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MANUAL DO -

FOTÓGRAFO
Nesse tempo, estamos sentados aprendendo, um dia
levantaremos e então ensinaremos.
- Nailton Bourbon
MANUAL DO FOTÓGRAFO

ÍNDICE

Página 01 - Fotografia digital

Página 02 - Diferenças entre RAW E JPEG

Página 02 - Dicas e comparação entre os arquivos

Página 03 - Escolhendo o cartão de memória

Página 03 - Formatos mais populares

Página 04 - Qual o melhor cartão para mim?

Página 06 - Os três pilares da fotografia

Página 06 - Obturador

Página 07 - Diafragma

Página 07 - ISO

Página 08 - Como combinar obturador, diafragma e ISO?

Página 08 - Subexposta

Página 08 - Superexposta

Página 09 - Exposição correta

Página 09 - Como a abertura do diafragma afeta em sua fotografia?

Página 10 - Como a velocidade do obturador afeta em sua fotografia?

Página 10 - Como eu sei que a velocidade do obturador é suficientemente


rápida para fotofragar na mão?

Página 11 - Como a escolha do ISO vai afetar a foto?

Página 12 - Fotometria

Página 12 - O que é a fotometria?

Página 13 - Como se faz a fotometria?


MANUAL DO FOTÓGRAFO

ÍNDICE

Página 13 - Composição fotográfica

Página 14 - Curiosidade

Página 14- Moral da história

Página 14 - Regra

Página 14 - Principais regras de composição fotográfica

Página 15 - Regra dos terços

Página 16 - Espiral de ouro

Página 17 - Imagens mais complexas


MANUAL DO FOTÓGRAFO

FOTOGRAFIA DIGITAL

Fotografia digital é toda imagem fotográfica obtida por meio de um


sensor óptico associado a um processador eletrônico que a transforma em um
arquivo de computador.

A primeira câmera digital da história foi desenvolvida por Steve


Sasson, engenheiro elétrico da Kodak, em 1975. O equipamento unia dispositi-
vos analógicos e digitais, captava imagens em 100 linhas, em preto e branco, e
levava cerca de 23 segundos para realizar o procedimento. As imagens eram
gravadas numa fita cassete, utilizando um sensor CCD, e o invento foi patentea-
do um ano depois, em 1976.

Kodak DCS 100

Comercialmente, a primeira câmera digital foi a Kodak DCS 100, lan-


çada em 1990, no entanto não ganhou o mercado pelo alto custo. Apesar do fra-
casso inicial, em dez anos a fotografia digital ganhou o mercado, deixando para
trás o mercado analógico. A facilidade de armazenamento (e-mail, pen-drive,
CD-Rom, etc.), do fluxo das imagens e a dispensa de revelação logo vieram a
calhar, atreladas à diminuição do custo. Atualmente, as câmeras digitais são
extremamente comuns e encontradas em computadores e celulares.

O funcionamento da fotografia digital se dá a partir da sensibilização


de um sensor eletrônico (CCD ou CMOS) que converte a luz captada em código
eletrônico digital e armazena este código em um cartão de memória. As imagens
armazenadas no cartão podem ser vistas imediatamente através do visor da
câmera, geralmente de LCD, ou num computador, através da transferência de
dados do cartão para este ou até mesmo impressas diretamente, pois há no
mercado impressoras que imprimem imagens de cartão de memória dispensan-
do a intermediação do computador.

O mecanismo de captura de imagens é praticamente o mesmo que na


fotografia analógica, mas em vez de um filme fotossensível, há uma superfície
eletrônica que recebe a informação luminosa e a converte em código digital. A
fotografia analógica perdeu o mercado para a fotografia digital, e só não entra
em extinção por conta dos poucos profissionais adeptos da forma tradicional, e
que mantém laboratórios particulares de revelação.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

DIFERENÇAS ENTRE RAW E JPEG

Sabe quando você transfere suas fotos da câmera para o computador


e no nome do arquivo delas tem escrito “.JPG”, “.CR2” (Canon) ou “.NEF”
(Nikon)? Esses são formatos de arquivo e é super importante que você entenda
as diferenças entre RAW e JPEG.

Você provavelmente já conhece o formato JPG, o qual é o padrão na maioria das


câmeras e celulares, porém ele não é o único e muito menos o melhor em ques-
tão de qualidade, sabia? Existe um formato que permite mais qualidade e con-
trole sobre a sua foto: o RAW.

Enquanto o formato RAW grava tudo o que a câmera vê, ou seja, o


estado cru e bruto da imagem, o formato JPG passa por uma etapa antes de
gravar uma imagem no cartão de memória: a câmera interpreta as informações
e comprime tudo em um arquivo menor. Ou seja, o arquivo RAW te permite ter
a imagem totalmente pura para você poder mexer nela depois como quiser, já o
JPG já transformou a imagem antes e a comprimiu, diminuindo a qualidade e
informações da mesma.

O arquivo RAW te permite ter a fotografia crua, com todas as informa-


ções dela e assim você pode editá-la com maior facilidade! Mas, cuidado: você
não pode postar uma foto em RAW, antes ela deverá passar por um programinha
que a transformará, para assim ficar habilitada para postar em redes sociais. Os
mais utilizados são o Photoshop (com o plugin chamado Adobe Camera Raw) e
o Lightroom!

Por causa desse detalhe, é aconselhado fotografar utilizando os dois


arquivos (RAW + JPG), assim você terá a imagem nas duas versões e poderá,
por exemplo, já utilizar a fotografia em JPG para postar em alguma rede social
ou mostrar para algum cliente, já que esse arquivo não precisa ser processado
e é bem mais leve!

DICAS E COMPARAÇÃO ENTRE OS ARQUIVOS

O arquivo RAW é mais pesado, portanto ocupa mais espaço. Faça uso
de um cartão de memória com maior capacidade. RAW é como o arquivo é cha-
mado nas configurações da câmera mas, ao passar para o computador, você vai
perceber que não vai ser esse o nome do seu arquivo. Para câmeras Canon, se
chama CR2 e para câmeras Nikon, se chama NEF.

Na imagem a seguir é tranquilo ver como o RAW é um arquivo bem


melhor, que “puxa” mais cores e realmente mantêm a cena que você fotografou.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

ESCOLHENDO O CARTÃO DE MEMÓRIA

Você acabou de comprar aquela câmera TOP de última geração e aí o


vendedor pergunta se você precisa de um cartão de memória. Você muito humil-
demente fala “Ah, qualquer cartãozinho serve…”. A coisa não é bem assim não,
uma escolha mal feita ou um cartão de memória barato podem fazer com que
você não tenha a rapidez que a sua câmera precisa para gravar as imagens ou
até mesmo dar algum problema no seu equipamento.

Então que tal entender um pouco mais desses cartõezinhos tão neces-
sários para nossa vida fotográfica.

FORMATOS MAIS POPULARES

Cartões de memória SD (Secure Digital): Os cartões SD são de


longe o tipo mais comum de cartão de memória e atualmente são compatíveis
com a maioria das câmeras digitais e smartphones (normalmente na versão
micro, com adaptador). Os mais simples produzidos originalmente vinham com
capacidades menores de armazenamento (até 2GB) e velocidade de leitura. Os
do tipo SDHC (Secure Digital High Capacity) surgidos depois são cartões de
melhor desempenho e tem uma capacidade máxima de 32GB. Eles são idênticos
em forma e tamanho mas eles são diferentes tipos de mídia portanto cuidado
para não fazer confusão ao comprá-los.

Embora sua câmera possa receber um cartão do tipo SDHC fisicamen-


te (eles tem o mesmo formato) tenha cuidado pois se a câmera foi produzida
antes do surgimento do SDHC ela pode não reconhecê-lo. E atualmente existe
também o cartão do tipo SDXC (Secure Digital ‘Xtra Capacity’), com muito mais
capacidade e rapidez (até 2TB Terabytes, um verdadeiro HD). São muito mais
caros e difíceis de encontrar e por incrível que pareça também tem o mesmo for-
mato original do cartão SD. Esse novo cartão atualmente só é reconhecido por
câmeras muito sofisticadas e computadores com sistemas operacional atualizado
que possa ler o sistema de arquivos exFAT. Como é um cartão muito mais caro
e você provavelmente não vai comprar sem querer saber se ele é compatível
com seu equipamento.

Cartão Micro SD com adaptador para cartão SD

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

Cartões de Memória CompactFlash (CF): os primeiros cartões de


memória desenvolvidos para câmeras digitais eram do tipo CompactFlash (CF) e
foram introduzidos no mercado pela Sandisk já em 1994. Inicialmente contavam
com capacidade até 256 Mb e baixas taxas de transferência mas continuaram
evoluindo e atualmente oferecem capacidades de armazenamento muito eleva-
das e tempos de processamento rápidos apesar de manter o mesmo formato ori-
ginal (um pouco mais que o dobro do tamanho de um cartão SD).

Atualmente eles são utilizados apenas nas câmeras DSLRs mais avan-
çadas, geralmente nas que contam com sensor Full Frame .Como é uma tecnolo-
gia muito bem estabelecida a Canon escolheu os cartões CompactFlash como
mídia de gravação para uso em sua nova linha de câmeras de vídeo HD para uso
profissional.

Canon 7D que aceita cartões SD e CompactFlash (no segundo slot)

QUAL O MELHOR CARTÃO PARA MIM?

Se você é um amador ou usa um smartphone: Se você está


apenas começando a fotografar ou usa a câmera do smartphone como uma
espécie de hobby então a característica mais importante a ser levada em conta
ao comprar um cartão é a sua capacidade de armazenamento.

A maioria dos fabricantes de câmeras e cartões de memória divulga


tabelas mostrando quantas imagens você pode salvar em um determinado
modelo de cartão nos diferentes tipos de arquivos, compactação e resolução da
imagem afetam o tamanho de cada arquivo, portanto, o número de imagens que
você pode colocar em um cartão numa determinada câmera ou smartphone
raramente é o mesmo que em um outro equipamento diferente.

Você pode considerar que uma memória de baixo preço com capacida-
de entre 8GB e 16GB de armazenamento é mais do que suficiente para um fotó-
grafo amador usando uma câmera ou smartphone mediano.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

Se você é um profissional ou entusiasta: na fotografia avançada é


preciso considerar alguns itens importantes que vão influenciar em nossa veloci-
dade de leitura e gravação do cartão já que a maioria das câmeras DSLRs e Mir-
rorless podem produzir arquivos do tipo RAW bem grandes, gravar vídeos em HD
e 4K ou capturar vários disparos rapidamente e de maneira contínua.

Essas necessidades fazem com seja preciso um cartão de memória


que esteja apto a receber tanta informação de maneira rápida e confiável. Isso
é muito importante para os profissionais pois a confiabilidade de um cartão em
condições extremas de uso é maneira de evitar o risco de perder todas as fotos
em um determinado trabalho. Esse risco pode ser calculado ao observamos um
dado que os fabricantes indicam nos seus melhores produtos, o chamado tempo
médio antes da falha (MTBF).

A SanDisk por exemplo reivindica um MTBF de mais de 1.000.000 de


horas de uso para seus cartões de memória mais avançados. Será?

Um pouco mais sobre a velocidade dos cartões de memória: A


velocidade de leitura define qual é a rapidez com que os dados podem ser retira-
dos da memória para uso. Essa é uma característica importante quando transfe-
rimos o conteúdo de um cartão para um computador ou uma impressoras, por
exemplo. Uma velocidade de leitura mais rápida irá transferir imagens para o seu
computador mais rapidamente, sendo que esse aspecto é influenciado também
pela forma como o cartão SD é ligado ao seu equipamento externo (USB, leitor
de cartões, etc…).

A velocidade de escrita define a rapidez com que as imagens podem


ser salvas no cartão de memória o que é importante ao se fotografar em modo
de fotografia contínua, vídeo HD e 4K ou ao usar câmeras de alta resolução que
geram arquivos particularmente grandes.

Então, se você está fotografando esportes especialmente em modo de


disparo contínuo (Burst Mode), você precisará de um cartão com uma velocidade
de escrita bem rápida.

Atualmente a indicação da velocidade de leitura ou gravação é feita


com marcas inscritas no próprio cartão de memória através de um sistema de
classes criadas por uma associação internacional. Por esse sistema um cartão
de classe 2 (o mais comum e barato) pode lidar com a escrita sustentada de
dados a uma taxa de 2MB seg. Já um cartão da classe 4 atinge até 4MB/seg. Um
cartão de classe 8 chega até 8MB/seg e assim por diante. É bom lembrar que
essas taxas de transferência são as taxas mínimas e não as reais. É perfeitamen-
te possível que um cartão SDXC classe 4 seja marcado com taxa de até 15MB/-
seg em seu exterior sem que essa velocidade seja sustentável o tempo todo por-
tanto é bom conhecer a reputação do fabricante para não comprar “gato por
lebre”.

Se você não é um profissional cartões de memória para câmeras e


celulares não vão ser um grande problema. Existem marcas boas e baratas no
mercado brasileiro. Agora se você é um profissional ou se suas fotos estão apa-
recendo com erro de leitura ou gravação (a imagem não grava inteira ou fica com
falhas apesar de poder ser aberta no computador) faça um teste e troque a me-
mória. As vezes não é um problema da câmera mas sim daquele cartão SD falsi-
ficado que você comprou por simples desejo de economizar.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA

Para você fazer fotografias realmente incríveis, que chamem atenção,


você tem que sair do modo automático de sua câmera, contralaando os 3 pilares
da fotografia, pois a fotografia se resume na configuração desses 3 pilares que
são;

- Velocidade do obturador;

- Abertura do diafragma;

- Sensibilidade do ISO.

Esses 3 pilares em conjunto e em equilíbrio vão compor sua foto da


forma que você a vê. Inicialmente vamos conhecê-los e mais tarde aprendere-
mos como combiná-los, para que nossas cenas alcancem o resultado esperado.

Obturador – se por um lado temos no diafragma a opção de controlar


a “quantidade de luz”, o obturador é o mecanismo que nos oferecer a possibilida-
de de dizer por quanto tempo essa luz irá atingir o sensor ou filme fotográfico.
Os valores do obturador, definidos por uma escala de tempo, são responsáveis
por determinar nossa relação com o movimentos dos corpos e objetos retrata-
dos.

É por meio do obturador que defino se as águas de uma cachoeira


aparecerão como que congeladas na imagem ou como uma espécie de “véu”; é
o obturador que permite fixar o instante exato em que um corredor atinge a
linha de chegada em um corrida ou, no extremo oposto, absorver toda a luz que
emana dos carros em meio ao tráfego à noite, como um feixe iluminado.

O obturador, portanto, define o tempo de exposição.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

Diafragma – se a luz que incide nos corpos é refletida e capturada


pela objetiva, qual o tamanho do orifício por onde essa luz refletida irá passar?
O diafragma é o mecanismo responsável por controlar a quantidade de luz, pois
permite que a abertura sofra variações ao alterar justamente o diâmetro do orifí-
cio.

Em fotografia, usamos o número f como referência para representar o


tamanho da abertura física da lente (veja o quadro abaixo!). O valor f é obtido
em função da distância focal de uma lente pelo diâmetro de sua abertura. Por
isso, em lentes zoom, temos um valor da abertura variável conforme a distância
focal utilizada pelo fotógrafo.

A partir dessa compreensão fica claro porque a abertura numa lente


18-135mm é f 3.5 quando estamos em 18mm e f 5.6 quanto estamos em 135
mm.

f = distância focal / diâmetro da abertura

Ex: f = 18mm / 52mm | f’ = 135mm / 52mm

f/2 f2.8 f/4 f/5.6 f/8 f/11 f/16 f/22

ISO – O último, mas não menos importante, dos 3 pilares da fotogra-


fia é o ISO, que nada mais é que a sensibilidade do sensor da câmera fotográfica.
Antigamente, quando não existia câmera digital, você comprava o filme para sua
câmera de acordo com o local onde iria fotografar. O mais comum era comprar
filme asa100 (ISO100) para ambientes externos e asa400 (ISO400) para am-
bientes internos. Hoje em dia, basta regular o ISO na própria câmera, muitas
dispõem de ISOS menores que 100 e maiores que 6000.

A regra para usar o ISO é bem simples, como ele regula a sensibilida-
de do sensor, quanto menos luz na cena a ser fotografada, maior deverá ser o
ISO.

Mas, nem tudo são flores nessa matemática, como os outros 2 pilares
o ISO altera um outro parâmetro na foto a ser tirada e desta vez é uma alteração
negativa. É que a medida que aumenta o ISO da câmera, aumenta também o
nível de ruídos na fotografia e consequentemente diminui a qualidade da
imagem. Por tanto, prefira sempre trabalhar com ISOs baixos, próximos de 100,
para obter imagens mais bonitas.

Agora que você aprendeu tudo sobre os 3 pilares da fotografia é só


pegar sua câmera e treinar bastante, pois dominar esses carinhas é metade do
aprendizado de um bom fotografo.

ISO ISO ISO ISO ISO ISO ISO ISO


100 200 400 800 1600 3200 6400

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

COMO COMBINAR OBTURADOR, DIAFRAGMA E ISO?

Primeiro de tudo devemos definir o que é exposição. Exposição se


refere a quantidade de luz que entra no sensor de sua câmera. Basicamente é o
quanto sua fotos vai ficar escura ou clara.

Se a imagem ficar muito clara, está superexposta, ou seja, "muita


luz". Se estiver muito escura está subexposta, ou seja, "pouco luz". O que
ocorreu é que o sensor recebeu pouca luz. Nós podemos controlar o quanto de
luz entra no sensor mudando a Abertura, Velocidade e ISO.

A exposição é medida em stops "1/?". Por exemplo, se você acha que sua foto
esta subexposta "pouca luz", você deve aumentar sua exposição por um stop
"1/?" ou dois "stops" para ter sua foto mais clara. Não existe exposição perfeita,
você que define o que está certo ou errado, você é o criador.

Abaixo nós temos exemplos de uma foto muito escura, muito clara e com a luz
correta:

A. SUBEXPOSTA

Essa foto esta com pouco exposição, em torno de 2 a 3 stops abaixo.

B. SUPEREXPOSTA

Essa fotos está com muita exposição, em torno de 3 stops acima.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

C. EXPOSIÇÃO CORRETA

A foto abaixo na teoria está com a exposição correta, isso porque você
consegue ver todos os detalhes da imagem. Não existem partes muito escuras e
nem partes muito claras, isso demostra um balanço correto nas luzes.

COMO A ABERTURA DO DIAFRAGMA AFETA EM SUA FOTOGRAFIA?

O efeito mais visível na escolha de sua abertura sem dúvida nenhuma


está na profundidade de campo. O que isso significa exatamente? Em termos
simples, profundidade de campo é o quanto sua imagem esta nítida ou em foco.
Mas na prática o que isso quer dizer?

Se você usar uma grande abertura, tipo f/1.4, a profundidade de


campo vai ser curta. Ou seja, apenas uma parte de seu objeto ficará em foco e
o resto ficará desfocado. Veja na imagem abaixo o que eu quiz dizer. Quanto
menor o número do f/?, mais desfocado o fundo vai ficar.

Essa foto da Estelânia foi feita no jardim botânico em recife, e nesse


caso eu usei a lente 50mm com a abertura f/1.8. Veja que o fundo ficou bem
desfocado.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

COMO A VELOCIDADE DO OBTURADOR AFETA EM SUA FOTOGRAFIA?

Uma velocidade alta (1/8000) tem o efeito de congelar o objeto que


você está fotografando. Já ao contrário, com baixa velocidade você vai dar um
efeito borrado na foto, ou uma sensação de movimento. Ambos podem ser
usados de forma criativa para alcançar resultados totalmente diferentes.

Usar as configurações de velocidade da sua câmera é uma ótima


forma de experimentar diferentes tipos de resultados. Principalmente em alguns
casos como carros e pessoas em movimentos. Outros usam para fotos de paisa-
gem com a água em movimento.

Usando uma velocidade baixa, tipo 1/2 segundos, nós podemos deixar
a água toda desfocada com um efeito de movimento. Essa foto abaixo foi feita
em Portugal a noite quando eu voltava para Lisboa. Você pode ver que a água
parece estar em movimento. Quando trabalhamos com esse tipo de técnica é
muito importante o uso de um Tripé (falei aqui), para poder estabilizar sua
câmera para que não haja nenhum movimento na câmera, causando um desfo-
que em toda sua foto.

COMO EU SEI QUE A VELOCIDADE DO OBTURADOR É SUFICIENTEMENTE


RÁPIDA PARA FOTOFRAGAR NA MÃO?

Tem um truque muito simples para verificar se sua velocidade de


obturador é suficiente para fotografar na mão. Basta ver qual é a distância focal
(mm) de sua lente. Na foto abaixo estou usei a 50mm (falei dela aqui), nesse
caso eu multiplico da distância focal que é 50mm por 2 e divido por 1 para ter a
velocidade mínima que na teoria você consegue fotografar sem sua fotos sair
tremida. Ou seja, 50 x 2 = 100, então sua velocidade deve ser em torno de
1/100 segundos.

Claro que essas medidas não são exatas, em alguns casos usando
lentes grande angular sua velocidade pode ser um pouco abaixo dessa medida.
Ao mesmo tempo lentes com zoom, como tele-objetivas, seja um pouco mais
difícil segurar a câmera e a foto não sair tremida com uma velocidade baixa.

Se você acha que não tem mais luz suficiente e se sua velocidade
começa a ter que ser mais baixa, você pode experimentar usar o ISO. A seguir
eu vou explicar como usar e quais os efeitos do uso do ISO.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

COMO A ESCOLHA DO ISO VAI AFETAR A FOTO?

Quando você aumenta o ISO, o sensor de sua câmera se torna mais


sensível a luz. Isso significa que você pode alcançar velocidades maiores do seu
obturador. Isso pode ser extremamente útil quando temos pouco luminosidade e
não estamos usando o tripé.

Você vai perceber que fotografando com ISO 100 vai exigir mais de
sua câmera e provavelmente sua velocidade vai ter que ser mais baixa, podendo
acontecer de você tremer e suas fotos ficarem tremidas. Aumentando seu ISO
para 800, por exemplo, você vai perceber que sua velocidade pode ser mais alta,
facilitando sua fotografia. Ou seja, vai ser possível segurar a câmera na mão e a
foto não ficará tremida.

Mas aí você deve estar se perguntando: mas então, porque não usar
sempre um ISO alto todo o tempo? O problema é que quanto mais alto o ISO,
sua imagem começa a perder qualidade, um grão digital começa a aparecer em
suas fotos e isso tem um efeito negativo no resultado final. Veja o exemplo
abaixo.

A foto abaixo eu usei o ISO 200, perceba que a foto está nítida e que
nas sombras existe uma uniformidade, onde é possível ver que existe detalhes.

Já nessa foto abaixo eu usei o ISO 3.200, agora já é possível perceber


uma diferença de cor, principalmente na pele da noiva. É possível ver a granula-
ção, esse é o efeito que dá quando o ISO esta muito alto.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

A figura abaixo possibilita você entender melhor o ISO em relação a


qualidade de imagem.

Isso não significa que você não pode aumentar o ISO. Câmeras novas
estão vindo com uma melhora de ISO muito significante. A tecnologia dos senso-
res estão ajudando a você poder utilizar um ISO relativamente alto e não ter
perda de qualidade significante em suas imagens.

Como eu sempre digo, não existe o certo ou errado na fotografia, você


é o criador e deve fazer o que acha que está certo. Eu, por exemplo, na minha
Nibon D90, uso ISO 100, isso porque gosto do resultado e não me importo de
elevar ele até ISO 3200. Em muitos casos eu adiciono grão nas minhas fotos
através do programa Lightroom. Tudo é gosto pessoal e criatividade.

FOTOMETRIA

É assim que eu penso, quando vejo um fotógrafo ignorando a FOTO-


METRIA: Você já imaginou chegar em uma obra e ver um pedreiro construindo
uma parede sem usar o metro? Um açougueiro vender carnes a quilo sem usar
a balança? Ou até mesmo um médico prescrever um remédio a um paciente
hipertenso sem usar o Esfigmomanômetro (Aparelho para Medição de Pressão
Arterial)?

Não deveria, mas é muito comum encontrar fotógrafos com anos de profissão
fotografando sem FOTOMETRAR. Mas, você sabe realmente para que serve e
qual a importância do FOTÔMETRO?

O QUE É A FOTOMETRIA?

É a técnica usada para “MEDIR” a quantidade (ou intensidade) de luz


em um ambiente. A “LUZ” é a principal matéria prima da fotografia, certo?

Positivo, então pra eu usar nem mais, nem menos e sim a quantidade
certa dessa “LUZ”, eu preciso de uma ferramenta para medi-la, e isso, fará toda
diferença em minha foto, aí que entra o famoso FOTÔMETRO.

Há um tempo atrás, na época da fotografia analógica, era mais


comum usar um FOTÔMETRO de MÃO, pois nem toda câmera tinham um FOTÔ-
METRO embutido. Hoje ainda eles são usados em alguns casos, porém agora,
toda câmera profissional vêm incorporada um FOTÔMETRO, que facilitou bastan-
te esse procedimento.

O FOTÔMETRO tem uma escala de (-1-2-3… 0 +1+2+3…) para a leitu-


ra correta da luz o ponteiro ou “tracinho” precisa ficar no meio ou no 0 (zero).
Observe na Figura 02, é o que chamamos de “zerar o FOTÔMETRO”, o FOTÔME-
TRO zerado, será a quantidade correta de luz que atingirá o sensor da câmera,
resultando assim em fotos tecnicamente corretas em FOTOMETRIA.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

COMO SE FAZ A FOTOMETRIA?

Para fazer a FOTOMETRIA, a maneira que me trará o resultado espe-


rando na minha fotografia, será no MODO MANUAL. Você precisa usar na sua
câmera o trio ABERTURA DO DIAFRAGMA, ISO e VELOCIDADE DO OBTURADOR,
a primeira delas é a ABERTURA DO DIAFRAGMA, logo em seguida eu determino
o ISO que será usado, por último e fundamental será a VELOCIDADE DO OBTU-
RADOR que rolando o “DION” principal da câmera para a direita ou esquerda, o
“tracinho” que fica abaixo da parte graduada do FOTÔMETRO (geralmente pis-
cando) moverá para esquerda ou para direita também, assim que ele tiver em
baixo do 0 (zero) será a exposição correta.

Outros fatores devem ser considerados na hora de FOTOMETRAR,


como por exemplo os MODOS DE MEDIÇÃO que mudam a leitura da luz comple-
tamente quando não usados corretamente. O correto é treinar bastante FOTO-
METRIA pois é uma das partes mais importantes para se obter resultados que
você busca em sua fotografia. Lembre-se, a ferramenta que eu preciso para
medir a quantidade de luz na minha câmera é o FOTÔMETRO e não a que muitos
fotógrafos tem usado por aí. O “CHUTÔMETRO”.

COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

A composição fotográfica é a ordem dos elementos, do primeiro plano


e dos motivos secundários, é também a qualidade estética que inclui textura,
equilíbrio de cores e formas entre outras variáveis que combinadas formam uma
imagem comunicativa e agradável de se ver.

A composição de imagem tem como objectivo alcançar um efeito emo-


cional, passar um clima e quebrar a monotonia.

Compor não é só mostrar imagens bonitas mas sim fazer com que o
espectador fixe a sua atenção nos pontos de interesse do assunto, esse interesse
pode estar no primeiro plano, no meio ou atrás.

Na verdade, composição fotográfica nada mais é que a organização


dos elementos de forma harmoniosa dentro da área a ser fotografada (enqua-
dramento), levando em conta diversos factores como: textura, contraste, pro-
fundidade de campo, posição dos elementos, plano de enquadramento, entre
outros.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

CURIOSIDADE

Uma vez um fotógrafo foi convidado para jantar em casa de um


amigo. Durante a conversa, o fotógrafo começou a mostrar as suas imagens pre-
miadas aos convidados. O seu amigo ficou bastante impressionado e disse: “-
Parabéns! Você tira fotos muito boas! Deve ter câmaras e lentes realmente
boas."

O fotógrafo foi surpreendido pelo comentário, mas não pronunciou


uma palavra. Após o jantar ter sido servido, ele agarrou a oportunidade e
comentou:

“- Você cozinha muito bem! Deve ter panelas muito boas!"

MORAL DA HISTÓRIA

Você pode ter o melhor equipamento do mundo e pode ter a melhor


técnica, mas se você não ”olhar fotograficamente”, você não obtém boas fotos.
Claro que uma boa câmera ajuda, mas quem faz a foto é o fotógrafo.

De seguida apresento algumas técnicas que ajudam a treinar o seu


“olhar fotográfico” para melhorar as suas fotografias.

REGRAS

Existem algumas regras que podem ajudar na composição de uma


fotografia. Na verdade, a palavra regra não deve ser lida ao pé da letra. Todo
fotógrafo deve saber quando seguir uma regra e quando não seguir.

É vantajoso conhecer estas regras básicas de composição fotográfica


e testar. Depois, pode decidir se as utiliza ou não no momento de fotografar.

PRINCIPAIS REGRAS DE COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

• Regra dos Terços


• Espiral de ouro
• Enquadramentos em enquadramentos
• Composição simétrica
• Composição radial
• Sobreposição
• Composição horizontal
• Composição vertical
• Composição diagonal
• Composição em círculo
• Sombras
• Reflexos
• Plano de fundo

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

REGRA DOS TERÇOS

De forma imaginária, divida a imagem observada no visor da sua


câmara em três partes, tanto horizontais como verticais.

Os quatro pontos de intercepção chamados pontos de interesse, são


os pontos de maior impacto visual na sua fotografia. Ao fotografar coloque o
assunto principal e outros motivos de interesse nos pontos de intercepção das
linhas ou segundo as mesmas.

As intersecções destas linhas imaginárias sugerem 4 opções para a


colocação do centro de interesse para uma boa composição. A opção depende do
assunto e como o fotógrafo quer que ele seja apresentado.

Geralmente, fotos com assuntos centralizados, tendem a ter uma


característica mais estática e menos interessante do que fotos com o assunto
fora do centro. Você deve sempre considerar a direcção do movimento dos
assuntos, e deixar
um espaço na frente, dentro do qual possam se movimentar.

Pode-se também aplicar a orientação da regra dos terços na colocação


da linha do horizonte em sua foto, pois a linha do horizonte dividindo a foto ao
meio, dá uma sensação de estática.

O mesmo vale para assuntos verticais. Estes pontos em que se cruzam


estas linhas chamam-se: Pontos de Ouro.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

ESPIRAL DE OURO

A famosa “regra do terço” é uma simplificação da espiral de ouro.


Muitos confundem achando que é a mesma coisa, mas não é.

Aplicar a regra da espiral de ouro na fotografia é possível com um


pouco de treino: é só imaginar os terços e deslocá-los um pouco para o centro.-
Veja um exemplo prático:

O resultado acaba por ser muito semelhante ao de traçar uma espiral


imaginária (que pode ser mais difícil de imaginar do que usando a regra dos
terços)

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

IMAGENS MAIS COMPLEXAS

Esta fotopode até parecer que não tem nada de mais, mas se olhar-
mos mais “de perto”, veremos a regra dos terços em várias instâncias.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

1. O exacto centro do cone do meio


encontra-se com a borda do cone que
está em primeiro plano neste ponto,
onde há uma convergência.

2. Os dois cones em segundo plano


ocupam o lugar da linha que divide
a foto em três horizontalmente.

3. O fim do cone em primeiro plano


acontece bem na linha que divide a
foto em três verticalmente.

4. Um pequeno detalhe que achei que


deixou tudo mais interessante: Esta
borda que divide um dos 9 quadros da
oto diagonalmente.

Quando o motivo se desloca deve dar espaço do lado oposto ao ele-


mento em movimento, caso contrário daria a sensação de estar prestes a chocar
contra o lado vertical da fotografia.

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MANUAL DO FOTÓGRAFO

Da mesma forma quando uma pessoa olha para o lado ou esta de


perfil, deve dar espaço para o lado em que a pessoa olha para não transmitir a
sensação de claustrofobia.

Colocar o principal assunto fora do centro, como acontece com a regra


dos terços, cria uma foto mais interessante, mas pode deixar um vazio na cena.-
Você deve equilibrar o “peso” do seu tema, incluindo um outro objecto de menor
importância para preencher o espaço.

Existem muitas outras regras de composição que podem te ajudar,


mas para que esse e-book não fique tão longo nós ficamos por aqui. Espero que
tenha ajudado e que você dê um salto em sua fotografia com esse conteúdo.

Agora é só colocar tudo em prática e fazer muitas fotos criativas, não


deixe de me marcar no instagram, quero ver suas fotos, me segue lá:

@nailtonbourbon.

Forte abraço!

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