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Dinâmica Formador/Formando

Organização do espaço da formação.

A organização/selecção do espaço onde a formação vai decorrer deverá ter em conta a dimensão do
espaço face ao nº de formandos e ao tipo de equipamento e mobiliário a implantar. A equipa pedagógica
deve garantir que a sala possui todo o equipamento necessário para o normal funcionamento da formação.
Além disso, deverão também ter-se em conta as condições de ventilação, climatização, instalação eléctrica,
insonorização, etc.
Existem algumas normas de referência para a implantação de uma sala de aula. Por exemplo, estima-se que
a dimensão mínima do espaço de formação, considerando-se uma média de 12 formandos, o mobiliário e o
equipamento audiovisual, deva ser de 60 m2. As cadeiras devem ser confortáveis e ergonómicas para
diminuir a rigidez física e o desconforto dos formandos. Deverá ser dada especial atenção ao equipamento
audiovisual e tecnológico a afectar, dada a sua importância enquanto facilitador da aprendizagem.

Os recursos técnicos-pedagógicos são basilares enquanto facilitadores da aprendizagem. A selecção,


organização e/ou concepção dos recursos didácticos deverá realizar-se de acordo com critérios de
legibilidade e pertinência, de modo a que a sua função seja integralmente cumprida. São recursos técnico-
pedagógicos, toda a informação científica e técnica pedagogicamente tratada, dirigida a públicos-alvo
específicos, com objectivos de aprendizagem determinados, pressupondo estratégias e metodologias
pedagógicas precisas, p. ex., aplicações informáticas, simuladores pedagógicos, dossiers temáticos e
dinâmicos, baterias de exercícios, manuais técnicos, guias do formador, malas pedagógicas, internet, etc..

1. Introdução

Corresponde à fase de acolhimento e de apresentação dos formandos e dos formadores Nesta fase
importa saber quem são os participantes como pessoas e como profissionais, onde trabalham, o que fazem
nos seus tempos livres, as suas expectativas... É o momento em que formador e formandos se encontram.
O formador vai ter a importante tarefa, se os formandos se estiverem a encontrar pela primeira vez, de
transformar um agrupamento de pessoas num grupo em formação.

Quanto à Apresentação propriamente dita, o formador deve optar por aquela que mais se adequa
à natureza da acção que está a ministrar (se orientada para o saber fazer, aprendizagens técnicas ou saber
estar/ ser, mais de âmbito comportamental). Os mesmos autores propõem alguns tipos de apresentação dos
formandos e o tipo de formação:

O formador deverá gerir e regular as intervenções, já que é ele o gestor da comunicação


pedagógica. Deve definir os parâmetros da apresentação, indicando as regras da dinâmica que escolheu e o
conjunto daquilo que os formandos deverão indicar. Em função da apresentação de cada formando, o
formador poderá ir fazendo perguntas a cada formando de forma a ir construindo uma rede de relações com
o grupo.

Não se pode esquecer que as apresentações consomem tempo da sessão. Há que controlar as
intervenções para não se pôr em risco as fases subsequentes da sessão. No decorrer da apresentação o
formador poderá fazer referências com os conteúdos da acção, tendo o cuidado de não criar expectativas
demasiado elevadas.
Esta fase de introdução, seja qual for a área em que se inscreve a formação, deve sempre ser
realizada uma vez que:

a)Coloca em comum o universo do formador e dos formandos, o conteúdo, a natureza, os


objectivos da acção e as regras de funcionamento da sessão;

b)Cria um clima favorável à aprendizagem e à emergência de uma dinâmica formativa e


grupal;

c)Inicia o processo de envolvimento dos formandos para a sessão;

d)Permite uma melhor gestão da diversidade, pois o formador fica a conhecer melhor os seus
formandos.

2.Desenvolvimento da Sessão

2.1.Ritmos e prática pedagógica

Em primeiro lugar há que ter em conta o ritmo de um dia de formação profissional. Existem
períodos férteis para a aprendizagem (entre as 10 e as 12 horas, entre as 15 e as 16h30 - para um horário
das 9h30m às 17h) e outros improdutivos (o início da manhã, ao final da tarde e o mais crítico de todos, o
período imediatamente a seguir ao almoço.)

É importante que o formador esteja atento aos sinais de cansaço de todas as pessoas e às diferentes
formas que os formandos gostam para aprender: algumas preferem ouvir, outras falar, outras ainda aprender
a memorizar. É necessário oferecer a cada uma o que elas preferem e alternar os ritmos, adaptando a
formação àqueles que nela participam, fazendo pausas activas e descontraídas, utilizando ainda o humor
nas sessões tornando assim a formação mais positiva.

Geralmente no início de um tema novo e como forma de lançamento, o formador pode optar por
um questionamento individual ou grupal para auscultar o grupo sobre o tema. Por exemplo, numa sessão
em que se abordará a temática da liderança, pode perguntar-se "O que é um líder?” e ir fazendo a ponte
para o tema através da discussão.

Assim, é importante a existência de articulação entre a distribuição de conteúdos (previstos e


estruturados durante a fase de planificação) e a actuação pedagógica do formador em sala.

Os mesmos autores propõem o recurso a facilitadores da aprendizagem, tais como sínteses, pontos
de situação, ligações entre matérias e pontos de situação.

Pensando num dia de formação, podemos seguir a seguinte sequência pedagógica:

1. Iniciar a manhã com uma síntese do dia anterior e enunciar o Plano de Sessão para o
próprio dia;

2. Fazer a ponte entre a matéria anterior e a que vem a seguir;

3. Após os intervalos da manhã e da tarde iniciar com um ponto de situação;


4. Trabalhar a matéria principal, de cariz intelectual e teórica nos denominados "períodos
férteis”;

5. Deixar para os tempos "de ponta”, antes do almoço e antes do final do dia, as matérias
com cariz acessório;

6. Iniciar o período da tarde com actividades que estimulem sensorialmente os formandos,


como por exemplo, através de uma discussão sobre o tema que está a ser abordado, um
trabalho de equipa, etc. Nunca se deve nestas circunstâncias utilizar a exposição oral nem
filmes ou projecções que obriguem a uma diminuição da luz no interior da sala;

7. Terminar o dia com uma conclusão/ integração do dia, enunciado muito genericamente o
Plano do dia seguinte.

O trabalho colaborativo é fundamental numa sessão de formação. Este é a distribuição de tarefas


para serem realizadas em grupo com o objetivo de solucionar problemas, realizar experiências, construir
projectos de forma colaborativa. O trabalho colaborativo implica a interação entre sujeitos. Esta interação
passa pela partilha de interesses e de vivências ou acontecimentos.

O trabalho realizado em formação é considerado trabalho colaborativo pois o seu sucesso depende
da parceria que o formador consiga criar com os seus formandos.

Podemos compreender a importância do trabalho colaborativo, como a troca de ideias de forma


continuada e um feedback constante perante as situações apresentadas, promovendo uma verdadeira
construção de conceitos e, por isso, o desenvolvimento dos sujeitos que colaboram. Para além disso,
constrói-se continuamente conhecimento, que é cada vez mais completo e mais rico.

Resumidamente já sabemos então que:

O formador deve intercalar os conteúdos com a discussão, os trabalhos individuais e de grupos,


isto é, metodologias activas. Estas práticas não só criam melhores condições para a aprendizagem,
activando mecanismos cognitivos, como também estimulam diferentes perspectivas de análise,
mantendo a dinâmica formativa.

3. O Fecho da Sessão/ Adeus

Neste momento faz-se o final do fecho do ciclo formativo, ao nível do conteúdo, a síntese dos pontos
principais abordados desde o início da sessão até ao final. Para além da avaliação (tema que será abordado
noutro módulo), é neste momento que se encerra a sessão e/ ou a formação.

Neste momento é importante que o formador anuncie a sua disponibilidade futura, revelando os seus
contactos.

Quando a formação for mais longa ou se houve um grande envolvimento emocional dos participantes pode
promover-se uma dinâmica de despedida.

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