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Os Métodos Expositivos

Os métodos expositivos são os métodos de transmissão oral de um determinado saber, informações,


conteúdos, etc. Qualquer exposição pode, no entanto, ser seguida de questões colocadas pelos
formandos e das respostas do formador, ou por questões postas pelo formador ao auditório.
A participação dos formandos é relativamente diminuta: limitam-se a receber o que lhes é
transmitido de uma forma mais ou menos acabada e o formador está ausente no que diz respeito à
construção do saber por parte do formando (Situação Impositiva).
Este método não envolve qualquer mudança profunda nas atitudes dos participantes nem das suas
opiniões.
Como elementos que condicionam a planificação e a execução deste método podemos indicar os
seguintes:
a) uma exposição deve ter os objetivos bem definidos à partida, sendo útil comunicá-los aos
formandos. O formador deve levar algum tempo a apresentar os objetivos, o que para os formandos
é uma ajuda: os formandos ao conhecerem os objetivos sabem os limites da exposição, sentem que
podem acompanhar a intervenção à medida que ela se desenvolve e têm mesmo a impressão de
dominar o que está a ser exposto, o que é muito gratificante.
Quando se faz uma exposição, um dos objetivos que deve ser bem definido é que não se trata de
entrar em detalhes ou pormenores, mas de fornecer um quadro de referências, no qual os
formandos se possam situar em relação ao que sabem e em relação ao que se propõem aprender, o
que lhes vai servir de motivação;
b) as ideias e os conteúdos a transmitir devem ser bem selecionados e devem ter uma estrutura e
sequência bem definidas, com relevo para os conceitos organizadores que devem servir de ponte
entre o que os formandos sabem e o que vão aprender. É aconselhável, antes de começar a
exposição. dar oportunidade aos formandos de se familiarizarem com os conceitos, tomar contacto
com eles e assimilá-los. Pode haver, por exemplo, um conceito demasiado técnico, que os
formandos não conheçam.
É, pois, importante, quando se prepara uma exposição, ver bem quais são os conceitos que não são
evidentes para o auditório. Se não se proceder assim, é grande o risco de provocar um certo número
de bloqueamentos, que fazem com que os formandos ou o auditório não possam seguir a exposição.
Quando colocam um conjunto de questões interrompendo a exposição, esta pode perder a
sequência, cortando a comunicação e mesmo a assimilação do que é exposto;
c) no fim da exposição o formador deve fazer uma síntese das ideias principais, de preferência
mediante um conjunto de perguntas e respostas. Trabalhando assim, facilita-se o que se chama de
"antecipação construtiva", isto é. depois da exposição, os formandos terão aprendido o que foi
exposto. Em vez de serem puramente recetores, assimilam e desenvolvem as suas capacidades
mentais depois de terem ocasião de se familiarizarem com palavras, conceitos. frases, regras que.
pouco a pouco, se vão instalando no pensamento, após o reforço das ideias-chave da exposição feito
pelo formador.
Por outro lado, agindo assim, cria-se uma certa cumplicidade entre o auditório e o formador ou o
conferencista, e em lugar de se sentirem simples recetores, os formandos têm a impressão de
participarem no desenrolar do pensamento exposto, o que funciona como reforço positivo;
d) o formador deve conhecer e dominar as técnicas da exposição - domínio da voz e do gesto,
organização dos materiais de suporte e de gestão do tempo, etc. Podemos considerar um conjunto
de regras, ou melhor, de conselhos, que cada um pode adaptar ao seu estilo pessoal:
1. O discurso escrito e o discurso oral são diferentes e. Por consequência, o formador não pode num
curso ler um texto que antecipadamente escreveu. Convém, portanto, não ler notas escritas, mas
apenas percorrer algumas palavras-chave.
2. Convém ser-se afirmativo, simples e preciso. O melhor estilo é aquele que é composto por frases
positivas curtas, simples e independentes. O excesso de frases negativas provoca uma maior
dificuldade de compreensão.
3. As imagens e os exemplos ajudam a compreensão e a retenção, obrigam a um esforço de
descrição e favorecem as pessoas com boa memória visual.
4. O olhar, a voz. a postura - é necessário olhar os formandos nos olhos, sem no entanto, os fixar,
para sentirem o reflexo da segurança. O tremor da voz trai qualquer exposição e quando nos
apercebemos do tremor, este tende a acentuar-se. O ritmo da voz também é importante, havendo
toda a conveniência em introduzir alguns silêncios entre as frases. Uma boa postura facilita uma
melhor ventilação dos pulmões e toda a nossa energia se deve concentrar no que dizemos, não se
devendo perder em aspetos secundários.
A utilização única deste método conduz diretamente a situações magistrais e o formador deve ter
em conta este "perigo". No entanto, e respeitando os elementos focados anteriormente, o método
expositivo pode ser uma boa opção para transmitir aspetos do saber que posteriormente poderão
ser objeto de outro tipo de tratamento.
Sendo estes métodos o padrão predominante dos formadores, não é aconselhável a sua utilização
muito frequente e por longos períodos de tempo sob pena de a passividade dos formandos vir a
atingir níveis demasiados elevados.
No entanto, podemos considerar que estes métodos servem os seguintes objetivos:
1. Aquisição e compreensão simples de factos e conceitos, e divulgação de informações.
2. Introdução de um tema tendo em vista despertar interesse para um assunto ou fornecer diretrizes
para a realização de tarefas orientadas pelos métodos ativos.
3. Reter informações por um período relativamente curto.

Sintetizando:
Vantagens
Para o Formador
Permitem apresentar conteúdos novos;
O formador domina a matéria;
Aplicação fácil, económico;
Aplicação em situações muito diversas, adaptável;
Grande liberdade de iniciativa do formador;
Economia de tempo;
Permitem a utilização de técnicas auxiliares (acetatos, documentos escritos, filmes, computador,
etc.);
Permitem grupos grandes;
Permite grande quantidade de informação;
Possibilita expressar um raciocínio lógico, do princípio ao fim, sem interrupções.
Para o Formando:
Dá-lhes segurança, uma vez que não os implica diretamente na Acão;
Facilita a assimilação da lógica subjacente à própria exposição.

Desvantagens:
Passividade (relativa...) do formando;
Não respeita o ritmo individual de aprendizagem;
Nem sempre é estimulante ou motivador;
Afasta-se facilmente das vivências;
Reduz a atividade do formando... em certas situações é nula;
Dá excessiva importância ao formador;
Sobrevaloriza a linguagem;
Pode cair no dogmatismo.

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