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Curso de iniciação á fotografia

Parte II

Manual Teórico Prático

Grupo de Promoção Cultural de Montargil

Núcleo de fotografia

Junta de Freguesia de Montargil

Formador: Artur Aniceto


Fotógrafo

Patrocinadores:

Foto Click – a sua loja de fotografia digital – Montargil

Bellart – Fotografia Digital – Ponte de Sor

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A MAGIA DA LUZ

“A fotografia vive da luz”, esta foi concerteza a frase mais ouvida


no curso anterior, e fixem – na porque é absolutamente verdade…
De facto, a fotografia consiste em capturar um instante de luz.
Sem ela não existiria.
Há diferentes formas de entender e utilizar a luz, para se ser
criativo não é preciso inventar, basta estar atento e aproveitar os
momentos extraordinários que a natureza nos proporciona.
Mesmo durante o Inverno, existirão momentos em que a luz ficará
especial. Esteja atento ao tempo, pois este oferecer – lhe – á
oportunidades fotográficas únicas.
Vejamos o porquê da importância da luz.

Luz Natural

A luz do dia é a melhor iluminação que poderemos obter e nada


se lhe assemelha.
Existem diferentes tipos de luz (consoante a hora do dia), por isso
ela deverá ser observada, compreendida e calculada para se obterem
os melhores resultados. É este o segredo de uma boa fotografia,
saber utilizar a luz necessária á sua foto.

Amanhecer

Luz fria. O sol mal aquece o ambiente, onde as sombras e


ambiente ganham uma dimensão diferente. Aparentemente parece
uma hora nada propícia á fotografia, mas é puro engano…
Veja (e fotografe) os raios de sol que penetram entre as árvores e
provocam uma suave neblina idêntica á que se desprende das águas
e dos grandes açudes, quando tocadas pelo sol.
Aproveite para fotografar as pequenas gotas de orvalho que se
formam sobre as plantas, e cujas gotículas brilham como cristais.
É todo um mundo que se revela aos seus olhos, sem termos
antes dado conta.
Acredite! Vale a pena levantar cedo.

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Meio-dia

A luz do meio-dia pode ser muito intensa, e desinteressante, mas


não é preciso guardar a câmara…
Uma luz forte pode dar um aspecto fantástico ás cores, mas
deve usar um filtro polarizador para ajudar a realçar as nuvens e
saturar as cores fortes, evitando a reflexão de luz dos objectos, que
de outra forma se tornam demasiado expostos, brancos e sem cor.

A Tarde e o Entardecer

Momentos de pura magia…especialmente ao entardecer. A luz


quente emanada pelo sol ao fim da tarde, realça todos os objectos
com uma palete de cores, vivas e surpreendentes, possibilitando
inúmeras oportunidades de belíssimas fotos, especialmente perto do
pôr – do – sol.
No entanto, não arrume o equipamento logo que o sol passa a
linha do horizonte. Se ficar mais um pouco será recompensado com
um espectáculo de luz ainda mais deslumbrante.
Há quanto tempo não fica a ver o pôr – do – sol? Vá…não hesite!
E leve a máquina fotográfica consigo…

Noite

Quando a tarde chegar ao fim, e o céu começar a fica escuro, as


cidades e as vilas ganham vida com a cintilante iluminação artificial.
É um mundo surrealista que nos dá excelentes fotografias, mas
que é muito exigente tecnicamente. Sem luz natural teremos que nos
servir de luz artificial e ai tudo muda…

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TÉCNICAS DE FOTOGRAFIA

Se, como vimos atrás a fotografia vive da luz… (Será que já vos
disse isto?), vamos aprender a controlá –la para obtermos as
melhores fotografias.

Câmaras Compactas

As câmaras compactas digitais atraem porque são fáceis de usar e


tornam divertido o acto de fotografar, mas para isso terá que
conhecer a sua máquina.

- O sistema automático das máquinas compactas digitais faz


quase tudo. Ajusta o foco, a exposição, a sensibilidade, a correcção
de cores…
No entanto, as predefinições existentes na câmara nem
sempre garantem as melhores imagens.
Existem opções na máquina fotográfica que devem ser usadas se
souber (exposição, balanço de brancos, etc.), caso contrário vai
prejudicar a imagem. Senão vejamos:

SENSIBILIDADE (ISO) – As câmaras digitais na sua maioria


possuem ajuste automático da sensibilidade, mas podemos sempre
recorrer á opção manual. Lembre – se que quanto maior for a
sensibilidade (ISO), maior a possibilidade de fotografar com baixa
luminosidade, sem flash, ou com tripé.

MODO AUTO (AUTOMÁTICO) – O modo auto ajusta


automaticamente a exposição em função da luz e activa o flash
sempre que é necessário. É excelente para a maioria das situações,
mas torna – se limitado quando não existem as melhores condições
para fotografar.

MODO P (PROGRAMA) – O modo programa funciona exactamente


como o modo auto. No entanto dá liberdade para alguns ajustes. A
principal vantagem é que, mesmo mantendo a câmara totalmente
automática, o modo P permite a selecção manual da velocidade e da
abertura do diafragma. Neste modo é possível também desligar o
flash, compensar a disposição, etc. É um modo excelente para quem
já domina um pouco mais as funções da máquina

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MODO CENA NOCTURNA – Este modo permite com ou sem flash
mantendo a iluminação ambiente. É especialmente apropriado para
imagens captadas á noite, nomeadamente monumentos iluminados,
decorações, paisagens urbanas, á lareira…

MODO DESPORTO – O próprio ícone identifica o modo adequado


para a fotografia de assuntos em movimento. A câmara selecciona
automaticamente as velocidades mais rápidas (ex. 1/250, 1/500,
1/1000, 1/2000s ou mais), de forma a congelar a acção, evitando
que a imagem saia tremida.

MODO PAISAGEM – A silhueta de uma montanha identifica o


modo usado para fotos de assuntos distantes (paisagens e
arquitectura). Normalmente o Auto Focus vai directo ao infinito.

MODO MACRO – Este modo permite fotografar muito perto do


assunto (alguns centímetros), sendo uma excelente oportunidade
para capturar imagens de grandes planos (flores, insectos, etc.)

MODO RETRATO – Uma vez seleccionado, a câmara ajusta


automaticamente a exposição mais adequada o retrato a curta
distância. Permite melhor equilíbrio de cor, nomeadamente tons de
pele pelo que é muito popular o seu uso.

FLASH – A ideia pré – concebida de que o flash apenas se usa á


noite é perfeitamente errado. Esta luz poderosa e transportável dá –
nos inúmeras hipóteses de utilização, em pleno dia ou á noite, desde
que se saiba usar.
Nos dias claros, a luz do flash suaviza as partes sombreadas do
tema, garantindo mais cor e definição á imagem, mesmo quando o
assunto está em contra – luz, tornando – se por isso um acessório
extremamente útil, até porque a fotografia vive da luz…

WHITE BALANCE – Traduzindo, significa equilíbrio de brancos. Ou


a possibilidade de corrigir a temperatura de cor (tonalidade) emitida
por várias partes de luz (lâmpadas formais, lâmpadas fluorescentes,
etc.) quando seleccionada corrige a tonalidade predominante emitida
pela fonte de luz.

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Câmaras Reflex

As câmaras Reflex digitais são, como sempre o foram nos seu


conceito, perfeitas obras de arte cobiçadas por todos os apaixonados
da fotografia, que tarde ou cedo ambicionaram ter uma.
São câmaras muito mais exigentes na utilização e manuseamento,
mas oferecendo um conjunto ímpar de possibilidades para a
fotografia de excelência.

TÉCNICAS AVANÇADAS

MODO A ou AV – Modo semi – automático que permite regular


manualmente a ABERTURA do diafragma enquanto por sua vez a
câmara faz o ajuste automático da velocidade adequada para a
exposição ideal.
Este modo permite obter PROFUNDIDADE DE CAMPO, focando
nitidamente os objectos mais próximos e mais afastados ao mesmo
tempo.
Os valores da abertura, designados por (F) estão em escala de
números, normalmente de 2 a 22.
De salientar que a abertura está na ordem inversa do
número, ou seja, quanto maior for o número, menor será a
abertura.

MODO TV ou S – Neste modo, a exposição é semi – automática,


ou seja, está a seleccionar – se a VELOCIDADE de exposição e a
câmara ajusta automaticamente a abertura.
Este modo, com a PRIORIDADE Á VELOCIDADE é usado sempre
que há necessidade de fotografar objectos em movimento (ex.
desporto, corrida, etc.)

EV (compensação exposição) – Este modo é identificado com um


botão com o sinal +/-. É muito útil para corrigir a imagem, visível no
monitor, deixando – a mais clara ou escura. Neste caso, para deixar a
imagem mais clara, corrige – se a exposição com os números +
(positivos), exemplos +1, +2, etc. e dependendo do caso, para a
imagem ficar mais escura, corrige – se a exposição na forma inversa,
ou seja com os números – (negativos), exemplo -1, -2, etc.

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FOCAGEM – Na actualidade, com todas a câmara funcionando com
Auto Focus facilita bastante o trabalho do fotógrafo.
No entanto, há pelo menos três tipos de focagem que deve ter em
conta:

* Matricial – Dependendo da máquina, esta vai dividir o


enquadramento numa grelha e mede a luz em diferentes pontos
da mesma, assumindo um meio-termo, com equilíbrio de foco.

* Centralizada – Neste modo, a câmara também vai medir a luz


em todo o enquadramento, mas irá dar mais relevância ao centro
do mesmo.

* Pontual – Quando seleccionada a câmara vai medir a iluminação


apenas ao centro do enquadramento. Muito útil quando queremos
a focagem ao pormenor.

OPÇÃO MANUAL (M) – Não há modo de exposição que funcione


melhor para retratos do que o Manual, pois é importante para os
tons de pele a exposição estar “no ponto”.
Neste modo temos total controle sobre a máquina e utilizando
os discos respectivos poderá regular a abertura e velocidade a seu
gosto.
Vale a pena experimentar…

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TREINE AS DEFINIÇÕES DE AJUSTE

Nas páginas anteriores acabámos de explicar o funcionamento dos


botões mais comuns nas Reflex, mas por mais óbvio que pareça, a
chave para conseguir os melhores resultados é saber como a sua
máquina se comportará em situações diferente e estar apto a ajustar
as definições de forma rápida e precisa.
Se apenas pega na câmara ao fim de semana, o mais certo é
demorar um pouco a habituar – se a ela. Possivelmente vai descobrir
que as fotos tiradas ao domingo são melhores que as do sábado…
Ande com a câmara o máximo de tempo que puder, quanto mais
disparar mais capaz se sentirá de reagir ás situações.
Deste modo será muito útil “treinar” com os botões, identificando
– os e familiarizando – se com eles:

- Botão de prioridade á Abertura (A ou AV)


- Botão de prioridade á velocidade (S ou TV)
- Botão P (programa)
- Botão M (manual)
- Botão Flash
- Botão ISSO
- Botão compensação exposição (EV)
- Botão de focagem

FILTROS

Existem acessórios francamente úteis, e os filtros merecem essa


designação. Vejamos porque:

FILTRO POLARIZADOR – A folhagem e a relva ficarão mais


exuberantes com um filtro polarizador que ajudará a saturar ainda
mais as cores, produzindo uma imagem dinâmica e exuberante.

FILTRO UV – Um filtro para os reflexos do céu, e que ainda


protege a lente dos choque e poeiras.

FILTRO DE DENSIDADE NEUTRA – Estes filtros permitem reduzir


os níveis de luz ambiente podendo usar –se velocidades muito mais
lentas com grandes aberturas e flash. Acentuam os céus escuros e
faz as sombras ainda mais dramáticas.

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DICAS

1. Utilize uma velocidade superior á distância focal com que está a


fotografar, ou seja, se estiver a utilizar uma objectiva de 500
mm, a velocidade nunca deverá ser inferior a esse
número, por exemplo, 1/640s.

2. Ponto óptimo…dispare no “ponto óptimo” da sua objectiva, que


é á volta de f/8 ou f/11. É melhor evitar aberturas extremas,
como f/22 ou f/2.8.

3. Focagem. Para ter fotos de paisagens bem nítidas, foque a um


terço da distância do enquadramento que tem.

4. Qualidade da objectiva. Compre sempre a melhor objectiva que


o seu orçamento permitir.

5. Tripés. Evite estender a coluna central, utilize as pernas


extensíveis do tripé e baixe sempre primeiro os apoios mais
fininhos.

6. Use a regra dos “terços”, conhecida há séculos na pintura. A


técnica, especialmente útil em fotos de paisagem, consiste me
dividir o quadro em três partes, traçando duas linhas verticais e
duas horizontais. Os quatros pontos de cruzamento das linhas
são considerados os de maior impacto visual.

7. Segredos de um pôr-do-sol. Basta apontar e disparar para que


a foto saia com qualidade aceitável. Faça a focagem no meio-
termo, entre a parte mais clara e escura do céu, prenda a
focagem mantendo o disparador levemente pressionado e, a
seguir, enquadre de novo e dispare. Evite apontar a máquina
directamente para o sol. Se estiver muito intenso, o fotómetro
será enganado e a imagem sairá muito escura.

8. Cena nocturnas. Colocar a máquina sob o tripé, fazer a


focagem, ajustar para disparo automático, utilizar programa
Manual ( calculando o tempo de exposição e abertura) ou em
alternativa prioridade á abertura (A – AV). Ajuste –o para
f/8 ou f/11 e deixe que a câmara calcule o tempo de exposição.

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Faça várias fotos. O efeito pode variar muito conforme o tempo
de exposição.
9. Compensação de exposição (EV). Nas fotos na praia, neve, de
objectos muito claros em fundos brancos ou céus nublados
muito claros, a compensação deve ser regulada para +1 ou +2
pontos (mais luz).
Para assuntos escuros ou com fundo escuro atrás a
compensação deve ser de -1 ou -2 (menos luz). A seguir a
câmara ajusta a exposição automaticamente.

10.Flash. Use um flash de preenchimento para fotografar pessoas


que estejam com sombras sobre o rosto o que é comum em
fotos de praia.

11.Desporto. Utilizar velocidades altas (f/500s) por exemplo, com


ISO elevado (400 ou 800 ISSO) para “congelar” as cenas.

NOTAS FINAIS

Esperamos que se tenha divertido e que este curso tenha


contribuído para tirar melhor partido da sua máquina.

LEMBRE – SE QUE AS FOTOS DE HOJE SERÃO A SUA MEMÓRIA


DO AMANHÃ!

Bem Hajam

Artur Aniceto
BELLART digital

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Montargil, 15 de Dezembro de 2007

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