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MANUAL DO FORMADOR

Tecnologias de fotografia e vídeo

Designação da Ação/UFCD Tecnologias de Fotografia e Vídeo Carga Horária 50 h

Tipologia de Operação Técnico de Vitrinismo (EFA) Ação n.º

Nome do Formador Bruno Tavares Data Inicio 25/01/2022 Data Fim 04-03-2022

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ÍNDICE
__________________________________________
PARTE 1 - INTRODUÇÃO
Enquadramento do curso e objetivos pedagógicos__________________________________________ 04
Conteúdos programáticos______________________________________________________________ 05
PARTE 2 - DESENVOLVIMENTO
TÉCNICAS DE FOTOGRAFIA
Luz e cor___________________________________________________________________________06
1.1 Luz ______________________________________________________________________06
1.2 Cor ______________________________________________________________________07
Composição ________________________________________________________________________09
2.1. Enquadramento ___________________________________________________________10
2.2. Equilíbrio de linhas de força __________________________________________________10
2.3. Pontos de vista ___________________________________________________________13
Formatos
3.1 Médios ___________________________________________________________________14
3.2 Grandes __________________________________________________________________16
Câmara fotográfica __________________________________________________________________17
4.1 Funcionamento ____________________________________________________________18
4.2 Relação obturador/diafragma _________________________________________________20
4.3 Focagem __________________________________________________________________22
4.4 Profundidade de Campo _____________________________________________________ 23
4.5 Lentes e acessórios _________________________________________________________ 24
Película
5.1 Tipos de filmes ____________________________________________________________ 26
Revelação e ampliação do papel ________________________________________________________27

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TÉCNICAS DE VÍDEO
Flash eletrónico _____________________________________________________________________28
Instrumentos
2.1 Câmara, equipamento de leitura, gravação e montagem ____________________________29
2.2 Integração áudio, insersores de iluminação, sistemas de produção____________________ 30
Composição
3.1 Tipificação de planos, duração e intencionalidade da imagem, cena e sequência, interação
imagem/som, composição audiovisual da sequência________________________________________ 30

PARTE 3 – RECOMENDAÇÕES FINAIS ____________________________________________________ 34

BIBLIOGRAFIA E WEBGRAFIA ___________________________________________________________35

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PARTE 1 – INTRODUÇÃO
_____________________________________________________________________________________

Enquadramento
A utilização da fotografia e do vídeo permitiu encontrar uma nova forma de comunicar. Uma
imagem é capaz de transmitir uma mensagem de forma rápida, objetiva e direta, através da estimulação
das nossas emoções, reforçando uma ideia e fazendo-a permanecer no nosso pensamento. A montra de
um estabelecimento atua como o primeiro convite para a fidelização de um potencial cliente.
Posteriormente e este primeiro contato, o atendimento que é prestado ao cliente em todas as fases do
processo da compra (antes, durante e no pós-venda) é crucial para o desfecho não só da compra
imediata, mas também para a garantia de compras futuras. A publicidade “boca-a-boca” é uma das
principais fontes (positivas ou negativas) de divulgação de determinada loja ou serviço. Contudo, com a
era digital cada vez mais presente, é atrás do pequeno ecrã que muitas vezes nos é apresentado o
produto. Atendendo a importância do primeiro impacto, o cliente só se mostrará interessado no mesmo
se a fotografia ou vídeo o “prender” nos primeiros segundos.
O presente manual não serve unicamente para informações detalhadas, não substitui ou anula
outras fontes de informação ou outros recursos disponíveis no mercado. Os recursos apresentados devem
constituir-se como instrumento facilitador e impulsor da reflexão de como pretendemos apresentar o
nosso produto, que tipo de imagem queremos dar à nossa loja, despertando o desejo de aprofundar os
temas e (re)descobrir outras formas de intervenção – fomento da autoaprendizagem.

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
_____________________________________________________________________________________

• Aplicar as técnicas de fotografia utilizando adequadamente os equipamentos.


• Aplicar as técnicas de vídeo utilizando adequadamente os equipamentos.

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

TÉCNICAS DE FOTOGRAFIA
• Luz e cor
o Tipos de Luz (interior e exterior, de estúdio, e de flash)
o Identificação dos tipos de luz – luz incidente, polarizada e refletida; sombras e
modelação
• Composição
o Enquadramento
o Equilíbrio de linhas de força
o Pontos de vista
o Seleção de temas
• Formatos
o Médios – utilização específicas, funcionamento, composição quadrada
o Grandes – funcionamento da câmara técnica, utilizações específicas
• Câmara fotográfica
o Funcionamento, relação obturador/diafragma, focagem, profundidade de campo,
lentes e acessórios
• Película
o Tipos de filmes, características específicas de cada um deles
• Revelação e ampliação do papel
o Tipos de papel, provas de contacto, ampliação integral, enquadramentos e
reenquadramentos
o Suportes digitais
TÉCNICAS DE VÍDEO

• Flash eletrónico
o Características de funcionamento e de utilização
• Instrumentos
o Câmara, equipamentos de leitura, gravação e montagem
o Integração áudio, insersores de iluminação, sistemas de produção
• Composição
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o Tipificação de planos, duração e intencionalidade da imagem, cena e sequência, interação
imagem/som, composição audiovisual da sequência.

PARTE 2 – DESENVOLVIMENTO
_____________________________________________
TÉCNICAS DE FOTOGRAFIA
1.luz e cor
1.1 luz
É impossível não pensar em iluminação quando se fala em fotografia. No entanto, não é apenas a
quantidade de luz que importa para termos um bom produto final. Existem diferentes tipos de fontes de
iluminação que acabam por interferir no resultado final.
Tudo o que envolva a emissão de luz pode servir como fonte de iluminação para fotografia, existindo, no
entanto, alguns recursos principais. Inicialmente é preciso perceber que especificamente existem tês
tipos de luz:
• Luz natural
• Luz artificial
• Luz ambiente
Ao sabermos aproveitar cada diferente tipo de luz, conseguimos entender que todas fazem parte de um
conjunto essencial para se tirar boas fotografias.

1.1 Tipos de luz


LUZ NATURAL
As fontes de luz natural são aquelas que fazem parte do meio ambiente, sendo o sol a principal fonte de
iluminação natural e tendo em conta a sua posição entre os objetos a ser fotografados, a sua iluminação
pode ser mais ou menos intensa. Outras fontes de luz natural são ainda as estrelas, a lua, os raios e as
auroras boreais.

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LUZ ARTIFICIAL
As fontes de luz artificiais são aquelas que estão por todo o lado, como por exemplo:
• Fontes de luz provenientes de faróis de carros;
• De lâmpadas caseiras;
• De holofotes;
• Lanternas;
É possível identificá-las em qualquer lugar do mundo e de acordo com cada fonte existe uma variação
de temperatura e também de intensidade, podendo ser em maior ou menor grau.

LUZ AMBIENTE
A luz ambiente é aquela onde é mais difícil existir controlo, e pode envolver fontes tanto naturais como
artificiais. Neste tipo de iluminação o fotografo não tem como manipulá-la.

1.2 cor
COR DO OBJETO
A cor do objeto representa a cor da luz que permite que o olho veja. As alterações das cores, dependem
ainda do comprimento das ondas.

INTERPRETAÇÃO QUANTITATIVA E DEFINIÇÃO DE CORES PARA FOTOFRAFIA


Todas as cores possuem um conjunto de propriedades que permitem que haja uma variação no seu
resultado final. Conseguimos distinguir diversas cores, no entanto é difícil pontuar exatamente cores
específicas, tornando-se necessário a interpretação quantitativa.

MATIZ
O matiz é o puro estado da cor, sem ter nada de preto ou branco. Está associada a longitude de uma
onda dominante, com a mistura de ondas luminosas. Define-se, portanto, como um atributo de cor que
nos possibilita distinguir o azul do vermelho, e ao percurso que faz um tom percorrer de um lado ao
outro de um círculo cromado.

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As três matrizes primárias são representadas pelas três cores primárias, que ao fundirem-se permitem-
se obter inúmeras matrizes ou cores. Duas cores podem ser complementares uma da outra, quando
estão uma em frente da outra.

SATURAÇÃO
A saturação também é denominada de Croma e indica a palidez ou vivacidade da mesma cor e pode
também relacionar-se com a largura da luz que se visualiza.
As cores puras do espectro demonstram que elas estão completamente saturadas. Uma cor intensa é
viva.

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Outro detalhe não menos importante, é que quanto maior for a quantidade de cor cinzenta, ou quanto
mais neutra for, menos brilhante e menos saturada também será, portanto, qualquer mudança que seja
realizada numa cor pura, automaticamente haverá uma baixa no valor de saturação das cores a serem
impressas na fotografia. Por exemplo, é comum dizer-se que o vermelho está demasiado saturado,
quando trabalhamos uma referência de um vermelho rico e vivo.

COMPOSIÇÃO
A composição refere-se ao posicionamento de pessoas e outros elementos em relação ao plano de
fundo, de modo a que o conjunto pareça um quadro. Em muitos casos, fazer uma fotografia implica a
tomada de um conjunto de decisões quase instantâneas por parte do fotógrafo que vão muito para
além dos aspetos técnicos da fotografia. Na fotografia de rua, por exemplo, o fotógrafo tem apenas
frações de segundo para tomar essas decisões, de forma a organizar os elementos que se deparam em
frente da máquina. Noutros casos, a composição pode ser um processo muito demorado, de escolha de
determinada organização dos objetos ou de escolha de ponto de vista, de forma a criar um determinado
efeito visual. Existem variadas regras que poderão auxiliar o fotógrafo nessa escolha, que são aquilo que
correntemente se designam como as regras da composição fotográfica.
Antes de mais, as regras de composição terão de estar sempre relacionadas com a capacidade do
fotógrafo de observar o mundo que o rodeia com uma visão única e interessada, e de ter a capacidade
de analisar os objetos que estão perante a sua máquina fotográfica de modo a conseguir criar uma
imagem única. Sem esse espírito de observação vivo e único, e se se limitar a replicar as “regras da
composição”, o fotógrafo não conseguirá fazer nada mais senão replicar um conjunto de clichés
fotográficos.

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2.1 Enquadramento
O enquadramento, é o processo pelo qual decidimos quais os elementos que farão parte da
nossa fotografia. Ele define o sucesso ou insucesso do produto final. Quando realizamos o
enquadramento devemos considerar o cenário e todas as coisas que o rodeiam e reduzi-los, de
modo a conseguirmos coloca-lo na mesma fotografia.

COMO FAZER O ENQUADRAMENTO DA FOTOGRAFIA?


Para um enquadramento eficaz deveremos seguir os seguintes passos:
1. Escolher a lente
Este primeiro passo é o mais importante. A lente fotográfica adequada irá fornecer o ângulo
de visão indispensável para uma boa fotografia.
2. Posicione-se
Defina a melhor posição para tirar a fotografia, de modo a que o seu enquadramento
incorpore todos os elementos desejados.
3. Considere o ângulo e direção da máquina fotográfica
A sua máquina fotográfica precisa de “olhar” para o lugar certo de modo a conseguir captar a
foto que deseja, por isso é extremamente importante configurá-lo corretamente.

2.2 Equilíbrio de linhas de força

Foto: Steve McCurry

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Usar as linhas principais na composição de fotos conduz os olhos de quem vê a imagem para onde
gostaríamos. Muitas vezes, compomos as nossas fotografias a partir das linhas principais sem saber. Um
exemplo simples é quando fotografamos a paisagem numa estrada. A própria estrada cria as linhas
principais como podemos ver na foto em baixo.

Prathap DK

O QUE SÃO LINHAS PRINCIPAIS NA COMPOSIÇÃO DE FOTOS?


A linha principal é o que nos leva de um ponto a outro numa imagem. Os nossos olhos seguem
naturalmente as linhas, conectando os pontos inconscientemente e fazendo uma linha, um triângulo
e/ou um quadrado. Este é o poder da linha na fotografia. Ao usar esta técnica para criarmos a fotografia,
estamos a forçar o observador a seguir a linha, levando-o a uma viagem visual. É uma das mais simples e
mais poderosas técnicas de composição fotográfica.

PRINCIPAIS ASPETOS DAS LINHAS DE COMPOSIÇÃO:


Alguns dos aspectos importantes do uso de linhas em sua composição fotográfica são:

– Guiar o espectador pela fotografia;


– Guiar o espectador de um ponto a outro;
– Guiar o espectador para o assunto principal

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Prathap DK

Especificamente na fotografia de paisagem, criar a ilusão de profundidade é várias vezes utilizado. A


fotografia torna-se mais atraente combinando a técnica das linhas principais com a regra dos terços.
Conforme o exemplo, o espectador é guiado a partir do primeiro plano, e através de todo o caminho até
ao fundo. Além disso, o horizonte está no terço superior do quadro, seguindo a Regra dos Terços, e
criando uma fotografia da paisagem dinâmica.

TIPOS DE LINHAS PRINCIPAIS NA COMPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS


As linhas principais podem ser retas ou curvas, e as linhas retas também podem ser horizontais, verticais
ou diagonais. As linhas horizontais induzem a
uma sensação de calma, enquanto que uma linha vertical representa a força. As linhas diagonais podem
ser muito interessantes uma vez que representam energia. Se usadas corretamente, as linhas diagonais
pode fazer uma imagem sem brilho tornar-se mais atraente.

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Prathap DK

A linha curva torna uma composição fotográfica interessante, uma vez que as espirais à volta do quadro
pedem mais atenção. O espectador acabará por observar mais partes da imagem. Uma curva em S é a
preferida por muitos fotógrafos de paisagens pela sua capacidade de se conectar a muitas partes da
imagem. Dá uma sensação de tranquilidade no observador. Uma curva mais apertada, no entanto, pode
induzir a sensação de perigo.

2.3 Pontos de vista


A escolha de um ponto de vista diferente daquele com que usualmente olhamos o mundo ao nosso redor,
permite-nos encontrar relações totalmente distintas entre os objetos de uma cena ou ver um objeto de
uma forma totalmente distinta.
Há tantas fotografias que são feitas ao nível dos olhos que, quando variamos o ponto de vista, podemos
vislumbrar o mundo de uma forma completamente diferente.

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André Kertész: Billboard, 1962

FORMATOS
Antes da era da fotografia digital, as coisas eram muito menos padronizadas. Existiam diferentes opções
de rolos com diferentes tamanhos. Atualmente, com a excepção das câmaras incorporadas nos
telemóveis, temos 3 principais fabricantes mundiais de máquinas fotográficas (Canon, Nikon e Sony) e
dois tamanhos de máquinas principais: Sensores de cultura APS-C e sensores full-frame.

3.1 Médios (utilizações específicas, funcionamento, composição quadrada)


A fotografia de formato médio usa tradicionalmente o tamanho de 120 filmes. É significativamente maior
que o tamanho do filme de 35mm, que é a base da fotografia digital moderna. Da mesma forma, a
fotografia digital de tamanho médio. Um sensor de quadro inteiro tem aproximadamente o mesmo
tamanho de um quadro de 35mm - 36mm x 24mm .
Há mais variação na fotografia de tamanho médio. O filme de tamanho 120 usado tinha 60mm de largura,
mas as exposições podiam ser gravadas com várias proporções diferentes, como 1: 1 (para uma exposição

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de aproximadamente 60mm x 60mm) ou 1.2: 1 (para uma exposição de aproximadamente 60mm x
72mm). Ainda há algumas variações com formato digital médio.

As câmeras de médio formato, sejam de filme ou digitais, têm uma grande vantagem em relação às
câmeras de 35mm: qualidade de imagem.
Como o sensor é muito maior, os fabricantes podem adicionar mais megapixels (até 100MP em alguns
casos!) Sem tornar os photosites no sensor menores do que seriam numa câmera full-frame. Eles
podem usar photosites maiores e ainda ter uma imagem de resolução mais alta. Um sensor Hasselblad
de 50MP, por exemplo, é cerca de 70% maior do que um sensor full-frame de 50MP, como o encontrado
na Canon 5DS. Com uma câmera de médio formato, você basicamente obtém fotos maiores e melhores.

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As imagens de uma máquina de médio formato parecem ligeiramente diferentes e, para muitas pessoas,
melhores do que as de uma máquina full frame ou com sensor de corte. Isto deve-se principalmente ao
facto de terem um campo de visão mais amplo do que uma DSLR teria com lentes de mesmo
comprimento.

3.2 Grandes (funcionamento da câmara técnica, utilizações específicas


O formato historicamente grande é o mais antigo de todos os formatos fotográficos. Atualmente alguns
fotógrafos ainda utilizam máquinas grandes e volumosas. As máquinas de grande formato são
completamente desprovidas de qualquer automação e, portanto, exigem certas habilidades do
fotógrafo na oficina de fotografia tradicional.
Grande formato refere-se a qualquer máquina que grave imagens em mídia igual ou maior do que 4 × 5
polegadas (102 × 127 mm). As máquinas de grande formato são dos primeiros dispositivos fotográficos
criados, e as imagens produzidas são maiores e melhores do que aquelas produzidas por máquinas de
médio formato (em geral de 6 × 6 cm ou 6 × 9 cm), e muito maiores e melhores do que as produzidas
por máquinas de pequeno formato. A principal vantagem do grande formato, seja em filme ou digital, é
a maior resolução no mesmo tamanho de pixels ou a mesma resolução com pixels maiores.
A máquina de formato grande tem 2 paredes. Na parede frontal podemos encontrar a lente, juntamente
com o obturador, e na parede traseira encontramos uma moldura com vidro fosco, na qual a moldura é
feita e a lente é focada na nitidez. Imediatamente antes de fotografar, um rolo com uma folha de filme é
inserido na máquina.
As paredes da câmara podem ser deslocadas dentro dos limites limitados pela elasticidade da pele. Ao
reduzir ou aumentar a distância entre as paredes, o fotógrafo produz um foco nítido. Deslocando as
paredes em planos paralelos entre si, é possível corrigir distorções de perspetiva, e inclinando ou
girando as paredes uma em relação à outra, conseguimos mudar a posição do plano de foco, tornando-o
não paralelo ao plano da estrutura. O controle absoluto da perspetiva do quadro e a profundidade do
espaço representado nitidamente é uma característica exclusiva da máquina de grande formato.
As máquinas de grande formato usam um rolo
na forma de folhas individuais, na maioria das vezes 4x5 polegadas de tamanho (muito menos
frequentemente 8x10 polegadas). Folhas separadas de filme, diferentemente das bobinas, permitem o

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desenvolvimento individual de cada quadro, variando o tempo de desenvolvimento e os reagentes, o
que dá ao fotógrafo controle adicional sobre o brilho e o contraste da imagem futura.

Apesar de todas as qualidades indiscutíveis das máquinas de grande formtato, trabalhar diariamente
com elas é difícil e exige tempo e paciência.

Câmara fotográfica
Uma câmara fotográfica é um instrumento ótico para captação de imagens na forma de fotografias
individuais, que são armazenadas localmente, transmitidas para outro local, ou ambos. Como capta
informações sobre elementos externos sem ter contato físico com eles, tecnicamente é classificada
como um dispositivo sensoriamente remoto.
A palavra câmara vem de camera obscura, latim para câmera escura, um dispositivo originalmente
usado para projetar uma imagem sobre uma superfície plana. Tendo evoluído desse aparato, mesmo os
equipamentos modernos mais sofisticados guardam o seu princípio fundamental: uma caixa à prova de
luz com um orifício num dos lados. Semelhantemente ao funcionamento do olho humano, por esse
orifício penetram raios de luz e outras porções de espectro eletromagnético, que são registrados num
filme fotográfico ou por um sensor de imagem.

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4.1 Funcionamento
A luz emitida pelo sol propaga-se em linha reta até bater numa superfície qualquer – pode ser num móvel,
num carro, num animal ou mesmo em nós. A câmara escura nada mais é que uma caixa, com um pequeno
buraco no meio e por onde os raios de luz passam. Se deixarmos uma caixa de sapatos sem tampa, milhões
de raios de luz serão refletidos em diversos lugares dentro da caixa e como consequência nenhuma
imagem aparecerá no fundo dela – só uma sombra de luz sem forma.
Mas se fecharmos completamente a caixa, vedando a entrada de luz, e em seguida fizermos um pequeno
buraco num dos lados, os raios de luz passarão somente por esse orifício. Eles serão projetados no fundo
da caixa, de forma invertida, formando uma imagem nítida do ambiente que está em frente do buraco,
que funciona mais ou menos como a lente de uma câmara.

COMO FUNCIONA UMA MÁQUINA FOTOGRÁFICA?


Joseph Nicéphore Niépce, um inventor francês, cobriu uma placa de estanho com betume
branco da judeia. Colocou a placa dentro da câmara escura, fechou o equipamento, apontou para o lado
de fora da janela de casa e deixou que o tempo se encarregasse do resto. Muito tempo: foram oito
horas de exposição. Nasceu assim o filme fotográfico.

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Imagem produzida por Joseph Niépce (1826)

Os passos seguintes foram dados por outros nomes fundamentais da fotografia. Em 1839, Louis-Jacques-
Mandé Daguerre apresentou ao mundo o primeiro objeto disponível para fotografar, o daguerreótipo,
que logo passou a ser comercializado em todo o planeta. A primeira fotografia com pessoas foi feita por
ele, em 1838, no Boulevard du Temple, em Paris. A foto foi tirada de manhã e a exposição durou cerca de
10 minutos. Por disso, somente uma pessoa que estava na rua – o homem parado no canto inferior
esquerdo, aparentemente para engraxar os sapatos – ficou registrado na imagem. As outras pessoas, por
estarem em movimento, não apareceram na foto.

Imagem de Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1838)

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Uma câmara fotográfica é uma câmara escura com um mecanismo para controlar a entrada de luz
(obturador), uma parte óptica (as lentes) e um material para que a imagem reproduzida seja gravada
(pode ser o filme químico ou o sensor digital).

4.2 Relação obturador/diafragma

A câmara fotográfica nada mais é do que uma réplica do olho humano. Se entendermos isso simplificamos
quando pensamos no funcionamento destes dois sistemas, que é basicamente o mesmo. Enquanto no
olho, a retina é capaz de “traduzir” a luz em imagens, nas câmaras fotográficas quem faz isso é o sensor.
Este sensor é muito sensível e precisa de estar sempre protegido de sujeiras e de luz muito intensa. É
como um filme, nas antigas máquinas analógicas, que não podia ser exposto à claridade. O que protege
este dispositivo dentro da câmara (e já protegia o filme antigamente) é o obturador. Ele funciona como
uma “cortina” que cobre o sensor e abre-se rapidamente quando uma fotografia é tirada. Dependendo
de cada modelo de câmara, ele pode encontrar-se em diferentes posições, mas a sua função é sempre a
mesma: abrir-se para a passagem de luz. Ele pode ter também vários formatos. Os mais comuns são os
circulares, que se abrem de maneira semelhante ao diafragma (são encontrados em câmaras antigas), e
os obturadores mais modernos, com placas sobrepostas que se abrem verticalmente, como uma persiana.

DIAFRAGMA
Muitas pessoas confundem o obturador com o diafragma, contudo eles são partes diferentes da câmara e
têm funções diferentes também.
Enquanto o obturador é o responsável por proteger o sensor e abrir-se apenas brevemente para deixar a luz
passar, o diafragma controla a quantidade de luz que chega ao obturador, deixando a passagem maior ou
menor, dependendo de sua abertura. Esta pequena parte da máquina fotográfica é considerada a íris das
câmaras e encontra-se dentro da lente. Ele tem, entre outros, um dos papeis mais fundamentais para a
fotografia: controlar a profundidade de campo.

ABERTURA DO DIAFRAGMA
O diafragma pode abrir-se e fechar-se, permitindo uma passagem maior ou menor de luz para o obturador
e para o sensor. Quanto maior é a abertura, mais luz é captada e a velocidade de disparo pode ser maior,
diminuindo o tempo necessário de exposição. A abertura do diafragma é medida em números f, que são
escritos desta forma: f/2.1, f/5.6, f/22, etc... Sendo que, quanto maior a abertura, menor é o número. É

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importante entender este conceito, pois, desta forma, quando falamos numa grande abertura do
diafragma, é possível saber que o número f em questão é pequeno. É comum referir-se à abertura do
diafragma apenas como “abertura”.

Por exemplo, o diafragma configurado em f/22 está quase fechado, enquanto que configurado em f/1.2
representa que está quase totalmente aberto. Nem todas as câmaras conseguem ajustar a abertura para
todos os valores, pois isso depende do tipo de lente que está a utilizar-se. Ao comprar uma câmara ou
uma lente nova, é importante percebermos exatamente todas as informações sobre os valores de
abertura, o máximo e o mínimo. Isso classifica as lentes em “claras” e “escuras”, sendo que, geralmente,
quanto mais clara for a lente, maior é o seu valor.

ABERTURA X PROFUNDIDADE DE CAMPO


A abertura do diafragma interfere diretamente na profundidade de campo, e quanto mais aberta está a
lente, menor é essa profundidade e vice-versa. Quando analisamos uma fotografia, ela pode estar
completamente focada, ou com algumas partes focadas e outras não. Este é um efeito visual da
profundidade de campo, quanto maior ela é, mais áreas da imagem ficam nítidas, e quanto menor ela é,
menor é o ponto de foco.

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Acontece quando existem várias “camadas” na imagem e a câmara
precisa de ajustar o foco. Se o diafragma estiver muito aberto, a
profundidade de campo irá diminuir e só o que estiver mais próximo
da câmara ficará focado.

Por outro lado, se a abertura for pequena, a profundidade de campo


será maior e todo o assunto, independente de camadas, será focado.

Trabalhar explorando este efeito é algo que enriquece a fotografia,


deixando-a com uma sensação maior de dimensões e distâncias.
Quando toda a imagem está focada, a impressão que pode dar é que
todos os elementos que compõe a fotografia estão alinhados no
mesmo plano.

4.3 Focagem
Na fotografia, focagem é um ajuste que serve para dar mais nitidez à foto. Este recurso é ajustado através
da objetiva, girando o anel de focalização até obter a nitidez desejada para as imagens que se pretende
manter no plano focal. A maioria das câmaras também possuem o recurso de focagem automática, ou
seja, um dispositivo interno que calcula e determina a distância da focagem, porém, como todos os
recursos automáticos, ele pode não ir de encontro aos objetivos do fotógrafo e acabar por focar num local
não pretendido.
Em relação à focagem manual, há uma medição em metros e em pés que se encontra marcada no anel
de distância, servindo assim para guiar o fotógrafo e facilitar a focalização adequada. A distância focal,
como o próprio nome já sugere, é a distância, em milímetros, entre o ponto de convergência da luz (centro
ótico, que fica do meio da lente) e o sensor da câmara, local onde a imagem que foi focalizada é projetada.

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É através da distância focal que o fotógrafo pode definir a aproximação de uma imagem e o campo de
visão com o qual deseja trabalhar.

4.4 Profundidade de Campo


Podemos definir a profundidade de campo como a extensão da área de nitidez de uma determinada
imagem, isto é, a área que se situa entre o fotógrafo e o plano de focagem e para além do plano de
focagem e que se apresenta nítida. Apesar do plano de focagem assumir importância no controlo da
profundidade de campo, não se devem confundir os dois conceitos.
Por definição, o plano onde é feita a focagem encontra-se nítido, mas existirão outras áreas da imagem
(para a frente e para trás do plano de focagem) onde a imagem apresenta igualmente nitidez.
Pode, assim, concluir-se que a nitidez de uma imagem não dependerá apenas da focagem, mas
igualmente de outros factores, que são precisamente os que permitem controlar a profundidade de
campo. A escolha de uma determinada profundidade de campo é da maior importância na qualidade
estética da imagem, cabendo a escolha ao fotógrafo se, por exemplo, pretende obter uma grande
extensão de nitidez (numa paisagem, por exemplo) ou reduzir essa extensão de nitidez (num retrato, por
exemplo, para isolar o sujeito da envolvente). Os principais fatores que permitem controlar a
profundidade de campo são a abertura do diafragma, a distância focal da objetiva e a distância ao plano
de focagem, sendo que, em qualquer situação, a profundidade de campo ficará dependente da
conjugação destes três fatores.

A) A abertura do diafragma
O controlo da abertura do diafragma, para além do papel essencial que tem para a exposição da fotografia
(a abertura do diafragma permite controlar a quantidade de luz que irá incidir sobre o material
fotossensível), é igualmente uma importante ferramenta criativa, por permite controlar a profundidade
de campo. Assim, quanto maior for a abertura utilizada menor será a profundidade de campo.
Inversamente, quanto menor for a abertura utilizada, maior extensão de nitidez será obtida.
Em termos práticos, mantendo os outros dois factores que condicionam a profundidade de campo
inalterados (distância focal e distância ao plano de focagem) se passarmos, por exemplo, de uma abertura
relativa de f/11 para f/4 iremos obter uma menor profundidade de campo.

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B) A distância focal
A escolha da distância focal da objetiva que estamos a utilizar assume igualmente um importante peso no
controlo da profundidade de campo. Neste caso, quanto menor for a distância focal maior será a
profundidade de campo que se conseguirá alcançar (mantendo-se inalterados os restantes fatores que
afetam a profundidade de campo). Assim, a profundidade de campo que se conseguirá alcançar com uma
distância ao ponto de foco de 1,5 metros, uma abertura relativa de f/8 será maior se utilizarmos uma
distância focal de 35 mm do que se utilizarmos uma distância focal de 70 mm, por exemplo.

C) A distância ao plano de focagem


Outra das formas de controlar a profundidade de campo relaciona-se com a distância do plano de focagem
em relação ao fotógrafo. Quanto mais afastado se encontrar o ponto em que focamos maior será a
profundidade de campo. Esta regra leva-nos a concluir que, por exemplo, se tivermos um elemento da
composição da fotografia que se encontre próximo do local em que nos encontramos e se pretendermos
efetuar o foco nesse ponto, para obtermos uma grande profundidade de campo teremos de utilizar uma
abertura menor do que aquela que seria necessário utilizar para obter a mesma profundidade de campo
no caso de a focagem ser efetuada a uma maior distância.

4.5 Lentes e acessórios


TIPOS DE LENTES FOTOGRÁFICAS
Quando se trata de fotografia, falamos das lentes chamadas objetivas. A objetiva é um acessório da
câmara fotográfica, são várias lentes que servem para focalização da cena, além de ser responsável pela
qualidade da imagem e pela angulação. As características da objetiva interferem diretamente na
qualidade da imagem, e o resultado da junção destas lentes é a distância focal que a objetiva é capaz de
alcançar. As lentes fixas são as lentes que possuem distância determinada, ou seja, não permitem
aproximar ou afastar o assunto da fotografia. Já as lentes de zoom são capazes de tirar fotografias de
assuntos em diferentes distâncias, sem que o fotógrafo tenha que se deslocar, mas apenas ajustar o zoom.
Existem, portanto vários tipos de objetivas: normais, grande angulares, e teleobjetivas.

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LENTES NORMAIS
Também conhecidas como 50mm ou média angular, este tipo de lente tem o ângulo de visão semelhante
ao olho humano, ou seja, não afasta, não aproxima, não amplia, e nem diminui. A distorção da imagem é
mínima e geram imagens de boa qualidade.
LENTES GRANDE ANGULARES
Proporcionam um maior ângulo de visão e afastam o assunto da foto, fazendo com que seja capturada
uma maior área do que com a lente normal. São indicadas para fotografar ambientes pequenos ou
fachadas, construções, onde é necessário capturar uma grande área, mas sem muito espaço para
distanciamento. Nas bordas da imagem apresentam uma distorção bem notável.
LENTES TELEOBJETIVAS
Ao contrário das grande angulares, estas são lentes que aproximam o assunto a ser fotografado,
geralmente utilizadas para fotografar detalhes de uma grande paisagem, fazer fotos de astros como a lua,
etc. Não apresentam distorção das imagens, mas em algumas situações podem causar um efeito de
achatamento, semelhante ao que se observa nos binóculos.

Além destas, temos as lentes “especiais”: lentes Macro, lentes olho de peixe e lentes zoom.

LENTES MACRO
Existem para todas as distâncias e o seu diferencial é que podem atingir aberturas muito grandes, fazendo
assim com que pequenos objetos a curtas distâncias possam ser focados. São geralmente utilizadas para
fotografar insetos ou detalhes pequenos. Podem ser também chamadas de micro.
LENTES OLHO DE PEIXE
É um tipo de lente grande angular, só que com uma capacidade de abrangência ainda maior, podendo
chegar a 180º. É indicada para situações em que é necessário capturar uma grande área do espaço, com
pouquíssimo distanciamento. Apresenta um grande distorção nas bordas.
LENTES ZOOM
São as lentes mais versáteis por possuírem a capacidade de variação do zoom, podem ir desde a grande
angular até a teleobjetiva. Em geral, são bem populares, pois oferecem diferentes alternativas de
captação da imagem.

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Quanto à abertura do diafragma, podem existir as chamadas lentes mais claras ou mais escuras, vai
depender da comparação entre as lentes. De uma maneira geral, classificam-se da seguinte forma:

LENTES CLARAS
As lentes claras são também chamadas de mais rápidas. Possuem abertura entre 1.4 e 2.8 e são boas para
fotos com pouca iluminação e retratos, pois faz um ótimo desfoque.
LENTES ESCURAS:
Possuem abertura acima de 5.6 e são boas para fotos com larga profundidade de campo. São um pouco
limitadas, pois exigem uma iluminação externa boa para melhorar as condições de captação da imagem.

Película
5.1 Tipos de filmes
O primeiro filme fotográfico foi produzido por George Eastman em 1884. O filme fotográfico é formado
por uma base plástica à base de celulose, emulsionada por uma fina camada de gelatina à qual se
aderem cristais de sais de prata – nitrato de prata – material fotossensível que se sensibiliza com a luz
que passa pela lente da câmara fotográfica. Um filme fotográfico pode ser de vários tipos, além de
possuir características diferentes destinadas a situações específicas. Essas características dividem-se em
exposição, cor, sensibilidade e formato:
• A exposição é a quantidade de luz que atinge o filme, e está relacionada também com a
quantidade de tempo que se expõe a película à luz. O mecanismo da câmara responsável
pela exposição é o diafragma.
• Os filmes coloridos negativos são destinados para cópias fotográficas em positivo e em
papel. Há também os filmes preto-e-branco ou em escala de cinza negativos, que
produzem cópias fotográficas monocromáticas em papel.
• Os filmes diapositivos – slides ou cromos – são em positivo e destinados para
transparências e projeções.

A sensibilidade dos filmes fotográficos é determinada pelos números de ISO ou ASA. Quanto maior a
sensibilidade do filme, menor é o tempo necessário de exposição à luz para fotossensibilizá-lo. Existem
filmes de baixa, média e alta sensibilidade. Os mais comuns são os de média sensibilidade, com valores

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de ISO entre 100 e 400. Os filmes de baixa sensibilidade possuem valores de ISO entre 32 e 64 e os de
alta sensibilidade entre 800 e 3200. Cada um dos formatos dos filmes possui aplicação específica, e cada
formato depende de um tipo diferente de câmara. Os filmes inferiores a 120 são considerados de
pequeno formato, os de médio formato os de tamanho entre 120 e 127, e os de grande formato os de
tamanho superior a 4X5 polegadas.

REVELAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO PAPEL


A revelação fotográfica é o processo químico que transforma a imagem latente registrada no filme
fotográfico numa imagem visível. O processo da revelação de fotografias é dividido em cinco etapas, e é
basicamente químico.

A primeira etapa é a revelação. Neste estágio, é utilizado um produto químico denominado revelador,
que por meio da reação de óxido-redução conclui a transformação dos haletos de prata, contidos no
filme fotográfico, em prata metálica. Os reveladores são soluções alcalinas, geralmente à base de metol
e hidroquinona.

A segunda etapa é a interrupção. Neste estágio, é utilizado um produto químico que tem a capacidade
de interromper a revelação da fotografia. Caso isso não seja feito, o revelador continua agindo até
escurecer a fotografia por completo. Como as soluções reveladoras são alcalinas – básicas – são
utilizadas soluções ácidas para interromper o processo. Os interruptores geralmente são compostos de
ácido acético glacial – vinagre concentrado – ou ácido cítrico.

A terceira etapa é a fixação. Neste estágio, são retirados da emulsão os cristais de prata que não se
transformaram em prata metálica na primeira etapa. Isto é necessário porque caso fiquem vestígios dos
haletos de prata sobre a fotografia, estes resíduos com o tempo podem se decompor e manchá-la.

A quarta etapa é a lavagem. A função da lavagem é de extrema importância para a obtenção de uma
fotografia durável e de qualidade. É na lavagem que são retirados todos os resíduos químicos presentes
na fotografia, e permanece apenas a imagem de prata metálica. A fotografia é lavada em água corrente,
por alguns minutos, e o processo da retirada completa dos elementos reatores da fotografia dá-se por
difusão, em que os sais migram do meio saturado para o meio insaturado (água) em busca do equilíbrio

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químico. Existe também a utilização de sulfito de sódio para diminuir o tempo de lavagem e aumentar a
eficácia da mesma.

A quinta etapa é a secagem. As fotografias secam naturalmente, sem a utilização de tecidos ou papéis
absorventes. Há também a utilização de estufas, mas a temperatura, neste caso, não pode ultrapassar
os 40ºC.

Uma vez revelada, a fotografia não poderá ser apagada. No entanto, em processos de revelação
precários, é possível que haja manchas e descoloramento no futuro, embora não a ponto de apagarem
por completo a imagem.

_________________________________________________________________________________

TÉCNICAS DE VÍDEO

1. Flash eletrónico

CARACTERÍSTICAS DE FUNCIONAMENTO E DE UTILIZAÇÃO


O flash eletrônico produz uma fonte de luz que dura entre 1/1.000 e 1/50.000 segundos e a luz que é
produzida possui a mesma temperatura da luz do sol.
A potência de cada flash depende muito da qualidade da lâmpada, tecnologia dos circuitos internos e da
fonte de energia disponível no momento. Todos estes aspetos provocam uma grande variação de
preços, existindo, portanto diferentes opções.

COMO FUNCIONA O FLASH?


A luz disparada pelo flash é distribuída no ambiente, afastando-se da câmara. Quanto mais pra frente
ela vai, mais ela se expande para os lados, criando uma espécie de pirâmide de luz, que começa na
câmara e termina no assunto (como o mesmo efeito que os faróis dos carros apresentam). A potência e
a distância devem sempre ser analisadas, porque são elas que definem a intensidade com que a cena
será iluminada. Existe uma lei na física sobre a quantidade de luz que incide nos objetos com base na
distância, conhecida como lei do quadrado inverso: “Se a distância entre o objeto e o flash dobrar,
apenas um quarto da quantidade de luz atingirá o objeto”. Isso acontece porque a luz expande-se
sempre para frente e para os lados, criando um cone/triângulo, conforme a imagem apresenta.

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É exatamente por isso que pode ocorrer grandes diferenças de iluminação na mesma fotografia, entre
objetos mais próximos e mais distantes. Ou seja, objetos próximos recebem mais e consequentemente,
objetos mais afastados menos luz.

2. Instrumentos

CÂMARA, EQUIPAMENTO DE LEITURA, GRAVAÇÃO E MONTAGEM


A câmara e as luzes serão responsáveis pela qualidade da imagem. As câmaras DSLR (Digital Single
Lens Refle) possuem muitas funções manuais e lentes intercambiáveis, permitindo ao cinegrafista
mais opções para capturar as cenas. Atualmente, as mais utilizadas são as Canon EOS T3i, T4i (linha
simples) e 7D, 6D, 5D (linha mais completa), que gravam vídeos com boa qualidade.
A mirrorless Sony Alpha (A7s, A600) e a Blackmagic Pocket são opções mais caras de câmaras, mas
que gravam em 4K e de resultado com qualidade superior, sendo utilizadas principalmente em
vídeos com produção de maior orçamento.
As câmaras captam luz, que serve não só para iluminar, mas também criar profundidade e
contraste na imagem. Iluminadores de led, softbox ou fresnel são os mais indicados para iluminar
profissionalmente a cena (normalmente sendo utilizados em 3 pontos focais), sendo encontrados
em diversos tamanhos, com variações de intensidade e valores.

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INTEGRAÇÃO ÁUDIO, INSERSORES DE ILUMINAÇÃO, SISTEMAS DE PRODUÇÃO
O áudio, muito vezes tido como algo menos importante, deve ser bem captado. Os microfones
mais utilizados para captar áudio direto, como depoimentos e entrevistas, são os de lapela ou
shotgun. Já os microfones de mão, são mais utilizados no caso de vídeo em formato jornalístico.
É possível gravar o áudio de duas formas: single system, em que é captado no mesmo suporte que
a imagem ou double system, num único dispositivo, como mixer ou gravador digital. No single
system garantimos mais agilidade na edição, porém, no double system o áudio pode ser melhor
trabalhado na pós-produção.
Existem ainda um conjunto de acessórios que facilitam a gravação.
Entre os mais importantes estão os tripés de câmara e luz, que dão suporte, estabilidade e
facilitam o manuseio dos equipamentos.
As lentes das câmaras também são acessórios que deixam a captação mais versátil e podem
enriquecer o vídeo. São classificadas pela distância focal (mm) e a capacidade de abertura de
diafragma (f). A maioria das câmaras vem com lentes mais simples, que suprem a maioria das
necessidades fotográficas.

3. Composição
TIPIFICAÇÃO DE PLANOS, DURAÇÃO E INTENCIONALIDADE DA IMAGEM, CENA E
SEQUÊNCIA, INTERAÇÃO IMAGEM/SOM, COMPOSIÇÃO ÁUDIOVISUAL DA
SEQUÊNCIA.
O plano determina o tamanho dos personagens e objetos apresentados em cada quadro, tal como o
que veremos. A escolha do plano controla o que podemos saber de um tema numa certa cena e
também pode exercer um efeito poderoso sobre a nossa resposta emocional.

Podemos utilizar os seguintes termos e abreviaturas para os planos:


• Plano Geral (very long shot) P/G
• Plano Médio (long shot) P/M
• Plano Americano (mid shot) P/A
• Primeiro Plano (close-up) P/P
• Primeiríssimo Plano (big close-up) Pº/P
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• Plano Detalhe (extra-big close-up) P/D
• Plano Inicial (Stock Shot)
• Plano Sequência

PLANO GERAL
É o plano panorâmico da cena. O Plano Geral também pode ser utilizado para dar sentido de
isolamento colocando uma pequena figura humana numa vasta paisagem. O plano geral permite
a utilização como elemento de contraste com planos médios e primeiros planos dos elementos
nele incluídos, relaciona os personagens e quem os rodeia.

FOTO – KAI ZIEHL

PLANO MÉDIO
Inclui todas as características importantes de uma cena. Estabelece relações entre o tema e o meio
ambiente. São visíveis apenas gestos largos. Mostra a pessoa da cintura para cima, está entre o
plano geral e o close.

The Devil Wears Prada-David Franke

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PLANO AMERICANO
Revela expressões, mas não enfoca um tema. Estabelece inter-relação entre dois personagens,
mostra a pessoa do joelho para cima.

Casino-Martin Scorsese

PRIMEIRO PLANO
Concentra-se num rosto ou detalhe de uma cena. Revela o personagem e seus sentimentos.
Desempenha função mais emocional. O plano é cortado pouco abaixo das axilas. Permite por
exemplo imagens de alguém a fumar, cortando totalmente o ambiente em redor. Este tipo de
planos privilegia o que é transmitido pela expressão facial.

Amelie Poulain-Jean-Pierre Jeunet

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PRIMEIRÍSSIMO PLANO
Enquadra e enfoca uma parte do rosto do tema como os olhos, as mãos ou outro detalhe. Cria um
efeito de choque. Essencial para se alcançar a máxima intensidade dramática, apresenta nitidamente a
expressão do rosto e projeta as características do personagem e pode revelar pensamentos e o momento
interior do personagem.

Apocalypse-Now-Francis Ford Coppola

PLANO DETALHE
Enfoca um detalhe mínimo, muitas vezes de maneira que não se consegue reconhecer o objeto.
Cria um sentido de mistério e surpresa quando o tema é revelado. Plano de impacto visual e
emocional, mostrando uma parte essencial do assunto, as vezes criando uma imagem abstrata.

Amelie Poulain-Jean-Pierre Jeunet

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PLANO INICIAL
São planos que podem utilizar vários tipos de planos. Eles são usados para que o público possa
situar-se e compreender onde localiza-se a história ou a passagem do tempo no filme.

Amelie Poulain-Jean-Pierre Jeunet

PLANO SEQUÊNCIA
O plano sequência é um plano sem cortes. Segue uma sequência contínua, podendo ser executado
com a câmara na mão ou utilizando vários tipos de estabilizadores de imagem. O mais conhecido e
utilizado é o “Steadicam”.

PARTE 3 – RECOMENDAÇÕES FINAIS


A montra desempenha um papel fundamental não só em termos de comércio, como também, na
sociedade, pois participa na formação da paisagem da cidade, com significados próprios que suscitam
interpretações de leitura. É capaz de criar experiências ao consumidor, pela forma como a exposição e
promoção dos artigos é pensada e estudada. Com o seu poder de construção de encenações provoca
desejos e influencia comportamentos, através dos efeitos da emoção, cognição e estado fisiológico dos
consumidores. Constitui o primeiro contacto visual, responsável pela criação de uma primeira impressão,
o que poderá condicionar a atração em relação à loja. A montra permite não só transmitir a imagem da
loja, como também, gerar publicidade pelo simples anúncio de boca-a-boca, como resultado de uma
propagação não remunerada derivada de uma mensagem positiva passada de pessoa para pessoa.
Atualmente, apesar de existir uma maior preocupação em termos de vitrinismo dada as suas
potencialidades, alguns lojistas não dão o devido valor às vantagens que uma montra assume, devido à
falta de informação e planeamento, quer de poder económico para tal.
A utilização da fotografia e do vídeo permitiu encontrar uma nova forma de comunicar. Uma imagem é
capaz de transmitir uma mensagem de forma rápida, objetiva e direta, através da estimulação das
nossas emoções, reforçando uma ideia e fazendo-a permanecer no nosso pensamento, fazendo com
que muitas vezes o consumidor procure a loja. A fotografia e o vídeo, são em muitos casos, a montra

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que criamos no setor online, nas redes socias, e na era digital. Se apresentarmos uma boa imagem do
produto que vendemos, iremos certamente atrair clientes ao nosso espaço físico, e conseguir ainda
clientes, que apesar de não serem da mesma zona geográfica ou país, poderão ter interesse no produto
e comprar. Mesmo quando não percebemos o conteúdo, somos capazes de compreender o seu
significado através de uma imagem, utilizando as nossas experiências e imaginação.

BIBLIOGRAFIA
§ CARROLL, H. Leia isto se quer tirar fotos incríveis, 2014

§ AFONSO, C. Arte de mostrar, decoração de espaços comerciais, ed. CECOA, 2000

§ ARNHEIM, R. Arte e perceção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002.

§ FREUD, Gisèle. La fotografia como documento social, tra: Josep Elias. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1976

§ CARVALHO, Augusto da Silva (1940). Subsídios para a História da introdução da fotografia em Portugal.
Lisboa: Academia das ciências de lisboa.

WEBGRAFIA
“A arte das vitrines por Gaston Louis Vuitton”: https://br.louisvuitton.com/por-br/articles/a-arte-das-vitrines-por-gaston-louis-vuitton
Introdução à fotografia digital: https://www.domestika.org/pt/courses/69-introducao-a-fotografia-digital

Adobe Color: https://color.adobe.com/pt/create/color-wheel

ANQ - Agência Nacional para a Qualificação: http://www.anq.gov.pt

CNQ - Catálogo Nacional de Qualificações: www.catalogo.anq.gov.pt

Filme fotográfico: https://www.infoescola.com/fotografia/filme-fotografico/

“Instituto português da fotografia”: https://ipf.pt/site/

“Fotografia para iniciantes: Descubra a sua câmara”: https://www.domestika.org/pt/courses/1987-fotografia-para-iniciantes-descubra-

sua-camera-digital

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