 e 50mm, sendo que algumas conseguem aberturas de
até f/1.4 o que ajuda a deixar entrar bastante luz e com isso diminuir o ISO e
consequentemente menor ruído na imagem e menos rastros de estrelas não intencionais.
Abaixo alguns exemplos de lentes para uso em astrofotografia:
Abaixo segue um exemplo do kit que levo comigo quando vou fotografar estrelas:
Segurança
É extremamente importante que você faça o seguro dos seus equipamentos. Além disso, se
possível vá com um amigo ou grupo. Caso decida ir sozinho, avise uma pessoa próxima pelo
menos onde estará e a que horas pretende voltar. Levar um kit de primeiros socorros nunca é
demais.
135
Ajustes gerais da câmera
Balanço de branco
Já comentei anteriormente quando comentei sobre longa exposição com a luz do dia que eu
procuro deixar o balanço de branco em AWB, pois em se fotografando em RAW, é possível
editar de maneira fácil e rápida na pós-produção. Caso tenha interesse em já ter uma idéia de
como a sua fotografia vai ficar, configure sua câmera para um balanço de branco próximo a
3.800K que é um valor que vai te dar um balanço razoável de cores no céu e ao redor.
Brilho do LCD da câmera
Utilize sempre o menor brilho possível na sua câmera. Primeiro porque vai estar bem escuro e
segundo porque quando comecei a fotografar estrelas, as minhas fotos ficavam escuras, pois
usava o brilho quase no máximo do LCD. Lembre-se sempre de olhar o histograma ao invés de
confiar no brilho do LCD de sua câmera.
Ajustes de exposição
O maior obstáculo para se ter uma boa fotografia de estrelas é conseguir luz suficiente para
conseguir expor a fotografia correta. O brilho das estrelas é extremamente pequeno, razão pela
qual é necessário otimizar as configurações de sua câmera para conseguir captar o máximo
possível de luz nesse cenário.
O que isso significa? Utilize sempre a maior abertura possível do diafragma de sua lente. Se for
uma lente com abertura mínima de f/4, utilize f/4, se for f/2.8, utilize f/2.8. Quanto mais clara
sua lente, melhor será para fotografia de estrelas.
Existe, entretanto, algumas exceções a essa regra:
136
• Como comentado anteriormente a seleção da lente para fotografar o céu estrelado é
muito importante e embora algumas lentes tenham o efeito mais pronunciado de
aberrações cromáticas e astigmatismo sagital, você pode fechar um pouco a abertura do
diafragma, por exemplo de f/2.8 para f/3.5. Com isso o efeito será reduzido ao custo de
menos luz entrando no sensor.
• Outro ponto é que vamos falar mais adiante, algumas fotos de estrelas são feitas com
uma única exposição, enquanto outras são uma mescla de duas ou mais fotos. O
segundo item a se considerar é quando escolher a sua abertura do diafragma, quanto da
cena você quer que esteja em foco e quantas exposições você deseja mesclar junto se
você espera que a imagem tenha uma grande profundidade de campo. Se o seu objetivo
é que a imagem tenha foco em apenas uma exposição, reduzir a abertura do diafragma
pode ser a única opção. No entanto eu recomendaria primeiro afastar-se mais do seu
objeto de interesse para aumentar suas chances de conseguir que tudo fique em foco
antes de escolher limitar a quantidade de luz através da redução da abertura do
diafragma.
Assim que você decidir a sua abertura, escolher a velocidade do obturador de sua câmera é o
próximo passo para sua exposição. A velocidade será extremamente dependente da distância
focal de sua lente, assim como o quanto de movimento das estrelas que você deseja na sua
foto (por exemplo rastro de estrelas no céu).
Embora não seja aparente ao olho nu, a rotação da Terra é rápida o bastante para que seu
efeito seja visto em fotografias de longa exposição noturna com velocidades de 30 segundos ou
menos. Quanto maior a sua distância focal, menor a sua velocidade do obturador terá que ser
afim de evitar os efeitos das estrelas parecendo se mover na sua imagem. Se as estrelas
pontuais ou quase pontuais são os objetivos de sua fotografia, tente consultar a regra dos 450
para ajudar a decidir a velocidade do obturador.
Essa regra dos 450 se refere a um cálculo aproximado para descobrir a distância focal
comparada com a velocidade do obturador se irá provocar um rastro, ou deslocamento da
estrela.
137
A regra é:
Máxima velocidade do obturador (em segundos) = 450 / distância focal em (mm) (equivalente a
câmera full frame)
Por exemplo, se a distância focal que eu for utilizar para minha composição for 17mm em uma
câmera full frame, eu divido 450 por 17 e vou obter 26,5 segundos como máxima velocidade do
obturador, sem que ocorra rastro de estrelas. Se você fotografar numa câmera com sensor
menor, tipo (APS-c), por exemplo em uma Canon (x1.6) ou Nikon (x1.5), o cálculo será
conforme abaixo:
Máxima velocidade do obturador (em segundos) = 450 / (distância focal em (mm) x fator de
crop)
Se por exemplo utilizarmos uma Canon, teríamos 16,5 segundos como máxima velocidade do
obturador. Este é também um dos motivos pelos quais é preferível ter uma câmera full frame
ao se fotografar estrelas. Veja que a diferença é de quase 1 ponto de luz pela regra. Ou seja, se
utilizar 16,5 segundos provavelmente terá que aumentar mais ainda o ISO de sua câmera.
Decidir o quanto de rastro de estrelas você deseja é bem subjetivo e depende de uma série de
fatores, como por exemplo a resolução de sua câmera, qual o tamanho máximo que sua foto
será visualizada, e quanto você se importa com o rastro de estrelas. (Se é intencional ou não).
Um fator que é ignorado muitas vezes é a direção que sua câmera está apontando. O aparente
movimento de estrelas vai variar dependendo se sua lente está apontada para Polaris (a estrela
no eixo de rotação do norte da Terra – Ursa menor, ou estrela do norte, ou estrela do polo), se
estiver no polo norte, ou então procure o Cruzeiro do sul que indicará a posição da estrela fixa,
ou ainda utilize um aplicativo de smartphone (StarWalk) se estiver no hemisfério sul; próximo
aos polos o movimento aparente das estrelas ocorre muito mais lentamente, já no equador
celeste as estrelas parecem mover-se através do céu mais rapidamente. Tome este cuidado e
caso não tenha conhecimento estelar, utilize um aplicativo ou então fotografe imagens teste e
amplie com zoom 100% no LCD para ver se está tendo rastro ou não.
138
O ponto onde as estrelas se movem ao redor, neste caso é a estrela Polaris. Foto feita no Marrocos (hemisfério
norte)
Para facilitar o cálculo, criei uma tabela com os valores prontos, é só consultar:
139
Tabela com valores de tempo máximo de exposição em função do sensor e distância focal
140
ISO
Ajustar o ISO da sua câmera é o último passo para conseguir a sua exposição. O sensor de sua
câmera normalmente tem uma sensibilidade base de ISO 100. Aumentando o ISO amplifica a
sensibilidade do sensor aquela luz. Com esta amplificação digital vem inevitavelmente um ruído
associado. Quanto maior o ISO maior o ruído.
Um bom ponto de partida para seu ISO é utilizar um valor de 3200. No Entanto o seu valor de
ISO vai depender da sua distância focal, velocidade do obturador e abertura do diafragma.
Tente descobrir até qual ISO para baixas luzes sua câmera é capaz de fotografar sem produzir
muito ruído. As câmeras com sensores mais modernos como por exemplo a Sony A7RII, Nikon
810, 810A, vão mostrar o mesmo nível de ruído quando fotografadas a ISO 3200, por exemplo,
como se a fotografia fosse feita com ISO 100 e aumentado brilho por exemplo para uma
exposição equivalente em pós-produção. São câmeras que possuem uma recuperação de
detalhes em sombras num nível excelente.
Se você não possui nenhuma das câmeras acima, tente confiar no seu histograma no LCD da
sua câmera para determinar qual ISO é necessário para uma boa exposição. Seu objetivo via de
regra é colocar o pico do histograma pelo menos na metade entre a esquerda e a direita
(sempre tentando expor para a direita). No meu caso eu utilizo a Canon 6D e eu consegui
melhores resultados escolhendo um ISO mais alto, expondo um pouco mais para a direita, do
que se eu escolhesse um ISO mais baixo na esperança de limitar o ruído e depois tentasse
recuperar em pós-produção. A Canon 6D e a maioria das câmeras Canon, mesmo as mais novas
como a 5DSr tendem a produzir arquivos que não respondem bem a aumentar as sombras e
exposição em pós-processamento. Neste ponto vale a pena utilizar a técnica de expor para a
direita, para depois em pós-processamento, fazer o contrário, diminuir as sombras/pretos e
conseguir um nível de ruído melhor do que se fizesse o contrário.
141
ISO320, 10mm, f/2.8, 33s ISO640, 10mm, f/2.8, 33s
Quando se trata de fotografia de estrelas e via Láctea, é importante não ficar tão preso a
emoção de ver o centro da nossa galáxia aparecer na sua tela de LCD e você se esquecer de
adequadamente compor sua foto. Como muitas das maravilhas da natureza, a Via Láctea é
muito bela. Ao contrário de um pôr do sol ou uma nuvem de tempestade, as fotos de Via Láctea
serão muito semelhantes, se não idênticas, em cada foto que você tirar dela. Sem uma boa
composição, será um clichê fotográfico.
142
Uma maneira de diversificar e diferenciar sua fotografia é tentar usar diferentes distâncias
focais para mostrar pontos de vista diferentes da galáxia. Uma distância focal ultra grande
angular, como 14 mm ou 15 milímetros em uma câmera full-frame, mostra uma visão ampla e
abrangente da Via Láctea, que funciona bem para mostrar a galáxia em forma panorâmica
sobre uma grande paisagem. Para uma visão mais fechada que mostra principalmente o núcleo
da galáxia, a parte mais fotogênica na minha opinião, uma distância focal 24 milímetros é uma
boa escolha. Em distâncias focais mais longas, como 35 milímetros ou 50 milímetros, o núcleo
da Via Láctea parece dominar o céu e pode fornecer uma imagem dramática sobre o resto da
paisagem.
Focando no escuro
Focar no escuro é um dos maiores desafios quando se fotografa estrelas. O autofoco não será
confiável e mais provável que será praticamente impossível você conseguir focar. A fim de
obter estrelas pontuais, mude o foco de sua lente para foco manual e ajuste através do
Liveview do seu LCD com zoom de x10. Se você estiver usando uma lente zoom, lembre-se de
definir o seu comprimento focal antes de focar, pois quando mudar a distância focal pelo zoom
será necessário focar novamente antes de tirar a foto.
Não adianta olhar no anel de sua lente e focar no infinito, isso não funciona. Tente usar o
seguinte método para obter o céu em foco:
• Identifique um objeto brilhante, quer seja no céu ou ao longo do horizonte que vai ser
brilhante o suficiente para mostrar-se em seu LCD da câmera. Estrelas brilhantes,
planetas, luzes de rua distantes, ou mesmo um amigo com uma lanterna de pé algumas
centenas de metros de distância normalmente funcionam bem.
• Centralize o objeto brilhante no seu quadro e começar a aumentar o zoom na estrela,
certificando-se de mantê-lo no centro do quadro de cada vez que você aumenta o
zoom;
• Depois de chegar a maior ampliação zoom da sua exibição ao vivo (x10), comece a
ajustar o anel de foco em sua lente para trás e para tentar fazer com que a estrela ou a
luz tão pequena quanto possível. Quando a luz está em seu menor tamanho, ele estará
no seu foco mais nítido.
143
Fora de foco pelo LCD da câmera, com zoom x10 Em foco pelo LCD da câmera, com zoom x10
Se você pretende tirar exposições separadas para a parte do primeiro plano da sua fotografia
final, você provavelmente não terá o benefício de ter um pequeno ponto de luz
convenientemente ajustado sobre uma rocha perto para ajudá-lo a encontrar o foco. Você
pode tentar enganar o sistema e colocar uma lanterna em primeiro plano, mas, na minha
experiência, se a lanterna está a apenas algumas dezenas de metros de distância vai ser muito
brilhante no LCD da câmera para você ser capaz de dizer quando é que está em foco. Em vez
disso, tente uma lanterna sobre o objeto em primeiro plano que você quer ter em foco e usar o
mesmo método listado acima para focar o objeto em primeiro plano agora bem iluminado.
144
Disparando o obturador
Antes de começar a capturar a imagem, certifique-se de como você deseja criar a sua
exposição. Pessoalmente, se eu decidir que minha foto está destinada apenas para ser vista em
telas de telefones celulares pequenos que serão tolerantes ao ruído ISO elevado, eu
normalmente faria uma exposição do céu estrelado que pode ser definido em algum lugar
entre ISO 6400 e ISO 12800, dependendo da minha distância focal e velocidade do obturador.
Se eu decidir que vou imprimir em um grande tamanho a foto, no entanto, eu farei várias
exposições do céu em rápida sucessão em um ajuste de ISO muito alto (entre ISO12800 e ISO
25600) com a intenção de empilhar as imagens mais tarde em Photoshop para reduzir o ruído.
Com o aumento da sensibilidade do ISO eu também posso diminuir a minha velocidade do
obturador, este método tende a garantir que eu consiga estrelas pontuais no meu céu e
efetivamente deixa de usar a Regra 450 para algo mais próximo como uma Regra 250. Tenha
em mente, contudo, que este método irá envolver mais esforço em pós-processamento para
produzir a imagem final.
145
Capturando exposições do primeiro plano
A técnica de Light-Painting pode ser utilizada de maneira criativa a noite, podendo ser criadas
frases, símbolos, desenhos e quaisquer rastros que se consiga fazer com uma luz artificial.
146
Luz Natural
Devido as sombras, muitas vezes sombras duras que podem ser criadas na paisagem que estou
tentando capturar, eu normalmente prefiro não usar luz artificial quando fotografo minhas
exposições de primeiro plano. O mesmo vale para fotografar um primeiro plano quando a lua
está alta acima do horizonte, pois, dependendo da fase da lua, pode lançar uma surpreendente
quantidade de luz sobre a paisagem (bem como lavar a Via Láctea).
Se a lua está numa posição baixa no céu, a difusão da atmosfera da Terra pode causar um luar
com uma luz mais suave em primeiro plano, dando a foto uma sensação suave ou mais mística
do que as sombras e contraste causados por uma lua cheia ou um feixe de luz. A maneira mais
comum para iluminar o primeiro plano, no entanto, é simplesmente usar o brilho da luz
ambiente, que, dependendo da sua localização, pode ser um brilho suave das cidades próximas
ou nada mais do que a luz das estrelas se você está realmente longe da civilização.
Os ajustes de câmera a serem utilizados para as exposições de primeiro plano podem variar
muito ao expor a paisagem usando luz ambiente. Dependendo de quão escuro eu sinto que o
primeiro plano está, eu vou normalmente executado um disparo de teste usando a minha
maior abertura de diafragma possível, uma velocidade de obturador de 2 minutos, e ISO 6400
para ter uma idéia de que tipo de exposição vou precisar para iluminar corretamente o
primeiro plano. Eu também verifico cuidadosamente o meu histograma para se certificar que o
LCD da minha câmera não está me enganando, pensando que a minha exposição é mais
brilhante do que é. A partir daí eu uso um aplicativo de cálculo de exposição no meu
smartphone para decidir quais configurações de exposição finais devem ser capturadas no
primeiro plano com uma menor quantidade de ruído.
147
Fotografando rastros de estrelas
Você já deve ter visto algumas fotografias em longa exposição em que aparecem rastros de
estrelas formando pequenos arcos, as vezes parecendo estar girando ao redor de um ponto,
como se o céu estivesse girando, outras vezes parecem feixes no céu. O rastro que você vê é a
luz da estrela que devido a longa exposição se movimentou (na realidade a Terra que se
movimentou, as estrelas estão paradas).
Estudo Star Trail na praia de Maresias – 173 fotos - 10mm fisheye, ISO800, f/3.2, 35s, editado no
Lightroom e processado no software StarStax
A fotografia de rastros de estrelas é uma fotografia em longa exposição que pode levar desde
alguns poucos minutos até várias horas!
Mais adiante vamos comentar sobre as diferentes opções para fotografá-las.
A realidade é que a fotografia de rastros de estrelas é bem similar a fotografar as estrelas, ou a
via láctea, com o diferencial de que o tempo de exposição será maior, ou várias fotos
mescladas.
Os equipamentos e acessórios que você irá precisar são os mesmos utilizados para fotografar
estrelas, ou seja: Tripé bem estável, câmera com modo Bulb e com lente de preferência
(lembrando da questão de estabilidade no tripé e composição ser mais fácil nas lentes grande-
angulares) e intervalômetro. Estes seriam os requisitos mínimos. Além disso você também pode
adicionar alguns acessórios opcionais como por exemplo uma lanterna.
148
Procurando locais para composição
Eu sempre costumo dizer que o que torna a fotografia de rastro de estrelas interessante é a
composição. Uma composição bem-feita, com um elemento bem interessante no primeiro
plano, de preferência comunicando imageticamente com as estrelas se torna muito melhor.
As mesmas dicas apresentadas para fotografar estrelas, como pesquisas de locais no google
Earth, por exemplo, valem para rastros de estrelas também.
As demais dicas como foco no escuro, balanço de branco, ajustes da câmera, etc.… você pode
utilizar do capítulo anterior fotografando estrelas e a via láctea.
Para encontrar o ponto no céu pivotante (o ponto ao redor do qual as estrelas “giram”), utilize
um aplicativo de smartphone como o StarWalk, ou utilize as dicas já mencionadas nas páginas
136 e 137.
Essa é a principal diferença entre fotografar rastros de estrelas e estrelas. Existem 2 opções
para você fotografar. Se você estiver utilizando câmera analógica com filme, você terá mais
chances de conseguir uma boa imagem fazendo uma única fotografia em longa exposição,
devido a ausência do ruído térmico digital, já explicado anteriormente.
Se estiver utilizando uma câmera digital DSLR, por exemplo, é possível fechar um pouco a
abertura do diafragma e reduzir o ISO, mas por outro lado você captará menos estrelas
também.
Minha recomendação é pelo menos tentar fotografar em uma única fotografia para ver o
resultado. Lembre-se de que se for ficar 2 horas com o obturador aberto, será necessário que
esteja atento ao nível da bateria antes de fotografar, ou utilize um grip de bateria (battery grip).
Faça experiências com o intuito de você aprender sobre ruído e o que é aceitável ou não para o
seu gosto e onde irá mostrar seu trabalho.
Faça a composição, ajuste a abertura do diafragma para o valor mais aberto de sua lente (por
exemplo f/2.8 ou f/4.0), ajuste o ISO para 200, por exemplo, faça um teste de 30 minutos de
exposição. Verifique o resultado. Se houver muito ruído digital, então reduza o ISO para 100 ou
ISO50, caso sua câmera permita e tente uma abertura do diafragma um pouco mais fechada
(f/4.0 ou f/5.6).
Se você gostar do resultado, ou então por algum motivo (não tem intervalômetro, não quer
fazer muita pós-produção nas imagens, etc.…) fazer uma única fotografia for sua única opção,
149
então há uma alternativa que você pode utilizar para aumentar a aparência do comprimento
dos rastros de estrelas e com isso utilizar um menor tempo de exposição e consequentemente
menor ruído.
O comprimento dos rastros de estrelas basicamente é determinado por 2 fatores: tempo de
exposição e distância focal que você está fotografando.
Como um exemplo, se você tiver uma lente 50mm f/1.4 uma longa exposição de 30 minutos, irá
aparecer muito mais longa do que se estivesse em 17mm. Portanto se você estiver limitado
pelo ruído digital inaceitável, tente fotografar em uma distância focal maior em relação ao
quadro que está fotografando. Mude a composição e faça os ajustes necessários.
Tente com lentes com outras distâncias focais e crie novas composições.
Empilhamento (stacking)
Este é o método que te permite um maior controle sobre o resultado final. Você irá fotografar
as estrelas exatamente da mesma maneira que no capítulo anterior, porém irá realizar uma
sequência de fotos, com o menor tempo possível entre elas e juntá-las posteriormente em pós-
produção.
Quando você fotografa rastros de estrelas com tempos de exposições mais curtos, da ordem de
menos de 30 segundos, o ruído digital cai bastante, apesar do ISO mais alto.
É recomendável também fazer um “dark frame” ao começo e final desse processo, que será
muito útil na pós-produção das imagens. Este “dark frame” ou quadro escuro, é uma fotografia
realizada com os mesmos ajustes da câmera, porém com a tampa da lente colocada. Ou seja,
totalmente escura. Isso irá ajudar a remover qualquer ruído que porventura permaneça. Este
assunto será melhor detalhado no capítulo 12.
Com as câmeras digitais modernas, mesmo com ISO’s altos da ordem de 1600, é possível
conseguir um ruído bem pequeno. A recomendação é tentar diferentes configurações e ver a
que melhor se adapta a sua fotografia e sua câmera em termos de ruído.
Para o método de empilhamento será necessário o uso de um intervalômetro.
Além disso, se você pretende captar um longo rastro de estrelas, esteja preparado com baterias
reservas e também com um cartão de memória que consiga sustentar todas essas imagens.
Minha recomendação para uma noite inteira de fotos, fotografando em RAW é de ter um
cartão de pelo menos 32GB (para uma câmera de 20 Megapixels). Se sua câmera produz
arquivos raw em uma câmera com 36 Megapixels, então sugiro um cartão de 64GB.
150
O intervalômetro que utilizo é da Triggertrap. Já mencionado no capítulo 8 – sobre os
equipamentos.
O Triggertrap é muito útil, pois se conecta ao smartphone e possui muitas funções para fazer
timelapses e inclusive já tem a função de rastro de estrelas. (Star Trail)
Basicamente você irá colocar quantas fotografias você quer tirar (mesmo que não saiba
continue seguindo e ele irá te mostrar o tempo total), em seguida você irá colocar a duração da
exposição (por exemplo 25 segundos) e por último um intervalo entre cada fotografia.
Normalmente eu utilizo 0.80 (8 décimos de segundo). Você pode tentar outras maneiras e
combinações, por exemplo 0.0 (que seria o mais indicado, mas muitas vezes não é possível,
dado o tempo que a câmera processa a imagem, velocidade de gravação do cartão, entre
outros fatores). Pela minha experiência eu considero 8 décimos de segundo um valor bom e
que não deixa vazios entre o rastro das estrelas, ou é imperceptível.
151
Outra solução é utilizar a câmera em modo manual, conectar um disparador remoto e travá-lo
no modo burst (Fotos sequenciais - contínuas).
Aí é só deixar a câmera fotografando e apreciar a vista do céu, tomar um café e relaxar.
Não esqueça de fazer uma boa composição lembrando de colocar um elemento interessante no
primeiro plano. Pode ser uma árvore, uma casa, uma escultura, por exemplo.
Você pode iluminar o primeiro plano com uma lanterna, ou então com um flash desacoplado da
câmera, realizando alguns disparos de tempos em tempos e fazendo testes para ver se está
muito ou pouco iluminado na foto final, ajustando a potência e o número de disparos.
Lembre-se de que o balanço de branco apesar de ser corrigido posteriormente em pós-
produção é recomendável utilizar por exemplo 2.800K e se estiver utilizando uma luz de flash,
utilize um filtro gel na frente para compensar os 5.500K e azular mais a luz, para ficar mais
coerente a cena. O mesmo vale para uma lanterna, dê preferência as luzes de LED (mais frias)
Como você está empilhando, a sugestão é fazer a luz do primeiro plano logo no começo dos
disparos e novamente no final, para o caso de um deles não ser adequado a imagem final. É só
excluir essas imagens da pilha. Se fosse feito no meio do empilhamento das fotos e um erro
cometido, deixando essas imagens inutilizáveis, criaria uma ruptura no rastro de estrelas que
estragaria sua imagem final.
Durante a fotografia do rastro de estrelas, dependendo da noite, às vezes temos umidade em
excesso (sereno) e isso pode fazer com que embace a frente da lente, prejudicando sua imagem
final. A solução para esse problema é colocar a câmera em um local abrigado do sereno. Aí vale
de usar a criatividade, desde guarda-chuva, até fixar a câmera em locais protegidos, utilizar um
para-sol adaptado com uma aba maior ou fotografar em noites mais secas.
Após suas imagens serem capturadas existem uma série de softwares que podem realizar a
“costura” de todas as imagens em uma única imagem, entre eles o StarStax e o Photoshop.
Detalharemos mais sobre cada um deles na pós-produção no capítulo 12.
152
Fotografando fogos de artifício
Para fotografar fogos de artifício, procure utilizar sempre o tripé, como em qualquer fotografia
em longa exposição. Além disso é recomendado utilizar um disparador remoto ou
intervalômetro.
Primeiramente faça a composição tentando visualizar no céu, onde está acontecendo a maioria
dos fogos de artifício e faça o melhor enquadramento.
Em seguida é hora de ajustar o foco. Eu prefiro fazer o foco em modo manual e focar em um
prédio distante ou no infinito para garantir que os fogos saiam em foco.
153
ISO
A sugestão inicial para começar suas fotografias é utilizar um ISO próximo de 100, ou o mais
baixo possível. Como já sabemos isso irá garantir menor ruído e a melhor qualidade para sua
fotografia.
Abertura do diafragma
Ao contrário das estrelas os fogos de artifício estão mais próximos e a luz é mais intensa.
Devido a esse motivo o melhor é utilizar aberturas da ordem de f/8 e ao redor dela.
Velocidade do obturador
Você pode iniciar com velocidades da ordem de 2 a 6 segundos, por exemplo. Faça alguns
testes antes para determinar qual o melhor efeito que te agrada. Se deixar pouco tempo, não
terá os rastros dos fogos de artifício bem definidos, se deixar muito tempo você pode estourar
as altas luzes e parecer um grande rastro branco. Utilize no modo manual, ou ainda é possível
também utilizar o modo Bulb.
154
Capítulo 10 - Lidando com a luz e alterações de condições
climáticas
Como lidar com as condições mutantes da luz ao longo de uma fotografia em longa exposição?
Big Ben durante pôr do sol no verão, Londres 2016 – Esta é uma foto que eu fiz durante o pôr do sol, onde as
condições de luz mudavam rapidamente e tive que ajustar o tempo de exposição para conseguir uma exposição
adequada. – ISO50, 22mm, f/8, 120s + Filtro ND 10 pontos de luz (Lee Big Stopper).
155
elemento de surpresa e não importa o quanto de experiência você tenha, você não conseguirá
se antever a tudo.
Essa dica já foi mencionada anteriormente: Após você ter calculado o tempo de exposição,
adicione 15 a 20% para filtros ND até 6 pontos de luz e ao redor de 40% a mais de tempo de
exposição para filtros ND com 16 pontos de luz.
“Dinâmica da quietude XLII” – ISO 50, 17mm, f/8, 149s, Filtro ND 10 pontos
A questão é que não existe luz ideal ou condições ideais para fotografia em longa exposição.
Tudo vai depender de como você quer o resultado final e o que você quer passar.
156
Exemplo Prático 2 - Fotografando no pôr do sol, normalmente eu coloco o dobro do tempo de
exposição. Na fotografia mostrada abaixo “Pôr do sol nos bangalôs”, haviam algumas nuvens, e
o sol começou a se por rapidamente, o que ia produzir uma redução significativa no tempo de
exposição da cena, quando eu calculei pela tabela o valor era de 15 segundos, e eu fiz a foto
final com 30 segundos. Se tivesse feito com 15 segundos, muito provavelmente teria uma
fotografia com regiões mais escuras da foto.
Pôr do sol nos bangalôs - ISO 50, 40mm, f/5.6, 30s, Filtro ND 10 pontos de luz (Lee Big Stopper) + ND Grad soft 0.6
157
Fotografias com alto contraste (alto alcance dinâmico)
Caso esteja fotografando uma paisagem onde tenha uma diferença de luz muito grande entre o
céu e os objetos em primeiro plano (Cena de alto contraste), como o exemplo a seguir:
ISO50, 26mm, f/11, 3s + filtro ND 6 pontos + Filtro ND grad 0.9 + Edição no Lightroom
158
A sugestão é medir a luz na parte mais clara do céu e na região mais escura e verificar se a
diferença entre as medições está maior do que o limite de alcance dinâmica da sua câmera.
Você pode visualizar também no histograma do liveview. Se estiver, uma das regiões (a mais
clara ou a mais escura irá sofrer “clipagem” ou perda das informações nesta região. Temos 2
opções para contornar este problema:
Utilizar uma cartolina preta e enquanto olha no liveview, alinhar a cartolina na frente da
lente até que cubra a área mais clara. Você irá remover o cartão, próximo ao final da
foto.
Faça a medição da fotometria na parte clara (céu) e na parte mais escura (primeiro
plano, ou objeto de interesse, por exemplo), apenas altere o tempo de exposição. No
exemplo da foto acima, utilizando ISO 50 e f11 a exposição resultante foi de 3 segundos
para o primeiro plano e apenas 1/20 segundos para o céu.
Fotografe e fique atento aos segundos, durante os 2 segundos iniciais do exemplo, faça
movimentos de subida e descida bem pequenos com a cartolina, para que a foto não
saia com uma linha bem definida por causa da diferença de exposição. Quando faltar 1
segundo para terminar a foto, retire o cartão preto da frente. Use um cronômetro,
159
aplicativo de smartphone ou então o próprio contador da câmera para saber o
momento certo.
Hoje temos filtros ND graduados de até 4 pontos. A simplicidade de uso é muito fácil e
você consegue ver na hora, no visor da câmera ou no LCD o resultado. Em função da
diferença do número de pontos de luz (no nosso exemplo temos 6 pontos - diferença
entre 3 e 1/20 segundos) é feita a escolha do filtro ou filtros. Normalmente veem em
kits com 0.3, 0.6, 0.9 ou 0.45, 0.75 e 1.2. E é possível empilhá-los. No nosso exemplo o
mais próximo é o ND0.9 suave (soft) que corresponde a 3 pontos de luz. Utilize 2 deles
empilhados e obterá 6 pontos (Para informações de correlação entre pontos de luz e
fator ND, consulte a tabela na página 108). Não é necessário ficar mexendo no filtro, se
ele for suave, pois existe uma transição suave entre a parte mais escura e mais clara
dele. No caso da intenção ser uma linha bem definida, existem os ND’s graduados hard,
que tem uma linha bem definida. Com isso ajustado agora é só fotografar.
160
Capítulo 11 - Principais problemas da longa exposição e como
contorná-los
Vazamento de luz é um efeito indesejável quando a luz entra na câmera e provoca áreas
superexpostas com faixas ou manchas aleatórias com alteração de cor em suas fotografias que
podem arruinar suas imagens finais. O vazamento de luz é um fenômeno que pode ocorrer
quando fotografamos em longa exposição durante o dia. O Vazamento de luz já não ocorre
durante fotos noturnas em longa exposição. A principal causa de vazamento de luz é a luz solar
que entra na câmera diretamente durante uma fotografia em longa exposição. Você irá
perceber que está aparecendo vazamento de luz quando a foto está superexposta, ou exposta
de uma maneira não uniforme, com tons magenta ou roxo como uma faixa de luz em uma
imagem. Isto não é devido a uma construção defeituosa de sua câmera nem da sua lente, é que
as câmeras não são construídas especificamente para a fotografia de longa exposição, onde os
tempos prolongados de um obturador aberto fará com que o sensor da câmera seja mais
sensível à luz. Com exposições normais, você não verá qualquer vazamento de luz.
Abaixo uma imagem com exemplo de vazamento de luz:
161
Esse exemplo acontece quando não se protege adequadamente as laterais de filtros ND
empilhados. Como já foi recomendado em capítulos anteriores sugiro que se utilize fita adesiva
preta quando existe mais de 1 filtro junto no mesmo suporte.
Outra alternativa é utilizar alguns sistemas de suportes que são novidade no mercado, com sua eficácia
ainda não comprovada.
Como já mencionada anteriormente lembre-se de cobrir o visor da câmera com a tampa que vem na
alça.
162
Não esqueça de cobrir o visor também.
Se mesmo assim tiver vazamento de luz em sua câmera, as prováveis causas podem ser:
a) Rachaduras, buracos e outras aberturas em sua câmera e ou lente faz com que a luz
entre por eles e arruínem as suas imagens com uma área superexposta que tem uma
tonalidade de cor magenta. Quanto maior a exposição, mais luz cai através das
aberturas e maior o desvio cromático para o magenta. Nota: as aberturas que me refiro,
por exemplo, as bases de sua câmera, as dobradiças de uma lente tilt shift, o espaço
entre dois filtros empilhados em um suporte de filtro retangular e o visor.
b) Luz extrema em seu visor. É ruim fotografar com o sol diretamente atrás de você ao
fotografar longas exposições durante o dia. Expondo seu visor ao extremo brilho do sol
durante vários segundos ou minutos podem causar vazamento de luz intensa. Cubra o
visor por trás da câmera ou use uma fita preta para cobrir o visor. O que eu costumo
fazer é não apenas cobrindo o visor com a tampa, mas utilizo minhas mãos ou um
chapéu tentando envolver toda a câmera (sem interferir no campo de visão da lente.
163
Ruído em longa exposição
Um efeito muito comum quando se fotografa em longa exposição é que o ruído se torna mais
visível, mesmo utilizando ISO baixo. Como é possível reduzir o ruído? É vantajoso utilizar a
redução de ruído que se pode habilitar nas câmeras DSLR modernas?
Como comentamos anteriormente, é uma questão física que o ruído digital irá aumentar com
exposições mais longas. Há muita literatura na internet sobre este assunto, mas o principal é
que o ruído vai aumentar em más condições de luz combinado com exposições mais longas.
Há, no entanto, uma diferença em como o ruído é tratado nas DSLR’s modernas comparando
com os modelos mais “antigos” de DSLR. As modernas lidam melhor com o ruído. Avanços
tecnológicos tendem a melhorar esta questão, no entanto como eu já comentei antes na seção
de equipamentos os sensores das DSLR’s modernas já começam a ter uma quantidade de
Megapixels da ordem de 30, 35 e até 50 megapixels se equiparando ao que somente uma
câmera de médio formato tinha no passado recente. Quando utilizamos as DSLR’s novas com
esses valores de megapixels, de forma regular, a qualidade é simplesmente fantástica. Mas
quando utilizamos em condições extremas e mais raros, como é o caso da fotografia de longa
exposição, esses sensores não funcionam muito bem e irão causar mais ruído que as câmeras
com menos megapixels, mesmo em longas exposições relativamente mais curtas.
Como lidar então com essa questão?
A primeira solução é sempre fotografar com o menor ISO possível da sua câmera (ISO50, 100), e
se ainda tiver ruído presente na imagem final, é possível reduzi-lo utilizando softwares de
redução de ruído, em situações normais. O ruído produzido com a nova geração de câmeras de
50 megapixels é muito maior do que os softwares de redução de ruído são capazes e não será
uma tarefa fácil se livrar dele. Pode chegar ao ponto de ter que comprometer a nitidez da
imagem para poder se livrar do ruído.
Neste momento que escrevo o e-book, não tenho a mínima idéia do que os fabricantes vão
fazer com relação a questão do ruído com as novas câmeras de 50 Megapixels e acima para
fotografias de longa exposição. Como exemplo temos a Sony A7RII que tem 42megapixels. A
qualidade de imagem e nitidez é muito boa, porém não recomendo para longas exposições, se
você pesquisar a fundo na internet vai descobrir que elas são as melhores em termos de
alcance dinâmico, mas tudo isso tem um preço a se pagar. Já existem reclamações com relação
a vida da bateria dessas câmeras e também de superaquecimento. Imaginem o que esse
superaquecimento irá fazer em uma fotografia em longa exposição? O mesmo acontece para a
recém-lançada Canon EOS 5DmarkIV. É uma câmera excelente com seus 30 megapixels e várias
outras funções novas, porém ainda estamos aguardando resenhas dela com relação ao quanto
é capaz de aguentar os ruídos em fotografias de longa exposição.
164
Minha recomendação? Se o seu trabalho for na maior parte do tempo com longas exposições
continue com sua Canon 6D, ou a Nikon D810a que após várias análises de arquivos e
comentando com outros fotógrafos de longa exposição, são a melhor opção hoje em dia.
Outra opção é utilizar câmeras de médio formato (filme ou digital), se tiver dinheiro para
comprar.
Vou comentar mais sobre os softwares no capítulo 12, mas já adianto que um dos melhores
softwares para redução de ruído é o Topaz Denoise, ele se livra muito fácil do ruído com quase
nenhuma perda nitidez. É gratuito por 30 dias de teste, depois é pago.
Existem outros softwares também que serão comentados mais adiante.
Eu não recomendo utilizar a função de redução de ruído pela própria câmera, o principal
motivo é o tempo, pois ele duplica o tempo de exposição, que já é longo. Não estou dizendo
que você é proibido de usar, faça os seus próprios experimentos e descubra o que é melhor
para você. O que a redução de ruído faz é fazer um dark frame (quadro escuro) fotografando
uma foto no mesmo tempo que foi realizada com ele aberto, e subtraindo o ruído presente
nesta foto escura da foto exposta corretamente.
Vinheta
A vinheta aparece principalmente quando se empilham muitos filtros e se utiliza lentes grande
angulares. Também dependendo da combinação de abertura do diafragma esse efeito é mais
ou menos pronunciado. A recomendação é utilizar aberturas ao redor da melhor nitidez da sua
lente, como comentado anteriormente e utilizar a função de correção de vinheta e distorção da
lente em pós-produção para amenizar o problema.
165
Capítulo 12 - Pós-Processamento de fotografias em longa
exposição
O pós-processamento, ou pós-produção, ou ainda edição, é uma fase importante para que você
tenha o controle de como será a sua imagem final e é um segundo passo para que coloque a
sua marca pessoal (o primeiro é a composição!). Não vou entrar aqui em discussão sobre os
“puristas” – aqueles que são contra qualquer edição na fotografia e ou contra o uso de
softwares para edição de imagem ou manipulação digital. O meu objetivo é mostrar as
possibilidades de uso das ferramentas, com o objetivo de melhorar sua imagem, remover
ruídos, juntar várias fotos, etc...
Existem uma série de softwares para organização e edição das fotografias em longa exposição.
Os softwares que utilizo e que serão trabalhados aqui para fins didáticos são: Lightroom e
Photoshop versão CC, Nik Software e StarStaX.
Explicaremos adiante os principais usos dos softwares focados em pós-tratamento para longa-
exposição, devido à alguns problemas inerentes que comentamos em capítulos anteriores,
como por exemplo ruído e dark frame, além de mostrarmos o uso de ferramentas para
melhoria das fotografias em geral.
166
Redução de ruídos
Na figura acima podemos ver o efeito do ruído devido a longa exposição, como explicamos no
capítulo sobre equipamentos. É um efeito térmico devido ao aumento de temperatura dos
fotodiodos que capturam a luz e leva a uma disfunção no sinal de captura da luz.
Como resolver essa questão?
Existem 3 saídas: uma é utilizar na própria câmera a redução de ruído em longa exposição, o
que irá dobrar o tempo de exposição. Se por exemplo sua foto foi de 5 minutos de exposição, a
câmera levará outros 5 minutos para criar um dark frame, entender onde estão os hot pixels e
subtraí-los da sua imagem original. A segunda saída é desligar a redução de ruído em longa
exposição na câmera e fazer isso em pós-processamento. Existe uma terceira saída que é fazer
o empilhamento de várias fotos em pequenas longa-exposições (juntá-las como camadas no
Photoshop), sendo que devido ao menor tempo de exposição de cada uma, o ruído será muito
menor em cada uma delas e consequentemente menor na imagem final.
Qual software utilizar para remover ruído de longa exposição?
Você pode utilizar o Photoshop, o Lightroom, Topaz Denoise ou então o pacote da Google Nik
Collection (Gratuito), mais especificamente o Nik Dfine 2.0, após alguns testes percebi que ele
promove um balanço melhor entre nitidez e redução de ruído que o Lightroom ou o Photoshop,
na realidade ele pode ser utilizado como um plug-in do Lightroom ou do Photoshop.
167
Vamos a um exemplo passo a passo para mostrar uma maneira efetiva de redução de ruído.
Neste exemplo abaixo, temos uma foto em longa exposição durante o pôr do sol, com 985
segundos, ou 16 minutos e alguns segundos. Estou utilizando este exemplo de bastante tempo
de exposição para exemplificar o problema de ruído.
Abaixo vemos a foto no programa Adobe Lightroom, importada direto do cartão de memória da
câmera
A princípio olhando a foto neste e-book não aparenta nenhum ruído, porém ao aproximarmos
com um zoom de 100% conseguimos ver os ruídos:
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169
170
Percebam que nas 2 ampliações mostradas acima, temos uma coloração magenta em alguns
pontos, caracterizando o ruído de hot pixels. Além disso temos também alguns “dead pixels”
que também só aparecem quando estamos fotografando em longas exposições e aumentam de
tamanho e também começam a aparecer em outros locais da foto quanto maior o tempo de
exposição.
171
É possível no próprio Lightroom se livrar destes dead pixels através da tecla de atalho “Q” –
spot removal ou remoção de manchas, e também é possível utilizar a redução de ruído e de cor
do próprio Lightroom, no entanto vamos utilizar primeiramente o plug-in Nik Dfine2.
É necessário você ter previamente ele instalado no seu sistema operacional. O link para baixar
este programa encontra-se no apêndice A.
Com o botão direito sobre a foto, clique em Editar em.... Dfine2, conforme imagem abaixo:
Em seguida o programa irá perguntar se você quer editar uma cópia com os ajustes do
Lightroom. Por esse motivo que eu recomendo fazer todos os ajustes necessários na foto, como
nitidez, contraste, exposição, etc.… antes de ir para o Dfine2. Pois ele criará um TIFF baseado
neste arquivo raw, e o melhor é sempre trabalhar no próprio arquivo raw e por último fazer um
TIFF que será utilizado para impressão (no caso de imprimir suas imagens).
Ao abrir a janela, o programa já começa a analisar a imagem e cria alguns quadrados padrões
para entender e analisar o ruído.
172
Ao passar o mouse sobre a foto, podemos ver na janela menor no canto inferior direito a
visualização do antes e depois do ruído:
Observe que mesmo na redução automática de ruído o software faz um trabalho muito bom.
173
No canto superior direito existem 2 abas, uma é medir e a outra é reduzir, você pode
personalizar o quanto deseja de redução de ruído de contraste ou de cor, além de adicionar
novos pontos de controle.
Faça testes com o cursor nos ruídos de contraste e nos ruídos de cor até atingir um equilíbrio
de nitidez e ruído que você esteja satisfeito. Normalmente deixo os 2 em 100% que já garantem
um bom compromisso entre nitidez e ruído.
Em seguida é só clicar em salvar e o efeito de redução de ruído está aplicado a fotografia.
Para remover os dead pixels, você pode utilizar a tecla de atalho Q (remoção de manchas) no
próprio Lightroom.
Neste caso consideraremos uma longa exposição realizada durante a luz do dia com a função
de redução de ruído em longa exposição ligada na câmera. (A câmera irá realizar outra foto –
“dark frame” no mesmo tempo da primeira exposição).
Menu da câmera mostrando a redução de ruído em longa exposição ligada (Long Exp. Noise reduction – ON)
Após ligar a função de redução de ruído em longa exposição, lembre-se que sua fotografia terá
o dobro do tempo para ser feita, com a vantagem de que a redução de ruído já será feita na
própria câmera e o arquivo raw já estará com bem menos ruído ou até ausente de ruído.
174
Novamente insisto para que o leitor faça seus próprios testes para verificar o que é mais
vantajoso em termos de utilizar ou não esta função, pois pode variar em função de modelos de
câmera, tempos de exposição, disponibilidade de espera maior devido ao tempo maior para
fazer o dark frame na câmera ou mesmo preferência pessoal.
Neste caso consideraremos uma longa exposição realizada durante a luz do dia com a função
de redução de ruído em longa exposição desligado na câmera e faremos manualmente um
“dark frame” realizando a mesma exposição que a fotografia anterior, porém com a lente
tampada. Esse processo será melhor descrito no tópico adiante.
175
O mesmo vale se você estiver fotografando uma única longa exposição de 2 horas por exemplo.
Você terá que ter bateria suficiente para pelo menos 4 horas e muitas vezes não é interessante
arriscar perder uma única foto de 4 horas por causa da redução de ruído na câmera.
Para estes casos em que não é desejável fazer a redução de ruído na câmera, é possível realizá-
lo em pós-processamento.
Como realizar no Photoshop o mesmo processo de subtração de “Dark Frame” que a câmera
faz?
Você irá precisar de 2 fotografias. Sua foto original e uma outra foto exatamente com os
mesmos ajustes da sua foto inicial, porém com a lente tampada. (Use a tampa da própria
lente). Para este exemplo iremos utilizar a mesma fotografia que utilizamos no exemplo de
longa exposição da foto Azenhas do mar (Item1.1 deste capítulo)
Foto original
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Foto “dark frame” – com a lente tampada
A imagem saíra totalmente escura, porém nela contém informações sobre os hot e dead pixels,
que ao subtrairmos no Photoshop o ruído desaparecerá.
O processo é bem simples de se fazer.
Importe ambas as fotografias para o Lightroom e em seguida selecione as 2 fotografias e clique
com o botão direito > Editar em ... > Abrir como camadas no Adobe Photoshop...
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Deixe a camada com o dark frame acima da camada da imagem. Sua imagem no Photoshop
estará toda escura.
O truque é simples: Selecione a camada do dark frame (que está acima) e mude o modo de
mesclagem de Normal para Subtrair:
Assegure-se de que a camada superior, seja a camada do “dark frame”, caso não esteja na
ordem, mova a camada do “dark frame” para cima da fotografia original.
O resultado é praticamente imediato e o ruído desaparece
178
Comparativo antes de aplicar a subtração do dark frame:
Observem que tanto o dead pixel quanto os hot pixels sumiram da imagem. Pois o sensor tinha
capturado um dark frame e esse dark frame continha esses ruídos, ao qual quando subtraímos da
camada da imagem, desaparecem pela igualdade de pixels com defeito.
É importante comentar que este método não é mais rápido do que se fazer na própria câmera,
na realidade você irá levar mais tempo para fazer por este método manual, mas com a
vantagem de controlar o que você está vendo na tela e a intensidade também, além dos
benefícios comentados anteriormente ou da impossibilidade de fazer na câmera. Se você
179
estiver fazendo várias exposições, como por exemplo que iremos comentar no rastro de
estrelas no tópico 2 deste capítulo mais adiante, você só vai precisar fazer 1 foto “dark frame”,
de preferência no final da sequência de fotos que estiver fazendo. Por que no final? Pelo
motivo de que a câmera estará mais quente no final de várias longas exposições em sequência
e o ruído será levemente maior nas fotos finais. Acredito por experiência própria que fazer a
subtração de “dark frame” pelo Photoshop apresenta resultados ligeiramente melhores. No
entanto recomendo que você faça as suas experiências também e levante suas conclusões para
o que é melhor para o seu fluxo de trabalho.
Irei mostrar o passo a passo de como costumo realizar a redução de ruído de minhas fotografias
em longa exposição de rastro de estrelas quando fotografo uma única fotografia de vários
minutos ou horas com ISO baixo.
180
Quando a foto é aberta no Photoshop é mostrado apenas 1 camada com o título: Plano de
fundo e um cadeado, dê um clique duplo nesta camada e renomeie como “camada 0” e em
seguida clique com o botão direito e selecione: “duplicar camada”. É criada uma nova camada,
“camada 0 copiar”.
• Poeira e rabiscos
Em seguida, selecione a camada de cima (camada 0 copiar) – e aplique: Filtro>Ruído>Poeira e
Rabiscos. Uma caixa de diálogo irá aparecer para especificar o quanto de intensidade do filtro
você deseja. Isto irá remover o ruído pelo fato de aplicar uma espécie de desfoque na foto. Eu
sempre altero o modo de mesclagem para “escurecer” ou “darken”. Isso faz com que os
elementos mais nítidos da camada abaixo, se mostrem mais enquanto mantém os elementos
mais escuros que estão sem ruído na camada de cima. Uma vez feito esse procedimento os
últimos sinais de ruídos digitais são removidos.
Vou mostrar um exemplo para um teste que fiz (somente na região do rastro das estrelas) com
visualizações 1:1 no Lightroom. Essa foto foi realizada com uma câmera Canon 7D (Sensor com
fator de crop 1.6) e lente Fisheye (Olho de peixe) 10mm f/2.8 e levou 91 minutos de exposição.
Abaixo um corte com zoom 1:1 no Lightroom – foto sem tratamento algum
Em seguida um corte com zoom 1:1 no Lightroom – agora foi aplicada a redução de ruído de cor no Lightroom
181
Note que sobraram apenas alguns pontos brancos (Que não são estrelas! É ruído digital).
Mesmo com o valor de Color no 100, ainda temos o ruído devido a luminância. E a imagem não
está boa ainda. Agora é que vem o procedimento que descrevi acima. Após essas modificações
no Lightroom é hora de abrir a imagem no Photoshop.
Observe que a imagem ainda está com o ruído de luminância.
182
Aplicando poeiras e rabiscos no Photoshop, obtemos a imagem a seguir, na qual esses pontos
brancos são praticamente removidos.
183
E por fim temos as imagens em sequência de baixo para cima, desde a importação em raw,
redução de ruído de cor e aplicação do filtro e mesclagem com “escurecer” no Photoshop:
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Primeiramente, baixe suas imagens dentro do Lightroom e faça modificações na primeira foto
da sequência (por exemplo balanço de branco, contraste e quaisquer outras edições
necessárias). O ideal é que você consiga ter a habilidade de aplicar os ajustes feitos na primeira
imagem em todas as outras, apenas aplicando a sincronização no Lightroom. Para quem tem
dúvida em utilizar a sincronização no Lightroom, vou detalhar um rápido exemplo:
A imagem abaixo foi importada para o Lightroom e já foram feitas todas as modificações
necessárias (ajustes de ponto de branco/preto, contraste, etc....)
Na imagem seguinte, vamos selecionar todas as fotos da sequência que fizemos de estrelas
(Pode-se incluir a última foto com o dark frame ou não)
185
Em seguida, clique no botão Sync...
Aparecerá uma caixa de diálogo. Clique em Check All (caso queira copiar todo o conteúdo para
todas as fotos) e em seguida clique em Sincronizar (Synchronize)
Pronto! Agora todas as fotos estão prontas para serem exportadas para o programa StarStax.
186
O programa aceita fotos em formatos JPEG e TIFF. Se for utilizar em mídias sociais ou internet
pode-se exportar em JPEG, caso o destino seja impressão exporte em TIFF.
Com as fotos salvas em uma pasta, abra o programa StarStax:
O programa é simples de usar. Comece arrastando as imagens onde está escrito “Drop Images
Here” ou
clique no ícone para procurar o local onde as fotos exportadas pelo Lightroom estão.
187
Ao terminar de importar as fotos, elas são mostradas do lado esquerdo do painel, conforme
figura a seguir:
Na figura todas as fotos estão selecionadas, é possível desmarcar quaisquer uma das fotos, caso
não queira que ela faça parte do rastro de estrelas, porém é desaconselhável, pois pode ficar
uma falha no rastro, mesmo utilizando a opção gap filling (preenchimento de lacunas).
Em seguida no painel do lado direito existe uma aba preferences, na qual é possível selecionar
o modo de mesclagem (blending), Images e General, vamos passar por cada uma delas:
188
Na aba “blending” é possível escolher entre vários modos de mesclagem, no exemplo, iremos
utilizar Gap Filling, na qual ele irá preencher os espaços existentes entre os rastros de estrelas,
de modo a criar um feixe contínuo por onde a estrela passou.
Como podemos ver abaixo, é possível também utilizar este programa para quaisquer longas
exposições, sejam noturnas ou diurnas, o limite é sua criatividade. No modo de mesclagem é
bem parecido com o Photoshop, apresentando os seguintes modos:
189
Modo Cometa:
Um outro ponto é que se pode utilizar o modo cometa. Esse modo pode produzir algumas
imagens interessantes, com rastros mais curtos ou mais longos, conforme se move o cursor
para esquerda ou direita. Produz efeitos de cometa na imagem, dando a impressão que o rastro
começou fraco e termina mais forte, como um cometa mesmo, sendo a cauda o ponto de
partida e a cabeça do cometa a parte mais ressaltada. É questão de realizar testes, dependendo
da foto pode ser interessante.
Em seguida temos a opção de subtrair os “dark frames” ou não. Como nessa sequência eu não
tinha dark frame, deixei desmarcado, marque se você tiver feito os dark frames.
190
Na aba images, normalmente após realizar o processamento do rastro de estrelas é possível
escolher o tipo de interpolação, se será automática, rápida ou suave. Normalmente costumo
deixar em automático para ver o primeiro resultado e em seguida faço testes com a suave para
ver se vejo diferenças significativas. Normalmente o automático funciona bem.
É possível também ajustar o quanto você quer que o fundo fique mais claro ou escuro, após a
imagem ter sido processada além de ajustar a compressão ou não da imagem de saída.
191
Na aba general (geral) temos a preferência de idiomas (não tem português até esta data que
estou escrevendo) e também interface do usuário, normalmente não altero esses ajustes,
deixando desmarcado sempre. É possível também e recomendável deixar o Automatic Check
marcado para eventuais atualizações do software.
Caso o seu rastro de estrelas tenha dark frames que você fez no final, clique em (open
dark
frames) e selecione o seu dark frame (1 ou mais imagens). Elas irão aparecer no final das
imagens normais abertas, no final do painel esquerdo, abaixo das imagens.
Exemplo:
192
Agora é hora de processar os arquivos.
193
Você irá acompanhando o movimento das estrelas conforme o programa vai juntando elas.
Após terminar receberá a mensagem de “blending done” – mesclagem concluída.
Agora é hora de rever os resultados e editar os limites nos 2 cursores de ajustes laterais
O que estes ajustes fazem é controlar o limite do brilho na imagem onde o gap filling
(preenchimento de lacunas) foi aplicado. Aqui é questão de ir trabalhando primeiramente com
o cursor de baixo (mais ou menos intensidade) e em seguida trabalhar no “threshold” ou limite
no cursor de cima, até a imagem ficar da maneira que você desejar.
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Veja um exemplo feito com o modo “Lighten” ao invés do “gap filling” e no modo cometa para
essa imagem:
Note que os rastros de estrelas parecem pequenos cometas. Perceba também que eu alinhei
minha composição para a estrela Polaris ficar à direita da imagem. (Essa foto foi feita no
hemisfério norte, e como vimos em capítulos anteriores durante a preparação para este tipo de
foto, é mais fácil de localizar a estrela).
Em seguida o que resta é salvar sua imagem. Faça isso clicando no ícone: e sua imagem
estará
salva em jpeg ou tiff.
195
Utilizando o Photoshop para fazer rastro de estrelas
Selecione novamente todas as fotos no Lightroom e clique com o botão direito do mouse em >
Editar em... > Abrir como camadas no Photoshop. Dependendo da quantidade de fotos da sua
sequência e do processador do seu computador, essa etapa pode demorar bastante tempo.
196
Ao terminar a importação em camadas no Photoshop, o processo é também bem simples,
bastando você selecionar todas as camadas e clicar no modo de mesclagem para “Lighten” ou
clarear.
O Photoshop lhe possibilita um controle muito maior sobre a imagem final. Por exemplo: É
possível através do uso de máscaras, remover objetos que não interessam, como por exemplo o
rastro de um avião ou de um helicóptero durante o seu registro de rastro de estrelas. É só
editar a foto ou as fotos que estão com o objeto não desejado e removê-lo. Não entrarei em
maiores detalhes sobre esse processo de edição pois não é o foco deste e-book.
197
Correção de distorção de cor (Color Cast)
A distorção de cor acontece principalmente devido ao uso de filtros ND com altas densidades,
como por exemplo filtros de 10 pontos de luz e acima.
Como comentamos anteriormente, esse problema é muito comum em Filtros da Lee Filters e
outras marcas. Até o momento a única marca que não apresenta nenhuma ou quase nenhuma
distorção de cor são os filtros da Formatt-Hitech. Em questão de preços são muito parecidos,
tendendo a ser no final um gosto pessoal pela marca.
Como contornar este problema de distorção de cor quando utilizando filtros de densidade
neutra?
Existem 2 opções, ou uma combinação delas. A primeira é se você estiver utilizando os filtros da
Lee Filters (Lee Big Stopper de 10 pontos ou Super Stopper de 16 pontos), utilize 10.000K de
balanço de branco ao capturar a foto em raw. Esse valor será muito próximo do balanço de
branco ideal da foto.
Se estiver satisfeito com o resultado, ótimo, se não estiver você pode ajustar isso no balanço de
branco personalizado no programa Adobe Lightroom.
Abra o programa Lightroom importe a fotografia, vá para o módulo revelação (Develop) e
selecione no menu lateral direito a opção básico e clique no conta gotas:
Em seguida, procure uma região da sua fotografia que represente um tom cinza médio, o mais
próximo possível. No exemplo aqui é a região da rocha, próximo a lateral iluminada e clique.
198
199
O conta-gotas irá entender que este é o cinza médio da foto. Perceba que na foto anterior as
rochas e também a espuma da água do mar estavam muito azuis, e veja como fica após clicar
com o conta-gotas:
Muito mais natural, não é verdade? A não ser que você queira propositalmente que a fotografia
final tenha uma tonalidade de cor mais azul, esse é o melhor procedimento para neutralizar a
distorção de cor de alguns filtros ND.
200
Uso do clarity (claridade) para reforçar aspectos da longa exposição
Quando fotografamos em longa exposição muitas vezes queremos que alguns aspectos sejam
reforçados, como por exemplo a suavidade das águas do mar, ou de um rio, ou então o
contraste das listras das nuvens correndo pelo céu, enfim existem uma série de situações nas
quais podemos imprimir o nosso estilo pessoal em pós-produção e é exatamente isso que
iremos detalhar nesta seção.
A superfície da água, seja do mar, de um rio ou lago ela irá parecer branca, limpa e suave,
parecendo um mármore, não deixando nenhum rastro de ondulações ou, correntes ou
quaisquer imperfeições que muitas vezes distraem o que você tinha em mente para a sua
fotografia. O mesmo vale para o céu, mas no caso pode ser que você queira exatamente o
oposto da água, pode ser que você queira mais contraste, por exemplo, para reforçar o
movimento da nuvem.
Esta é uma imagem que eu fiz recentemente a qual eu fotografei em longa exposição e é um
ótimo exemplo para mostrar essa técnica de pós-processamento.
Para conseguir criar esse efeito direto na câmera é realmente muito difícil e iria requerer uma
longa exposição com muitos minutos, além de superexpor o céu demasiadamente. Quando eu
201
fiz essa fotografia, eu tinha um período de tempo muito limitado também para fazer minha
foto, pois o sol já tinha se posto e me restavam poucos minutos. As condições estavam boas,
pois eu queria uma composição com nuvens no céu que representassem movimento e também
gostaria que a água do rio Tâmisa ficasse a mais parada possível, como um espelho, para uma
fotografia serena e ao mesmo tempo com uma dinâmica de movimento das nuvens.
Essa é a imagem raw original, saída da câmera, sem nenhum efeito aplicado.
Observe que o balanço de branco não está correto, o céu e a água do rio estão esverdeadas.
Além disso eu gostaria de realçar mais a arquitetura da ponte e mostrar mais detalhes do Big
Bem e também das edificações do outro lado do rio.
A foto original foi feita com os ajustes acima (ISO 50, 22mm, f/8,0, 120s)
202
Histograma arquivo raw original
No canto inferior direito os pretos estavam quase clipados (estourados) ao mesmo tempo que
no canto direito próximo a metade da imagem o céu próximo onde o sol estava se pondo
estava com o branco também estourando, ou seja, o alcance dinâmico da cena estava
exatamente o que meu arquivo raw e minha câmera conseguiam processar e a foto está
corretamente exposta.
203
Edições globais no arquivo raw original no Lightroom
Com essas alterações a imagem já fica com um aspecto melhorado em relação a original e está
mais próxima do que quis realmente mostrar. Mas ainda existem alguns aspectos me
incomodando, como por exemplo o céu com baixo contraste e a água do rio que mesmo com a
longa exposição não está exatamente como queria.
Em seguida, fiz alguns ajustes de nitidez e redução de ruído de cor, além de adicionar as
correções da lente, o que fez com que a vinheta e a distorção da lente fossem corrigidas.
Após fazer ajustes globais na imagem, comecei a trabalhar em ajustes locais, como:
204
Filtro graduado no céu
Utilizei para conseguir um contraste melhor nas nuvens e dar maior dramaticidade a imagem.
Ajustes e área utilizada:
205
Antes e depois mostrando a diferença no céu:
206
Selecionei com o pincel toda a área do rio. Coloquei a claridade no menor valor possível para
este caso específico, pois conseguia suavizar bem a superfície do rio. Existem outras inúmeras
maneiras de se conseguir esse efeito, seja no Photoshop ou no próprio Lightroom. Ajustei
levemente a exposição para o rio também.
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Pincel de ajuste para as edificações
A idéia era realçar a arquitetura e para isso também utilizei um ajuste de pincel graduado
Para isso selecionei toda a área das edificações, incluindo o Big Ben, tomando o cuidado de
selecionar exatamente a área que eu queria. Pode ser feito com boa precisão no Photoshop
também, mas optei por utilizar esse no Lightroom para exemplificar.
Observe que os ajustes que fiz foram diferentes do rio, pois neste caso eu quis aumentar o
contraste para que conseguisse realçar os detalhes da arquitetura londrina da ponte e do Big
Ben. Para isso aumentei a claridade e aumentei um pouco das sombras afim de mostrar mais
detalhes dessa região.
208
Veja comparativo antes e depois:
Observe que até a região embaixo da ponte se torna levemente mais visível, além do Big Ben e
das edificações do outro lado do rio estarem mais “vivas”.
209
Agora observe a comparação fotografia inicial em raw e a fotografia final, após edição no
Lightroom:
Após modificações
210
Capítulo 13 - Longa Exposição com Smartphones
Com a crescente utilização dos smartphones na fotografia, hoje já não é mais desculpa não
utilizar o seu smartphone para fotografar em longa exposição. Sim, é isso mesmo. É possível
fazer longas exposições com seu smartphone. Inclusive com o uso de aplicativos.
Tripé
211
Mini Tripé universal
Existem vários adaptadores, suportes, montagem tipo sapata, etc.… para montar o smartphone
em um tripé, com custo relativamente baixo.
Alguns exemplos estão abaixo, cada um com suas características
212
ShoulderPod para Smartphones – mais robusto
Disparador remoto
Como utilizar um disparador remoto no Smartphone?
Muitos fabricantes já disponibilizam os fones de ouvido junto com o smartphone. E a
recomendação é justamente essa. Utilizar o volume do fone de ouvido no cabo como um
disparador remoto.
213
Aplicativos
Existem uma série de aplicativos que podem ser utilizados para fotografar em longa exposição.
Para efeito didático, trabalharemos aqui com o aplicativo SlowShutter para Iphone, os demais
aplicativos estão listados no apêndice A. Existem aplicativos que auxiliam desde longa
exposição na luz do dia, até aplicativos que fazem rastros de estrelas.
SlowShutter App
Como o Iphone não possibilita alterar a abertura do diafragma, o aplicativo trabalha variando o
ISO e o tempo de exposição capturando uma sequência de imagens de acordo com o tempo
desejado.
Motion Blur
No modo motion blur, é possível ajustar o tempo que você quer a sua exposição. É um modo
muito útil para fotografar cachoeiras ou cenas que envolvem movimento de águas (mar, praia),
onde há bastante movimento em um curto período de tempo.
Ele permite desde ¼ de segundo até 60 segundos e também inclui um modo Bulb.
Uma dica é fotografar entre 1 até 8 segundos, pois tempos de exposições mais longos ficam
suscetíveis a pequenas vibrações do aparelho (mesmo que ele esteja em um tripé), e isso afeta
a nitidez da imagem final.
Light Trail
Como o próprio nome já sugere, utilize para fazer longa exposições de luzes de veículos, light-
painting, trânsito da cidade.
214
Low Light
Agora que você já sabe quais equipamentos e aplicativos utilizar é só sair e fotografar! Algumas
sugestões de locais são: praias, cachoeiras, luzes da cidade, tráfego, baladas, retratos,
movimentos da cidade, etc...
Alguns exemplos fotografados por mim com um Iphone e com o aplicativo SlowShutter:
215
Praia de Santiago – 2015
216
Cachoeira do Lajeado – Santo Antônio do Pinhal – 2015
217
APÊNDICE A – Relação de softwares e aplicativos
1) Adobe Photoshop CC
2) Adobe Lightroom CC
3) Nik Collection (Analog Efex Pro 2, Color Efex Pro 4, Dfine2, HDR Efex Pro 2, Sharpener Pro 3
Output Sharpening, Sharpener Pro 3 Raw Presharpening, Silver Efex Pro 2, Viveza 2) -
https://www.google.com/nikcollection/
4) Topaz Denoise
5) Google Maps
6) Google Earth
7) Stellarium
8) Star Stax
9) SlowShutter
10) Snapseed
11) Triggertrap
12) Focalware Lite
13) Lee Stopper
14) iDoF Calc
15) Star Walk
16) EOS Remote
17) Photographer’s Tools
18) Longexpo
19) Shutter Cam
20) The Photographer’s Ephemeris
21) Camera FV-5 (Android)
22) Long Exposure Camera 2 (Android)
23) Camera Remote Control (Nikon)
24) Average Camera Pro
25) Exposure Assistant
(https://play.google.com/store/apps/details?id=com.mbognar.reciprocity_failure)
26) Filme Developer Trial (https://play.google.com/store/apps/details?id=photography.darkroom)
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APÊNDICE B – Lista de lojas nacionais e internacionais
Lojas Nacionais
Lojas Internacionais
219
APÊNDICE C – Lista de Fotógrafos para estudo
220
APÊNDICE D – Livros Recomendados
221
APÊNDICE E – Links e Recursos
Acompanhe, siga, comente, curta e poste suas fotos em longa exposição no grupo do Facebook:
222
APÊNDICE F – Tabelas Guias
No eixo vertical temos as distâncias focais, que vão de 14 até 135mm e no eixo horizontal
superior temos a abertura do diafragma f, de 1.4 até 32. O valor no meio da tabela é o valor da
distância hiperfocal em metros.
223
Tabela de check list para saídas fotográficas e viagens nacionais/internacionais
224
Tempos em fotografia de longa exposição
225
Tabela de tempo máximo de exposição para fotografia de estrelas
226
Tabela de tempos e seus efeitos sobre objetos em movimento
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Contato:
Ale Rodrigues
www.alerodrigues.com
facebook.com/AleRodriguesPhotography
twitter.com/alerodriguescom
instagram.com/alerodriguescom
info@alerodrigues.com
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