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O Número-Guia

Índice
Por que um e-book? .......................................... 3

Esqueça Os Três Pilares ...................................... 4

O Número-Guia ............................................... 22

ISO ............................................................... 28

Zoom do flash................................................. 33

Inverso do Quadrado ....................................... 41

A Calculadora do Flash ..................................... 56

O Fotômetro ................................................... 72

Número-guia no Estúdio ................................... 75

Dicas de aplicativos: ........................................ 81

O Autor ......................................................... 82

Créditos ......................................................... 86

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O Número-Guia

Por que um e-book?

Vivemos em um mundo cada vez mais digital, o que


transformou nossa forma de nos relacionar, interagir e
aprender.

O e-book é um livro que não pesa na bolsa, te


acompanha em qualquer lugar e está sempre à mão
caso queira reler ou dar uma olhadinha.

E quando o assunto é Número-Guia, ter uma fonte


constante e acessível para te lembrar as dicas e cálculos
é algo imprescindível.

Por isso fiz esse e-book para ser seu guia de bolso até
esse assunto entrar nas suas veias!

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Esqueça Os Três Pilares

Quem começa a estudar fotografia é recebido, logo no


primeiro dia de aula, pelo conceito mais poderoso de
toda a teoria fotográfica:

O número f/ da abertura do
diafragma.

Quando corretamente compreendido ele se desdobra


num código, revelando-se um método seguro e preciso,
capaz de fornecer todas as informações de que se
necessita para o controle da iluminação de uma foto
com luz artificial, não importa se flashes portáteis ou

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tochas de estúdio (abrange a luz contínua também,


embora o conceito não seja tão evidente).

É estranho perceber que um conceito tão potente foi


soterrado por uma sequência de decorebas sem graça.
Preciso explicar uma etapa sobre ele antes de
chegarmos ao número-guia: a distribuição de luz e
todas as distâncias do seu tripé de iluminação
dependem disso!

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Esse código é estabelecido por um número que guarda


uma relação simples, porém rígida, entre as duas
características que mais variam na construção de uma
lente:

Sua distância focal e o diâmetro do


orifício por onde a luz entra na

câmera.

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Aqui há duas abstrações geniais que mostram a força

do gênero humano e é de vital importância que você as


entenda. Vamos a elas:

A foto acima mostra o conjunto de objetivas da linha


DSLR da Canon. Iimagina se houvesse um código para
operar cada uma delas?

Pior: códigos próprios para cada fabricante e para cada


tamanho de câmera fabricada? Dos celulares até as
cameras de grandes formatos: imagine ter um código
diferente para cada uma?

Seria impossível aprender, fotografar e trocar


informações em grandes grupos e certamente não
haveria tanta variedade assim.

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Ao se relacionar uma dimensão com a outra, tornou-se


possível a criação de qualquer lente para qualquer
formato imaginável, permitindo que se aplique a
mesma técnica independentemente do
equipamento.

A segunda abstração encontra-se na essência de todo


esse e-book e define a forma como eu vivo a fotografia.

O Principia, meu curso de fundamentos fotográficos,


começa com uma viagem a uma caverna onde foram
descobertas as pinturas rupestres mais antigas da
humanidade.

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É uma Capela Sistina de pedra, tinta e ossos onde


percebe-se o encanto que as imagens exerceram nos
cérebros em ebulição dos nossos antepassados.

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Eu adoro imaginar que a centelha que detonou aquela


explosão de criatividade se originou do mesmo princípio
básico que rege a sua câmera fotográfica atual.

Cronologicamente não muito distante daquela época,


surge a mais rara das necessidades humanas: regular.

São 12 os meses do ano, 4 as estações, 365 dias, 7

deles na semana, 24 horas contendo 3.600 segundos, a


lista é interminável…

Não é coincidência que dígito venha do latim “digitus”


ou “dedo”, a mais ancestral das nossas unidades de
referência. E cálculo, de "calculus", ou "pequena pedra",
a segunda mais antiga delas, já que era com pedriscos

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que os primeiros humanos contavam seus rebanhos e


posses.

Não há qualquer criação humana que não seja


quantificada, regulada ou significada por um número e
a razão é muito simples, regular significa:

Canônico, que segue as leis da


natureza, bem proporcionado,
harmonioso, que demonstra
exatidão, constância, continuidade.

Contemplar imagens e brincar com números foram as


potências que nos definiram como espécie, tudo mais
deriva disso, não há outra forma de vida, até hoje no
Universo, que possua essas qualidades.

Celebremos!

Minha frase: “criar uma imagem é entender um


número” guarda esse respeito.

Ensinamentos que não podem e jamais serão difíceis ou


estranhos, mas simplesmente humanos e se
comunicam conosco pelas linguagens mais antigas que
conhecemos e temos maestria.

Nós somos imagens e números!


Conhecê-los nos dá prazer.

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Esse meu primeiro e-book (haverá outros!) me coloca


novamente em contato com o que alavancou minha
carreira como fotógrafo: escrever sobre fotografia! Por
mais paradoxal que seja falar de imagens usando
palavras.

Comecei escrevendo sobre flash portáteis no I LOVE MY


JOB, um blog que fez um sucesso estrondoso na época
de ouro dos weblogs e que se transformou no meu canal

do Youtube, desta vez apoiado novamente por outro


diário virtual, com mais referências fotográficas entre
artigos mais técnicos.

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O Número-Guia

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O Número-Guia

É um doce e necessário reencontro, difícil descrever


todas as sensações que sinto aqui e desde já te
agradeço por isso. Saiba que foi o ato de escrever que
me fez pensar em todas essas teorias que aqui
apresento (além de estudar e praticar), daí o título de
novo blog.

Do fundo da minha alma espero que esse e-book


consiga transmitir parte da paixão que sinto pelas
imagens e encanto com os números, que de alguma
forma sirva como uma luz no seu caminho como
fotógrafo, prometo também que será o último trocadilho
infame do texto.

A distância focal de uma lente vai do seu eixo (1) até


o ponto de foco onde os raios se encontram (2), é

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expressa em mm e deve ser uma boa conhecida sua:


14mm, 35mm, 50mm, 105mm entre outras.

É justamente no ponto (2) onde se encontra seu sensor


digital ou filme fotográfico, ali são projetadas as
imagens em foco. Essa dimensão é muito importante
porque regulará três características cruciais na sua
prática fotográfica:

1. O angulo de visão da cena


2. O tamanho da imagem projetada
3. O alcance da profundidade de campo

A outra variável importante está no diâmetro do orifício


por onde a luz entra na câmera, se entendermos como
ele varia seu diâmetro, dominamos como a vazão de luz
se comporta.

Por quê essa noção é importante? Porque a variação do


diâmetro desse círculo garante controle sobre duas
valiosas informações:

1. A intensidade luminosa
2. A profundidade de campo, determinando
quanto eu quero de interesse na foto a partir
do plano de foco.

É comum na internet escutar que a abertura controla o


“desfoque”, mas esse ideia não poderia estar mais
equivocada, mas esse é assunto para outro e-book.

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Em uma equação relativamente simples, reunimos duas


dimensões que controlam o que eu mais desejo em uma
fotografia:

Ângulo de visão, tamanho da imagem, intensidade


luminosa e os limites da sensação de foco, tudo
perfeitamente dissolvido em apenas UM NÚMERO, o
chamado número f/, que funciona para qualquer
tamanho de câmera e qualquer lente que venha usar
(incrível, não?).

Ele é descrito dessa forma:

f/ = distância focal
diâmetro do orifício

Visualmente ela pode ser interpretada da seguinte


maneira:

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Em uma lente fixa, como a 50 mm desse exemplo, essa


distância focal permanecerá constante qualquer que
seja o tamanho do círculo, ele é a única variável de todo

o processo.

O controle de entrada de luz na câmera se dá


exclusivamente pela variação da área de um
círculo.

Que sorte a nossa!

Por mais de 2.500 anos


nossa espécie já sabe
como fazer isso de uma
forma clara e rápida,
graças a uma obra
titânica chamada “Os
Elementos”, dividida em
13 livros, que vendem
tanto quanto a Bíblia, que
já teve mais de 1.000
edições e foi escrita pelo
maior matemático que a
humanidade já conheceu:
Euclides.

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A verdade é que se poderia variar a área do orifício por


qualquer número que desejássemos, mas o sábio grego
nos aponta um caminho melhor:

Euclides prova que para variar a área de um círculo


por 2, ou seja, alterar a entrada de luz na câmera pela
metade ou dobro, basta variar seu diâmetro pela (respira
fundo e confia em mim) raiz quadrada de 2!

Calma!

Eu estava indo bem né? Estava tudo tranquilo, bonito,


aí pintou essa raiz maldita aí no meio dando pânico, mas
vou te facilitar a vida. O intuito não é complicar. Vou
repetir de um jeito que você já viu centenas de vezes
mas nunca se percebeu:

Para dobrar ou reduzir pela metade a quantidade


de luz que entra na câmera, tudo o que eu preciso fazer
é variar o diâmetro do círculo por onde a luz passa
por 1,4 (é a raiz quadrada de 2 simplificada).

Vou explicar novamente: imagina um círculo qualquer


de área 1, suas variações serão como na imagem
abaixo:

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Como essa variação ocorre no denominador de uma


fração (lembre-se: f/= distância focal / diâmetro) ocorre
aquilo que todos pedem que você decore:

quanto maior for a abertura,


menor será o número f/ e vice
versa,
quanto menor for a abertura,

maior será o número f/

Mais fácil né?

Creio que você já tenha percebido isso, mas todas as


aberturas de qualquer lente de qualquer câmera de
qualquer formato variam sempre pela constante 1,4, o

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que reduz pela metade ou dobra a quantidade de luz


que entra em seu interior.

Conhece aquela decorebinha alegre de Youtube:


"número f/ grande, abertura pequena, número f
pequeno, abertura grande”?

Ela simplesmente assassina a compreensão do processo


fotográfico como um todo, é uma insossa forma de
ensinar algo denso, tão belo, versátil e protetor para o
fotógrafo.

A ideia de que variar o diâmetro de


um círculo por 1,4 resulta na dobra
ou redução de sua área pela
metade vai te dar de bandeja, sem
que se gaste um centavo com
acessórios, todo o conhecimento
para controlar qualquer câmera,

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posicionar qualquer luz artificial


em qualquer lugar e entender
qualquer modificador de estúdio.

É aqui que esse código mostra todo seu valor: ele


controlará qualquer parâmetro que dependa da
quantidade de luz. Essa é a razão de todos os ajustes,
velocidade do obturador, sensibilidade ISO e as cargas
de qualquer flash sempre variarem por dobros e
metades:

eles precisam obedecer à forma como


a luz entra na câmera.

Repare também que não existe uma barreira, um


triângulo, pilar, nada, apenas um fluxo de um
pensamento que se desloca por todos os elementos da
câmera fotográfica.

Se amanhã qualquer tecnologia nova for integrada à


máquina, que dependa de fluxo de luz, ela também
variará por dobros e metades.

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A prova de que não há barreiras, de que a compreensão


fotográfica ultrapassa a ideia dos “Três Pilares” pode ser
melhor entendida quando o fotógrafo deixa de lado a luz
natural e passa a usar os equipamentos de iluminação
artificial. É nesse momento que a teoria da
“Engrenagem Rutilante” se expande.

O mesmo conceito de abertura, que destrinchamos no


início do e-book, reaparece aqui como único
instrumento de orientação dentro de um estúdio
fotográfico.

Não é de agora que a ideia de número-guia é tão


criticada, esse deve ser um dos conceitos mais mal
compreendidos dentro da fotografia e por uma razão
muito simples:

O Mito da Potência

Ele é ensinado universalmente como uma medida de


potência do flash e isso é um erro crasso.

Potência é uma variação de trabalho, ou seja, a


rapidez com a qual uma energia é transformada em
outra e há uma unidade específica para ela no nosso
sistema de medidas padrão: o Watt.

Foi nesse detalhe que eu empaquei quando aprendi


sobre o flash, ainda na escola de Fotografia, pois

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minutos antes o professor


comentara que o Número-Guia era
sempre fornecido em metros.

Ali meu cérebro travou e embora


todos os livros, apostilas, revistas,
professores, fotógrafos, sites e
blogs apontassem (e até hoje
apontam) para a mesma direção,
havia algo que a minha mente
recém-saída da Engenharia não
podia aceitar, havia uma
incongruência física, um erro:

“Como algo representado por


uma unidade de distância podia
ser encarado como a variação
de uma energia?”

Foi a brecha necessária para que eu


começasse a me debruçar sobre
esse conceito, apoiado também pela
curiosidade de entender porque
havia um “guia" logo depois da
palavra “número" e ninguém
explicava o motivo e quanto mais eu
me debruçava sobre ele, mais esse
número se revelava.

A potência não informa dado algum


para um fotógrafo além da rapidez

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com que a energia elétrica das pilhas ou das tomadas


será transformada em energia luminosa. Um flash de
800 W fará isso 8 vezes mais rapidamente do que um
de 100 W.

As únicas pessoas que precisam dessa informação são


os engenheiros que dimensionam as instalações
elétricas do seu estúdio.

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Outra percepção equivocada, comumente vista, é que o


número-guia é algo "velho", sem valor, perdido no meio
de tanta tecnologia atual e milhares de acessórios para
se medir a luz. Mas basta uma olhada rápida em
qualquer site de qualquer fabricante de equipamentos
de iluminação e lá estará a informação do número-guia
de seus flashes, aliás, vários são os que escamoteiam
esse valor para passar a ideia de que são mais
“potentes”.

Eu já repeti algumas vezes e insisto: quem afirma que


o número-guia é a potência do flash não tem a menor
ideia do que seja potência e muito menos entende o
funcionamento de um flash!

Você já nasceu com a ferramenta mais potente do


Universo e aqui vamos aprender a usá-la!

O que é o Numero-Guia?

A Física é impiedosa: se há uma unidade metro, o


número-guia só pode ser a distância máxima de
iluminação que seu flash alcança em um determinado
ajuste.

Por exemplo: o número-guia (Guide Number) do


speedlight Nikon SB-5000 é 34,5 metros (seta
vermelha), conforme o site da marca, veja:

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Esse número é apenas uma referência inicial, está longe


de ser uma constante e vai mudar a cada alteração feita
na exposição de sua foto.

Alguns fatores são determinantes na variação do


número-guia, como pode-se notar nas setas ao lado do
valor, repare que sempre haverá (ou deveria haver)
uma indicação de qual ISO ou distância focal foi usada.
No caso dos flashes de estúdio, há a indicação de qual
refletor está sendo utilizado:

1- ISO (seta azul)

2- Distância focal (seta laranja).

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ISO

Eu não gosto de pensar no ISO como um “pilar”, mas


sim, como uma alavanca que não só possibilita a
exposição feita com luz natural, como estende a
capacidade de iluminação do seu flash.

Como as câmeras mais modernas praticamente


eliminaram a degradação da imagem em valores mais
altos, o ISO transformou-se em uma ferramenta
cirúrgica para o uso do flash.

Por quê o Número-Guia Varia com


o ISO?

A partir desse momento é desejável que você


acompanhe o texto com seu flash em cima da câmera
e, principalmente, que ele tenha a informação de
distância no painel. Veja no fim do e-book aplicativos
que fornecem esse valor caso seu modelo não o faça.

Os números que aparecem nesses exemplos a seguir


não serão os mesmos que o seu flash informa, fique
tranquilo, apenas acompanhe o raciocínio e aplique os
seus valores.

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Acompanhe as fotos acima, estou usando o fiel SB-800,


um antigo tanque de guerra indestrutível aqui do meu
arsenal, a câmera é uma Nikon D750 e a abertura da
lente foi fixada em f/8 nos dois casos, flash em carga
total 1/1.

Em ISO 100, minha modelo teria que ficar a 5,7 metros


do flash para sair corretamente exposta (esse é o
número-guia nesse momento), observe o que acontece
quando aumento para ISO 800: o novo alcance vai para
16 metros da modelo!!

E há uma explicação simples para isso: a luz perde


muita intensidade enquanto se propaga em linha reta.

Em ISO 100 aquela luzinha fraca que estava a mais de


5,7 metros era impossível de ser registrada pelo sensor
de sua câmera tamanha sua baixa intensidade, agora

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8x mais sensível em ISO 800, luzes mais distantes e


menos intensas conseguem ser registradas com
tranquilidade.

Não é o seu flash que está mais


potente, é a câmera que está mais
sensível!

Observe novamente as duas fotos da página anterior, o


flash manteve-se em carga máxima o tempo todo, não
houve a menor alteração de “potência” (aliás, a
potência de um flash é inalterável, você regula a carga:
o tempo de lâmpada acesa!).

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Uma pausa para reflexão:

você chega no casamento com sua câmera nova, lente


clara e sobe o ISO para aproveitar o máximo da luz
ambiente, abre o diafragma para ter aquele “desfoque
professional” e liga o flash confiando na capacidade de
interação com a câmera, dispara a uns 3 metros da
noiva e descobre que tudo está estourado, chapado e
sem possibilidade de edição e pensa: “flash é uma
porcaria mesmo, agora entendo porque todos rebatem
no teto alto da igreja!"

Levanta a cabeça do flash rapidamente, sem perceber


um painel iluminado a dois centímetros do seu olho
indicando que, com ISO alto e aberturas grandes, ele
deveria ficar distante mais de 20 m do assunto (veja a
foto acima)!

Cai, sem saber, na vala comum da iluminação rebatida


e passa a disputar com seus concorrentes em preço e
quantidade de foto, além de rezar para que sempre haja
paredes e tetos brancos e baixos nos eventos que
fotografa, acostumando-se a perder dias tratando fotos
que poderiam estar perfeitas pelo uso sensato da luz.

A vantagem de um flash é
justamente o uso de aberturas
mais fechadas e sensibilidades ISO
menores, garantindo o máximo de
qualidade em qualquer sensor e
lente, nivelando fotógrafos com

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equipamentos diferentes na busca


pela melhor iluminação.

Você realmente acredita que Canon, Nikon, Sony e Fuji


iriam gastar milhões de dólares desenvolvendo vários
acessórios de iluminação que prejudicam as imagens
que suas câmeras produzem?

Para profissionais conhecidos pela habilidade em


"escrever com a luz”, controlar milimetricamente a
qualidade, alcance, intensidade e direção de sua
caligrafia não é uma vantagem competitiva?

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Zoom do flash

Por quê a distância focal altera o


Número-Guia?

A Física responde de forma clara essa dúvida também:


seu flash é uma fonte puntiforme de luz, ou seja, sem
dimensões consideráveis, que emite infinitos raios de
luz em todas as direções.

Você leva vários na mochila com facilidade, mas há um


preço a se pagar: o sacrifício do alcance.

Um luz que dispara em todas as direções tem seu


alcance muito reduzido quando comparado a uma luz
colimada, cujos raios são quase paralelos, espalhando-

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se muito lentamente à medida que se progagam,


ocorrendo mínima dispersão.

Por isso um laser de baixa potência, disparado da sua


casa, pode atrapalhar pilotos de avião a vários
quilômetros de altura, deixando o pobre do seu flash no
chinelo.

O tubo formado pela cabeça do seu flash desempenha


esse papel de concentrar ou espalhar os raios de luz,
variando o alcance da iluminação e criando um
modificador interessante.

Nem sempre foi assim, eu mesmo usei flashes, como o


Vivitar 283, que não possuíam nenhuma regulagem
automática de zoom, era necessário ajustar

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manualmente a cabeça de acordo com a lente usada,


por um motivo bem simples:

Era preciso coincidir o facho de iluminação do flash com


o ângulo de visão da lente, caso contrário era bem
provável o aparecimento de vinhetas na imagem, partes
não iluminadas pela luz.

Conforme as lentes fixas perdiam terreno para as zooms


e a automação invadia câmeras e flashes, tornou-se
possível a coordenação entre o que a lente via e o que
o flash iluminava, facilitando a vida do fotógrafo.

Na verdade precisamos dar graças a Deus que disparos


mais fechados de luz cheguem a distâncias maiores,
afinal quando aumentamos o zoom, indo de 70mm para
200mm por exemplo, o assunto tende a estar mais
afastado, facilitando a vida do flash.

Embora o controle seja automático, nada impede o


fotógrafo de mudar e criar padrões diferentes de
iluminação, alterando o contraste da foto.

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Veja esses exemplos da variação de alcance com o


zoom do flash:

Em 24 mm a luz chegaria em 3,8 metros, ao passo que


fechado em 105 mm o alcance quase duplica, indo para
7,1 metros.

Essa possibilidade de controle muda a aparência das


fotos, principalmente se usado fora da câmera, veja os
exemplos de retratos feitos com a atriz Lully Müller,
ambas com a mesma lente, uma 24-70 e um speedlight
fora da câmera:

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Viu a diferença?

Sem nenhum tipo de acessório no flash, só regulando o


zoom da cabeça, altera-se o padrão de iluminação, vale
lembrar que no caso da esquerda, o flash teve que ficar
bem mais distante da atriz.

Esse tipo de variação é um trunfo importante para o


fotógrafo e explica o motivo de eu não gostar de usar o
domo “difusor" na frente do flash:

1- ele não suaviza luz alguma, por ter o mesmo


tamanho da fonte luminosa. Mantém a qualidade tão
dura quanto antes. O que essa peça faz é disparar luz

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em todas as direções, na esperança de que ela atinja


paredes e tetos brancos e próximos: esses sim,
difundirão a luz.

É o mesmo princípio da lâmpada no teto do seu quarto.


Leve-a para um local externo e escuro e verá que sua
luz é tão dura quanto a do seu flash.

Quem está difundindo a luz são as paredes e o teto, isso


deveria ser uma observação natural levada para o flash,
mas novamente foi soterrada por um bando de
explicações sem sentido.

2- Como explicado acima, por espalhar luz em todas as


direções, o domo difusor diminui o alcance do meu flash
em 35%, agora sua luz só vai até 2,5 metros e uma
vez instalado, não é possível alterar esses valores.

Além de estrangulado, seu flash fica mais limitado e


dependente de variáveis que o fotógrafo não consegue
administrar. O que esse domo, que não difunde, traz
como única vantagem é a diminuição do brilho especular
na testa das pessoas, o que passa a sensação de
“difusão”.

Sei que muitas vezes é impossível, mas querendo


difusão, retire o flash da câmera e use um modificador
de estúdio. O resultado é infinitamente melhor e mais
controlável.

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Inverso do Quadrado

Acredito que se você chegou até aqui já tenha


percebido, até pelo teor dos meus vídeos, que eu
dependo exclusivamente da Matemática e da Física para
explicar vários conceitos sobre o funcionamento da luz
e dos flashes e, nesse tópico, vejo com muita tristeza
que as duas ciências são usadas mais para confundir do
que explicar e, mais do que nunca, é graças a elas que
a fórmula do Número-Guia mostra o seu real valor.

A queda de intensidade não


representa um mistério!

Todas as discussões sobre essa lei concentram-se em


como a intensidade luminosa decresce com a distância

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e cessam exatamente quando o mistério seria revelado,


haja vista que a fórmula que a explica é:

I= 1/d²

Em outras palavras:

a intensidade luminosa varia com o


inverso do quadrado da distância.

É a forma bonita de dizer o que você observa


diariamente desde que nasceu: a luz perde muita
intensidade conforme nos distanciamos da fonte
luminosa.

A experiência é tão costumeira que não se nota mais o


seu encanto, mas nós, como “escritores de luz”, temos
a obrigação de entender e nos encantarmos com seu
funcionamento, porque a magia de nossas fotos
depende disso.

Toneladas de vídeos no Youtube e dezenas de artigos


no Google colocam a fórmula para funcionar:

I= 1/d²

Caso se afaste 2 metros da fonte luminosa, a


intensidade cai para ¼. Afaste-se 3 metros e a queda
vai para 1/9 do valor original. Vá para 5 metros de
distância e teremos apenas 1/25 da luz.

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Na tabela acima eu coloquei varias possibilidades de


compreensão, ¼ da intensidade original significa 25%
da luz a 2 metros de distância.

A queda quando nos afastamos para apenas 5 metros é


absurda: só nos resta 4% da intensidade!

Um fiapo de luz, mas isso é fácil de se observar e não


precisamos de um vídeo para explicar a fórmula, ela se
“movimenta" sozinha na nossa cabeça. O chato dessas
explicações é que ela para no momento errado, nas
pequenas distâncias. A verdadeira resposta está nos
afastamentos maiores, aí o mistério se revela
plenamente.

Imagine que em vez de 5 metros, agora você posicione


seu flash a 150 metros da sua modelo, logo depois a
300 metros e em seguida a 700 metros, observe a
tabela agora:

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Eu sei que uma exponenciação no denominador


de uma fração é matemática demais para um e-book
fotográfico, mas mesmo que você não compreenda o
que está acontecendo na fórmula, olhe os resultados
para grandes distâncias:

a variação na intensidade luminosa


é ridiculamente pequena

Na prática, não existe variação de intensidade de uma


fonte luminosa a uma distância muito grande para outra
maior ainda, a diferença é de 0,0000 alguma coisa,
pequena demais para ser medida até mesmo pelo
fotômetro mais sensível do Universo.

Levante as mãos para os céus, porque você está vivo


lendo esse e-book por conta disso.

Coloque uma fonte luminosa como o Sol, por exemplo,


com 99,99% da massa de TODO o sistema solar, a 150
milhões de quilômetros de um planetinha azul e a luz
que ilumina um fotógrafo em um estúdio no Itanhangá,
no Rio de Janeiro, terá a mesma intensidade da luz que
ilumina outro fotógrafo no Piauí, ou no Equador ou na
Cidade do Mexico, ou seja lá onde esse fotógrafo
estiver, porque a variação dessa intensidade é nula
(estou eliminando variações atmosféricas e de relevo,
só brincando de Deus mesmo).

Responda com sinceridade: quando você usou aquelas


decorebas ridículas de "afasta X metros pra lá e abre Y
aberturas pra cá”?

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Nunca.

Quem cita isso em vídeos ou textos quer mostrar uma


sapiência inútil, porque de nada adianta saber quanto a
luz cai a cada metro, até porque existe uma maldita
fórmula para isso. Você não precisa decorar nada, só
aplicar uma fórmula quando alguma vez na vida isso for
necessário!

O que lhe interessa como fotógrafo é entender como


uma fonte luminosa se comporta na sua fotografia, o
que fará diferença na sua prática fotográfica é saber
que:

Uma luz afastada troca intensidade


por abrangência

Essa é a primeira experiência obtida pela luz natural:


em um ensaio externo, não interessa se sua modelo
está a 1 ou 100 metros de você, a exposição será
sempre a mesma, porque sua fonte luminosa (o sol)
está muito afastada.

Um primeiro acessório de iluminação lhe dará a


experiência de abrangência:

o rebatedor.

Aproxime o rebatedor da sua modelo e a luz se


concentrará nela, afaste-o e todo o ambiente onde ela
está se inundará de luz.

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O Número-Guia

Essa é a função dos rebatedores prateados e dourados:


serem usados afastados para simular uma luz natural
entrando num ambiente, enchendo uma grande área
com a mesma exposição de luz.

Essa prática vai te acompanhar, ou deveria


acompanhar, quando começasse a fotografar usando
luz artificial, veremos em breve.

Quantas vezes você escutou essa explicação para a Lei


do Inverso do Quadrado da Distância?

"Quanto mais afastada, maior é a


área iluminada pela luz"

Talvez o que nunca lhe tenha ocorrido, ou nunca


tenham te explicado, é que da mesma forma que a área

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O Número-Guia

cresce na vertical, como no exemplo acima, ela também


cresce na horizontal.

Veja essa imagem abaixo como se estivesse no canto


da sua sala, olhando as cerâmicas no chão, veja como
conforme a luz se afasta, a área sob a mesma exposição
cresce.

Isso explica outra dúvida muito comum nos cursos de


flash ou nas consultorias para montagem de estúdio:

Para que serve um flash, portátil ou


de estúdio, com grande número-
guia?

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O Número-Guia

A resposta é simples: para simular a luz natural


inundando um ambiente ou locação muito grande.

Altos números-guias se traduzem em grandes


distâncias de iluminação, que por sua vez garantem a
mesma abrangência de luz em grandes áreas como
igrejas ou salões de festas.

Esse geralmente é um erro fatal para muitos fotógrafos


iniciando a montagem de pequenos estúdios: gastam
tubos de dinheiro comprando flashes “potentes”, que
despejam tanta luz no ambiente, que fica impossível
fotografar com aberturas maiores.

Essa é outra função do Número-Guia:

dimensionar corretamente os flashes


para a sua prática ou estúdio
fotográfico, evitando desperdício de
dinheiro e garantindo versatilidade
da sua fotografia.

Não há sensação mais incômoda do que sacrificar a sua


foto por um exagero de um equipamento comprado
justamente para realizá-la.

Observe esses dois retratos da atriz Ariane Botelho


feitos com speedlights da Nikon:

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O Número-Guia

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O Número-Guia

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O Número-Guia

Na primeira foto há dois flashes (dentro de softboxes)


no limite do enquadramento, muito próximos dela. A luz
se concentra toda em seu corpo e evita a contaminação
do fundo.

Na segunda há um speedlight colocado bem afastado da


janela, fazendo com que sua luz atinja a atriz e os
elementos de cena na mesma intensidade, simulando
uma luz natural.

A posição de um tripé de luz deve ser pensada com


muita atenção, é essa variável que cria toda a
distribuição de luz na sua foto e não foram poucas as
vezes que pude presenciar fotógrafos colocando suas
luzes displicentemente num estúdio e depois lutando
horas para acertar a iluminação no Photoshop ou
adicionando luzes na cena para compensar problemas
que um afastamento de tripé resolveria.

“Mas Renato, quer dizer que para aprimorar a minha


iluminação eu preciso entender uma fórmula que tem
algo elevado ao quadrado no denominador de uma
fração?“

Sim, precisa!

Há apenas uma fórmula que controla o comportamento


de qualquer fonte luminosa utilizada e ainda temos
resistência à sua compreensão?

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O Número-Guia

Abraçamos o chute, a imprecisão e a decoreba com


agrado e em festa, mas repudiamos a técnica, o estudo
e conhecimento com críticas e chacota?

Que tipo de profissionais queremos ser?

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O Número-Guia

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O Número-Guia

Já era fim de tarde e a luz natural caía rapidamente fora


da igreja, precisava de um retrato da atriz Cris Vianna
vestida de noiva para a capa de um suplemento do
Jornal o Globo.

Ela estava linda e com certeza renderia um espaço


nobre em qualquer coluna de jornal.

Coloquei um flash de estúdio fora da igreja, bem longe


da porta lateral e posicionei a atriz para que criasse uma
transição bem contrastada no seu rosto.

Por estar fora e afastado, o flash cria a sensação de ser


o Sol entrando no ambiente, iluminando todo o
ambiente sem variação de exposição.

Mesma situação do retrato da atriz Luana Nasck, na foto


a seguir. Já eram quase 21 horas quando ele foi feito e
precisava manter o clima de Sol de verão, por conta da
produção do figurino.

Posicionei um speedlight com um gel CTO bem afastado


da janela esquerda, simulando a entrada de um sol de
fim de tarde em cima da modelo. No alto da escada há
outro flash fazendo uma luz de recorte.

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O Número-Guia

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O Número-Guia

A Calculadora do Flash

Vou usar como referência o meu estúdio, o Criadouro,


mas adapte a ideia ao estúdio que você utiliza, ok?

Boa parte do que faço aqui são retratos/ensaios com o


flash distante uns 2 metros da modelo e minha abertura
fica em torno de f/4, essa é a média do que eu
mantenho no estúdio, o resultado é parecido com as
fotos a seguir:

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O Número-Guia

Ambas feitas com uma luz apenas e o mesmo


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O Número-Guia

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O Número-Guia

Ambas feitas com uma luz apenas e o mesmo


modificador. A única variação foi no posicionamento
dessa luz: com a violinista o flash estava a uns 5 metros
e com a Lilian, a grávida, o mais próximo possível dela,
sem entrar no quadro.

Percebe como a chave é o entendimento de como a luz


se distribui e não como perde intensidade conforme a
distância?

Daqui a pouco vamos ver como é possível conhecer


TODAS as posições de luz usando uma ferramenta
genial: não..não é o fotômetro, mas seu cérebro!

O estúdio, veja a foto seguinte, tem aproximadamente


6 metros de largura e o comprimento usável, essa seta
vertical, tem uns 6 metros também. É possível ir além,
mas raramente ultrapasso esse valor.

Eu vou destrinchar a fórmula do Número-guia no


próximo capitulo, mas ele é descrito da seguinte forma:

Número-Guia =
abertura x distância

Como a distância máxima de uso é 6 m e normalmente


uso f/4, seja qual for a posição do flash temos:

Número-Guia = 4 x 6 = 24m

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O Número-Guia

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O Número-Guia

Ou seja, um flash com número-guia 24 estaria bem


dimensionado para o tipo de foto que faço, ainda mais
se imaginarmos que com esse valor a modelo estaria
encostada na parede e o flash distante 6 metros dela,
uma situação que ocorre pouquíssimas vezes aqui no
estúdio. O normal é ele bem mais próximo das modelos,
me garantindo muito mais luz e permitindo o uso de
modificadores grandes.

Há apenas um fabricante nacional com um flash de NG


26, seu preço é acessível: R$ 500 ou 5 x 100, ou seja,
com o preço de um flash portátil Canon 600EX II-RT
aqui no Brasil (aproximadamente R$ 3.500 na loja
oficial da marca), eu compro 7 flashes de estúdio que
me atendem bem.

Meu Nikon SB-800, de Número-Guia 38m, está super


bem dimensionado para qualquer tipo de foto, mesmo
que use modificadores na frente dos flashes, e nem tem
porque ser diferente:

Canon, Nikon, Fuji e Sony entendem do que a maioria


dos fotógrafos necessita e tendem a fazer acessórios
que eliminem seus problemas em vez de criá-los.

Sabe aquele parágrafo lá em cima onde eu falei que


você teria que entender uma fórmula com uma
exponenciação no denominador de uma fração para
aprimorar sua iluminação?

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O Número-Guia

Era um susto, porque até nisso o Número-Guia te


auxilia.

A Calculadora do Número-Guia

Você aprende fotografia, descobre o poder do número


f/ e a ideia da variação da área de um círculo, como
demonstrei lá no primeiro capítulo, passa a fotografar
com luz natural durante um bom tempo, meses ou anos
de treinamento.

Entende a fotometria e a variação de contraste com o


rebatedor, bandeira e difusor, percebe o que significa
qualidade da luz e como alterá-la, compreende a
importância do contraste determinando pontos de
atenção na sua foto, mas ainda está sujeito às variações
ingratas da luz natural: céus nublados, dias de chuva,
Sol a pino, dias que findam.

É inevitável: a luz é gratuita e abundante, mas é São


Pedro quem manda.

Até o momento em que o fotógrafo decide controlar a


sua iluminação e estética, conseguindo fotografar com
qualidade por mais tempo e em qualquer lugar, e
compra seu primeiro flash portátil ou monta seu estúdio
caseiro em um cantinho de casa.

Quem o recebe como parâmetro de controle de


iluminação?

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O Número-Guia

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O Número-Guia

O mesmo conceito com o qual treinou durante meses ou


anos: o número f/, só que desta vez amarrado a uma
indicação de distância da fonte luminosa.

Por quê?

Porque lá nos primeiros dias de aula o professor


apresentou-lhe uma fórmula representada por uma
exponenciação no denominador de uma fração e
recomendou:

“Fique tranquilo que a luz natural


vai te ensinar tudo do que precisa,
esqueça como ela perde
intensidade, isso a fórmula faz
sozinha, entenda como a luz se
distribui na sua foto, essa é a
magia que você deve dominar”

E com a luz natural o fotógrafo aprende que quanto mais


afastada a fonte luminosa, mais abrangente a luz se
torna. É uma evolução de uma experiência diária
comum, gratuita e generosa.

A prática com rebatedores lhe mostrou o oposto: quanto


mais próxima, mais intensa e concentrada no assunto
que ele fotografa.

O fotógrafo brinca, então, com os conceitos escondidos


na fórmula que tanto o assustava no início e não teme
mais quando é apresentado à ideia de intensidade

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O Número-Guia

amarrada à noção de distância, novamente guardada


sob a forma de um novo número.

Número-guia =
abertura x distância

Desta vez, em vez de enjaulado numa fração e


exponenciações, esse novo número depende de uma
conceituação ensinada a crianças na quarta série do
primário: uma multiplicação simples.

A ideia é que nada o atrapalhe no seu desejo de


controlar a iluminação – já bastaram as variações de
humor de São Pedro – e que ele não precise de
acessórios caros para lhe mostrar algo que já sabe. Sua
mente percebe como essa multiplicação simples se
comporta, e assim nada, definitivamente nada, o
perturbará durante a explosão de criatividade (e
responsabilidade) que é uma foto em estúdio.

E esse desejo se torna real com UM pequeno segredo


das multiplicações simples como a do número-guia,
acompanhe a fórmula:

Número-guia =
Abertura (f/) x distância

Matematicamente falando, você está diante de uma


igualdade, ou seja, o que está à esquerda do sinal de
igual PRECISA ser idêntico ao que está do lado direito.

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O Número-Guia

O valor do número-guia é dado pelo fabricante, você


não tem controle sobre isso, mas tem total gerência
sobre o lado de lá: se você sabe que as aberturas
variam por 1,4, para que a igualdade prevaleça,
matematicamente as distâncias precisam variar por 1,4
também.

SEMPRE!

Não me pergunte porque não ensinam isso nas escolas


de fotografia e ainda exaltam que você não estude nem
entenda conceitos “de engenheiro”.

Viva a decoreba né? Não acredita em mim? Pegue seu


flash novamente!

Sabe aquela parte onde expliquei como o ISO varia o


alcance do flash? Veja novamente e espero que você
esteja sentado para não se machucar na queda:

A cada incremento completo no seu ISO, a distância é


multiplicada por 1,4, idêntico a sua escala de aberturas:
5,7 metros (ui, na trave!), 8,0 metros, 11 metros,
16 metros…se você subir para 1600 o ISO, a próxima
distância será 22 metros!

Você não precisou de um fotômetro para calcular, muito


menos de uma decoreba sem sentido.

Você compreende isso.

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O Número-Guia

Controle absoluto, sem espaço para achismos ou


chutômetros, simplesmente porque não há espaço para
isso na técnica fotográfica.

Renato, isso foi sorte de principiante, não pode ser


verdade, quero mais provas!

Seu desejo é uma ordem: veja o que acontece se eu


variar as cargas, mantendo a mesma abertura, f/8, e a
câmera em ISO 100:

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O Número-Guia

A cada incremento completo na carga, a distância é


reduzida por 1,4, idêntico a sua escala de aberturas:
5,7 metros, 4,0 metros, 2,8 metros, 2,0 metros,
1,4 metros e finalmente 1,0 metro… você ainda
consegue se aproximar ainda mais, restam 1/64 e
1/128, mas provavelmente a modelo achará estranho
demais tamanha aproximação..rsrs

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O Número-Guia

Não Renato! Ainda não estou acreditando que gastei R$


1.200 comprando um fotômetro, daria para ter
adquirido pelo menos mais dois flashes para meu
arsenal e melhorado minha iluminação, isso não pode
ser verdade!

Vamos ver agora variando as aberturas e mantendo as


cargas e ISO fixos, agora essa sua teoria da
"Engrenagem Rutilante” deve ir por água abaixo, onde
já se viu confiar na Matemática e na Física, faça-me o
favor:

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O Número-Guia

Faltou uma foto ali na seqüência, tive que improvisar :),


mas a cada variação na abertura, a distância varia de
1,4 e olha que interessante:

eu estou sentado em frente ao computador, com uma


preguiça danada de ir pegar o fotômetro para completar
a continuação, mas sei pela teoria que em f/2 a minha
distância não informada pelo flash é 22 metros, se abrir
mais uma vez para f/1.4 a nova distância vai para 22 m
x 1,4 que é 30,8 metros (arredondaria para 32) e se
continuar abrindo para f/1 eu teria 45 metros
(coincidindo com as f/32 e f/45 que provavelmente você
não tem na sua lente).

Conforme eu sempre digo nos vídeos e sou criticado por


isso: você não precisa de um fotômetro com seu flash
portátil porque ele É um fotômetro e você deveria ter
sido ensinado da forma correta e não incentivado a
decorar ou escrever tabelas cujos valores variam por
1,4 e você nem sequer se deu conta disso.

Seu flash tem um fotômetro que calcula as distâncias e


cargas na velocidade da luz e mostra esses valores num
painel iluminado a 2 centímetros do seu olho!

Você já se perguntou por quê fotógrafos, youtubers e


fabricantes estão lhe ensinando a NÃO enxergar usando
um discurso nefasto de que há outra forma "mais
direta, sem papas na língua, direto ao ponto, sem
complicação e sem enrolação” e que “se você está
entendendo tanto faz o termo empregado”?

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O Número-Guia

Esse discurso já é a maior das enrolações, te faz aceitar


o errado e ter dúvidas sobre o correto e é amplamente
usado para vender fórmulas que te prometem aumentar
a produção daquilo que você não sabe direito como
produz.

Não há nada fora da técnica além de ignorância,


angústia e insegurança, a razão de você se perder ou se
sentir indeciso na hora de iluminar ou dirigir uma
modelo se dá pelo desconhecimento das técnicas
usadas para isso.

Como estou mostrando aqui, a técnica foi simplificada


ao extremo para que você se sentisse seguro para
evoluir e experimentar e não se perder com o básico da
iluminação.

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O Número-Guia

O Fotômetro

Do jeito que escrevi, algumas partes aqui do e-book


pode dar margem à sensação de que um fotômetro é
desnecessário, mas isso não é verdade.

Ele é vital em um estúdio fotográfico e seu uso garante


a excelência do contraste nas fotos, é um aparelho que
vai te dar a intensidade de luz, representada pela sua
abertura, de acordo com a distância da fonte luminosa,
o único parâmetro que relaciona essas duas grandezas
na fotografia é, novamente, o número-guia, portanto,
até no nosso instrumento de precisão esse conceito
aparece.

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O Número-Guia

Um médico conhece quando seu paciente está com


febre, mas não deixa de usar o termômetro para medir
qual a variação de temperatura e os riscos que ela
oferece.

O uso correto dos aparelhos de precisão qualifica o


profissional.

O fotômetro é extremamente útil quando se tem mais


de uma fonte de luz e precisamos entender como elas
se relacionam e, principalmente, quando necessitamos
entender como se comportam sombras, tons médios e
altas luzes de uma única luz.

Nossos olhos são tão sensíveis que precisamos de um


instrumento de precisão para calibrar as variações sutis
que eles conseguem perceber, o intuito desse e-book,
em especial, é incentivar e não ensinar o uso correto do
fotômetro. Estou preparando um material exclusivo
sobre isso.

Sei que muitas vezes o fotógrafo iniciante não dispõe de


recursos para adquirir um, e de nada adianta um
aparelho cujo funcionamento se ignora.

Por hora, preferi mostrar como a ideia do número-guia


pode te ajudar a ganhar versatilidade e precisão na hora
dos seus ensaios, para que treinasse o controle da luz
sem nenhum tipo de apoio extra até do seu próprio
equipamento de luz, aumentando a sua confiança, para

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O Número-Guia

no futuro, refinar sua fotografia com a aquisição de um


fotômetro.

Veja como seu flash pode te ajudar nisso nos próximos


capítulos!

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O Número-Guia

Número-guia no Estúdio

Um exercício mental rápido:

Esse é o Godox AD200, cujo o número-guia é 52 metros


em ISO 100/35mm (informação do site do fabricante).

Logo, se quiser usá-lo em uma foto aqui no Criadouro,


já sei de antemão todas as variações possíveis de

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O Número-Guia

distância para qualquer abertura que escolher em carga


total, vou começar em f/22, só como exemplo:

NG = f/ x distância

52 = 22 x distância

logo a distância é 55/22 = 2,36


metros

Posso perfeitamente colocar meu tripé com o flash em


carga total a 2,30 metros (estou arredondando 6
centímetros) da minha modelo e disparar que a foto
sairá corretamente exposta.

A partir daí, para qualquer variação no ISO, carga ou


abertura basta variar a minha distância inicial por 1,4
que chego no novo resultado.

Exemplo: em f/16 eu teria 2,36m x 1,4= 3,30 metros,


o mesmo resultado se resolvesse subir meu ISO para
200.

Não quero mexer nem no ISO e nem na abertura, posso


diminuir a carga e aproximar meu flash, em vez de
carga total a 2,30 metros, poderia ter ½ carga a
2,30/1.4 = 1,64 metro ou ¼ de carga em 1,64/1,4 =
1,17 metro e assim por diante.

Posso combinar variações de aberturas e cargas e


chegar onde eu quero na fotografia, com precisão.

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O Número-Guia

Ok, Renato, entendi, mas preciso andar com uma trena


e uma calculadora então para poder fotografar com
flashes?

Não, se você usa flashes dedicados as respostas


aparecem no painel do aparelho, rápido e sem conta
alguma, alguns flashes de estúdio já mostram as
variações no LCD e fica mais fácil de encontrar as
variações de distância e seu celular já é uma calculadora
que se carrega no bolso, será mais rápido e tranquilo do
que muitas vezes com um fotômetro (calma, eu não
estou negando que o fotômetro é fundamental, só estou
tentando ajudar quem está começando e não tem grana
para investir, já vou falar do fotômetro).

O importante aqui é você entender a dinâmica do


processo e saber os limites que cada variação pode
oferecer, eu uso como marca visual a metade da medida
inicial do meu tripé de luz, eu sei que cada mudança que
eu fizer na carga, na abertura ou no ISO, meu tripé vai
para um pouco menos da metade ou o dobro de onde
ele ja está (de 1,4 eu arredondo para 1,50), assim a
agilidade das mudanças é bem mais rápida e precisa.

Estou no estúdio de luz natural aqui do Criadouro


fotografando a minha filha Carol, com a câmera em ISO
100 e uma tocha de estúdio em carga total, dessa vez
mexo no tripé de luz até que a leitura no fotômetro de
mão chegue em f/22, pronto, isso acontece com o flash
distante 1,82m da Carol (foto da esquerda), medido
com uma trena para esse exercício.

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O Número-Guia

Aqui não tem jeito, como o flash não possui painel de


LED informativo, é na tentativa com o fotômetro. Mas
depois que encontrei essa marca, posso partir para
qualquer outra se variar por 1,4.

Se abro para f/16, segunda foto da esquerda para


direita, sei que meu flash precisa ficar a 1,82 x 1,4,
basta chegar meu flash para trás em 2,5 metros que a
nova foto ficará corretamente exposta.

Dá até para usar a decoreba: se abrir 2 aberturas, dobro


a distância, não é o que mandam você memorizar? Nada
mais é do que a mesma lógica funcionando em

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O Número-Guia

sequência, vou para f/8 em 5 metros (2,5 x 1,4 x 1,4 =


5 metros), tenho a 3 foto da esquerda para a direita e
assim sucessivamente até encontrar f/2.8 em quase 15
metros da Carol.

Repare como a luz muda totalmente iluminando o fundo


claro quando está mais distante, repare como Carol e
fundo estão na mesma intensidade de luz.

Por quê essa variação de 1,4 ocorre? Observe a foto


abaixo:

Repare que conforme a luz se propaga ela aumenta o


tamanho da área iluminada, lembra dessa parte? E
conforme esse aumento de área acontece, ela perde
intensidade geometricamente?

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O Número-Guia

Não seria interessante se eu descobrisse a que distância


a nova área iluminada tem exatamente a metade da
intensidade original? Porque assim eu encontraria
também para onde teria que levar meu tripé de luz
quando necessitasse de abrir uma abertura sem causar
superexposição na imagem.

Se o dobro da abertura encontra a metade da


intensidade da fonte luminosa, a quantidade de luz
entrando na câmera permanece inalterada, não
causando nenhum efeito na exposição final.

Pois bem, essa redução de metade da intensidade na


nova área iluminada se dá justamente quando vario a
distância da fonte pela raiz quadrada de 2, ou 1,4, a
mesma explicação da variação da abertura lá do início
do livro.

Se vario a distância da minha fonte em 1,4, eu dobro


ou reduzo pela metade a intensidade de luz
compensando respectivas variações na abertura do
diafragma. Um movimento compensa o outro.

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O Número-Guia

Dica de aplicativo:

Muitos fotógrafos possuem flashes antigos ou modelos


que não mostram uma informação vital: a distância
correta de uso.

Um aplicativo simples e gratuito permite que todos os


cálculos sejam feitos com o flash já fora da câmera, nos
modo Slave / Remote, agilizando demais seu trabalho.
No vídeo abaixo eu explico como utilizá-lo.

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O Número-Guia

O Autor

Foi nas páginas da


enciclopédia Life, um
presente dado pelo pai
quando tinha seis anos
de idade, que Renato
Rocha Miranda se
encantou pela primeira
vez com a fotografia.
Sem saber na época
aqueles livros que
ocuparam a sua
cabeceira durante anos foram o embrião da decisão que
viria a transformar a sua vida. Depois de cursar
Engenharia Civil e exercer a profissão por mais de dez
anos, o carioca resolveu largar a estabilidade do
emprego para se dedicar àquilo que hoje é a sua
vocação.

Bastaram apenas alguns cursos de fotografia para ele


perceber que era um caminho sem volta. Logo decidiu
vender o carro para fazer a sua primeira expedição
fotográfica, numa viagem de um mês pelo Nepal e pela
Índia. Na volta ao Brasil, inagurou uma exposição que
chamou a atenção de uma gerente de comunicação da
TV Globo e culminou no convite para trabalhar na
divulgação de fotos da terceira edição de No Limite,
reality show de aventura do canal, gravado no segundo
semestre de 2001, na Ilha de Marajó.

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O Número-Guia

Seria a primeira de muitas, na sequência o diretor do


programa, Boninho, o chamou para fotografar o novo
reality da casa, o Big Brother Brasil, do qual participou
também das cinco edições seguintes.

Nos 15 anos dedicados à Central Globo de


Comunicação, trabalhou em projetos com renomados
diretores, como Ricardo Waddington (Mad Maria), Luiz
Fernando Carvalho (A Pedra do Reino, Hoje é Dia de
Maria, Suburbia, Capitu e Velho Chico) e Jayme
Monjardim (Maysa e Páginas da Vida), além de
propiciarem viagens pelo Brasil e pelo mundo,
resultaram em diversos livros de fotografia.

Em paralelo à Globo, criou em 2006 o blog “I LOVE MY


JOB”, onde escrevia sobre suas experiências na
emissora, técnicas de fotografia e iluminação. O
sucesso foi tanto que começou a ministrar cursos no
Brasil e no Japão, foi nesse momento que percebeu a
possibilidade que a internet oferecia: independência.

O antigo blog evoluiu para um título em português,


dedicada à parte técnica também mas com bastante
ênfase nas referências históricas e no relacionamento
com sua audiência, surgia o Imagens, Números &
Vísceras, apoiado por uma revista digital semanal e um
canal no Telegram.

Ao longo de dois anos, conseguiu conciliar as aulas e


ensaios com o trabalho, mas o desejo de realizar as
próprioa viagens fotográficas em parceria com sua

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O Número-Guia

audiência o levou a sair da emissora e montar um


estúdio, o Criadouro Carioca, onde passou a oferecer os
cursos e workshops presenciais, além de cursos online
para o público de fora do Rio.

Com o crescimento das mídias sociais, das


transformações tecnológicas na fotografia e do
crescimento contínuo da sua audiência mundial, ele
passou a oferecer apenas cursos online, o PRINCIPIA,
de Fundamentos da Fotografia, o AUDAX, um módulo
de assinatura em que realiza “lives” semanais e o
ALTAS LUZES DENSAS SOMBRAS, de flash portátil e
tochas de estúdio, onde se vale de sua formação em
engenharia para ensinar, de forma simples e didática,
os conceitos da Matemática e da Física para melhorar a
iluminação e composição do aluno.

É através da internet também que está lançando uma


série de e-books temáticos, separados em duas
vertentes: a Ars, com livros trimestrais didáticos como
o “Mestres da Fotografia”, sobre os principais fotógrafos
da história e detalhando os estilos de cada e a Sensata,
coleção técnica que já conta com 3 livros digitais
explicando o correto funcionamento do flash e um
conceito poderoso no entendimento da sua luz: o
Número-Guia.

A renda dos cursos é convertida na realização das


expedições e projetos fotográficos. Em 2018, ele viajou
a Rondônia com a companhia virtual de vários alunos
de seus cursos para documentar o êxodo do povo

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O Número-Guia

venezuelano por conta da crise político-econômica


vivida no país. Atualmente, Renato está produzindo o
documentário “Desertos – como a tecnologia garante a
sobrevivência humana nos cinco maiores desertos na
terra”. Em novembro do ano passado, ele realizou a
primeira etapa do projeto, com uma expedição de dez
dias na Antártica, onde fez registros da recém-
inaugurada Estação Antártica Comandante Ferraz, a
ultratecnológica base naval do Brasil na região – os
outros locais contemplados serão os desertos do Saara,
das Arábias, de Gobi e o Kalahari.

"A fotografia evoluiu, câmeras,


lentes e acessórios seguem a
evolução natural da tecnologia.
É na mente do fotógrafo que
acontece a última das revoluções,
criar imagens não parece mais ser
suficiente: vídeos, textos e áudios
ampliam o alcance de nossas fotos
e uma qualidade inimaginável está
presente em qualquer aparato,
pronto para enviar gratuitamente
nossa mensagem para uma
audiência global.

Não há mais desculpas"

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Renato Rocha Miranda:

Concepção, Produção, Iconografia e Design.

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Uma nação digital, faça parte:

Com mais de 350 vídeos gratuitos e considerado o mais


técnico do país, o canal no Youtube ultrapassou os 22
mil inscritos e já conta com uma assinatura mensal, é a
locomotiva de toda a operação on-line, um sonho da
juventude aqui se realiza: reunir os falantes do
Português em torno do ensino e fomento da fotografia!
Faça parte, inscreva-se!

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aulas, dicas de fotografia em retratos e viagens e muito
do meu portfólio, um bom local para exercitar alguns
pensamentos e trocar ideias, será excelente ver seu
comentário lá, siga-me!

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brasileiros espalhados pelo mundo se encontram nos
grupos fechados de estudo e conhecem todas as
iniciativas que faço, é um grande painel de encontros,
debates e dúvidas, permitindo uma troca mais densa de
informações e um aprimoramento no convívio digital,
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apenas um blog para se transformar numa revista
digital e um grande canal no Telegram, que já reúne
mais de 1.200 profissionais de todo o mundo, uma
atmosfera virtual de ensino, cooperação e negócios em
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