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Disciplina:

Contabilidade Geral
(4 créditos - 80 horas)

Autor:
Isa Monteiro

Modalidade:
Educação a Distância

2010-02064
2 UCDB Virtual

Missão Salesiana de Mato Grosso


Universidade Católica Dom Bosco
Instituição Salesiana de Educação Superior

Chanceler: Pe. Lauro Takaki Shinohara


Reitor: Pe. José Marinoni
Pró-Reitora de Ensino e Desenvolvimento: Conceição A.
Galvez Butera
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori
Coordenadora Pedagógica: Prof. Blanca Martin Salvago

Direitos desta edição reservados à Editora UCDB


Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335
www.virtual.ucdb.br
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302
CEP 79117-900 Campo Grande - MS
www.ucdb.br

Monteiro, Isa
Curso Tecnológico: disciplina de Contabilidade Geral/ Isa
Monteiro. Campo Grande : UCDB, 2010.
92 p.

1. Contabilidade; 2. Demonstrações Contábeis; 3. Balanço


Patrimonial; 4. Demonstração de Resultado do Exercício.

0712
UCDB Virtual 3
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO

Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático
que norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico
do seu curso. Ele é frequentemente testado e atualizado, promovendo uma constante me-
lhora na qualidade deste material.

Elementos que integram o material

Plano de Ensino:
Ementa: trata-se de um resumo do conteúdo da disciplina.

Objetivo Geral: é o principal objetivo que o aluno deve atingir ao termo da dis-
ciplina.

Objetivos Específicos: são os objetivos que devem ser atingidos ao fim de cada
Unidade de conteúdo.

Conteúdo Programático: trata-se do conteúdo da disciplina apresentado de for-


ma estruturada.

Bibliografia Básica: são as três principais obras indicadas pelo professor conteu-
dista para aprofundamento do conteúdo. A obra que está marcada com um asterisco (*) é
o livro texto que o professor sugere como livro chave da disciplina.

Bibliografia Complementar: são obras indicadas que podem servir como apro-
fundamento de alguns pontos específicos do conteúdo.

Avaliação:
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para a
avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina.

Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar
a realização e envio das atividades virtuais. O prazo estipulado pelo professor é uma su-
gestão baseada na média dos alunos, você pode adequá-lo ao seu ritmo de estudo, nunca
ultrapassando o prazo máximo indicado pelo professor da disciplina. Não esqueça que
você não está sozinho, conte sempre com a ajuda do seu professor e da equipe de tutoria.

Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-


fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo.

Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões do professor con-


teudista para que você possa aprofundar no conteúdo estudado. Você irá perceber que a
maioria das leituras sugeridas são links da Internet. Por isso, é importante que você mescle
as leituras deste material com a navegação no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Atividades Virtuais: são atividades propostas que marcarão um ritmo no seu es-
tudo, assim como, estimularão sua interação com o professor e colegas. As datas de envio
das atividades encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem.
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Como tirar o máximo de proveito

Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Não se limite ao con-
teúdo aqui apresentado. Este material deve ser complementado com outros conteúdos e
com a interação com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:

· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramen-


tas de comunicação e informação que o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA põe à
sua disposição;
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas
audiovisuais, vídeo-aulas, exercícios, fórum de discussão, fórum permanente de cada uni-
dade, etc.;
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quan-
to a calendário, atividades, ferramentas da AVA, e outros;
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas
necessidades como estudante, organize o seu tempo, não espere o final do módulo ou do
semestre para começar a estudar e fazer as atividades, se necessário, solicite ajuda aos tu-
tores;
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza-
gem, contando com a ajuda e colaboração de todos, mas com a certeza de que o principal
envolvido deve ser sempre você.

Mascote Edmouse

Ao longo de todo o material, você terá como companheiro o Edmouse, persona-


gem criado pela equipe de produção e design e utilizado pelo professor conteudista para
expressar as indicações relacionadas aos aspectos didático-pedagógicos que envolvem cada
conteúdo ou atividade. Veja abaixo o significado das suas aparições.

Lembro de algo
parecido
Posição reflexão: utilizada em
situações em que você precisa
de um momento de reflexão
sobre algo específico, geral-
Posição normal: usado para sau- mente um destaque fundamen-
dações, ou alguma comunicação tal no conteúdo. Neste caso,
direta, assuntos em que o profes- leia o que está escrito no balão
sor queira destacar. específico para cada situação.

Posição atividade: utilizada em


situações de indicação de algu-
ma atividade (todos os tipos de Posição pare: utilizada em si-
atividades), fique atento para tuações em que você precisa
esta posição, geralmente as ati- parar para refletir sobre algo
vidades são avaliativas. específico.

Posição atenção: utilizada em


situações de destaque para as-
sunto ou comunicados impor-
tantes.
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A seguir, apresentamos o Plano de Ensino desta disciplina. É importante que
você conheça os objetivos que devem ser atingidos, a bibliografia proposta, os critérios
de avaliação, assim como o conteúdo que será desenvolvido ao longo dos estudos. Acom-
panhe!

Ementa
Noções Básicas de Contabilidade. Análise Patrimonial e Demonstrações Contábeis.
Balanço Patrimonial. Demonstrações de Resultado do Exercício

Objetivo Geral
Proporcionar domínio dos conhecimentos contábeis necessários à atividade do gestor,
por meio da interpretação da informação contábil, para auxiliá-lo na tomada de decisão.

Objetivos Específicos

UNIDADE 1
- Apresentar as noções básicas da contabilidade explicando os conceitos, o objeto e a
finalidade, identificando os seus usuários e suas bases legais, com o intuito de construir o
cenário em que a contabilidade se insere e se aplica.

UNIDADE 2
- Fazer com que o acadêmico perceba os reflexos da gestão no patrimônio da empresa, e
para isso são abordados conceitos de origens e aplicações de recursos, capitais de terceiros
e capitais próprios e formação do patrimônio por meio de Balanços Sucessivos.

UNIDADE 3
- Apresentar a estrutura do Balanço Patrimonial, proporcionando ao acadêmico condições
de interpretar as informações apresentadas nessa demonstração contábil.

UNIDADE 4
- Apresentar a estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício, permitindo ao
acadêmico o entendimento sobre o desempenho econômico por meio da análise da com-
posição do resultado da empresa.

Conteúdo Programático

UNIDADE 1: NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE............12


1.1 Contabilidade! E eu com isso?.......................................................................................... 12
1.2 Introdução à Contabilidade..............................................................................................13
1.3 Objeto e Finalidade da Contabilidade..............................................................................15
1.4 Relatórios Contábeis.............................................................................................................15
1.5 Usuários da Informação Contábil.....................................................................................16
1.6 Fundamentos Legais..............................................................................................................17

UNIDADE 2: ANÁLISE PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÕES


CONTÁBEIS............................................................20
2.1 Patrimônio............................................................................................................................. 20
2.2 Origem e Aplicação de Recursos......................................................................................22
2.3 Capital de Terceiros e Capital Próprio.........................................................................24
2.4 Balanços Sucessivos..............................................................................................................25
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UNIDADE 3: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..........................30


3.1 Balanço Patrimonial................................................................................................................30
3.2 Ativo..........................................................................................................................................33
3.3 Passivo e Patrimônio Líquido...............................................................................................50

UNIDADE 4: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO


EXERCÍCIO............................................................................62
4.1 Receita Bruta e Deduções.....................................................................................................63
4.2 Custos........................................................................................................................................65
4.3 Despesas....................................................................................................................................66
4.4 Provisão para Imposto de Renda e Participações...........................................................70
Atividades....................................................................................................................................76

Bibliografia Básica:

IUDÍCIBUS, Sérgio. et. al. Curso de Contabilidade para não contadores. São Paulo: Atlas,
2009.*
_____. Contabilidade Introdutória. São Paulo: Atlas, 2009.
LIMEIRA, André Luis. et. al. Contabilidade para Executivos. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
* Livro Texto (Livro adotado na disciplina)

Bibliografia Complementar:

ABREU, Ari Ferreira de. Fundamentos de Contabilidade: utilizando o Excel. São Paulo:
Saraiva, 2006.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. et al. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações: Aplicável às
Demais Sociedades. São Paulo: Atlas, 2007.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. São Paulo, Atlas, 2009.
PADOVEZE, Clóvis Luis. Manual de Contabilidade Básica. São Paulo:Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. São Paulo, Saraiva, 2005.
______. Contabilidade Geral Fácil. São Paulo, Saraiva, 2010.
SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de Contabilidade. São Paulo, Atlas, 2009.
SZUSTER, Natan. et al. Contabilidade Geral. Introdução a Contabilidade Societária. São Paulo.
Atlas, 2008.

Avaliação

A EAD-UCDB acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade


da avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc., acompanhando seu processo de
aprendizagem.
Para tanto, a EAD-UCDB adota um sistema de avaliação continuada: além das
provas no final de cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desem-
penho do aluno ao longo de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização
das atividades programadas para cada disciplina. Todo o processo será avaliado, pois a
aprendizagem é processual.
Se o aluno limita-se à realização da prova, não será possível interferir no processo
de aprendizagem em tempo de poder corrigir desvios, más interpretações, etc. Portanto,
participe de todas as atividades propostas, você só tem a ganhar!
Avaliação das atividades: para que possa se atingir o objetivo da avaliação forma-
tiva, é necessário que as atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se
pede e tentando sempre exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada
com a prática.
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As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de
cada disciplina, sendo que, as atividades enviadas fora do prazo serão aceitas nas seguintes
condições:
• As atividades enviadas 7 dias após o vencimento do prazo serão corrigidas com
a pontuação normal, isto é, sem penalização pelo atraso.
• Após os 7 dias, o professor aplicará um desconto de 50% sobre o valor da ati-
vidade.

Quando a ferramenta para a realização de uma atividade é o Fórum de Discussão,


quer dizer que se pretende que todos os envolvidos (alunos e professor) debatam algum
assunto do interesse da disciplina. Portanto, neste caso, não basta cada um submeter a
opinião dele ou o resultado da sua pesquisa (como seria feito usando, por exemplo, a fer-
ramenta Tarefas). Trata-se de promover uma discussão e o objetivo não será atingido sem
interagir com os outros participantes: dando sua opinião sobre as mensagens dos colegas,
rebatendo ideias, propondo outros pontos de vista, argumentando. Neste sentido, parti-
cipações do tipo “concordo”, “eu também acho”, etc. expressam uma opinião, mas não
argumentam, não apresentam criticamente um pensamento e, portanto, não acrescentam
muito ao debate.
Na avaliação deste tipo de atividades, o critério de avaliação não será a simples
participação, mas também qual o nível dessa participação:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO FÓRUM


Colocações não pertinentes ao conteúdo do
Nivel 0
debate.
Levantamento de questões, proposta de
discussões, expressão de acordo ou desacordo... Este
Nivel 1
tipo de participação representa pouco aprofundamento,
e, portanto, representaria uma participação periférica.
Contribuições críticas, que supõe leitura e reflexão
sobre as questões levantadas. Neste caso, já estamos
Nivel 2
diante de participações significativas que supõem maior
aprofundamento e nível de reflexão.
Contribuições de síntese dos conteúdos discutidos
em que o participante demonstre uma assimilação dos
conteúdos debatidos e associação de ideias. Este seria o
Nivel 3 nível de maior aprofundamento, pois supõe que o aluno
alcançou os objetivos traçados: através da discussão com
o professor e os colegas, chegar à síntese pessoal sobre
o tema.

No caso do fórum, no calendário aparecem duas datas: a data de início e a data


do término. A discussão deve acontecer entre as duas datas.

Critérios para composição da Média Semestral:

Para fazer a Média Semestral, leva-se em conta o desempenho atingido na avalia-


ção formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas diferentes atividades
virtuais e nas prova(s).
Antes do lançamento desta nota final, o professor divulgará a média provisória de
cada aluno, dando a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual
ou superior a 7,0 possam fazer a Prova Substitutiva (PS).
Após a PS, o professor já fará o lançamento definitivo da Média Semestral,
seguindo o procedimento abaixo:
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A prova presencial tem peso 7,0 e as atividades virtuais têm peso 3,0.
Portanto, para calcular a Média, procedimento é o seguinte:

1. Multiplica-se o somatório das atividades por 0,30;


2. Multiplica-se a média das notas das provas por 0,70.

Para termos a Média Semestral, somam-se os dois resultados anteriores,


ou seja:

MS = MP x 0, 7 + SA x 0,3
MS: Média Semestral
MP: Média das Provas
SA: Somatório das Atividades

Assim, se um aluno tirar 10 na(s) prova(s) e tiver 10 nas atividades:

MS = 10 x 0,7 + 10 x 0,3 = 7,0 + 3,0 = 10

Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda
poderá fazer o Exame. A média entre a nota do Exame e a Média Semestral deverá ser
igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.

FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES

O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu crono-
grama e tenha um controle de suas atividades:

Avaliação Prazo* Data de Envio**

ATIVIDADE 1.1
Ferramenta: Fórum

ATIVIDADE 1.2
Ferramenta Questionário

ATIVIDADE LIVRE 1.3


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE LIVRE 1.4


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 2.1
Ferramenta Tarefas

ATIVIDADE LIVRE 2.2


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 2.3
Ferramenta Questionário
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ATIVIDADE LIVRE 3.1


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 3.2
Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 3.3
Ferramenta Questionário

ATIVIDADE LIVRE 3.4


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE LIVRE 3.5


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 3.6
Ferramenta Tarefas

ATIVIDADE 4.1
Ferramenta Tarefas

ATIVIDADE LIVRE 4.2


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE LIVRE 4.3


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 4.4
Ferramenta Tarefas

ATIVIDADE 4.5
Ferramenta Tarefas

ATIVIDADE LIVRE 4.6


Ferramenta Questionário

ATIVIDADE 4.7
Ferramenta Questionário

* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.
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BOAS-VINDAS

Estimado acadêmico,
O estudo da ciência contábil é importante e imprescindível àquele
profissional que tem como objetivo atuar na gestão de um negócio, independente
da área específica. Essa ciência suporta os conceitos da gestão do patrimônio, e
você vai descobrir de uma forma muito simples e prática esses conceitos.
A contabilidade é um instrumento de gestão que quando bem utilizado
proporciona inúmeros benefícios ao gestor, pois controla, mensura e qualifica o
patrimônio apresentando o desempenho da entidade, além de auxiliar a tomada
de decisão dos gestores.
Aproveite essa disciplina que muito contribuirá em seu desenvolvimento
profissional!
Aproveite também todos os recursos colocados à sua disposição. Então
leia o material, assista às videoaulas, participe dos fóruns de discussão, faça as
atividades propostas e, sempre que precisar, entre em contato.
A equipe da UCDB Virtual trabalha para que você tenha um excelente
aprendizado, conte conosco!
UCDB Virtual 11

A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos


conhecimentos prévios que você já tem sobre o assunto que serão
desenvolvidos nesta disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não
será avaliado.
Antes de começarmos o estudo da disciplina, tente lembrar os
conceitos estudados em outras disciplinas.

1. Em sua atividade profissional, você se utiliza de alguma informação


contábil? Comente.
2. Você conhece ou já ouviu falar em Balanço Patrimonial e Demonstração
de Resultado do Exercício?
3. Para você, o que são Investimentos? Quais os seus Investimentos?
4. O que você entende por Depreciação? E sobre Lucro e Prejuízo?
5. Você acha que essa disciplina vai contribuir com seu desempenho
profissional? De que forma?

Submeta o pré-teste por meio da ferramenta Tarefas.


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UNIDADE 1: NOÇÕES OBJETIVO DA UNIDADE


BÁSICAS DE CONTABILIDA- Apresentar as noções básicas da contabi-
DE lidade explicando os conceitos, o objeto e
a finalidade, identificando os seus usuá-
rios e suas bases legais, com o intuito de
construir o cenário em que a contabilida-
de se insere e se aplica.

1.1 Contabilidade! E eu com isso?

Você tem TUDO a ver com isso!


Vou provar a você que a Contabilidade permeia nosso dia a dia, você vai
enxergar a contabilidade em cada piscar de olhos. Vejamos:
Provavelmente nesse exato momento você está com o material didático em
mãos ou à frente de um computador, ou as duas coisas. Isso é contabilidade! Mas
como? Muito simples! Para que o material chegasse até suas mãos, primeiro ele foi
escrito, então alguém prestou um serviço (nesse caso, eu) e alguém pagou por isso
(nesse caso, a universidade) e depois ele foi encaminhado a você em contrapartida
à prestação de serviços educacionais. Dessa forma temos uma movimentação de
recursos, recursos materiais e de capital.
Se movimentamos recursos, precisamos controlá-los e esse controle é
contabilidade. Puxa! Simples assim? Sim! Simples assim! A contabilidade controla
os recursos de uma pessoa, seja ela física ou jurídica. Sobre pessoa física ou jurídica
vamos tratar um pouco depois. Por enquanto basta perceber que “a contabilidade
é controle”.
A essa altura você deve estar se perguntando: “e por que eu tenho que
estudar contabilidade se eu não optei por ser contador”? E também reclamando:
“se eu quisesse estudar contabilidade faria o curso de ciências contábeis”. Calma...
vou explicar!
Vamos começar com os negócios e a tomada de decisão. Tem a ver com
o seu curso?
Quando utilizamos a expressão “negócios” temos a intenção de abranger
toda e qualquer organização que desenvolve uma atividade com o objetivo de gerar
riqueza.
Considerando que a contabilidade é um controle de recursos, podemos
entender que todo negócio que gera recursos precisa de controle. Dessa forma, a
gestão de negócios está diretamente ligada à contabilidade.
Outro item muito importante no dia a dia dos gestores é a tomada de
decisão. E isso ocorre todos os dias e várias vezes ao dia. Para que a tomada
de decisão ocorra, o gestor precisa estar muito bem informado, precisa ter em
mãos informações que traduzam a situação financeira e patrimonial da empresa,
informações que demonstrem o desempenho empresarial.
E adivinha: quem contribui para que os fatos ocorridos sejam transformados
em informações? A contabilidade!
Daí a necessidade de entender esse tema e compreender a relevância do
conteúdo que será abordado nessa disciplina, pois será de grande aplicação na
atuação profissional.
UCDB Virtual 13
Imagine-se gestor e analise a figura abaixo:

Ativo R$ Passivo R$

Ativo Circulante 577.630 Passivo Circulante 600.750

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante


Realizável a Longo Prazo 156.000 Exigível a Longo Prazo 313.610
Investimentos 123.000 Patrimônio Líquido
Imobilizado 310.000 Capital Social 220.000
Intangível 112.730 Reservas de Capital 60.000
Reservas de Lucros 85.000
(-) Ações em Tesouraria 0
Ajustes de Avaliação Patrimonial 0
Prejuízos Acumulados 0
Total 1.279.630 Total 1.279.630

Essa empresa é sólida? Seu grau de endividamento é suportável? Seu capital


de giro é suficiente? Você não sabe as respostas porque não entende de contabilidade,
mas isso vai mudar!

1.2 Introdução à Contabilidade

A contabilidade é uma ciência que nasceu com a civilização, pois surgiu da


necessidade de controle das transações ocorridas entre as pessoas e da variação de
seu patrimônio.
Segundo Abreu (2006), a contabilidade foi divulgada no século XV pelo
Frei Luca Paccioli por meio da publicação do método das partidas dobradas, que é
utilizado até os dias atuais.
Mas qual o conceito de contabilidade? O que isso significa? Apresentamos
a seguir várias definições de diferentes autores para melhor compreendermos o
assunto. Vejamos:

Quadro 1 – Conceito de Contabilidade

Conceito Fonte
A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração Iudícibus e
a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados Marion
econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e (2009)
sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que
contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.
A contabilidade é uma ciência social que tem por objeto o Ribeiro
patrimônio das entidades econômico-administrativas. Seu (2005)
objetivo principal é controlar o patrimônio das entidades, em
decorrência de suas variações.
A contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, Szuster
para poder informar, os aspectos quantitativos e qualitativos do (2007)
patrimônio de quaisquer entidades.

Então podemos entender que a contabilidade é a ciência que estuda e


controla o patrimônio, por meio da coleta de dados, do registro, da consolidação de
informações e da divulgação destas em relatórios, tendo como finalidade a produção
de subsídios para tomada de decisões.
14 UCDB Virtual
Vamos entender a aplicação desse conceito em nosso dia a dia. Vejamos:

• “Estuda e controla o patrimônio”: podemos entender que a


contabilidade analisa, examina, averigua, investiga o patrimônio. Logo o
objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Quanto ao “controle do
patrimônio”, entendemos que a contabilidade exerce o controle, domina
as transações, as movimentações, as variações ocorridas com o patrimônio.
Mas como ela exerce esse controle? Veja a seguir.
• “Por meio da coleta de dados, do registro”: coletar dados significa
dizer que a contabilidade busca, captura, recolhe todos os fatos ocorridos
na empresa que tenham sido transacionados por meio de documentos.
Depois, com base nesses documentos, a contabilidade registra. E essa
é uma fase muito importante: o registro! Imagine você a quantidade de
fatos que ocorrem diariamente em uma entidade!! Todos os dias têm
inúmeras variáveis de operações como compras, vendas, pagamentos,
recebimentos, devoluções, descontos, empréstimos entre outras. Nossa
mente é capaz de armazenar com precisão todas elas? Seria impossível e,
no mínimo, desgastante. Certo? E também desnecessário, pois podemos
registrar todos esses fatos. Assim temos a segurança dos dados e a sua
disponibilidade quando precisarmos. Então, a contabilidade é responsável
por esse registro.
• “Da consolidação de informações e da divulgação destas em
relatórios”: sobre a consolidação, podemos entender que a contabilidade
reúne, agrupa todos os registros de um determinado período. Ela sintetiza
esses registros e os apresenta por meio de relatórios. Então, a contabilidade
tem a missão de decifrar o enigma: “dados X informações”. Ela coleta
e registra os dados produzidos pela entidade, depois consolida, resume,
sintetiza e transforma esses dados em informações que são apresentadas,
divulgadas, relatadas. Mas, qual o objetivo dessa divulgação. A contabilidade
não poderia executar todas essas ações e ficar quietinha? Precisa mesmo
“espalhar” a notícia? Veja a seguir.
• “Tendo como finalidade a produção de subsídios para a tomada de
decisões”: Ela não poderia guardar para si tantas informações relevantes
e necessárias à tomada de decisões! A finalidade da contabilidade é
produzir informações com o fim de subsidiar a tomada de decisões. Então
ela só cumpre as etapas anteriores porque o que quer mesmo é divulgar
a informação. Quer mostrar, quer revelar, quer apresentar a situação
financeira e patrimonial e o desempenho da entidade. Ela quer contar para
alguém a situação e permitir a análise para tomada de decisões.

Pronto, agora leia novamente o conceito que apresentamos:

CONTABILIDADE

É a ciência que estuda e controla o patrimônio, por meio da coleta de dados,


do registro, da consolidação de informações e da divulgação destas em relatórios,
tendo como finalidade a produção de subsídios para a tomada de decisões.
UCDB Virtual 15
1.3 Objeto e Finalidade da Contabilidade

Se você leu atentamente o item anterior vai entender facilmente esse item.
O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Poderíamos dizer que
o alvo, ou o foco, da contabilidade é o patrimônio. Se quisermos dizer isso em
palavras mais simples, podemos dizer: a contabilidade só enxerga o patrimônio, só
tem olhos para ele. Podemos dizer, inclusive que a contabilidade é obcecada pelo
patrimônio. Mas quem é o patrimônio? Logo iremos conhecê-lo melhor.
Mas vamos falar agora sobre a finalidade da contabilidade. Ribeiro (2005)
define que a principal finalidade da contabilidade é fornecer informações de ordem
econômica e financeira sobre o patrimônio, para facilitar as tomadas de decisões
por parte de seus usuários.
A contabilidade tem a finalidade de divulgar informações sobre a situação
financeira e patrimonial e sobre o desempenho de uma entidade em um determinado
período. Ou seja, sua intenção, seu propósito, sua destinação é prover a administração
de informações que irão auxiliar, orientar e contribuir para a tomada de decisões.

1.4 Relatórios Contábeis

Já vimos que a contabilidade tem a finalidade de divulgar as informações


da entidade, mas de que forma ela faz essa divulgação? Por meio de relatórios.
Relatórios contábeis são informações relativas às finanças e ao desempenho da
entidade, apresentadas de forma ordenada e resumida.
É a apresentação das informações pertinentes a uma entidade em um
determinado período, referente à sua posição patrimonial, financeira e econômica.
É a divulgação de elementos como saldo em caixa, estoques, contas a receber,
endividamento, receitas, despesas, lucros, pagamentos e recebimentos, entre
outros.
Os relatórios contábeis são peças demonstrativas de informações necessárias
à tomada de decisões, elaboradas com base em critérios de confiabilidade,
compreensibilidade, comparabilidade e relevância.
Os relatórios contábeis, quando estruturados em conformidade com a
legislação societária são denominados de Demonstrações Contábeis: Balanço
Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações
do Patrimônio Líquido, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do
Valor Adicionado e Notas Explicativas.
Algumas entidades realizam a publicação de suas demonstrações contábeis
em obediência à legislação societária. Veja quadro abaixo:

Tipo de Sociedade Publicação Determinação Legal


Sociedades por Ações de Capital Aberto Sim Lei 6.404/76 alterada
11.638/07
Sociedade por Ações de Capital Fechado Sim Lei 6.404/76 alterada
11.638/07
Sociedades de Grande Porte Sim Lei 11.638/07
Sociedades de Pequeno e Médio Porte Não
16 UCDB Virtual
As demonstrações contábeis são analisadas pelos usuários da informação
contábil. Mas quem são esses usuários? Aprenderemos sobre eles no próximo
item.

1.5 Usuários da Informação Contábil

Já vimos que as informações contábeis são produzidas e apresentadas por


meio de relatórios que são utilizados como instrumento de gestão.
Aqueles que se utilizam dessas informações são denominados usuários da
informação contábil. São usuários da informação contábil todos aqueles que tenham
algum interesse nesse tipo de informação independente do fim a que se destinam.
Dessa forma podemos dizer que nós também somos usuários da contabilidade,
pois nesse momento temos interesse em conhecer uma demonstração contábil,
queremos estudar essa informação.
Assim também acontece no mercado. Os agentes de mercado se interessam
pela situação do outro. E os interesses são diversos, pois vai desde a necessidade de
conhecer a lucratividade do concorrente até a análise da capacidade de pagamento
quando da liberação de um crédito.
Vamos ilustrar melhor.
Você, pessoa física, procura uma instituição financeira com o propósito
de solicitar um financiamento de um imóvel. Muito provavelmente a instituição
financeira vai pedir que você apresente os 3 últimos comprovantes de renda ou sua
declaração de imposto de renda, acompanhados de comprovantes de faturas de
cartão e outras contas pagas, certo? Qual a intenção da entidade quando age dessa
forma? Analisar sua capacidade de pagamento e seu grau de endividamento. E com
a empresa? Acontece diferente? Não. Mas no caso da empresa, serão solicitadas as
suas demonstrações contábeis para que se proceda a essas análises. Dessa forma
podemos entender que as Instituições Financeiras compõem o grupo dos usuários
da informação contábil.
E seguindo esse raciocínio podemos relacionar muitos outros usuários:

• Fornecedores: querem conhecer a capacidade de pagamento do seu


cliente na concessão de uma venda a prazo. Imagine que você forneça uma
determinada matéria-prima a uma indústria com um prazo de 180 dias.
Muito provavelmente você terá interesse em conhecer a capacidade de
pagamento dessa empresa, não é mesmo?
• Clientes: analisam a saúde financeira da empresa fornecedora como
garantia de recebimento da compra efetuada. Além disso, ocorrem
situações em que o cliente tem a empresa analisada com único fornecedor
de determinado material. É muito interessante que seja avaliada a situação
patrimonial e financeira que garanta o cumprimento de contratos, você
concorda?
• Governo: interessado em conhecer a evolução dos segmentos de mercado.
Realiza pesquisa por meio das demonstrações contábeis.
• Sócios, Acionistas, Investidores, Administradores: acompanham o
desempenho da empresa por meio das demonstrações contábeis. Utilizam
essas informações como orientadoras no processo decisório. É com base
nessas informações que os gestores decidem comprar, vender, alugar,
trocar, pagar, cobrar e outras ações necessárias ao negócio.
• Sindicatos e Funcionários: utilizam a informação para a negociação de
UCDB Virtual 17
melhorias para a classe de trabalhadores como reajuste salarial, distribuição
de lucros, etc.
• Concorrentes: analisam comportamento dos concorrentes e do segmento
de mercado em que se encontram.

Lembrando que não se tem aqui a intenção de esgotar essa relação de


usuários, pois como já dito, todos os que se utilizam e se beneficiam das informações
contábeis são denominados de usuários da contabilidade. Veja a figura a seguir:

Fig. 1 – Fluxo da Informação Contábil

1.6 Fundamentos Legais

Esse item é muito importante na consolidação de nosso entendimento


sobre a contabilidade, pois a prática dessa ciência é amparada por leis, instruções e
normas e cabe ao gestor conhecer os fundamentos para poder compreender melhor
a informação e ter maior seguridade em relação à composição da mesma.
Começamos citando o Novo Código Civil que em seu artigo 1.179 declara
que as sociedades empresárias estão obrigadas à manutenção de escrituração
contábil, a elaboração de balanço patrimonial e apuração de resultado econômico.
Citamos ainda as Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, órgão
máximo da contabilidade no país, que regulamentam o tratamento contábil das
operações realizadas pelas entidades em diversos segmentos. A Resolução 563/83
e suas alterações orientam, de forma detalhada, a escrituração contábil, ou seja, os
registros contábeis dos atos e fatos administrativos das entidades.
Em 1976, foi promulgada a Lei das Sociedades por Ações. Essa Lei tem por
objetivo regulamentar os assuntos relacionados às sociedades anônimas no tocante
à constituição e manutenção dessas sociedades, bem como o tratamento contábil
aplicável às transações por estas realizadas. Essa lei é aplicada às demais sociedades
e tornou-se um referencial na prática contábil.
O Conselho Federal de Contabilidade contribui para a regulamentação
da contabilidade por meio dos princípios fundamentais de contabilidade que,
conforme descrito na Resolução CFC 1282/10, representam o núcleo central da
contabilidade, são as vigas-mestras de uma ciência. Essa mesma Resolução ainda
acrescenta que os princípios fundamentais de contabilidade são aplicáveis a todos
os patrimônios, independentemente das Entidades a que pertencem.
Dentre os Princípios Fundamentais de Contabilidade ressaltamos dois
imprescindíveis às entidades: Princípio da Entidade e Princípio da Competência.
Brevemente vamos comentar cada um deles, pois com certeza essa explanação vai
resultar em maior entendimento sobre o tratamento contábil.
Além desses textos-base, muitas entidades reguladoras de diversos segmentos
estabeleciam parâmetros contábeis para as empresas sob sua orientação. Com o
processo de convergência das normas contábeis brasileiras às normas internacionais
18 UCDB Virtual
e em razão da necessidade de centralização e uniformização da emissão destas, o
Conselho Federal de Contabilidade criou em 2005 o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis.
Esse órgão é composto por seis entidades:
• ABRASCA: Associação Brasileira das Companhias Abertas.
• APIMEC: Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do
Mercado de Capitais.
• BM&FBOVESPA: Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros.
• CFC: Conselho Federal de Contabilidade.
• FIPECAFI: Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras.
• IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

Além dessas entidades, ainda participam como entidades convidadas a


Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o Banco Central do Brasil - BACEN, a
Superintendência dos Seguros Privados - SUSEP, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil - SRFB, a Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN e a Confederação
Nacional da Indústria - CNI.

1.6.1 Princípios Fundamentais de Contabilidade

Agora vamos comentar dois princípios da contabilidade: Princípio da


Entidade e Princípio da Competência.
O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio de forma autônoma,
ou seja, o patrimônio da entidade não se confunde com o patrimônio dos sócios
participantes dessa entidade. Esse Princípio tem o objetivo de proteger o patrimônio,
resguardando-o das variações provocadas em decorrência de benefício próprio das
partes envolvidas na constituição da entidade, ou seja, os sócios. É comum dizer
que o patrimônio da pessoa física não se confunde com o patrimônio da pessoa
jurídica em atendimento ao Princípio da Entidade.
O Princípio da Competência reconhece as receitas e despesas quando
incorridas, independentemente da sua realização ou liquidação financeira. Em uma
linguagem mais simples, entendemos que as transações que afetam o resultado
(lucro ou prejuízo) gerado por uma entidade em um determinado período serão
registradas no momento de sua ocorrência, mesmo que o valor negociado não
tenha sido recebido ou pago.
Para ilustrar, admita que uma empresa tenha feito uma venda de mercadoria
e o cliente vai pagar a prazo. A primeira pergunta é: houve um fato que vai contribuir
para a geração de lucro? Sim. Então, pode-se afirmar que houve uma receita, certo?
Sim, mas não foi recebida efetivamente, pois foi negociada a prazo.
E agora? Reconheço o fato como uma receita? Sim. Atendendo ao Princípio
da Competência, reconheço a receita, mesmo que não tenha sido efetivamente
recebida. A receita já foi gerada, apenas não ocorreu realização financeira, porém
o direito ao recebimento já existe.
Talvez, lendo isso, você pode estar se questionando, até pode estar não
concordando e reclamando, mas acredite você vai mudar sua forma de enxergar
tudo isso.
Quem diz que só há despesas e receitas quando ocorre desembolso? Você
se alimenta em um restaurante e paga com cartão de crédito. Abastece o seu veículo
com requisição para pagar ao término da quinzena. Consome energia e água em
sua casa para pagar no fechamento da fatura no mês seguinte.
UCDB Virtual 19
Em todos esses exemplos ocorre a despesa e em nenhum deles ocorreu
o efetivo pagamento. Então, a pergunta é: a despesa é registrada no momento
do consumo e utilização ou no momento do pagamento? Resposta correta: no
momento do consumo e utilização, atendendo ao Princípio da Competência.

Antes de continuar seu estudo, realize as atividades 1.1, 1.2, 1.3


e 1.4.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Ari Ferreira de. Fundamentos de Contabilidade: utilizando o Excel. São Paulo:
Saraiva, 2006.
IUDÍCIBUS, Sérgio de.; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não
Contadores. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, 2005.
SZUSTER, Natan et.al. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 2007.
20 UCDB Virtual

UNIDADE 2: ANÁLISE PATRI- OBJETIVO DA UNIDADE


MONIAL E DEMONSTRAÇÕES Fazer com que o acadêmico perceba os
CONTÁBEIS reflexos da gestão no patrimônio da em-
presa, e para isso são abordados concei-
tos de origens e aplicações de recursos,
capitais de terceiros e capitais próprios e
formação do patrimônio por meio de Ba-
lanços Sucessivos.

2.1 Patrimônio

Estudamos na primeira unidade que o objeto de estudo da contabilidade


é o patrimônio de uma entidade. Então agora precisamos entender o que é o
patrimônio.
Responda você: Qual o seu patrimônio?
Essa pergunta provoca diversas reações. Alguns já começam a relacionar
tudo o que possuem, outros ficam em dúvida sobre quais elementos integram
o seu patrimônio e outros são diretos e manifestam não ter patrimônio. Mas se
analisarmos com calma, concluiremos que todos temos um patrimônio.
Quer ver? Então responda: Você tem um salário a receber no final do mês?
Você tem uma casa, apartamento ou terreno? Você tem um carro, moto, bicicleta?
Você tem aparelho celular, computador, televisor, livros? Você tem empréstimo
a receber de um amigo, vizinho ou cunhado? Você tem contas a pagar: água, luz
e telefone? Você tem que pagar algum empréstimo ou financiamento? Você tem
dinheiro em sua carteira ou em sua conta corrente? Você tem família, saúde, amor,
nome? Se você respondeu positivamente uma única vez você já declarou que tem
um patrimônio. Olha que incrível! Você tem um grande patrimônio e talvez nunca
tivesse se dado conta disso!
E é claro que agora você deve estar se perguntando: mas patrimônio não é
só casa, carro, dinheiro? E essas contas a pagar e a receber que foram demonstradas
como exemplo? Isso também é patrimônio?
É isso que entenderemos a partir de agora.

Padoveze (2009), nos ajuda a entender


patrimônio como o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma entidade.
Ribeiro (2009), confirma o conceito
verificado anteriormente, definindo
patrimônio como o conjunto de bens,
direitos e obrigações de uma pessoa,
avaliado em moeda.

Portanto, observe que o patrimônio também é composto por obrigações.


Para introduzir o assunto podemos dizer, de forma geral, que as obrigações
também fazem parte do patrimônio porque elas são as origens de recursos dos
bens que você possui. Mais adiante entenderemos o motivo dessa colocação
quando estivermos estudando capitais de terceiros e capitais próprios.
UCDB Virtual 21
Mas se temos bens e direitos, que analisamos de forma positiva, e temos
obrigações, que analisamos de forma negativa, podemos concluir que o resultado
dessa equação é a riqueza líquida, certo? Imagine: tenho um carro de R$ 50.000 que
foi integralmente financiado. Minha riqueza líquida é “zero”. Tenho um bem e uma
dívida do mesmo valor. A variação encontrada entre o total dos bens e direitos e o
total das obrigações é a riqueza líquida, também denominada Patrimônio Líquido.

Pergunta que não quer


calar:
COMO
DEMONSTRAR
O PATRIMÔNIO ?

Com a intenção de padronizar a apresentação do patrimônio, foi estabelecida


estrutura abaixo apresentada. Na unidade 3 estudaremos a apresentação do
patrimônio em conformidade com a legislação societário-contábil.

Como ilustração, observaremos o exemplo:


Uma pessoa tem carro, moto, casa, terrenos, iate, contas a receber, ações,
aplicações financeiras, dinheiro em caixa, etc. Apurou-se que o montante de bens
e diretos é de R$ 475.500,00. Em contrapartida, essa pessoa tem empréstimos
bancários, financiamentos, contas e impostos a pagar e outras obrigações no valor
total de R$ 420.000,00. Com essas informações, podemos apurar o seu patrimônio
líquido. Os bens e direitos de R$ 475.500,00 menos as obrigações de R$ 420.000,00
resultam em uma riqueza líquida de R$ 55.000,00.
A apresentação desse patrimônio seria:
22 UCDB Virtual
Vamos acrescentar mais um pouco de conteúdo. Apresentaremos os
elementos desse patrimônio de acordo com a linguagem contábil. Então esse
patrimônio será apresentado da seguinte forma:

Para concluir o raciocínio: o Ativo representa os bens e direitos e o Passivo


representa as obrigações. Estudaremos essa terminologia contábil na próxima
unidade.
Observe que os valores na coluna da direita coincidem com os valores da
esquerda. Não pense você que isso é o acaso, obra do destino. Nada disso. Tem
uma explicação muita interessante para essa coincidência. Vamos descobrir? Veja
a seguir.

2.2 Origens e Aplicação de Recursos

Você se lembra que na primeira unidade nós estudamos o conceito de


contabilidade e entendemos que contabilidade é controle da movimentação
dos recursos da entidade? Pois bem, como será que conseguimos aplicar esse
controle?
Muito simples. Por meio da aplicação do Método das Partidas Dobradas. O
Método das Partidas Dobradas, conforme exposto por Iudícibus (2009), consiste no
fato de que todo débito tem um crédito correspondente e vice-versa. Deixaremos
de lado a linguagem técnica-contábil convencional para traduzir o método da
seguinte forma: toda origem de recurso tem uma aplicação correspondente e vice-
versa.
E você vai conseguir enxergar o método acontecendo. Observe: quando
você compra sapatos em uma loja e paga à vista, há a recepção da mercadoria e em
contrapartida o pagamento. Ora, aconteceu a partida dobrada. Onde? Digamos
que o valor dos sapatos seja de R$ 100,00. Você dobra o registro do fato. Registra
duas vezes para garantir o controle. Identifica a origem do recurso em questão, R$
100,00 e declara a aplicação desse recurso: R$ 100,00. Qual a origem do recurso?
Seu bolso. Qual a aplicação do recurso? Os sapatos.
Vejamos outro exemplo: você vai ao supermercado e compra produtos
alimentícios. O pagamento é feito com o cartão da conta corrente à vista.
Novamente acontece a partida dobrada. Você leva os produtos e em contrapartida
faz o pagamento. Para garantir o controle do recurso você registra a origem e a
aplicação. Qual a origem do recurso? Sua conta corrente. Qual a aplicação do
recurso? Os produtos alimentícios.
Agora outro exemplo um pouco diferente. Você adquiriu um veículo
por meio de um financiamento no valor de R$ 45.000,00 (desconsidere juros).
Responda: qual a aplicação do recurso, ou seja, para onde foi o recurso (R$
45.000,00)? O recurso foi aplicado em um veículo. E a origem? De onde veio o
recurso de R$ 45.000,00? A origem do recurso é um financiamento.
UCDB Virtual 23
Pronto. Você acabou de aplicar o método das partidas dobradas. Isso é
contabilidade. Gostou? Simples, eficiente e o melhor, tudo sob controle.
Mas, voltando à ideia de patrimônio. Lembra da apresentação do patrimônio?
Como eu enxergo as aplicações de recursos no patrimônio? E onde estão as origens
dos recursos?
Primeiro vamos entender que o patrimônio é formado por origens e
aplicações de recursos. O início de uma empresa, geralmente, é por meio de
investimento de sócios. Então a origem da empresa é o recurso inicial dos sócios.
Dessa forma dizemos que os ingressos de recursos no patrimônio são origens. O
que fazemos com esses recursos, a destinação destes, são as aplicações.
Vejamos:

Podemos observar na figura apresentada que o Passivo e o Patrimônio


Líquido representam todas as origens de recursos na empresa, ou seja, todo recurso
que entra na empresa é por meio desses dois grupos. Por exemplo: recursos dos
sócios, financiamentos, empréstimos e fornecedores.
O Ativo representa todas as aplicações de recursos na empresa. Continuando
o raciocínio do parágrafo anterior, entendemos que se entra recurso na empresa,
esse recurso terá que ser aplicado em alguma coisa, em algum bem ou direito. Logo,
todos os recursos que ingressam na empresa têm uma aplicação correspondente.
Por exemplo: caixa, banco, veículos, mercadorias para revenda:
Veja o quadro abaixo:

Origem do Recurso Aplicação do Recurso


Recurso dos Sócios Caixa
Empréstimos Conta Bancária
Financiamentos Veículos
Fornecedores Mercadoria para revenda

Analisando esse quadro teríamos quatro fatos ocorridos na empresa:

• Os sócios investiram recurso na empresa em dinheiro.


• Contratação de empréstimo junto ao banco.
• Financiamento de veículos.
• Compra de mercadorias para revenda a prazo.

Em nenhuma dessas situações a empresa desembolsou recursos. E como


ela conseguiu o dinheiro em caixa, o dinheiro na conta corrente, o veículo e a
mercadoria? Ela conseguiu por meio da criação de recursos. A empresa gerou
recursos por meio dos sócios, das relações comerciais, da negociação com o banco,
etc.
24 UCDB Virtual
Dessa forma, concluímos que os recursos que entraram na empresa
foram originados por um Passivo ou Patrimônio Líquido. E esses recursos foram
aplicados no Ativo.
Nesse momento você deve estar se perguntando: o que é Ativo? O que é
Passivo? E o que é Patrimônio Líquido? Esses termos contábeis serão explicados
na unidade 3 que trata de Balanço Patrimonial.
Nessa unidade basta entendermos onde são apresentadas as origens
e aplicações de recursos em uma empresa. Basta aprendermos a identificar as
origens e aplicações de recursos no Balanço Patrimonial. Para completar esse
assunto precisamos entender a classificação das origens de recursos e para isso leia
o próximo item.

2.3 Capital de Terceiros e Capital Próprio

As origens de recursos na empresa são classificadas em Capital de Terceiros


e Capital Próprio. A nomenclatura utilizada na classificação nos ajuda a interpretar
o seu significado.
Analise a figura abaixo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ORIGENS DE RECURSOS
APLICAÇÕES DE RECURSOS

ATIVO PASSIVO

Capitais de
Terceiros

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capitais
Próprios

Fig. 2 – Esquema do Balanço Patrimonial

Observe que Capitais de Terceiros é o recurso apresentado no Passivo


e Capitais Próprios no Patrimônio Líquido. A partir de agora vamos entender o
significado de cada um desses termos.
Quando lemos “capitais de terceiros” somos induzidos a pensar em recursos
de outro, de alguém, de um terceiro qualquer, concorda? E é isso mesmo.
Imagine a seguinte situação: você (empresa) precisa adquirir produto para
ser revendido, mas infelizmente não tem recurso no caixa. Então negocia com
o fornecedor do produto para comprar e pagar a prazo. O fornecedor aceita a
condição e entrega o produto. Perceba que você (empresa) recebe a mercadoria
sem precisar desembolsar nada. Continuando o raciocínio, você aplicou recursos
no estoque, e lembrando que toda aplicação tem uma origem, a pergunta é: de
onde veio o recurso que entrou no seu estoque? Qual a origem desse recurso?
Respondendo a questão teríamos: o recurso que você aplicou no estoque veio do
fornecedor. O seu fornecedor está te financiando, ou seja, está te dando suporte
financeiro. Você vai devolver a ele o recurso em forma de dinheiro na data do
vencimento da fatura, no pagamento, na liquidação da dívida. Dessa forma
UCDB Virtual 25
podemos dizer que você está se utilizando de um capital de terceiros, pois o recurso
não é seu nem da empresa, é do fornecedor.
Então capitais de terceiros são os recursos que entram na empresa, são
utilizados durante um período e, na data estabelecida, são devolvidos aos seus
“donos”. Em outras palavras, dizemos que capitais de terceiros são as obrigações
expressas em termos monetários que a empresa terá que liquidar em uma determinada
data e que são classificadas no grupo do Passivo.

Os capitais próprios são os recursos originados na empresa por meio dos


sócios ou gerados pela própria empresa. Vamos entender melhor: suponhamos que
você e mais dois amigos resolvem criar uma empresa e realizar o sonho de ter seu
próprio negócio. Acontece que esse novo negócio precisa de recursos para existir e
vocês decidem que cada um investirá na empresa o valor de R$ 15.000. O montante
de recursos no valor de R$ 45.000 é chamado de capital social, ou seja, recurso dos
sócios. Esse investimento dos sócios na empresa representa o capital próprio dela.
O capital próprio além de ser formado pelo recurso que os sócios aplicam
na empresa, também é o recurso gerado pela própria empresa. E qual é o recurso
que a empresa gera? Lucro.
A partir do recurso inicial investido na empresa (recurso dos sócios) esta vai
movimentar esses recursos em sua atividade operacional para fazê-lo render, não
é mesmo? Então esse “rendimento” gerado pela empresa é o lucro. E o lucro é o
resultado da gestão do recurso inicial dos sócios. Logo ele é capital próprio, tanto
por essa justificativa quanto por ter sido criado pela própria empresa.
Tanto o capital social quanto o lucro são capitais próprios e ambos
classificados no grupo de Patrimônio Líquido.

2.4 Balanços Sucessivos

A técnica de balanços sucessivos facilita a compreensão das variações


do patrimônio bem como do método das partidas dobradas (lembra?). O termo
“balanço” será estudado na unidade 3, por enquanto basta entendermos “balanço”
como equilíbrio.
Quando analisamos balanços sucessivos conseguimos perceber a
movimentação dos recursos na empresa, conseguimos enxergar o comportamento
do patrimônio e as origens e aplicações de recursos.
Teremos como base de análise a empresa Madagascar Ltda., uma empresa
revendedora de móveis. Essa empresa acabou de ser criada pelos Sócios Antoninho,
Frederico e Samantha e cada sócio investiu na empresa o valor de R$ 10.000,00 em
dinheiro.
26 UCDB Virtual
Observe que nesse primeiro momento ocorreu uma variação patrimonial.
Vamos identificar as origens e aplicações de recursos. Estamos tratando de um
recurso no valor de R$ 30.000,00 (montante dos três sócios). As perguntas que
sempre faremos são: de onde veio e para onde foi o recurso? A resposta é: o
recurso veio dos sócios e foi para o caixa da empresa.
E como demonstramos essa movimentação de recursos? Por meio da
apresentação do patrimônio. Veja:

Dessa forma identificamos que o recurso foi originado em capitais próprios,


recursos dos sócios, e aplicado no caixa.
A empresa Madagascar resolveu adquirir um veículo que será utilizado nas
entregas dos móveis vendidos. O veículo foi integralmente financiado no valor de
R$ 40.000,00 (desconsidere juros de financiamento). Vamos identificar as origens e
aplicações de recursos. Para onde foi o recurso de R$ 40.000,00? Qual a aplicação?
O recurso foi aplicado em veículos. Muito bem! E de onde veio esse recurso? Veio
de um financiamento, de uma obrigação, de uma dívida. Logo esse recurso é um
capital de terceiros, é um passivo. Vamos demonstrar:

Observe que houve um aumento no patrimônio da empresa, pois houve


um ingresso de recurso no valor de R$ 40.000,00. Esse recurso ingressou por meio
do passivo, por meio de capitais de terceiros, por meio de uma obrigação.
E também ocorreu um acréscimo no ativo, pois houve uma aplicação de
recurso em um veículo. Quanto aos itens anteriores permanecem inalterados.
Dessa forma identificamos a origem de recurso e a aplicação de recurso,
deixando clara a variação patrimonial.
A empresa precisa formar estoques para vender e gerar recursos. Foi
realizada uma compra de mercadorias para revenda no valor de R$ 20.000,00 com
pagamento à vista. A pergunta é: de onde veio o recurso? E também: para onde foi
o recurso? O recurso de R$ 20.000,00 veio do caixa e foi para o estoque. Então a
origem de recurso é o caixa e a aplicação de recurso é o estoque. Verifique:
UCDB Virtual 27

Observe que o saldo do caixa foi alterado. No balanço anterior era de R$


30.000,00 agora é de R$ 10.000,00, pois houve um desembolso para pagamento da
compra de mercadoria. Em contrapartida, houve um aumento no item estoques,
que até o balanço anterior não existia e a partir de agora recebeu uma aplicação de
recursos no valor de R$ 20.000,00. Assim fica demonstrada a origem e aplicação de
recursos.
Outro elemento interessante a ser analisado é que o total de Ativo e total de
Passivo + Patrimônio Líquido permaneceu inalterado. E sabe por quê? Porque não
houve ingresso de novos recursos na empresa, apenas movimentação de recursos
já existentes. O recurso que estava no caixa em forma de dinheiro foi transformado
em recurso em forma de estoque.
Vamos ver mais um exemplo. Agora a empresa Madagascar resolveu abrir
uma conta corrente no Banco América. O depósito inicial para abertura da conta
foi de R$ 3.000,00. Será que essa você já sabe responder? De onde veio o recurso
(origem)? Para onde foi o recurso (aplicação)? O recurso veio do caixa e foi para
conta corrente.
Houve alteração no patrimônio da empresa? Houve ingresso de recurso
vindo de capital próprio ou de capital de terceiros? Veja:

Não houve alteração quantitativa no patrimônio da empresa, apenas


alteração qualitativa. Não houve ingresso de recurso, observe passivo e patrimônio
líquido. O dinheiro em caixa foi depositado no banco, logo o total do patrimônio
permanece inalterado.
Agora, vamos imaginar que a empresa vendeu todo o estoque de R$ 20.000,00
por R$ 32.000,00 a prazo. Aqui começam a aparecer novos elementos. Primeiro
temos que responder aquelas perguntinhas mágicas: de onde veio (origem)? Para
onde foi (aplicação)?
28 UCDB Virtual
Vamos definir primeiro de quanto é o recurso que estou tratando. O recurso
a ser tratado é de R$ 32.000,00. É o valor da venda. De onde veio esse recurso?
A resposta é: uma parte veio do estoque (já estava lá) no valor de R$ 20.000,00 e
a outra parte veio do lucro. A outra parte à que me refiro é aquilo que a empresa
ganhou com a venda desse estoque. Vendeu por R$ 32.000,00 uma mercadoria que
custou R$ 20.000,00, logo o lucro foi de R$ 12.000,00, certo?
E para onde foram esses R$ 32.000,00? Lembrando que a venda foi a
prazo, foram para contas a receber, ou seja, a empresa está aplicando recurso em
seu cliente. Já entregou a mercadoria e ainda não recebeu. É uma aplicação de
recurso. Então vamos colocar isso no balanço para visualizar melhor:

Observações: 1) O saldo de estoque agora é zero, pois foi integralmente


vendido, logo integralmente entregue ao cliente. 2) O saldo de contas a receber
surgiu no valor de R$ 32.000,00 que representa aquilo que a empresa tem a receber
do cliente. 3) O saldo de Lucros é de R$ 12.000,00 que representa o ganho que a
empresa gerou com a venda do estoque. 4) O total do patrimônio modificou, pois
houve ingresso de recurso na empresa por meio do lucro gerado por esta. Só pra
relembrar: lucro é capital próprio, gerado pela própria empresa.
Só mais um exemplo para fecharmos a unidade: a empresa precisou
recompor o estoque, então fez uma compra a prazo no valor de R$ 10.000,00.
Novamente as perguntinhas: de onde veio o recurso (origem)? Para onde foi o
recurso (aplicação). Resposta: o recurso de R$ 10.000,00 veio de fornecedores e
foi para o estoque. Veja:

Observe que novamente houve alteração no patrimônio, pois houve


ingresso de recurso por meio de capitais de terceiros, por meio de fornecedores.
O Passivo aumentou em R$ 10.000,00 e o Ativo aumentou no mesmo valor, pois
houve aumento no estoque.
UCDB Virtual 29
Na próxima unidade estudaremos o conceito de Ativo, Passivo e Patrimônio
Líquido.

Antes de continuar seu estudo, realize as atividades 2.1, 2.2,


e 2.3.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não
Contadores. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, Clóvis Luis. Manual de Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, 2009.
30 UCDB Virtual

UNIDADE 3: DEMONSTRA-
OBJETIVO DA UNIDADE
ÇÕES CONTÁBEIS Apresentar a estrutura do Balanço Pa-
trimonial, proporcionando ao acadêmico
condições de interpretar as informações
apresentadas nessa demonstração con-
tábil.

Na próxima unidade estudaremos a Demonstração de Resultado do


Exercício. Nesta unidade, será abordado apenas o balanço patrimonial. Acompanhe
a seguir!

3.1 Balanço Patrimonial

Nessa unidade aprofundaremos no nosso conhecimento sobre Balanço


Patrimonial. Tentaremos compreender qual o conceito dessa demonstração contábil
e qual a sua estrutura. Mas antes de abordarmos esse assunto, são necessários
alguns comentários a respeito das demonstrações contábeis.
Vamos resgatar o assunto da unidade 1 onde falamos que as principais
demonstrações contábeis são: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,
a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Valor Adicionado e as
Notas Explicativas.
Segundo a Resolução 1.121/08 do Conselho Federal de Contabilidade, as
demonstrações contábeis têm o objetivo de fornecer informações sobre a posição
patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da
entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e
tomadas de decisões.
Para que essas demonstrações exerçam sua função de utilidade aos usuários
devem apresentar os seguintes atributos:

• Compreensibilidade: as informações devem ser apresentadas de forma


que sejam imediatamente entendidas por seus usuários, considerando que
estes tenham razoável conhecimento dos negócios e de contabilidade.
• Relevância: as informações devem ser relevantes às necessidades de
quem as utiliza, ou seja, podem influenciar, orientar e auxiliar o gestor na
avaliação, correção ou confirmação de suas decisões.
• Confiabilidade: as informações devem ser apresentadas livres de erros
ou vieses relevantes e retratarem fielmente o que se propõem apresentar.
• Comparabilidade: as informações devem ser passíveis de comparação
entre períodos e entre demonstrações de diferentes entidades, o que permite
maior compreensão sobre a evolução patrimonial e de desempenho e
também avaliação de sua posição em relação a outras entidades.

Já vimos nas unidades anteriores a figura do Balanço Patrimonial e, com


base nisso, conseguimos perceber que por meio dessa demonstração podemos
enxergar o patrimônio de uma entidade.
UCDB Virtual 31
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que apresenta a
situação financeira e patrimonial de uma entidade em um determinado momento.
Podemos dizer que o Balanço é a fotografia do patrimônio, pois reflete a posição
deste naquele exato momento, por isso é comum ouvirmos falar que o Balanço é
uma demonstração estática.
É por meio dessa demonstração que se torna possível a análise da composição
patrimonial da entidade, ou seja, qual a formação do patrimônio, quanto essa
entidade tem aplicado em bens e direitos e quanto ela tem de capitais de terceiros
e capitais próprios. Você se lembra dos conceitos de capitais de terceiros e capitais
próprios?
É composto por três grupos de informações os quais denominamos de
Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, sendo que, de forma breve, podemos defini-
los como aplicações de recursos em bens e direitos apresentados no Ativo, as
obrigações apresentadas no Passivo e o capital próprio apresentado no Patrimônio
Líquido.
O Balanço Patrimonial é considerado uma das principais peças contábeis
devido a sua relevância de informações e a sua contribuição no processo de decisões
da empresa. Além disso, é um meio que a empresa tem de exercer a transparência
de suas finanças e prestar contas aos seus usuários, como sócios, acionistas e
investidores. E para que todos entendam essa demonstração contábil, temos alguns
requisitos a serem seguidos para que haja padronização e maior compreensão.
Segundo Iudícibus (2009), os requisitos de apresentação do Balanço
Patrimonial são:

Quadro 4 – Elementos do Balanço Patrimonial

Cabeçalho O Balanço Patrimonial é composto de um cabeçalho em que


deve constar: denominação da empresa, título da demonstração
(BP) e a data de encerramento do balanço.
Corpo O corpo do Balanço é constituído por duas colunas: a da
esquerda que chamamos de Ativo e a da Direita que chamamos
de Passivo e Patrimônio Líquido.
Colunas Os valores de cada rubrica apresentada serão informados em
Comparativas colunas com valores correspondentes ao exercício anterior.
Redução de As demonstrações contábeis podem ser divulgadas com a
Dígitos eliminação de dígitos, desde que identificada no cabeçalho pela
expressão “em milhares” ou “em milhões”.
Fonte: Adptado de Iudícibus (2009)

Observe os balanços Patrimoniais publicados nos sites abaixo. Em todos é possível observar os
requisitos abordados anteriormente:

http://www.makro.com.br/upload/makro/pt/empresa/balanco_patrimonial/MAKRO_2009_
GZM.PDF
http://www.itautec.com.br/ifileexplorer/arquivo/ri/itr-dfp-ian/diario%20do%20comercio%20
2009.pdf
http://www.romi.com.br/fileadmin/Editores/Empresa/Investidores/Documentos/Relatorios/
BP_2009.pdf

O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil composta por três


grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
32 UCDB Virtual

Essa figura já nos é familiar, vamos estudar agora cada um desses grupos.
O objetivo do Balanço Patrimonial é divulgar informações relativas
ao patrimônio da entidade para auxiliar na tomada de decisão. Sendo assim, a
informação disponibilizada tem que ser organizada de tal forma que todos
os usuários desta a compreendam, e para isso se tem definido dois critérios:
agrupamento de contas e grau de liquidez. Esses critérios têm a intenção de facilitar
a compreensão da informação divulgada.
A Lei 6.404/76 é a Lei das Sociedades por Ações, e, em seu art. 178,
orienta que as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e análise da situação
financeira da companhia.
Imagine que eu peça a você que faça uma relação de todos os seus bens e
direitos e que apresente isso em um balanço. Rapidamente você atenderia. O seu
colega também faria e assim por diante. Todos iriam relacionar item a item do
patrimônio e atribuir valores.
Digamos que todos apresentem essa relação no fórum. Muito provavelmente
não haveria condições de análise nem de comparação, pois cada um faria a relação
com base em seu próprio critério. Você usaria um critério qualquer como ordem
alfabética, o colega usaria outro critério como maior valor, o outro usaria o critério
de menor valor e assim por diante. Nós não nos entenderíamos. Daí a necessidade
de ordem.
Se eu orientar que seja feita a relação de forma que os elementos de
mesmas características sejam apresentados em grupos e os elementos de maior
capacidade de conversão em moeda sejam os primeiros a serem relacionados,
então todos atenderiam e dessa forma teríamos condições de entender e analisar
as informações de patrimônio dos demais.
Assim é o Balanço Patrimonial. Organizado em grupos e em grau de
liquidez. Explicando cada um desses critérios temos:
• Agrupamento: os elementos patrimoniais de mesma natureza serão
apresentados agrupados. Então os valores relativos a dinheiro, como
dinheiro em caixa, dinheiro em banco, dinheiro em conta de aplicação
financeira, serão agrupados. Os elementos ligados a realizáveis como contas
a receber, duplicatas a receber, títulos a receber e clientes serão apresentados
em outro grupo. Os elementos referentes a bens mantidos para consumo
ou venda, apresentados em outro grupo, e assim por diante.
• Grau de Liquidez: mas qual o grupo que se apresenta primeiro? O
grupo que tiver maior grau de liquidez. E o que é Grau de Liquidez? Grau
de liquidez é a capacidade de um elemento patrimonial se converter em
moeda. Ou seja, se transformar em dinheiro, ser realizado financeiramente.
Analisando caixa, contas a receber e estoques, vamos perceber que o caixa
já é dinheiro, então será demonstrado primeiramente.
O grupo de contas a receber será realizado financeiramente antes do grupo
de estoques, e assim sucessivamente.
UCDB Virtual 33

Podemos acrescentar ainda o critério prazo: o prazo de realização (ativo) ou


de exigibilidade (passivo) de um determinado elemento patrimonial determina a sua
ordem de apresentação. Se eu tenho um valor a receber em longo prazo e um valor
a receber em curto prazo, vou demonstrar primeiro o de curto prazo depois o de
longo prazo. Mas como posso definir o prazo? Esse assunto será abordado ainda
nessa unidade, logo adiante.

3.2 Ativo

O grupo do Ativo representa as aplicações de recursos em bens e direitos


que serão realizados pela entidade em um determinado período. É formado por
dois subgrupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.
O Ativo Circulante representa aplicações de recursos em bens e direitos
que serão consumidos, vendidos, negociados ou recebidos em um curto espaço de
tempo, ou seja, serão realizados em um curto prazo.
A nomenclatura desse grupo nos ajuda a entendê-lo, pois o termo circulante
nos lembra movimento. E é isso mesmo. Os elementos do Ativo Circulante estão
em constante movimento, estão circulando, constantemente estão sendo renovados,
repostos, recebidos, consumidos, vendidos. Por isso estoque, caixa e contas a receber
são apresentados no Circulante.
Já o Ativo Não Circulante representa as aplicações de recursos em bens e
direitos que serão consumidos, vendidos, negociados ou recebidos em um longo
espaço de tempo, ou seja, serão realizados em um longo prazo.
O nome do grupo já nos leva a interpretar que ele tenha baixa liquidez,
pois é “não circulante”, ou seja, de baixo ou nulo movimento. Apresentam lentidão
de movimento, demoram a serem substituídos ou repostos, demoram a serem
recebidos ou vendidos. São itens como os veículos em uso, o prédio da empresa, a
participação societária em outra empresa, e assim por diante.
Vamos tratar especificamente de cada grupo e começaremos pelo Ativo
Circulante, obedecendo ao grau de liquidez.

3.2.1 Ativo Circulante

Nesse grupo são apresentadas as aplicações de recursos em bens e direitos


que a entidade irá realizar em curto prazo, ou seja, que a entidade tem intenção de
transformar em dinheiro até o término do exercício social seguinte ao encerramento
do balanço.
Agora precisamos falar de “exercício social”. O exercício social é o período
definido para apuração do resultado da empresa e conforme estabelecido na Lei
6.404/76, Lei das Sociedades por Ações, o exercício social terá duração de um
ano. Geralmente, esse período coincide com o ano civil, ocorrendo casos em que a
entidade opera com período diferente.
Considerando que a entidade determinou seu exercício social no período
de janeiro a dezembro, consideram-se curto prazo os realizáveis até o término do
exercício social seguinte, ou seja, dezembro do próximo ano.
Para ilustrar vamos traçar uma linha do tempo para a empresa X que encerra
seu exercício social em 31/12/2010. Os valores a realizar até o término do exercício
social seguinte ao encerramento do balanço, 31/12/2011, serão classificados como
circulante.
34 UCDB Virtual

Fig. 3 – Linha do tempo para uma empresa que encerra o exercício social
em 31/12/2010

O Ativo Circulante é composto por subgrupos, da seguinte forma:

Ativo Circulante
Disponível
Créditos
Estoques
Despesas do Exercício Seguinte

3.2.1.1 Disponível

Esse grupo também é conhecido como “Disponibilidades”. Representa os


recursos financeiros à disposição da entidade, ou seja, são aqueles recursos em que
a entidade pode fazer uso, quando necessário.
É o grupo de maior liquidez dentro do Ativo Circulante. Nesse grupo
encontraremos as seguintes contas: Caixa, Bancos e Aplicação Financeira de
Liquidez Imediata.
A conta Caixa representa o recurso em dinheiro disponível no caixa da
empresa. A conta Banco representa o saldo de recurso financeiro em depósito na
conta bancária. E a conta Aplicação representa o saldo de recurso mantido em
aplicação financeira.
Como você pode observar estão todos disponíveis.

Observe parte de um Balanço Patrimonial:

Fonte:http://migre.me/Vlhp

Observe que essa empresa apresenta um saldo de quatro bilhões, noventa


e sete milhões e vinte e sete mil reais, disponíveis financeiramente em dezembro
de 2009.
É essa a informação que você está aprendendo a interpretar. Quando
UCDB Virtual 35
observar um Balanço Patrimonial e identificar o grupo “Disponível”, você vai
interpretar que o saldo demonstrado se refere a recursos financeiros dos quais a
empresa pode “lançar mão”, pode utilizar imediatamente.
Esse saldo analisado será composto por caixa, contas correntes e aplicações
financeiras, não necessariamente todos ao mesmo tempo, pois poderá ser apenas
caixa ou apenas conta corrente. A composição depende da estratégia financeira da
empresa, mas você tem condições de entender que o saldo se refere a essas rubricas
e que é recurso disponível.

3.2.1.2 Créditos

Observe esse Balanço parcial e identifique o grupo de Créditos.

http:http://migre.me/Vlis
Nesse caso, o grupo de créditos é formado pela conta Clientes no valor de
quatrocentos e quatorze milhões, seiscentos e quarenta e cinco mil reais.
O grupo Créditos informa os valores referentes a recursos realizáveis no
curto prazo, ou seja, recursos que serão convertidos em dinheiro até o término
do ano seguinte. A conta Clientes é utilizada para demonstrar o saldo de contas a
receber oriundo de vendas ou serviços negociados a prazo. Ilustrando:
A sua empresa revende peças automotivas e realizou uma venda no valor
de R$ 5.200,00. Essa venda foi negociada a prazo com vencimento para 30 dias.
Nesse momento, você reconhece o saldo a receber, o direito de recebimento, e o
demonstra no Balanço Patrimonial por meio da conta de Clientes no grupo de
Créditos.
Mas o grupo de créditos é composto também pela rubrica “Outros
Créditos” que representa as aplicações de recursos em títulos e demais contas a
receber, geralmente não originados pela atividade principal da empresa: vendas e
prestação de serviços. São exemplos de outros créditos os impostos a recuperar,
adiantamentos a funcionários e empréstimos a receber.
Imagine que no dia 20 de um mês qualquer, o funcionário da fábrica solicitou
um “vale”, em outras palavras, um adiantamento. A concessão desse adiantamento
representa uma aplicação de recurso e consequentemente gera um saldo a ser
descontado do funcionário quando do fechamento da folha de pagamento.
Esse saldo a realizar será apresentado como Outros Créditos no subgrupo
Créditos no Ativo Circulante.
Constam ainda nesse grupo as contas redutoras de saldo. O que significa
contas redutoras? O nome indica redução. E é isso mesmo que ocorre.
As contas redutoras diminuem o saldo da conta em que se relacionam. O
objetivo dessas contas é provocar uma redução no grupo de Créditos e reduzir a
liquidez do Ativo.
36 UCDB Virtual
As contas redutoras de Créditos são: Provisão para Crédito de Liquidação
Duvidosa e Duplicatas Descontadas, ambas com objetivo de reduzirem liquidez.
Vamos entender cada conta, começando por Duplicatas Descontadas.
Primeiro iremos ilustrar para que você possa compreender melhor.
Observe a figura:

Fig. 4 – Duplicatas Descontadas

A empresa, geralmente por necessidade de capital de giro, envia as


duplicatas ao Banco que realizará o desconto. O valor da duplicata será liberado em
conta corrente, já deduzidos as taxas e juros respectivos. Então o banco aguarda
a quitação da duplicata pelo cliente, que será consequentemente a liquidação da
transação financeira entre a empresa e o banco. Agora responda: qual o impacto
dessa transação no patrimônio da empresa?
Se a empresa desconta duplicata é porque ela tem saldo de clientes a ser
recebido, então suponha que seja de R$ 40.000,00. A negociação com o Banco
provocou a realização de parte desse valor, e considerando que tenha sido de R$
10.000,00, o saldo a ser realizado é de R$ 30.000,00, pois os R$ 10.000,00 serão
recebidos do cliente, mas diretamente pelo banco. Perceba que há diferença entre
saldo a receber e saldo a realizar. Vamos observar.
Qual o saldo a receber do cliente, sob responsabilidade da empresa? E
quanto a empresa vai realizar financeiramente, ou seja, vai transformar em caixa?
As respostas são: o saldo a receber continua sendo R$ 40.000,00, pois a duplicata é
de direito e propriedade da empresa, tanto que, caso o cliente não liquide inclusive
o valor descontado junto ao banco, a empresa é responsável por essa quitação.
Mas o saldo a realizar é diferente de R$ 40.000,00, pois uma parte já se
transformou em dinheiro por meio da operação bancária de desconto de duplicatas,
então dizemos que o valor a realizar é de R$ 30.000,00, que é o saldo a receber de
clientes menos o saldo descontado de duplicatas. Daí o motivo da conta Duplicatas
Descontadas ser denominada redutora.
Outra conta redutora muito observada no Balanço Patrimonial é Provisão
para Crédito de Liquidação Duvidosa. Analisando o nome da conta entendemos
que representa uma estimativa (provisão) de créditos que muito provavelmente
não serão liquidados. É o reflexo da inadimplência no patrimônio.

Vamos imaginar que sua empresa tenha um “contas a receber” (Clientes)


de R$ 100.000,00. Você conseguirá receber integralmente esse valor? Muito
provavelmente não. Sendo assim a empresa se previne por meio de uma provisão
de perdas. E por que dizemos que é uma forma de prevenção?
Veja bem: quando a empresa analisa o Ativo, especificamente Créditos,
ela está considerando o valor apresentado nesse grupo como um valor realizável,
correto? Logo ela vai “contar” com esse valor para liquidar suas obrigações
UCDB Virtual 37
(Passivo), vai considerá-lo em seu fluxo de caixa. Agora, sabendo que esse valor, no
exemplo dado R$ 100.000,00, não será integralmente recebido, é interessante para
a empresa continuar contando com ele na análise de sua liquidez? Na análise de sua
capacidade de pagamento? A resposta é não. De jeito nenhum.
Então a empresa realiza uma análise do saldo dos seus clientes, avalia o
histórico de recebimentos do seu “contas a receber”, a idade de vencimento dos
saldos a receber, as condições em que as vendas do período foram realizadas se
com garantias ou não e com base nesse conjunto de informações apura o valor
adequado de constituição dessa provisão. Ou seja, apura o valor estimado de perdas
com realizáveis.
Essa estimativa denominada provisão é apresentada no Balanço Patrimonial
com a intenção de reduzir a liquidez do Ativo da empresa. Daí a justificativa de
serem chamadas de contas redutoras de saldo.
Veja esse exemplo em forma de Balanço Patrimonial:

Balanço Patrimonial antes da Provisão para Crédito de Liquidação


Duvidosa. (PCLD)
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Créditos R$ 100.000,00 Contas a Pagar R$ 95.000,00
(Obs.: desconsidere o fato do Balanço não estar completo, se atente apenas
para a análise da PCLD.)

Veja que antes da Provisão o Ativo é maior que o Passivo, logo a liquidez da
empresa é boa, pois o saldo a receber é maior que o saldo a pagar.
Considerando que, com base no estudo do “contas a receber”, a empresa
decidiu constituir provisão de R$ 10.000,00, estimando que perderá esse valor
em decorrência de créditos que se tornarão incobráveis, observe o novo Balanço
Patrimonial:

Balanço Patrimonial após a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa. (PCLD)


Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Créditos R$ 100.000,00 Contas a Pagar R$ 95.000,00
(-) PCLD (R$ 10.000,00)
Valor Líquido 90.000,00
(obs.: desconsidere o fato do Balanço não estar completo, se atente apenas
para a análise da PCLD.)

Preste atenção na liquidez da empresa. No Balanço anterior havia folga


financeira de R$ 5.000,00, agora há deficiência financeira.
Dessa forma a empresa tomará medidas de provimento de saldo
antecipadamente, pode programar seu fluxo de caixa e se antever aos possíveis
problemas de capital de giro.

3.2.1.3 Estoques

O grupo de estoques é definido pela NBC T 19.20 (Norma Brasileira de


38 UCDB Virtual
Contabilidade Técnica) da seguinte forma:

Estoques são ativos:


• mantidos para venda no curso normal dos negócios;
• em processo de produção para venda; ou
• na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no
processo de produção ou na prestação de serviços.

Entendemos que o grupo de estoques apresentado no Balanço Patrimonial


representa os valores aplicados em bens que têm por finalidade a venda ou o
consumo na atividade principal da entidade: industrialização, comercialização ou
prestação de serviços.
A empresa poderá ter estoque de mercadorias para revenda quando se
tratar de uma empresa do setor comercial ou poderá ter estoque de matéria-
prima quando se tratar de uma indústria. Se tratando de uma empresa prestadora
de serviços poderá ter estoque de materiais que serão consumidos nos serviços
prestados.
O grupo de estoques também poderá apresentar a rubrica “almoxarifado”
que representa os bens que serão consumidos pela própria empresa, como por
exemplo, os materiais de escritório e de limpeza.
Observe as informações abaixo disponibilizadas:

Fonte:http://migre.me/VliO

Essa empresa apresenta o saldo em Estoque no montante de noventa


e oito milhões setecentos e dez mil reais. O relatório de Notas Explicativas da
empresa Guararapes, disponível no referido link de acesso, apresenta a seguinte
composição do estoque:

Guararapes S.A. Milhares de Reais


Controladora
2009
Produtos acabados e mercadorias 19.099,00
para revenda
Produtos em elaboração 27.876,00
Matérias – primas 19.987,00
Materiais secundários e outros 24.551,00
Materiais em trânsito 7.197,00
Total 98.710,00

Vamos antecipar um assunto aqui, para que você se lembre dele na


unidade 4. É a apuração do custo da mercadoria vendida. Na referida unidade
vamos entender quando esse estoque apresentado no ativo passa a ser considerado
custos.
UCDB Virtual 39

3.2.1.4 Despesas do Exercício Seguinte

Os valores apresentados nesse grupo representam despesas contratadas,


pagas ou não, ainda não incorridas, ou seja, a empresa ainda não se beneficiou
dessa contratação.
Exemplo para você compreender melhor: você pagou um seguro. Esse
seguro em uma primeira análise seria uma despesa para você. A vigência desse
seguro é de 12 meses. Portanto, considerando uma data qualquer como maio, a
cobertura do seguro ocorrerá até abril do ano seguinte. Logo, o benefício do seguro
será de dez meses nesse ano e de quatro meses no ano seguinte.
Observe que você terá benefício também no ano seguinte, então a utilização
da cobertura do seguro será despesa do próximo ano. Daí a necessidade de reconhecer
como ativo e “realizar” essa aplicação de recurso, de forma proporcional à sua
utilização, por meio do reconhecimento da despesa no momento adequado.
Vamos ilustrar bem esse item. Ele é um pouquinho mais complexo que os
outros, não? Então vamos lá:
Continuando o raciocínio do seguro. Esse seguro foi contratado no valor de
R$ 1.200,00. Observe o quadro abaixo:

Todos os meses, conforme você se beneficia da cobertura do seguro, damos


baixa na conta do Ativo e transferimos o valor proporcional ao tempo total para
a conta de despesa. A despesa só é considerada incorrida quando utilizada ou
consumida.
No Balanço Patrimonial, quando identificamos saldo de Despesas de
Exercício Seguinte é porque ainda tem despesa contratada ou paga ainda não
utilizada. Ou seja, o saldo apresentado nesse subgrupo representa o benefício que
a empresa irá usufruir no ano seguinte. Outros exemplos de despesas de exercício
seguinte são: aluguéis pagos antecipadamente, assinatura de revista e jornais, TV
por assinatura.

Antes de continuar seu estudo, não deixe de realizar o exercício 1 (p.80)


e realize tambémas atividades 3.1 e 3.2.

3.2.2 Ativo Não Circulante

Ao contrário do Ativo Circulante, o Ativo Não Circulante, apresenta


baixíssima liquidez, pois a empresa tem a intenção de realizá-lo em longo prazo.
Nesse grupo são apresentadas as aplicações de recursos em bens e direitos
que apresentem expectativa de realização somente após o término do exercício
social seguinte à data de encerramento do Balanço.
40 UCDB Virtual
Veja novamente a figura:

Observe que os realizáveis após 31/12/2011, que é o término do exercício


seguinte, são classificados como Ativo Não Circulante.
O Ativo Não Circulante é composto pelos seguintes subgrupos:

Ativo Não Circulante


Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível

No quadro abaixo temos a visão sintética dos grupos do Balanço


Patrimonial:

Quadro 4 – Ativo Não Circulante

Realizável a Longo Os direitos realizáveis após o término do exercício


Prazo seguinte.
As participações permanentes em outras sociedades
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis
Investimentos no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da
empresa.
Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da
Imobilizado companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações
que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens.
Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos
Intangível destinados à manutenção da companhia ou
exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.
Fonte: artigo 179 da Lei das Sociedades por Ações.

Todos os subgrupos serão estudados e começaremos pelo Realizável a


Longo Prazo.

3.2.2.1 Realizável a Longo Prazo

O Realizável a Longo Prazo apresenta as aplicações de recursos em bens e


UCDB Virtual 41

direitos que possuem a expectativa de realização após o término do exercício social


seguinte à data de encerramento do Balanço.
As nomenclaturas utilizadas nesse subgrupo são as mesmas apresentadas
no Ativo Circulante e você vai compreender o motivo quando observar que a única
diferença é o prazo.
Esse subgrupo é composto por realizáveis como contas a receber,
investimentos temporários e despesas de exercícios seguintes. Lembrando que
todos são realizáveis após o término do exercício social seguinte.
E vamos aos exemplos para que você entenda um pouco mais sobre a questão
do prazo. Imagine que você tenha uma empresa de revenda de eletroeletrônicos e
encerra seu exercício social em 31/12/2010. Em maio de 2010 vendeu um aparelho
de TV de altíssima tecnologia por R$ 8.400,00. O seu cliente vai pagar em 24 parcelas
a partir de mês de junho/2010.
A pergunta é: qual o saldo a receber no longo prazo? Que valor será
apresentado no grupo de Ativo Não Circulante? E a resposta: será classificado no
Ativo Não Circulante o valor referente às parcelas que serão realizadas (recebidas)
após o término do exercício social seguinte ao encerramento do balanço.
Mas qual a data de encerramento mesmo? É 31/12/2010. Ah... Então o
término do exercício seguinte será 31/12/2011, logo o que se realizar após essa
data será classificado no grupo de Ativo Não Circulante.

Vejamos em números:

Então o Ativo no Balanço Patrimonial dessa empresa será apresentado da


seguinte forma:

Ativo
Ativo Circulante
Clientes R$ 6.650,00
Ativo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Clientes R$ 1.750,00

Outro exemplo. A empresa Comanda Vendas Ltda. apresentava saldo de


clientes no valor de R$ 50.000,00 em 31/12/2010. Esse valor seria recebido em
15/10/2014. Como ficaria a apresentação do Ativo no Balanço Patrimonial?
Vamos pensar. Primeiro item a ser analisado: qual o encerramento do
exercício social? Esse exercício se encerra em 31/12/2010. Então serão classificados
como “Circulante” todos os realizáveis até o término do exercício social seguinte
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que será 31/12/2011. E, nesse caso, não há nenhum valor a ser recebido dentro
desse período. E quando a empresa receberá esse crédito? Em outubro de 2014,
ou seja, após o término do exercício social seguinte (31/12/2011). Então todo o
valor de R$ 50.000,00 é um realizável a longo prazo.
Vejamos o Balanço Patrimonial apresentado de forma parcial apenas com
o grupo do Ativo:

Ativo
Ativo Circulante
Clientes 0,00
Ativo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Clientes R$ 50.000,00

3.2.2.2 Investimentos

Segundo a Lei das Sociedades por Ações, as participações permanentes


em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia
ou da empresa, são classificados como “Investimentos” no grupo de Ativo Não
Circulante.
Para entender melhor o que esse grupo representa, precisamos
primeiramente nos desprender da nossa ideia cotidiana de investimentos. No nosso
dia a dia, quase todos os nossos gastos são denominados de investimentos. Quando
o amigo compra um carro novo nos diz: “viu meu novo investimento?”, quando
o empresário vizinho compra mais máquinas, dizemos: “Fulano está investindo
pesado em maquinário”, quando pagamos a faculdade pensamos orgulhosos:
“estou investindo em meu futuro” e além desses teríamos uma relação enorme de
“investimentos” no nosso dia a dia.
Mas, contabilmente, a ideia é outra e para entendermos isso temos que
observar as seguintes situações:
1) São aplicações de recursos não classificáveis no Circulante: isso significa
que essas aplicações de recursos não são temporárias e sim permanentes.
2) Não se destinam à manutenção da atividade da empresa: isso significa
que a empresa não depende desse investimento para sobreviver. É um “plus” para
a empresa, mas não essencial.
Essas duas características nos ajudam a compreender se determinada
aplicação de recurso pode ou não ser classificada como Investimentos.
Ilustrando: A Cia. $empre $obra é uma indústria do setor têxtil.

A Cia. adquiriu 40% da empresa Cu$ta Pouco Ltda. analisando que seria
um bom negócio e uma oportunidade para diversificar suas atividades. Pagou pela
aquisição da participação societária o equivalente a R$ 250.000,00.
UCDB Virtual 43
Depois de algum tempo, a Cia $empre $obra decidiu que compraria um
terreno próximo ao novo loteamento de luxo que estava sendo lançado considerando
que seria um ótimo lugar para futuramente construir sua nova sede. Pagou R$
100.000,00 pelo terreno.
Ainda preocupada com a sobra de caixa que apresentava, decidiu adquirir
uma tela assinada por um grande pintor impressionista no valor de R$ 700.000,00.
Ainda não satisfeita adquiriu algumas salas no Office Plaza Business Center,
no valor de R$ 400.000,00 que serão futuramente alugadas.
Quanto investimento! Não é mesmo? Todos esses recursos serão
apresentados no Ativo Não Circulante subgrupo de Investimentos, pois todos
têm natureza de investimento permanente e não estão ligados à manutenção da
atividade da empresa.
Primeiro vamos lembrar que se trata de uma indústria do setor têxtil. Ela
precisa do terreno? Ainda não. E da obra de arte? Também não. E da participação
societária? Não, porque a atividade operacional dela não é comprar e vender empresas.
E das salas comerciais para locação? Também não. Portanto a apresentação de seu
Ativo será assim:

Ativo
Ativo Não Circulante
Investimentos
Participações Societárias R$ 250.000,00
Terrenos p/futuras instalações R$ 100.000,00
Obras de Arte R$ 700.000,00
Imóveis para Renda R$ 400.000,00

Observe abaixo o Balanço Patrimonial parcial apresentado:

Fonte: http://bit.ly/aeVGzF

Essa Cia. apresenta um saldo de dois bilhões cento e cinquenta milhões e


quarenta e sete mil reais de investimento em participações societárias.

3.2.2.3 Imobilizado

Esse grupo tem um nome forte que nos lembra algo que não se movimenta,
privado de mobilidade, retido, paralisado. Mas quem é o sujeito que se encontra
nessas condições? O recurso financeiro ali investido.
Você vai entender por que.
Entenda: você comprou um carro à vista. Logo você tem um veículo. E
também um desembolso. O recurso financeiro que estava disponível foi aplicado
em um veículo. Esse recurso está imobilizado na forma de um veículo.
44 UCDB Virtual

Tudo bem que o veículo tem movimento, circula, se movimenta, mas é


o veículo e não o recurso nele aplicado. Podemos dizer que a liquidez é muito
baixa ou até nula, pois imagine que de uma hora para outra você precise do
recurso financeiro, qual a liquidez que esse bem tem? Você consegue vendê-lo
rapidamente? E mais, você pode se desfazer dele? Muito provavelmente não, pois
você o adquiriu para uso, e sua venda ou produção depende dele. É nesse sentido
que trataremos a ideia de “imobilizado”.
Esse grupo tem algumas características muito claras que nos ajudam a
identificá-lo:
• Tangível: aplicações de recursos em direitos que tenham por objeto bens
corpóreos, ou seja, bens que podem ser tocados. É o mesmo que bens
materiais ou tangíveis. Os elementos componentes do imobilizado são
tangíveis.
• Para uso: os bens são consumidos na manutenção das atividades da
empresa. A empresa não tem intenção de venda desses bens. Esses bens
são adquiridos e mantidos com o objetivo de utilização nas atividades
operacionais da empresa.
• Vida útil longa: a empresa espera utilizá-los por mais de um período.
Podemos entender que esse bem beneficiará a empresa, geralmente, por
mais de um ano.

Dessa forma poderíamos em poucos instantes enumerar vários itens que


receberiam a classificação de imobilizado. Imagine agora nesse instante a empresa
em que atua. Pense em cada bem que a empresa possui. Ela tem veículos?
Esses veículos atendem às características de imobilizado? Provavelmente a
empresa também tenha computadores, certo? E também tenha móveis de escritório,
máquinas na fábrica, prédios, e outros bens. Pronto. Esse é o imobilizado de sua
empresa.
Se quiser saber quanto a empresa tem aplicado em bens corpóreos
utilizados na manutenção de suas atividades, basta verificar o Balanço Patrimonial
especificamente a rubrica “Imobilizado” no Ativo Não Circulante.
Você pode desenvolver esse mesmo raciocínio em suas finanças pessoais.
Você tem veículos? Casa? Aparelho celular? Terrenos? Computadores? Consegue
atribuir valor? Então, esse valor aplicado nesses bens representa recurso imobilizado.
Divertido isso, não? E muito interessante também!
E então, depois disso tudo, você dirá: “mas professora, nada disso é meu.
Tenho a posse e não tenho a propriedade. A maioria dos meus bens é arrendada
(leasing)”. E é essa a novidade! Até pouco tempo atrás eram classificados como
Imobilizado apenas os bens sobre os quais a empresa tivesse a propriedade.
Após as mudanças trazidas pela Lei 11.638/07, podem ser classificados
como Imobilizado também os bens sobre os quais a empresa tenha os benefícios,
riscos e controle, mesmo que não tenha a propriedade. Interessante, não?
Então vamos fixar esse assunto da seguinte forma: os bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle são classificados no grupo do Imobilizado.
UCDB Virtual 45

Fonte: http://bit.ly/cIZ5lz

O Grupo de Imobilizado dessa empresa totaliza oito bilhões, cento e trinta


e quatro milhões e vinte e oito mil reais. Esse grupo é composto por equipamentos
de voos (inclusive os arrendados), terrenos e edifícios, computadores e periféricos,
máquinas e equipamentos, benfeitorias em imóveis de terceiros, móveis e veículos.
Essas informações foram disponibilizadas em Notas Explicativas e estão disponíveis
no mesmo link de acesso do Balanço Patrimonial.

3.2.2.4 Intangível

Qual o bem mais precioso que temos? As respostas serão muitas. Alguns
dirão: a vida! Outros dirão: a saúde. E teremos uma lista na qual constará o amor,
a fé, a família, a amizade e assim por diante. E o seu nome? É um bem que você
possui?
Outra pergunta: desses bens relacionados acima, quais você pode tocar?
Nenhum. São incorpóreos, imateriais, intangíveis.

Agora façamos a mesma análise na empresa. A empresa possui bens


intangíveis que, embora tenham valor, não possam ser tocados? Quais?
A empresa tem uma marca? Clientela? Patentes? Direitos autorais? Franquias?
Todos esses itens patrimoniais são classificados como Intangíveis e demonstrados
no Balanço Patrimonial no grupo de Ativo Não Circulante.
Um item importante a ser considerado é que os elementos intangíveis
precisam atender à necessidade básica da informação contábil, devem ser passíveis
de mensuração em termos monetários, ou seja, tem que haver possibilidade de
valorização em bases confiáveis. Caso contrário, não serão objetos de tratamento
contábil.
A conceituação de intangível que vimos no art. 179 da Lei das S.A’s menciona
que o bem incorpóreo é destinado à manutenção da atividade da empresa. Esse é
um critério de classificação relevante na compreensão desse grupo, pois quando
estiver em análise um determinado bem intangível indagaremos qual a aplicação
desse bem na atividade da empresa.
Exemplificando teríamos: uma empresa adquire participação em outra
empresa. Essa participação é intangível, correto? Mas não poderá ser classificada
como tal. E você deve pensar: por que não? A resposta é simples. Porque a
participação, embora intangível, não se destina à manutenção da atividade da
empresa. Perceba: comprar participações em outras companhias não é a principal
atividade desta empresa, ela não necessita disso para se manter, a característica
maior é de investimento e não de um bem intangível.
46 UCDB Virtual

Outro exemplo: uma empresa compra a carteira de clientes da outra.


E agora? É intangível? Sim, clientela é intangível. Mas não seria investimento?
Não. Pois a empresa adquire carteira de cliente de outra para poder aumentar
suas vendas, não é mesmo? Logo essa aquisição está ligada à manutenção de sua
atividade. Então, se é um bem intangível, é passível de mensuração e está destinada
à manutenção da atividade da empresa, a classificação correta é no subgrupo de
Intangível no Ativo Não Circulante.
A Resolução CFC 1.139/08 orienta que um ativo intangível pode ser
identificado quando:

• for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,


transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com
um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de
uso pela entidade; ou
• resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente
de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros
direitos e obrigações.

Os gastos com propaganda, criação de marcas, desenvolvimento de


produtos, licenças de uso, aquisição de patentes, direitos autorais, franquias,
carteira de clientes, direitos de comercialização, e outros, são classificados como
Intangível.

3.2.2.5 Depreciação, Amortização e Exaustão

Vamos começar tratando dos conceitos que você tem de depreciação,


amortização e exaustão, e você vai perceber que não são os mesmos aplicados à
contabilidade.
Quando se ouve a palavra depreciação, talvez a primeira ideia que vem à
cabeça é a seguinte: carro novo quando sai da concessionária já deprecia 25%. Essa
frase é comumente usada para determinar perda de valor de mercado, pois o carro
novo fora da concessionária, mesmo sem nenhum quilômetro rodado, tem seu
valor de comercialização reduzido. Mas observe que a capacidade de benefícios
futuros do carro continua a mesma, o prejuízo é financeiro.
Outro conceito que temos presente é o da amortização. Geralmente utilizado
em liquidações de obrigações financeiras, como empréstimos e financiamentos,
em que o pagamento da referida parcela é uma amortização do saldo devedor.
E a exaustão, talvez menos comum, mas igualmente conhecida. Termo
utilizado para representar esgotamento, muito utilizado em notícias ligadas a grandes
rotinas de trabalho, como “funcionários de tal atividade sofreram exaustão”. Ou
então, estudar contabilidade deixa qualquer um exausto.
Mas, como eu disse, nenhum desses conceitos é base para a contabilidade,
portanto esqueça-os por um período para que possa compreender melhor a
aplicação do conceito na contabilidade.
A partir de agora abordaremos cada um desses conceitos, mas antes vale
ressaltar um ponto importante: bens tangíveis e intangíveis têm vida útil, logo, essa
vida útil um dia acaba não é mesmo? E o que é vida útil?
Segundo a Resolução CFC n.º 1.177/09, vida útil representa a capacidade
do bem em gerar benefícios econômicos futuros.
UCDB Virtual 47
Essa capacidade pode ser medida da seguinte forma:
• Período de tempo em que a empresa intenciona utilizar o bem ou;
• Produção estimada a ser obtida pela utilização do bem.
Portanto a depreciação, amortização e exaustão terão por base a vida útil
do bem.
A depreciação, para fins contábeis, representa o desgaste, consumo ou perda
de utilidade de um bem tangível por uso, ação da natureza ou obsolescência.
O bem será consumido no processo produtivo ou na manutenção da
atividade da empresa durante sua vida útil. Logo, a alocação dos custos desse bem
será proporcional ao período em que a empresa foi beneficiada por seu uso no
decorrer de sua vida útil ou à produção obtida com sua utilização. Alocação de
custos significa dizer que a empresa reconhece o impacto do custo de aquisição
incorporando o resultado do período (lucro ou prejuízo). Afinal de contas foi o
consumo ou desgaste desse bem que contribuiu para a produção ou geração de
receita da empresa, não é mesmo?
Imagine que sua empresa adquiriu uma máquina para a fábrica. Até aqui
você já tem condições de classificar. E a classificação é Imobilizado, certo? Muito
bem.
Responda a pergunta: essa máquina está sendo consumida nesse processo?
A cada unidade produzida, a cada período utilizado, esse bem se desgasta, não é
mesmo? Esse consumo do bem é denominado contabilmente de depreciação. É o
reconhecimento da redução do valor do bem proporcional ao benefício gerado.
Outra situação: sua empresa adquiriu um veículo para utilizar na entrega
das vendas. Esse veículo tem uma vida útil estimada e no decorrer desse período irá
beneficiar a empresa por meio de sua utilização. Então, gradativamente, a redução
do valor da aquisição desse bem é reconhecida por meio da depreciação, ou seja,
do desgaste deste.
A pergunta que não quer calar: como é feita a apresentação dessa situação
no Balanço Patrimonial? A depreciação é uma conta redutora que integra o grupo
de Imobilizado. Observe que se trata de uma conta redutora, ou seja, uma conta que
causa impacto de redução no grupo. Observe:

Ativo Não Circulante Valor (*)


Imobilizado R$ 210.000
Máquinas R$ 200.000
Veículos R$ 40.000
(-) Depreciação R$ (30.000)
(*) Valores fictícios

Uma observação importante é que muitas vezes o grupo de Imobilizado


é apresentado por seu valor líquido, já deduzidas as contas redutoras e, para se
tomar conhecimento das práticas de depreciação, é necessária a leitura das Notas
Explicativas. (conteúdo abordado na unidade 1).
Vale lembrar ainda que o objeto da depreciação são os bens tangíveis
(corpóreos), com exceção da exploração de recursos minerais e florestais. Para
esses, o tratamento contábil é o da exaustão. E os bens intangíveis? Sobre esses
incide a amortização. Vejamos os próximos parágrafos.
Vamos falar um pouco sobre amortização, e para isso começaremos com
a definição dada no art. 183, § 2º da Lei 6.404/76:
48 UCDB Virtual

“A amortização é o reconhecimento da perda do valor do capital aplicado na


aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros
com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de
utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.”

A amortização é aplicada aos elementos do Imobilizado, quando se tratar


de direitos de exploração, e aos elementos do Intangível.
A amortização representa o impacto do custo de aquisição do direito de
exploração ou bens utilizados pela empresa durante período contratualmente
limitado, na composição do resultado de um determinado período. É o consumo
do direito. Vejamos em números para facilitar a compreensão:
Imagine que nossa empresa firmou contrato de locação, por um período de
20 anos, do prédio em que manterá suas instalações. Mas para que possa usufruir
do prédio, realiza algumas benfeitorias no imóvel. Vejamos a análise da situação:
• O imóvel é de um terceiro, a nossa empresa tem apenas o direito de uso
(locação);
• Os gastos com as benfeitorias incorporam o imóvel, mas o benefício é da
nossa empresa que usufruirá dele durante o prazo de locação;
• O valor do capital aplicado no bem, que tem prazo de utilização
contratualmente limitado, será objeto de amortização. Ou seja, conforme
usamos o imóvel, nos beneficiamos do valor investido neste, logo esse
valor será reduzido.

Observe o Balanço Patrimonial da empresa no primeiro ano:

Ativo Não Circulante Valor (*)


Imobilizado R$ 190.000
Benfeitorias em Imóveis de Terceiros R$ 200.000
(-) Amortização R$ (10.000)
* Valores fictícios

Agora o Balanço Patrimonial no segundo ano, e assim sucessivamente:

Ativo Não Circulante Valor (*)


Imobilizado R$ 180.000
Benfeitorias em Imóveis de Terceiros R$ 200.000
(-) Amortização R$ (20.000)
* Valores fictícios

A amortização vai se acumulando, até o 20º ano, quando observaremos


que o capital aplicado em benfeitorias foi totalmente absorvido na atividade da
empresa no decorrer do contrato de locação.
Outro exemplo que podemos comentar é a aquisição de direito de exploração
de marcas. Por exemplo, a nossa empresa adquiriu o direito de exploração da marca
“ASPAS” por um período de 5 anos, e pagou por isso o valor de R$ 500.000,00.
Primeira pergunta: qual a classificação adequada dessa transação no
Balanço Patrimonial? Segunda pergunta: qual será a amortização anual? E agora
as respostas:
UCDB Virtual 49
A aplicação de recurso na aquisição da exploração da marca será registrada
no Ativo Intangível. A amortização desse valor será calculada proporcional ao seu
período de exploração, ou seja, proporcional ao período em que nossa empresa
se beneficiará desse Intangível. Veja a apresentação da informação no Balanço
Patrimonial de nossa empresa no 1º ano:

Ativo Não Circulante Valor (*)


Intangível R$ 400.000
Direito de exploração da Marca R$ 500.000
“ASPAS”
(-) Amortização R$ (100.000)
* Valores fictícios

E para fechar esse assunto, vamos tratar da exaustão.


A Lei 6.404/76, no referido art. 183, orienta que a diminuição do valor do
ativo imobilizado será registrada como exaustão quando corresponder à perda do
valor decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto seja recursos minerais
ou florestais ou bens aplicados nessa exploração. Isso significa que os bens ligados
à exploração de recursos minerais ou florestais serão objeto de exaustão.
Nesse caso, mencionamos como exemplos a exploração de jazidas de
minério de ferro, petróleo, ouro, as florestas de eucalipto, plantação de cana-de-
açúcar, entre outros recursos minerais e florestais. Os custos de aquisição de direitos
de exploração ou de formação desses recursos serão gradativamente distribuídos
no decorrer do período de sua extração. Ou seja, se a jazida de minério de ferro
tem uma expectativa de extração de recurso de 40 anos, o valor pago por esta será
alocado proporcional aos 40 anos. Se uma floresta de eucalipto tem uma expectativa
de produção de 10 anos, o custo de formação desta será alocado proporcional aos
10 anos. Em outras palavras, reconheço a perda do valor aplicado nesses itens à
medida que realizo a exploração destes.
Outro método de reconhecimento da exaustão é por meio da proporção
entre extração efetiva e a expectativa de extração total no período. Ou seja, se a
empresa tem extração total estimada em 1.000 toneladas, irá calcular a exaustão
com base na extração efetiva em relação à extração estimada.
Em números, teríamos: a empresa de mineração adquiriu o direito de
exploração da jazida por R$ 100.000.000,00 e tem a expectativa de extrair 2.000.000
toneladas durante a vida útil de 40 anos, sendo que a extração do primeiro ano foi
50.000 toneladas. A exaustão será proporcional à quantidade extraída, então R$
100.000.000,00 / 2.000.000t = R$ 50,00 por tonelada X 50.000t = R$ 2.500.000,00
de exaustão no primeiro ano.

Vejamos como fica o Balanço Patrimonial dessa empresa:

Ativo Não Circulante Valor (*)


Imobilizado R$ 97.500.000,00
Ativos Minerários R$ 100.000.000,00
(-) Exaustão R$ (2.500.000,00)
* Valores fictícios
50 UCDB Virtual
Vamos observar o quadro abaixo apresentado para compreender melhor
os temas abordados:

Quadro 5 – Classificação do grupo do Ativo

Elemento Patrimonial – Grupo do Ativo. Classificação


Bens Corpóreos - Imobilizado Depreciação
Benfeitorias em Imóveis de Terceiros - Imobilizado Amortização
Direitos de Exploração+Bens Não Corpóreos - Intangível Amortização
Exploração de Recursos Minerais e Florestais - Imobilizado Exaustão

Antes de continuar seu estudo, não deixe de realizar o exercício 2 (p.82)


e realize também a atividade 3.3.

3.3 Passivo e Patrimônio Líquido

Antes de falarmos sobre a estrutura e interpretação dos grupos de Passivo


e Patrimônio Líquido, vamos resgatar o Balanço Patrimonial apresentado na
primeira unidade do seu material, se lembra? Olha ele aí novamente!

Balanço Patrimonial
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 577.630,00 Passivo Circulante 600.750
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Realizável a Longo 156.000,00 Exigível a Longo Prazo 313.610
Prazo
Investimentos 123.000,00 Patrimônio Líquido
Imobilizado 310.000,00 Capital Social 220.000
Intangível 112.730,00 Reservas de Capital 60.000
Reservas de Lucros 85.000
(-) Ações em Tesouraria 0
Ajustes de Avaliação Patrimonial 0
Prejuízos Acumulados 0
Total Total 1.279.630

Observe que você já aprendeu a metade do Balanço, estudou todo o


grupo do Ativo, entendeu a estrutura dos subgrupos de Ativo Circulante e Não
Circulante. Aprendeu sobre os subgrupos Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível. Ufa! Quanta coisa boa você descobriu, heim??? É de tirar
o fôlego! Parabéns por ter chegado até aqui!
Então se prepare, respire fundo e vamos descobrir mais sobre o Balanço
Patrimonial. Vamos decifrar a linguagem dos números e aprender a fazer a leitura
da situação da empresa demonstrada nessa peça contábil. Conheceremos o Passivo
e o Patrimônio Líquido, dois itens muito interessantes em nossa análise.
E para começar a nossa conversa vamos relembrar alguns conceitos
UCDB Virtual 51

estudados na unidade 2, quando tratamos de capitais de terceiros e capitais próprios.


Recorda? Se sim, ótimo, caso contrário, vamos refrescar a memória.
Na unidade 2, aprendemos que as origens de recursos na empresa eram
oriundas de capitais de terceiros e capitais próprios e que estes eram classificados
no Passivo e Patrimônio Líquido respectivamente. Você se lembra do quadro abaixo
apresentado?

A partir de agora, vamos aprender a qualificar esses capitais de terceiros e


próprios, vamos entender o agrupamento das contas, as considerações sobre prazos,
e outros itens necessários à avaliação e classificação desses elementos patrimoniais.
O Passivo é o grupo que representa as obrigações da empresa que são
fontes de financiamento para os elementos do ativo. Identifica os valores que a
empresa terá que liquidar com terceiros em prazo conhecido ou estimado, ou seja,
são os recursos exigíveis da empresa, são as dívidas, os deveres que tem que pagar,
os compromissos financeiros, que a empresa possui.
Imagine que você comprou um novo aparelho celular no valor de R$
1.500,00 e parcelou em 3 vezes no cartão de crédito. Qual a sua dívida? R$ 1.500,00.
Qual o seu passivo? R$ 1.500,00. O reconhecimento da dívida é feito por meio do
grupo do Passivo no Balanço Patrimonial.
Outro exemplo: você contratou um empréstimo bancário no valor de R$
5.000,00. Qual a sua dívida? R$ 5.000,00. Então qual o seu passivo? R$ 5.000,00.

Você consegue perceber que o seu passivo é o valor que você deve a alguém?
E por que você tem a obrigação de devolver? Porque você está usando um recurso
que não é seu e, no tempo contratado, você terá que devolver.
O raciocínio é o seguinte: você não tem recurso, mas precisa movimentar a
empresa, então lança mão de recurso de um terceiro, que pode ser um fornecedor,
para ter mercadorias para serem revendidas. Logo, você está fazendo uso do capital
de um terceiro, no caso seu fornecedor, e é óbvio que você terá que devolver esse
recurso em um prazo previamente acordado. Então classificamos sua dívida no
Passivo que tem a finalidade de apresentar todas as obrigações da empresa.
Vamos acrescentar mais um elemento de análise. Todas as suas obrigações
têm o mesmo vencimento? Provavelmente não, certo? Algumas vencerão em 30
dias, outras em 90 dias, outras em 24 meses, outras em 36 meses, e outras em 72
meses, e assim por diante. E se você tivesse que apresentar suas dívidas de curto
prazo?
Quais dessas, você classificaria como dívidas de curto prazo considerando
52 UCDB Virtual

as datas de vencimentos? E vamos lembrar uma coisa: para quem tem que pagar,
qualquer prazo é curto não é mesmo?
E para quem tem que receber, qualquer prazo é longo.
Portanto para que haja possibilidade de comparabilidade, a Lei das
Sociedades por Ações definiu curto e longo prazo, assunto esse que veremos daqui
a pouco. Comentei agora para mencionar que o Passivo é subdivido em Circulante
e Não Circulante.
Você deve estar pensando: eu já ouvi falar disso! E é claro que sim. Esse
assunto foi tratado no início dessa unidade quando estudamos Ativo Circulante
e Ativo Não Circulante, pois os prazos considerados são os mesmos. Veja o que
estabelece o art. 180 da Lei 6.404/76, sobre o Passivo:
“as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de
direitos do ativo não circulante, serão classificados no passivo circulante, quando
se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem
vencimento em prazo maior.”

Esse conceito será aprofundado nos próximos itens, quando trataremos


especificamente de cada subgrupo.

3.3.1 Passivo Circulante

O Passivo Circulante é o grupo do Balanço Patrimonial que apresenta as


obrigações de curto prazo que serão exigidas da empresa. Vimos anteriormente a
definição dada pela Lei das S.A’s e vamos entendê-la.
Quando lemos: “as obrigações da companhia”, entendemos como sendo
todas as obrigações passíveis de atribuição de valores, ou seja, todas as obrigações
constituídas pela empresa, certas ou estimadas.
A parte que menciona: “inclusive financiamentos para aquisição de direitos
do ativo não circulante”, trata das origens de recursos por meio de financiamentos
que serão aplicados em aquisição de elementos patrimoniais classificáveis como
Imobilizado, por exemplo, o financiamento para aquisição de uma máquina.
E para fechar a parte que nos interessa vamos analisar a frase: “serão
classificados no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte”.
E aí está o prazo que devemos observar quando da classificação da obrigação em
Circulante ou Não Circulante.
O exercício seguinte é o limite para se considerar uma obrigação como
Circulante. O exercício a que essa frase se refere é o exercício social e sobre este
nós também já tratamos no início dessa unidade. Portanto, se a minha obrigação
apresenta data de vencimento até o término do exercício social seguinte esta será
demonstrada no grupo Passivo Circulante.
Imagine que no mês de maio de qualquer ano você adquiriu mercadorias
para seu estoque no valor de R$ 50.000,00 e negociou 30 dias de prazo, comprou
um carro e financiou o valor de R$ 40.000,00 para pagar em 10 vezes e ainda
contratou um empréstimo de R$ 5.000,00 com prazo de 12 meses.
Você já deve estar pensando no total de dívida que contraiu. Esse é o
primeiro passo: identificar quais e quantas são suas obrigações. Nesse caso você tem
obrigações com fornecedores, financiamentos e empréstimo, todas classificáveis
como Passivo.
O segundo passo é identificar o prazo de suas obrigações, e se observar,
UCDB Virtual 53

todas elas têm vencimento até o término do exercício social seguinte, que será
dezembro do próximo ano, veja linha do tempo:

Fig. 5 – Linha do tempo

Da mesma forma, como o Ativo é apresentado seguindo o critério de


agrupamento de contas, o Passivo também obedece ao mesmo critério. No grupo
do Passivo, as contas são agrupadas com o objetivo de facilitar a compreensão do
usuário da informação.
As obrigações de mesma natureza são apresentadas em grupos específicos,
por exemplo: as obrigações oriundas de compra de mercadorias são apresentadas
no grupo de Fornecedores. O quadro abaixo apresentado ajuda a compreender a
origem das obrigações na empresa, pois as obrigações classificáveis como Passivo
Circulante são normalmente resultantes de:

Quadro 6 – Passivo Circulante

Compra de matérias-primas a serem Despesas incorridas nas operações


usadas no processo produtivo, ou da empresa e ainda não pagas.
mercadorias destinadas à revenda.
Compra de bens, insumos e outros Dividendos declarados a serem
materiais para uso pela empresa. pagos aos acionistas.
Arrendamento financeiro de bens para Impostos, taxas e contribuições
uso da empresa. devidos ao poder público.
Valores recebidos por conta de futura Empréstimo e financiamentos
entrega de bens ou serviços. obtidos de instituições financeiras.
Provisões referentes a obrigações
Salários, comissões e aluguéis devidos já incorridas ou conhecidas e
pela empresa. que possam ter os seus valores
estimados.
Fonte: adaptado de Iudícibus, 2007.
54 UCDB Virtual

O Balanço Patrimonial apresenta a seguinte estrutura para o Passivo


Circulante:

Passivo Circulante
Empréstimos e Financiamentos
Fornecedores
Obrigações Fiscais
Outras Obrigações
Provisões

Vamos conhecer cada um desses subgrupos. Veja a seguir.

3.3.1.1 Empréstimos e Financiamentos

O subgrupo de Empréstimos e Financiamentos representa o saldo de


obrigações financeiras da empresa contraídas junto às instituições financeiras ou
outras instituições credoras.
Em muitas situações a empresa recorre a recursos financeiros de terceiros,
seja por necessidade ou por oportunidade. Às vezes, por falta de capital de giro, a
empresa contrata um empréstimo bancário para poder suprir o caixa e manter a
dinâmica da empresa. Outras vezes a empresa aproveita a oportunidade de uma
linha de crédito, com baixa taxa de juros, para financiamento de imobilizado.
As duas situações comentadas resultam em acréscimo de passivo na
empresa, que deverá ser devidamente demonstrado no grupo de Passivo Circulante,
desde que o prazo da dívida atenda aos critérios estabelecidos.
É interessante aprendermos analisar o passivo, pois nas rotinas empresariais
será necessária a avaliação da composição desse grupo não apenas em termos
quantitativos, mas também em termos qualitativos. As informações divulgadas no
grupo do Passivo Circulante são excelentes indicadores de fontes de recursos e nos
ajudam a interpretar a composição do Ativo, pois lá são feitas as aplicações dos
recursos aqui captados, não é mesmo?
Então por exemplo, se a empresa apresenta valor relevante de saldo de
empréstimo, me leva a interpretar uma possível necessidade de caixa. Se eu observo
valores de Financiamentos, inevitavelmente vou observar também o Imobilizado
da empresa e provavelmente encontrarei variação nesse grupo, considerando que
geralmente as imobilizações são financiadas com recursos de longo prazo.
Outras informações relevantes sobre Empréstimos e Financiamentos,
como prazo, taxa de juros, etc. são divulgadas por meio das Notas Explicativas,
relatório que complementa as demonstrações contábeis.
UCDB Virtual 55

Fonte: http://migre.me/Vnqn

Essa empresa divulgou suas demonstrações e conseguimos observar uma


constante evolução no saldo de Empréstimos e Financiamentos, o que nos leva a
interpretar um constante aumento de recursos de terceiros financiando a empresa.
Em primeira análise não podemos avaliar a situação observada como boa
ou ruim, pois é necessária uma análise mais profunda e com maior riqueza de
informações, sobre a atividade da empresa, suas estratégias de gestão e o relatório
de Notas Explicativas.
A intenção é levá-lo a entender que conhecer a contabilidade permite esse
tipo de análise. É claro que futuramente, com maior conhecimento técnico, você
fará análises muito mais abrangentes e profundas.

3.3.1.2 Fornecedores

Esse subgrupo representa as obrigações oriundas de compra de matérias-


primas e materiais que serão transformados em produtos, mercadorias para
revenda, insumos e outros materiais que serão utilizados na prestação de serviços
ou consumidos pela empresa.
Imagine que sua empresa comercializa luminárias. Em um mês qualquer
você adquiriu certa quantidade dessa mercadoria para ser revendida, e vai pagar
por essa compra o valor de R$ 45.000,00 em 3 vezes. Existe uma obrigação? Sim.
Qual o valor? R$ 45.000,00. E onde você demonstra essa obrigação? No Passivo
Circulante, especificamente no subgrupo de Fornecedores.
Dessa forma serão todas as obrigações que a empresa terá que pagar a quem
forneceu os recursos necessários à atividade principal da empresa, seja indústria,
comércio ou serviços. Observe esse Balanço Patrimonial parcial e identifique o
saldo do subgrupo de Fornecedores.

Fonte: http://bit.ly/9tDHfY
56 UCDB Virtual
3.3.1.3 Obrigações Fiscais

Esse subgrupo do Passivo Circulante demonstra aquelas obrigações


com o Poder Público oriundas de impostos, taxas e contribuições devidos, em
conformidade com a legislação fiscal.
É nesse subgrupo que a empresa reconhece e informa o valor de tributos
a serem pagos ao Fisco. Esse subgrupo representa o saldo a pagar ao Governo
oriundo da tributação do faturamento, folha de pagamento, transações financeiras,
lucro e outras ações.
E quando o assunto são os impostos, você fica facilmente interessado.
Pense em todos os impostos, taxas e contribuições possíveis e imagináveis. Faça
uma relação.
Vou ajudar: impostos retidos na fonte, PIS e COFINS, ISS, ICMS, IPI,
Imposto de Renda, Contribuição Social sobre Lucro Líquido, IPTU, IPVA, IOF,
SIMPLES e outros impostos e taxas. A lista é extensa.
O saldo dessas obrigações, devido em um determinado período, será
demonstrado no subgrupo Obrigações Fiscais.
Portanto, sempre que analisar um balanço patrimonial e verificar essa
rubrica no Passivo Circulante, você já sabe que representa o saldo dos impostos e
contribuições que a empresa terá que liquidar em curto prazo.
Observe o Balanço Patrimonial parcial da próxima empresa e verifique o
montante de obrigações fiscais devidas:

Fonte: http://bit.ly/cEPtWv

3.3.1.4 Outras Obrigações

O subgrupo de Outras Obrigações abrange todas as obrigações que não


couberam nas classificações anteriores e as referentes à folha de pagamento, como
salários e encargos sociais.
Como exemplos podem-se citar: adiantamentos de clientes, contas a pagar,
dividendos a pagar e outras.
Imagino que aqui caiba um pouco mais de comentários a respeito dessas
obrigações para facilitar a compreensão, então vejamos.
Os adiantamentos de clientes são obrigações porque você (a empresa)
recebeu um determinado recurso de seu cliente e em contrapartida tem a obrigação
de entregar o combinado ou devolver o recurso.
A rubrica de contas a pagar representa as obrigações oriundas do consumo
de energia, transportes, serviços de comunicação, água e esgoto, serviços de
profissionais, aluguéis, e outras. São contas a pagar decorrentes de serviços e bens
necessários à manutenção da atividade da empresa.
UCDB Virtual 57
Dividendos é o termo utilizado para identificar a parcela de lucro que será
distribuído aos acionistas. Essa rubrica apresenta o saldo a ser pago no próximo
período, ou seja, o lucro apurado por uma empresa será distribuído aos seus
acionistas em forma de dividendos. A partir do momento que a empresa calcula os
dividendos, gera uma obrigação: pagar os seus acionistas.

3.3.1.5 Provisões

Segundo Iudícibus (2007), no passivo exigível devem estar contabilizadas


todas as obrigações, encargos e riscos conhecidos e calculáveis.
Esse conceito justifica o subgrupo das Provisões, pois de acordo com a
Resolução CFC n.º 1.180/09, provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.
Essas definições nos permitem entender que provisões são obrigações
estimadas, diferentes das demais obrigações do passivo que são reconhecidas com
base em valores e prazos já definidos.

Vamos ilustrar o assunto com os seguintes exemplos de provisões:

• Provisão para Riscos Fiscais, Trabalhistas e Cíveis: situações em que seja


provável o desembolso por parte da empresa, para liquidação de ações
judiciais envolvendo reclamações trabalhistas, penalidades tributárias e
indenizações a terceiros.
• Provisão para Reestruturação: quando a empresa tem expectativa de
desembolsos necessariamente ocasionados pela reestruturação e que não
sejam decorrentes das atividades normais da empresa.
• Provisão para garantias: em situações em que a empresa tenha como
política de mercado conceder garantia aos clientes sobre os produtos
comercializados.
Observe o montante de Provisões constituídas por essa empresa:

Fonte: http://bit.ly/a7YUMX

O relatório de Notas Explicativas da companhia esclarece que esse montante


de Provisões representa os valores discutidos em processos que tenham expectativa
provável de liquidação, nas áreas tributária, cível e trabalhista.

3.3.2 Passivo Não Circulante

O grupo de Passivo Não Circulante demonstra as obrigações exigíveis da


empresa em longo prazo, ou seja, os exigíveis que tenham prazo de liquidação
superior ao término do exercício social seguinte. Veja a figura:
58 UCDB Virtual

O Passivo Não Circulante poderá conter os mesmos subgrupos estudados


no Circulante, desde que obedecidos os critérios de reconhecimento, como
prazo.

3.3.3 Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido é o grupo que representa os recursos próprios da


empresa. Você se lembra que estudou sobre esse assunto na unidade 2?

Então, o Patrimônio Líquido nasce na empresa por meio dos sócios, pois
são esses que fazem investimento na empresa e originam dessa forma recursos
para que esta possa se desenvolver.

O pressuposto básico da entidade é o da continuidade, ou seja, a empresa


não tem vida pré-determinada, pois se espera que ela exista em prazo indeterminado.
Dessa forma, o recurso que os sócios aplicaram nela não tem expectativa de
liquidação, isso justifica a classificação desse recurso como capital próprio da
entidade. Ao recurso aplicado pelos sócios se dá o nome de Capital Social.
Outra fonte de recurso próprio proveniente da gestão do capital social da
empresa e gestão de sua atividade operacional é o lucro, que é a remuneração dos
recursos dos sócios, afinal qual o motivo pelo qual alguém investe recursos em
uma empresa, não é mesmo?
Esse recurso gerado pela própria empresa, o lucro, também é denominado
de recurso próprio e demonstrado no Balanço Patrimonial na rubrica Reservas de
Lucros.
Mas nem só de flores se faz o caminho... a empresa pode gerar prejuízo
também, correto? Esse prejuízo é o resultado negativo entre o montante das
receitas e o montante das despesas de um determinado período. Logo, representa
uma perda de riquezas, por esse motivo é apresentado em uma conta redutora do
Patrimônio Líquido.
Então, para facilitar a compreensão, vejamos um quadro explicativo que
demonstra a composição das principais contas do Patrimônio Líquido:

Quadro 7 – Principais contas do Patrimônio Líquido

Capital Social Representa o recurso dos sócios investidos na empresa.


Reserva de Lucros Representa a parcela de lucro gerada e retida pela empresa.
Prejuízos Acumulados Representa o resultado negativo da empresa.
UCDB Virtual 59
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Estruturar corretamente o Balanço Patrimonial.


Caixa 25.000 Imobilizado 180.000
Capital social 150.000 Impostos a recolher 30.000
Clientes 120.000 Intangível 31.000
Clientes de Longo Prazo 30.000 Participações Societárias 240.000
Despesas do Exercício Seguinte 5.000 Outras obrigações 7.000
Estoques 210.000 Outros créditos 15.000
Férias a pagar 12.000 Outros créditos de Longo Prazo 18.000
Financiamentos 200.000 Reservas de lucros 180.000
Financiamentos de Longo Prazo 60.000 Banco Conta Movimento 45.000
Fornecedores 300.000 Banco Conta Aplicação Financeira 20.000

Primeiro vamos interpretar cada conta.


Conta Interpretação
Caixa Essa conta é integrante do Ativo Circulante por
representar um bem da empresa. Participa do subgrupo
Disponível. É classificada como Circulante pela sua
característica de “giro”, de “movimento”, de “disponível”.
Capital social Essa conta representa o recurso dos sócios que
estão aplicados na empresa. É apresentada no Grupo
Patrimônio Líquido. Quando vemos essa conta no BP
sabemos o valor que os sócios “colocaram” na empresa.
É uma conta que apresenta pouca variação, pois estas
ocorrem mediante alterações contratuais.
Clientes Essa conta representa os valores a receber dos clientes.
Está classificada no Ativo Circulante, subgrupo Créditos,
por ser um direito e ser realizável no curto prazo. Ela
também pode figurar no Ativo Realizável em Longo
Prazo no grupo de Ativo Não Circulante.
Clientes de Longo Prazo Aqui está ela no Longo Prazo. Será classificada no grupo
de Ativo Realizável em Longo Prazo.
Despesas do Exercício Seguinte Essa conta figura no Ativo Circulante. É integrante do
último subgrupo do Ativo Circulante, que tem esse
mesmo nome, em função de seu grau de liquidez.
Estoques Estoques são classificados no Ativo Circulante também
em função de seu “giro”, possibilidade de serem
transformados em $, de seu “movimento”.
Férias a pagar Férias a Pagar representa uma obrigação para a
empresa. E sendo obrigação o grupo é Passivo. E nesse
caso Passivo Circulante pela natureza da conta, por sua
exigibilidade estar dentro do curto prazo.
Financiamentos Financiamentos são apresentados no Passivo por
serem obrigações. Podem ser de curto ou longo prazo.
Vencimentos de parcelas até término do exercício social
seguinte consideram-se curto prazo, após essa data,
consideram-se longo prazo.
Financiamentos de Longo Prazo É o caso... longo prazo.... classificado no Passivo Não
Circulante.
Fornecedores Essa conta representa uma obrigação e é classificada no
Passivo Circulante.
Imobilizado Imobilizado é apresentado no Ativo Não Circulante em
função de seu grau de liquidez, por representar bens de
uso e não de venda e por sua vida útil longa.
Impostos a recolher A recolher pra quem? Recolher para o Governo. É uma
obrigação da empresa, então classificado no Passivo
Circulante.
60 UCDB Virtual
Intangível Representa os bens não corpóreos da empresa.
Classificados no Ativo Não Circulante em função de seu
grau de liquidez.
Participações Societárias Classificadas no Ativo Não Circulante, subgrupo
Investimentos. São investimentos da empresa em outras
sociedades (empresas).
Outras obrigações Sendo obrigação, a classificação é Passivo Circulante.
Outros créditos Direitos de recebimento, de realização pertencente a
empresa. Classificados no Ativo Circulante.
Outros créditos de Longo Prazo Sendo longo prazo, a classificação é Realizável em Longo
Prazo no Ativo Não Circulante.
Reservas de lucros Conta do Patrimônio Líquido que representa o lucro
acumulado em um determinado período.
Banco Conta Movimento Representa recurso disponível para a empresa, portanto
a classificação será subgrupo Disponível no Ativo
Circulante.
Banco Conta Aplicação Financeira Representa recurso disponível para a empresa, portanto
a classificação será subgrupo Disponível no Ativo
Circulante.

Agora veja o Balanço estruturado:

Ativo Passivo
Ativo Circulante 440.000 Passivo Circulante 549.000
Disponível Empréstimos e Financiamentos
Caixa 25.000 Financiamentos 200.000
Banco Conta Movimento 45.000 Fornecedores 300.000
Banco Conta Aplicação Financeira 20.000 Obrigações Fiscais
Créditos Impostos a recolher 30.000
Clientes 120.000 Outras Obrigações
Outros créditos 15.000 Férias a pagar 12.000
Estoques Outras obrigações 7.000
Estoques 210.000
Despesas do Exercício Seguinte
Despesas do Exercício Seguinte 5.000

Ativo Não Circulante 499.000 Passivo Não Circulante 60.000


Realizável a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos
Clientes de Longo Prazo 30.000 Financiamentos de Longo Prazo 60.000
Outros créditos de Longo Prazo 18.000
Investimentos
Participações Societárias 240.000 Patrimônio Líquido 330.000
Imobilizado 180.000 Capital social 150.000
Intangível 31.000 Reservas de lucros 180.000
Ativo Total 939.000 Passivo e PL Total 939.000
UCDB Virtual 61

Antes de continuar seu estudo realize as atividades 3.4, 3.5 e 3.6.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976.


CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.177 de 24 de
julho de 2009.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 1.1139 de 21 de
novembro de 2008.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. & MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não
Contadores. São Paulo: Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. et al. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações:
Aplicável as Demais Sociedades. São Paulo: Atlas, 2007.
62 UCDB Virtual

UNIDADE 4: DEMONSTRA-
OBJETIVO DA UNIDADE
ÇÃO DO RESULTADO DO Apresentar a estrutura da Demonstração
EXERCÍCIO de Resultado do Exercício, permitindo ao
acadêmico o entendimento sobre o de-
sempenho econômico por meio da análise
da composição do resultado da empresa.

Podemos começar essa unidade com uma pergunta: qual o lucro ou


prejuízo apurado em sua atividade econômica? Alguns encontrarão rapidamente a
resposta, outros pensarão que têm a resposta, mas terá uma resposta equivocada,
outros não saberão nem por onde começar a procurar e também terá aqueles que
perguntarão “o que é lucro?” Como pode perceber, encontrar o resultado apurado
em sua atividade não é uma tarefa tão simples quanto parece.
Você deve estar se perguntando, mas não é apenas somar tudo o que eu
recebi e diminuir tudo o que paguei? Para sua tristeza, minha resposta é negativa.
Não é somando o recebido e diminuindo o pago que encontrará seu resultado,
positivo ou negativo.
Você vai se surpreender quando entender o procedimento contábil correto
de apuração de resultado. E mais que isso, vai se encantar quando perceber a
aplicabilidade dele.
Muito mais que descobrir o resultado, nós vamos aprender a compreender
a composição desse resultado. A ideia é mais ou menos assim: não basta saber
o resultado do jogo, por exemplo, Time do Coração 1 x Time do Cunhado 0.
O divertido é acompanhar como se chegou a esse resultado, quantos escanteios
cobrados, quantas faltas marcadas, quantos chutes a gol, quantos pênaltis, etc. É aí
que está a graça do jogo, não é mesmo?
Em sua empresa também é assim, não basta apenas saber que tivemos um
lucro ou um prejuízo, é necessário entendermos como se chegou a esse resultado,
quanto teve de vendas, quanto de impostos, quanto de folha de pagamento, quanto
de combustíveis, e assim por diante. É analisando os lances do jogo que podemos
treinar melhor o time, não é mesmo? Então. Na empresa, é analisando as receitas
e despesas que conseguimos melhorar o resultado, o placar final.
E o que isso tudo tem a ver com o assunto dessa unidade? TUDO! Tudo a
ver! Pois é por meio da Demonstração do Resultado do Exercício que enxergamos
a composição do resultado. O nome dessa demonstração já diz a que ela se propõe,
observe:

Essa demonstração, também conhecida apenas como DRE, apresenta


o resultado da empresa em um determinado período, divulgando as receitas e
despesas que compõem esse resultado. Essa demonstração é dedutiva e elaborada
com base no regime de competência.
UCDB Virtual 63

Agora observe a estrutura da DRE:

*Valores fictícios.

A partir de agora, estudaremos cada rubrica dessas para que possamos


compreender e interpretar o resultado apresentado.

4.1 Receita Bruta e Deduções

O primeiro item a ser apresentado na Demonstração do Resultado do


Exercício é a Receita Bruta. Essa rubrica representa o total de recursos gerados
pela atividade operacional da empresa, ou seja, o total das vendas de mercadorias,
produtos ou serviços.
Então imagine uma empresa qualquer. Qual a atividade dessa empresa?
Indústria, Comércio, Serviços? Pense nas vendas dessa empresa. Em tudo o que
ela fatura, que ela comercializa. Essa é a receita bruta.
Mas, atenção! Vamos relembrar aqui um item importante: regime de
competência. Nós falamos nele na primeira unidade, você recorda? A receita
será reconhecida no momento em que for gerada independente de sua realização
financeira. Lembra? Então. As vendas serão apresentadas na DRE e consideradas
na apuração do resultado do período mesmo que ainda não recebidas.
E pode ser que você esteja surpreso e até mesmo indignado! Talvez até
esbravejando: “mas como eu vou considerar receita uma coisa que nem recebi
ainda?! Essa professora está maluca!”
Mas pensa comigo: Você vendeu. O fato gerador do recurso aconteceu. A
única coisa que não aconteceu foi o recebimento, mas a venda já está concretizada.
Portanto, as suas vendas serão reconhecidas integralmente na composição do seu
resultado, mesmo que não tenham sido recebidas.
Sabendo disso vamos construir nossa DRE. Observe que até agora
tratamos do primeiro item apenas, dessa forma nossa DRE começou a ser formada,
vejamos:
64 UCDB Virtual

Agora vamos continuar evoluindo o raciocínio e vamos entender as


Deduções que serão diminuídas da Receita Bruta para apurar a Receita Líquida.
Deduções é o grupo que ajusta a Receita Bruta. Esse grupo é composto
pelas rubricas:

Quando a empresa apresenta a Receita Bruta, está indicando o total de


vendas, o total faturado em um determinado período, mas não podemos nos
esquecer que esse valor está ligado a outras situações que afetam a minha margem
de ganho.
Observe: sua empresa vendeu 50 unidades de um determinado produto
no valor de R$ 10,00 cada, logo sua receita bruta foi de R$ 500,00. Ótimo, você
pensa: ganhei R$ 500,00.
Mas não pare agora, continue o raciocínio: sobre esse valor você vai
calcular os impostos incidentes que, hipoteticamente, totalizaram R$ 62,00.
Lembrou também que já havia concedido um desconto de R$ 50,00 para que
o cliente fechasse o negócio com você. Depois você se lembrou que concedeu
um abatimento ao cliente no valor de R$ 40,00 para evitar que o cliente fizesse
a devolução da mercadoria. Ah, e acabou de se lembrar que, mesmo com o
abatimento, o cliente insistiu em devolver parte da mercadoria no valor de R$
100,00.
Agora me responda: quanto de sua venda inicial contribui efetivamente
para o seu lucro?

Opção a: R$ 50,00
Opção b: R$248,00
Opção c: Não tenho a mínima ideia

Se você optou pela opção c, preste muita atenção, pois agora você vai
compreender! Se você optou pela opção b, PARABÉNS! Você acertou e vai poder
confirmar seu raciocínio. Caso tenha optado pela letra a, você vai perceber quais
os elementos que afetam sua receita.
Agora preste atenção nessa demonstração:
UCDB Virtual 65

Observe que deduzimos da Receita Bruta os valores referentes aos


impostos incidentes sobre as vendas, como PIS e COFINS, ISS e ICMS. Também
deduzimos os descontos comerciais que são os descontos concedidos no momento
da negociação com o cliente. Os abatimentos representam os valores que a empresa
deixa de receber do cliente com a intenção de evitar a devolução da venda ou
garantir a satisfação do cliente frente a uma pequena avaria na mercadoria.
Quando o cliente realiza a devolução da mercadoria, essa retorna ao
estoque da empresa, então o recurso financeiro é devolvido ao cliente, ou o direito
de recebimento é cancelado ou ainda a mercadoria é trocada. De qualquer forma,
embora a venda daquela mercadoria tenha ocorrido anteriormente, não contribuirá
efetivamente com a lucratividade da empresa. Dessa forma deverá ser deduzida da
Receita Bruta do período.
E agora você vai perguntar o seguinte: “professora, se temos que
deduzir todos esses elementos por que não o fazemos direto na rubrica Receita
Bruta?” Parece muito mais simples dessa forma, não é mesmo? Mas lembre-se
que a finalidade da contabilidade é a produção e divulgação de informações. Se
quiser saber qual o valor total das vendas quando em uma análise de potencial de
faturamento, onde vai pesquisar essa informação? Se quiser verificar o valor dos
impostos em relação ao total do faturamento, como vai fazer? Se quiser fazer uma
análise histórica das devoluções em sua empresa, como suas deduções?
Agora podemos construir mais uma parte de nossa DRE:

Depois de incluídas, estudadas e entendidas as Deduções, vamos para a


próxima etapa que é o Custo.

4.2 Custos

Essa rubrica apresenta o total dos custos das vendas. Vamos imaginar
algumas situações:
Situação 1: aquele colega chato do trabalho quer comprar sua camisa do
time do coração. Você aceita vender por R$ 100,00 considerando que quando
comprou pagou? R$ 75,00. Pronto! Já sabe o custo da mercadoria vendida. Nesse
caso é de R$ 75,00.
Situação 2: sua cunhada apaixonou-se pelo novo estojo de maquiagem
que você comprou por R$ 250,00 e quer comprá-lo. Você resolve vendê-lo por
R$ 290,00 considerando que poderá comprar um maior com o valor da venda.
Pronto! Já conhece o custo da mercadoria vendida. Nesse caso é de R$ 250,00.
Situação 3: agora imagine que você confecciona peças de vestuário em
malha. Sua última produção foi de 1.000 peças, sendo que para produzi-las você
gastou R$ 1.000,00 em matéria-prima, R$ 200,00 de aviamentos; R$ 2.000,00 de
mão de obra. Felizmente você vendeu toda a produção por R$ 5.100,00. Mas
quanto custou o produto vendido? Nesse caso você vai somar todos os custos
66 UCDB Virtual

envolvidos na produção e encontrar um montante de R$ 3.200,00.


Nas empresas não acontece diferente, apenas em maiores proporções.
Mas dessa forma você consegue visualizar a composição dos custos das vendas.
O custo representa o valor de bens e serviços que são consumidos desde a
formação do produto até este estar em condições de vendas. Portanto se estamos
tratando de uma indústria, os gastos com produção, inclusive depreciação de bens
da fábrica, são classificados como custo. Se tratando de comércio, os gastos desde
a compra da mercadoria até sua permanência no estoque incorporam o custo.
Esse assunto é abordado de forma mais detalhada em disciplina específica
e a explanação aqui apresentada é oportuna para o entendimento desse termo na
demonstração contábil.
Portanto quando observamos uma Demonstração do Resultado do
Exercício e identificamos a rubrica Custo, entendemos que o valor demonstrado
representa quanto a empresa gastou com o produto/mercadoria vendido naquele
período, ou seja, é o custo correspondente àquela Receita Bruta.
Dessa forma, construímos mais um pedacinho de nossa DRE, que está
ficando, a cada parágrafo, mais linda! Observe:

Note que a Receita Líquida menos os custos resultam no Lucro Bruto


da empresa. Esse lucro representa a margem que a empresa tem, que contribuirá
para cobrir suas despesas fixas. Então, quanto maior esse lucro, maior será a
possibilidade da empresa ter um resultado positivo.
Falando das despesas, teremos um tópico só para elas! Verifique o próximo
item!

Antes de continuar seu estudo realize as atividades 4.1 e 4.2.

4.3 Despesas

Esse é o elemento de resultado com o qual geralmente temos maior


familiaridade. Mas o fato é que se eu pedir que relacione todas as suas despesas,
rapidamente você faz uma lista.
E se eu perguntar o motivo pelo qual você tem tantas despesas, certamente
dirá: preciso viver. E eu concordo com você. E dessa forma também ocorre com
as empresas, afinal elas também vivem, não é mesmo?
UCDB Virtual 67

Mas elas vivem por viver ou têm um propósito? O propósito é desenvolver


sua atividade econômica, gerando resultados, preferencialmente positivos.
Partindo desse raciocínio, podemos dizer que a empresa necessita dos
gastos referentes ao consumo de bens e serviços que contribuirão para sua
sobrevivência e para a geração de receitas. Dessa forma simples conceituamos
despesas e permitimos sua compreensão desta rubrica na DRE.
Sempre que analisarmos um gasto, é necessário observar qual a sua alocação,
ou seja, onde aquela despesa está sendo utilizada, qual a sua finalidade, pois um
gasto que tenha mesma natureza, por exemplo gasto com salários, pode ser custo,
despesa de venda ou despesas administrativas. E como classificar corretamente?
Atentando para o conceito de cada um desses itens. Você acabou de ver os custos
no item anterior, a partir de agora verá as despesas.
E para facilitar a compreensão das informações apresentadas na DRE, as
despesas são organizadas em subgrupos: Despesas de Vendas, Administrativas,
Financeiras e Outras Despesas e Receitas.

4.3.1 Despesas de Vendas

As despesas de vendas representam os gastos que a empresa tem com o


esforço que ela faz para vender uma mercadoria, produto ou serviço. Portanto as
despesas de vendas abrangem desde a divulgação desse produto, passando pela
venda propriamente dita, até a entrega do produto ao cliente e, embora muitos
autores não mencionem, essa autora inclui ainda o pós-venda.
Para ilustrar vamos imaginar que uma empresa que comercializa gêneros
alimentícios acumulou os seguintes gastos:

• Propaganda em diversas mídias, como outdoors, televisão e panfletos no


valor de R$ 30.000,00;
• Transporte para entrega dos produtos vendidos no valor de R$
8.000,00;
• Manutenção de site de comercialização no valor de R$ 1.000,00;
• Salário e comissões dos vendedores da empresa no valor de R$
6.000,00;
• Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa no valor de R$ 1.000,00;
• Manutenção de Call Center para pós-venda no valor de R$ 4.000,00;
Nesse caso, as despesas de vendas totalizam R$ 50.000,00. São gastos
ligados diretamente à venda, caracterizando-se em esforços feitos pela
empresa para que se realize a venda.

4.3.2 Despesas Administrativas

As despesas administrativas são aquelas despesas gerais da empresa,


necessárias ao seu funcionamento. Podemos dizer que são os gastos que a empresa
tem para continuar em operação e que não sejam classificáveis como despesas de
vendas.
Dentre muitas, podemos apresentar:
• Salários de colaboradores (exceto daqueles ligados à área de venda);
• Gastos com energia, água, telefone e aluguel (administração);
68 UCDB Virtual

• Gastos com manutenção geral, da empresa, de veículos;


• Gastos com materiais de escritório e limpeza;
• Honorários de prestadores de serviços especializados;
• Depreciação de bens da área administrativa.
• Gastos com cartório, correios, cobranças;
• E muitas outras.

4.3.3 Despesas Financeiras

As despesas financeiras serão apresentadas na Demonstração do Resultado


do Exercício em seu valor líquido, pois seguindo orientações do art. 187 da Lei
das Sociedades por Ações, serão deduzidas das despesas financeiras as receitas
financeiras.
Vamos começar esclarecendo o que são despesas e receitas financeiras.
Segundo Iudícibus (2009), são consideradas despesas financeiras as remunerações
aos capitais de terceiros. São os gastos que a empresa tem oriundos da permanência
de um recurso de terceiro em seu poder. Imagine que você tomou um empréstimo
junto à empresa Crédito Fácil no valor de R$ 1.000,00. Esse valor foi negociado
em 24 parcelas. É claro que a Crédito Fácil vai cobrar uma remuneração por deixar
esse recurso com você nos próximos dois anos. Essa remuneração é chamada de
juros. Nesse caso quem está pagando os juros, você, terá uma despesa financeira. E
aproveitando o caso, já vamos entender as receitas financeiras. A empresa Crédito
Fácil que receberá os juros terá uma receita financeira.
Portanto quando a empresa tem um gasto para utilizar capitais de terceiros
está gerando despesas financeiras, porém, quando a empresa gera recurso por
deixar seu capital com um terceiro, origina receita financeira.
Vejamos outra situação: a empresa Dama Forte esqueceu-se de liquidar
o boleto do fornecedor na data de vencimento. Dessa forma, pagou R$ 700,00
de valor principal, R$ 4,50 de multa por inadimplência e R$ 15,00 de juros pelo
atraso. Portanto, a empresa Dama Forte apresentou despesas financeiras de R$
19,50 composta por multa e juros. Logo, entendemos que a despesa financeira é o
que se paga pelo tempo em que se utiliza recurso de um terceiro.
Vejamos mais uma situação para ilustrar melhor: A sua empresa, Escola
Pra Toda Vida, informa no boleto dos alunos que, caso a mensalidade seja paga
até o dia 5 de cada mês, será concedido um desconto de 10%. Sendo assim,
muitos pais aproveitam o desconto e pagam a mensalidade na data condicionada.
Nesse caso, você deixa de receber o recurso integral, mas garante o parcial na
data que contribui com seu fluxo de caixa. O desconto concedido é considerado
uma despesa financeira, como se você estivesse pagando pela antecipação de
recebimento do recurso. Entende?
E as receitas financeiras? São os ganhos que a empresa tem por permitir o
uso de seu recurso financeiro. Vamos ver 3 situações:
Situação 1: Seu cliente não pagou a dívida na data combinada, sendo
assim você calculou multa e juros quando da liquidação do boleto. Dessa forma,
você gerou receita financeira, pois você origina recurso sobre o valor de capital
em mãos de terceiros.
Situação 2: O boleto de sua mensalidade informa que se efetuar o
pagamento até o dia 10 terá 5% de desconto. Aproveitando o desconto você quita
o boleto no dia 10 de cada mês, pois dessa forma gera receita financeira em sua
contabilidade.
UCDB Virtual 69

Situação 3: A sua empresa recebeu um contrato em valor considerável


e resolveu fazer uma aplicação financeira com parte desse valor. Esse valor foi
depositado em uma conta de aplicação financeira e ao final de 30 dias rendeu
0,90%. Esse rendimento é uma receita financeira.

4.3.4 Outras Despesas e Receitas

O grupo de Outras Despesas e Outras Receitas apresenta os valores que


não são classificáveis nos demais grupos de Despesas.
Geralmente os gastos e os ganhos que não estão diretamente ligados à
atividade principal da empresa são considerados nesse grupo, como por exemplo,
ganhos ou perdas na venda de imobilizado, ganho ou perda com sucatas e ganho
ou perda com investimentos, inclusive societários.
Para ilustrar melhor vamos imaginar a seguinte situação:
A empresa Granalta apresentou as seguintes informações:

• Possui um terreno ainda não utilizado em sua atividade operacional.


Resolveu alugar esse terreno a terceiros no valor de R$ 5.000,00;
• Participa do quadro societário da empresa Lucralto possuindo 30% de
suas ações. Nesse ano, a Lucralto apurou prejuízo de R$ 10.000,00, cabendo
à Granalta participação de R$ 3.000,00 no prejuízo da investida.
• Resolveu vender um de seus veículos para aquisição de um novo. A venda
foi realizada no valor de R$ 18.000,00 sendo que o custo do veículo foi de
R$ 22.000,00, resultando uma perda na alienação de R$ 4.000,00;
• Vendeu sucatas acumuladas no período no valor de R$ 7.000,00.

Com base nessas informações, você consegue identificar qual o valor de


Outras Despesas? E o valor de Outras Receitas?

Outras Despesas R$ 7.000,00


Outras Receitas R$ 12.000,00

E nossa DRE continua em construção! Veja como evoluiu:


70 UCDB Virtual

Antes de continuar seu estudo realize as atividades 4.3 e 4.4.

4.4 Provisão para Imposto de Renda e Participações

Estudaremos agora os dois últimos itens de nossa DRE que são a provisão
para o IR, onde aprenderemos de uma forma simples a calcular o Imposto de
Renda e também entenderemos quais são as participações no lucro da empresa.
Para começar, precisamos compreender que o lucro das empresas é
tributável, ou seja, é base para o cálculo do imposto de renda.
O imposto de renda é regulamentado pelo Decreto 3.000/99, conhecido
como RIR/99. Esse texto legal normatiza a tributação do Imposto de Renda para
pessoas físicas e jurídicas.
A proposta nessa unidade é comentar o assunto apenas o suficiente
para entendimento dessa rubrica na Demonstração do Resultado do Exercício.
Portanto focaremos o cálculo do IR com base na forma de tributação denominada
de Lucro Real.
O imposto de renda com base no Lucro Real é calculado extra
contabilmente, ou seja, à parte da DRE, em livro específico chamado LALUR –
Livro de Apuração do Lucro Real e o imposto é apurado à alíquota de 15% do
Lucro Real.
O Lucro Real é um lucro fiscal apurado a partir do lucro contábil (LAIR),
ajustados pelas inclusões e exclusões de elementos descritos na legislação fiscal:

• As inclusões representam as despesas que foram consideradas na DRE e


que são classificadas pelo fisco como não dedutíveis da base de cálculo do
imposto. Exemplos: multas de fiscalização e outras com caráter punitivo,
excesso de depreciação, outras despesas não inerentes à atividade da
empresa.
• As exclusões são valores permitidos pelo fisco para redução da base
de cálculo. Exemplos: prejuízo de período anterior, lucro na participação
societária, e outras permitidas em lei.

A empresa Paga Bem apurou Lucro Antes do IR de R$ 50.000,00,


apresentou despesas indedutíveis de R$ 2.000,00 e prejuízo no período anterior
UCDB Virtual 71
de R$ 10.000,00. É tributada pelo Lucro Real e a alíquota é de 15% de IR.

Portanto, o Imposto de Renda devido é de R$ 6.300,00 e será apresentado


na DRE na rubrica Provisão para Imposto de Renda.

E agora, finalmente, a empresa define o que fazer com esse lucro já


deduzido o imposto de renda. Então falaremos das Participações.
A participação representa a parcela do lucro que será disponibilizada a
sócios, investidores e funcionários. As participações serão definidas pela empresa
e apresentadas na DRE deduzindo o lucro do período.
O lucro que apurarmos após as participações é denominado de Lucro
Líquido, que representa o recurso gerado pela empresa em determinado período,
é a remuneração da empresa por sua atividade.
E veja que linda ficou nossa DRE:
72 UCDB Virtual

EXERCÍCIO RESOLVIDO
Você acaba de ser contratado para administrar a empresa do Sr.º Fredson
Bonde Grana, uma indústria que produz alimentos. Mas o Sr. Fredson não
consegue compreender se tem lucro ou prejuízo no negócio sendo esse um
dos motivos da sua contratação. Para começar o trabalho o Sr. Fredson Bonde
Grana te apresentou uma Demonstração de Resultado do Período elaborada
por ele mesmo, observe:

E juntamente com a demonstração ele apresentou a relação de todos os fatos


ocorridos no mês que segue abaixo:
- Pagamento de salários dos colaboradores da fábrica no valor de R$ 80.000,00.
- Compra de matéria-prima no valor de R$ 200.000,00 e pagamento de frete
para transporte da matéria-prima no valor de R$ 2.000,00. Consumo total da
matéria prima no processo de fabricação.
- Depreciação das máquinas da fábrica no valor de R$ 12.000,00;
- Desconto de duplicatas no valor de R$ 20.000,00; O banco cobrou juros de
R$ 1.000,00 e comissão bancária de R$ 250,00 pelo desconto das duplicatas;
- Vendas no valor de R$ 150.000,00 a prazo e R$ 450.000,00 à vista; Foi vendido
70% do estoque de produtos acabados;
- Sobre essa venda houve incidência de impostos no valor de R$ 110.000,00
que serão pagos no mês seguinte;
- Houve baixa de estoque de 2% do saldo do estoque em função do prazo de
validade;
UCDB Virtual 73
- Consumo de material de limpeza para o escritório da empresa no valor de R$
500,00 a ser pago no próximo mês.
- Pagamento de comissão aos representantes comerciais da empresa no valor
de R$ 60.000,00;
- Pagamento antecipado de parcela de financiamento no valor de R$ 8.000,00.
Em função da antecipação, a empresa obteve um desconto de R$ 80,00.
- No período a empresa concedeu desconto comercial no valor de R$ 6.000,00;
- Pagamento de propagandas veiculadas na TV no valor de R$ 20.000,00;
- Pagamento de pró labore no valor de R$ 25.000,00; pagamento de salários
dos colaboradores administrativos no valor de R$ 15.000,00;
- Venda de uma máquina da fábrica, para substituir por outra mais moderna, no
valor de R$ 80.000,00 sendo que o custo líquido contábil era de R$ 55.000,00.
A venda foi feita 30% à vista e o restante a prazo.
- Depreciação do imobilizado do escritório no valor de R$ 1.500,00;
- As despesas indedutíveis incluídas na DRE totalizaram R$ 8.000,00 e o
prejuízo do ano anterior foi de R$ 17.000,00;
- A empresa distribui 5% dos lucros aos funcionários.

1. Você concorda com o resultado apresentado pelo Sr. Fredson Bonde


Grana?
2. Quais os problemas observados nessa DRE?
3. Apresente ao Sr. Fredson uma DRE estruturada corretamente.

DRE Comentários
A receita bruta está incorreta porque ele
Receita Bruta 450.000,00
considerou apenas as vendas à vista.
O valor está correto, o que está incorreto é a
classificação. Essa venda não pode ser apresentada
Venda de Máquina 80.000,00
aqui, pois aqui são as receitas operacionais da
empresa.
(-) Deduções
Esse valor de desconto comercial está incorreto.
(-) Descontos Comerciais -80,00 O Sr. Fredson se confundiu na classificação e
apresentou aqui o valor do desconto financeiro.
Essa receita líquida está incorreta, pois deveriam
Receita Líquida 529.920,00
constar na DRE outros valores de deduções.
Custos das Vendas -196.000,00 Esse custo também está incorreto.
O custo do imobilizado é apresentado como
Custo Imobilizado Vendido -55.000,00
Outras Despesas e não no grupo de Custos!
Lucro Bruto 278.920,00 Portanto, esse lucro bruto está incorreto também!
Despesas
Despesas de Vendas
Desp. Comissões -60.000,00 OK
Desp. Propagandas -20.000,00 OK
Esse frete não é despesa... é custo, pois se refere á
Desp. Frete -2.000,00 compra de matéria-prima, portanto aumenta o
custo do estoque e do produto.
Despesas Administrativas
Desp. Salários -15.000,00 OK
Pró Labore -25.000,00 OK
Ôpa! Ôpa! Ôpa! Desse valor, R$ 12.000 é
Depreciação -13.500,00 depreciação das máquinas da fábrica, portanto não
são despesas, e sim custos!
Despesas Financeiras
Despesas de Juros -1.000,00 OK
Comissões Bancárias -250,00 OK
Parcela de financiamento? Isso não é despesa, mas
Parcela Financiamento -8.000,00 redução de obrigação, redução de passivo, redução
de dívida. Menos despesas!
Receitas Financeiras
Esse desconto deveria ser classificado em
Descontos Obtidos -6.000,00 Deduções, no início da DRE, pois se refere ao
desconto comercial.
Outras Despesas
Perdas Estoque -1.500,00 A classificação está ok! Mas o valor está incorreto.
Depreciação -13.500,00 depreciação das máquinas da fábrica, portanto não
são despesas, e sim custos!
Despesas Financeiras
Despesas de Juros -1.000,00 OK
Comissões Bancárias -250,00 OK
Parcela de financiamento? Isso não é despesa, mas
74 UCDB Virtual Parcela Financiamento -8.000,00 redução de obrigação, redução de passivo, redução
de dívida. Menos despesas!
Receitas Financeiras
Esse desconto deveria ser classificado em
Descontos Obtidos -6.000,00 Deduções, no início da DRE, pois se refere ao
desconto comercial.
Outras Despesas
Perdas Estoque -1.500,00 A classificação está ok! Mas o valor está incorreto.
Outras Receitas
Total das Despesas -262.250 Esqueça! Valor Incorreto!
Lucro antes do IR 16.670,00 Esqueça! Valor Incorreto!

Enunciado Interpretação
- Pagamento de salários dos colaboradores da
Salários fábrica incorpora cálculo do custo.
fábrica no valor de R$ 80.000,00.
- Compra de matéria-prima no valor de R$
200.000,00 e pagamento de frete para
Matéria-prima e frete incorporam custo. Todo o valor
transporte da matéria-prima no valor de R$
está sendo acumulado no estoque (ativo).
2.000,00. Consumo total da matéria prima no
processo de fabricação.
- Depreciação das máquinas da fábrica no valor A Depreciação máquinas fábrica também incorpora
de R$ 12.000,00. custo.
Todos os valores acima totalizam R$ 294.000, ou seja,
você consumiu R$ 294.000 no processo produtivo,
Aqui vamos parar para calcular o valor do para produzir 100% do seu estoque. Acontece que
custo da mercadoria vendida. Acompanhe: você vendeu apenas 70% do seu estoque, então o
custo do produto vendido será R$ 294.000 * 70% =
R$ 205.800
O desconto de duplicatas no valor de R$ 20.000 não
- Desconto de duplicatas no valor de R$
interfere no resultado da empresa, apenas influencia
20.000,00; O banco cobrou juros de R$
no ativo dela. Já os juros e a comissão bancária,
1.000,00 e comissão bancária de R$ 250,00 pelo
reduzem o resultado, pois são despesas. Então, só
desconto das duplicatas.
considero na DRE R$ 1.000 e R$ 250.
A DRE é elaborada com base no princípio/regime de
- Vendas no valor de R$ 150.000,00 a prazo e competência, ou seja, as vendas são reconhecidas no
R$ 450.000,00 à vista. Foi vendido 70% do período em que ocorrerem independentemente da
estoque de produtos acabados. condição de recebimento. Seja à vista ou a prazo,
venda é receita e ponto.
- Sobre essa venda houve incidência de
impostos no valor de R$ 110.000,00 que serão Esses impostos são as deduções da receita.
pagos no mês seguinte.
Quanto tínhamos em estoque? Lembra que
produzimos R$ 294.000? Então. Na venda baixamos
- Houve baixa de estoque de 2% do saldo do 70% desse estoque lembra? R$ 205.800? Então
estoque em função do prazo de validade. quanto sobrou? R$ 88.200. Desse estoque, 2% foi
perdido...logo R$ 1.764 é perda, classificado em
Outras Despesas.
- Consumo de material de limpeza para o Despesas administrativas. Não importa que ainda não
escritório da empresa no valor de R$ 500,00 a tenha sido pago. O que importa é que já aconteceu o
ser pago no próximo mês. consumo.
- Pagamento de comissão aos representantes
comerciais da empresa no valor de R$ Comissão de vendas é Despesa de Vendas.
60.000,00.
O valor da parcela não é despesa nem receita, é
redução de passivo, desembolso para redução de
- Pagamento antecipado de parcela de
dívida, redução de obrigação. Agora, o desconto que a
financiamento no valor de R$ 8.000,00. Em
empresa obteve é uma receita. Ela deixou de
função da antecipação, a empresa obteve um
desembolsar, ou seja, ela teve um ganho. E teve um
desconto de R$ 80,00.
ganho financeiro. Portanto, deve ser classificado no
grupo de Receitas Financeiras.
- No período a empresa concedeu desconto Esse desconto é comercial, portanto é classificado
comercial no valor de R$ 6.000,00. como Deduções.
- Pagamento de propagandas veiculadas na TV Despesa ligada à venda, portanto classificada como
no valor de R$ 20.000,00. Despesas de Venda.
- Pagamento de pró labore no valor de R$
25.000,00; pagamento de salários dos Essas despesas são administrativas.
colaboradores administrativos no valor de R$
UCDB Virtual 75

Antes de continuar seu estudo realize as atividades 4.5 a 4.7.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por


Ações. D.O.U. de 17.12.1976.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não
Contadores. São Paulo: Atlas, 2009.
ATIVIDADES
76 UCDB Virtual

Atividade 1.1
1. Pesquise em livros, dissertações, teses ou revistas científicas o conceito de
contabilidade. Faça um texto em que constem os seguintes elementos:
- Os conceitos que você achou nas suas pesquisas, junto com a indicação da fonte de
cada um deles (sites ou livros)
- Síntese pessoal dos conceitos pesquisados, elaborando uma proposta individual.
- A partir da sua proposta, discuta com os outros participantes qual o conceito de
Contabilidade mais adequado.

Lembre-se de que o objetivo do Fórum é debater. Não se limite a postar suas


considerações, discuta com seus colegas!!
ATENÇÃO: Como o aluno pode e deve participar várias vezes no fórum, a
avaliação deste fórum será realizada só após o término do mesmo.

Atividade 1.2
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. A contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar,
os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades.
II. A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, por meio da co-
leta de dados, do registro, da consolidação de informações e da divulgação destas em
relatórios, tendo como finalidade a produção de subsídios para a tomada de decisões.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. O objeto de estudo da contabilidade é o recurso financeiro.
II. O objetivo principal da contabilidade é controlar o patrimônio das entidades, em
decorrência de suas variações.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações de ordem econômica
e financeira sobre o patrimônio, para facilitar as tomadas de decisões por parte de seus
usuários.
II. A contabilidade tem a finalidade de divulgar informações sobre a situação financei-
ra e patrimonial e sobre o desempenho de uma entidade em um determinado período.
UCDB Virtual 77
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Os relatórios contábeis são instrumentos de registro das ocorrências administrativas
da empresa.
II. São relatórios contábeis: Livro Termo de Ocorrência e Livro Registro de Ponto.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

5. Assinale a alternativa que apresente apenas Demonstrações Contábeis:


a) Diário, Balanço Patrimonial e Notas Explicativas.
b) Notas Explicativas, Demonstração de Resultado do Exercício e Razão.
c) Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício e Demonstração
dos Fluxos de Caixa.
d) Registro de Termo de Ocorrências, Demonstração do Valor Adicionado e
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade Livre 1.3


1. Relacione as colunas e marque a alternativa correta:

Usuários da Utilização da Informação Contábil


Informação
Contábil
1. Fornecedores ( ) Utilizam a informação para negociação de melhorias para a
classe de trabalhadores como reajuste salarial, distribuição de
lucros, etc.
2. Clientes ( ) Acompanham o desempenho da empresa por meio das
demonstrações contábeis. Utilizam essas informações como
orientadoras no processo decisório
3. Governo ( ) Querem conhecer a capacidade de pagamento do seu cliente
na concessão de uma venda a prazo.
4. Sócios, ( ) Analisam comportamento dos concorrentes e do segmento de
Acionistas, mercado em que se encontram.
Investidores e
Administradores
5. Sindicatos e ( ) Interessado em conhecer a evolução dos segmentos de
Funcionários mercado. Realiza pesquisa por meio das demonstrações contábeis.
6. Concorrentes ( ) Analisam a saúde financeira da empresa fornecedora como
garantia de recebimento da compra efetuada.
a) 1,2,3,4,5,6.
b) 6,5,4,3,2,1.
c) 5,4,1,6,3,2.
d) 2,3,6,1,4,5.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.


78 UCDB Virtual

Atividade Livre 1.4


Com base no enunciado responda a questão 1:

O Sr. Valter Lucro é sócio em uma empresa de construção civil. Na semana passada
ele orientou a colaboradora do departamento financeiro de sua empresa, Sr.ª Lucia
Conta, que realizasse o pagamento da mensalidade do curso de dança de salão de sua
filha Senhorita Gabriela Gasta Muito. Portanto precisou assinar o cheque da empresa
emitido pela colaboradora para tal fim. O Sr. Firmão Cerrada é sócio do Sr. Valter Lu-
cro e responsável pela área financeira. Orientou que enviasse a documentação do mês
para o escritório de contabilidade. A colaboradora do departamento financeiro, Sr.ª
Lucia Conta, percebeu que entre os documentos havia uma nota fiscal de combustível
que ainda não havia sido paga e, portanto, não poderia ser encaminhada ao contador.
Retirou o documento do envelope e guardou em sua gaveta, pois o enviaria no mês
seguinte após ter realizado o pagamento da referida despesa.

1. Quais princípios fundamentais de contabilidade estão sendo desobedeci-


dos?
a) Oportunidade e Competência.
b) Entidade e Competência.
c) Continuidade e Entidade.
d) Continuidade e Oportunidade.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade 2.1
A Cia Super Car apresentava em 31/12/2010 o seguinte conjunto de bens,
direitos e obrigações:

Dinheiro em Caixa R$ 60.000 Empréstimos a Pagar R$ 110.000


Duplicatas a Receber R$ 50.000 Imóveis R$ 300.000
Contas a Pagar R$ 20.000 Fornecedores R$ 80.000
Recurso dos Sócios R$ 120.000 Lucros R$ 100.000
Estoque R$ 90.000 Impostos a Pagar R$ 70.000

Com base nessas informações responda:


1. Qual o valor de Capitais de Terceiros?
2. Qual o valor de Capitais Próprios?

Submeta a atividade por meio da ferramenta Tarefas.


UCDB Virtual 79

Atividade Livre 2.2


1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.
II. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, avaliado
em moeda.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. Método das Partidas Dobradas consiste no fato de que todo débito tem um crédito
correspondente e vice-versa, ou seja, toda origem de recurso tem uma aplicação cor-
respondente e vice-versa.
II. Com base no Método das Partidas Dobradas, o total das origens de recursos apre-
sentado no Balanço Patrimonial será sempre igual ao total das aplicações de recursos.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Os recursos obtidos de fontes externas à empresa são classificados como Capitais
de Terceiros e apresentados no Patrimônio Líquido.
II. Os recursos dos sócios investidos na empresa e o lucro gerado por esta são clas-
sificados como Capitais Próprios.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade 2.3
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. O Ativo representa as origens de recursos provenientes de capitais próprios.
II. O Passivo e Patrimônio Líquido representam as aplicações de recursos.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Capitais de Terceiros é o recurso apresentado no Passivo e Capitais Próprios no
Patrimônio Líquido.
II. Os capitais próprios são os recursos originados na empresa por meio dos sócios ou
gerados pela própria empresa.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
80 UCDB Virtual
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Investimento dos sócios na empresa representa aumento de Ativo e aumento de
Patrimônio Líquido.
II. Aquisição de veículo por meio de financiamento representa uma aplicação de re-
curso no Ativo e uma origem de recurso no Passivo.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Compra à vista de mercadorias para revenda representa um aumento no Ativo e um
aumento no Passivo.
II. Obtenção de um empréstimo junto ao Banco Dissabor representa uma redução no
Ativo e uma redução no Passivo.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade Livre 3.1


1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. As informações contábeis devem apresentar os seguintes atributos: compreensibili-
dade, relevância, comparabilidade e confiabilidade.
II. O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que apresenta a situação fi-
nanceira e patrimonial de uma entidade em um determinado momento.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. É por meio da Demonstração do Resultado do Exercício que se torna possível a aná-
lise da composição patrimonial da entidade, ou seja, qual a formação do patrimônio,
quanto essa entidade tem aplicado em bens e direitos e quanto ela tem de capitais de
terceiros e capitais próprios.
II. O Balanço Patrimonial é composto por três grupos de informações os quais de-
nominamos de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. As contas da Demonstração do Resultado do Exercício serão classificadas segundo
os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conheci-
mento e análise da situação financeira da companhia.
UCDB Virtual 81
II. O grupo do Passivo representa as aplicações de recursos em bens e direitos que
serão realizados pela entidade em um determinado período.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Os requisitos de apresentação do Balanço Patrimonial são: Cabeçalho, Corpo, Colu-
nas Comparativas e Redução de Dígitos.
II. O Patrimônio Líquido representa aplicações de recursos em bens e direitos que
serão consumidos, vendidos, negociados ou recebidos em um curto espaço de tempo,
ou seja, serão realizados em um curto prazo.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade 3.2
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. Ativo Circulante representa as aplicações de recursos em bens e direitos que serão
consumidos, vendidos, negociados ou recebidos em um longo espaço de tempo, ou
seja, serão realizados em um longo prazo.
II. Disponível, Créditos, Estoques e Despesas do Exercício Seguinte são subgrupos
do Passivo Circulante.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. O Ativo é formado por dois subgrupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.
II. O objetivo do Balanço Patrimonial é divulgar informações relativas ao patrimônio
da entidade para auxiliar na tomada de decisão.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. O grupo de Estoques apresentado no Balanço Patrimonial representa os valores
aplicados em bens que têm por finalidade a venda ou o consumo na atividade principal
da entidade.
II. As contas redutoras do Imobilizado são: Provisão para Crédito de Liquidação Du-
vidosa e Duplicatas Descontadas, ambas com objetivo de reduzirem liquidez.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.
82 UCDB Virtual
4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. O grupo Créditos no Ativo Circulante informa os valores referentes a recursos
realizáveis no curto prazo, ou seja, recursos que serão convertidos em dinheiro até
o término do ano seguinte.
II. Caixa, Bancos e Aplicação Financeira de Liquidez Imediata são contas do subg-
rupo de Créditos no Ativo Circulante.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

5. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. As Despesas Operacionais são os valores referentes a despesas contratadas, pa-
gas ou não, ainda não incorridas, ou seja, a empresa ainda não se beneficiou dessa
contratação.
II. O subgrupo Disponível representa os recursos financeiros à disposição da enti-
dade. É o grupo de maior liquidez dentro do Ativo Circulante.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Exercício 1
1. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda e marque a alterna-
tiva correta:

1.Colunas Comparativas ( ) O Balanço Patrimonial é composto de um cabeçalho que


constará: denominação da empresa, título da demonstração
(BP) e a data de encerramento do balanço.
2. Redução de Dígitos ( ) O corpo do Balanço é constituído por duas colunas: a da
esquerda que chamamos de Ativo e a da Direita que chamamos
de Passivo e Patrimônio Líquido.
3. Corpo ( ) Os valores de cada rubrica apresentada serão informados em
colunas com valores correspondentes ao exercício anterior.
4. Cabeçalho ( ) As demonstrações contábeis podem ser divulgadas com
a eliminação de dígitos, desde identificada no cabeçalho pela
expressão “em milhares” ou “em milhões”.

a) 1/2/3/4
b) 4/3/2/1
c) 4/3/1/2
d) 2/1/3/4

2. São ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios, em processo
de produção para venda ou na forma de materiais ou suprimentos a serem
consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de
serviços. Essas características se referem a:
UCDB Virtual 83
a) Disponível
b) Fornecedores
c) Créditos
d) Estoques

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Atividade 3.3
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. O Ativo Não Circulante é composto pelos seguintes subgrupos: Realizável a Longo
Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.
II. O Imobilizado representa as participações permanentes em outras sociedades e
os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. O Intangível representa os direitos que tenham por objeto bens corpóreos desti-
nados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens.
II. O Intangível representa os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos des-
tinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o
fundo de comércio adquirido.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. A depreciação é uma conta redutora que integra o grupo de Imobilizado, ou seja,
uma conta que causa impacto de redução no grupo.
II. O Imobilizado tem algumas características muito claras que nos ajudam a identi-
ficá-lo: é tangível, para uso da empresa e vida útil longa.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. A perda do valor, decorrente da exploração de direitos cujo objeto seja recursos
minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração serão objetos de amortiza-
ção.
II. A exaustão representa o impacto do custo de aquisição do direito de exploração
ou bens utilizados pela empresa durante período contratualmente limitado, na com-
posição do resultado de um determinado período.
84 UCDB Virtual
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Exercício 2
1. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda e marque a alterna-
tiva correta:

1. Investimentos ( ) Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte.


2. Intangível ( ) As participações permanentes em outras sociedades e os direitos
de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa.
3. Realizável a Longo Prazo ( ) Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram
à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
4. Imobilizado ( ) Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o
fundo de comércio adquirido.

a) 1/2/3/4
b) 4/3/2/1
c) 4/3/1/2
d) 3/1/4/2

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Atividade Livre 3.4


1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. O Passivo é o grupo que representa as obrigações da empresa que são fontes de
financiamento para os elementos do ativo.
II. O Patrimônio Líquido identifica os valores que a empresa terá que liquidar com
terceiros em prazo conhecido ou estimado, ou seja, são os recursos exigíveis da em-
presa, são as dívidas, os deveres de pagar, os compromissos financeiros, que a empresa
possui.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.
UCDB Virtual 85
2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. Empréstimos e Financiamentos, Fornecedores e Provisões são rubricas apresenta-
das no Patrimônio Líquido.
II. O Patrimônio Líquido Circulante é o grupo do Balanço Patrimonial que apresenta
as obrigações de curto prazo que serão exigidas da empresa.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. Passivo Não Circulante demonstra as obrigações exigíveis da empresa em longo
prazo, ou seja, os exigíveis que tenham prazo de liquidação superior ao término do
exercício social seguinte.
II. O Passivo é subdivido em Circulante e Não Circulante.
a) Apenas o enunciado I está correto.
b) Apenas o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

Atividade Livre 3.5


Com base nas informações da empresa Lucro Certo, apresentadas em
31/12/2009, estruture o Balanço Patrimonial obedecendo ao critério de agru-
pamento de contas.

Conta Saldo Conta Saldo


Aplicação Financeira Liq. Imediata 753.000 Reservas de lucros 430.000
Banco Conta Movimento 96.800 Participações Societárias 757.000
Caixa 3.600 Obrigações Trabalhistas 20.300
Clientes (1,5 anos) 685.000 Máquinas e Equipamentos 550.000
Clientes (7 meses) 425.300 Impostos a recolher 315.000
Clientes (9 meses) 15.300 Fornecedores (11 meses) 280.500
Despesas Antecipadas 5.500 Financiamentos (2 anos) 1.325.000
Estoques 170.000 Empréstimos (0,5 ano) 755.000
Intangível 1.255.000 Férias a pagar 215.000
Títulos a Receber (5 meses) 54.300 Capital social 1.430.000

1. O total do Ativo Circulante é de:


a) R$ 4.770.800
b) R$ 1.860.000
c) R$ 1.523.800
d) R$ 3.247.000
86 UCDB Virtual
2. O total do Ativo Não Circulante é de:
a) R$ 4.770.800
b) R$ 1.860.000
c) R$ 1.523.800
d) R$ 3.247.000

3. O total do Passivo Circulante é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.585.800
c) R$ 1.860.000
d) R$ 4.770.800

4. O total do Passivo Não Circulante é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.585.800
c) R$ 1.860.000
d) R$ 4.770.800

5. O Patrimônio Líquido é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.585.800
c) R$ 1.860.000
d) R$ 4.770.800

6. O total do Ativo é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.585.800
c) R$ 2.910.800
d) R$ 4.770.800

7. O total do Passivo (PC + PNC) é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.585.800
c) R$ 2.910.800
d) R$ 4.770.800

8. O total do Patrimônio Líquido é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.860.000
c) R$ 2.910.800
d) R$ 4.770.800

9. O valor de Capitais de Terceiros é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.860.000
c) R$ 2.910.800
d) R$ 4.770.800

10. O valor de Capitais Próprios é de:


a) R$ 1.325.000
b) R$ 1.860.000
c) R$ 2.910.800
d) R$ 4.770.800

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.


UCDB Virtual 87

Atividade 3.6
Com base nas informações da empresa Lucro Certo, apresentadas em
31/12/2009, analisando as informações a partir de 31/01/2010, estruture o Bal-
anço Patrimonial obedecendo ao critério de agrupamento de contas.

Conta Saldo Conta Saldo


Despesas Exercício 1.000 Capital social 1.150.000
Seguinte
Caixa 12.000 Financiamentos de Longo 550.500
Prazo
Clientes (9 meses) 14.000 Máquinas e Equipamentos 420.000
Títulos a Receber (15 60.000 Participações Societárias 390.000
meses)
Banco Conta Movimento 90.000 Empréstimos 288.000
Clientes (7 meses) 150.000 Reservas de lucros 281.000
Estoques 165.000 Fornecedores 192.000
Clientes (1,5 ano) 230.500 Impostos a recolher 80.000
Aplicação Financeira 310.000 Férias a pagar 68.600
Liquidez Imediata
Intangível 780.000 Outras obrigações 12.400

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Atividade 4.1
1. A empresa Santa Luz Iluminações Ltda. comercializa equipamentos de ilu-
minação de interiores. Em abril, a empresa adquiriu da Indústria Luz de Velas
S.A uma grande quantidade de estoque, aproveitando o preço negociado em
atacado e o super aquecimento do mercado de construção civil. O valor de
luminárias adquiridas foi de:
R$ 120.000,00 que foram negociados da seguinte forma: pagamento à vista de
R$ 30.000,00 e o restante parcelado em 2 vezes com vencimento em maio e junho.
Ainda em abril, a empresa conseguiu vender 40% do seu estoque e essas vendas to-
talizaram
R$ 90.000,00 sendo que 60% desse valor são vendas à vista e o restante a prazo.
A empresa tem incidência de impostos sobre as vendas no valor de R$ 15.000,00.
Com base nessas informações estruture a DRE parcial da empresa.

2. A Indústria de Confecções Diamantes S.A adquiriu em agosto o seguinte


estoque
R$ 200.000,00 de matéria prima e R$ 100.000,00 de materiais de acabamento. No mês
consumiu R$ 40.000,00 de mão-de-obra na produção e 70% de todo o estoque. A in-
dústria vendeu 40% do estoque de produtos acabados. O valor da venda total foi de
R$ 150.000,00. Sobre esse valor houve incidência de impostos de R$ 25.000,00.
Com base nessas informações estruture a DRE parcial da empresa.

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88 UCDB Virtual

Atividade Livre 4.2


1. A empresa Empório Banana Verde Ltda. comercializa diversos produtos
orgânicos. Esses produtos são adquiridos direto dos produtores e em peque-
nas quantidades, pois são perecíveis. Em Junho a empresa apresentava um
saldo de R$ 30.000,00 em seu estoque. Em Julho a empresa totalizou vendas
no valor de R$ 40.000,00 sendo 10% desse valor à vista. A baixa do estoque em
função da entrega do produto ao cliente totalizou R$ 20.000,00 Essa empresa
calculou o valor de R$4.500,00 de impostos sobre vendas.
1.1 Qual o valor da Receita Líquida?
a) R$ 20.000,00
b) R$ 15.500,00
c) R$ 35.500,00
d) R$ 40.000,00

1.2 Qual o valor do Lucro Bruto?


a) R$ 20.000,00
b) R$ 15.500,00
c) R$ 35.500,00
d) R$ 40.000,00

2. A Rally Car comercializa acessórios automotivos e em setembro adquiriu


alguns lançamentos. Aumentou seu estoque em R$ 50.000,00 negociados a
prazo. As vendas foram excelentes e no mesmo mês já havia vendido 90% da
compra. Vendeu a prazo R$ 70.000,0 e à vista R$ 30.000,00. Sobre as vendas
houve incidência de impostos no valor de R$ 17.000,00.

2.1 Qual o valor da Receita Líquida?


a) R$ 83.000,00
b) R$ 45.000,00
c) R$ 38.000,00
d) R$ 100.000,00

2.2 Qual o valor do Lucro Bruto?


a) R$ 83.000
b) R$ 45.000
c) R$ 100.000
d) R$ 38.000

3. A empresa Gérbera Paisagismo Ltda. atua na prestação de serviços de elabo-


ração e implantação de projetos de paisagismo. Em maio realizou a prestação
de serviço em um grande hospital da região e cobrou R$ 20.000,00 que serão
recebidos em 3 parcelas. Para tanto gastou R$ 4.000,00 com a remuneração dos
funcionários e encargos incidentes sobre a folha de pagamento. Sobre essa
prestação de serviços incidiu impostos no valor de R$ 1.000,00.

3.1 Qual o valor da Receita Líquida?


a) R$ 4.000,00
b) R$ 15.000,00
c) R$ 19.000,00
d) R$ 20.000,00
UCDB Virtual 89

3.2 Qual o valor do Lucro Bruto?


a) R$ 4.000,00
b) R$ 15.000,00
c) R$ 19.000,00
d) R$ 20.000,00

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Atividade Livre 4.3


1. O Lucro Bruto apurado pela empresa Ferra & Mentas Ltda., empresa presta-
dora de serviços de manutenção predial, foi de R$ 120.000,00. Mas os sócios
solicitaram o lucro após as despesas e receitas que seguem:
- despesa com provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) no valor de
R$ 5.000,00;
- prejuízo no resultado da equivalência patrimonial no valor de R$ 12.000,00;
- depreciação dos móveis do escritório no valor de R$ 1.000,00;
- pagamento de refeições dos colaboradores administrativos no valor de R$ 800,00;
- concessão de desconto no recebimento de duplicatas no valor de R$ 100,00;
- pagamento de transporte para entrega da mercadoria vendida no valor de R$
2.000,00.

Qual o valor do Lucro Antes do Imposto de Renda?


a) R$ 104.000,00
b) R$ 120.000,00
c) R$ 111.100,00
d) R$ 99.100,00

2. A empresa do Sr. Alan Parina, uma empresa de manutenção de rede elétrica,


apurou um lucro bruto de R$ 40.000,00. Mas o Sr Alan Parina observou que não
poderia contar com esse lucro em seu bolso, pois ainda havia algumas despe-
sas/receitas a serem contabilizadas:
- deterioração de parte do estoque de peças em decorrência do alagamento da última
chuva no valor de R$ 4.000,00;
- recebimento de venda de peças sucateadas no valor de R$ 1.500,00;
- pagamento de comissão à operadora do cartão por antecipação de recebimento de
crédito no valor de R$ 420,00;
- pagamento de faturas de energia, água e telefone no valor de R$ 750,00;
- pagamento de envio de correspondência aos clientes inadimplentes no valor de R$
100;

Qual o valor do Lucro Antes do Imposto de Renda?


a) R$ 36.230
b) R$ 40.230
c) R$ 37.080
d) R$ 40.000

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90 UCDB Virtual

Atividade 4.4
A empresa Godo & Frida apresentava em sua Demonstração do Resultado do
Exercício um Lucro Bruto de R$ 60.000,00. A alegria das sócias era evidente, pois
poderiam distribuir todo esse lucro. Mas elas não se atentaram que ainda precisavam
considerar na DRE os valores referentes a: pagamento de salários dos vendedores no
valor de R$ 7.100,00; pagamento de juros do financiamento do veículo no valor de
R$ 350,00; pagamento do aluguel da empresa no valor de R$ 2.500,00; pagamento dos
honorários do contador no valor de R$ 1.100,00; recebimento de desconto sobre o
boleto do fornecedor no valor de R$ 75,00 e pagamento de material de expediente no
valor de R$ 420,00.

Cabe a você demonstrar às sócias a nova estrutura da DRE e o Lucro apurado


após essas despesas/receitas.

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Atividade 4.5
Com base nas informações da empresa Santana Ltda, que comercializa enx-
ovais (cama, mesa e banho), estruture a Demonstração de Resultado do Exer-
cício.
A empresa vendeu um total de R$ 230.000,00 sendo que o imposto sobre a venda foi
de R$ 20.400,00. No período houve devoluções no valor de R$ 8.000,00. O custo das
mercadorias vendidas acumulou o montante de R$ 84.000,00. A empresa realizou a
venda de um veículo no valor de R$ 25.000,00 sendo que a despesa dessa venda foi
de R$ 22.000,00. Nesse período a empresa também recebeu R$ 6.000,00 referente ao
aluguel de um terreno. Obteve um empréstimo no valor de US$ 10.000,00, sendo que
a cotação do dólar era de R$ 1,75 na data do empréstimo e agora o dólar é cotado a
R$ 2,35. As despesas de propaganda, comissão de vendedores e fretes totalizaram R$
25.000,00; As despesas com diretoria e aluguel do escritório totalizaram R$ 33.000,00
e as despesas com juros totalizaram R$ 4.500,00. A empresa recebeu multa de inadim-
plência de seus clientes no valor de R$ 2.100,00 e as aplicações financeiras renderam
juros de R$ 2.500,00. O imposto de renda é calculado a 15% sobre o lucro real. As
despesas indedutíveis somam R$ 3.200,00 e o prejuízo do ano anterior é de R$ 750,00.
A empresa distribui lucro a razão de 10% do lucro depois do imposto de renda.

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UCDB Virtual 91

Atividade Livre 4.6


A empresa Faraco & Fororte Ltda. acumulou R$ 120.000,00 de despesas opera-
cionais no período, sendo assim distribuídas:
• despesas de vendas: 60%
• despesas administrativas: 30%
• despesas financeiras: 10%
A empresa concedeu um empréstimo no valor de US$ 30.000,00. Quando da con-
cessão do empréstimo o dólar estava cotado a R$ 1,60 e agora, no pagamento, o dólar
está cotado a R$ 2,40.
Também realizou a venda de um dos seus veículos, lucrando R$ 23.000,00.
A receita bruta da empresa foi de R$ 420.000,00. Seu custo de venda no valor de
R$ 190.000,00. Impostos incidentes à alíquota de 17% sobre a receita bruta e devoluções
no valor de R$ 30.000,00.
As despesas indedutíveis totalizaram R$ 12.000,00, contidas nas despesas de vendas.
O prejuízo do ano anterior foi de R$ 8.000,00.
1. O valor do Lucro Real é de:
a) R$ 55.600
b) R$ 59.600
c) R$ 46.660
d) R$ 128.600

2. O valor do Lucro Líquido é de:


a) R$ 55.600
b) R$ 59.600
c) R$ 46.660
d) R$ 128.600

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Atividade 4.7
1. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. As Despesas de Depreciação de bens utilizados no escritório são classificadas no
grupo de Despesas Administrativas.
II. A Demonstração de Resultado do Exercício apresenta a situação financeira e pat-
rimonial da empresa em um determinado período.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

2. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:


I. O pagamento de salários dos vendedores é reconhecido no grupo de Custos.
II. Os descontos comerciais integram o grupo de Deduções.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.
92 UCDB Virtual
3. Analise os enunciados e marque a alternativa correta:
I. O resultado de equivalência patrimonial, quando positivo será apresentado no grupo
de outras receitas e quando negativo no grupo de Outras Despesas.
II. O Lucro Real é o Lucro Bruto ajustado, ou seja, soma ao Lucro Bruto as despesas
indedutíveis e diminui o prejuízo de período anterior.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

4. Analise os enunciados e marque a alternativa correta.


I. A variação monetária positiva é classificada no grupo de Outras Receitas.
II. O ganho na venda de imobilizado é classificado como Outras Receitas.
a) Somente o enunciado I está correto.
b) Somente o enunciado II está correto.
c) Todos os enunciados estão corretos.
d) Nenhum enunciado está correto.

Submeta a atividade por meio da ferramenta Questionário.

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