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MANUAL DE

ILUMINA
ÇÃO
FOTOGRÁ
FICA

Produção apoiada pelo Programa


Operacional Formação e
Desenvolvimento Social (POEFDS), co-
financiado pelo Estado Português e pela
União Europeia, através do Fundo Social
Europeu Ministério do Trabalho e da
Solidariedade Social
FICHA
Título
Manual de Iluminação Fotográfica
Autores
Manuel Silveira Ramos e José Soudo (Texto e Fotos)

Edição
Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (Cenjor)
R. de Júlio de Andrade, 5 – 1150-206 Lisboa – Telef. 21 885 50 00

Coordenação de Projecto
Fernando Cascais
Coordenação Editorial
José Luiz Fernandes

Produção
fotográfica Luísa
Neves
Digitalização de
fotos
Bruno Rascão
Infografias
Sofia Rosa
Capa e Design
Maria Ramos
Revisão
ELingua

© Instituto do Emprego e Formação Profissional


Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor.
Manuel Silveira Ramos
José Soudo

MANUAL DE
ILUMINA
ÇÃO
FOTOGRÁ
FICA
SUMÁRI INTRODUÇÃO 7
O 1.FOTOMETRIA 9
1.1. Valores de medida 9
1.2. Exposição fotográfica 9
1.2.1. EV (Exposure Value) 10
1.3. Leitura incidente
e reflectida da luz 11
1.4. Leitura integrada
nas câmaras reflex 12
1.5. Leitura pontual analítica 12
2.ILUMINAÇÃO 17
2.1. Iluminação natural solar 17
2.2. Regras básicas
de iluminação 20
2.2.1. Lei do inverso do quadrado
e Lei de Lambert 20
2.2.2. Modelação de contrastes 21
2.3. Luzes duras e suaves 23
2.3.1. Alteração da iluminação
existente 23
2.3.2. Difusores e reflectores
de luz 24
2.4. Luz contínua
e flash electrónico 25
2.5. O flashmeter 27
2.6. Contraste e modelação 27
3.6.1. High key e low key 29
2.7. Texturas 29
2.8. Transparências 33
2.9. Metais 34
2.10. Iluminação polarizada 35
2.10.1. Superfícies espelhantes 35
2.10.2. Polarizadores 38
2.10.3. O azul celeste 38
SUMÁRI 2.10.4. Polarizadores na iluminação 39
O 2.11. Reprodução de planos 40
2.12. Exercícios práticos 43
3.O FLASH PORTÁTIL 45
3.1. Cortina e sincronização 45
3.2. Número Guia e controlo
não automático do flash 46
3.3. Luz directa, difusa
e reflectida 46
3.4. Flash em iluminação
ambiente relevante 52
3.5. Arrastamento e sincronização
à cortina traseira 53
3.6. Correcção de cor em interior 54
3.7. Olhos vermelhos 55
3.8. Exercícios práticos 56
4.FLASH AUXILIAR EM EXTERIOR 57
4.1. Alteração de contrastes 57
4.2. Contra-luz 58
4.2.1. Flare 58
4.2.2. Contra-luz com flash auxiliar 60
4.2.3. Noite americana 60
EXERCÍCIOS FINAIS 63
GLOSSÁRIO 65
BIBLIOGRAFIA 71
SÍTIOS NA INTERNET 72
ÍNDICE DE FIGURAS 73
ÍNDICE REMISSIVO 77
O
Introdução

Manual de Iluminação Fotográfica integra-se num


conjunto de recursos didácticos orientados para
um processo de ensino/aprendizagem na área da fotografia
documental e de reportagem, tendo como objectivos
próprios:
- Abordar as técnicas de modelação lumínica, de controlo
decontrastes e de expressão tridimensional.
- Descrever o trabalho de iluminação independentemente
dequalquer tipologia fotográfica ou aplicação específica.
- Tratar as realidades físicas, as técnicas e os meios de
trabalho como elementos comuns à maioria dos objectivos
fotográficos sectoriais e especializados.

No Capítulo 1 desenvolvem-se considerações gerais para a


medição de luz e no Capítulo 2 estudam-se alguns
problemas de iluminação aplicada. Nos Capítulos 3 e 4
descrevem-se métodos e práticas de fotografia com
iluminação electrónica portátil (flash de mão), equipamento
particularmente adequado à reportagem.

Além dos exercícios específicos dos capítulos, este manual


contém, em apêndice, exercícios para consolidação de
competências e incorpora um Glossário, uma Bibliografia e
uma lista de sítios a consultar na Internet relativos à
matérianele tratada.

Este manual faz parte de uma série de edições para a área


da Fotografia, que inclui mais os seguintes títulos: Técnicas
Fotográficas, Óptica Fotográfica, Teoria da Cor Fotográfica e
Fotografia Digital.
ILUMINAÇÃO FOTOGRÁFICA

8
1.FOTOMETRIA

Objectivo:
Conhecer os principais meios de medição de
luz para controlo da exposição fotográfica.

1. Valores de medida

Parte substancial da técnica fotográfica baseia-se no controlo


quantitativo e qualitativo da luz.
As relações entre luz e assunto fotográfico criam ambiente,
plas-ticidade e forma, representações que o acto fotográfico regista
so- bre a prata ou no pixel.
A quantificação da luz em valorações rigorosas e
matematizadas está a montante dos conceitos práticos que os
fotógrafos usam dia-riamente. As principais unidades de medida da
luminotecnia são:
• Candela (cd) – unidade de intensidade de luz.
• Lúmen (lm) – unidade de fluxo emitido por uma fonte
lumi-nosa.
• Lux (lx) – unidade da iluminação recebida por um corpo.
• Lux/segundo – unidade de exposição (intensidade vezes
otempo).
• Candela/m2 – unidade de energia lumínica devolvida pelo
cor-po iluminado.
Os principais fatores que definem a iluminação são:
• A Origem, natural ou artificial: Considera-se luz natural aquela que prove do sol, a lua e as
estrelas.
• A luz artificial pode ser contínua (lâmpadas) ou descontínua (flash).
• Número das fontes luminosas: É a que influi no contraste e modelador da imagem.
• A direção da luz: com respeito à câmara e ao objetivo.
• Difusão: Refere-se à forma de emanar e chegar ao objeto. De forma direta, difusa etc. Esta é a que
determina a dureza ou suavidade da imagem.
• Duração: Já sendo de forma (contínua ou instantânea) e intensidade. Intensidade: Da forma que
intensifica em cores e objetos.
• Cor: Definido pelo comprimento de onda da luz e pela cor do objeto.

As fontes de luz podem ser naturais ou artificiais. O sol é uma fonte primária de luz natural enquanto
que as lâmpadas são fontes de luz artificiais. A luz é uma onda eletromagnética que, no caso da
natural, tem o sol como fonte e, no caso da artificial, é uma energia gerada a partir de fontes
alternativas

Luz artificial: Flash é uma fonte de luz utilizada na fotografia que dispara luz em simultâneo com a
abertura do obturador. Usado em situações de pouca luz ou mesmo com bastante luz, ao sol por
exemplo, para preenchimento de sombras muito fortes evitando o contraste exagerado, o chamado "fill
flash”. O tipo de luz assim obtida é basicamente controlada, podendo variar de acordo com a
necessidade do fotógrafo.
contínua. Não faz
’8

1
leituras deflash

‘4
1
9
ILUMINAÇÃO
2. Exposição fotográfica

A fotometria fotográfica utiliza nomenclatura própria embora


sereporte aos conceitos básicos da luminotecnia técnico-científica.

1.2. Exposição fotográfica

Diafra f/1 f/1.4 f/2 f/ f/4 f/ f/8 f/11 f/ f/ f/ f/ f/


gma 2.8 5.6 16 22 32 45 64
Tem
po 1/40 1/20 1/10 1/5 1/2 1/1 1/6 1/3 1/1 1/ 1/ 1/2 1
de 00s 00s 00s 00s 50s 25s 0s 0s 5s 8s 4s s s
Obtu
raçã
o

O fotómetro é um dispositivo para leitura da luz recebida ou


reflectida pelo assunto fotográfico (Fig. 1). Estas medições serão
transformadas em indicações para a regulação da câmara –
diafrag-ma e tempo de obturação – em função do n.º ISO.
Para uma mesma exposição, são diversas as combinações
tempode obturação / diafragma:
Todas as relações verticais, tempo de obturação/diafragma, re-
presentam exposições iguais.

Calote
integradora

Números
de referência
Agulh
a
indicadora
Tempos
Relação de
de escalas obturação
ISO
Escala
de
Diafragmas
Número EV
EV
Transferênci
ado número
de referência

2.1. EV (Exposure Value)


O sistema de valores de exposição, EV, relaciona qualquer nú-
mero da sua escala com o conjunto das opções tempo de
obturação/diafragma que resultem nas mesmas exposições.
•2• •3•
Leitura Leitura
fotométrica de fotométrica de
luzincidente luzreflectida

Algumas câmaras fotográficas, como as clássicas Hasselblad,


utilizam este sistema incorporando mecanismos de fixação entre a

10

3. Leitura incidente e reflectida da


luz
escala de diafragma e a escala de tempos de obturação. Assim,
para determinado número EV, a escolha de um valor de qualquer
das escalas arrastará o seu par para uma exposição sem variações.
Como a numeração EV está organizada na base duma progres-
são geométrica de razão 2, cada unidade de variação representa
umdobro ou uma metade de exposição.
EV e stop não são sinónimos porque a escala EV resulta

duma aplicação matemática (EV=log2 f ) que determina


T
todas as relações efectivas de tempo de obturação/diafragma por
cada valor.
O termo stop indica somente, e em abstracto, a metade (- 1
stop)ou o dobro (+ 1 stop) de qualquer exposição considerada.
Todas as combinações expressas no quadro tempos de obtura-
ção/diafragmas (ver atrás, em 1.2.) podem ser lidas, em termos de
exposição efectiva, como EV 12.

3. Leitura incidente e reflectida da luz

O processo de leitura fotométrico pode incidir, exclusivamen-


te, sobre a energia lumínica que chega ao assunto fotográfico (lux)
(Fig. 2) ou contemplar a energia reflectida por uma determinada
área do assunto (cd/m2) (Fig. 3).
1.4. Leitura integrada nas câmaras reflex
À leitura fotométrica medida com a luz que chega ao
assunto,chama-se método de leitura incidente;
À leitura da luz reflectida pelo assunto, chama-se método de
lei-tura reflectida.
A fotometria incidente exige a cobertura da célula
fotossensívelcom uma calote opalina calibrada para o efeito.

•5•
Fotómetro
com calote
integrador
apara
leiturade
luz
incidente

COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE


LEITURA
LEITURA DE LUZ LEITURA DE LUZ
INCIDENTE REFLECTIDA
a) Fotómetro com calote a) Fotómetro com célula a
integradorasobre a célula descoberto(Fig.4)
fotossensível (Fig.5)
b) Célula orientada para o assunto.
Osresultados da leitura variam em
b) Célula orientada para a fonte de
funçãodas características
luz.
específicas das áreas de leitura
cobertas.
c) Nem sempre os resultados podem
c) Na maioria dos casos, aplicação ser aplicados na câmara sem
dosresultados sem correcção dos avaliaçãoprévia das condições de
ILUMINAÇÃO

dados fornecidos pelo fotómetro. leitura,


análise de contrastes e introdução de
compensações.

1 d) Quase sempre obriga a d) A leitura pode ser feita à distância,


leiturasfisicamente próximas do na medida do ângulo de cobertura da
assunto fotográfico. célula. É o método mais rigoroso
mas, também, o mais exigente
tecnicamente.
1.5. Leitura pontual analítica
4. Leitura integrada nas câmaras reflex

As câmaras SLR podem ter uma ou mais células de leitura fo-


tométrica no seu interior. A leitura é produzida através da óptica
pelo sistema de luz reflectida. Estas câmaras possuem, normal-
mente, quatro opções de cobertura: global, matricial, central e
pontual.
O sistema matricial é o mais sofisticado, produzindo diversas
leituras simultâneas em diferentes segmentos da imagem que o
sistema organiza em função de dados lógicos pré-programados.
O sistema de leitura pontual reduz a zona de leitura a uma área
mínima, desprezando a quase totalidade da imagem. Este sistema
não pode, por isso, na maioria das vezes, ser aceite sem avaliação
analítica das situações concretas. Não deve por isso ser
pratica- do por iniciados. Conforme a zona considerada na leitura
pontual seja mais ou menos luminosa, as indicações fotométricas
obtidas serão diferentes (Figuras 6, 7 e 8).

5. Leitura pontual analítica

O método de leitura pontual é o menos aconselhado para quem


não tenha conhecimento e prática de fotometria aplicada. É tam-
bém desaconselhado a apressados e ansiosos!
A fotometria pontual obriga a avaliações prévias da relação dos
“brilhos” que compõem o assunto.
Por cada leitura em área restrita, o fotómetro indicará a ex-
posição necessária para uma reprodução fotográfica de den-
sidade média, idêntica à do cartão cinzento neutro de 18% de
reflexão (Fig. 9).
Se o assunto a fotografar contiver uma zona branca e nela
fizermos incidir, exclusivamente, a nossa leitura pontual, esse
branco do assunto será representado na fotografia por uma lu-
minosidade semelhante à do cinzento médio. Todas as outras
zonas de brilho que componham a imagem desviar-se-ão paratons
mais densos, por arrastamento (Fig. 10).
Se a leitura pontual incidir sobre uma área negra, a sua
reprodu- ção fotográfica resultará na densidade do cinzento médio,
arrastan-do todos os tons para zonas mais claras (Fig. 11).

1
ILUMINAÇÃO

1.5. Leitura pontual analítica

•6•
Leitura
fotométrica
pontual na área
menos
iluminadado
abacaxi

•7•
Leitura
fotométrica
pontual no
frutoverde
escuro (à
esquerda)

•8•
Leitura
fotométric
apontual
no fruto
amareloclaro (à
direita)

14
1.5. Leitura pontual analítica

•9•
Leitura
fotométrica no
cartão cinzento

•10•
Leitura
fotométrica em
zona de alta luz

•11•
Leitura
fotométrica em
zona de sombra

15
Exemplo: a área eleita para leitura pontual tem dois EV de
diferença, comparada com o cartão cinzento, no sentido de uma
maior luminosidade; por hipótese, a leitura pontual indica 1/30
– f/8. Cumprindo a indicação fotométrica, esta zona resultaria
em dois EV mais escura de que o desejado. A regulação correc-
ta da câmara deveria, por isso, ser compensada: 1/15 – f/5.6, ou
qualquer outra relação com o mesmo EV.
ILUMINAÇÃO

1.5. Leitura pontual analítica


No primeiro caso, obteríamos uma fotografia subexposta; no
egundo, uma fotografia sobreexposta.
Quando, na composição fotográfica do assunto, existir uma
ona com um índice de reflexão muito próximo da do cartão cin-
ento, a fotometria lida nessa área pelo método de leitura pontual
(por reflexão) será igual à leitura da luz incidente no mesmo pon-
to. Fotografando em conformidade com as indicações fotométri-
as, resultarão boas exposições.
Não existindo no assunto nenhuma área com as
característi- as do cartão cinzento dever-se-á eleger uma zona
importante da omposição e, deduzindo a quantos EV esta área se
encontra da reflexão do cartão cinzento, compensar a leitura do
fotómetro, dicionando-lhe ou subtraindo-lhe os mesmos EV
diferenciais.

Num assunto fotográfico contendo uma relação de contrastes


razoável (±9 stop), quando for garantida uma boa exposição pon-
tual em qualquer das zonas, todas as outras se colocarão correc-
tamente.
Em fotometria analítica pontual, as áreas de leitura preferen-
iais podem variar em função do contraste da imagem e do suporte
fotográfico. O rigor terá que ser tanto maior quanto maior for o
ontraste do assunto. Regra geral, o diapositivo e os suportes digi-
tais recomendam uma especial atenção às altas luzes, enquanto as
elículas negativas, de cor ou preto e branco exigem maior pon-
eração nas sombras.

16
2.ILUMINAÇÃO

Objectivo:
Dominar as resultantes fotográficas da acção
controlada da luz sobre os corpos. Compreen-
der e saber utilizar algumas regras de
fotografiaaplicada.

1. Iluminação natural solar

O dia é a melhor escola de iluminação. Foi o Sol que nos


ensinou a ver. Montanhas, rios, árvores, casas, pessoas, objectos,
tudo o que nos diz respeito recebe do Sol a razão da sua
visibilidade.
Os grandes iluminadores naturais são o Sol e a abóbada azul
celeste, com os seus principais auxiliares – as nuvens (Fig. 12).

O Sol “desloca-se” no céu de Leste para Oeste, inclinado sobre


o Sul na nossa latitude. Mais alto durante o Verão, mais deitado no
Inverno, a sua luz directa é dura e contrastante, produzindo
sombrasvigorosas e bem desenhadas.
1
2.1. Iluminação natural solar
A abóbada azul celeste contrapõe ao Sol uma iluminação
envol-vente e suave, atenuando sombras e contrastes.
ILUMINAÇÃO

Mais ou menos próximas da superfície da terra, as nuvens,


com maior ou menor espessura e densidade, quando pairam sob o
Sol coam a sua luz vibrante, uniformizando o que sem elas se
manteriacom excesso de contraste e brilho.
É com tantas variáveis mas tão poucos instrumentos que a
natu-reza nos ensinou a olhar.
Porque estranhamos o que não nos é familiar, as bases técnicas
da iluminação fotográfica artificial tendem a reconstruir as variá-
veis da iluminação diurna, com instrumentos que, modestamente,
se equiparam ao Sol, à abóbada e às nuvens.
Num retrato iluminado de baixo para cima, as sombras do
quei-xo, da boca, das faces e nariz projectam-se de forma inversa à
da iluminação comum (Fig. 13 e 14). Uma imagem assim
produzida poderá funcionar num bom filme de terror mas
dificilmente ilustra-rá o álbum de família.
Em situações de fotografia com luz natural diurna como ilumi-
nação exclusiva, o fotógrafo depara-se com ambientes que esca-
pam, normalmente, à sua iniciativa.
Escolher o dia, a hora e o ponto de vista é já um privilégio na
prática corrente de muita da fotografia profissional. Só em sessões
programadas, a equipa fotográfica poderá organizar um conjunto
de condições optimizadas e de meios técnicos a que se chama
produ- ção (Fig. 15 e 16).

•13• Cabeça
sob
iluminação
convencional

18
2. Regras básicas de iluminação

•14• Cabeça
sob
iluminação
contrária à
convencional

Em reportagem social, de acção de rua ou fotojornalismo – si-


tuações típicas de limitação de meios – são grandes os
condiciona- mentos para uma iluminação ideal. Drama, expressão e
plasticidade estarão sempre directamente relacionados com a
iluminação natural existente. Compete-nos tirar dela o melhor
partido.

•15• •16•
Tronco iluminado por luz Tronco nas mesmas condições da Fig. 15, com
directado Sol – contraste produção para suavizar contrastes. Aplicação
excessivo dedifusores e reflectores de luz

19
c2
có2
m
tnt
ddc
tr

ILUMINAÇÃO
r
(

2.2. Regras básicas de iluminação


.2. Regras básicas de iluminação

.2.1. Lei do Inverso do Quadrado e Lei de Lambert

Os iluminadores fotográficos comuns emitem feixes divergentes.


Quanto maior for a sua distância ao assunto, mais área será ilumi-
ada; quanto mais próximo estiver o assunto do iluminador, mais
oncentrada será a iluminação (Fig. 17).

•17•
Duplicando a
distânciadum foco ao
plano
do assunto, a área
iluminada é elevada
ao quadrado e a
intensidade
luminosareduzida
para ¼

0 1 2 3 4 metros

Equipamentos de luz paralela, com feixes dirigidos através de


pticas, são excepção a esta regra conhecida por Lei do Inverso
o Quadrado, segundo a qual: multiplicando a distância por dois
reduziremos a intensidade para ¼.
A inclinação incidente da luz sobre o assunto fotográfico é,
também, um factor de redução da energia lumínica por
unidade e área. Quanto maior for a inclinação menor será a
intensidade recebida, em função do co-seno do ângulo de
incidência da luz (Fig. 18).
Estas duas regras, de concepção científica e quantificação
atemática, não são normalmente utilizadas na fotografia práti-
a. São, no entanto, leis que interessa conhecer como alerta para
uidados a ter com leituras fotométricas, quando alteramos subs-
tancialmente os posicionamentos relativos entre iluminadores e
temas iluminados.

20

A B
•18•
A iluminação oblíqua sobre uma superfície é proporcional ao coseno
do ângulo de incidência da luz. Quanto mais inclinada incidir a luz
menos intensa será a iluminação

2. Regras básicas de iluminação

2.2.2. Modelação de contrastes

A experiência das iluminações naturais diurnas deve orientar-


nos como referência.
A sombra dum corpo não deve multiplicar-se – uma sombra che-
ga; duas são sempre demais!
A “luz principal” modela os volumes, relevos e texturas, posi-
cionando a sombra.
Quanto mais pequeno e/ou distante do assunto se situar o
ilumi- nador, mais dura e desenhada será a sua sombra. Quanto
maior for o iluminador e mais próximo estiver, mais suave será a
iluminaçãoe menos recortada a sombra resultante.
A luz directa do Sol é dura. A luz da abóbada azul celeste é suave.
Enquanto o Sol produz sombras vigorosas, a abóbada suaviza-as.
Para reconstruir artificialmente esta parceria, utilizaremos um
foco intenso e distante, de luz crua ou concentrada opticamente
(spot), auxiliado por mais um iluminador de grande área e luz
coa-da por difusores.
Materiais de alto índice de reflexão ou com boas qualidades di-
fusoras quando atravessados pela luz, são as ferramentas a aplicar
na harmonização de contrastes, modelação de volumes e anulação
de alguns reflexos indesejáveis.

2
I

2.2. Regras básicas de iluminação

•19• Cabeça
sob
iluminação
contrastante.
Luzdura e directa

•20• Cabeça
sob
iluminação
suave.Grande
área iluminante

22
O controlo das posições relativas entre luz principal, luz de
ambiente, assunto fotográfico e câmara são as principais var- 2
iáveis criativas.
Em iluminação, cada caso é um caso. É difícil normalizar. Ten-
taremos, no entanto, em próximos capítulos, exemplificar por
im- agens as relações causa/efeito de algumas técnicas de
iluminação.
Os princípios orientadores deverão ser:
- A melhor qualidade com o menor aparato;
- Quanto menos focos e auxiliares, melhor.

3. Luzes duras e suaves


A esferovite, a cartolina e o papel vegetal, podem substituir os
sempre dispendiosos equipamentos e materiais próprios para foto-
grafia e cinema (Fig. 19 e 20).

3. Luzes duras e suaves

3.1. Alteração da iluminação existente

As principais situações que aconselham o fotógrafo a intervir


para alterar situações de iluminação existentes são as seguintes:
a) Insuficiência lumínica condicionante das opções tempo
deobturação/diafragma, convenientes;
b) Dominantes cromáticas;
c) Recriação da expressão e drama;
d) Excesso de contrastes.

Em a) trata-se, no essencial, de colocar mais luz onde ela é in-


suficiente sem que isso implique qualquer alteração plástica. Com
esta operação eleva-se o EV, permitindo opções mais rápidas de
velocidade e/ou diafragmas mais fechados.
Em b) trata-se de colocar, por adição ou substituição da luz
exis- tente, uma outra iluminação equilibrada cromaticamente em
funçãodo suporte fotográfico utilizado (Fig. 21 e 22). Na fotografia
analó- gica, este método é sempre vantajoso; na fotografia digital é
parti- cularmente útil quando se trata de ambientes compostos por
zonas sob iluminações de qualidade diferentes.
Exemplo: flashar um primeiro plano num interior sob ilumina-
ção tubular. Desde que bem controlada a situação flash mais luz
ambiente, este é um método expedito de equilíbrio de cores que
poupará tempo e trabalho à pós-produção digital.
2.3. Luzes duras e suaves

•21• Figuras
sob
iluminação
de espectro
descontínuo

•22• Figuras
sob
iluminação
de espectro
descontínuo, com
correcção de cor
por disparo de
flashno primeiro
plano

Em c) trata-se do típico trabalho fotográfico de estúdio onde,


estando tudo por fazer, o fotógrafo será o criador único de todas
asaparências.
Em d) trata-se, após avaliação visual ou leitura fotométrica, de
tomar as medidas necessárias quando a cena exceda o contraste
desejável e/ou suportável pelos sistemas fotográficos de registo,
CCD/CMOS ou película.

3.2. Difusores e reflectores de luz

Em exterior diurno com Sol aberto é comum, quando a dimen-

24
4. Luz contínua e flash
electrónico
são da cena o permite, construir um toldo difusor translúcido de
protecção, com alguns metros quadrados, quase sempre
transporta-do à mão por assistentes de imagem.
A diferença EV entre a zona protegida e a restante área de fun-
do a descoberto não excederá um contraste fotograficamente su-
portável, permitindo, no caso de retrato ou figura, uma expressão
facial descontraída e sem encadeamento. Quando necessário, par-
ticularmente em situações de contraluz, a iluminação frontal pode
ser reforçada com a luz mais ou menos intensa de um reflector
quereaproveite e reoriente a luz principal (Fig. 23)

•23•
Grandes
difusorese
reflectores
reorganizam a
iluminação
directado Sol
suavizando
contrastes e
abrindo sombras

Condições semelhantes podem ser recriadas em estúdio, na


foto- grafia de figura, retrato ou de objectos. A luz do Sol será
represen- tada pela fonte luminosa mais intensa e responsável pela
produção e modelação da sombra.
É nesta circunstância que devemos aplicar os princípios gerais
de iluminação já referidos: iluminadores maiores ou mais
próximos produzindo iluminações mais suaves; iluminadores mais
pequenos e/ou mais distantes produzindo iluminações mais
contrastadas; uma sombra basta; fontes de luz a mais, só
complicam!
Iluminação de 3 Pontos

A iluminação de 3 pontos para quem não conhece é a base principal da iluminação de uma cena. É
uma técnica básica de iluminação onde 3 fontes de luz são empregadas para iluminar uma pessoa ou
objeto. Uma delas é a luz principal, e as outras duas são iluminações secundárias destinadas a modelar
a imagem, criando com isso a atmosfera desejada. O objetivo final é que a iluminação pareça o mais
natural possível, não sendo possível para quem assiste a cena perceber individualmente nenhuma das 3
luzes empregadas. O diferente posicionamento dessas luzes é que reforça, entre outras, a sensação de
profundidade: a imagem deixa de parecer uniformemente iluminada (luz “chapada”) para ganhar
volume. Uma delas é a luz principal (key light), e as outras duas são iluminações secundárias
destinadas a modelar a imagem, a luz de preenchimento (fill light) e a contra-luz (backlight). Vamos
conhecer estas 3 luzes básicas:
Luz Principal (Key Light ou frontal) em um sistema de iluminação de 3 pontos, é a luz mais
importante das três, localizada à frente da pessoa a ser gravada. É ela que define a iluminação básica
da cena. Normalmente é uma luz direta mais próxima da câmera e concentrada (denominada luz dura
ou hard), causando, individualmente (quando só ela é acesa) sombras pronunciadas sobre o rosto da
pessoa. No entanto, pode também ser do tipo difusa, dispersa (denominada luz suave ou soft), que
quase não causa sombras. A luz dura é obtida diretamente do refletor, enquanto que a luz suave é
obtida com o emprego de dispositivos suavizados como o difusor, colocado à frente do refletor, ou
então o emprego de um soft box.

Luz de Preenchimento (fill light ou lateral) em um sistema de iluminação de 3 pontos, é a luz que se
localiza ao lado da pessoa que está sendo gravada. Tem a finalidade básica de suavizar sombras
causadas no rosto da pessoa (olhos, nariz e pescoço) pela luz principal e de preencher os vazios que
causam essas sombras, daí seu nome, preenchimento. Para obter este efeito, a luz de preenchimento é
normalmente mais extensa, suave e difusa do que a luz principal.

Contraluz (backlight) em um sistema de iluminação de 3 pontos, é a luz que se localiza atrás da


pessoa que está sendo gravada. Tem a finalidade básica de moldar o rosto da pessoa destacando-o do
cenário ao fundo e evidenciando a distância em que o mesmo se encontra em relação ao fundo. Após o
posicionamento da luz principal, a contraluz é ajustada diametralmente oposta à mesma.
Por exemplo: Com disparos de igual potência, em escuridão
ambiente total, fotografias do mesmo objecto a uma distância
fixa, executadas a 1/15 – f/8, 1/30 – f/8 e 1/60 – f/8, resultarão

ILUMINAÇÃO
em exposições iguais – porque o verdadeiro tempo de
exposição não é produzido pelo obturador da câmara mas, sim,
pela duraçãodo disparo do flash.

2.4. Luz contínua e flash electrónico


lares frias; as lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio para
ilumina-ão pública.
Nalgumas destas fontes a continuidade não é real. A aparente
ermanência esconde uma intermitência imperceptível aos nossos
lhos.
O flash electrónico produz uma iluminação por impulso, de
cur- tíssima duração, com tempos centenas de vezes mais curtos
que o egundo.
Estes dois tipos de iluminadores (luz contínua e flash) distin-
uem-se, essencialmente, pelos níveis temporais em que exercem
a sua acção.
A iluminação produzida pelo flash equipara-se, em qualidade
spectral, à luz diurna. Este facto permite a mistura de iluminações,
flash mais luz de dia, sem desequilíbrios cromáticos significantes.
Com uma iluminação exclusivamente produzida pelo disparo
de flashes, a escolha dos tempos de obturação torna-se,
praticamente, irrelevante.

As lâmpadas fotográficas de iluminação contínua de tungsténio


u quartzo-halogéneo só garantem boa reprodução de cor com as
âmaras digitais reguladas para 3.200º K ou, no sistema
analógico, om utilização de filmes “tungsténio” equilibrados para
3.200º K.
Para o fotógrafo, a natureza do seu equipamento de
iluminação, flash ou luz contínua, obriga-o a ajustes técnicos e
operativos par- ticulares.
No entanto, as boas fotografias produzidas por iluminação
natu-ral, flashes de estúdio ou sistemas de tungsténio, dificilmente
dei- am perceber quais os meios utilizados.
Nos últimos capítulos deste manual abordaremos um tipo espe-
ial de flash, o flash portátil. Estes iluminadores encabeçam as câ-
aras fotográficas em reportagem, com vantagens de portabilidade

26
5. O flashmeter
e automatismo em relação aos flashes de estúdio, mas dificilmente
se lhes equiparam nos resultados.

5. O flashmeter

Os fotómetros integrados nas câmaras fotográficas e os fotóme-


tros de mão para luz contínua não lêem impulsos. São insensíveis à
luz dos flashes.
Os flashmeters, com uma morfologia muito semelhante à dos
fo- tómetros de mão para luz contínua, cumprem esta função.
Também eles podem ler luz incidente ou reflectida nos moldes que
estudámosem fotometria geral no Capítulo 2.
Actualmente, quase todos os equipamentos deste tipo integram
células para leitura de luz contínua e células para leitura de flash.
Os mais sofisticados lêem luz incidente e reflectida, contínua
oude flash e, ainda: EV, lux, lux/segundo e candelas/m2 (Fig. 24).

Fotômetro é um aparelho que mede a intensidade da luz (por exemplo, para adequá-la às necessidades
específicas de uma câmara fotográfica - O fotômetro de luz incidente serve para medir a luz que incide
em cada espaço de uma fotografia).

No sistema de medição da luz ambiente o exposímetro usa um domo que capta a luz
proveniente de todas as direções e corrige o nível de luz para usar a mesma escala utilizada no sistema
de medição de luz refletida. Já no sistema de medição de luz refletida, o fotodetector é atingido
diretamente pela luz, mas pode receber acessórios para medição de luz em ângulo mais aberto que o
normal (wide) ou mais fechado (spot). T

Sendo assim, o fotômetro é um dispositivo que mede a luz da cena a ser fotografada, indicando ao
fotó- grafo se a imagem está subexposta, exposta ou superexposta. No entanto, em alguns casos, o
fotômetro da câmera pode ser “enganado” dependendo do objeto no qual a medição é realizada, como
em objetos pretos ou brancos. Existem basicamente dois modelos de fotômetros, o interno da câmera
de luz refletida e o fotômetro de mão, de luz incidente.
ILUMIN

6. Contraste e modelação

Expressão, drama, ambiente, volume, níveis de informação e de


detalhe devem grande parte da sua eficácia à forma como são utili-
zados os meios de iluminação:

2.6. Contraste e modelação


- Os iluminadores de maior ou menor área iluminante.
- Os iluminadores de luz mais ou menos concentrada e dura.
- A distância do iluminador ao assunto.
- As dimensões relativas entre área iluminante e assunto ilu-
minado.
- Os níveis de difusão introduzidos na cena por difusores
oureflectores.
- O número de iluminadores (focos e acessórios).
- O posicionamento dos focos, reflectores e difusores, e, em
es-pecial, a colocação da luz principal e respectiva sombra.
Todas estas variáveis técnicas abrem campos de interpretação
fotográfica. Grandes paisagens, corpos minúsculos, dramas
sociais, retratos glamorosos, guerras, desportos… só se mostram
como e porque a luz o permite.
Situações diversas de iluminação podem criar, a partir da mesma

•25•
Perfil com iluminação suave
28
•26•
Cabeça em silhueta
6. Contraste e modelação

•27• •28•
Torso em contraluz fechado Torso em contraluz aberto

realidade concreta, muitas formas e ambientes diferentes de percep-


ção e resposta emocional (Figuras 25, 26, 27 e 28).

2.6.1. High key e low key

Para resultados extremados em luminosidade e contraste, apli-


cam-se as técnicas dos chamados high key – diluição da cena nas
altas luzes (Fig. 29); ou do low key (Fig. 30) – diluição da cena
nasbaixas luzes. Perde-se, voluntariamente, informações e detalhe.
O high key é produto duma iluminação envolvente, semelhante
em todos os pontos do assunto e do fundo (Fig. 31).
No low key, o assunto, sombrio, mergulha no fundo
escurecido,deixando-se desenhar por recortes de luz dura (Fig. 32).

7. Texturas

Quando no assunto a fotografar importe realçar texturas, grava-

29
2.7. Texturas

•29• •30•
High key Low key

30
•32•
Um fundo escuro e uma
iluminação lateral dura são
a base para uma
iluminaçãoLow Key

7. Texturas

ções, relevos estruturais ou quaisquer outros detalhes de


superfície,a iluminação deve incidir de forma muito inclinada, quase
paralela- mente ao plano do assunto onde se pretende informação.
Dura quanto baste, esta luz rasante deve garantir uma distribuição
equilibrada emtoda a superfície, evitando dégradés.
A luz rasante é utilizada, por exemplo, para realçar a pele enve-
lhecida quando se queiram vincar rugas ou outras marcas (retrato ou
fotografias médicas); na fotografia têxtil; na fotografia de numismá-
tica, etc.
Habitualmente, resolve-se a iluminação rasante com um só foco,
distante do assunto a fotografar. Quanto mais afastada estiver a luz,
menor será o dégradé. (Figuras 33, 34, 35 e 36).
8. Transparências
8. Transparências

A maior parte dos assuntos fotográficos são opacos. Reflectem


a luz que recebem dos iluminadores. Os fotómetros podem
medira luz que estes corpos recebem ou reflectem. Mas o vidro, ou
qual- quer outra matéria transparente, não é obstáculo à luz –
deixa-se atravessar por ela, e, neste sentido, não é fotografável.
Com os materiais transparentes e incolores, temos que centrar
a nossa atenção no fundo onde a peça se recorta. Essa é a matéria e
cor que, melhor ou pior, lhe irá permitir existência visual. Por
mais cristalina que uma peça de vidro seja, ela terá zonas mais
espessas ou menos espessas, áreas mais redondas ou direitas que,
aqui ou ali, funcionarão como semiopacidades ou lentes criadoras
de nuances, brilhos e reflexos. Estas alterações de luz serão a
nossa principal matéria de fotografia.
Cada peça será um caso particular. No entanto, são
predominan- tes as vezes em que a melhor solução fotográfica é a
iluminação emcontraluz ou vertical (Fig. 38 e 39).

•37• •38•
Vidro sob iluminação frontal (iluminação Vidro sob iluminação vertical, em fundo escuro
nãoadequada)

33
ILUMINAÇÃO

2.9. Metais
•39•
Vidro em
contraluz sobre
fundo branco
deacrílico

9. Metais

As superfícies metálicas, lisas e espelhantes, levantam problemas


específicos de iluminação.
Iluminadores, acessórios, câmara, tripés, fotógrafo, etc. espelham-
se nestas superfícies, trazendo para a cena todo o aparato circundante,
mais um sem número de brilhos feéricos despropositados.
Por isso, na fotografia de metais, são de evitar:
a) Focos directos sobre as peças;
b) Objectos, próximos ou distantes, em posição de serem
repro-duzidos como imagens sobrepostas e fora do contexto.
Aconselha-se a utilização de grandes superfícies de envolvi-
mento e protecção que se espelhem nas peças, fornecendo-lhes
matéria limpa e bem iluminada.
Colocadas em ângulos estudados, estas áreas suficientemente
extensas de pano branco, materiais opalinos ou cartolina – consti-
tuindo o que por vezes chamamos de “tendas” – oferecem à super-

34
10. Iluminação polarizada
•40•
Talheres de prata
sob iluminação
directa, sem
apoiode
reflectores

•41•
Talheres de
pratareflectindo
um painel branco
iluminado

fície metalizada a sua aparência “natural”, subtraída dos excessos


de brilhos e espelhamentos.
Resolvidos estes principais problemas, o fotógrafo é livre de
criar zonas negras ou de brilho forte para vitalização da imagem.
Fá-lo-á, produzindo e situando criteriosamente só o que quiser
inte-grar na fotografia (Fig. 40 e 41).

10. Iluminação polarizada

10.1. Superfícies espelhantes

Superfícies muito polidas ou espelhantes, como o vidro, a água,

35
•43•
Quando a luz é reflectida numa superfície
espelhantenão metálica, as suas vibrações
características de propagação num único plano,
reduzem-se a luz polarizada

2.10. Iluminação polarizada

a cerâmica vidrada, etc. podem brilhar de forma intensa


reflectindoa quase totalidade da luz recebida.
Quando uma superfície deste tipo recebe um feixe de luz
com m ângulo de incidência determinado, reflecte-o num ângulo
de alor igual. O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão
(Fig. 42).
Se a óptica se posicionar no eixo de brilho reflectido, a
imagemo objecto é substituída pela luz directa do iluminador.
O primeiro cuidado a ter, quando possível, é procurar melhor a
olocação da câmara fotográfica.

36
•44•
Conforme a
orientação do filtro
polarizador, a luz
polarizada é, ou
nãoé, obstruída

2.10. Iluminação polarizada

•45•
Superfície do
marsem filtro
polarizador

•46•
Superfície do
mar com
filtro
polarizador

37
I
2
2
dpclf •47•
f O máximo
escurecimento
e de céu dá-se
( como polarizador
orientado a 90º
dadirecção solar

2.10. Iluminação polarizada


2. Polarizadores

As ondas electromagnéticas, como a luz, oscilam em todos


oslanos que contêm a sua direcção de propagação.
As superfícies espelhantes organizam num plano único estas
os-cilações. À luz assim orientada, chama-se polarizada (Fig. 43).
Com excepção dos brilhos reflectidos por superfícies metálicas, a
luz polarizada pode ser cortada por um filtro chamado polarizador.
O filtro polarizador será colocado junto à óptica e o seu efeito
éontrolado visualmente por rotação (Figuras 44, 45 e 46).

3. O azul celeste

A luz azul da abóbada celeste é, também, luz polarizada. Este


facto permite a utilização de um filtro polarizador para
evidenciar o desenho de nuvens, sem alterar as cores naturais. O
azul do céu, scurecido pelo filtro polarizador, desenhará melhor a
nuvem branca(Fig. 48 e 49).
Note-se, no entanto, que este efeito só é efectivo com uma tomada
e vista direccionada a 90º da direcção do Sol (Fig. 47).
O uso de filtros polarizadores na óptica obriga a valores de ex-
osição superiores aos necessários nas mesmas condições, mas sem
filtro. Esta compensação oscila entre 1 e 2 EV, podendo ultrapassar
sses valores, em função do corte efectivo de luz polarizada.

38
10. Iluminação polarizada

•48•
Céu sem
filtro
polarizador

•49•
Céu com
filtro
polarizador

2.10.4. Polarizadores na iluminação

Em estúdio, com filtros polarizadores construídos em folhas de


acetato apropriado, pode-se polarizar a luz à saída dos focos. Um
objecto iluminado com luz polarizada pode ser fotografado
através dum polarizador de óptica bem orientado, de forma a
eliminar a quase totalidade dos brilhos – esta capacidade mantém-
se mesmo em superfícies metálicas.
Mas, cuidado! Subtraídas dos seus brilhos as superfícies
metáli- cas podem alterar o seu aspecto visual. Por exemplo, uma
moldura dourada aparecerá, muito provavelmente, como madeira
pintada (Fig. 50 e 51).

39
ILUMINAÇ

m
P

2
p

2.11. Reprodução de planos


.11. Reprodução de planos

A reprodução, para edição em livro ou catálogo, de obras


comoo desenho, a gravura ou a pintura, requer uma fotografia
tecnica-
ente perfeita.

•50•
ormenor de moldura dourada sob luz
nãoolarizada

•51•
ormenor de moldura dourada sob iluminação
polarizadae filtro polarizador na óptica

40
•52•
Montagem para
reprodução com
luze óptica
polarizadas

11. Reprodução de planos


É um trabalho rigoroso, não especialmente criativo mas exigente
no que respeita às suas regras de iluminação próprias ( Fig. 52 ).
Garantindo três condições, obteremos bons resultados:
1.– Manter o eixo óptico perpendicular ao centro da peça a
re-produzir.
2.– Fazer incidir em cada ponto, exactamente, a mesma
intensi-dade lumínica.
3.– Não permitir que, em qualquer ponto da peça, a luz
produzareflexos que dessaturem a cor ou reduzam definição e
detalhe.
Para que estas condições se cumpram, a iluminação, com pelo
menos dois focos, deve:
a) Ser colocada de forma simétrica, com lâmpadas de igual
po-tência;
b) Incidir sobre a área a reproduzir com um ângulo de 45º;
c) Ser polarizada à saída dos focos;
Com uma iluminação fotometricamente bem distribuída e os

41
R

ILUMINAÇÃO

2.11. Reprodução de planos

•53•
Reprodução de pintura com iluminação directa e frontal

•54•
eprodução de pintura com aplicação da montagem da Fig. 52

brilhos já reduzidos ao mínimo resta cortar os reflexos


restantes,utilizando um polarizador na óptica ( Fig. 53 e 54 ).
Não esquecer de compensar as percas fotométricas provocadas
pelos filtros – a título de indicação grosseira, uma reprodução com
polarizadores na luz e na óptica não deverá perder menos de 3 ou
4EV, em relação a igual fotografia sem filtros.

42
12. Exercícios práticos
2.12. Exercícios práticos

I
Execute as seguintes fotografias em filme diapositivo ou
suportedigital:
a) Três retratos de meio corpo, no exterior sob Sol directo e
sem auxiliares de iluminação. Cada imagem deve distinguir-se por
dife-rentes pontos de vista em relação ao Sol.
b) Com recurso a reflectores e difusores adequados, repita as
imagens de a) mantendo o modelo e o local, mas alterando os
níveisde contraste e modelação de sombras.
II
Em interior, com iluminação electrónica, execute seis réplicas
das imagens produzidas em I a) e b). Mantenha o mesmo tipo de
suporte fotográfico.
III
Com um só foco de luz contínua (tungsténio) e os auxiliares de
iluminação que julgar convenientes execute, em filme diapositivo
ou suporte digital, duas imagens onde se justifique a utilização de
polarizador na óptica:
a) Sem polarizador.
b) Com polarizador.
IV
Em diapositivo ou suporte digital, reproduza fotograficamente
com a máxima nitidez, pormenor de leitura e detalhe:
a) Uma medalha ou moeda com figuração em relevo.
b) Uma gravura policromada.

4
ILUMINAÇÃO FOTOGRÁFICA

4
4

3. O FLASH
PORTÁTIL

Objectivo:
Aprender a utilizar o flash portátil conhecendo
as suas reais capacidades e limitações.

O flash portátil, para acoplar à câmara fotográfica, caracteriza-


sepelo seguinte:
a) Ser um iluminador de dimensões muito reduzidas;
b) Produzir iluminação frontal, muito dirigida, com uma incidên-
cia quase coincidente com o eixo óptico;
c) Ter um tempo de iluminação útil muito curto, com disparos
centenas de vezes mais curtos que o segundo.
Estas características contrariam todas as boas regras de iluminação
e levantam um conjunto de problemas práticos, técnicos e estéticos.
Com uma luz crua, directa e frontal, o flash provoca brilhos, des-
trói volumes, desarmoniza ambientes, queima os primeiros planos
esubexpõe os fundos.
Com tantos inconvenientes, não seria melhor rejeitá-lo ou recorrer
a ele só em situações desesperadas de escuridão ou penumbra?
Bem pelo contrário, aprenderemos a recorrer ao flash como meio
de melhorar resultados, muitas vezes em situações de iluminação for-
te.

3.1. Cortina e sincronização

As manobras operativas de cada flash obrigam à leitura dos


ma-nuais editados pelas marcas de cada aparelho.
Exemplo:
a) A iluminação ambiente que envolve a cena fotográfica
exi-ge 1s – f/4 para uma imagem sem flash.
b) A fotografia é executada com 1/30 s – f/11 mais flash, o
que, por hipótese, resulta numa exposição correcta. Note-se
que a iluminação ambiente estará em subexposição de sete EV.
c) Então, nas mesmas condições de iluminação ambiente e
potências de flash, outras fotografias, com 1/15 s – f/11 ou
1/60 s – f/11, resultarão em imagens semelhantes – nem
subexpostas, nem sobre expostas – porque a iluminação
ambiente manter-se-á irrelevante – com 6 ou 8 stops de
subexposição – e só a luz do flash é efectiva para f/11.

3.2. Número guia e controlo não automático do flash


Estudaremos, exclusivamente, os procedimentos comuns a
todos s equipamentos deste tipo, independentemente da marca,
níveis deutomatismo ou métodos de manuseamento específicos.
Quando a câmara fotográfica integra um obturador de cortina
nolano focal, tem que se respeitar um limite máximo para a veloci-
ade de obturação com utilização de flash. Com velocidades mais
rápidas do que este limite, a imagem surgirá incompleta.
Esta velocidade máxima de obturação não é universal,
podendo ariar com o modelo de câmara fotográfica. Se, por
exemplo, 1/250 o segundo for a velocidade limite, podem ser
utilizadas todas as elocidades até esse valor, mas não poderão ser
utilizadas obtura- ões mais rápidas (Fig. 55 e 56). Este tempo
limite com obturadores e cortina é, habitualmente, referido como
“velocidade de sincro- ização”.

.2. Número guia e


controloão automático do
flash

O tempo de iluminação de um disparo de flash é


curtíssimo.uase sempre mais rápido que 1/500 do segundo.
Em fotografia com flash, quando a luz ambiente de uma cena
fo- tográfica não actuar significativamente na exposição geral, a
escala os tempos de obturação perde a sua eficácia. O tempo de
ilumina- ão efectivo do flash tenderá a ser o verdadeiro tempo da
exposição, independentemente do tempo de obturação da câmara.

46
4

3.2. Número guia e controlo não automático do


flash

•55• Figura
retratada com
câmara de
obturador
focalcom
tempo
de obturação
dentro do
limitemáximo
de sincronismo

•56• Situação
idêntica à da
Fig. 55, com
tempo de
obturação
maisrápido que
o limite máximo
de sincronismo
3
adb(iprr
nfsd
m
mstx
ud
ILUMINAÇÃO
á

3.3. Luz directa, difusa e reflectida


Para a regulação da câmara com flash, na condição duma luz am-
iente irrelevante, basta-nos considerar três variáveis: a potência do
flash (energia de saída, concentração do feixe, tipo de reflector/difu-
or, etc.); a distância do flash ao assunto fotográfico; o diafragma.
Se a potência do flash se mantiver fixa, só a relação distância/
iafragma interessa. Quanto mais afastado o flash estiver do as-
unto, mais aberto terá de ser o diafragma; e quanto mais
próximo,ais fechado.
NG é o valor fornecido pelo fabricante do flash como
indicadoruxiliar do cálculo do diafragma (f/=NG/d), em função da
distância flash/assunto, para um ISO predefinido (normalmente,
100).
A maioria dos flashes portáteis actuais oferece muitos e bons
utomatismos de controlo. Dispensam, por isso, a utilização do
nú-ero guia e a ingrata necessidade de calcular distâncias.
Também o recurso a potências variáveis de disparo veio
facilitar o trabalho fotográfico, garantindo rigor nos resultados e
celeridadeos processos.

.3. Luz directa, difusa e reflectida

Equipamentos mais modestos com flashes integrados nas


câma- ras não permitem a movimentação e orientação da luz de
disparo.
Nestes casos, o flash será sempre dirigido frontalmente, na di-
recção da cena a fotografar (Fig. 58 e 59). Já descrevemos alguns
os principais inconvenientes deste tipo de iluminação: planos pró-
imos mais claros que os planos distantes; sombras projectadas e
uras; destruição da modelação de volumes; excesso de brilhos em
reas espelhantes, etc.
Os flashes portáteis articulados permitem orientar o
disparo ara cima, para trás e para os lados, mantendo o
enquadramentoa câmara (Fig. 57).
Esta mobilidade pode ajudar a reduzir os efeitos negativos da
iluminação directa (Fig. 60).
Orientando o flash, não para o assunto fotográfico
directamente(Fig. 58 e 59), mas para o tecto ou paredes do recinto
onde a acção e desenrola, alteramos as más características da
iluminação direc- ta. Como condição de sucesso para esta técnica,
há que contar com m flash potente e tons claros nas zonas de
rebatimento da luz. As

48
4

d’ d’’

•57•
Flash portátil
iluminando por
reflexão no tecto
(luzrebatida)

3.3. Luz directa, difusa e


reflectida
perdas serão sempre muito acentuadas, por absorção e dispersão da
energia.
A distância percorrida pela luz terá de ser, agora, medida como
distância entre o flash e a zona de rebatimento, mais a distância
desta zona à cena fotográfica. O diafragma a utilizar será o
resulta- do da divisão do número guia pela soma das duas
distâncias, mais dois stops abertos, ou seja:

f/ = 0,5 x (NG)
’ ’’
d +d

Não sendo possível utilizar paredes e tecto como superfícies


para reorientação e difusão da luz do flash, recorre-se à aplicação
de artefactos que permitam aumentar a área iluminante e/ou
afastaro feixe do eixo óptico.
Para isso, o fotógrafo compra ou constrói difusores ou reflecto-
res de acoplação ao flash. O mais artesanal dos meios utilizados é
a “pala”. Com a cabeça do flash virada para cima, acopla-se-lhe
umasuperfície reflectora.
O desaproveitamento lumínico é grande, mas o resultado para
pontos de vista próximos é positivo (Fig. 61 e 62).
Com a utilização de “palas”, o recurso à fórmula do número
guia não é aplicável. O fotógrafo terá de instituir um número guia
pró-
3.3. Luz directa, difusa e reflectida
ILUMINAÇÃO

•58• Flash
calculado para
a distância do
primeiro plano –
subexposição do
último plano

•59• Flash
calculado
paraa
distância do
último plano –
sobreexposição do
primeiro plano

•60• Flash
rebatidopara o
tecto – maior
equilíbrio na
iluminação dos
dois planos

50
3.3. Luz directa, difusa e
reflectida

•61• Retrato com


flash directo

•62• Situação
idêntica à da
Fig. 61, com
luzrebatida e
pala reflectora

prio, em conformidade com testes efectuados. A experiência ainda é


a chave do sucesso.
Os sistemas automáticos A, TTL e DTTL são meios actuais muito
fiáveis para o controlo inteligente das exposições tempo de obtura-
ção/diafragma mais flash.
Nota: Neste manual não abordaremos qualquer manuseamento
automático. Reportamos essas questões para leitura atenta dos
textoseditados pelos fabricantes do equipamento.

51
ILUMIN
pd3
ca
t

3.4. Flash em iluminação ambiente relevante


.4. Flash em
iluminaçãombiente
relevante

No interior de salas razoavelmente iluminadas, a utilização o


flash deve ser pensada como luz complementar. O fotógrafo terá
de levar em linha de conta ambas as fontes de iluminação
– a do flash, que pode ser controlada, e a do ambiente que, em
rincípio, não pode.
O tempo de obturação da câmara deverá, nestas circunstân-
ias, cumprir a tarefa de adequar o diafragma condicionado

•63• Arrasto com sincronismo à 1ª cortina

•64• Arrasto com sincronismo à 2ª cortina

52
Exemplo:
Hipótese – Para 400 ISO, o fotómetro da câmara
sugere 1/8s – f/5.6, mas por cálculo do número guia o
disparo doflash exige o diafragma f/4
a) Para diafragma 4, colocar na câmara a relação 1/15s
– f/4, garantindo uma exposição correcta para as duas
fontes de luz, consideradas isoladamente; 5
b) Como as duas iluminações se adicionam, cortar ±
um stop na exposição à luz ambiente. Regulação aconselhada:
1/30s – f/4.
Alterando, a nosso gosto, o valor de uma das escalas em
detrimento da outra, podemos manipular as relações de in-
fluência flash/luz ambiente. No caso em hipótese, 1/60 – f/4
reduz a iluminação ambiente e mantém a acção do flash;
1/15 – f/5.6 manteria a iluminação ambiente, reduzindo a
acção do flash.

3.5. Arrastamento e sincronização à cortina


traseira
pelo flash à fotometria da luz ambiente, quantificada pela rela-
ção tempo de obturação/diafragma.

Os flashes portáteis que operam de forma inteligente com a


câmara fotográfica, lendo através da lente em conjugação au-
tomática, resolvem muito razoavelmente estas misturas. São
os chamados sistemas TTL. Compete ao fotógrafo compensar
o sistema, para maior ou menor influência de uma ou outra das
fontes de iluminação.

5. Arrastamento e
sincronizaçãoà cortina traseira

Utilizando o flash é possível adicionar, numa mesma imagem,


aspectos arrastados e congelados do mesmo assunto.
No cálculo da exposição para a luz ambiente, a opção será fei-
ta para um tempo de obturação suficientemente lento para que um
arrastamento, ou panning, seja produzido. Com a luz do flash con-
dicionada ao nºf/ de trabalho, garante-se, na exposição simultânea
ambiente/flash, um momento de imobilização do assunto móvel
so-breposto ao seu arrastamento.
ILUMINAÇÃO

3.6. Correcção de cor em interior

•65• Interior/
exteriorcom sala
iluminada por luz
de espectro
descontínuo

•66• Situação
semelhante à da
Fig. 65, com luz
deflash
amarelando a
dominante
do espectro
descontínuo

Actualmente, a maioria das câmaras fotográficas de obturação


por cortinas pode disparar o flash em dois momentos opcionais:
• Com a sincronização à cortina dianteira, o flash dispara
noinício do processo de obturação (Fig. 63);
• Com a sincronização à cortina traseira, o flash disparará no
fimdo tempo de obturação (Fig. 64).
No primeiro caso o efeito de arrastamento será produzido
para a frente da imagem congelada pelo flash; no segundo, esse
arrasta-mento ficará registado para trás do congelamento.

6. Correcção de cor em interior


Com a mesma técnica aplicada à mistura das iluminações am-

54
7. Olhos vermelhos
biente mais flash, podemos minorar os desvios de cor nos
primeirosplanos, quando a luz ambiente não preencha as condições
da tem- peratura de cor exigida (Fig. 65 e 66).
Nas grandes superfícies iluminadas por tubos fluorescentes, ou
com mistura de lâmpadas de especificações diferentes, uma opção
razoável é deixar o ambiente à sua sorte cromática e garantir o
equi-líbrio de cor no primeiro plano.
Preparando a câmara para uma boa resposta cromática a 5500º
K (daylight) e utilizando o flash como iluminador no assunto
principal (plano próximo), garantimos, nesta área, um equilíbrio
cromático razoável, deixando as dominantes inevitáveis para as
zonas de en- volvimento distante ( Fig. 22 ).

7. Olhos vermelhos

Outra má consequência do disparo directo de flash é, no re-


trato, o avermelhar das pupilas oculares do modelo.
Quanto maior for a dilatação da pupila e quanto maior o afas-
tamento entre o flash e o retratado, maiores serão as probabilida-
des do efeito de “olhos vermelhos”.
Não espantará, por isso, que o fenómeno surja, quase sempre,
em retratos nocturnos de exterior, produzidos por câmaras com
flash acoplado e óptica de longa focal.
A pupila, dilatada pela escuridão, receberá uma iluminação
com um ângulo de incidência tanto menor quanto maior a dis-
tância flash/olho.
O efeito de “olhos vermelhos” é, no entanto, evitável recor-
rendo a:
1.– Disparo prévio para provocar a contracção da pupila (ime-
diatamente antes da fotografia).
2.– Enquadramentos com pontos de vista relativamente pró-
ximos do retratado.
3.– Aplicação de meios para difusão da luz.
4.– Afastamento entre a luz do flash e a câmara, descentran-
do-a do eixo óptico.

5
i
3
didF
atrb
m
dlm
ce
ILUMINAÇÃO

3.8. Exercícios práticos


.8. Exercícios práticos

Execute as seguintes fotografias com câmara digital ou filme


deiapositivo. Utilize um flash portátil articulado:
I
a) Enquadre duas pessoas numa sala de tecto branco. O
mo- elo A fica no primeiro plano do enquadramento a 2
metros a câmara; o modelo B fica em segundo plano, a 5 metros
da âmara.
Com o mesmo enquadramento, execute duas fotografias sob
iluminação exclusiva de flash acoplado (não incorporado).
1.– Com exposição correcta para o primeiro plano
2.– Com exposição correcta para o segundo plano
b) Nas mesmas condições das fotografias anteriores, tente
proveitar o tecto branco da sala para conseguir o máximo equi-
líbrio de contraste entre o primeiro e o segundo plano.
Nota: Não dê demasiada importância aos problemas de
foco.oque a figura em primeiro plano.
II
Execute dois retratos, com o mesmo enquadramento, de um
odelo junto a uma parede branca:
a) Com o flash em iluminação exclusiva e directa.
b) Com o flash em iluminação exclusiva e aplicação de pala
eflectora.
III
Procure, num recinto fechado mas bem iluminado, um am-
iente de convívio e movimento.
Execute uma série de fotografias de retrato e ambiente.
Emtodas elas utilize o seu flash portátil como iluminação
comple-entar da luz ambiente. Procure criar dinâmicas
interessantes ntre arrastamentos e congelamentos parciais. Edite
três boas
imagens.

56
4.FLASH
AUXILIAR
EM EXTERIOR

Objectivo:
Compreender e saber aplicar as vantagens do
flash portátil enquanto iluminador suplementar
e meio criativo.

Sensibilidades ISO altas, diafragmas máximos de f/1.2 e tripé


dispensariam, na opinião de alguns, este objecto incómodo
chama-do flash.
Habilidades pós-fotografia, como as alquimias laboratoriais e o
tratamento digital, vêm ajudando a sustentar estas teses
abolicionis-tas. Mas ainda não é tempo para isso.
Na verdade, o uso do flash de mão tem vindo a justificar-se,
prin- cipalmente, como auxiliar de iluminação diurna e intensa:
como luz moderadora de contrastes; como auxiliar nas sombras e
na contra- luz; como técnica para “anoitecer”.

1. Alteração de contrastes

Sob sol aberto, uma cena fotográfica é sujeita a contrastes ex-


cessivos. As altas luzes tenderão a perder textura e as sombras fe-
charão, inviabilizando a leitura de pormenor nas zonas mais
densasda imagem.
Quanto mais se ajustar a leitura fotométrica a um dos
extremos, mais o outro se afastará da latitude de exposição
agravando aí os resultados.

5
Exemplos:
Fotografia A

ILUMINAÇÃO
Por hipótese, exposição correcta com 1/60s – f/8
Fotografia B
Pretende-se alterar a Fotografia A, aclarando o fundo mas
mantendo os níveis de exposição do primeiro plano. Solução:
1/30s – f/8
Fotografia C
Pretende-se manter o nível de exposição do fundo
conseguido na Fotografia B mas escurecer em 1 EV o primeiro
plano.

Solução: 1/15s – f/11

4.2. Contraluz
As situações fotográficas mais comuns onde estes
inconvenien- tes podem ser minorados com um flash são o retrato
de pessoa ou e grupo em sombra, com o fundo ao Sol. A zona de
intervenção do flash deverá estar no primeiro plano do
enquadramento, não exces- ivamente distante do flash (± entre 2 e
10 metros).
Método de trabalho:
a) Escolher o diafragma em função da luz do flash necessária
ara uma boa exposição do primeiro plano;
b) Não ultrapassando a velocidade de sincronização da câmara
e cortina, escolha uma exposição tempo de obturação/diafragma
ue garanta boa leitura nas latas luzes.

2. Contraluz

O termo contraluz refere uma iluminação orientada a partir


deplanos mais distantes que o plano do assunto principal.

4.2.1. Flare

Flare é o termo inglês utilizado para nomear o resultado de


en-tradas de luz na câmara fotográfica, sem formação de imagem.

Esta luz parasita dessatura a cor e reduz a nitidez e o contraste.


O pára-sol é um acessório de protecção da óptica com uma ac-
ção muito positiva em relação ao flare.

58
4.2. Contraluz

•68•
Situação de •69•
contraluz Situação
exterior/interior. idêntica à da
Leitura Fig. 68. Leitura
fotométrica para fotométrica
o fundo, sem parao primeiro
recurso a flash plano
– silhueta no
primeiro plano

•70•
Situação
idênticaàs da
Figuras
68 e 69. Leitura
fotométrica para o
fundo e equilíbrio
(nºf) do flash para
oprimeiro plano

59
4
4
raptce
pcsr
(
ILUMINAÇÃO 4.2. Contraluz
Uma óptica de menor qualidade trabalhando com pára-sol
poderoduzir imagens com mais definição que outra topo de gama,
masem pára-sol.

2. Contraluz com flash auxiliar

Com técnicas semelhantes às estudadas para moderação de


contras- tes (ver em 2.6.1.), estamos aptos a resolver problemas
característicos doontraluz extremo.
Imaginemos uma cena em que a acção se desenrola num recinto
inte-rior aberto para o exterior.
Nestas condições, as diferenças lumínica interior/exterior
facilmentetingirão contrastes próximos dos 10 EV.
Sem a utilização de flash, teríamos três hipóteses para regulação
daâmara:
a) Equilibrar os valores tempo de obturação/diafragma para uma
boaxposição fotográfica do exterior – os primeiros planos resultarão
emubexposição ou silhueta (Fig. 68);
b) Equilibrar os valores tempo de obturação/diafragma para uma
boa xposição fotográfica dos primeiros planos – a paisagem exterior
resulta- rá em extrema alta luz com sobreexposição e flare (Fig. 69);
c) Encontrar compromissos intermédios, o que, em casos de
contrastetão extremo, nunca seria alternativa.
Solução com flash:
Iluminar os planos interiores com flash garantindo uma
exposição,tempo de obturação/diafragma correcta da paisagem exterior
(Fig. 70).

3. Noite americana

O flash auxiliar aplicado à fotografia diurna tem,


habitualmente,a função de abrir as sombras nos primeiros planos.
Em contraluz, aprendemos a equilibrar o excesso de
iluminação relativa do fundo face às reduzidas luminâncias do
primeiro plano.
Com as mesmas aplicações técnicas de controlo separado entre
a iluminação de flash no primeiro plano e a exposição do fundo,
odemos inverter as relações de contraste indicadas atrás, em 4.1.,
(Fig. 70).

60
2. Contraluz
Escurecendo fortemente o fundo, em dois ou mais EV, e manten-
do, com o flash, uma exposição correcta no primeiro plano,
produzi- remos fotograficamente um ambiente nocturno. É a
chamada “noiteamericana” (Fig. 71 e 72).

Exemplo:
a) Leitura fotométrica do ambiente: 1/60s – n.º f//8
b) Velocidade de sincronização da câmara: 1/250s
c) Primeiro plano bem iluminado a flash com f/16
d) Regulação da câmara 1/250s e f/16
e) Resultado fotográfico:
A figura em primeiro plano, exposta correctamente com flash
e f/16, recorta-se num ambiente subexposto em quatro EV (Fig.72)

•71• •72•
Retrato de figura em ambiente diurno sem flash Situação igual á da Fig. 71, com aplicação de flash
para “noite americana” 6
ILUMINAÇÃO FOTOGRÁFICA

6
EXERCÍCIOS
FINAIS

Objectivo:
Consolidar, por experimentação, o domínio das
principais técnicas de iluminação estudadas.

A aplicação prática deste objectivo exige o acesso a


equipamen- tos, áreas de trabalho e orientação técnica
profissionais.
No Capítulo 2, foram propostos quatro exercícios de
iluminação geral aplicada ao retrato e à reprodução; no Capítulo 3,
foram pro- postos três exercícios para utilização do flash portátil
em condiçõespré-estabelecidas.

Trabalhos práticos

I
Repita, nas mesmas condições descritas em 2.12 e em 3.8.
todosos exercícios já efectuados, procurando:
a) Corrigir eventuais insucessos;
b) Criar novos ambientes onde a aplicação das técnicas
propos-tas obtenha maior eficácia e evidência de resultados.
II
a) Em ambiente vincadamente de contraluz, com um primeiro
plano em sombra e um segundo plano (fundo) com mais 5 EV, exe-
cute uma fotografia sem flash. Procure aplicar uma relação tempo
de obturação/diafragma de compromisso para obtenção do
máximodetalhe em ambos os planos.

6
I
m
dnçr
ct

Trabalhos práticos
b) Nas mesmas condições da alínea anterior, mas com
aplicação e flash, execute uma nova imagem com as seguintes
característi- as:
1– Subexposição de 1 EV no primeiro plano;
2– Sobreexposição de 1 EV no segundo
plano.III
a) Em exterior diurno, execute um retrato de meio corpo onde
odelo e fundo distem pelo menos 5 metros e o contraste de
ilumi-ação entre ambos os planos seja nulo.
b) Execute uma fotografia idêntica à anterior, nas mesmas
condi- ões de luz ambiente, mas de maneira a que o modelo se
mantenha orrectamente exposto e o fundo entre em subexposição
de 4 EV.
IV
Edite todas as imagens executadas nos trabalhos práticos ante-
riores e organize-as num portefólio. Escreva as respectivas fichas
técnicas, explicando os métodos e objectivos.

64
com determinado padrão.

Glossár
io
A
Função automática através do flash, que
permite o recurso a um diafragma
preestabelecido pelo fotógrafo que
deverá ser indicado no flash e na
câmara.
Acumulador
Elemento que armazena e
posteriormente liberta um impulso
eléctrico.
Acutância
Medida física de nitidez de uma imagem.
Almofada
Na gíria fotográfica refere a aberração
óptica que projecta linhas paralelas como
linhas curvas – mais próximas no centro
e mais afastadas no topo da imagem.
Altas luzes
Na gíria fotográfica designa as zonas
mais lumino- sas de um assunto.

Ângulo de cobertura
Ângulo formado pelas linhas que ligam o
ponto nodal posterior da óptica com os
dois pontos extre- mos do círculo de
nitidez do assunto; ângulo má- ximo
sobre o qual a lente ainda é capaz de
formar uma imagem de qualidade
aceitável.
Autofocagem
Sistema auxiliar de focagem por emissão
de sinal infravermelho.
Axial
O que está no eixo.
Back
Dispositivo de suporte, de modo geral
amovível, para material fotossensível.
Que possibilita a uti- lização, na mesma
câmara, de diferentes tipos de formatos
e suportes sensíveis à luz.
Barril
Na gíria fotográfica refere a aberração
óptica que projecta linhas paralelas como
curvas – próximas nos topos da imagem
e afastadas no centro.
Calibração
Processo de conjugar o comportamento
ou ca- racterísticas de um dispositivo
no Sistema de Zonas); do lado branco é
um bom elemento para o ajuste
electrónico dos equilíbrios cromáticos. A
maioria dos fotómetros está calibrada
para uma reprodução fotográfica de 0,75
de densidade.
Calote integradora
Semiesfera opalina que se coloca nos CCD
fotóme- tros manuais para integrar todas (Charges Coupled Device)
as luzes que incidem no assunto. Dispositivo para acoplamento de cargas.
In- ventado nos anos 60 nos laboratórios
Câmara de visor por reflexão Bell, foi concebido como um tipo de
Câmara em que o feixe luminoso que circuito de memória para computadores.
atravessa a objectiva para formar Devido à sensibilidade à luz das células
imagem, se torna visível no visor após que o compõem (silício), este dispo-
ser desviada por um espelho in- clinado a sitivo, semicondutor, pode ser usado
45º, rebatível e situado no interior do seu como ele- mento fotossensível num
corpo. aparelho de captação de imagens digital.
Câmara Reflex ou SLR É, basicamente, uma matriz de células
Ver Câmara de visor por reflexão. fotoeléctricas capazes de armazenar
uma carga eléctrica proporcional à luz
Candela (Cd) captada. Cada célula, ou photosite, é
Unidade de intensidade de luz. responsável pela criação de um pixel.
Como o CCD apenas re- gista
Cartão cinzento (forma portuguesa do
quantidade de luz, tem de estar
Kodak neutral test card)
associado a um conjunto de filtros
Reflecte 18% da luz recebida, nas três
vermelho, verde e azul para captar cor.
cores RGB – densidade 0,75. Na face
oposta é “bran- co” com 0,05 de Centro de uma lente
d e n s i d a d e n e u tr a ( 2 ¼ s t o p s d e Ponto de convergência do eixo óptico
diferença). Do lado cinzento é uma com o eixo meridional.
importante referência fotométrica (zona V
65
Co

ILUMINAÇÃO

Glossário
Qualidade da percepção visual
caracterizada pelo tom, saturação e
luminosidade.
Cores complementares

CMOS e a mais clara. Em imagens a cores, as cores


(Complementary complemen- tares são as que produzem maior
Metal-Oxide contraste.
Semiconductor)
Semicondutor complementar de óxido 66
metálico com células sensíveis à luz,
utilizado como elemento fo- tossensível
em máquinas fotográficas digitais. Dis-
positivo semicondutor que utiliza dois
circuitos de polaridades opostas.
Consome pouca energia e é mais barato
de produzir que o CCD.
CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Key, em
Português: ciã, magenta, amarelo e
“chave”, que é o preto) Sistema
padronizado de cor utilizado na
impressão com tintas. CMY são as cores
subtractivas, com- plementares das RGB.
Como os pigmentos não são perfeitos, a
mistura CMY apenas produz uma
tonalidade escura, próxima do preto.
Para se obter um preto de boa qualidade,
é necessário utilizar tinta preta pura em
separado – a “chave” (K).
Coma (de cometa)
Aberração óptica.
Condensador
Ver Acumulador.
Compensação de exposição
Correcção para evitar subexposições. 1)
Em macrofotografia, aplicando a fórmula
f´/ = f/ (M+1) em que f´/ = diafragma a
usar; f/ = diafragma indicado pelo
fotómetro de mão; M = magnificação; P =
diâmetro do diafragma medido pela face
posterior da óptica: diâmetro do mesmo
diafragma medido pela face anterior da
óptica. 2) Utilizando filtros na óptica, para
compensar a luz subtraída – consultar
tabelas ou aceitar a resposta fotométrica
TTL. A compensação tempo de
obturação / diafragma nas tabelas
indicativas pode ser expressa de três
maneiras. Em stops, exemplo: +1 ½,
expor mais 1,5 stop; Idem em EV; ou por
factores, multiplicando o factor pelo
tempo de obturação. Exemplo: 1/8s – f/11
com factor 4 = 1/2s – f/11.
Contraste
Associado à cor e ao brilho de uma
imagem, re- flecte a diferença entre
extremos. Quanto maior for a diferença
entre tonalidades maior é o con- traste.
Em imagens monocromáticas refere-se à
diferença entre a tonalidade mais escura
Cores opostas na “rosa das
cores”: RC; G M; B
Y.
Cores primárias
Da luz: vermelho, verde e azul
Cores secundárias
Soma de duas primárias G +
B = C; R + B = M; R + G = Y.
Corpo da objectiva
Estrutura onde estão
colocados os diversos ele-
mentos da objectiva.
Curva característica
Gráfico do comportamento
de um suporte fotos-
sensível analógico perante a
luz e o processa- mento
químico a que é sujeito.
Densidade
(1)Logaritmo da opacidade
na base 10 – mede o nível
de obstrução à luz dos
materiais fotossensí- veis
analógicos.
(2)Número de pixels por
unidade de área, produ-
zidos por um processo de
impressão.
Densitometria
Estudo científico dos
materiais fotossensíveis
através da análise da sua
densidade após pro-
cessamento.
Densitómetro
Instrumento para medir as
densidades de uma imagem.

Difusor de luz
Acessório de iluminação
opalino para desorgani- zar,
por dispersão, a luz que o
atravessa. Suaviza a
iluminação original.
Digital
Qualificativo que indica a
utilização de dados re-
presentados de um modo
numérico, em oposição ao
analógico.
Distância focal
Distância entre a objectiva
(ponto nodal posterior) e o
plano de imagem nítida, com
o foco em infi- nito.
Divergir
O que acontece a um raio de
luz que atravesse uma lente
negativa fora do eixo óptico.
Glossário
2

Espectro visível
A luz. A parte visível, com comprimentos
de onda entre os 400 nm e 700 nm, do
espectro electromag- nético.

EV (Exposure Value)
Dominante Valor de exposição em Português. É a
Predominância cromática, normalmente escala de números onde cada um
indesejável numa fotografia a cores (ver representa uma série fixa de relações
Véu de cor). tempo de obturação/diafragma, com
exposição igual. Progressão geométrica
DTTL (Digital Through The Lens) de razão 2, com a expressão logarítmica
Flash TTL (ver) apropriado para as EV = Log2 (f / T) em que f = diafragma e T
câmaras digi- tais. = tempo de obturação. A progressão de 1
valor EV na escala representa a
Ecrã de cristais líquidos (forma
duplicação da exposição; a subtracção de
portuguesa de Li- quid Cristal Display, ou
1 valor EV representa a redução da
LCD)
exposição para metade. A numeração EV
Monitor ou painel de informações
é, por isso, também utilizada como
alimentado elec- tronicamente. Mostra
diferencial de stops. Por exemplo: a
uma representação visual temporária de
compensação de filtro em +1 EV ou em
dados digitais.
+1 stop refere, em ambas as expressões,
Eixo óptico o mesmo ajustamento.
Linha imaginária perpendicular ao plano
Exposição da câmara
óptico que passa pelo centro de uma
Quantidade de luz que chega ao
lente. Um raio de luz coincidente com o
elemento fotos- sensível por unidade de
eixo óptico não sofre refracção.
tempo. É determinada pela abertura do
Electricidade estática diafragma, pelo tempo de obturação e
Atracção sofrida entre materiais com pelas luminâncias do assunto.
cargas eléctri- cas de sinal contrário.
Exposição encadeada
Emulsão Captação de várias versões da mesma
Camada de gelatina com sais de prata imagem, com relações de exposição
em suspen- são. diferentes.
Equilíbrio de cor ou cromático Exposímetro
Refere-se à temperatura de cor, em graus Instrumento para indicação de
Kelvin. Para reproduzir cores, com exposições – tempo de obturação /
precisão, a temperatu- ra de cor da luz e diafragma – a aplicar nas câmaras
o elemento fotossensível devem estar fotográficas. Fazem leituras de luz
ajustados. incidente e re- flectida.
Escala de cinzentos Filtro
Número de tonalidades, entre o preto e o (1) Dispositivo óptico para reduzir
branco, que pode ser registado ou determinados comprimentos de onda. (2)
reproduzido por um sis- tema. Parte de um software de manipulação
programada para alterar a aparên- cia de
Espectro contínuo uma imagem. (3) Parte de um programa
Composição da luz onde todas as in- formático que é utilizado para
componentes cromáticas estão converter um forma- to de ficheiro noutro.
presentes, do azul (400 nm) ao vermelho (4) Programa ou parte de uma aplicação
(700 nm). Típico espectro emitido por ra- utilizados para remover ou filtrar dados
diação térmica, i.e. luz do sol.
Filtro de conversão
Espectro descontínuo Filtro colorido utilizado para compensar
Composição incompleta da luz, com diferenças entre a temperatura de cor da
falha nalguns comprimentos de onda. As fonte de luz e o equi- líbrio de cor do
lâmpadas tubulares frias misturam uma elemento fotossensível.
base espectral contínua com picos
descontínuos. Os espectros Filtro de densidade neutra
descontínuos ou mis- tos levantam Filtro sem cor que reduz a quantidade de
problemas à reprodução da cor foto- luz trans- mitida.
gráfica. Flare
Ver Luz parasita.
67
Hal

ILUMINAÇÃO

Glossário
Anéis de prata revelada, produzidos por
reflexão nos suportes fotográficos
analógicos, quando a emulsão é atingida
por pontos muito enérgicos de luz.

Flash Intermitência
Termo inglês para designar equipamento Característica de alguma iluminação de
de ilu- minação que se caracteriza por ambiente, com curtíssimos intervalos
emitir, quando accionado, uma luz cegos imperceptíveis para a visão
instantânea semelhante a um relâmpago. humana mas com influência nos re-
gistos fotográficos; p.ex: lâmpadas
Flashmeter tubulares frias.
Termo inglês para designar aparelho de ISO (International Standards
medida para iluminação de relâmpago Organization) Organização das Nações
(flash). Unidas responsável pe- los sistemas de
Fotodíodo normalização internacional. Na fotografia,
Dispositivo semicondutor que responde define e quantifica a sensibilidade dos
muito rapi- d a m e n t e e d e m o d o materiais fotossensíveis.
proporcional à intensidade da luz que Kelvin (ºK)
sobre ele incide. Unidade de medida da temperatura de
Fotómetro cor. Deve o seu nome ao cientista inglês
Termo correntemente utilizado com o Lorde Kelvin.
sentido de exposímetro. Kilowatt
Fotossensível Mil watts.
O que reage à luz. LCD
Gama Ver Ecrã de Cristais Líquidos.
Medida de contraste dos materiais Lei de Lambert ou Lei do Co-seno
fotossensíveis em que se relacionam as
Um feixe de luz que incida obliquamente
densidades obtidas com as
sobre uma superfície ilumina-a com uma
luminosidades que lhe dão origem.
redução de energia proporcional ao co-
Gama cromática ou de cores seno do ângulo. Quando uma superfície
Leque de cores e tonalidades que podem plana é iluminada por um ponto de luz
ser re- produzidos por um dispositivo ou (foco) perpendicular, a iluminação
sistema de repro- dução. periférica é in- ferior à central.
Gama de brilhos Lei do Inverso do Quadrado
Riqueza de gradação diferenciada entre A iluminação recebida dum foco de luz
as maio- res e as menores luminâncias varia na ra- zão inversa do quadrado da
de um motivo. distância do foco ao assunto.
Gradação Leitura fotométrica incidente
Escala de valores. Medição da luz que chega ao assunto
fotográfico. Célula dirigida para a câmara.
Gradiente médio
Medida de contraste que relaciona as Leitura fotométrica reflectida
lumi- nosidades do assunto com as Medição da luz remetida do assunto
luminosidades do material fotossensível. fotográfico para a câmara. Célula dirigida
Mede-se a partir da tangente do ângulo para o assunto. Ex- pressa-se em
2
constituído pela junção dos pontos mais Candelas/m .
significativos da curva e o eixo das
luminosidades. Longitudinal
O que se passa no sentido do eixo óptico.
Grande-angular
Objectiva com ângulo de cobertura mais Lúmen (Lm)
aberto que a objectiva normal e distância Unidade de fluxo emitido por uma fonte luminosa.
focal mais curta. Luminância
Grayscale Quantidade de luz mensurável numa
2
Ver Escala de cinzentos. superfície. Expressa-se Cd/m . Brilho.

68
Glossário

Magnificação
Relação de escala linear entre imagem e
objec- to.
Meios-tons

Luminosidade Gradação contínua de densidades entre


Qualidade da percepção visual que varia o preto e o branco.
com a quantidade de luz que um
Menisco
determinado elemento transmite. O brilho
Lente com uma face côncava e outra convexa.
de uma cor.
Monocromático
Lux (Lx)
Medida de luz. Unidade de iluminação Imagem constituída apenas por
variações duma cor. As imagens a “Preto
recebida por um corpo.
e Branco” são constitu- ídas por uma
Luz gama de cinzentos que pode ir do branco
Energia que constitui a parte visível do ao preto.
espectro electromagnético e cujas Nanómetro
radiações estão com- preendidas entre
Unidade de comprimento utilizada na
400nm e 700nm de comprimen- to de
onda. medida da luz. Corresponde à
milionésima parte de um milímetro ou
Luz ambiente -9
bilionésima parte de um metro (10 m).
Designação genérica que abrange a
iluminação de um assunto e que não é n.º f/
produzida pelo fotó- grafo. Valor de diafragma. Cada abertura f/ é
Luz artificial igual ao valor do diâmetro efectivo do
Expressão genérica para qualquer fonte diafragma dividido pela distância focal da
de ilumi- nação produzida pelo ser objectiva.
humano. Objectiva normal
Luz branca A que tem uma distância focal
Iluminação que contém igual semelhante à dia- gonal do formato do
percentagem de R suporte fotossensível.
(Red), G (Green) e B (Blue). Objectiva zoom
Luz contínua Objectiva com distância focal variável
Iluminação que permanece acesa entre dois parâmetros F-max e F-min,
durante acções prolongadas. Luz sem perder os ajustes de focagem (ver
ambiente sem intermitência. Zoom).

Luz de dia Opacidade


Luz com uma temperatura de cor de Relação entre a luz que incide na
5500º Kel- vin. superfície dum material e a luz
transmitida através dele.
Luz parasita
Luz introduzida no interior da câmara Paralaxe
através do meio óptico, sem pertencer à Diferença de enquadramento entre a
imagem. imagem re- gistada pelo meio óptico e a
que é vista através do visor.
Luz polarizada
Luz que se propaga em ondas orientadas Pára-sol
sobre um mesmo plano de deslocação (a Acessório que se aplica nas objectivas
propagação comum da luz faz-se com para evitar entradas de luz parasita.
vibrações em todas as direcções e Película
polariza-se em superfícies espelhan- Suporte em poliéster sobre o qual é
tes). O vidro, o verniz, pinturas colocada a emulsão fotográfica.
brilhantes, plás- ticos, polarizam a luz
num ângulo de 56º com a normal (ângulo Pixel
de Berwster). Com filtros polari- zadores, Termo inglês que significa o elemento
os reflexos procedentes de superfícies básico constituinte da imagem formada
brilhantes, são eliminados ou reduzidos, electronica- mente.
sempre que o ângulo de reflexão se
mantiver entre 40º e 70º.

69
Somb

ILUMINAÇÃO

Glossário
Na gíria fotográfica designa as zonas
menos lumi- nosas de um assunto.
Spot

Poder de cobertura Foco que concentra a luz emitida através


Círculo nítido de imagem que uma dum sis- tema óptico. Pode produzir
objectiva pro- duz. Tem de exceder a feixes de luz paralela, formalmente
diagonal do formato da área semelhantes à luz recebida do Sol
fotossensível. – sombras duras e desenhadas.
Poder de resolução Telémetro
Capacidade de diferenciar pormenores. Dispositivo para medir distâncias.
Profundidade de campo Teleobjectiva
Nitidez da imagem entre planos situados Objectiva com ângulo de cobertura mais
para cá e para lá do plano focado no fechado que a objectiva normal e uma
assunto. distância focal mais longa.
Profundidade de foco Temperatura de cor
Latitude de afastamento/aproximação do Medida em graus Kelvin, da qualidade de
plano de foco, no interior da câmara, em cor duma fonte de luz com espectro
relação à óptica, sem que se alterem as contínuo.
condições de nitidez da imagem. Teorema de Pitágoras
Profundidade de preto O quadrado da diagonal dum triângulo
Apreciação subjectiva da riqueza recto é igual à soma dos quadrados dos
(variação de tonalidades escuras) das catetos.
áreas de sombra numa imagem. Tons contínuos
Prova Transição suave entre tonalidades cromáticas.
Processo de verificação ou confirmação TTL (Through The Lens)
das carac- terísticas de uma imagem O fotómetro incorporado nas câmaras
antes de ser executada a saída final. fotográficas do tipo reflex faz a leitura da
Reflector luz que o assunto re- flecte depois de
Auxiliar de iluminação que reorienta a luz esta atravessar o meio óptico.
recebida. Pode suavizar, manter ou Velocidade angular
endurecer a iluminação, conforme as Velocidade de deslocação relativa,
superfícies e formas utilizadas. medida em fun- ção do ângulo e da
Refracção da luz distância.
Desvio sofrido pela luz quando se altera Véu de cor
a densida- de do meio de propagação. Tonalidade que cobre uma imagem por igual.
RGB (Red, Green, Blue) Véu
As três cores primárias aditivas: Densidade provocada nas emulsões
vermelho, verde e azul. fotográficas por acção química sobre os
sais de prata não ex- postos à luz.
Saturação
Pureza de uma cor. Quando se misturam Xénon
iguais quantidades de uma cor com a Gás de enchimento das lâmpadas de
sua complementar, obtemos uma flash elec- trónico.
tonalidade neutra, sem cor. Este pro- Zoom
cesso designa-se dessaturação.
Termo inglês que na gíria fotográfica
Sensitometria refere uma objectiva que por deslocação
Estudo científico dos materiais de elementos ópticos na estrutura,
fotossensíveis por avaliação da curva adquire distâncias focais variáveis (ver
característica. Objectiva zoom).
SLR (Single Lens Reflex)
Ver Câmara de visor por reflexão.

70
Bibliografia
Encyclopedia of Photography, Focal Press, 1969
Encyclopedia of Practical Photography,
New York,AM Photo, 1978
Handbook of Kodak Photographic Filters,
Rochester, New York, Eastman Kodak
Company, 1990
Kodak Professional Photoguide (Sixth
Edition, Refª R28), Rochester, New York,
Kodak Books, 1998
ARNOLD, C. R. - Applied Photography,
Londres, Fo- cal Press, 1971
CLERC, J. R. - Fotografia Teoria y Practica,
Barce- lona, Ed. Omega, SA, 1975
FREEMAN, Michael - Light & Lighting, East
Sussex, United Kingdom, Ilex, 2000
GRAVES, C. - The zone system for 35mm
photogra- phers, Focal Press, 1982
JOHNSON, Chris - The pratical zone
system, Focal Press, 1992
LANGFORD, Michael - Advanced
photography, Focal Press, 1991
LANGFORD, Michael - Fotografia básica,
Dinalivro, 1989
LANGFORD, Michael - Professional
photography, Focal Press, 1991
MALKIEWICS, Kris - Film lighting, Fireside
books, 1997
MARCHESI, Jost J. - Professional Lighting
Tech- nique, Allschwill/Switzerland, Bron
Elektronik AG, 1996
NURNBERG, Walter - Lighting for
photography, Fo- cal Press, 1995
RALPH, E. Jacobson; Ray, SIDNEY F.; ATTRIDGE,
Geoffrey G. - The Manual of Photography,
London and Boston, Focal Press, 1988
WHITE, Minor; ZAKIA, Richard - The new
zone system manual, Focal Press, 1990

71
ILUMINAÇÃO

Sítios na Internet

Tenha em consideração que os endereços


na Inter- net mudam frequentemente e os
sítios aparecem e desaparecem com
regularidade. Motores de busca como o
Google (www.google.com), ou directórios
como o PhotoLinks (www.photolinks.com),
servem para localizar endereços de que
não haja certezas de existência ou sobre
os quais se tenha informação incompleta.
Sugestões de sítios que podem servir de referência:

Iluminação
Lighting in photography -
www.electricteacher.com/ diversity/lighting.htm
Professional Photography 101 - www.professional-
photography101.com
Howdedodat - www.foodportfolio.com/howdedodat/

Outros
Agfa - www.agfa.com
Canon -
www.canon.com
Epson -
www.epson.com
E-zine sobre fotografia - http://
www.ephotozine. com/
Fujifilm - www.fujifilm.com
Foveon - www.foveon.com
Hasselblad -
www.hasselblad.com Kodak
- www.kodak.com Linotype -
www.linocolor.com Minolta -
http://konicaminolta.com
Nikon - www.nikon.com
Polaroid - www.polaroid.com
Samsung - www.samsung.com
The Royal Photographic Society - www.rps.org

72
integradora

Números
de referência
Agulha
indicadora
Tempos de
‘3 0 ‘1 5 obturação
Relação de ‘6
0
’8
escalas 5 8
4 5 .6
8
Escala de
2. Diafragmas

‘4
‘1

11
2
Transferênciado
número de
ISO referência

Número EV
EV

Índice de
figuras
1.FOTOMETRIA 9

Calote
Figura •1• 10

Figuras •2•; •3• 11


Célula

Calote
Figuras •4•; •5• 12

Figuras •6•; •7• e •8• 14

Figuras •9•; •10• e •11• 15

2.ILUMINAÇÃO 17
Figura •12• 17

Figura •13• 18

Figuras •14•; •15•; •16• 19

Figuras •17• 20

Figuras •18• 21

Figuras •19•; •20• 22

Figuras •21•; •22• 24

73
ILUMINAÇÃO

Índice de figuras
Figura •23• 25

Figura •24• 27

Figura •25•; •26• 28

Figuras •27•; •28• 29

Figuras •29•; •30•; •31• 30

Figuras •32•; •33• 31

Figuras •34•; •35•; •36• 32

Figuras •37•; •38• 33

Figura •39• 34

Figura •40•; •41• 35

Figuras •42•; •43• 36

Figuras •44•; •45•; •46• 37

74
Índice de figuras
Figuras •47• 38

Figuras •48•; •49• 39

Figuras •50•; •51• 40

Figura •52• 41

Figuras •53•; •54• 42

3.O FLASH PORTÁTIL 45


Figuras •55•; •56• 47

Figura •57• 49

Figura •58•; •59• e •60• 50

Figuras •61•; •62• 51

Figuras •63•; •64• 52

Figuras •65•; •66• 54

4.FLASH AUXILIAR EM EXTERIOR


57
Figuras •68•; •69•; •70• 59

Figuras •70•; •71• 61

7
ILUMINAÇÃO FOTOGRÁFICA

7
Índice remissivo
A Luz contínua 5, 25, 26, 69,
Alta luz 77 77
Arrastamento 6, 53, 77 Luz descontínua 77
C Luz difusa 77
Calote integradora 65, Luz dura 22, 77
77 Luz suave 77
Câmara reflex 77 M
Candela 77 Modelação 5, 21, 77
Cartão cinzento 65, 77 Modelação de contraste
Célula fotossensível 77 77 N
Contra-luz 6, 77 NG 48, 49, 77
Contraste 5, 27, 28, 29, Noite americana 6, 60, 77
66, 77 Número guia 46, 47, 77
Cor 7, 66, 77 O
Correcção de cor 6, 54, Obturador 77
77 P
Cortina 6, 45, 77 Pixel 69, 77
Cortina traseira 77 Polarização 77
D Polarizador 77
Difusor 66, 77 R
E Reflector 70, 77
Electrónico 77 Reprodução 6, 40, 41, 42,
Espectro 67, 77 77
Espectro contínuo 77 S
Espectro descontínuo Sincronização 77
67, 77 Sombra 70, 77
EV 77 Stop 77
Exposição 5, 9, 10, 67,
77
F
Filtro 67, 77
Filtro polarizador 77
Flashmeter 68, 77
Fotómetro 10, 12, 68, 77
Frequência 77
H
High key 5, 29, 30, 77

I
ISO 10, 48, 53, 57, 68, 77
L
Lambert 5, 20, 68, 77
Lei de Lambert 5, 20, 68, 77
Lei do inverso do quadrado 5,
77 Leitura incidente 5, 11, 77
Leitura pontual 5, 13, 14, 15, 16,
77
Leitura reflectida 77 7
Low key 30, 77
Lux 9, 69, 77

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