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Antes de mais nada importa referir que, etimologicamente, método quer dizer «caminho para
chegar a um fim». Representa a maneira de conduzir o pensamento ou acções para alcançar
um objectivo. É, também forma de disciplinar o pensamento e as acções para obter maior
eficiência no que se deseja realizar.
Em relação ao conceito de métodos de ensino, existem distintas definições sobre ele. Alguns
autores partem essencialmente da actividade do professor, outros integram a actividade do
professor e dos alunos; alguns o definem como uma via para alcançar os objectivos de ensino,
outros como um conjunto de procedimentos metodológicos.
Método de ensino é o modo de gestão da rede de relações que se estabelecem entre o
formador, o formando e o saber no seio de uma situação de formação (Pinheirio e Ramos).
Existe a classificação segundo o tipo de interações entre o professor e o aluno (De Klingberg),
a qual considera existirem três variantes metódicas básicas:
Método expositivo
Elaboração conjunta
Trabalho independente
1. Método Expositivo
Características
Caracteriza–se por uma maior actividade visível do professor e por uma atitude de
aprendizagem receptiva por parte dos alunos: o professor [ou aluno(s)] expõe a matéria e os
alunos «recebem-na». Isto acontece quando se sabe que as «exposições» do professor só são
«recebidas» pelos alunos se o professor conseguir estimular a actividade independente destes.
Formas de realização
Primeiro, é preciso notar que somente podem ser esgotadas todas as possibilidades que
oferece o método de ensino expositivo quando o professor explora convenientemente todas ou
a maior parte das formas ou possibilidades de aplicação deste método, as quais são as
seguintes: a exemplificação, a demonstração, a ilustração e a exposição.
Por sua parte, a demonstração representa processos. Ela faz a representação de processos
originais com relação a realidade (em excursões, visitas a sectores de produção mediante a
demonstração de actividades, etc.) e, por outra parte, a reconstrução de determinados
processos na aula (na demonstração de ensaios e experimentos, na projecção de películas,
etc.). E, para que seja pedagogicamente mais eficaz, deve–se dar (se possível) aos
participantes (estudantes, neste caso) a oportunidade de praticar, idealmente no fim de cada
passo da demonstração, reforçando os aspectos positivos e dando ajuda se eles não fizerem
como na demonstração.
A exposição oral é a principal forma do método expositivo, sobretudo nos lugares onde não é
possível levar os alunos directamente aos fenómenos em sua forma original ou representativa
através da exemplificação ou da demonstração. Para que ela seja produtiva, o formador deve
conhecer e dominar as técnicas da exposição–o domínio da voz e do gesto, organização dos
materiais de suporte e de gestão do tempo, etc. Podemos considerar um conjunto de regras, ou
melhor, de conselhos, que cada um pode adaptar ao seu estilo pessoal:
O discurso escrito e o discurso oral são diferentes e, por consequência, o formador não pode
numa aula ler um texto que antecipadamente escreveu. Convém, portanto, não ler notas
escritas, mas apenas percorrer algumas palavras-chave;
Convém ser–se afirmativo, simples e preciso. O melhor estilo é aquele que é composto por
frases positivas curtas, simples e independentes. O excesso de frases negativas provoca uma
maior dificuldade de compreensão;
O olhar, a voz, a postura – é necessário olhar os formandos nos olhos, sem, no entanto, os
fixar, para sentirem o reflexo da segurança. O tremor da voz trai qualquer exposição e quando
nos apercebemos do tremor, este tende a acentuar–se. O ritmo da voz também é importante,
havendo toda conveniência em introduzir alguns silêncios entre as frases. Uma boa postura
facilita uma melhor ventilação dos pulmões e toda a nossa energia se deve concentrar no que
dizemos, não se devendo perder em aspectos secundários.
Sendo esta variante ser, por vezes, predominante nos formadores, não é aconselhável a sua
utilização muito frequente e por longos períodos de tempo, sob pena de a passividade dos
formandos vir a atingir níveis demasiado elevados.
a. Características
O método de trabalho independente caracteriza–se por uma maior actividade visível dos
alunos, individualmente ou em grupo. É por isso que a autoactividade e a independência
experimentam aqui sua máxima expressão, uma vez que o método de trabalho independente
consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de
modo relativamente independente e criador. Jessipow cita duas características do trabalho
independente dos alunos:
É uma tarefa posta pelo professor dentro dum tempo razoável para que os alunos possam
soluciona–la;
É uma necessidade resultante da tarefa que têm o(s) aluno(s) de buscar e tomar as melhores
vias para sua solução, pondo em tensão suas forças.
b. Quando se utiliza
Quando há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais apoio aos mais fracos
e/ou os elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
Há tempo disponível;
c. Potencialidades
A atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se estabiliza quando tem que
resolver verdadeiras tarefas;
Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela qual
o trabalho independente pode possibilitar aproximar os rendimentos dos «alunos fracos» aos
dos «alunos fortes»;
d. Perigos
e. Algumas orientações
Avaliar o tempo;
Verificar qual parte do tema ou da unidade da matéria é mais apropriada para o trabalho
independente dos alunos;
Ter em conta sobre «como tem lugar a colocação e distribuição das tarefas pelos alunos” (ex:
fases de aulas, distribuição das tarefas pelos diferentes alunos, formação de grupos de trabalho
independente, etc);
Aproveitar o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda a turma;
Forma i): Estudo dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente por meio de
duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e
habilidades que se seguem à explicação do professor ; e a elaboração de novos conhecimentos
a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos na turma.
Forma ii): Fichas didácticas, a pesquisa escolar (resposta a questões com consulta a livros ou
enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas englobam fichas de noções, de
exercícios e de correcção. Cada tema estudado recebe uma numeração de acordo com a
sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos, resolvendo os exercícios e
comparando as suas respostas com as quais estão contidas nas fichas de correcção.
a. Características
A elaboração conjunta consiste numa interacção activa entre o professor e os alunos visando a
obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e
consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. Quer dizer, nesta variante
metódica existe um maior equilíbrio da actividade visível do mediador/professor/formador e
dos alunos.
b. Quando se utiliza
c. Potencialidades
d. Perigos
A aprendizagem “perde-se” na conversa quando não há uma orientação muito boa;
v Ter em conta certas condições prévias : a incorporação pelos alunos dos objectivos a atingir,
o domínio de conhecimentos básicos ou a disponibilidade pelos alunos de conhecimentos e
experiências que, mesmo não sistematizados, são pontos de partida para o trabalho de
elaboração conjunta;
v Aproveitar respostas incorrectas para a discussão, fazendo com que os colegas participem
na discussão;
v O aluno deve ficar a saber o que estava certo e/ou errado na sua contribuição;
f. Formas de realização
§ Elaborativas
§ Evolutivas
§ (Re)activadoras
Forma iv): Painel, mesa redonda (=discussão entre peritos, com assistência)
Forma v): Fórum (= respostas de peritos à perguntas da «plateia»)
Bibliografia