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COMO FUNCIONA UMA CÂMERA?


Curso Online de Cinema - AULA 041

INTRODUÇÃO

Antes de começarmos com as aulas mais técnicas sobre lentes e iluminação, é necessário
o conhecimento básico sobre uma câmera, seus registros de imagem e controle sobre ela.

Com essa finalidade, a primeira parte da aula será voltada para os aspectos gerais do
aparelho, enquanto na segunda parte alguns elementos serão demonstrados na prática por
meio de uma Canon EOS Rebel SL3, uma câmera profissional básica e acessível.

Para aqueles que não pretendem seguir nesta vertente mais prática, é importante também
ter esta assimilação visto a importância do conhecimento da natureza das imagens. Saber
como uma câmera registra suas imagens auxilia na nossa assimilação da linguagem
audiovisual de modo geral.

O QUE É UMA IMAGEM EM MOVIMENTO?

A ideia de imagens em movimento acontece por intermédio de várias imagens estáticas que
são dispostas lado a lado. No cinema, uma câmera geralmente capta 24 frames ou
fotogramas por segundo. 24 imagens estáticas por segundo que causam a ilusão do
movimento.

As primeiras experiências com o intuito de criar imagens em movimento foram


consequências de fotografias que provocam esta ilusão. ​O fotógrafo e inventor ​Eadweard
Muybridge ​foi um dos nomes mais importantes nesse contexto.

PERSISTÊNCIA DE VISÃO OU PERSISTÊNCIA RETINIANA

A sensação da imagem em movimento, em última análise, não deixa de ser uma ilusão.
Quando nosso olho vê uma imagem, tal imagem fica retida na nossa retina por alguns
décimos de segundo a mais, mesmo após ela ter sumido.

Quando vemos várias imagens estáticas uma ao lado da outra, no momento em que uma
imagem irá sumir da retina, outra já é disposta sobre nossos olhos. Esse efeito é conhecido
como persistência da visão ou persistência retiniana.

TIPOS DE CÂMERAS: ANALÓGICAS

Câmeras que fotografam ou filmam em filme. Nos casos das câmeras analógicas de
cinema, podem filmar em películas de tamanhos diferentes, como 8mm, 16mm e 35mm. A
película de 35mm é ainda uma das mais usadas no audiovisual.
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Em seu funcionamento, a película é sensibilizada pela luz, sendo necessária a retirada do


filme, o conduzindo para um laboratório para a revelação das imagens.

TIPOS DE CÂMERAS: DIGITAIS

Não registram as imagens em um filme, mas em formato digital a partir de um sensor digital
na câmera, um chip fotossensível.

Ao gravar, um arquivo digital é produzido. A grande maioria das produções do cinema de


hoje são realizadas com câmera digitais profissionais.

CÂMERAS DIGITAIS DE CINEMA

São câmeras profissionais que apenas gravam em vídeo, possuindo mais recursos, como a
câmera RED EPIC DRAGON, utilizada por David Fincher em alguns de seus filmes, e a
ARRI ALEXA SXT, bastante utilizada em grandes produções.

CÂMERAS DIGITAIS DSLR

São câmeras que combinam o mecanismo das câmeras single-lens com um sensor digital.

O single-lens é um mecanismo já presente em câmeras analógicas que possibilita que a


imagem que entra pela lente possa ser vista com certa fidelidade no visor da câmera
através de uma espécie de espelho.

ELEMENTOS PARA O CONTROLE DE IMAGEM EM UMA CÂMERA

Existem várias formas de se controlar a imagem que é captada por uma câmera. Nessa
aula iremos dar uma introdução sobre três elementos principais: diafragma, ISO e
obturador.

DIAFRAGMA

Controla a entrada de luz na lente, sendo manuseado na própria lente ou no corpo da


câmera. Estando aberto, a entrada da luz é maior, mas com o diafragma mais fechado, o
efeito é o contrário.
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A abertura do diafragma é indicada pelo ​f stop​. Quanto menor for o número f, maior será a
quantidade de luz que passará pela lente, enquanto que quanto maior ele for, o resultado é
a pouca passagem de luz. Esse número é o resultado da divisão da distância focal da lente
pelo diâmetro efetivo do diafragma.

Além disso, quanto maior for a abertura do diafragma da câmera, menor profundidade de
campo o plano terá (menos elementos estarão em foco na imagem). E quanto menor a
abertura, maior a profundidade de campo (mais elementos estarão em foco na imagem).
Falamos sobre a definição de profundidade de campo na Aula 007.

ISO

Define a sensibilidade do sensor da câmera em relação à luz que entra pela lente, ou, em
câmeras analógicas, a sensibilidade da película que está na câmera.

É possível mudar o ISO em câmeras digitais. Entretanto, uma vez muito alto, o sensor fica
mais sensível a ponto de gerar um ruído na imagem. É interessante encontrar um número
de ISO ideal que a câmera consiga trabalhar sem gerar ruído.

OBTURADOR

É uma espécie de cortina que fica na frente do sensor da câmera, que se abre e expõe este
mesmo sensor. Se for desejado, a velocidade desta exposição pode ser modificada,
fazendo o obturador expor o sensor por um tempo maior ou menor.

Se algo estiver em movimento na imagem, essa maior exposição (menor velocidade do


obturador) pode causar um efeito de ​shutter​, ou seja, borrado. Já com a menor exposição
(maior velocidade do obturador) a imagem perde o seu ​motion blur (um desfoque natural da
imagem em movimento) e adquire uma aparência mais travada e estática.

A cena inicial de ​O Resgate do Soldado Ryan (1998) é um bom exemplo de uma sequência
gravada com o obturador em uma maior velocidade.

CONCLUSÃO

Os elementos de uma câmera apresentados aqui são fundamentais para um conhecimento


básico sobre o controle manual de uma imagem. Caso a sua câmera esteja em modo
automático, o próprio aparelho irá calcular todos esses elementos.

Como no cinema buscamos por imagens específicas, devemos aprender a controlar esses
elementos manualmente para produzir a imagem que desejamos.
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CITAÇÕES DA AULA

FILMES
O Resgate do Soldado Ryan (1998) - Steven Spielberg

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