Você está na página 1de 138

Gestão ambiental

e responsabilidade
social
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 2

Gestão ambiental e responsabilidade social


Você sabia que seus hábitos diários influenciam o ambiente em que você vive? A degradação do ambiente pelo
ser humano ocorre há anos e por diferentes motivos, como ocupação desordenada, lançamento de efluentes nos
corpos hídricos e lançamento de gases na atmosfera. Por isso, pense na relação das atitudes com os impactos
ambientais e em como trazer ações mais responsáveis para o cotidiano, em prol da sustentabilidade.

O crescimento populacional mal planejado


tem resultado em uma maior demanda por
recursos naturais. Cada vez mais, a situação
ambiental vem se agravando em função do
crescimento populacional e da forma como a
população vive, o que desencadeia mudanças
nos ambientes naturais, provocando alterações
em ecossistemas e atrapalhando a conservação
Figura 1. Reflexão sobre o crescimento populacional
do equilíbrio natural.

É importante, então, analisar o conjunto de fatores envolvidos e as maneiras de tornar mínimos os


impactos das ações antrópicas para que seja possível viver em sustentabilidade. Nesse contexto,
a gestão ambiental busca identificar mecanismos para reduzir ao máximo o efeito dos impactos
ambientais negativos das atividades antrópicas no meio ambiente.

Por isso, nesta disciplina, você vai estudar a relação do ser humano com o meio ambiente e como
continuar desempenhando nossas funções de forma sustentável, a partir da correta gestão ambiental
e da responsabilidade social.

Trilha de aprendizagem
Contudo, para enriquecer essa discussão, você terá um caminho a percorrer até a linha de chegada.
Por isso, para auxiliar essa empreitada, você contará com 14 seções personalizadas. Veja cada uma
delas a seguir e dê start nos seus estudos.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Trilha de aprendizagem

COM O
PÉ DIREITO
Este será o primeiro passo de cada uma das
aulas. Não é à toa que o nome desta seção
O QUE é “Com o pé direito”. Neste momento, você
EU PENSAVA poderá conhecer um pouco mais sobre o
tema da aula por meio de um vídeo. Além
disso, você vai conhecer o estudo de caso
Esta será sua primeira atividade da aula.
a ser trabalhado durante a aula. Portanto,
A partir do estudo de caso, visto na seção
preste bem atenção em cada detalhe.
“Com o pé direito”, você vai registrar suas
primeiras percepções sobre o conteúdo.
Feito isso, você pode salvar sua resposta DE OLHO
para comparar ao final da aula e conferir
sua bela trajetória de conhecimento. NO PROFESSOR
Neste espaço, você terá uma videoaula, na
qual vai poder compreender conceitos sobre o
PAUSA PARA conteúdo de uma forma leve e dinâmica. Fique

UM CAFÉ de olhos bem abertos, pois esse recurso pode


aparecer a qualquer momento das aulas.
Este é o momento para dar o play em um
podcast. Nele, você vai acompanhar um
PENSO,
bate-papo com convidados experientes
da área sobre a aplicação de uma LOGO REFLITO
temática ligada ao conteúdo.
Este recurso será apresentado paraque você
reflita sobre alguma questão específica do
conteúdo, a fim de trazer suas experiências e
vivências à tona, melhorando sua compreensão
em cada aula. Afinal, é refletindo que existimos.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

GLOSSÁRIO
Como o aprendizado é contínuo, é sempre bom
ter uma ajudinha nas definições importantes,
TIRANDO A
não é mesmo? Além de o glossário aparecer
ao longo do conteúdo, você pode conferir, PROVA DOS NOVE
no canto superior de cada aula, um resumo
das definições de toda a disciplina. Desafios são importantes para a jornada de
aprendizado, então se prepare para tirar
a prova dos nove ao longo de cada aula.
Vamos ver se você está fera no conteúdo!
TOUR 360 °
Graças à tecnologia, é possível estar em
vários locais e explorá-los em todos os FOCO
detalhes. No Tour 360°, você visitará NA PRÁTICA
muitos lugares sem sair de casa e ainda
poderá aprender a cada descoberta. Mais importante que saber algo é conhecer a
sua aplicabilidade. Por isso, nas intervenções
desta seção, você poderá realizar uma
O QUE série de atividades práticas com objetos

EU PENSO 3D ou em laboratórios virtuais. Você se


sentirá imerso em grandes experiências.

Depois de muito conteúdo, chegará a hora de


concluir o estudo de caso exposto no início
da aula. Vamos ver se você entendeu tudo
direitinho para resolver o problema em questão. SE LIGA!
Nesta seção, continue explorando os
tópicos do conteúdo por meio dos materiais
NA PALMA complementares indicados em cada aula.
DA MÃO
Nesta disciplina, você terá todo o conteúdo à
sua disposição off-line. Por isso, nesta seção,
você poderá realizar o download do e-book REFERÊNCIAS
de cada aula e ter tudo na palma da mão.
Acompanhe, nesta seção, as referências
utilizadas na construção de cada aula.

QUESTÕES
DE ESTUDO
Nesta trilha, você também contará com a
Após cada aula, você poderá praticar ainda
participação de alguns convidados que atuam em
mais por meio das questões de estudo,
que estarão disponíveis em seu ambiente
diversas áreas do conhecimento e agregarão ainda
virtual de aprendizagem (AVA). mais valor ao processo de aprendizagem. Portanto,
siga em frente e conheça as surpresas que esperam
por você.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

PROFESSORA OBJETIVOS D E APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA

Objetivo 1
Identificar a relação entre meio
ambiente e sustentabilidade.

Objetivo 2
Conhecer o processo de licenciamento
ANA CARLA FERNANDES ambiental de atividades poluidoras e as
GASQUES principais metodologias de avaliação de impacto.

Engenheira ambiental e de segurança do trabalho.


Mestra em engenharia urbana, especialista em Objetivo 3
docência e metodologia no ensino superior e Definir sistemas de gestão ambiental
e conhecer certificações.
em gestão de projetos, com MBA em gestão
ambiental e desenvolvimento sustentável.

Objetivo 4
Analisar os aspectos ambientais
envolvidos na cadeia produtiva e
considerá-los na tomada de decisão.

Objetivo 5
Compreender os principais processos
e mecanismos de alteração no meio
decorrentes das atividades antrópicas.

Objetivo 6
Discutir a temática da Agenda 2030
sob uma dimensão sistêmica.

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Nada melhor do que ter uma playlist para chamar de sua, não é mesmo? Por isso, tenha um rápido
acesso a ela a cada “Pausa para um café” ao longo da disciplina. Certamente, você vai querer
maratonar mais de uma vez os episódios. Então, acesse o AVA para ter um spoiler de cada unidade.

Não se esqueça de acompanhar cada conteúdo apresentado nas unidades com atenção, além de
realizar as atividades propostas, a fim de atingir a linha de chegada na sua jornada de aprendizagem
em gestão ambiental e responsabilidade social e contribuir para que o mundo se torne um lugar
melhor.

Bons estudos!
MEIO AMBIENTE E
SUSTENTABILIDADE

Um percurso que levará você a entender a gestão ambiental e a responsabilidade social. Essas duas
temáticas estão diretamente relacionadas, de modo que se contrapõem ao longo do tempo.

Existem temas que são bases de conhecimento para que você compreenda a importância de uma
boa gestão ambiental e como o ser humano é diretamente responsável pelo meio ambiente no qual
está inserido. Nesse sentido, estudar o desenvolvimento sustentável, bem como identificar a causa
para terem sido criados instrumentos e/ou princípios visando à proteção ambiental, é indispensável
para que você domine o assunto e aplique-o durante a sua profissão.

Por isso, nesta unidade, você vai conhecer as principais legislações ambientais e identificar a relação
entre meio ambiente e sustentabilidade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

A evolução histórica do contexto ambiental


Diariamente, fala-se sobre a poluição
ambiental e seus impactos no nosso cotidiano:
desmatamento, poluição do ar, poluição sonora,
enchentes e deslizamentos. Você já parou
para prestar atenção nessas notícias? Esses
eventos estão diretamente relacionados com a
degradação ambiental exagerada, em virtude do
aumento desordenado da população e da falta
de medidas para reduzir os impactos ambientais.
Figura 2. A evolução histórica do contexto mundial
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8

Contudo, o que não costuma ser destacado é que a crise vivenciada hoje impulsiona tanto problemas
ambientais quanto problemas de saúde e de planejamento urbano. Por isso, é preciso identificar
formas de reduzir os impactos das nossas ações no meio ambiente.

A preocupação com a proteção ambiental teve


início na década de 1960 e vem sendo cada vez
mais integrada à agenda política internacional,
em função, principalmente, da disponibilidade
de recursos, ou da falta destes. Você deve estar
pensando: mas por que se sofre com a falta de
recursos hoje? Para entender esse questionamento,
é necessário conhecer um pouco sobre a história
da humanidade e sua evolução.
Figura 3. Humanidade e sua evolução

De acordo com Meckling e Allan (2020), diferentes visões abordam a relação entre o homem e o
meio ambiente:

Abordagem Indica que o homem e o meio ambiente estão em desordem, forçando uma
do limite do investigação pelo equilíbrio entre o crescimento econômico e a mitigação
crescimento das variações climáticas.

Enxerga a relação entre ambiente e crescimento como complementar e


Abordagem fraca; desse modo, conservar o capital natural é imprescindível para impedir
neoclássica
declínios futuros no crescimento econômico.

Terceira Afirma que a política climática pode incentivar o crescimento econômico,


visão sugerindo uma relação de complementaridade.

Com o passar dos anos, o desenvolvimento do trabalho passou a exigir mais do homem, a atividade
extrativista recebeu mais notoriedade e as atividades de caça e pesca foram diminuídas. Por isso,
o homem, até então nômade, passa a ser sedentário, fixando-se em um local e mudando aquele
ecossistema para ter mais espaço para produção. Nesse período, foram formadas as primeiras
sociedades organizadas.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9

A transição da manufatura para a indústria mecânica, gerando


o aumento da produção e a ascensão de novas tecnologias,
alterou o modo de vida no planeta”.
(POTT; ESTRELA, 2017, p. 271)

Dessa forma, durante a Revolução Industrial, os recursos naturais, antes vistos como fonte de
sobrevivência, começaram a ser vistos como fonte produtora de bens, riquezas e materiais.
Iniciou-se, então, o consumo de forma desenfreada. Os avanços em tecnologia, medicina e
produção de alimentos consentiram o aumento do consumo, de modo que estava instaurada
a era do capitalismo industrial. Para saber mais sobre esse assunto, acesse o infográfico
diretamente no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Você já deve ter percebido o quanto o desenvolvimento das práticas de trabalho influenciou o
homem de forma geral ao longo dos períodos e a sua relação com a natureza, certo? No entanto, os
conhecimentos necessários para que você conclua este nível não param por aqui.

PENSO,
LOGO REFLITO
A história da humanidade pode ser analisada sob a perspectiva das diferentes formas de produzir
e acumular riquezas (extração, pecuária, agricultura, manufatura) e sob a sua distribuição ao longo
da história.

Inicialmente, essa relação era considerada harmoniosa, pois eram extraídos os recursos necessários
apenas para a sobrevivência. Entretanto, o crescimento da população, aliado ao desenvolvimento
econômico, fez os recursos naturais serem consumidos não somente para a sobrevivência, e sim
como fonte de riqueza e ostentação. Isso se agravou após a Revolução Industrial, marco histórico da
degradação ambiental. Essa realidade, infelizmente, é refletida até hoje.

Até esse período, poucos episódios indicavam a relação entre o crescimento populacional
desordenado e os seus impactos na população, na saúde e no meio ambiente. Entenda melhor sobre
esse assunto acessando a linha do tempo disponível no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

A década de 1990 foi o período de maior


incentivo à sensibilização ambiental na maioria
dos países. Dois marcos podem ser citados
sobre essa década: a Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1983,
e, escrito a partir dela, o Relatório Brundtland,
publicado com o título “Nosso futuro
comum”, cujo foco era a proteção ambiental
e o desenvolvimento sustentável (SOUZA;
SACCOL, 2015). Nesse momento, surgiu a Figura 4. Representação figurada da construção
de um mundo mais sustentável
definição de desenvolvimento sustentável.

Além disso, a partir de então, passou-se a


realizar conferências, como a maior conferência
da Organização das Nações Unidas (ONU)
sobre meio ambiente: a Rio-92, na qual foram
feitos acordos em prol da qualidade de vida
e do futuro do planeta. Um desses acordos
é a Agenda 21, que definiu objetivos e metas
para os principais problemas ambientais.
Outro marco importante foi a Conferência
da ONU sobre Mudanças Climáticas, na Figura 5. Conferência da ONU sobre meio ambiente: a Rio-92.
qual foi instituído o Protocolo de Kyoto, que
estabeleceu metas para a redução da emissão
de gases do efeito estufa.

Entre as legislações internacionais, na década de 1990, foram criadas: a lei de avaliação de


impacto ambiental (AIA), em 1990, na Alemanha e, em 1992, na República Tcheca; a regulação
da AIA para atividades específicas na Hungria, em 1993; a lei de AIA, em 1997, em Hong Kong
e, em 1999, no Japão.

Glossário

Desenvolvimento sustentável: De acordo com o Ministério Público Federal (BRASIL, 2004, p. 8), o desenvolvimento
sustentável diz respeito ao “ideal de desenvolvimento econômico ecologicamente viável e socialmente justo”.
Esse desenvolvimento é submetido a valores e metas de qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE
Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e veja se você
está craque em gestão ambiental.

Com o passar do tempo, a preocupação com o meio ambiente muda de perspectiva e passa a relacionar
também a melhoria dos processos produtivos, a fim de minimizar os impactos ambientais. Contudo,
apesar da evolução da preocupação com as questões ambientais, o crescimento econômico ainda
tem se fundamentado no “uso não sustentável”, visto que o século XXI teve início com uma queda
no ritmo do incentivo às políticas ambientais (POTT; ESTRELA, 2017). A seguir, conheça marcos
importantes dentro das políticas ambientais.

Como você viu até aqui, a preocupação com o meio ambiente foi ganhando destaque com o passar
dos anos em decorrência dos impactos resultantes das atividades humanas. Nesse contexto, a visão
sobre o meio ambiente, que até então era algo à parte do desenvolvimento humano, passou a ser
algo mais global, envolvendo todos os aspectos da sociedade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12

Conceitos básicos
Você compreendeu como a evolução do homem também foi interferindo na sua relação com o
meio ambiente, não é mesmo? Mas você deve estar se perguntando: “o que é meio ambiente?”;
“qual é a diferença entre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável?”.

Antes de você se aprofundar um pouco mais


no assunto e conhecer as principais definições
envolvendo gestão ambiental e meio ambiente,
atente-se: os conceitos variam conforme o
ramo de atuação, pois não existem definições
consensuais entre todas as áreas. Por isso,
você vai se basear em definições de legislações
relacionadas com o meio ambiente.

Figura 6. Representação de leis ambientais

Os conceitos principais foram organizados em um infográfico para o auxiliar. É fundamental que


esses conceitos fiquem claros para você, pois eles serão estudados ao longo de toda a disciplina.
Veja a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14

A ISO 14001 (ABNT, 2004) abordou o termo “meio ambiente” do ponto de vista da gestão ambiental,
definindo-o como a circunvizinhança em que uma disposição atua, compreendendo ar, água, solo,
recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. Além das definições já vistas,
existem algumas outras que precisam ser esclarecidas, as quais serão apresentadas a seguir, tal
como diferença entre preservação e conservação. Ficou curioso? Então, veja mais na sequência.

Preservação Conservação

Figura 7. Preservação do meio ambiente Figura 8. Conservação do meio ambiente

O ato de preservar garante que a Já conservar envolve o uso sustentável,


natureza não seja tocada, mantendo ou seja, um sistema flexível em que
suas características. Dessa forma, se alia desenvolvimento e proteção
o preservacionismo não considera ambiental. Por isso, o conservacionismo
o valor econômico e a utilidade da abrange o uso racional e o manejo
natureza, responsabilizando o homem criterioso da natureza pelo homem,
pelo desequilíbrio ambiental. considerando-o parte do processo
(SOUZA; SACCOL, 2016).

Continuando nos conceitos básicos necessários, tem-se a definição de poluição. Segundo a Lei nº
6.938/81, em seu artigo 3º, inciso III, poluição é:
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que


direta ou indiretamente: a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; b) Criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas; c) Afetem desfavoravelmente a biota; d)
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos” .
(BRASIL, 1981, on-line)

Além de poluição, falamos nesta unidade sobre


degradação ambiental. A degradação ambiental
está fortemente associada à vulnerabilidade do
ambiente, e ambientes vulneráveis tendem a
sofrer degradações maiores.

Diferentemente de meio ambiente, ambiente


e poluição, a degradação ambiental tem seu
entendimento facilitado. Independente do
contexto, representa de forma clara e não
Figura 9. Degradação ambiental
técnica algum dano ao meio ambiente, ou seja,
tem caráter negativo e relaciona-se às atividades
humanas (RINCÃO; TRIGUEIRO, 2018).

DE OLHO
NO PROFESSOR
Agora, vamos focar na falta de planejamento, com foco no
crescimento da população. No vídeo a seguir, você vai conferir
o planejamento das cidades. Acesse este link ou escaneie o QR
Code e fique de olho no professor.

Fique à vontade para pesquisar outras fontes para as definições, mas não se esqueça do aviso lá no
começo deste tópico, combinado? Além disso, mantenha a calma e se organize para entender os
termos inicialmente apresentados. Ao longo da disciplina, você vai ver exemplos práticos, de modo
a facilitar o entendimento e a associação do conteúdo aprendido.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

Aspectos legais e institucionais no Brasil


A legislação ambiental compreende leis,
decretos, resoluções, portarias e normas que
são aplicadas às organizações de qualquer
natureza e ao cidadão comum. A partir do
momento em que o conceito de ambiente foi
definido com base na ideia de meio de vida (e,
assim, relacionado com a qualidade de vida),
e não mais somente como recurso natural, os
problemas então denominados ambientais
foram assimilados à noção de poluição Figura 10. Conservação do meio ambiente
(SANCHEZ, 2013).

A legislação brasileira, no que se refere aos aspectos ambientais, foi criada para controlar o uso dos
diversos fatores ambientais. A identificação dessa necessidade foi percebida internacionalmente
quando a produção em larga escala passou a interferir na disponibilidade dos recursos naturais
tanto em quantidade quanto em qualidade.

Você viu que a preocupação com os aspectos ambientais teve início na década de 1960, mas, aqui,
vamos abordar as legislações brasileiras a partir da década de 1970, pois boa parte dos estudos
sobre política ambiental no Brasil sugerem o início a partir da criação da Secretaria Especial do Meio
Ambiente (Sema).

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Até aqui, você pôde notar a importância da legislação ambiental. Mas nada melhor que uma “Pausa
para um café” para debater sobre o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA e ouça o podcast
com o advogado Daniel Saunite Filho.

Como você viu ao longo da conversa no podcast


anterior, estamos em um processo de evolução
para o foco na importância das questões
ambientais. Contudo, fazendo um resgate
histórico, é importante que você saiba que, na
década de 1970, os recursos naturais, que até
então eram abundantes, ficaram escassos em
vários estados brasileiros, como foi o caso da
bacia do Alto Tamanduateí, na região do ABC
paulista, no estado de São Paulo, onde se Figura 11. Poluição de um rio ocasionada por
produtos provenientes de uma indústria
concentram ainda hoje inúmeras indústrias.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Nesse local, a água foi poluída a ponto de se tornar imprópria para abastecimento industrial, sendo
constatado alto nível de poluição atmosférica (SANCHEZ, 2013).

Em contrapartida, nessa época, havia todo um contexto internacional que trouxe pela primeira vez
a questão ambiental para o rol das principais preocupações da sociedade. Apesar de ser considerada
uma década de destaque na política ambiental brasileira, esta foi específica para determinados
setores industriais, não compreendendo as regiões menos povoadas e não levando em consideração
os impactos ambientais em longo prazo (FERREIRA; SALLES, 2016), como você verá na linha do
tempo no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE
Agora, ficou mais clara a importância da conscientização da população sobre o meio ambiente, não
é mesmo? Por isso, não perca tempo, acesse o AVA e pratique nesta unidade através de mais um
“Tirando a prova dos nove”.

Acerca disso, a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) trouxe diversas inovações para a
legislação ambiental brasileira, como a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
e do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). Confira melhor a sua estruturação no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Outro instrumento fundamental da PNMA é


o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
Ambiente (Sinima). O Sinima é uma plataforma
conceitual fundamentada na conexão e no
compartilhamento de dados entre os múltiplos
componentes do Sisnama. Dessa forma, o
Sinima é responsável por gerenciar a informação
e compartilhá-la com as diferentes esferas
(governo, sociedade e órgãos ambientais).
Figura 12. Representação do domínio do
mundo sobre as questões ambientais
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

Outra legislação importante nesse período


em função das melhorias para a proteção
ambiental é a Lei nº 7.347, de 1985, conhecida
como Lei dos Interesses Difusos. A partir dela,
o conceito de dano ambiental foi ampliado por
meio da conceituação de interesses difusos, ou
seja, interesses comuns a um grupo de pessoas
(p. ex., moradores de uma região).

Em 1988, a Constituição Federal, em seu artigo


Figura 13. Dano ambiental através de depósitos irregulares de lixo
225, estipulou o seguinte:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
(BRASIL, 2020, on-line)

PENSO,
LOGO REFLITO
O padrão atual de aptidões para ordenar sobre recursos naturais do meio ambiente no Brasil é
partilhado entre a União, os Estados e os Municípios. Nesse sentido, os Estados podem legislar
conjuntamente sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente, controle da poluição e responsabilidade por danos
ao meio ambiente. Conforme a Constituição, “os estados e municípios devem zelar pela proteção ao
meio ambiente e combater a poluição” (BRASIL, 2020, on-line). As legislações estadual e municipal
não devem entrar em confronto com o interesse nacional (MOREIRA et al., 2021).

Já em 2010, é criada a Lei nº 12.305, que


instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), após 20 anos de debates envolvendo
essa temática. A PNRS busca estabelecer os
critérios necessários para a gestão integrada e
o gerenciamento ambientalmente adequado
dos resíduos sólidos.

Figura 14. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 19

Segundo Pott e Estrela (2017), a PNRS é um


dos maiores avanços na legislação ambiental
brasileira desde a Resolução Conama nº 237,
de 1997, e a Lei dos Crimes Ambientais, de
1998. É possível constatar, a partir dos marcos
apresentados, que a preocupação com o
meio ambiente foi ganhando destaque com o
passar dos anos em decorrência dos impactos
resultantes das atividades humanas; ou seja,
mudou-se o foco da visão do meio ambiente, Figura 15. Manifestação contra crimes ambientais
que até então era visto como algo à parte do
desenvolvimento humano, passando a ser visto
como algo mais global.

Além disso, fica evidente que a gestão


ambiental está organizada no Brasil de forma
institucional, de acordo com variadas políticas
públicas, anunciadas convencionalmente
pelas leis. Essas políticas e legislações
definem instrumentos de influência para o
controle do Estado, que são os mecanismos,
procedimentos e métodos adotados para que
objetivos expressos sejam alcançados.
Figura 16. Representação de um plenário

Depois da década de 1990, as empresas do século XXI passaram a considerar em suas ações a
melhoria da sociedade, buscando a criação de parcerias sustentáveis e que tenham valoração
ambiental. Com respeito aos aspectos legais e institucionais, pode-se citar os seguintes:

Criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a fim de proteger a


2000 diversidade biológica, comunidades tradicionais e sua cultura, e alcançar o desenvolvimento
sustentável.

2004 Instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).

Criação da Lei da Mata Atlântica, com enfoque no uso e na proteção da vegetação nativa
2006
desse bioma.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 20

Criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Lei nº


2007
11.516, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB).

Instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o estabelecimento do


2010
Sistema Nacional de Informações em Saneamento (Sinisa).

2012 Criação do Novo Código Florestal.

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSAVA

Agora que você está na reta final da unidade, e depois de ter visto tantos pontos fundamentais para
os seus estudos em gestão ambiental e responsabilidade social, chegou o momento de refletir sobre
tudo o que você compreendeu. Acesse o AVA e deixe suas percepções finais.

A partir da contextualização da evolução histórica, você tem condições de olhar sob outro ponto
de vista para a proteção do meio ambiente e de diferenciar os principais conceitos, como meio
ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Aproveite o conhecimento adquirido
para aplicar em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na
temática de meio ambiente e sustentabilidade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 21

SE LIGA!
Ao conferir as principais legislações relacionadas, o seu entendimento dessa temática foi embasado
pelo aspecto jurídico-legal. Que tal ler um pouco mais sobre o assunto desta unidade?

Política ambiental
brasileira: Justiça ambiental e
análise histórico-
Direito e legislação ecologia política: por
institucionalista
ambiental que usamos a natureza
das principais de forma tão desigual?
abordagens
estratégias
Apesar de, hoje, ser fácil Este artigo apresenta uma Este artigo traz uma
acessar legislações, este livro análise da evolução das ponderação sobre os
direciona para o enfoque políticas ambientais no Brasil, problemas ambientais
ambiental sob a perspectiva fazendo uma relação entre decorrentes das ações
jurídica. Ele é complementar as estratégias econômicas antrópicas e do uso irracional
ao que vimos ao longo desta e o meio ambiente. A dos recursos naturais.
unidade e serve de base para leitura desse material
aprofundamentos futuros. auxilia a compreensão da
evolução, mas também
traz uma reflexão sobre o
distanciamento da abordagem
ambiental e a prática.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >

Você chegou ao final desta unidade. Parabéns! Agora, você


Acesse o conteúdo no AVA
está mais próximo de ser um entendedor de meio ambiente
e sustentabilidade. Contudo, ainda existem alguns desafios para que a sua missão esteja completa.
Por isso, não deixe de praticar esses conceitos também em seu cotidiano.

Não se esqueça de acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para responder as
questões de estudo e ficar expert para a próxima unidade.

Até breve!
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 22

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2004. Sistemas de gestão


ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ARTINE, G.; ALVES, J. E. D. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema
da sustentabilidade? Revista brasileira de estudos de população, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p.
433-460, set./dez. 2015.

BEZERRA, A. S. et al. A evolução histórica da questão ambiental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE


ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 25., Recife, 2009. Anais [...]. Recife: Abes, 2009.

BORGES, L. A. C.; REZENDE, J. L.; PEREIRA, J. A. A. Evolução da legislação ambiental no Brasil.


Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, v. 2, n. 3, p. 447-466, set./dez. 2009.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2022.

BRASIL. Legislação brasileira sobre meio ambiente. 2. ed. Brasília: Câmara dos Deputados,
Edições Câmara, 2010.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm. Acesso em: 10 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de responsabilidade
por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1985. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.
htm#:~:text=Lei%207.347&text=LEI%20No%207.347%2C%20DE%2024%20DE%20JULHO%20
DE%201985.&text=Disciplina%20a%20a%C3%A7%C3%A3o%20civil%20p%C3%BAblica,-
VETADO)%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso em: 10 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da


vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/
l11428.htm. Acesso em: 24 ago. 2022.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 23

BRASIL. Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007. Dispõe sobre a criação do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes; altera as Leis nº 7.735, de 22 de fevereiro
de 1989, 11.284, de 2 de março de 2006, 9.985, de 18 de julho de 2000, 10.410, de 11 de janeiro de
2002, 11.156, de 29 de julho de 2005, 11.357, de 19 de outubro de 2006, e 7.957, de 20 de dezembro
de 1989; revoga dispositivos da Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e da Medida Provisória nº 2.216-
37, de 31 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1967.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11516.htm. Acesso
em: 24 ago. 2022.

BRASIL. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Brasília, DF:
Presidência da República, 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.
htm. Acesso em: 24 ago. 2022.

BRASIL. Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1967. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l5197.htm. Acesso em: 24 ago. 2022.

BRASIL. Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 24 ago. 2022.

BRASIL. Ministério Público Federal. Deficiências em estudos de impacto ambiental: síntese de


uma experiência. Brasil: Ministério Público Federal, 2004.

CAIN, M. L.; BOWMAN, W. D.; HACKER, S. D. Ecologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: Oficina de Textos,
2012.

FERREIRA, M. B. M.; SALLES, A. O. T. Política ambiental brasileira: análise histórico-institucionalista


das principais abordagens estratégias. Revista de Economia, v. 43, n. 2 (ano 40), maio/ago. 2016.

GAVA, A.; SOUZA, L. Meio ambiente, bases conceituais e breve histórico da legislação ambiental no
Brasil. Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 6, n. 3, 2011.

GIACOMELLI, C. L. F.; ELTS, M. K. F. Direito e legislação ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.

LASSU. Laboratório de Sustentabilidade. Pilares da Sustentabilidade. Departamento de Engenharia


da Computação e Sistemas Digitais. Universidade de São Paulo (USP), 2022c. Disponível em: http://
www.lassu.usp.br/sustentabilidade/pilares-da-sustentabilidade/. Acesso em: 10 set. 2022.

MARTINE, G.; ALVES, J. E. D. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema
da sustentabilidade? Revista brasileira de estudos de população, Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p.
433-460, set./dez. 2015.

MEADOWS, D. H. et al. Limites do crescimento: um relatório para o Projeto do Clube de Roma


sobre o Dilema da Humanidade. São Paulo: Perspectiva, 1973.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 24

MECKLING, J., ALLAN, B. B. The evolution of ideas in global climate policy. Nat. Clim. Chang, v. 10,
p. 434-438, 2020.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Apresentação SISNAMA. 10 jan. 2017. Disponível em: https://
antigo.mma.gov.br/epanb/itemlist/category/147-sistema-nacional-de-meio-ambiente.html.
Acesso em: 14 ago. 2022.

MOREIRA, K. S. et al. A evolução da legislação ambiental no contexto histórico brasileiro. Research,


Society and Development, v. 10, n. 2, p. 1-21, 7 fev. 2021.

POTT, C. M.; ESTRELA, C. C. Histórico ambiental: desastres ambientais e o despertar de um novo


pensamento. Estudos Avançados, v. 31, n. 89, p. 271-283, abr. 2017.

RINCÃO, V. P. TRIGUEIRO, R. M. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento. Londrina:


Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.

SANCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina
de textos, 2013.

SOUZA, V. S.; SACCOL, J. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2016.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022
Gestão ambiental
e responsabilidade
social
OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL

O termo desenvolvimento sustentável surgiu a partir de uma inquietação: afinal, como nós vamos
satisfazer as nossas necessidades sem prejudicarmos as gerações futuras?

Você está chegando ao fim da disciplina Gestão ambiental e responsabilidade social. Neste momento,
será apresentado o conceito de desenvolvimento sustentável, que você já deve ter ouvido falar. O
termo foi cunhado no documento conhecido como Relatório Brundtland, intitulado “Nosso futuro
comum”, no ano de 1987 (BRUNDTLAND, 1987). Além disso, serão abordados os estudos da Agenda
2030 para desenvolvimento sustentável, bem como o conceito e a relação da educação ambiental
dentro desse cenário.

Nesta unidade, você vai estudar a temática da Agenda 2030 sob uma dimensão sistêmica. Além disso,
vai conhecer os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e relacionar a educação ambiental
e suas implicações no desenvolvimento sustentável.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

Agenda 2030 e os 17 objetivos


do desenvolvimento sustentável
A rápida urbanização impulsionada pela
globalização e o crescimento populacional trouxe
problemas globais, como mudanças climáticas,
escassez de recursos naturais, deterioração da
saúde pública, e assim por diante. Desde 1970,
a extração global de recursos mais do que
triplicou, incluindo um aumento de cinco vezes
no uso de minerais não metálicos e um aumento
de 45% no uso de combustíveis fósseis (UN
Figura 1. Agenda 2030 e os 17 ODS
ENVIRONMENT PROGRAM, 2019).

O impacto das áreas urbanas e cidades


na degradação ambiental, bem como
das mudanças climáticas e das crises
socioeconômicas, dominou o debate sobre
sustentabilidade nas últimas décadas. Os
assentamentos urbanos, habitados por 55%
da população mundial, consomem grandes
quantidades de energia, materiais e recursos
naturais. Apesar de as cidades cobrirem apenas
3% da superfície do mundo, elas consomem Figura 2. Degradação ambiental
78% da energia mundial e emitem mais de
60% das emissões de gases de efeito estufa
(GEE) (SAIU; BLEčIć; MELONI, 2022).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

Assim como o processo de industrialização, a urbanização representa um dos principais contribuintes


para as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, dois processos inter-relacionados que
afetam profundamente o funcionamento e a estabilidade do ecossistema e, consequentemente,
a qualidade de vida geral de mais da metade da população mundial. Portanto, a perspectiva de
urbanização sustentável oferece grandes oportunidades para lutar contra a pobreza, a desigualdade,
o desemprego, as mudanças climáticas e outros desafios globais prementes em vários níveis
espaciais, do global ao local. Explore mais o assunto no conteúdo a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

Para enfrentar esses desafios interconectados, muitos indicadores de sustentabilidade urbana e


ferramentas de avaliação foram desenvolvidos desde o início da década de 1990, quando a Agenda 21
local foi adotada no Rio de Janeiro. A Agenda 21 estabeleceu diretrizes internacionais para apoiar as
autoridades locais na introdução de princípios de desenvolvimento sustentável nos domínios das práticas
cotidianas de planejamento e gestão urbana. Isso foi feito por meio de metas mensuráveis, a serem
alcançadas até 2021. Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para saber mais sobre isso.

Acesse o conteúdo no AVA

A partir da deliberação da Rio +20, começaram a ser elaborados objetivos visando a minimizar
os impactos negativos da evolução humana. As Nações Unidas lançaram os objetivos de
desenvolvimento sustentável (ODS) em “Transformando nosso mundo”, um relatório de 2015 que
estabeleceu o prazo de 2030 para acabar com a pobreza e a fome e abordar problemas ambientais,
como as mudanças climáticas (GTSC, 2022).

Claramente, o conceito de desenvolvimento


evoluiu consideravelmente dos objetivos de
desenvolvimento do milênio (ODM) para os
ODS, agora incluindo questões econômicas,
ambientais e de governação. Como resultado,
os ODS são muito diferentes em escopo,
complexidade e ambição. O foco em não deixar
ninguém para trás também parece colocar
mais ênfase no desenvolvimento individual e
Figura 3. Os ODS e a ênfase no desenvolvimento
nos direitos humanos do que anteriormente. individual e nos direitos humanos

Assim, em setembro de 2015, todos os 193


estados-membros das Nações Unidas adotaram
um plano para alcançar um futuro melhor para
todos – traçando um caminho (Agenda 2030)
nos próximos anos para acabar com a pobreza
extrema, combater a desigualdade e a injustiça e
proteger o nosso planeta. Os ODS representam
o primeiro acordo democraticamente forjado
sobre desenvolvimento.
Figura 4. Estados-membros da ONU adotam a Agenda 2030

Glossário

Agenda 2030: Plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade que busca erradicar a pobreza e a
fome em todos os lugares, combater as desigualdades dentro e entre países, construir sociedades pacíficas,
justas e inclusivas, proteger os direitos humanos e promover a igualdade de gênero e o empoderamento
de mulheres e meninas e garantir a proteção duradoura do planeta e de seus recursos naturais.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 6

Eles guiarão a agenda de desenvolvimento global até 2030. Ao contrário dos ODMs, que foram
escritos pelo Secretariado da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 para moldar o
desenvolvimento até 2015, os ODS surgiram não por meio da destilação de acordos políticos de
conferências anteriores da ONU, mas sim por meio de negociações de governos.
A Agenda 2030 representa, então, uma oportunidade sem precedentes para eliminar a pobreza
extrema e colocar o mundo em uma trajetória sustentável.

É comum que pesquisadores e meios de comunicação usem


a Agenda 2030 como um objetivo geral de desenvolvimento
sustentável, o que acaba causando alguma confusão. Na verdade,
a Agenda 2030 é uma espécie de plano de ação para alcançar o
equilíbrio entre a proteção do planeta e a prosperidade humana. Ela
é composta de uma declaração, 17 objetivos (ODS) e 169 metas,
bem como uma seção sobre meios de implementação e, finalmente,
um arcabouço para acompanhamento e revisão”.
(GALVAO, 202?)

A estrutura da Agenda 2030 é composta de quatro principais tópicos, apresentados a seguir.


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

Além disso, são definidos cinco pilares para a Agenda, também denominados 5 Ps do desenvolvimento
sustentável. Curioso para saber quais são? Então confira no AVA!

Acesse o conteúdo no AVA

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE
Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira.

O desenvolvimento sustentável, então, busca a eficiência econômica, mas, ao mesmo tempo, a


eficiência social e ecológica — um tripé de coisas que devem caminhar juntas. O desenvolvimento
sustentável pode ser atingido com um conjunto de políticas capazes de, simultaneamente, garantir o
aumento da renda nacional, o acesso a direitos sociais básicos (segurança econômica, saúde e educação)
e a redução do impacto do aumento da industrialização e do consumo sobre o meio ambiente.

Por isso, no centro da Agenda 2030, estão os


17 ODS, que definem claramente o mundo que
queremos – aplicando-se a todas as nações
e não deixando ninguém para trás. Os ODS
tiveram como base as oito metas dos ODMs.
Eles são o resultado da revisão dos ODMs,
atingidos ou não, quando chegou a data-limite
de 2015.

Figura 5. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável

Os objetivos revisados, os ODS, receberam uma nova data-limite, o ano de 2030. Os novos objetivos
foram criados para combater os desafios econômicos, sociais e ambientais do nosso planeta. Para
tanto, foram definidas as prioridades para 2030.

Existem diferenças entre os ODS com relação aos ODMs. Você sabe quais são? Veja a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8

Os ODS resultaram de um processo mais inclusivo do que nunca, com governos envolvendo
empresas, sociedade civil e cidadãos desde o início. Cumprir essas ambições exigirá um esforço sem
precedentes de todos os setores da sociedade – e as empresas devem desempenhar um papel muito
importante nesse processo. A ideia conceitual é que um conjunto definido de objetivos globais
abrangentes fornecerá uma força unificadora na governança da sustentabilidade global.

Nesse contexto, os ODS são o resultado do engajamento de estados-membros da ONU, das


pesquisas com milhares de pessoas e da comunidade internacional, em um processo que levou
três anos para ser concluído. Eles reconhecem que acabar com a pobreza e outras privações deve
estar intimamente ligado a políticas para melhorar a saúde e a educação, reduzir a desigualdade e
estimular o crescimento econômico – combatendo, ao mesmo tempo, as mudanças climáticas e
trabalhando para preservar nossos oceanos e florestas (ARAVINDARAJ; CHINNA, 2022).

No infográfico a seguir, você vai conferir as temáticas de cada um dos objetivos.

Glossário

ODS: Os objetivos de desenvolvimento sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger
o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

No quadro da Agenda 2030, cada administração


local é chamada a implementar ações em nível
local, abordando os desafios e prioridades
específicos do contexto por meio de um
processo de adaptação e localização dos ODS,
definido como “operacionalização dos ODS”.

Figura 6. Prédio da sede da ONU em Nova York com projeção dos ODS

Essa operacionalização é crucial para orientar os formuladores de políticas e profissionais para o


planejamento do terreno e a elaboração de políticas, uma vez que cerca de 65% das 169 metas por
trás dos 17 ODS não serão alcançadas sem o envolvimento dos governos locais e regionais (SAIU;
BLEčIć; MELONI, 2022).

No entanto, a operacionalização dos ODS é um empreendimento desafiador, visto que não é uma
tarefa trivial para os governos locais adaptar suas práticas estabelecidas de formulação e avaliação
de políticas em planos e ações especificamente direcionados aos ODS em escala local.

Por isso, uma característica vital da Agenda


é a concepção de desenvolvimento social e
econômico dependente dos recursos naturais
e do meio ambiente, encarada como uma
questão de responsabilidade compartilhada.
Assim, é necessária uma cooperação
perseverante para enfrentar as principais
questões científicas e políticas. Tal ação
coletiva requer parcerias público-privadas
Figura 7. Desenvolvimento social e econômico
e transformações em vários níveis (BOTO-
ÁLVAREZ; GARCÍA-FERNÁNDEZ, 2020).

PENSO,
LOGO REFLITO
Você sabe qual é a situação atual do nosso planeta nas dimensões ambiental, social e econômica, já
que os 17 ODS surgiram para equilibrar esses três pilares?
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11

Os ODS no Brasil
A ONU enfatizou que alcançar as metas dos
ODS exigiria ação coletiva e parcerias entre
governos e organizações do setor privado. No
entanto, os estudiosos argumentaram que
os atuais modelos de negócios de empresas
baseados no consumo e na produção eficientes
de recursos estão essencialmente promovendo
inúmeras práticas de negócios insustentáveis.

Figura 8. O alcance das metas dos ODS está ligado à ação coletiva
e a parcerias entre governos e organizações do setor privado

Pensando em tudo o que você viu até aqui, a Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento
sustentável fornece uma estrutura importante para a ação econômica, social e ambiental. Além
disso, foi estruturado um sistema de indicadores abrangente para ajudar na implementação
sistemática e no monitoramento do progresso em direção aos ODS. Contudo, infelizmente a sua
implementação é limitada em muitos países, como no Brasil.

O governo brasileiro estabeleceu uma


comissão nacional dos ODS, incluindo 32
representantes da sociedade civil e do governo.
Além disso, criou uma página na internet na
qual estão sendo apresentadas as ações para
implementação dos ODS. Com o objetivo
de incentivar, promover e dar visibilidade às
práticas que contribuem para o alcance dos
ODS no Brasil, também foi instituído pelo Figura 9. Prêmio ODS Brasil

governo brasileiro o Prêmio ODS Brasil.

O Prêmio ODS Brasil tem como objetivo promover práticas que contribuam para o cumprimento da
Agenda 2030 no país. O prêmio também contribuirá para a consolidação de um banco de dados de
boas práticas, que servirá de referência na implementação e divulgação da Agenda 2030 (UNITED
NATIONS, 2022). Veja a seguir essas práticas.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13

A padronização do monitoramento dos indicadores globais é realizada pelo Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística (IBGE), que representa os países do Mercosul e o Chile no Grupo
Interinstitucional e de Especialistas em Indicadores dos ODS (IAEG-SDGs) (UNITED NATIONS, 2022).

Segundo o Instituto Ethos (2022), o Brasil estimula, por meio de políticas públicas claras, a concepção
de instrumentos que envolvem tanto empresas quanto a sociedade no trabalho de construção
de um sistema sustentável, especialmente do ponto de vista da mudança comportamental. Um
exemplo de medida eficiente é:

[...] transformar em regras as boas práticas empresariais, nas suas


diversas searas – seja no modo de produção, seja na substituição
de recursos naturais –, consolidando-as como padrão geral. E os
meios que podem ser utilizados para transformar boas práticas
em normas são a regulamentação pública e a autorregulação
setorial, muitas vezes utilizadas conjuntamente”.
(INSTITUTO ETHOS, 2022, on-line)

Nesse sentido, a inferência das políticas públicas aproveitaria as organizações já comprometidas,


incentivando, assim, ações estruturais que teriam como resultado mudanças acentuadas nos perfis
da produção, do consumo e da distribuição de renda.

Entretanto, apesar dos esforços aparentemente


desenvolvidos, dados do V Relatório Luz 2021
mostram que o Brasil não avançou nos 17 ODS
da Agenda 2030 das Nações Unidas (GTSC,
2021). Cento e seis especialistas de diversas
áreas analisaram a implementação dos ODS
no Brasil e fizeram recomendações para que o
país alcance a meta até 2030, cumprindo seu
compromisso com a ONU.

Figura 10. V Relatório Luz 2021


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14

O relatório de 2021 indica que nenhuma das 169 metas teve avanço suficiente: 92 delas tiveram
retrocessos, 27 estão paralisadas e 13 mostram avanços insatisfatórios. As demais metas não foram
mencionadas por insuficiência de dados. Segundo consta no Relatório:

O Brasil, apesar de ter assumido um compromisso similar ainda


em 1988, com a promulgação da atual Constituição Federal, está
hoje entre os países que mais se distanciam da Agenda 2030,
como mostra a V edição do Relatório Luz da Sociedade Civil”.
(GTSC, 2021, p. 6)

Confira no AVA em quais áreas o Brasil apresenta retrocessos em relação as ODS.

Acesse o conteúdo no AVA

Mas há algum local de consulta desse monitoramento? A resposta é sim. Os indicadores referentes
aos ODS estão dispostos a partir do dashboard on-line, que você pode consultar diretamente
neste site.

Alcançar o desenvolvimento sustentável tem sido dificultado por trade-offs em favor do crescimento
econômico em detrimento do bem-estar social e da viabilidade ecológica, o que também pode
afetar os ODS. Além disso, contradições duradouras entre os objetivos, as abordagens isoladas ou as
complexidades da implementação indicam que a localização dos ODS pode ficar aquém do objetivo
transformador de não deixar ninguém para trás (BUTCHER; ACUTO; TRUNDLE, 2021).

Mas, aconteça o que acontecer, a Agenda


não contém apenas objetivos e metas, pois
também aborda o desafio da implementação
e, mais importante, uma estrutura para
acompanhamento e revisão. Isso é crucial e
requer estudos customizados, uma vez que
nem sempre os índices gerais parecem ser
os melhores indicadores para medir o real
progresso da Agenda 2030 e dos referidos ODS.
Figura 11. A Agenda conta com acompanhamento e revisão
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

Atingir esses objetivos só é possível ao se reduzir a pobreza, a fome, as disparidades de gênero e as


desigualdades, além de aumentar a gestão sustentável dos recursos a partir da conscientização sobre
os impactos das atitudes individuais para o todo. Nesse cenário, a educação ambiental tem sido
historicamente um mecanismo eficaz de combate à degradação ambiental por meio da mudança de
conhecimentos, preocupações e comportamentos dos indivíduos.

Educação ambiental e suas implicações


no desenvolvimento sustentável
Educação e desenvolvimento sustentável
são conceitos que não têm resultado ou
consequência imediata. Ambos os conceitos,
igualmente importantes, estão estruturados
na preocupação com o futuro, apoiados
na defesa da resiliência; ou seja, visam a
estabelecer atos contextuais que, juntos,
possam fornecer cenários capazes de “servir”
às sociedades futuras. É nesse sentido que se
inicia o debate sobre a educação como fator Figura 12. Educação Ambiental e a efetivação do desenvolvimento
primordial a ser observado para a efetivação
do desenvolvimento sustentável.

Chegou a hora de mais um vídeo! Acesse este link ou escaneie o QR


Code ao lado para saber mais sobre a educação ambiental.

PENSO,
LOGO REFLITO
Vários fatores, incluindo as características do programa e do aluno, provavelmente influenciam a
eficácia da educação ambiental. Ao melhorar nossa compreensão de quando a educação ambiental
é mais eficaz, seremos capazes de otimizar os programas disponíveis e, ao fazê-lo, aprender lições
importantes sobre os processos de aprendizagem e mudança de comportamento dos alunos de
forma geral. Mas como otimizar esse processo?
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

A educação ambiental ganhou importância como ferramenta de propagação e conscientização


quanto à preservação do meio ambiente, principalmente nas últimas décadas. Ela surgiu como uma
ferramenta para a sociedade questionar e impor limites aos problemas ambientais da época. Diante
desses problemas crescentes, a ideia de uma educação voltada para o quadro ambiental impregnou as
metas políticas e o contexto pedagógico (MATOS; BATISTA; PAULA, 2019).

A relação entre esses dois campos resultou


no ODS número quatro proposto pelas
Nações Unidas, que visa ao aprimoramento
geral da educação lato sensu e ao avanço
da implementação do desenvolvimento
sustentável em uma das áreas mais essenciais
da sociedade, a sustentabilidade, que, em seu
cerne, carrega o princípio da posteridade.

Figura 13. Princípio da sustentabilidade

Que tal saber mais sobre o caráter de posteridade? Explore a seguir.


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Cabe destacar que a concentração populacional,


o saneamento, os resíduos e a contaminação da
água e do solo são alguns dos problemas a serem
trabalhados pela educação ambiental. Por isso,
atualmente, a educação ambiental assume um
caráter mais amplo, embasada na busca de um
equilíbrio entre o homem e o ambiente, com
vistas à construção de um futuro planejado sob
uma lógica de desenvolvimento e progresso
(pensamento positivista). Nesse contexto, Figura 14. Educação ambiental como ferramenta
para o desenvolvimento sustentável
a educação ambiental é uma ferramenta de
educação para o desenvolvimento sustentável.

Assim, fica clara a ideia de que a educação, nos seus mais diversos níveis, dotada de caráter inclusivo
e acessível a todos os homens, dentro da dignidade humana, é um fator crucial para a concretização
de todos os ODS, ressaltando a importância do desenvolvimento sustentável.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

No contexto brasileiro, a educação já havia


sido abordada como direito fundamental e
infungível pela Constituição Federal de 1988
(BRASIL, 2020), em seu artigo 5º, que diz
respeito à educação e seus resultados em
detrimento do desenvolvimento sustentável,
ensejando a abordagem de pontos importantes,
como acessibilidade, políticas públicas e índices
oficiais de desenvolvimento humano com
primazia para a educação. Figura 15. Educação Ambiental promovida por diversos agentes
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

A educação ambiental no Brasil surge como


educação não sistemática, fora do âmbito do
Estado, muito antes da sua institucionalização
no governo federal. No Brasil, houve um
influente e persistente movimento de educação
ambiental conservacionista até o início da
década de 1970, estimulado pelos movimentos
internacionais ecologistas que agitavam a
Europa e os Estados Unidos entre as décadas
de 1960 e 1970 do século passado. Figura 16. Educação ambiental no Brasil

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo


estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não formal (BRASIL, 1999). A educação ambiental foi regulamentada pela Lei nº
9.795, em abril de 1999, que estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental.

A Diretoria de Educação Ambiental foi instituída no Ministério


do Meio Ambiente (MMA) em 1999, para desenvolver ações
a partir das diretrizes definidas pela lei, cuja regulamentação
define que a coordenação da Política Nacional de Educação fica a
cargo de um órgão gestor, dirigido pelos ministros de Estado do
Meio Ambiente e da Educação”.
(NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008, p. 81)

Nesse cenário, a questão da educação reflete não apenas nas falas sobre o desenvolvimento sustentável
como fator de posteridade, mas também atua como panaceia para as doenças frágeis e fragilidades
da desestruturação humana, agindo como participante do espaço no contexto histórico. Além disso,
a educação deve garantir a técnica, a expertise e o conhecimento necessário para o exercício das
metas estabelecidas na Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável.

Glossário

Educação ambiental: A educação ambiental compreende os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação
do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua sustentabilidade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 19

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE
Vamos ver se você já está craque no conteúdo? Acesse o AVA e confira.

Já que foi apresentada a Política Nacional de Educação Ambiental, é interessante ressaltar quais são
os princípios básicos da educação ambiental (BRASIL, 1999, on-line).

Princípio I Enfoque humanista, holístico, democrático e participativo.

Concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a


Princípio II interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade.

Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi


Princípio III
e transdisciplinaridade.

Princípio IV Vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais.

Princípio V Garantia de continuidade e permanência do processo educativo.

Princípio VI Permanente avaliação crítica do processo educativo.

Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais


Princípio VII
e globais.

Princípio VIII Reconhecimento e respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 20

A referida lei traz, ainda, algumas responsabilizações, tendo-se em vista o direito de todos à educação,
conforme apresentado a seguir.

Poder público Instituições educativas Órgãos do Sisnama

Figura 17. Poder público Figura 18. Educação ambiental Figura 19. Ações de educação ambiental

Definir políticas públicas Promover a educação Promover ações de educação


que incorporem a dimensão ambiental de maneira ambiental integradas aos
ambiental e promover a integrada aos programas programas de conservação,
educação ambiental em educacionais desenvolvidos. recuperação e melhoria
todos os níveis de ensino do meio ambiente.
e o engajamento da
sociedade na conservação,
na recuperação e na melhoria
do meio ambiente.

Empresas, entidades
Meios de comunicação Sociedade
de classe, instituições

Figura 20. Meios de comunicação em massa Figura 21. Capacitação dos trabalhadores Figura 22. Sociedade

Colaborar de maneira Promover programas destinados Manter atenção permanente à


ativa e permanente na à capacitação dos trabalhadores, formação de valores, atitudes
disseminação de informações visando à melhoria e ao controle e habilidades que propiciem a
e práticas educativas sobre efetivo sobre o ambiente de atuação individual e coletiva
meio ambiente e incorporar trabalho, bem como sobre voltada para a prevenção,
a dimensão ambiental as repercussões do processo a identificação e a solução
em sua programação. produtivo no meio ambiente. de problemas ambientais.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 21

Segundo a Política de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), os objetivos fundamentais da educação


ambiental são:

O desafio é levar em consideração os


diferentes espaços e tempos de se fazer
educação ambiental, sem relativizar discursos
e práticas de acordo com a situação e os
interesses que possam estar em pauta. Nesse
contexto, as ações de educação ambiental
podem ser apropriadas e servir de instrumento
de justificativa e validação de práticas
socioambientais injustas e impactantes.
Figura 23. Desmatamento
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 22

Pode-se dividir a educação ambiental em duas categorias: formal e não formal, conforme o infográfico
a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 23

Para alcançar os objetivos da educação


ambiental, é preciso focar no estímulo e no
fortalecimento de uma consciência crítica sobre
a problemática ambiental e social. Mesmo não
caracterizando o objetivo principal, quando se
atinge o fortalecimento de uma consciência
crítica, dá-se um passo para todos os demais
objetivos propostos em lei.

Figura 24. Consciência crítica sobre a problemática ambiental e social

É importante ressaltar o papel do educador no processo de educação ambiental formal. A


afetividade é fundamental para que o aluno (independentemente do nível) tenha um interesse
mínimo pelo processo e sinta-se parte dele. É necessário, ainda, superar a visão fragmentada da
realidade, a fim de ter e gerar uma visão espacial integrada. Por fim, o papel do educador é essencial
para a transformação de valores e a criação de novos hábitos e culturas, que devem ser transmitidos
através das gerações.

DE OLHO
NO PROFESSOR
No vídeo “De olho no professor”, você vai saber mais sobre a educação
ambiental. Acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e fique por
dentro do assunto.

De modo geral, é importante trazer um ponto interessante: rever e avaliar o sistema nacional de
ensino em relação à sua integração da sustentabilidade ambiental é uma necessidade emergente
para todos os países focados em alcançar os ODS (OBRECHT; FEODOROVA; ROSI, 2022).
Nesse sentido, o ODS quatro reconhece o papel da educação na promoção de desenvolvimento
sustentável, estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, responsabilidade social, economia
circular e economia e sociedade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 24

A educação ambiental, por si só, não é garantia


de desenvolvimento sustentável, mas sim um
pressuposto capaz de solidificar as habilidades
e os conhecimentos necessários que podem
afetar os objetivos da Agenda 2030, a inclusão
e a educação igualitária e de qualidade.

Figura 25. Educação ambiental na sociedade

Todo o cenário está direcionado para o contexto em que o indivíduo, sendo assistido por uma educação
inclusiva, equânime e de qualidade, poderá, por meio de suas potencialidades, contribuir para os atos
de desenvolvimento sustentável. Portanto, a educação é um instrumento, e não um remédio.

A educação é o pilar, a pedra de toque que constrói o conhecimento, a visão crítica e a formação
especializada, capaz de afetar a resiliência ecológica, social e econômica em geral.

PENSO,
LOGO REFLITO
A educação ambiental busca promover a consciência tanto da preservação quanto da cidadania.
O ser humano deve passar a entender, desde cedo, que precisa cuidar e preservar a natureza, pois
o futuro depende do equilíbrio entre homem e natureza e do uso racional dos recursos naturais.
Acerca disso, reflita: como é trabalhado o tema educação ambiental nas escolas? Você estudou esse
conteúdo no ensino primário ou fundamental?

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Até o momento, foram apresentados variados pontos essenciais sobre os ODS. Agora, chegou a
hora de se aprofundar ainda nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o
assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA e aperte o play para ouvir o podcast com a professora
Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada, Moema Pauline Barão Septanil. Está imperdível!
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 25

Diante do contexto apresentado nesta


disciplina de modo geral, é preciso que você
entenda quão necessário é identificar novos
caminhos. Apesar de definidos, os ODS ainda
encontram barreiras e desafios para serem
alcançados. A educação ambiental pode
colaborar para construirmos pensamentos
integrados, responsáveis e que direcionem
para a consciência ecológica por meio de novas
formas de agir e interagir. Figura 26. Educação ambiental no mundo

A partir da sensibilização, cada pessoa passa a enxergar e realizar seus compromissos sociais e individuais
diante das dinâmicas cotidianas, podendo cobrar atitudes sustentáveis dos demais setores (público,
privado). Assim, dentro do tripé da sustentabilidade, estaremos mais próximos do socialmente justo,
ecologicamente correto e economicamente viável.

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSO

Que tal checar se o conteúdo visto até aqui ficou fixado? Retorne ao AVA e responda novamente a
pergunta do início da unidade.

Como visto, o desenvolvimento sustentável


tem sido um importante objetivo político para
a comunidade internacional há mais de três
décadas. Ainda assim, o estado do planeta
continua a piorar. Tanto os ODS quanto
a educação ambiental vêm sendo pontos
de destaque na busca por um mundo mais
adequado ambientalmente.

Figura 27. Desenvolvimento sustentável


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 26

Nesse contexto, é possível concluir que a gestão ambiental e a responsabilidade social caminham
lado a lado para a proteção do meio ambiente. Ultrapassando o conceito de preservação total dos
sistemas ambientais, reforça-se a importância de que que tenhamos um olhar crítico, entendendo
que a intervenção do homem para o atendimento de suas necessidades de desenvolvimento deve
sempre priorizar os princípios da sustentabilidade, ou seja, garantir que tanto a geração atual quanto
as gerações futuras tenham um ambiente saudável e equilibrado.

SE LIGA!
Você chegou não só ao fim da unidade, mas também ao fim da disciplina. Para complementar seus
estudos com chave de ouro, explore os materiais extras, que trazem um plus para você.

O papel das Educação ambiental Programas de


universidades no nas escolas da rede Gestão Ambiental
alcance dos ODS municipal de ensino Escolar (PGAE)
no cenário do de Campo Grande, como instrumento
“pós”-pandemia Mato Grosso do Sul para a promoção
da educação para
o desenvolvimento
sustentável (EDS)

A relação entre produção de Este artigo tem como objeto Muito se fala sobre o
conhecimento e melhoria de a educação ambiental, tal desenvolvimento de projetos
vida é cada vez mais urgente, como vem se desenvolvendo na educação infantil e de
motivo pelo qual o papel na Rede Municipal de Ensino sua contribuição para o
das instituições de ensino é (Reme) de Campo Grande, desenvolvimento cognitivo,
fundamental. A alocação de Mato Grosso do Sul, com afetivo-social e perceptivo-
recursos para financiamento o propósito de apreender a motor da criança. Esse é o
de pesquisa deverá ter a sistematização da educação posicionamento que orienta
Agenda 2030 como uma ambiental na escola esse estudo, que assinala a
bússola para aumentar a pública contemporânea. importância da continuidade
relevância e os benefícios da do trabalho com projetos de
ciência e da tecnologia para leitura também no ensino
a sociedade. Veja maiores fundamental, com foco
informações neste artigo. na união entre educação
ambiental e desenvolvimento
sustentável. Leia mais
sobre o tema a seguir.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 27

Parabéns, você concluiu a disciplina Gestão ambiental e Acesse o conteúdo no AVA


responsabilidade social!

Agora, aplique o conteúdo estudado em situações do dia a dia e vá em busca de novos conhecimentos
para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. Mas não se esqueça das últimas
questões de estudo no AVA, ok?

Nos vemos em uma nova oportunidade. Até mais!

REFERÊNCIAS

AGENDA 2030. GTSC, [2022]. Disponível em: https://gtagenda2030.org.br/ods/. Acesso em: 16 set. 2022.

ARAVINDARAJ, K.; CHINNA, P. Rajan. A systematic literature review of integration of industry 4.0
and warehouse management to achieve Sustainable Development Goals (SDGs). Cleaner Logistics
and Supply Chain, v. 5, p. 100072, dez. 2022.

BOTO-ÁLVAREZ, A.; GARCÍA-FERNÁNDEZ, R. Implementation of the 2030 Agenda Sustainable


Development Goals in Spain. Sustainability, v. 12, n. 6, p. 2546, 24 mar. 2020.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 out. 2022.

BRASIL. Lei nº 9.795, 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
seção III, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Fundamental (SEF). Parâmetros


Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: MEC/
SEF, 1997a.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas


transversais. Brasília, DF: MEC, 1997b.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Centros de Educação Ambiental no Brasil: manual de


orientação. Brasília, DF: MEC, 2004.

BRUNDTLAND, G. H. Our common future: report of the World Commission on Environment and
Development. Oxford, Oxford University Press, 1987.

BUTCHER, S.; ACUTO, M.; TRUNDLE, A. Leaving no urban citizens behind: an urban equality
framework for deploying the sustainable development goals. One Earth, v. 4, n. 11, p. 1548-1556,
nov. 2021.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 28

EXTRAÇÃO e uso de recursos naturais aumenta mais do que crescimento populacional, alerta novo
relatório da ONU. UN Environment Program, 12 mar. 2019. Disponível em: https://www.unep.
org/pt-br/noticias-e-reportagens/press-release/extracao-e-uso-de-recursos-naturais-aumenta-
mais-do-que. Acesso em 21 out. 2022.

GALVÃO, R. A. Sustentabilidade em negócios. Porto Alegre: Sagah: [202?].

GRUPO DE TRABALHO DA SOCIEDADE CIVIL PARA A AGENDA 2030. V Relatório Luz da


Sociedade Civil Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável: Brasil. BRASIL: GTSC, 2021.
Disponível em: https://brasilnaagenda2030.files.wordpress.com/2021/07/por_rl_2021_completo_
vs_03_lowres.pdf. Acesso em: 11 out. 2022.

MATOS, T. P. P. B.; BATISTA, L. P. P; PAULA, E. O. Notas sobre a história da educação ambiental no


Brasil. VI CONEDU, v. 3, 2020, Campina Grande. Anais [...]. Campina Grande: Realize Editora, 2020.
p. 1115-1129.

NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, A. D. C.; MELLO, M. C. A. Gestão socioambiental estratégica. Porto


Alegre: Bookman, 2008.

OBRECHT, M.; FEODOROVA, Z.; ROSI, M. Assessment of environmental sustainability integration


into higher education for future experts and leaders. Journal Of Environmental Management, v.
316, p. 115223, ago. 2022.

ORNGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do


Milênio 2015. Nova York: ONU, 2015.

POLÍTICAS públicas. INSTITUTO ETHOS, 2022. Disponível em: https://www.ethos.org.br/


conteudo/mobilizando-as-empresas-por-uma-sociedade-justa-e-sustentavel/politicas-publicas/.
Acesso em: 21 out. 2022.

SAIU, V.; BLEčIć, I.; MELONI, I. Making sustainability development goals (SDGs) operational at
suburban level: potentials and limitations of neighbourhood sustainability assessment tools.
Environmental Impact Assessment Review, v. 96, p. 106845, set. 2022.
SDG Hub – a global SDGs network for innovation and impact. United Nations, c2022. Disponível
em: https://sdgs.un.org/partnerships/sdg-hub-global-sdgs-network-innovation-and-impact. Acesso
em 21 out. 2022.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022
Gestão ambiental
e responsabilidade
social
PRODUÇÃO
MAIS LIMPA

Você já ouviu falar em um modelo de gestão denominado produção mais limpa? Não? Então,
fique de olho nesta unidade para conhecer as especificidades e as principais certificações e selos
ambientais desse modelo.

Ao longo da sua jornada, você viu que o desenvolvimento sustentável é o modelo de desenvolvimento
que atende às necessidades do presente, sem comprometer as gerações futuras de satisfazerem as
suas próprias necessidades. Mas como lidar com a questão ambiental nos processos produtivos e
industriais? Como lidar com os resíduos gerados no processo? Esse é o assunto desta unidade.

Portanto, após esta unidade, você vai ser capaz de entender o conceito de rotulagem ambiental e
identificar selos e rótulos ambientais.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

Produção mais limpa (P+L) e ecoeficiência


Desde o início da história humana, a indústria
tem sido um sistema aberto de fluxo de
materiais. As pessoas transformaram materiais
naturais, plantas, animais e minerais em
ferramentas, roupas e outros produtos.
Quando esses materiais se desgastavam, eles
eram descartados ou jogados fora, e quando
o acúmulo de lixo se tornava um problema, os
moradores mudavam de local, o que era fácil na
Figura 1. Acúmulo de lixo
época, devido ao pequeno número de habitantes
e às vastas áreas de terra.

Além do sistema de gestão ambiental (SGA),


existem outros modelos de gerenciamento
disseminados no meio produtivo e de serviços.
De modo simplificado, o objetivo é o mesmo:
aumentar a eficiência do uso de insumos,
energia, recursos naturais e resíduos. Como
resultado, tem-se a minimização dos impactos
ambientais dos empreendimentos e de seus
processos e a melhora do desempenho tanto
ambiental quanto econômico. Figura 2. Estudo de modelos de gerenciamento do meio produtivo
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

O relatório Brundtland (WCED, 1987) apontou três componentes básicos para o desenvolvimento
sustentável: o meio ambiente, a economia e a sociedade, os quais, do ponto de vista da indústria,
devem ser estudados de maneira sistêmica. Para isso, as organizações devem adotar novos princípios
e ferramentas para a produção de bens e serviços com foco na sustentabilidade.

TOUR
Acesse o conteúdo no AVA
360°
Falando sobre isso, no Tour 360°, disponível no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você vai
conhecer as “Orientações para o Triple Bottom Line”.

O surgimento de novos princípios e ferramentas impulsionou a evolução da estratégia da manufatura,


de forma a incentivar as mudanças incrementais nos processos industriais. Em função disso, o
desempenho ambiental de produtos e processos tornou-se uma questão fundamental, razão pela
qual algumas empresas estão investigando maneiras de minimizar seus efeitos sobre o ambiente.
O planejamento de princípios ambientais está intrínseco à implantação de um sistema de gestão
ambiental e à implantação da P+L no sistema de produção (OLIVEIRA NETO et al., 2015).

Nesse sentido, tem-se um exemplo de gerenciamento ambiental que objetiva dar prioridade para
atividades que visem a reduzir a fonte (CALIJURI; CUNHA, 2013). A produção mais limpa (P+L ou P
mais L) tem sido definida de forma diferente ao longo das últimas décadas, sobretudo devido aos
avanços das tecnologias e ao aprendizado com os erros do passado.

PENSO,
LOGO REFLITO
A inclusão do compromisso com a prevenção na política ambiental é um pré-requisito da norma
ISO 14001 (ABNT, 2015), e a ACV busca analisar todo o fluxo de um produto ou processo no
que tange aos impactos ambientais. Você acredita que organizações vêm procurando programas
complementares para não gerar impactos ou para não precisar lidar com eles?

Glossário

Processos industriais: Os processos industriais são caracterizados por entradas (matérias-primas,


energia e mão de obra) e saídas (produtos, serviços, emissões para o ar e água e resíduos).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

A produção mais limpa (P+L) foi elaborada


pelo Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA; United Nations Environment
Programme) na década de 1990. Desde 1994,
esse programa vem desenvolvendo esse modelo
de produção, quando se estabeleceu o Centro
Nacional de Produção Mais Limpa (CNPML),
que tem por finalidade incentivar a criação de
centros de P+L nos países em desenvolvimento.
No Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias
Limpas (CNTL) foi fundado em 1995. Entre suas
atribuições e atividades, tem-se a disponibilização Figura 3. Produção mais limpa (P+L)

de informação e a implantação de programas


de P+L nos setores produtivos. Além disso, o
CNTL capacita os profissionais para que tenham
condições de atuar em políticas ambientais.

A produção mais limpa é uma estratégia para prevenir as emissões na fonte e iniciar uma melhoria
preventiva contínua do desempenho ambiental das organizações. O foco da gestão deve ser a
prevenção, em vez da cura, para evitar problemas ambientais.

Assim, uma forma de definir uma P+L é o comum conjunto de regras com o desígnio de proteger o
meio ambiente e tornar mínimo o desperdício, que vão desde os processos de fabricação até todo o
ciclo de vida de um produto. Esse conceito pode até ser aplicado em um nível pessoal, abordando o
estilo de vida e as escolhas diárias de cada um (SILVA; GOUVEIA, 2019).

Você sabe como se aplicam as ações que fazem parte da estratégia de gestão ambiental P+L?
Descubra a seguir!

Glossário

Produção mais limpa (P+L): Corresponde à aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada
aos processos, produtos e serviços para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao homem e ao ambiente.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 6

Processos de produção Produtos Serviços

Figura 4. Processos de produção Figura 5. Produtos com Figura 6. Produtos orgânicos nas
embalagem sustentável prateleiras de uma loja

Conservação de matérias- Redução dos impactos Incorporação de preocupações


primas e energia, eliminação negativos ao longo do ciclo ambientais na concepção e
de matérias-primas tóxicas de vida de um produto, desde na prestação de serviços.
e redução da quantidade a extração da matéria-prima
e da toxicidade de todas até a sua disposição final.
as emissões e resíduos.

A P+L requer a mudança de atitudes de gestão


ambiental responsável, por meio da criação de
ambientes de políticas nacionais favoráveis e da
avaliação das opções de tecnologia. Os principais
atores da P+L são as empresas que controlam
os processos de produção. Eles são fortemente
influenciados por seus clientes (empresas
privadas, públicas ou outras) e pela política (leis,
regulamentos, impostos).
Figura 7. Mudança de atitude na gestão ambiental

Ao se considerar o desenvolvimento de um programa de P+L em uma organização, é importante


que seja feita a pré-sensibilização da alta administração a partir de uma visita técnica feita pelos
responsáveis pela implantação do P+L, chamados de ecotime. Nessa visita, serão apresentados
casos de sucesso, enfatizando as vantagens econômicas e ambientais da implantação. Veja, a seguir,
os passos para a implementação de um programa de P+L.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8

Com o fluxo da P+L, você pôde perceber que o foco principal é criar consciência para a prevenção da
poluição, encontrar a fonte de resíduos e emissões, definir um programa para reduzir as emissões
e aumentar a eficiência dos recursos por meio da implementação e da documentação de opções
de produção mais limpa. As ações podem ser organizadas em duas categorias e, estas, em níveis.
Confira mais detalhes no infográfico disponível no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Um ponto importante de se ressaltar é que, ao contrário dos tratamentos de fim de linha, a prevenção
da poluição na fonte pode ser aplicada às diferentes etapas do processo produtivo na maioria dos
processos industriais. Veja melhor a seguir.

O desempenho técnico, ambiental e econômico das empresas industriais pode ser aumentado com
a aplicação de estratégias de produção mais limpa. Além disso, sabe-se que as medidas de produção
mais limpa oferecem vantagens em termos de padrões/limites legais de descarte. Entretanto, muitas
são as barreiras que interferem na implementação de práticas e modelos de negócios sustentáveis,
retendo o potencial de inovação e melhoria ambiental e retardando-o ou até mesmo revertendo-o,
tal como: questões econômicas, motivacionais, tecnológicas, educacionais, entre outras.

Em contrapartida a essas barreiras, estão os fatores que estão começando a ganhar impulso e estão
se tornando impossíveis de ignorar. Confira, a seguir, exemplos desses fatores.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9

Assim, P+L é um conceito dinâmico no qual


novos procedimentos e tecnologias surgem
constantemente, introduzindo métodos e
práticas para prevenir danos ao meio ambiente.
Apesar dos fatores limitantes, aspectos tidos
como motivadores estão impulsionando as
empresas e até mesmo indústrias a mudarem
seus métodos atuais, melhorando a sua pegada
ecológica geral. Ao mesmo tempo, em muitos
casos, esses aspectos estão estimulando
simultaneamente a economia de custos, devido Figura 8. Métodos e práticas para prevenção
à otimização global de toda a cadeia de processo, de danos ao meio ambiente

garantindo a proteção ambiental dos processos


de forma geral.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE
Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira.

A forte dependência de recursos das cidades


baseadas em recursos inevitáveis leva a uma
série de problemas ambientais. A mitigação dos
impactos ambientais de maneira impensada pode
ser prejudicial para o desenvolvimento econômico.
Melhorar a ecoeficiência tem sido uma solução
crucial para proteger o meio ambiente e mitigar
seu impacto econômico negativo.
Figura 9. Problemas ambientais

De acordo com a abordagem de prevenção da poluição (produção mais limpa), a poluição é


resultado do projeto, do consumo de recursos, da ineficiência, da falha e da ineficácia nos processos
de produção. A abordagem de P+L está relacionada com ecoeficiência, produção/indústria verde e
produção sustentável.

PENSO,
LOGO REFLITO
Atualmente, o conceito geral de proteção ambiental está mudando de uma abordagem reativa,
denominada “controle da poluição”, para uma abordagem proativa, denominada “prevenção da
poluição”. Quais organizações você conhece ou já ouviu dizer que vêm modificando sua forma de
enxergar a proteção ambiental?
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11

Mas o que será essa tal “ecoeficiência”?


Esse conceito foi abordado pela primeira vez
em 1992 pelo Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável (BCSD) em
seu relatório histórico “Mudança de rumo”. A
ecoeficiência foi definida no primeiro Workshop
de Antuérpia sobre Ecoeficiência, realizado em
novembro de 1993, como sendo alcançada
pela entrega de bens e serviços com preços
competitivos que satisfaçam às necessidades Figura 10. Ecoeficiência
humanas e tragam qualidade de vida, reduzindo
progressivamente os impactos ecológicos e a
intensidade de recursos ao longo do ciclo de
vida a um nível pelo menos compatível com a
capacidade de carga estimada da Terra.

A ecoeficiência industrial tem sido uma medida inestimável para a relação entre as atividades
produtivas e o esgotamento ambiental, o que é importante investigar quando se busca o
desenvolvimento sustentável. O conceito de ecoeficiência baseia-se na mesma noção adotada pelas
políticas globais de criar mais valor econômico com menos impactos ambientais.

Acesse o AVA para conhecer os sete fatores que contribuem para a obtenção da ecoeficiência em
um processo produtivo.

Acesse o conteúdo no AVA

Parece um tanto quanto lógica a implementação da ecoeficiência industrial, não é mesmo? Ao conceber
produtos e serviços que permitem aos clientes reduzir o consumo de recursos e reduzir o impacto
ambiental, ao mesmo tempo que satisfazem suas necessidades de forma mais eficaz e a um melhor
preço, as empresas já estão colhendo os benefícios dessa estratégia empresarial de visão de longo prazo.

Glossário

Ecoeficiência industrial: A ecoeficiência para processos industriais pode ser definida como a razão entre o
desempenho técnico-econômico associado a um processo e a carga ambiental associada à sua operação.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12

Para resumir, a ecoeficiência é um fator-


chave para as empresas, pois as ajuda a
entender que podem produzir melhores bens
e serviços usando menos recursos e gerando
menos impacto, melhorando, assim, seu
desempenho ambiental e seus resultados. De
maneira genérica, a ecoeficiência é alcançada
pela entrega de bens e serviços com preços
competitivos que satisfaçam às necessidades
humanas e tragam qualidade de vida, ao Figura 11. Roupa feita com material reciclado
mesmo tempo que reduzem progressivamente
os impactos ecológicos e a intensidade dos
recursos ao longo do ciclo de vida.

Mas, pensando bem... O que será que a ecoeficiência e a P+L têm em comum? Siga em seus estudos
e descubra!

P+L VERSUS ECOEFICIÊNCIA: PONTOS EM COMUM

Ecoeficiência e produção mais limpa têm muito em comum. Ambas ajudam as empresas em sua
busca pela melhoria contínua na minimização do consumo de recursos, reduzindo os encargos
ambientais e limitando os riscos e as responsabilidades concomitantes. Continue analisando os
pontos em comum entre a P+L e a ecoeficiência a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14

DE OLHO
NO PROFESSOR
Chegou a hora de ficar “De olho no professor” para relacionar a P+L e a
ecoeficiência. Por isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado
e fique ligado.

As interligações entre ecoeficiência e P+L são numerosas. Assim como a P+L, a ecoeficiência
une os objetivos de excelência empresarial e excelência ambiental, criando a ponte por meio da
qual o comportamento corporativo pode apoiar o desenvolvimento sustentável, a integração do
crescimento econômico e a melhoria ambiental.

Entretanto, a ecoeficiência vai além do


uso de recursos e da redução da poluição,
uma vez que enfatiza a criação de valor
para os negócios e a sociedade em geral, ao
mesmo tempo que atende às necessidades
competitivas. Ao aumentar o valor dos bens
e serviços que cria, a empresa maximizará a
produtividade dos recursos, obterá benefícios
financeiros e recompensará os acionistas, em
vez de simplesmente minimizar o desperdício Figura 12. Ecoeficiência (criação de valor para os negócios)
ou a poluição.

De outro ponto de vista, a ecoeficiência abrange conceitos de P+L, como uso eficiente de matérias-
primas, prevenção da poluição, redução de fontes, minimização de resíduos e reciclagem e
reutilização interna. Ela captura a ideia de redução da poluição por meio da mudança de processo, em
oposição às abordagens anteriores de fim de linha. Ela compartilha características com ferramentas
de gestão ambiental, como avaliação ambiental ou design for environment, ao incluí-las entre as
opções tecnológicas para reduzir a intensidade de materiais e energia na produção, facilitando o
reaproveitamento por meio de remanufatura e reciclagem (UNITED NATIONS ENVIRONMENT
PROGRAMME, 1998).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

A ecoeficiência também apresenta uma


perspectiva de ciclo de vida que acompanha os
produtos desde a matéria-prima até as etapas
de disposição final. É, portanto, uma extensão
do processo de gestão da qualidade total.

Embora ambas as estratégias compartilhem


o objetivo de progresso em direção ao
desenvolvimento sustentável, a ecoeficiência
vai além do uso de recursos e da redução da
Figura 13. Ciclo de vida
poluição; ela enfatiza a criação de valor e
vincula a excelência ambiental à empresarial.
Ao aumentar o valor dos bens e serviços que
cria, a empresa maximiza a produtividade
dos recursos, obtém benefícios financeiros e
recompensa seus acionistas.

Rotulagem ambiental
Para abordar os selos e as certificações
ambientais, é necessário conhecer a rotulagem
ambiental. Com o aumento da preocupação do
consumidor com o impacto ambiental dos bens
e serviços que compram, a rotulagem ambiental
surgiu como uma ferramenta fundamental para
tomar decisões de compra sustentáveis.

Figura 14. Rotulagem ambiental

Os benefícios comerciais da rotulagem ambiental para compradores e fornecedores deram origem


a uma infinidade de reivindicações ambientais, esquemas de rotulagem e iniciativas, cada uma
oferecendo diferentes medidas e referências. Isso aumentou a conscientização sobre o impacto
ambiental de produtos e serviços, mas não sem alguma confusão no mercado. Confira mais detalhes
no infográfico disponível no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Glossário

Rotulagem ambiental: Segundo a ISSO 14020:2002 (ABNT, 2002), a rotulagem ambiental consiste na atribuição
de um selo ou rótulo a um produto ou serviço para comunicar, de modo bem embasado, informações acerca do
seu desempenho ambiental, sem fazer greenwashing.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

PENSO,
LOGO REFLITO
Em um cenário em que cada vez mais os consumidores estão motivados a adquirir produtos
ambientalmente adequados, a rotulagem pode influenciar positivamente as escolhas dos
consumidores, criando uma situação vantajosa para todos. Você já deve ter ouvido falar em
greenwashing, certo? Muitas empresas se dizem ambientalmente adequadas, porém isso é apenas
uma jogada de marketing. Por isso, reflita: até que ponto estamos realmente preocupados com a
questão ambiental dos produtos que consumimos ou com o modo como as pessoas os veem?

Que tal conhecer um pouco mais sobre os acontecimentos acerca dos primeiros rótulos diretamente
no AVA?

Acesse o conteúdo no AVA

É importante destacar, ainda, que o mecanismo da rotulagem ambiental é baseado em dois


pressupostos:

1) Assume-se que um determinado bem pode ser produzido de formas variadas e que estas diferem
em termos de impacto ambiental.

2) Supõe-se que métodos de produção mais limpos são geralmente mais caros ou requerem a
redução de atributos apreciados pelos consumidores (MOURA, 2013).

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Até o momento, foram apresentados variados pontos essenciais sobre a P+L. Agora, chegou a hora
de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um café” para debater o
assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla Fernandes
Gasques e a convidada, Karine Zanotti.

SELOS E RÓTULOS AMBIENTAIS

A série de padrões ISO 14020 (ABNT, 2002) fornece às empresas um conjunto de referências
internacionalmente reconhecido e acordado com o qual podem preparar seus próprios rótulos,
reivindicações e declarações ambientais.

A seguir, confira os três tipos de rotulagem ambiental no escopo da ISO.


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Rotulagens concedidas e monitoradas por uma terceira parte independente


Tipo I – (programas de terceira parte), como órgãos governamentais ou instituições
ISO 14024 internacionalmente reconhecidas – são geralmente mais bem aceitas por
parte do consumidor, devido à sua maior isenção e confiabilidade.

São autodeclarações ou reivindicações espontâneas, feitas pelos próprios


Tipo II – fornecedores ou fabricantes, sem avaliações de terceiros e sem a utilização
ISO 14021
de critérios preestabelecidos.

São rotulagens verificadas também por terceiros e que consideram a avaliação


de todo o ciclo de vida do produto – análise de ciclo de vida (ACV), também
Tipo III – chamada de análise “berço ao túmulo”. Não têm padronização a alcançar,
ISO 14025 contudo, são as mais sofisticadas e complexas quanto à sua implantação,
pois exigem extensos bancos de dados para avaliar o produto em todas as
suas etapas, fornecendo a dimensão exata dos impactos que provocam.

É importante observar que, do ponto de vista da iniciativa, os selos podem: ser conduzidos por
governos – como o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Selo Procel) no
Brasil; funcionar de forma independente, mas podendo aceitar assistência técnica governamental –
como o Ecolabel da União Europeia; ou ser estabelecidos pelo próprio setor industrial ou produtivo,
por meio das chamadas autodeclarações ambientais.

A seguir, confira exemplos de selos e rotulagens ambientais (ROSA, FRACETO E MOSCHINI-


CARLOS, 2012).

Rótulo ecológico ABNT, iniciado em 1993, esse selo identifica produtos com
Selo ABNT menor impacto ambiental em relação a outros compatíveis disponíveis
– Qualidade no mercado. Está estruturado de acordo com o esboço das versões das
ambiental normas ISO 14020 e ISO 14024. É um programa de terceira parte, positivo,
que concede selo do tipo I (SIQUEIRA, 2009).

Rótulo concebido pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da


Selo Blaue Engel Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha em 1978. Esse selo considera o
Anjo Azul ciclo de vida do produto e contém a descrição da razão pela qual o selo foi
concedido (SEIFERT, 2007).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

Criado em 1989, corresponde à rotulagem de produtos e à educação


ambiental nos Estados Unidos. Entre os produtos e serviços avaliados,
Green Seal encontram-se lâmpadas fluorescentes, refrigeradores e freezers, produtos de
limpeza, cosméticos, entre outros (GREEN SEAL, 2010).

Rótulo ecológico da União Europeia (EU), criado em 1992, gerenciado


pela Comissão da União Europeia para o Rótulo Ecológico (CREUE). Todos
Eco Label os produtos que ostentam a “flor” foram auditados por organismos
Europeu (Flor)
independentes quanto à sua conformidade com os critérios ambientais em
todo o ciclo de vida do produto (NF MARK, 2010).

É uma certificação voluntária emitida pelo AFAQ AFNOR Certification.


Criada em 1991, a marca distingue os produtos que têm impacto ambiental
Selo ecológico reduzido, sendo o selo oficial francês de certificação ecológica. Na avaliação,
francês
incluem-se os impactos ambientais em todo o ciclo de vida do produto (NF
MARK, 2010).

Criado em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) e pelo


Departamento de Energia dos Estados Unidos. O selo é conferido a produtos
Selo energy star capazes de manter o mesmo desempenho economizando de 20 a 30% de
energia. Atualmente, tem parceria com mais de 17 mil empresas dos setores
público e privado (USGBC, 2010).

Selo americano da construção civil, de terceira parte, reconhecido


internacionalmente. Alguns requisitos dos empreendimentos para a
obtenção desse selo: uso de iluminação natural; gestão de perdas e
Green building
resíduos; administrações do consumo de água e energia elétrica; uso de
materiais renováveis; redução da emissão de CO2; qualidade interna do
ambiente; e ideias inovadoras (USGBC, 2010).

Certificação O selo FSC indica a certificação de empreendimentos e produtos da floresta.


Forest Essa certificação pode ser referente ao manejo florestal ou à cadeia de
Stewardship custódia. No Brasil, o Imaflora verifica a adequação dos empreendimentos
Council (FSC) florestais conforme os critérios do FSC (IMAFLORA, 2010).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 19

Esse selo indica que a empresa certificada está em conformidade com as


leis sanitárias, ambientais e trabalhistas nacionais e que essa garantia se
Selo IBD de estende aos fornecedores de matéria-prima certificados pelo IBD. Entre os
certificação produtos orgânicos que podem ser certificados, encontram-se: sucos, geleias,
orgânica laticínios, óleos, doces, palmito, extratos vegetais secos, camarão, frango e
carnes, entre outros (INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO
RURAL, 2010).

Depois desses aprendizados, ficou mais


evidente que as práticas ambientais das
organizações, em função da consciência
de seus impactos ao meio ambiente, vêm
evoluindo com o passar dos anos, deixando
de ter caráter passivo e passando a ter caráter
reativo. Em função disso, as organizações têm
buscado estabelecer seu sistema de gestão
ambiental (SGA), que permite a definição e a
implementação de estratégias para caminhar
rumo à melhoria contínua, englobando os Figura 15. Estudo das práticas ambientais nas empresas

aspectos ambientais.

Durante esse processo, são realizadas auditorias para análise de conformidades. A fim de prevenir
a poluição, em vez de dispersá-la, vêm sendo implantados programas como a P+L, vista nesta
unidade, e a ACV, vista na unidade anterior. Além disso, existem os selos e certificações ambientais,
que buscam dar mais visibilidade a empresas ambientalmente adequadas.

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSO

Entre no AVA, retorne à problemática do início da unidade e faça uma comparação entre o que você
pensava e o que pensa agora.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 20

SE LIGA!
Você está chegando ao fim da unidade e quase ao fim da disciplina. Para complementar os seus estudos,
explore os materiais extras que trazem um plus para tudo o que você viu durante esta unidade.

Avaliação da Análise do uso Da ilegalidade


aplicação das de certificações à certificação
técnicas da ambientais para as florestal: estudo
produção mais limpa obras da Companhia de caso do
em um laticínio Águas de Joinville manejo florestal
no sul da Bahia comunitário no
Baixo Amazonas

Este artigo traz uma aplicação Este artigo analisa as Este artigo traz uma
do conceito de P+L em um certificações ambientais perspectiva diferente de
laticínio, um setor com que têm maior visibilidade certificações ambientais,
uma elevada quantidade e estabelece a sua possível tendo em vista que analisa
de impactos ambientais. utilização nas obras de as mudanças do arranjo
Ele é bem interessante, uma Companhia de Água produtivo da madeira oriunda
principalmente porque a na cidade de Joinville. da extração comunitária,
empresa em questão já vinha no município de Boa Vista
adotando algumas práticas do Ramos, Amazonas,
ambientais e manifestou decorrentes das alterações
interesse em conhecer outras nas políticas ambientais e
que contribuíssem para normas voltadas ao manejo
minimizar os impactos e florestal sustentável.
propiciar ganhos econômicos.
Assim, foi possível
identificar e apresentar as
oportunidades de P+L.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >

Você concluiu mais uma unidade. Agora, aplique o conteúdo


Acesse o conteúdo no AVA
estudado em situações do dia a dia e vá em busca de novos
conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. E não se esqueça
das questões de estudo no AVA, combinado?”

Nos vemos na próxima e última etapa. Até lá!


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 21

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão


ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14020 – Rótulos e declarações


ambientais – Princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14021 – Rótulos e declarações


ambientais – Autodeclarações ambientais (rotulagem do tipo II). Rio de Janeiro: ABNT, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14024 – Rótulos e declarações


ambientais – Rotulagem ambiental tipo I – Princípios e procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2022.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14025 – Rótulos e declarações
ambientais – Declarações ambientais de tipo III – Princípios e procedimentos. Rio de Janeira:
ABNT, 2015.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2013.

CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS SENAI. Implementação de programas de


produção mais limpa. Porto Alegre: CNTL/Senai, 2003.
ENERGY STAR. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao selo
americano de eficiência energética. Washington: Energy Star, 2012. Disponível em: http://energystar.
gov. Acesso em: 13 out. 2022.

EUROPEAN COMISSION. Apresenta informações sobre procedimentos e produtos relacionados ao


selo ecológico da comunidade europeia. Brussel: EC, 2012. Disponível em: http://ec.europea.eu/
environemnt/ecolabel. Acesso em: 13 out. 2022.

GREEN SEAL. Washington: Green Seal, 2012. Disponível em: www.greenseal.org. Acesso em: 13
out. 2022.

INSTITUTO BIODINÂMICO DE DESENVOLVIMENTO RURAL. Apresenta informações sobre


procedimentos e produtos relacionados a certificações de produtos orgânicos. Botucatu: IBD, [20--].
Disponível em: www.ibd.com.br. Acesso em: 13 out. 2022.

INSTITUTO DE MANEJO E CERTIFICAÇÃO FLORESTAL E AGRÍCOLA. Certificação FSC – Apresenta


informações sobre procedimentos para a certificação florestal e agrícola. Piracicaba: Imaflora,
[20--]. Disponível em: www.imaflora.org. Acesso em: 13 out. 2022.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 22

MOURA, A. M. M. O mecanismo de rotulagem ambiental: perspectivas de aplicação no brasil.


Boletim Regional, Urbano e Ambiental, n. 7, p. 11-22, jun./jul. 2013.

MOURA, L. A. Qualidade e gestão ambiental: sustentabilidade e implantação da ISO 14.001. 5.


ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2008.

NASCIMENTO, L. F.; LEMOS, A. D. C.; MELLO, M. C. A. Gestão socioambiental estratégica. Porto


Alegre: Bookman, 2008.

NF MARK. Afnor Certification – Apresenta informações sobre procedimentos para a certificação


AFAQ AFNOR. Disponível em: https://certification.afnor.org/. Acesso em: 13 out. 2022.

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Agenda 2030. [2022]. Disponível em: https://


gtagenda2030.org.br/ods/. Acesso em: 16 set. 2022.

OLIVEIRA NETO, G. C. et al. Princípios e ferramentas da produção mais limpa: um estudo exploratório
em empresas brasileiras. Gestão & Produção, v. 22, n. 2, p. 326-344, jun. 2015.

ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. Porto


Alegre: Bookman, 2012.

SEIFFERT, M. E. B. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São


Paulo: Atlas, 2007.

SILVA, F. J. G.; GOUVEIA, R. M. Cleaner production main concept and history. In: SILVA, F. J. G;
GOUVEIA, R. M. Cleaner Production. Portugal: Springer, 2020. p. 15-31.

SIQUEIRA, K. Selo verde: qualidade ambiental. Revista Pnews, v. 66, 2009.

U.S. GREEN BUILDING COUNCIL. Apresenta informações sobre procedimentos relacionados


a obtenção do selo verde na construção civil americana Green Building. Washington: US Green
Building Council, 2011. Disponível em: www.usbgc.org. Acesso em: 13 out. 2022.

UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME. Cleaner production and eco-efficiency:


complementary aproaches to sustainable development. Paris: Unep, 1998.
WCED. World Commission on Environment and Development: our common future. Oslo: WCED,
1987. Disponível em: https://brasil.un.org/rio20/documentos/. Acesso em: 21 ago. 2022.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022
Gestão ambiental
e responsabilidade
social
SUSTENTABILIDADE
EMPRESARIAL

Atualmente, muitas organizações têm caráter reativo do ponto de vista ambiental e procuram, dentro
dos componentes de suas atividades, identificar meios para prevenir e reduzir as consequências de
seus impactos ambientais.

Um dos motivadores para a sustentabilidade empresarial foi o sistema de gestão ambiental,


instituído pela norma ISO 14000 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004). Em
decorrência disso, os conceitos de sustentabilidade industrial, ecologia industrial e metodologia de
análise do ciclo de vida (ACV) ficaram mais evidentes e são de extrema importância para o incentivo
de práticas sustentáveis em âmbito corporativo.

Dessa forma, nesta unidade, você vai analisar os aspectos ambientais envolvidos na cadeia produtiva
e considerá-los na tomada de decisão. Além disso, vai conhecer o conceito de ecologia industrial e
identificar as etapas da ACV.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo desta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar as


suas primeiras percepções da situação descrita no vídeo.

Sustentabilidade empresarial
Desde o início da história humana, a indústria tem
sido um sistema aberto de fluxo de materiais.
As pessoas transformaram materiais naturais,
plantas, animais e minerais em ferramentas,
roupas e outros produtos. Quando se
desgastavam, esses materiais eram descartados,
e, quando o acúmulo de lixo se tornava um
problema, os moradores mudavam de local,
o que era fácil na época, devido ao pequeno
número de habitantes e às vastas áreas de terra. Figura 1. Sustentabilidade empresarial
Com base nesse contexto, percebe-se que os
objetivos da indústria devem ser a preservação
e a melhoria do meio ambiente.

Com o aumento da atividade industrial no


mundo, novas formas devem ser desenvolvidas
para melhorar as interações industriais com
o meio ambiente. Fica evidente, então, no
ambiente competitivo em que as empresas
estão inseridas, a procura por um diferencial em
relação aos seus concorrentes. Assim, torna-se
cada vez mais importante encontrar diferenciais
para que as organizações mantenham uma boa
posição no mercado. Esse diferencial pode ser Figura 2. Aumento da atividade industrial
alcançado por meio de práticas que contribuam
para o desenvolvimento sustentável.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

PENSO,
LOGO REFLITO
O ramo empresarial não é o único ao se falar sobre ecologia. Pode-se citar: a ecologia da família, que
mostra como os membros da família são moldados por suas interações; a ecologia organizacional,
que aplica modelos de dinâmica populacional aos nascimentos e mortes de empresas e indústrias
e examina como a evolução da estrutura organizacional é moldada por interações competitivas
e cooperativas; e a economia ecológica, em que se observa que os ecossistemas naturais não
influenciados pela atividade humana não existem mais – contando tanto economistas quanto
ecologistas entre seus números, ela tenta integrar os dois domínios profissionais (DUCHIN; LEVINE,
2014). Em todos os casos, a intenção é sugerir que o campo em questão constitui um sistema
complexo, em alguns casos com relações diretas com ecossistemas biológicos. Como você enxerga
a ecologia? Algum dos conceitos faz mais sentido para você? Reflita.

Várias definições foram estabelecidas na literatura para explorar o termo sustentabilidade


corporativa ou empresarial. O conceito do tripé da sustentabilidade ganhou ênfase no final da
década de 1990. Nessa abordagem, as empresas passaram a analisar seus resultados com base em
três fatores: econômico, ambiental e social. É o que chamamos de sustentabilidade empresarial.

A implementação de práticas de sustentabilidade corporativa no negócio é vital para analisar


sistematicamente o conceito de sustentabilidade corporativa. Entretanto, além dos custos iniciais
para investimentos em práticas de sustentabilidade, ainda não está claro como esses três domínios
(econômico, ambiental e social) podem ser inseridos como estratégias nos modelos de gestão
organizacional, porém eles oferecem uma maneira de pensar sobre como as empresas devem agir.

DE OLHO
NO PROFESSOR
No vídeo “De olho no professor”, você vai conhecer os três
posicionamentos que uma empresa pode adotar dentro da
sustentabilidade empresarial. Para isso, acesse este link ou escaneie o
QR Code ao lado.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

Além dos perfis de abordagem vistos no vídeo,


tem-se a empresa sustentável. Essa empresa
incorpora princípios de sustentabilidade em
cada uma de suas decisões de negócios, fornece
produtos ou serviços ecologicamente corretos
que substituem a demanda por produtos e/
ou serviços não verdes, é mais verde do que
a concorrência tradicional e assumiu um
compromisso duradouro com os princípios
Figura 3. Princípios de sustentabilidade nas decisões de negócios
ambientais em seus negócios operações.

Nesse contexto, o termo ESG vem sendo bastante abordado, e há quem diga que ele substitui o
conceito de “sustentabilidade empresarial”. Acesse o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e
explore o conceito dessa sigla.

Acesse o conteúdo no AVA

O ESG é visto como um conceito universalmente utilizado por investidores do mercado de capitais
para avaliar o comportamento corporativo e o desempenho financeiro futuro das corporações,
medindo sua sustentabilidade. O ESG é formado por alguns fatores que podem ser adotados pelas
empresas. Confira esses fatores a seguir.

Glossário

Empresa sustentável: Uma empresa sustentável é uma organização que pode antecipar e atender às
necessidades das gerações presentes e futuras de clientes e partes interessadas. Isso é feito por meio da
criação e da inovação de novas estratégias e atividades de negócios que aceleram mudanças sociais positivas
e protegem e preservam a integridade ambiental enquanto aprimoram o desempenho dos negócios.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 6
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre a sustentabilidade empresarial.
Chegou a hora de se aprofundar ainda mais no tema, e nada como uma “Pausa para um café” para
debater o assunto. Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast com a professora Ana Carla
Fernandes Gasques e a convidada, Luana Karoline.

Como resultado, são esperados impactos positivos, como redução de custos e melhoria da
lucratividade devido à melhor eficiência energética. Além disso, precisa-se “considerar que os aspectos
socioambientais exercem influência crescente nas decisões das empresas e que o desenvolvimento
sustentável é a ideia de não esgotar os recursos para o futuro” (VERAS, 2001, p. 67).

PENSO,
LOGO REFLITO
Você sabia que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) criou um Índice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE)? Trata-se de uma importante ferramenta de análise e comparação das empresas
que mantém ações na Bolsa de Valores, visando a esclarecer os investidores sobre como essas
corporações estão adotando práticas de desenvolvimento sustentável.

No setor empresarial, a gestão ambiental ganha importância pelas condições cada vez mais exigentes,
pelas pressões dos órgãos de controle ambiental ou da comunidade do entorno, por organizações não
governamentais (ONGs), por consumidores e até por acionistas.

A etapa inicial para que uma empresa caminhe rumo à sustentabilidade é a implantação do planejamento
ambiental, que se associa à gestão ambiental, conforme apresentado no modelo a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9

Nas últimas duas décadas, tem havido um


desenvolvimento contínuo de estruturas de
relatórios de sustentabilidade corporativa
para aumentar a conscientização sobre
questões relacionadas com a sustentabilidade
de várias partes interessadas da empresa. A
relação entre as estruturas de relatórios de
sustentabilidade corporativa e as corporações
continua desde a criação da Global Reporting
Initiative (GRI), em 1997. Figura 4. Relatório de sustentabilidade corporativa

Veja a seguir quais estruturas e diretrizes foram criadas para apoiar os compromissos de
sustentabilidade das empresas.

Sustainability Accounting Standards Board (SASB) é uma organização


independente de definição de padrões que promove a divulgação de
SASB
informações materiais de sustentabilidade para atender às necessidades
dos investidores.

International Integrated Reporting Council (Conselho Internacional para


IIRC Relato Integrado) é uma coalizão global de reguladores, investidores,
empresas, definidores de padrões, profissionais do setor contábil e ONGs.

Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD), criado pelo


Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) em 2015, consiste em um grupo
TCFD de trabalho que se encarrega de fomentar que as empresas informem seus
investidores sobre os riscos relacionados com a mudança climática e o modo
como eles são gerenciados.

Grande definidor dos parâmetros de sustentabilidade empresarial, trata-se


de uma organização sem fins lucrativos que busca desenvolver uma
GRI
estrutura de relatórios envolvendo sustentabilidade, que serão utilizados
em todo o mundo.

Diante do que foi estudado até aqui, você pode perceber que a responsabilidade social e ambiental
será um assunto cada vez mais discutido entre as pequenas e médias empresas brasileiras, pois
envolve lucro, custo e produtividade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

Ecologia industrial
Outro termo em destaque no contexto da
sustentabilidade empresarial é a ecologia
industrial. A economia linear convencional
e comum atual (a abordagem tomar-fazer-
descartar) baseia-se na transformação de
recursos naturais em resíduos por meio da
conversão. A sua filosofia é baseada nos recursos
ilimitados da natureza e nos locais de despejo
inofensivos. Não há resíduos na natureza, em
vez disso, o que é liberado como resíduo por Figura 5. Ecologia industrial
uma espécie é naturalmente absorvido como
nutriente por outras (sem qualquer influência ou
força externa).

Nesse cenário, um sistema industrial aberto – aquele que absorve materiais e energia, cria produtos,
desperdiça materiais e depois joga a maioria deles – provavelmente não continuará indefinidamente
e terá de ser substituído por um sistema diferente.

Veja mais sobre sistema industrial aberto e redes industriais no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Um sistema em que os resíduos de uma unidade industrial se tornem essencialmente úteis em outra
unidade contribuiria para maximizar o uso de recursos materiais e minimizar os desperdícios. O
campo da ecologia industrial (EI) foi criado para informar a tomada de decisão humana intencional
sobre os processos de produção industrial, especialmente como eles impactam o meio ambiente,
aproveitando o conhecimento sobre o funcionamento de ecossistemas saudáveis.

Como o termo “ecologia industrial” traz diversos aspectos, cabe ressaltar mais algumas características
desse tipo de ecologia. Confira diretamente no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Glossário

Ecologia industrial: Nova abordagem para análise da sustentabilidade. Trata-se do estudo de sistemas
industriais que operam mais como ecossistemas naturais. Um ecossistema natural tende a evoluir de tal forma
que qualquer fonte disponível de material útil ou energia será utilizada por algum organismo do sistema.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e tire a prova
dos nove.

Com base no apresentado, entende-se que um forte impulsionador do EI é que, na natureza, não
existe desperdício. Dessa forma, todos os materiais de um ciclo podem ser utilizados em outros
ciclos. Nesse sentido, a ecologia industrial contempla ferramentas que podem atuar em três níveis
diferentes, de acordo com o nível de desempenho e a amplitude. Confira esses níveis a seguir.

Dentro da Produção mais limpa; projeto para meio ambiente; SGA; ecodesign;
companhia/
química verde; contabilidade verde.
indústria

Fora da empresa/ Avaliação de ciclo de vida; simbiose industrial; iniciativas do setor;


indústria parques ecoindustriais.

Análise de fluxo de matéria e energia; economia circular; ecoefetividade;


Regional/global
planejamento estratégico regional.

A ecologia industrial é motivada por sua


preocupação com o bem-estar do meio ambiente.
Como a inclusão da ecologia em seu nome indica,
ela dá ênfase especial ao desenvolvimento e
à implementação de soluções e políticas no
nível do sistema, incluindo o sistema global.
Desse modo, um aspecto fundamental para a
perspectiva do sistema é o conceito de que o
comportamento de componentes individuais
não pode ser totalmente compreendido sem Figura 6. Preocupação com o meio ambiente
referência ao sistema no qual eles interagem.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12

A ecologia industrial reconhece que as atividades industriais humanas no mundo industrializado


moderno são caracterizadas pela interdependência de indústrias, que muitas vezes realizam muitos
processos de produção interconectados, dependentes de insumos de energia e materiais e descarte
de resíduos.

Como visto, à medida que a consciência ambiental aumenta, as indústrias e empresas avaliam como
suas atividades afetam o ambiente. As primeiras preocupações com a poluição surgiram na década
de 1960 nos Estados Unidos e se espalharam pelo mundo. Contudo, a velocidade com que esse
conceito se difunde varia de país para país.

Análise do ciclo de vida


A análise do ciclo de vida (ACV) é uma abordagem
holística para verificar as consequências
ambientais resultantes de produtos e processos.
Além disso, é uma metodologia aplicada pelas
organizações para avaliar os impactos ambientais
decorrentes de toda a cadeia produtiva de um
produto ou serviço no decorrer de toda a sua
vida – desde a extração da matéria-prima até o
descarte final ou retorno ao processo produtivo
(BRAGA et al., 2005; CALIJURI; CUNHA, 2013). Figura 7. Análise do ciclo de vida

Segundo a ISO 14040 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001), a ACV é uma
técnica para avaliar aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto, mediante
a compilação de um inventário de entradas e saídas pertinentes de um sistema de produto. Além
disso, ela envolve a avaliação dos impactos ambientais potenciais associados a essas entradas e
saídas, a interpretação dos resultados das fases de análise de inventário e a avaliação de impactos
em relação aos objetivos dos estudos.

Glossário

ACV: De acordo com a ISO 14001 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015), a análise do ciclo
de vida (ACV) é formada por etapas sequenciais e ligadas de um sistema de produto ou de um serviço. Isso ocorre a
partir do momento de aquisição ou de criação da matéria-prima, vinda de recursos naturais, até o resultado final.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13

A análise, ou avaliação, do ciclo de vida (ACV)


ambiental desenvolveu-se rapidamente nas
últimas três décadas, mas começou a ser
comentada apenas no final da década de 1980,
quando os inventários do ciclo de vida da
energia e da massa dos sistemas de produtos
começaram a ser realizados. Em 1990, a
Sociedade de Toxicologia e Química Ambiental
realizou workshops de ACV e identificou as
várias etapas de sua estrutura. Figura 8. Avaliação do ciclo de vida da energia

No entanto, a ACV ficou mundialmente conhecida somente depois que a ISO desenvolveu padrões
de gestão, a partir da estruturação de um comitê técnico encarregado de desenvolver uma estrutura
padrão para ela. O ponto culminante desse esforço foi um padrão internacional voluntário que
permanece hoje como regra para a realização de uma ACV.

Acesse o AVA para conhecer as quatro fases da abordagem metodológica da ACV.

Acesse o conteúdo no AVA

Cada etapa da extração de recursos até o descarte de resíduos está associada a diferentes necessidades
de recursos e emissões ou outras formas de dano e seus impactos, que são experimentados em
momentos e locais específicos. A ACV é frequentemente utilizada para comparar os impactos
ambientais de produtos ou processos de produção alternativos e tem sido aplicada a substâncias
como cloro e alumínio, em toda a indústria de mineração, em materiais industriais, como PVCs,
além de ter usos alternativos em terras agrícolas.

O desenvolvimento de uma ACV é interativo, onde estas fases


possuem relações, ou seja, conforme dados e informações
são coletados, outros aspectos do escopo podem demandar
alterações buscando-se atender ao objetivo original do estudo”.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009a, p. 12)

Nenhuma das fases é verdadeiramente completa até que todo o estudo esteja finalizado.
Os principais pontos envolvendo essas fases são apresentados a seguir (BRAGA et al., 2005, p. 296).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14

O estudo pode envolver, de maneira adequada e sistemática, os aspectos


Estudo ambientais de um sistema de produção de um produto, desde a aquisição das
matérias-primas até a disposição final do produto.

A profundidade de detalhes e o intervalo de tempo de um estudo de análise


Profundidade do ciclo de vida podem variar de maneira substancial, em função das
de detalhes
definições dos objetivos traçados e da definição de seu escopo.

O escopo, os princípios, os parâmetros de qualidade dos dados, as


Interpretação metodologias e as variáveis de saída de um estudo de análise do ciclo de
vida devem ter interpretação clara e apropriada.

Podem ser feitas provisões, dependendo da intenção da aplicação do estudo,


Provisões
respeitando-se a confidencialidade e a propriedade industrial.

Metodologias As metodologias de análise do ciclo de vida deverão ser responsáveis


de análise do pela inclusão de novas descobertas científicas e melhorias do estado da
ciclo de vida arte da metodologia.

De modo a extinguir ou tornar mínimos os aspectos e impactos ambientais não somente na produção,
mas em todas as fases do ciclo de vida de um produto – desde a extração e o beneficiamento da
matéria-prima, passando por transporte, produção, distribuição, consumo e pós-uso até a disposição
final –, a gestão ambiental empresarial, principalmente a partir do final da década de 1990, ampliou
a sua visão para o ciclo de vida do produto. Acesse o AVA e conheça!

Acesse o conteúdo no AVA


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

Inicialmente, a solução era substituir a matéria-prima utilizada ou modificar a forma de usar


determinado produto, ou, ainda, retornar o produto ao processo produtivo, sem considerar a fase
de fabricação dele. Entretanto, a partir da abordagem de ACV, entende-se que a problemática da
poluição ambiental envolve todo o ciclo de vida de um produto.

A partir de agora, você poderá explorar mais sobre esse assunto e


testar os seus conhecimentos em mais um vídeo. Para isso, acesse
este link ou escaneie o QR Code ao lado.

A ACV tem o potencial de fornecer um novo modelo de regulamentação, baseado em uma visão
holística dos impactos ambientais, em vez de focar na gestão de riscos químicos.

PENSO,
LOGO REFLITO
Você deve estar se perguntando, toda ACV engloba todas as fases do ciclo de vida? Não. O
limite do sistema é determinado com base no objetivo do estudo. Se esse é o objetivo, quais
etapas são necessárias?

Sendo assim, fica a reflexão: é preciso entender o impacto ambiental das matérias-primas, o
processo e os componentes até a concepção do produto final.

Diante do exposto, entende-se que a ACV é uma metodologia de gestão ambiental sistemática
que visa a soluções ambientalmente adequadas. Além disso, organizações que se antecipam na
consideração dessas novas exigências podem obter inovações em seus processos, produtos e
padrões de negócios, assim como um gerenciamento mais integrado entre fornecedores e clientes.

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Pronto para mais um teste sobre os seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e confira.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSO

Que tal retomar a situação-problema do início desta unidade e realizar um comparativo do que
você pensava e o que pensa agora? Acesse o AVA e deixe sua resposta final.

SE LIGA!
A unidade está acabando, mas há materiais extras que vão complementar ainda mais os seus
estudos. Eles trazem o conteúdo e a teoria vistos nesta unidade, de modo que você pode identificar
a aplicabilidade dos conceitos estudados. Confira a seguir.

Contribuição para Desenvolvimento A ecologia industrial


a avaliação de sustentável como instrumento
ciclo do vida na empresarial: práticas na busca pela
quantificação de e concepções sobre sustentabilidade
impactos ambientais sustentabilidade
de sistemas na cadeia produtiva
construtivos do plástico verde

Este artigo consiste em Este artigo analisou sete O artigo em questão busca
uma aplicação da ACV empresas que aderiram ao aplicar o conceito de ecologia
em uma edificação de plástico verde no contexto industrial ao sistema de
ensino localizada na região nacional, mediante gestão de uma empresa
Centro-Oeste do Brasil. Foi entrevistas semiestruturadas do setor eletroeletrônico.
identificada a contribuição realizadas com gestores Os autores avaliaram o
de: sistemas construtivos de ao longo dos anos de 2014 impacto dessa prática
fundação e superestrutura, e 2015. Foi constatada a para a sustentabilidade.
ambos em concreto armado, representação de validade
vedações compostas de tijolos do valor de sustentabilidade
cerâmicos e argamassas, entre empresas que
cobertura com telhas investiram no plástico verde,
termoacústicas, esquadrias e sua transformação em
em alumínio e revestimentos ações compreende o sentido
cerâmicos nas categorias disputado e atribuído pelos
de impacto ambiental. agentes no interior de uma
ordem considerada legítima.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Você chegou ao final de mais uma unidade, parabéns! Acesse o conteúdo no AVA
Aproveite para aplicar o conteúdo estudado em situações do dia a dia, além de ir em busca de novos
conhecimentos para se aprofundar na temática de sustentabilidade empresarial. Acesse já seu AVA
para responder as questões de estudo.

Nos vemos na próxima etapa. Até lá!

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, C. M. V. B. Ecologia Industrial. São Paulo: Edgard Blucher: 2006.

ALVES, R. Sustentabilidade empresarial e mercado verde: a transformação do mundo em que


vivemos. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14000, 14001, 14004:2004 –


Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão


ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14010, 14011, 14012, 14014,
14015:2004 – Auditoria ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040:2001 – Gestão ambiental.


Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental – avaliação
do ciclo de vida – princípios e estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 45001: Sistemas de gestão da saúde e


segurança ocupacional (SGSSO). Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade –


requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

AUGUSTINHO, A. G. S.; VELOSO, C. C. Sustentabilidade empresarial: estratégia das empresas


inteligentes – teoria e prática. São Paulo: Editora Appris, 2017.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. [Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010]. Política Nacional de Resíduos Sólidos. 3. ed.
Brasília, DF: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 27 set. 2022.

CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2013.

CHAU, C. K.; LEUNG, T. M.; NG, W. Y. Corrigendum to “A review on life cycle assessment, life cycle
energy assessment and life cycle carbon emissions assessment on buildings” [Appl. Energy 143
(2015) 395–413]. Applied Energy, v. 158, p. 656, nov. 2015.

DIRECTIVE 2002/96/EC of the european parliament and of the Council. EUR-Lex, 2010. Disponível
em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=celex%3A32002L009. Acesso em: 6
out. 2022.

DUCHIN, F.; LEVINE, S. H. Industrial ecology. Encyclopedia Of Ecology, p. 352-358, 2014.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14040: life cycle assessment –


principles and framework. Geneva: ISO, 2006.

KRAEMER, E. P. et al. Gestão ambiental e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. In:
SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA E GESTÃO DE TECNOLOGIA, 10., 2013, Rio de Janeiro. ANAIS [...]. Rio
de Janeiro: Faculdades Dom Bosco, 2013.

MATTHEWS, H.S.; HENDRICKSON, C.T.; MATTHEWS, D. Life cycle assessment: quantitative


approaches for decisions that matter. [S. l.]: Open Access Textbook, 2014.

MOURA, L. A. Qualidade e gestão ambiental: sustentabilidade e implantação da ISO 14.001. 5.


ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2008.

ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. Porto


Alegre: Bookman, 2012.

UNIÃO EUROPEIA. Diretiva 2012/19/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de julho de


2012. Relativa aos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE). Jornal Oficial da União
Europeia, nº L 197, p. 38, 24 jul. 2012.

VAZ, A. C. N. Análise de impacto ambiental. Curitiba: Contentus, 2020.

VERAS, M. S. N. Virtualização: componente central do Datacenter. Brasport: São Paulo, 2001.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022
Gestão ambiental
e responsabilidade
social
GESTÃO AMBIENTAL
NO BRASIL

Para que os problemas ambientais e suas causas sejam identificados, é preciso ir além da análise e
da identificação dos impactos no meio ambiente.

Na sua opinião, como são identificados os problemas ambientais durante a gestão ambiental? Você
acredita que os identificar é o bastante para evitá-los ou solucioná-los? É importante ressaltar que
é preciso saber como a poluição ocorre e as formas disponíveis para o seu tratamento.

Nesta unidade, você vai conhecer os sistemas de gestão ambiental, bem como as certificações
ambientais. Além disso, vai conferir os principais processos e mecanismos de alteração no meio
decorrentes das atividades antrópicas.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse este link ou escaneie
o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

Poluição ambiental e sistemas de tratamento


Você já deve ter ouvido falar sobre poluição em
muitos momentos. Mas você sabe explicar o
conceito dessa palavra?

A poluição é o resultado da utilização dos recursos


naturais pela população. Você vai conferir a
definição e se aprofundar mais nesse tema no
decorrer deste tópico. Os efeitos da poluição
podem ter caráter localizado, regional ou global,
mas os mais perceptíveis são aqueles observados
Figura 1. Esgoto sendo despejado em um rio
localmente, resultantes, normalmente, de uma
grande densidade populacional e/ou industrial
(BRAGA et al., 2005).

Dando continuidade aos seus estudos, serão abordados elementos que podem sofrer em decorrência
da poluição ambiental. Os três principais são: o ar, o solo e a água.

Glossário

Poluição: De acordo a Política Nacional do Meio Ambiente (1981, p. 5), a poluição envolve a degradação da qualidade
ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota e as condições estéticas
ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A atmosfera é uma camada gasosa que envolve


a Terra e é formada por diferentes gases.
Além dos usos metabólicos naturais do ar
pelo homem, pelos animais e pela vegetação
e dos benefícios dos fenômenos naturais
meteorológicos, outros usos importantes
devem ser adicionados, como: comunicação,
transporte, combustão, processos industriais
e, principalmente, o emprego do ar como
receptor e transportador de resíduos da Figura 2. Poluentes atmosféricos
atividade humana (DERISIO, 2012).

FOCO
Acesse o conteúdo no AVA
NA PRÁTICA
Contudo, pensando em todos os aspectos vistos até aqui, qual seria a composição da atmosfera
e dos gases responsáveis pelo equilíbrio da temperatura da Terra? Acesse o ambiente virtual de
aprendizagem (AVA) para explorar esse assunto.

Acesse o conteúdo no AVA

Ainda dentro do cenário ambiental brasileiro, o país tem meios específicos para tratar os assuntos
relacionados com o meio ambiente.

O Brasil tem diversas legislações e normativas para definir a gestão da qualidade do ar e o controle
da poluição, como a Resolução Conama nº 3 (BRASIL, 1990) e a Resolução Conama nº 491 (BRASIL,
2018), além do Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar (Pronar). Nesse sentido,
cabe ressaltar que existe uma classificação das áreas de qualidade do ar (BRASIL, 1885). Que tal
conhecê-las agora?
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

Classe I Classe II Classe III

Figura 3. Planejamento Figura 4. Implantação Figura 5. Início da atividade licenciada

Áreas de preservação, lazer Áreas em que o nível de Áreas de desenvolvimento em


e turismo em que deverá deterioração da qualidade do que o nível de deterioração
ser mantida a qualidade do ar seja limitado pelo padrão da qualidade do ar seja
ar em nível o mais próximo secundário de qualidade. limitado pelo padrão primário
possível do verificado sem a de qualidade, como, por
intervenção antropogênica, exemplo, áreas industriais.
como, por exemplo, parques
nacionais e estaduais.

A poluição do ar é uma das principais causas


de doenças e mortes prematuras e é a maior
ameaça à saúde ambiental em todo o mundo.
Um conjunto amplo de substâncias e poluentes
atmosféricos pode poluir o ar. Os poluentes
mais críticos para a proposição de medidas de
controle são: “monóxido de carbono, dióxido
de enxofre, substâncias orgânicas tóxicas,
materiais particulados, óxidos de nitrogênio
e compostos orgânicos voláteis” (SPIRO;
Figura 6. Carros emitindo gases vindos do combustível
STIGLIANI, 2009, p. 153).

Glossário

Poluentes atmosféricos: De acordo com a Resolução Conama nº 3 (BRASIL, 1990, p. 1), os poluentes atmosféricos
envolvem toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo
ou características em desacordo com os níveis estabelecidos em legislação e que tornem ou possam tornar o
ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e
à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 6

Você sabia que os poluentes podem ser classificados? Acesse o AVA e veja como é feita essa classificação.

Acesse o conteúdo no AVA

Além dos impactos aos componentes


ambientais, os poluentes podem provocar
corrosão, deterioração e perda de resistência de
materiais, dano à coloração de tintas, fissuras
ou trincas em paredes e degradação de couro e
papel. Também é possível constatar alterações
no clima. Por exemplo, em regiões urbanas
com alta poluição atmosférica, é comum
verificar redução de visibilidade, formação de
névoa e precipitação, redução da intensidade Figura 7. Delhi, Índia – cidade acometida pela névoa de poluição
da radiação solar e alteração da distribuição
das temperaturas e do vento.

Tratamento do ar

O monitoramento da qualidade do ar é uma atribuição dos estados


e do governo federal. Entretanto, ações preventivas podem auxiliar a
redução da concentração de poluentes. Acesse o vídeo neste link ou
escaneie o QR Code ao lado para conhecer essas ações.

POLUIÇÃO DO SOLO

Os solos se formam a partir da combinação de


cinco fatores: clima, natureza dos organismos,
material de origem, relevo e idade. Clima,
natureza dos organismos, material de origem
e relevo definem características que permitem
identificar estágios de sucessão por meio “de
sua profundidade, composição e propriedades
e do que se denomina horizontes do solo”
(BRAGA et al., 2005, p. 128).
Figura 8. Solo poluído com substância química industrial
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

A origem do solo está ligada à desagregação de rochas e à decomposição de restos vegetais e


animais. Pode-se definir a composição do solo na seguinte proporção: 45% de elementos minerais,
25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica (BRAGA et al., 2005).

Já que estamos falando sobre poluição do solo, você sabe como ocorre a sua contaminação? Acesse
o AVA para visualizar o infográfico sobre esse assunto.

Acesse o conteúdo no AVA

PENSO,
LOGO REFLITO
O solo é um recurso básico da produção agrícola e a base material para a sobrevivência humana,
podendo ser usado como filtro de poluentes. Contudo, quando a quantidade de poluentes excede a
capacidade de absorção, eles podem entrar no meio ambiente e na cadeia alimentar. Dessa forma,
a melhor forma de evitar a poluição dos solos é definir previamente o planejamento da ocupação
de forma racional e monitorar e controlar os usos agrícolas e o lançamento de efluentes, visando ao
equilíbrio ambiental.

Após refletir sobre o que é o solo e como ele pode ser contaminado, você tem uma ideia de como é
feito o seu tratamento? É justamente isso que você vai estudar agora.

Tratamento do solo

Ao abordar áreas contaminadas, devem ser definidas atividades que busquem investigar e gerenciar
as causas da contaminação, contemplando as seguintes etapas: identificação, diagnóstico e
intervenção. Conheça mais sobre elas a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8

Identificação Diagnóstico Intervenção

Figura 9. Avaliação preliminar do solo Figura 10. Detalhamento da análise Figura 11. Monitoramento
das ações elaboradas

Na etapa de identificação, A etapa de diagnóstico envolve Na etapa de intervenção,


é feita uma avaliação o detalhamento da análise são desenvolvidas ações que
preliminar para detectar de risco, a fim de fornecer as visam ao controle para que o
contaminações suspeitas informações necessárias para a perigo deixe de existir ou seja
e, onde forem constatados etapa seguinte, de intervenção. reduzido a níveis toleráveis.
indícios de contaminação, é Também é definida a forma de
necessária uma investigação monitorar a eficácia das ações
de confirmação. elaboradas, considerando
os usos atual e futuro.

Existem diferentes técnicas de remediação de áreas contaminadas, cujo objetivo é tratar,


descontaminar, conter ou isolar a contaminação a fim de reduzir seus riscos toxicológicos. Essas
técnicas podem ser feitas sem a necessidade de escavação, ou seja, feitas localmente (in situ) ou
com escavação (ex situ).

Tratamentos ex situ costumam resultar em


remediações mais eficientes e uniformes
em tempos mais curtos. Em contrapartida,
tratamentos in situ costumam ter custos
mais reduzidos. Com relação aos aspectos
negativos, a necessidade de transportar solo
contaminado em aplicações ex situ encarece o
processo. Já nas aplicações in situ, a duração
do tratamento e a baixa uniformidade na
eficiência são as desvantagens. Figura 12. Análise do solo feita com a técnica in situ
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9

Outra classificação das formas de recuperação/tratamento é com relação ao tipo, que pode ser
físico (sistemas de separação física, contenção e aquecimento), químico (aplicação de produtos
para oxidação, neutralização ou remoção dos contaminantes) ou biológico (utilização de
microrganismos decompositores).

PENSO,
LOGO REFLITO
Você deve estar curioso: qual método é mais adequado? Bem, isso depende do resultado da análise
do solo e de suas características, com a identificação do poluente e sua caracterização (tipos,
concentração, efeitos).

POLUIÇÃO HÍDRICA

A água é o principal componente ambiental e o


em maior abundância na biosfera. Entretanto, a
sua distribuição ocorre em diferentes estados
(sólido, líquido ou gasoso), e 97,2% do seu
total encontram-se nos oceanos. A distribuição
do total de água doce disponível é bastante
heterogênea no espaço e tempo, e a maior parte
encontra-se em geleiras (68,7%), seguida por água
subterrânea (31,01%) e, por fim, água superficial
(0,29%) (DERISIO, 2012; FUGITA, 2018). Figura 13. Poluição hídrica

O Brasil ocupa uma localização privilegiada, pois tem aproximadamente 13% do total de água doce
do mundo e 53% da América do Sul. No entanto, como visto, essa distribuição não é uniforme,
uma vez que a região amazônica tem aproximadamente 75% do total de água disponível, e essa
região corresponde a apenas 4,5% da população brasileira (FUGITA, 2018).

Além da distribuição, outro ponto importante é a classificação do uso da água, visto que ela pode
ser utilizada para diversas finalidades. Dessa forma, pode-se classificar os principais usos da água
conforme a seguir.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

Considerado o uso mais nobre da água, envolve não somente a água utilizada
Abastecimento para beber e para atividades residenciais (cozinhar, lavar utensílios, manter a
doméstico
higiene pessoal), mas também para combater incêndios e limpar ruas.

O uso da água nas indústrias é feito na fabricação de produto (refrigeração


ou caldeira), na integração com o produto fabricado (alimentício ou bebidas)
Abastecimento e no contato com o produto final. Isso demanda que a água tenha alta
industrial
pureza. Além disso, ela pode ser utilizada em atividades complementares
(higiene dos operários, limpeza de equipamentos).

Irrigação e/ou Na irrigação ou dessedentação de animais, a água é um elemento utilizado


dessedentação
principalmente em atividades agropastoris.
de animais

Atividades de caráter social e econômico, divididas em três tipos: contato


Recreação primário (natação), contato secundário (uso de barco) e contato de
e lazer
composição (fins paisagísticos).

Diluição Apesar de não ser um uso nobre, é comum para que os efluentes líquidos
de efluentes
sejam dispostos ao ambiente em menor concentração.
líquidos

Assim como em hidrelétricas, para que a água possa gerar energia elétrica, é
Geração de necessário que seja feito o represamento e sejam controlados fatores como
energia elétrica
presença de sais minerais e matéria orgânica, para evitar eutrofização.

Navegação Cerca de 90% das cargas do mundo são transportadas pelo oceano, uma
ou transporte vez que essa é uma das formas de logística mais baratas.

Considerando-se o cenário brasileiro, a predominância é da agricultura (principalmente irrigação,


mas também dessedentação de animais), que consume 70% do volume de água, seguida por
usos industriais (20%) e uso doméstico (7%). Além disso, 3% do consumo é referente a perdas
(DERISIO, 2012; FUGITA, 2018).

Além dessa classificação por usos, a Resolução Conama nº 357 (BRASIL, 2005) classifica as águas
em função da sua salinidade:
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11

I – águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %; II


– águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior
a 30 %; III – águas salinas: águas com salinidade igual ou superior
a 30 %”.
(BRASIL, 2005, p. 1)

A qualidade da água natural é definida pelo conjunto de suas características físicas, biológicas,
químicas e radiológicas. Ela é representada por diversos parâmetros que indicam suas características
e que são determinados em campo ou por meio de ensaios laboratoriais.
Acesse o AVA e veja as três classificações dos parâmetros da água: químico, físico e biológico.

Acesse o conteúdo no AVA

As fontes de poluição das águas podem ser


divididas em duas categorias: pontual, a partir
de lançamentos individuais, como esgoto ou
efluente industrial; e difusa, que afeta diferentes
locais, como chorume de resíduos ou agrotóxicos
de plantações. A poluição difusa é mais difícil de
identificar e controlar, tendo-se em vista a sua
abrangência.

Figura 14. Fontes de poluição das águas


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12

Outra forma de se classificar a poluição hídrica é por sua origem e seus efeitos:

Térmica Biológica

Figura 15. Poluição térmica Figura 16. Poluição biológica

Provocada por empresas de siderurgia Resultante do lançamento de esgotos


e refinaria e centrais elétricas e domésticos sem tratamento prévio
resultante do lançamento de efluentes e caracterizada pela presença de
em altas temperaturas, de águas microrganismos patogênicos, principalmente
residuárias ou águas de refrigeração. bactérias, vírus e protozoários.

Sedimentar Química

Figura 17. Poluição sedimentar Figura 18. Poluição química

Decorrente do carreamento de partículas Destinação irregular de compostos


provenientes de erosão do solo, remoção derivados de petróleo, esgoto doméstico,
da cobertura vegetal, extração de minérios efluentes industriais e despejos de origem
e disposição irregular de resíduos. agrícola com agrotóxicos e nutrientes
(e drenagem ácida de minas).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira a atividade.

Tratamento da água

As medidas preventivas para proteção das águas


são de fundamental importância, devendo ser
associadas a medidas de controle da poluição de
forma geral, com o estabelecimento de critérios
de qualidade. As medidas visam à redução
dos poluentes presentes no lançamento
de efluentes. O grau de tratamento para
lançamento em corpo receptor deve considerar
os padrões de emissão e de qualidade, que são
especificados pela Resolução Conama nº 357 Figura 19. Técnico analisando água sendo tratada
(MELLER et al., 2017).

No que diz respeito a medidas de controle de águas contaminadas, é importante analisar


e identificar quais são os parâmetros e seus limites conforme a classe de uso da água em
questão. As medidas incluem implantação de sistemas que busquem automatizar o processo de
monitoramento do lançamento de efluente, e podem ser divididas em internas e externas ao
agente poluidor. Em geral, tais medidas têm aplicação mais concreta com relação aos despejos
líquidos de origem industrial.

PENSO,
LOGO REFLITO
Nem toda água poluída está contaminada, mas toda água contaminada está poluída. Por quê? A
água poluída é aquela cujas características físicas e químicas estão modificadas, ao passo que a água
contaminada é aquela que contém organismos causadores de doenças.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14

Apesar de existirem medidas, o tratamento das águas é fundamental, principalmente em se


tratando de água para abastecimento humano. A definição dos processos necessários para o
tratamento da água (de manancial superficial ou subterrâneo) é feita a partir dos parâmetros de
qualidade da água bruta (físicos, químicos e biológicos).

De maneira geral, o tratamento da água é composto de quatro categorias, descritas a seguir.

Tratamento Presente em todos os sistemas de tratamento, visa à remoção de sólidos


preliminar grosseiros em suspensão e areia (gradeamento e caixa de areia).

Tratamento Separação e remoção de sólidos sedimentáveis (decantadores e flotadores).


primário

Tratamento Remoção da matéria orgânica particulada e dissolvida (reatores ou


secundário sistemas biológicos).

Tratamento Não é comum em todas as estações de tratamento de água (ETAs), porém


terciário busca a remoção de macronutrientes (nitrogênio e fósforo).

Independentemente do sistema de controle adotado, quando tratamos de poluição hídrica, o


foco é sempre manter os níveis adequados dos parâmetros relacionados com a qualidade de água
nos corpos receptores do efluente.

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

O que está achando dos conteúdos até agora? Para uma “Pausa para um café”, acesse o AVA e
aperte o play para ouvir o podcast com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e a convidada
Fernanda De Oliveira Tavares.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

Programas de avaliação e auditoria ambiental


Os programas ambientais, de maneira geral, têm
como propósito estabelecer procedimentos e
ações que reduzam a interferência sobre o meio
ambiente nas fases de um empreendimento,
como implantação, operação e manutenção
(GARCIA, 2014). Quando esses programas
enquadram suas atividades como estando a
serviço do bem-estar humano, as variáveis
sociais precisam ser integradas às estruturas de
Figura 20. Programas de avaliação ambiental
monitoramento e avaliação.

Um plano de gestão ambiental (PGA), por exemplo, é solicitado durante o licenciamento


ambiental, que faz parte da etapa de acompanhamento da avaliação de impacto ambiental (AIA)
de atividades ou de empreendimentos e consiste em um documento técnico (IBAMA, 2020).

Veja no AVA as ações realizadas para a criação de um PGA.

Acesse o conteúdo no AVA

DE OLHO
NO PROFESSOR
Chegou uma das horas mais esperadas do seu estudo! Acesse este
link ou escaneie o QR Code ao lado e fique de olho no professor para
conhecer os principais programas de avaliação ambiental.

AUDITORIA AMBIENTAL
A auditoria foi normatizada em 1991 a partir da criação do Strategic Advisory Group on Environment
(SAGE) no domínio da Organização Internacional para Padronização (ISSO, do inglês International
Standardization for Organization). Em 1994, o conceito ganhou destaque a partir da publicação de um
conjunto de normas, agrupadas sob o código 14000, que abordam sistemas de gestão ambiental (SGA)
(SILVA et al., 2009).

Glossário

Auditoria: De acordo com a Resolução Conama nº 306 (BRASIL, 2002), auditoria é o processo sistemático e documentado
de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se atividades, eventos,
sistemas de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade
com os critérios de auditoria estabelecidos nessa Resolução, bem como para comunicar os resultados desse processo.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

O desenvolvimento da auditoria ocorre a partir


de análise documental e de registros, entrevistas
com gestores e responsáveis, verificações
do empreendimento, reuniões, avaliações,
experimentos e elaboração de um relatório
com observações do processo. A frequência de
realização depende da importância ambiental
da área envolvida e dos resultados de auditorias
anteriores. As auditorias ambientais obrigatórias
são chamadas de auditoria ambiental, sendo Figura 21. Desenvolvimento da auditoria ambiental
uma ação de política ambiental de caráter
público. A auditoria ambiental é realizada a
cada dois anos, e sua característica principal é a
imposição da sua execução.

Antes de avançarmos, que tal conhecer um pouco mais sobre as diferenciações de auditorias? Acesse o
AVA para conferir mais conteúdos.
Acesse o conteúdo no AVA

Com base nos conceitos apresentados, a auditoria pode ser definida como a ferramenta que possibilita
uma avaliação metódica, recorrente, documentada e objetiva dos sistemas de gestão e da performance
de equipamentos de uma empresa para controlar as ações que impactam o meio ambiente.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL


Um sistema de gestão ambiental (SGA) se constitui “em um conjunto de procedimentos sistematizados
que são desenvolvidos para que as questões ambientais sejam integradas à administração global de um
empreendimento” (BRAGA et al., 2005, p. 305).

A implementação do SGA a partir do que


é estabelecido pela ISO permite que a
organização obtenha certificação, desde que
passe por uma auditoria por órgão certificador.
A certificação não é obrigatória, e as empresas
podem aproveitar as vantagens resultantes da
aplicação da norma sem passar por auditoria
de certificação.
Figura 22. Amplitude da avaliação de impactos ambientais (AIA)

Glossário

Sistema de gestão ambiental: Parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para
desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental da instalação.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

No entanto, para boa parte das organizações, a certificação é uma demanda de mercado, ou seja, é
requisito no mercado competitivo, tendo-se em vista que comprova o empenho da empresa com ações
sustentáveis e padronização internacional de gestão ambiental. Além disso, ela permite a conexão com
os outros sistemas de gestão já praticados pela organização ou que se deseja praticar, como, por exemplo,
o sistema de gestão da qualidade (estabelecido pela ISO 9001) (CIESP, 2015).

O SGA permite que uma organização monitore e mapeie seus riscos, produzindo, como resultado,
medidas para mitigação de impactos. Além disso, ele permite a inclusão de um olhar sistêmico para os
aspectos ambientais. O SGA não é um ato, e sim um processo, e deve ser dinâmico, pois será avaliado
contínua e periodicamente para conferência dos objetivos e metas definidos, bem como do alcance e da
efetividade das medidas propostas. A melhoria contínua trabalhada no SGA é pautada no ciclo PDCA,
que você vai conferir em detalhes diretamente no AVA.
Acesse o conteúdo no AVA

A primeira etapa para implantar um SGA é o comprometimento da alta administração da organização a


partir da formalização. Após essa etapa, o SGA pode ser estruturado a partir de cinco requisitos rumo à
melhoria contínua. A seguir, confira quais são esses requisitos.

Busca fixar as ações que direcionam aspectos gerenciais. Por isso, é o


Política conjunto de intenções da alta direção sobre a temática envolvida. Precisa
ambiental
estar escrita em linguagem clara e de fácil entendimento.

Com base no que é definido como política ambiental, são analisados os


Planejamento aspectos ambientais, identificados os requisitos legais e outros requisitos
pertinentes e definidos os objetivos, metas e programas.

Nessa fase, definem-se recursos, funções, responsabilidades e autoridades,


ações para competência, treinamento e conscientização, critérios de
Implementação comunicação, documentação e controle de documento e controle
e operação
operacional. Além disso, é importante estabelecer a preparação e a resposta
à emergência, caso seja necessário.

Analisam-se os resultados alcançados pelas fases anteriores a partir das


seguintes fases: monitoração e controle, avaliação do atendimento aos
Verificação requisitos legais e de outros requisitos e análise de não conformidades. No
caso de não conformidades, deve-se propor ações corretivas e preventivas,
controlar os registros e, por fim, definir auditorias internas.

Esse requisito tem por finalidade promover a revisão dos resultados obtidos
Análise pela no SGA e estabelecer o planejamento do próximo ciclo, visando à melhoria
administração
ambiental contínua.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Pronto para mais um teste sobre os seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e tire a prova dos nove.

É fundamental que você compreenda que esses


princípios são norteadores do processo de
implantação do SGA e são baseados no ciclo
PDCA. Além disso, outro ponto em destaque
é que as normas ISO vêm passando por
constantes alterações. A versão mais recente
da ISO 14001, de 2015, complementa esses
requisitos, pois busca estabelecer a mesma
estrutura para todos os sistemas de gestão. Em Figura 23. Implantação do SGA
relação à estrutura, o que mudou é a definição
de um padrão desenvolvido por dez tópicos:
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 19

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSO
Após ter percorrido toda essa jornada de estudos, chegou a hora de refletir sobre tudo o que você viu
durante esta unidade. Acesse o AVA e vamos lá!

SE LIGA!
Que tal algumas dicas que complementarão os seus estudos e tudo o que você viu nesta unidade?
Confira a seguir.

Fatores relacionados Indicadores de


com a maturidade efetividade da
do sistema de gestão dos resíduos
gestão ambiental de Classificação da construção civil.
empresas industriais das águas Estudo de caso:
brasileiras município de São
José dos Campos/SP

Este artigo avaliou os fatores Quer saber mais sobre a Este artigo se propôs a
relacionados com o nível classificação das águas? determinar e validar variáveis
de maturidade do sistema Leia a Resolução Conama para um conjunto de
de gestão ambiental (SGA) nº 357 na íntegra. indicadores de efetividade de
de empresas industriais gestão de RCC e, por meio
brasileiras. Os três principais deles, avaliar a gestão dos
fatores são: ter Certificação RCC no município de São
ISO 14001, participar do José dos Campos a partir de
mercado de carbono e uma pesquisa aplicada com
divulgar suas informações. dados quanti-qualitativos.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >

Você chegou ao final de mais uma unidade, parabéns!


Acesse o conteúdo no AVA
Aproveite o conteúdo estudado para aplicar em situações
do dia a dia e para ir em busca de novos conhecimentos para se aprofundar na temática de meio
ambiente e sustentabilidade.

Nos vemos na próxima etapa. Até lá!


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 20

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14000, 14001, 14004:2004 –


Sistema de gestão ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001:2015 – Sistema de gestão


ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14010, 14011, 14012, 14014,
14015:2004 – auditoria ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 005, de 15 de junho de


1989. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 15.048, 30 ago. 1989. Disponível em:
https://www.ufjf.br/baccan/files/2012/11/Resolucao_005_CONAMA_de_1989-PRONAR.pdf.
Acesso em: 14 set. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 293, de 12 de dezembro de 2001.
Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por
óleo originados em portos organizados, instalações portuárias ou terminais, dutos, plataformas, bem
como suas respectivas instalações de apoio, e orienta a sua elaboração. Diário Oficial da União, seção
1, Brasília, DF, 5 fev. 2001. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/
Resolucao/2001/res_conama_293_2001_revgd_planoemergenciaparaincidentespoluicaoporoleo_
revgd_res_398_2008.pdf. Acesso em: 27 set. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 306, de 5 de julho de 2002.
Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.
Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 138, p. 75-76, 19 jul. 2002. Disponível em: https://
www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98306. Acesso em: 27 set. 2022.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 3, de 28 de junho de 1990.
Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, previstos no Pronar. Diário Oficial da União: seção 1,
Brasília, DF, p. 15937-15939, 22 ago. 1990. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/
legislacao/MMA/RE0003-280690.PDF. Acesso em: 27 set. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama nº 491, de 19 de novembro


de 2018. Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília,
DF, n. 223, p. 155, 21 nov. 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-/asset_
publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51058895/do1-2018-11-21-resolucao-n-491-de-19-de-
novembro-de-2018-51058603. Acesso em: 27 set. 2022.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 21

BRASIL. Decreto Legislativo nº, 788, de 14 de julho de 2005. Autoriza o Poder Executivo a implantar
o Aproveitamento Hidroelétrico Belo Monte, localizado em trecho do Rio Xingu, no Estado do
Pará, a ser desenvolvido após estudos de viabilidade pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A. –
Eletrobrás. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 14 jul. 2005a. Disponível em: https://
www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2005/decretolegislativo-788-13-julho-2005-537812-
publicacaooriginal-30703-pl.html. Acesso em: 27 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 27 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 27 set. 2022.

BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Portaria SEPRT nº


6.730, de 9 de março de 2020 – NR 01. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 49, p.
17, 12 mar. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-6.730-de-9-de-
marco-de-2020-247538988. Acesso em: 27 set. 2022.

CALIJURI, M. C.; CUNHA, D. G. F. Engenharia ambiental: conceitos, tecnologia e gestão. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2013.

DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. Ed. São Paulo: Oficina de


Textos, 2012.

FUGITA, S. R. Fundamentos do controle de poluição das águas. São Paulo: CETESB, 2018.

GARCIA, K. C. Avaliação de impactos ambientais. Curitiba: InterSaberes, 2014.

ISO 14001:2015 – Saiba o que muda na nova versão da norma. CIESP, 14 set. 2015. Disponível
em: http://www.ciesp.com.br/pesquisas/iso-140012015-saiba-o-que-muda-na-nova-versao-da-
norma/. Acesso em: 14 set. 2022.
MELLER, G. S. et al. Controle da poluição. Porto Alegre: Sagah, 2017.

OLIVEIRA, M. D. R. Avaliação da contaminação do solo pela disposição inadequada de resíduos


sólidos em Romaria – MG. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2012.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina
de textos, 2013.

SANT’ANNA, A. et al. O estado da qualidade do ar no Brasil. WRI Brasil, 2021. Disponível em:
https://www.wribrasil.org.br/publicacoes/o-estado-da-qualidade-do-ar-no-brasil. Acesso em: 14
set. 2022.

SILVA, F. R. C. et al. A auditoria ambiental como instrumento gerencial de apoio à preservação do


meio ambiente. Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, jul./dez. 2009.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 22

SOBRE o licenciamento ambiental federal. Ibama, 23 ago. 2020. Disponível em: http://www.ibama.
gov.br/laf/sobre-o-licenciamento-ambiental-federal#:~:text=O%20plano%20ambiental%20
ou%20plano,em%20programas%20de%20a%C3%A7%C3%A3o%20espec%C3%ADfico. Acesso
em: 14 set. 2022.

SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock

SAGAH, 2022
Gestão ambiental
e responsabilidade
social
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL

Para que atividades potencialmente poluidoras sejam autorizadas, estudos são necessários. O
conjunto desses estudos é denominado licenciamento ambiental, e sua principal etapa é a avaliação
de impacto ambiental.

A gestão ambiental e a responsabilidade social têm conceitos muito importantes, responsáveis por
analisar e controlar as atividades humanas. Cabe destacar que essas atividades podem ser nocivas
para o meio ambiente, porém também podem ser implementadas sem causar impactos ambientais.

Nesta unidade, você vai compreender o processo de licenciamento ambiental de atividades


poluidoras. Além disso, diferenciar entre impacto e aspecto ambiental. Por fim, você vai conferir as
principais metodologias de avaliação de impacto.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 3

COM O
PÉ DIREITO

Para iniciar seus estudos com o pé direito, acesse o link a seguir ou


escaneie o QR Code ao lado e assista ao vídeo sobre esta unidade.

Além disso, na atividade “O que eu pensava”, aproveite para deixar


suas primeiras percepções sobre a situação descrita no vídeo.

Licenciamento ambiental
A avaliação e a priorização de projetos tiveram
início em 1970, estando relacionadas com
fatores econômicos como exigências de órgãos
financeiros internacionais para a aprovação de
empréstimos para projetos governamentais. A
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2020)
estabeleceu como direito fundamental da
população tanto o meio ambiente equilibrado
como o desenvolvimento econômico e social.
Nesse contexto, o licenciamento ambiental Figura 1. Relação entre proteção ambiental
e desenvolvimento econômico
desempenha um papel determinante na procura
pelo equilíbrio entre a proteção ambiental e o
desenvolvimento econômico e social, podendo
ser definido como:

O procedimento administrativo destinado a permitir atividades


ou quaisquer empreendimentos utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar a degradação ambiental. Trata-se,
portanto, de um instrumento essencial para conciliar o meio
ambiente e o desenvolvimento econômico e social – por meio do
qual o órgão competente verifica a adequação de um projeto ou
atividade ao meio ambiente, licenciando, em diferentes etapas,
a sua implantação”.
(MOTTA; PÊGO, 2013, p. 12)
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 4

No Brasil, a instituição do licenciamento ambiental foi feita a partir da Política Nacional do Meio
Ambiente (PNMA), em 1981, que o traz como um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). O poder
de limitar o direito individual em benefício da coletividade é uma das manifestações do poder de
polícia do Estado, ou seja, a autorização implica um julgamento de valor por parte do agente público
para a análise do projeto e aplica-se aos casos em que não existe um direito preexistente por parte
do administrado para o exercício daquela atividade (SÁNCHEZ, 2013).

Você sabia que, atualmente, o Brasil tem extensos mecanismos para gestão ambiental, que é
administrada por amplo aparato legal? A seguir, saiba mais sobre os principais instrumentos legais
que regem o licenciamento ambiental.

Lei nº 6.938/1981 Resolução Conama nº 1/1986

Figura 2. Planejamento Figura 3. Implantação

Institui a Política Nacional do Meio A Resolução Conama nº 1 (BRASIL, 1986)


Ambiente (PNMA). A Lei nº 6.938/1981 estabelece definições, responsabilidades,
estabelece o licenciamento e a revisão critérios básicos e diretrizes gerais para uso
de atividades efetiva ou potencialmente e implementação da avaliação de impacto
poluidoras como um dos seus princípios ambiental (AIA) como um dos instrumentos
e a avaliação de impacto ambiental como da PNMA e estabelece uma lista de atividades
um de seus instrumentos (BRASIL, 1981). modificadoras do meio ambiente.

Glossário

Licenciamento ambiental: De acordo com a Resolução Conama nº 237 (BRASIL, 1997), o licenciamento ambiental
é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, a instalação, a ampliação e a
operação de empreendimentos, bem como as atividades utilizadoras de recursos ambientais, vistas como efetivas
ou altamente poluidoras. Além disso, essas atividades podem ser compreendidas como causadoras de degradação
ambiental, considerando-se as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis a cada caso.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 5

Resolução Conama nº 237/1997 Lei complementar federal nº 140/2011

Figura 4. Planejamento Figura 5. Implantação

Complementa a Resolução Conama nº 1, Institui instrumentos de cooperação


de 1981, a fim de revisar procedimentos, entre entes federativos para
critérios e definições acerca do licenciamento licenciamento ambiental.
ambiental, bem como as etapas a serem
desenvolvidas, conforme o fluxograma.
Aponta, ainda, o licenciamento como
passível de ser disciplinado pelos três
níveis de governo e busca demarcar as
competências, inclusive dos Municípios, que
também concedem licenças ambientais.

O que você acha de entender um pouco mais sobre o LICENCIAMENTO AMBIENTAL e suas etapas?
Então, acesse o AVA e conheça brevemente sobre o Sisnama e como ele é formado.

Acesse o conteúdo no AVA

Ainda dentro do cenário ambiental brasileiro, o país tem meios específicos para tratar dos assuntos
relacionados com o meio ambiente. Ficou curioso? Então confira o material a seguir.

No Brasil, há três esferas de governo (União, Estado e Municípios), e cada esfera tem legislações e
competências específicas. Entende-se que a competência legal para licenciar, quando definida em
função da abrangência dos impactos diretos que a atividade pode gerar, pode ser: “(i) do município
– se os impactos diretos forem locais; (ii) do estado – se os impactos diretos atingirem dois ou mais
municípios; e (iii) do IBAMA – se os impactos diretos se derem em dois ou mais estados” (BRASIL,
2009, p. 23). É importante citar, aqui, que nem todos os Municípios podem licenciar.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 6

Além disso, nos casos de empreendimentos que


possam causar impactos em terras indígenas,
regiões quilombola, bens acautelados de
interesse cultural e áreas endêmicas para
malária, pode haver participação no processo
de licenciamento ambiental da Fundação
Nacional do Índio (Funai), da Fundação Cultural
Palmares (FCA), do Instituto do Patrimônio
Artístico e Cultural (Iphan) e do Ministério da
Saúde, denominados órgãos intervenientes, Figura 6. Índio representando os povos indígenas
conforme a Portaria Interministerial nº 419, de
26 de outubro de 2011 (BRASIL, 2016, p. 49).

Como resultado do processo de licenciamento,


tem-se a licença ambiental, uma autorização
emitida pelo órgão público competente e
concedida ao empreendedor para que exerça
seu direito à livre iniciativa. Entretanto, a
licença é válida desde que sejam “atendidas
as precauções requeridas, a fim de resguardar
o direito coletivo ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado” (BRASIL, 2007, p.
10). A licença é, portanto, o ato administrativo Figura 7. Licença ambiental
unilateral e vinculado (à legislação e aos
regulamentos) pelo qual a administração
faculta àquele que preencha os requisitos legais
o exercício de uma atividade (SÁNCHEZ, 2013).

Não existe um documento contendo as informações sobre os procedimentos de licenciamento


ambiental no Brasil que permita identificar e avaliar a metodologia utilizada pelos diferentes órgãos
licenciadores (SÁNCHEZ, 2013). Assim, é possível constatar que, apesar de haver instrumentos
legais norteadores do processo de licenciamento ambiental no Brasil, os órgãos licenciadores têm
autonomia para decidir quais procedimentos e discernimentos serão seguidos durante o processo.

Glossário

Licença ambiental: É a autorização emitida pelo órgão público competente e concedida ao empreendedor para que
exerça seu direito à livre iniciativa, desde que, de acordo com a Cartilha de licenciamento ambiental (BRASIL, 2007, p. 10),
“atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 7

PENSO,
LOGO REFLITO
O licenciamento ambiental tem particularidades em cada estado e município, de modo que é indicado
que as informações sobre estados/cidades específicos sejam consultadas em seus respectivos órgãos
ambientais (estaduais e/ou municipais, quando houver). Você já parou para pensar como o órgão da
sua cidade atua diante do licenciamento ambiental?

Já que foi falado sobre a autonomia nas decisões sobre os procedimentos adotados durante o
licenciamento ambiental, é importante entender que existem tipos diferentes de licença. Vamos lá?

Tipos de licença
O tipo de licença necessária é definido a partir das características do empreendimento, do potencial
poluidor e do porte. Além disso, depende do local onde será instalado o empreendimento, tendo-se
em vista que o licenciamento varia de acordo com o estado/município. A seguir, você vai conferir os
três principais tipos de licenças ambientais, conforme o artigo 19 da PNMA (BRASIL, 1981).

Licença prévia (LP) Licença de instalação (LI) Licença de operação (LO)

Figura 8. Planejamento Figura 9. Implantação Figura 10. Início da atividade licenciada

Na fase preliminar do Autoriza o início da Autoriza o início da atividade


planejamento da atividade, implantação, de acordo com licenciada e o funcionamento
há requisitos básicos a as especificações constantes de seus equipamentos de
serem atendidos nas fases do projeto executivo aprovado. controle de poluição, segundo as
de localização, instalação A licença de instalação tem licenças prévia e de instalação.
e operação, observados os validade máxima de 6 anos A licença de operação tem
planos estaduais ou federais e é passível de renovação validade mínima de 5 anos e
de uso do solo. A licença prévia desde que não ultrapasse o máxima de 10 anos. Para a
tem validade máxima de 5 prazo máximo de validade. sua renovação, é necessário
anos e é passível de renovação dar entrada ao processo
desde que não ultrapasse o de renovação de licenças
prazo máximo de validade. ambientais com antecedência
mínima de 120 dias antes de o
prazo de validade ser encerrado.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 8

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos até aqui. Acesse o AVA e confira
seu desafio.

O exercício de atividades potencialmente


poluidoras sem licenciamento é crime
ambiental segundo o artigo 60 da Lei nº
9.605 (BRASIL, 1998). Para adequação, é
necessária a regularização do licenciamento de
empreendimentos no âmbito federal (Ibama),
e é possível que seja feito um Termo de
Compromisso, conforme o artigo 79-A da Lei
de crimes ambientais.
Figura 11. A evolução histórica do contexto mundial

Em alguns casos, as seguintes licenças podem ser definidas pelos órgãos ambientais licenciadores
estaduais: “Licença de Instalação Corretiva (LIC), Licença de Operação Corretiva (LOC), Licenciamento
Simplificado (LS), Licença Prévia simultânea à Licença de Instalação (LP + LI) e Licença de Instalação
e Operação (LIO)” (BRASIL, 2016, p. 49).

A seguir, saiba mais sobre essas licenças e suas características.

Licença de A LIC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é


instalação requerida na fase de instalação. Ela tem validade mínima de acordo com o
corretiva (LIC) estabelecido no cronograma do empreendimento e máxima de 6 anos.

Licença de A LOC é emitida quando a licença do empreendimento ou da atividade é


operação
requerida na fase de operação, e sua duração é de 4 a 10 anos (BRASIL, 2016).
corretiva (LOC)

O LS pode ser solicitado quando há utilização de recursos, como,


por exemplo, licenciamento ambiental simplificado (LAS) – quando
Licenciamento o empreendimento ou atividade tiver baixo potencial impactante; e
simplificado (LS) autorização ambiental (AA) – que aprova a instalação e a operação de
empreendimentos temporários ou de obras que não se enquadrem no
processo de licenciamento ambiental convencional.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 9

Licença prévia
simultânea A LP + LI é emitida para empreendimentos enquadrados na classe 3 ou 4, que
à licença de
podem requerer concomitantemente a LP e a LI, com validade de até 6 anos.
instalação
(LP + LI)

A LIO é concedida para empreendimentos cuja instalação e operação


Licença de ocorram simultaneamente, e sua duração é no mínimo de 1 ano e máximo
instalação e
de 10 anos, quando as características da obra ou da atividade licenciada
operação (LIO)
indicarem a necessidade de sua renovação periódica (BRASIL, 2016).

Lembre-se de que, durante o planejamento de novos empreendimentos, deve-se levar em


consideração o licenciamento ambiental. Conseguir fazer um projeto já prevendo problemas
ambientais durante o processo é um dos passos iniciais para termos um ambiente mais equilibrado.

Nesse sentido, compreende-se que existem métodos de avaliação que focam nos impactos que são
causados no meio ambiente, assunto do próximo tópico.

Métodos de avaliação de impacto ambiental


A avaliação de impacto ambiental (AIA) tem por objetivo levar em consideração os impactos
ambientais prévios à tomada de decisão sobre o processo de licenciamento de empreendimento
que potencialmente resulte em significativa degradação ambiental. Segundo a Resolução Conama
nº 1, de 1986, impacto ambiental é:

[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e


biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar
da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e, a qualidade
dos recursos ambientais”.
(BRASIL, 1986, on-line)
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 10

Entretanto, essa definição pode causar


confusão, pois impacto ambiental abrange
também conotação positiva, ou seja,
ao analisar os impactos decorrentes de
determinada atividade, é importante considerar
consequências negativas e positivas (RINCÃO;
TRIGUEIRO, 2018).

Figura 12. A evolução histórica do contexto mundial.

Pense neste exemplo: uma construtora vai implantar um novo empreendimento em um bairro.
Em consequência, tem-se como impacto negativo a poluição sonora decorrente das obras e como
impacto positivo a geração de empregos.

Portanto, é importante analisar os aspectos e impactos do empreendimento. Por isso, acesse o AVA
e veja, no infográfico, outros aspectos e impactos ambientais importantes.

Acesse o conteúdo no AVA

PAUSA PARA
Acesse o conteúdo no AVA
UM CAFÉ

Até o momento, foram apresentados vários pontos essenciais sobre o licenciamento ambiental.
Contudo, chegou a hora de se aprofundar ainda mais nesse tema, e nada como uma “Pausa para um
café” para debater o assunto, não é mesmo? Então, acesse o AVA, aperte o play e ouça o podcast
com a professora Ana Carla Fernandes Gasques e o convidado, José Eduardo Matheus Evora, que é
analista ambiental. Está imperdível!

Agora que você voltou de sua pausa, vamos seguir com maiores informações sobre a AIA. Ela é
vinculada ao processo de licenciamento ambiental, sendo o mecanismo responsável por dar subsídio
à tomada de decisão do órgão licenciador no que diz respeito à viabilidade ambiental da atividade
ou do empreendimento. No fluxograma a seguir, você vai conferir como funciona a sistematização
de um processo de licenciamento ambiental com foco na posição da AIA.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 11
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 12

DE OLHO
NO PROFESSOR
Esse sequenciamento de atividades pode variar em função do
órgão ambiental e do local de aplicação (assim como ocorre
com o licenciamento ambiental). Observe que os componentes
básicos são formados pelas etapas a serem desenvolvidas. Por
isso, acesse este link ou escaneie o QR Code ao lado e confira no
“De olho no professor” as atividades poluidoras que passam pelo
licenciamento ambiental.

Um dos pontos principais das etapas do licenciamento é a elaboração de estudo de impacto ambiental
e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), necessários para empreendimentos específicos e
estabelecidos em legislação. Saiba mais sobre esse assunto diretamente no AVA.

Acesse o conteúdo no AVA

Para que a AIA seja capaz de garantir seu papel de auxiliar a tomada de decisão de forma
ambientalmente adequada, ela é estruturada por um conjunto de etapas sequenciais, encadeadas
logicamente sob a forma de um sistema. Um sistema de AIA é o “mecanismo legal e institucional
que torna operacional o processo de AIA em uma determinada jurisdição (um país, um território,
um Estado, um município ou qualquer outra entidade territorial administrativa)” (SÁNCHEZ, 2013,
p. 29). Já o processo de AIA é entendido como as etapas necessárias para uma análise ambiental
preventiva suficiente e útil (SÁNCHEZ, 2013).

A AIA pode ser estabelecida sob duas perspectivas


metodológicas: como um instrumento técnico
ou como procedimento legal e institucional,
ambos relacionados com o contexto de análise
dos efeitos de determinada atividade. Para atingir
seus objetivos, a AIA baseia-se em avaliações
científicas rigorosas de todos os caminhos causais
potenciais pelos quais os desenvolvimentos em
grande escala podem impactar os ativos avaliados
em uma região. Apesar de sua importância para a Figura 14. Amplitude da avaliação de impactos ambientais (AIA)
tomada de decisão informada, muitas avaliações
são prejudicadas por análise incompleta das
vias causais, avaliação espacial limitada e falta
de transparência sobre como os riscos foram
avaliados em toda a região (PEETERS et al., 2022).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 13

PENSO,
LOGO REFLITO
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED, World Commission on
Environment and Development), no relatório “Our common future” (Nosso futuro comum), definiu
o desenvolvimento sustentável como a busca por “atender às necessidades da geração atual
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”
(BRUNDTLAND, 1987, p. 39). O que você vem fazendo para reduzir os impactos da sua rotina?

Para ter uma maior organização dos métodos, a AIA dispõe de uma metodologia própria, visando a
desenvolver uma pesquisa minuciosa sobre os impactos gerados no meio ambiente. Você tem um
palpite sobre como é essa metodologia?

Metodologias de AIA
Para que seja possível analisar os impactos ambientais das atividades potencialmente poluidoras
em um processo de AIA, foram criados métodos ou metodologias que permitem analisar
detalhadamente os impactos. Não existe um método aplicável a qualquer contexto, por isso, é
importante que você saiba que todos os métodos têm limitações e potenciais. Sendo assim, a
definição do método de análise depende e relaciona-se com os recursos existentes (STEIN et al.,
2018). Entre os métodos disponíveis, os mais comuns são: método Ad hoc, checklist, matrizes de
interação, redes de interação, métodos de simulação e a combinação de mais de um método. Acesse
o AVA e conheça cada um deles!

Acesse o conteúdo no AVA

Como visto, os métodos de AIA são fundamentais para a identificação dos impactos das atividades.
Entretanto, além de identificar os impactos, é importante que eles sejam analisados e, segundo seus
atributos, classificados de acordo com a sua importância. O quadro a seguir apresenta exemplos de
atributos subdivididos em três categorias: magnitude, relevância e complementares.

Glossário

Processo de AIA: O processo de AIA é definido como um conjunto de procedimentos conectados de maneira lógica,
com a finalidade de analisar a viabilidade ambiental de projetos e fundamentar uma decisão a respeito (SÁNCHEZ, 2013).
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 14
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 15

Portanto, a AIA é formada por um conjunto de


ferramentas que ajudam na identificação dos
impactos e, consequentemente, para que a
decisão mais ambientalmente adequada seja
tomada. Além disso, percebe-se que a análise e
a classificação dos impactos são fundamentais
para que a AIA possa cumprir seu papel de forma
efetiva e para que sejam definidas as medidas
adequadas para os impactos negativos, podendo
ser, em ordem de prioridade: prevenção, Figura 15. Identificação dos impactos
mitigação e recuperação, também denominada
hierarquia de mitigação.

Os impactos que requerem mitigação podem ser identificados ao longo de todo o processo.
Entende-se, então, que o resultado do EIA de um projeto é geralmente sugestões para medidas de
prevenção (controle) e atenuação ou mitigação, em vez de mudanças em decisões fundamentais,
como os tipos de ações consideradas ou o tamanho ou a localização de um projeto proposto. No
infográfico no AVA, você vai saber mais sobre esse assunto.

Acesse o conteúdo no AVA

TIRANDO A
Acesse o conteúdo no AVA
PROVA DOS NOVE

Pronto para mais um teste dos seus conhecimentos até aqui? Acesse o AVA e confira.

As condições e recomendações precisam


ser monitoradas e aplicadas para garantir a
implementação e, portanto, a mitigação eficazes.
Dessa forma, o conhecimento acerca dos tipos
de medidas é fundamental, pois, após a tomada
de decisão positiva para a emissão de licença de
atividade ou empreendimento poluidor, deve-se
fazer o acompanhamento da implementação de
todas as medidas propostas, visando à redução
ou à compensação dos impactos negativos e à Figura 16. Tomada de decisão positiva na implementação sustentável
valorização dos impactos positivos.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 16

Diante do que foi visto até aqui, é possível concluir que a identificação e a avaliação dos impactos
ambientais e dos estudos envolvendo licenciamento ambiental nas diferentes esferas são etapas
fundamentais para comunicar as partes interessadas sobre as consequências daquilo que está
sendo proposto. Ademais, com essa informação, é possível propor alternativas para que o meio
ambiente seja levado em consideração na tomada de decisão de atividades poluidoras.

Com esse conhecimento, você terá condições, a partir de agora, de aplicar as ferramentas de AIA
e correlacionar medidas que visem a prevenir, potencializar ou mitigar os impactos ambientais
das atividades.

O QUE
Acesse o conteúdo no AVA
EU PENSO
Por isso, chegou o momento de refletir sobre tudo o que você viu durante esta unidade. Acesse o
AVA e vamos lá!

SE LIGA!
A seguir, confira algumas dicas que complementarão os seus estudos e tudo o que você viu
nesta unidade.

(In)eficácia do O ensino da Princípios da


princípio de avaliação de melhor prática
precaução no Brasil impacto ambiental em avaliação do
no brasil: será só impacto ambiental
um “faz de conta”?
Neste artigo, os autores Este artigo traz reflexões Este guia norteador
buscam revisar o princípio de acerca do ensino da AIA e sua sobre prática de AIA foi
precaução no ordenamento importância na eficácia desse desenvolvido a partir da
nacional ante os acordos instrumento. Para tanto, XVI Conferência Anual da
internacionais assumidos são analisados os planos de IAIA, em que se constatou a
pelo Brasil. A leitura e o ensino de disciplinas que necessidade de especificar
entendimento dessa temática abordam AIA em cursos de princípios e orientações para
permitem fazer uma conexão engenharia ambiental, tendo a avaliação de impactos
entre os conhecimentos como referência princípios como resposta a um
sobre legislação aprendidos de boas práticas. Além disso, interesse emergente em
na unidade 1 e os aspectos propõe-se um protocolo normas internacionais.
de licenciamento ambiental de análise, categorizando o
aprendidos nesta Unidade. ensino da AIA em nove perfis.

Acesse aqui > Acesse aqui > Acesse aqui >


GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 17

Você concluiu mais uma unidade! Nesta unidade, você


Acesse o conteúdo no AVA
conferiu que, dentro da gestão ambiental e responsabilidade
social, existem mecanismos reguladores e controladores das atividades nocivas ao meio ambiente.

Agora, não deixe de praticar. O próximo passo é acessar o seu ambiente virtual de aprendizagem
(AVA) e responder as questões de estudo.

Até a próxima etapa!

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2004. Sistemas de gestão


ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável.


2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2022.

BRASIL. Lei complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do
exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção
do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas,
da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, DF: Presidência da
República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm. Acesso
em: 19 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência
da República, 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso
em: 19 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.
htm. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/
l10257.htm. Acesso em: 19 set. 2022.
GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 18

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Procedimentos de Licenciamento Ambiental do Brasil.


Brasília: MMA, 2016. Disponível em: http://pnla.mma.gov.br/images/2018/08/VERS%C3%83O-
FINAL-E-BOOK-Procedimentos-do-Lincenciamento-Ambiental-WEB.pdf. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Resolução Conama n° 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes
gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 17 fev.
1986. Disponível em: https://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-230186.
PDF. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e


complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Diário
Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 247, 22 dez. 1997. Disponível em: https://www.legisweb.
com.br/legislacao/?id=95982. Acesso em: 19 set. 2022.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2. ed. Brasília: TCU,
2007.

BRUNDTLAND, G. H. Our common future: report of the World Commission on Environment and
Development. Oxford, Oxford University Press, 1987.

MOTTA, D. M; PÊGO, B. Licenciamento ambiental para o desenvolvimento urbano: avaliação de


instrumentos e procedimentos. Rio de Janeiro: Ipea, 2013.

PEETERS, L. J. M. et al. A spatial causal network approach for multi-stressor risk analysis and mapping
for environmental impact assessments. Science Of The Total Environment, v. 802, p. 149845, jan.
2022.

RINCÃO, V. P.; TRIGUEIRO, R. M. Avaliação do impacto ambiental e licenciamento. Londrina:


Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficia
de Textos, 2013.

SILVA, C. A. Estudo de impactos ambientais. Curitiba: E-Tec Brasil, 2011.


STEIN, R. et al. Avaliação de impactos ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018.

Banco de imagens Pexels, Pixabay e Shutterstock.

SAGAH, 2022

Você também pode gostar