Você está na página 1de 13

1

Exposição – Nível iniciante.


Prefácio

Olá, eu sou Roberto Dellano, fotógrafo profissional, atuo na área da fotografia social e um dos meus projetos é
disseminar o conhecimento da fotografia, pois não existe melhor forma de aprender, se não praticando o ensinar.

Com o Advento da fotografia digital, o acesso a está forma de arte e profissão se tornou mais acessível, e com o
constante crescimento do mercado, tornou-se notória a busca pelo conhecimento.

Apesar da vasta gama de ensino que hoje se encontra disponível neste nicho, eu tenho notado que existe muita
dificuldade por parte dos alunos para aprenderem a fotografia.

Este e-book tem a finalidade de ensinar os três pilares da fotografia de forma simples e direta, aqui você vai
aprender também, o básico sobre câmeras, para aplicar com eficiência o conteúdo deste livro.

Este e-book foi elaborado com uma linguagem de fácil compreensão e seu conteúdo é voltado a quem está
realmente começando na fotografia.

Com explicações simples e ilustradas sobre os temas aqui tratados este e-book vai te guiar passo a passo na
compreensão dos parâmetros que permitem a captura de uma foto bem exposta com o uso da câmera em modo
manual.

Faça uma boa leitura, e tire muitas fotografias.

Roberto Dellano.

Índice

A câmera fotográfica 03 Velocidade do obturador 05


DSLR 03 Abertura do diafragma 08
Mirrorless 04 ISO 11
Os três pilares da fotografia 05 Fotometria 12

2
A câmera fotográfica

Antes de entrarmos no assunto principal deste livro, vamos fazer uma breve explanação sobre o dispositivo que nos
possibilita a prática da fotografia, a câmera fotográfica.

A câmera fotográfica é um dispositivo que permite o registro de imagens por meio da luz refletida em um objeto. A
imagem é capturada por um sensor e gravada em um cartão de memória para posterior transferência para mídias
digitais ou papel.

O mercado fotográfico conta hoje com duas ferramentas que atendem os anseios profissionais e amadores da
fotografia.

Os aparelhos celulares, e as câmeras fotográficas dedicadas.

As câmeras dedicadas são as mais indicadas para o aprendizado da fotografia, pois elas oferecem controle sobre a
exposição.

Esse controle se fundamenta nas variáveis, velocidade, abertura e ISO, e são essas variáveis que aprenderemos neste
livro.

Dentre as categorias de câmeras dedicadas, nós temos hoje duas que atendem a maioria do mercado.

São elas as DSLR e as MIRRORLESS

A principal diferença entre esses dois modelos de câmeras está no seu visor ocular, sendo as DSLR munidas de um
visor ocular ótico (OVF), onde a imagem formada no visor é a imagem real da cena enquadrada, sendo transmitida
por espelhos que fazem o trajeto da imagem. Já as câmeras Mirrorless, não possuem visor ótico e espelhos, a
transmissão da imagem até o visor é feita por sinais digitais capturados pelo sensor e transmitido a um pequeno
visor eletrônico (LCD) situado ao fundo do visor ocular (EVF).

DSLR é uma abreviação do inglês “Digital Single Lenns Reflex”, que em uma tradução para o português seria “Câmera
digital de reflexo através de uma lente”

Na imagem a baixo é mostrado em azul, o trajeto da imagem pelo interior da câmera, ela entra pela lente e os
espelhos a transmite através dos reflexos até o visou ocular, assim o que você vê no visor é o reflexo da imagem real
da cena a frente da lente.

3
O termo Mirrorless, significa “Sem Espelhos”. Neste tipo de câmera a imagem que vemos através do visou ocular é
uma imagem formada digitalmente, a imagem é capturada pelo sensor através da lente, e enviada em forma de
sinais digitais para um mini display LCD dentro do visor ocular.

A imagem a baixo ilustra como é feita a transmissão da imagem em uma câmera Mirrorless.

Uma outra diferença relevante que podemos citar entre essas câmeras, está no tamanho.
Devido ao fato de não possuir a caixa de espelhos, as câmeras Mirrorless são mais compactas do que as DSLR’s, essa
compactação reflete em menor tamanho e menor peso do que as DSLR’s

As câmeras Mirrorless, apesar de mais compactas do que as DSLR’s, não pertence ao mesmo nicho das câmeras
compactas, como as “Cybershots”, Powershots, etc. Esse nicho é referente a câmeras mais simples, de sensores
pequenos e que não oferecem controle real sobre a exposição, nem a troca de objetivas.

As demais diferenças entre as câmeras DSLR’s e Mirrorless são de cunho tecnológico, e de pequena relevância para
o aprendizado da fotografia.

Deixando de lado os conceitos que diferem ambos os modelos (DSLR e Mirrorless), essas duas câmeras nos
oferecem importantes singularidades no que tange o fundamento da fotografia e suas operações, como o controle
total sobre a exposição através dos parâmetros, “Velocidade, abertura e ISO”.

Parâmetros esses que fundamentam a fotografia e são de vital importância no aprendizado da mesma. E que serão
nosso objeto de estudo a partir de agora.

4
Os três pilares da fotografia (Velocidade, Abertura e ISO).

Os três pilares da fotografia, como já dito anteriormente, são formados pelos parâmetros:

Velocidade: Que é referente a velocidade de obturação da câmera (Velocidade do Obturador).

Abertura: Que é referente a abertura do Diafragma da lente.

ISO: que é referente a sensibilidade ISO do sensor.

Vamos estudar cada parâmetro isoladamente, e ao final vamos aprender a combinar essas três variáveis para
conseguirmos a fotometria ideal.

Velocidade do obturador:

O obturador é um dispositivo munido de cortinas que cobrem o sensor de imagem e se abrem no momento do
clique permitindo que o sensor fique exposto a luz durante o tempo selecionado no parâmetro “velocidade” e
consiga capturar a imagem, fechando logo em seguida.

As cortinas são compostas por palhetas que quando fechadas vedam completamente o sensor, não deixando passar
nenhum pequeno raio de luz.

A velocidade selecionada no seletor vai determinar o tempo de exposição, ou seja, o tempo em que as cortinas
permanecerão abertas, por exemplo, se você selecionou uma velocidade de 1/125 no seletor, significa que as
cortinas ficarão abertas por 1/125s (1/125 avos de segundo).

Esse tempo em que as cortinas permanecem abertas, controla a quantidade de luz que atinge o sensor, sendo um
dos parâmetros que determinarão se a imagem ficará, muito clara (superexposta), muito escura (sub exposta), ou
ideal (exposição ideal).

A velocidade em que as cortinas permanecem abertas pode variar de 30 Segundos a 1/8000 de segundo (algumas
câmeras vão até 1/4000s).

A velocidade de obturação é indicada no LCD de forma completa, já no visor ocular a indicação omite o numerador,
por exemplo, 1/125 é apresentado no visor ocular como 125.

Ainda existe o modo Bulb, que mantem as cortinas abertas durante todo o tempo em que você manter pressionado
o botão de disparo.

5
A velocidade é mostrada no visor ocular e no painel de LCD, e controlada por discos de comando dedicados como
nos exemplos a baixo.

6
Quanto mais alta a velocidade em que as cortinas se abrem e se fecham, menos luz passa pelo obturador, quanto
mais baixa a velocidade mais luz passa pelo obturador.

Uma velocidade de 30s representa a velocidade mais lenta e a máxima quantidade de luz que o obturador permite a
passagem, 1/8000 seria a velocidade mais rápida e consequentemente a mínima quantidade de luz que o obturador
permite a passagem (lembrando que algumas câmeras vão apenas até 1/4000).

Sendo assim, a velocidade que você escolher vai determinar se sua foto ficara com a luz ideal. A escolha dessa
velocidade vai depender da luz disponível no momento e também dos parâmetros “Abertura do Diafragma” e “ISO”,
e a nossa referência para saber que velocidade escolher é o fotômetro incorporado a câmera.

Mas atenção, a escolha de uma velocidade muito baixa pode resultar em uma foto tremida ou borrada, para
fotografia de objetos ou retratos estáticos recomenda-se usar sempre uma velocidade igual ou maior do que a
distância focal da lente, por exemplo se usar uma lente 50mm use uma velocidade mínima de 1/50, se usar uma
lente 100mm use uma velocidade mínima de 1/100mm e assim por diante, e se o objeto fotografado estiver em
movimento recomendasse usar velocidades mais altas.

Abertura do diafragma:

Dentro da lente existe um dispositivo chamado diafragma, esse dispositivo se abre e se fecha alterando o tamanho
da passagem de luz dentro da lente.

Ao contrário do obturador que controla a luz pelo tempo em que fica aberto, aqui no diafragma a luz é controlada
pelo tamanho da abertura.

7
A medida da abertura do diafragma é classificada pelo número F (F-Number - F-Stop), e quanto menor o número F,
maior é a abertura da lente, por exemplo, uma abertura de F2 é muito maior do que uma abertura de F11.

Cada modelo de lente possui um nível de abertura máxima, e geralmente as lentes fixas tem maiores aberturas do
que as lentes zoom.

Quanto maior a abertura de uma lente, mais luz passa pelos seus elementos e atinge o sensor, e quanto menor a
abertura de uma lente, menos luz passa pelos seus elementos e atingem o sensor.

A abertura, assim como a velocidade, é mostrada no visor LCD e no visor ocular.

A abertura também possui discos de comando dedicados.

8
Porém, em câmeras de entrada ela é controlada mantendo pressionado o botão de compensação de exposição, e
girando o disco de controle de velocidade.

9
Assim como na velocidade, a abertura que você escolher vai determinar se sua imagem ficara com a luz ideal. A
escolha dessa abertura também vai depender da luz disponível no momento e também dos parâmetros “velocidade”
e “ISO”, e a nossa referência para saber que abertura escolher é o fotômetro incorporado a câmera.

Velocidade ISO

Comumente chamado apenas de ISO, esse parâmetro é dos três, o mais simples de compreender, pois ele não dosa
a quantidade de luz que atinge o sensor, apenas atua diretamente no sensor deixando esse mais sensível ou não a
luz. Ou seja, a quantidade de luz que atinge o sensor é sempre a mesma dosada por velocidade e abertura, o que o
ISO faz é apenas controlar o quanto dessa luz o sensor absorve.

Quanto mais alto o ISO, mais luz o sensor absorve, e mais clara a imagem tende a ficar, quanto mais baixo o ISO,
menos luz o sensor absorve e mais escura a imagem tende a ficar.

Apesar de muito simples, o ISO tem uma consequência muito drástica na imagem, ele gera ruído a cada ponto que
subimos.

Por esse motivo o ISO deve ser usado com cuidado, devemos sempre partir do ISO mínimo e ajustar a luz em
velocidade e abertura, e não havendo mais margem para se ajustar velocidade e abertura, só então começar a subir
o ISO.

O ISO, assim como a velocidade e abertura, que você escolher vai determinar se sua foto ficara com a luz ideal. A
escolha do valor de ISO vai depender da luz disponível no momento e também dos parâmetros “Abertura” e
“velocidade”, e a nossa referência para saber que ISO escolher é o fotômetro incorporado a câmera.
10
O ISO também é mostrado tanto no LCD quanto no visor ocular, e seu comando varia muito de câmera para câmera
(consulte o manual da sua câmera para saber como alterar o valor ISSO).

Fotometria

Até aqui aprendemos isoladamente cada parâmetro (Velocidade, Abertura e ISO), e agora vamos aprender a
trabalhar com os três juntos, pois é a combinação dessas três variáveis que resulta em uma fotografia bem exposta.

As três variáveis, velocidade, abertura e ISO são dependentes umas das outras, e toda e qualquer alteração que se
faz em uma reflete nas outras duas, e o que determina o equilíbrio entre essas três variáveis é a fotometria.

Fotometria é o processo de medição da luz, essa medição é feita por um dispositivo chamado fotômetro, que mostra
em uma escala se a quantidade de luz que capturamos é ideal ou não para uma imagem bem exposta.

11
O fotômetro é composto por uma régua iluminada que se
desloca para os lados, indicando a quantidade de luz entrando
na câmera, essa régua é dívida entre números inteiros que
representam pontos de luz, e frações que representam divisões
dos pontos de luz, e ainda possuem indicadores de sobre faixa
que quando acessos significa que a leitura do fotômetro foi
excedida.

Fotômetro a esquerda indica falta Fotômetro no centro indica luz ideal Fotômetro a direita indica excesso
de luz. Imagem muito escura de luz. Imagem muito clara.

Para conseguirmos a fotometria é preciso haver equilíbrio entre Velocidade, Abertura e ISO, e pode haver inúmeras
variações de valores de cada parâmetro.

Vamos ver alguns exemplos de variação de parâmetros que resultam na mesma fotometria.

Dada uma fonte de luz imaginária, onde teríamos a exposição correta com os seguintes parâmetros:

Se alterássemos a velocidade em um ponto para baixo, poderíamos ter o seguinte resultado:

Ao baixarmos a velocidade de 1/125 para 1/60, o obturador ficou mais lento permitindo maior passagem de luz, o
resultado será uma imagem muito clara, indicada pelo fotômetro.

12
Poderíamos corrigir esse excesso de luz sem voltar a velocidade para 1/125 compensando por exemplo na
abertura da seguinte forma:

Aqui nós fechamos o diafragma da lente para de F5.6 para F7.1 diminuindo a passagem da luz e compensando o
excesso de luz que havia sido gerado por baixar a velocidade de 1/125 para 1/60, estabilizando o fotômetro no
centro que indica que a foto agora sairia com a iluminação correta.

Poderíamos ainda manter a abertura em F5.6 e compensar o desvio da velocidade baixando 1 ponto na variável
ISO, dessa forma:

Aqui no lugar de fecharmos o diafragma da lente para compensar a velocidade, nós baixamos o valor de ISO de
400 para 200, e também compensamos a luz que estava entrando em demasia, resultado na correta exposição da
imagem, indicada pelo fotômetro.

Esses são apenas alguns exemplos das combinações de velocidade, abertura e ISO que resultam em uma fotometria,
mas as possibilidades de combinações são imensuráveis, tudo vai depender da sua intenção na fotografia, e da luz
disponível no momento.

O controle total sobre esses parâmetros, se dá apenas em modo manual, sendo assim, esse modo foi o que
aprendemos aqui, pois em qualquer outro modo de exposição, pelo menos um dos parâmetros será automatizado
pela câmera.

A variação de combinações entre os parâmetros vai muito além de corrigir a exposição, elas podem determinar
inúmeros outros fatores, como o desfoque de fundo, a profundidade de campo, a nitidez de uma imagem, o
congelamento ou rastro, etc.

Podemos dizer que a exposição é o produto primário das variáveis “Velocidade, Abertura e ISO”, porém não é o
único, e os outros fatores são tão importantes quanto a exposição.

A escolha de cada parâmetro depende muito do resultado que você quer atingir com a sua fotografia.

O que você aprendeu neste e-book é o que precisa saber para fazer uma foto com a exposição correta, os demais
fatores como o desfoque de fundo, a profundidade de campo, a nitidez de uma imagem, congelamento ou rastro,
etc. eu explico no meu curso online.

Este e-book é parte promocional dos cursos online ministrados por Roberto Dellano.
Sua distribuição é gratuita e permitida apenas para afiliados autorizados.
Para informações sobre cursos, entre em contato com o distribuidor do e-book.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem prévia autorização do autor da obra.
Todas as imagens ou textos dessa obra estão protegidas pela lei de direitos autorais.
Proibida a venda.

13

Você também pode gostar