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Uso do Flash
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Uso do Flash
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender as ferramentas auxiliares no processo de construção e aproveitamento de luz
durante a fotografia em cenas variadas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Uso do Flash
Enquanto estiver estudando, a cada etapa, esteja sempre com seu equipamento
consigo e vá testando as mais diversas configurações, pois isso será de fundamental
auxílio enquanto você assimila a parte teórica.
Não somente técnica, mas também curiosidade e ousadia são fundamentais para con-
struir imagens únicas.
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objetos distantes). No entanto, o resultado mais convincente é obtido pelo
uso do binômio claro-escuro – a diferença tonal provocada pela gradação
da luz sobre os objetos. Escolhendo a direção da luz de forma a criar som-
bras, garantimos um jogo de claros e escuros que nos permite perceber o
volume dos objetos e a profundidade dos espaços. É importante destacar
que, quanto maior a variação tonal – diversidade de tons claros e escuros
presentes em uma cena –, melhor será a sensação de tridimensionalidade
da imagem, pois o cérebro terá mais informações para perceber, processar
e interpretar os efeitos de profundidade e volume.
Sendo assim, você já compreendeu que para regular a entrada de luz em seu
equipamento você pode:
1. Utilizar grandes aberturas, permitindo maior entrada de luz;
2. Reduzir a velocidade, expondo o sensor da câmera por mais tempo;
3. Elevar o ISO, ampliando a sensibilidade do sensor à luz ambiente.
Se, mesmo após testar essas configurações (seja em modo manual ou oções
da câmera em modos automáticos e semiautomáticos), não for possível fazer
uma foto de qualidade aceitável, é muito provável que o uso do flash seja uma
possível solução.
Lembre-se que nem sempre você terá uma objetiva de grande abertura, com
números f/1.4 ou f/2, ou, ainda, sua objetiva poderá já estar operando no limite
de eficiência do diafragma. Haverá, assim, momentos em que não será possível
trabalhar com velocidades muito baixas, devido ao risco de trepidações, como no
caso de fotografias de pessoas em movimentação constante. E mais: nem sempre
haverá condições de trabalhar com ISOs muito elevados, a ponto de perder a foto
devido ao alto índice de ruídos.
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UNIDADE Uso do Flash
O objetivo dessa imagem não era ver detalhes de cada parte do assunto, e sim
os contornos formados por esse tipo de iluminação. Por isso, nesse caso, o flash
é necessariamente dispensável, revelando-se assim apenas as silhuetas de cada
parte da cena.
Para que esses efeitos sejam usados a seu favor, é importante que você experimente
as possibilidades ofertadas por seu equipamento e como ele se comporta diante das
diferentes situações de luz, pois, a cada intensidade e direção do disparo, haverá
um diferente resultado de sombras:
Comparação entre a luz natural e iluminação de flash e seus diferentes tipos de difusão e sombra.
Explor
https://goo.gl/fhz82i
Explor
Use o flash a seu favor, projetando as sombras para reforçar a tridimensionalidade nas imagens.
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Tipos de Flash
Existem dois tipos de iluminação auxiliar: flash interno (built-in) e flash externo.
O primeiro tipo está dentro da câmera e dispara um feixe de luz na mesma direção
da lente. Já o flash externo é um equipamento à parte, para ser acoplado na parte
superior da câmera, ou usado sobre hastes em forma de tochas de iluminação. En-
quanto os flashs embutidos têm sua potência luminosa de menor alcance, os flashs
externos são capazes de alcançar maiores distâncias a serem iluminadas e são mais
previsíveis em seus resultados (GUIA CURSO BÁSICO DE FOTOGRAFIA, 2016).
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UNIDADE Uso do Flash
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Figura 5 – Iluminação circular de LED para câmeras de smartphones
A luz é projetada de forma linear, frontal, por isso alguns acessórios, como o
difusor, são de grande utilidade para espalhar a luz e reduzir um pouco o impacto
da iluminação dirigida a curta distância, suavizando a composição:
https://goo.gl/hYtXNY
Também é possível utilizar um cartão rebatedor que direcionará ainda mais a luz, mas
não a suavizará. As opções de controle desse tipo de flash serão vistas mais adiante.
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UNIDADE Uso do Flash
O flash dedicado também pode ser operado fora da câmera, através de um disparador
remoto que estabelece a conexão entre os equipamentos e ainda pode se comunicar
com outros flashs secundários chamados de slaves, ou escravos, que são acionados
após o sinal do flash mestre, ou principal (GUIA FOTOGRAFIA DIGITAL, 2016).
Flash dedicado (Nikon speedlight ou Canon speedlite) com disparador remoto acoplado à
Explor
sapata da câmera
https://goo.gl/cgAMRv
Mesmo os modelos de flash dedicado com menor alcance luminoso são capaza-
es de produzir bons efeitos se explorados de maneiras diversas, criando sombras e
volumes interessantes nas cenas:
Figura 6 – Sombras criadas por mudança de direção e uso de modificadores de luz do flash
Fonte: Caio Carvalho
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Como Utilizar o Flash?
Muitos profissionais e amantes da fotografia temem o flash e preferem não
utilizá-lo em virtude da iluminação muito impactante produzida por esses equipa-
mentos nos assuntos em curta distância. Isso acontece porque a carga de luz emi-
tida pelo flash possui ligação direta com o alcance dessa luz em relação ao assunto
a ser fotografado. Enquanto os flashs externos alcançam cerca de dez metros de
distância com boa cobertura, os flahs pop up limitam-se a distâncias de até quatro
metros (MIYAGUSKU, 2007).
Assim, a carga de iluminação emitida por seu flash (confundida muitas vezes com
potência) tem muito mais relação com o ambiente e a distância entre os assuntos a
serem fotografados do que com a “força” dessa luz em si. Por exemplo, se você de-
seja trabalhar fotografando assuntos próximos à câmera, de nada adiantará um flash
com indicativo elevado de número guia – que serão vistos mais adiante. Por isso,
ao trabalhar com flash, você precisará ficar atento não apenas à medição de carga
ofertada pelo equipamento como também em relação à distância e direção da luz.
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UNIDADE Uso do Flash
https://goo.gl/XYQuaU
Enquanto a distribuição de carga do flash externo pode ser realizada pelo modo
TTL ou através do modo manual, nos modelos de câmeras mais recentes, a potên-
cia no flash pop up é realizada apenas pelo modo TTL e sua correção pode ser rea-
lizada através do triângulo de exposição ou da compensação da exposição do flash.
Uma vez que a carga do flash é calculada de forma automática, você poderá
ajustar na câmera a compensação para fotos menos expostas ou mais expostas.
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Uso do Flash em Modo TTL Através do Triângulo de Exposição
O flash trabalha em conjunto com a absorção de luz pelo sensor. O papel do obtu-
rador é permitir a entrada de luz através de suas cortinas, chegando até o sensor de
forma a capturar mais ou menos luz no ambiente (leia-se: quanto menor a velocidade
do obturador, maior o tempo de exposição e, portanto, maior a captura de luz do
ambiente). Porém, o obturador não possui influência direta no resultado da luz do
flash sobre o assunto principal, que será iluminado após o disparo. A velocidade do
obturador terá influência sobre o ambiente, e não sobre o assunto principal.
Assim, o controle de força luminosa do flash não será medido pela velocidade do
obturador, e sim através da abertura do diafragma e da sensibilidade ISO. Quanto
maior a abertura, maior a incidência de luz e, portanto, menor a força luminosa
necessária para o disparo do flash. Nessa condição, quanto mais fechado o diafrag-
ma, menor a entrada de luz e, portanto, mais escuras as fotos resultantes. Com
relação ao ISO, quanto menor o número do ISO, menor o risco de granulações,
porém, mais escuras são as fotos produzidas.
O modo TTL é quem realiza o cruzamento de dados dessa medição para de-
terminar a carga necessária de luz sobre o assunto. Por isso, ao fotografar nesse
modo, você poderá ajustar seu equipamento para as configurações de sua preferên-
cia entre o ISO e a abertura do diafragma e, após os testes, verificar a necessidade
de alterar um desses dois pilares, além da possibilidade de compensar a exposição
do flash para fotos mais ou menos expostas (mais claras ou mais escuras).
Para testar o modo TTL de flash em sua câmera, tente realizar a experiância a
seguir: coloque um objeto próximo a uma superficie clara, de forma que ele seja
o assunto principal. Ajuste as confirgurações de ISO de sua câmera para 100 e a
velocidade do obturador em 1/200 seg. Posicione-se de forma a enquadrar o ob-
jeto por completo, independente da sua lente, e, em seguida, vá fotografando com
diferentes aberturas.
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UNIDADE Uso do Flash
Note que, assim como o modo manual de exposição sem flash, a foto mais
clara só pôde ser feita em ISO 100 devido à grande abertura em f/2. Perceba, na
imagem a seguir, que o ISO 200 já permite maior entrada de luz, revelando fotos
mais nítidas mesmo em aberturas menores:
Como último teste, experimente deixar fixos os valores do triângulo para variar
a compensação da exposição do flash em valores mais escuros ou mais claros:
Portanto, se você trabalhar com seu flash em modo TTL, poderá optar por uma
das diversas combinações testando o resultado à medida do que busca, até se acos-
tumar com todas as variáveis do triângulo e definir suas prioridades dentro dele.
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Leitura do Histograma
Você deve estar se perguntando por que usará o flash em modo manual uma
vez que o modo TTL faz toda a leitura, facilitando seu trabalho. Segundo Vernaglia
Jr. (s.d. , p. 5):
[...] o fato da câmera medir a luz refletida determina as características boas
e ruins do sistema TTL de medição e isto acontece pois existem objetos
ou cenas que refletem muita ou pouca luz conforme suas características
físicas. É fácil perceber que um objeto claro, como uma noiva vestida de
branco, reflete mais luz do que um noivo em seu terno preto. A mesma
lógica se aplica a qualquer objeto ou situação que apresente extremos
de reflexão de luz. O ponto fundamental é que temos cérebro e isso
nos faz capazes de compreender o que é claro ou escuro, brilhante ou
fosco, o mesmo não é válido para a câmera que por mais moderna que
seja não é capaz de distinguir o que está à sua frente, ela apenas reage
às quantidades de luz que chegam ao sistema de medição. Para que as
câmeras fossem capazes de interpretar a luz, foi embutido nelas um padrão
de medição, inicialmente uma tonalidade de cinza que reflete 18% da luz
que recebe, conhecido como cinza médio 18%. Hoje há nas câmeras
um leque de condições pré programadas com complexos algoritmos de
cálculo mas mesmo assim as câmeras ainda são incapazes de avaliar as
características de reflexão de objetos e por isso o que fugir dos padrões
acaba sempre por gerar um erro de exposição. Em resumo: se o objeto
for claro, como a noiva de vestido branco, a câmera não entenderá como
um algo branco mas sim com excesso de luz, orientando o fotógrafo a
utilizar uma combinação de diafragma e obturador que terminarão por
gerar uma fotografia escura, subexposta [...] toda vez que apontamos uma
câmera para algo que reflita muita ou pouca luz, a medição da câmera
sofrerá desvios tentando tornar o resultado mediano. Quando você
centraliza (costumo usar o termo “zerar” o fotômetro, ou seja, quando
ele não aponta necessidade de abrir ou fechar nenhuma regulagem) seu
fotômetro está obtendo um resultado que tende ao cinza médio, algo que
só é certo se o que for fotografado de fato for mediano.
Isso quer dizer que haverá situações onde a fotometria utilizada pelo sistema
TTL não será a mais eficaz e, nesse caso, você precisará definir qual a carga de luz
ideal para cada tipo de situação. Além disso, você também poderá utilizar a leitura
do histograma de sua câmera. A ferramenta é muito útil quando pensamos na
reflexão de luz externa sobre o monitor LCD que, muitas vezes, engana os olhos,
podendo gerar uma foto superexposta ou subexposta.
Saiba que:
[...] o histograma de luminosidade é a representação gráfica das tonalidades
presentes em uma fotografia. À esquerda temos as baixas luzes (partes
escuras), à direita as altas luzes (partes claras) e no centro os meios tons
(VERNAGLIA, s.d.).
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Figura 13 – Histograma apontando distribuição de brilho de forma
centralizada. Indicativo de equilíbrio entre áreas claras e escuras.
Fonte: Acervo do conteudista
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Figura 14 – Diferentes latitudes de exposição. O zero marca a exposição mediana, ideal. Os valores extremos
perdem informações que provavelmente não poderiam ser recuperadas nem mesmo por programas de edição.
Fonte: Vernaglia
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Enquanto no modo manual é pos-
sível ajustar a força luminosa (po-
tência) e o zoom, no modo TTL so-
mente o zoom pode ser ajustado.
Para compreender a imagem acima, entenda que, quanto mais distante o assunto
a ser iluminado, maior precisará ser a carga de luz do flash para esse alcance, ou
seja, se seu equipamento tiver uma intensidade mais fraca, você será obrigado a
fotografar apenas a curtas distâncias, para perder menos informações da imagem.
Na prática, significa que, a cada vez que você dobrar a distância entre o assunto e
a origem da luz, a carga dessa luz será reduzida em 4 vezes.
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UNIDADE Uso do Flash
objeto fosse iluminado. Para iluminar a distâncias mais curtas, use flash com carga
reduzida ou com menor alcance de frequência luminosa – o inverso é válido para
distâncias maiores.
Note que a tabela acima indica uma equação que deverá indicar qual a melhor
abertura para a carga de luz desejada, qual a melhor carga para a abertura desejada
ou qual a distância ideal entre objeto e flash, a partir do ajuste de abertura e carga
de luz escolhidos.
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Explor
Desvende o número guia do flash em https://youtu.be/zKle-LsQT3s
Zoom do Flash
De acordo com o Guia da fotografia Digital (2016), o zoom do flash é uma
ferramenta para ser utilizada de forma combinada com a distância focal escolhida
pelo fotógrafo. Essa ferramenta permite que o direcionamento da luz seja melhor
aproveitado e definido de forma mais dirigida ou mais aberta, “espalhada” para o
ambiente, de acordo com a objetiva trabalhada.
O zoom tem seu efeito de acordo com a distância focal, assim o flash irá variar
seu feixe de luz de acordo com o zom da objetiva. Para planos mais abertos,
zoom mais aberto; para planos mais fechados, zoom mais fechado. Dessa forma, é
possível direcionar a luz para que ela não se perca no ambiente após o disparo. O
zoom pode ser controlado tanto no mo modo manual como no modo TTL.
https://goo.gl/MQrYG7
Importante! Importante!
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Por isso, explorar os diferentes caminhos da fotografia é muito mais abrangente
do que ater-se ao conhecimento técnico. Na verdade, técnica e estética sobrevivem
lado a lado, para criar imagens únicas. O que vale é sua compreensaão do
equipamento para manipular os diversos recursos ofertados por ele e, ainda,
construir cenas que irão saltar aos olhos a partir do momento em que você disparar
o botão do obturador.
Importante! Importante!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Situações de uso do flash
https://goo.gl/zzuQLC
Vídeos
Controle da luz ambiente e flash
https://youtu.be/4OXZK6kijmk
Velocidade de sincronização do obturador e do flash
https://youtu.be/bhwmcS6Vm54
Segunda cortina de sincronização
https://youtu.be/eqRyhyk0vtI
Modos de disparo TTL, Manual e Multi
https://www.youtube.com/watch?v=dz6-QI5ActQ
Número guia na configuração do flash em modo manual
https://youtu.be/V3O3kQaAD60
Compreendendo o flash dedicado (passo a passo)
https://youtu.be/i34iG7fgY2g
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Referências
DEJEAN, Karen L. Técnicas e uso do flash. Relatório parcial de curso de
fotografia. Joinville: Focus escola de fotografia, 2017.
DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. 14. ed. São Paulo: Pa-
pirus, 2012.
FERNÁNDEZ, José A. Sem medo do Flash. Santa Catarina: iPhoto Editora, 2014.
RUSSO, Danilo. Iluminação: teoria e prática. Santa Catarina: iPhoto Editora, 2016.
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