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Recursos Audiovisuais

Material Teórico
Edição de Vídeo

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Denis Garcia Mandarino

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Edição de Vídeo

• Introdução;
• Roteiro;
• Configuração de um Projeto;
• Importação e Edição das Mídias;
• Transições;
• Gerador de Caracteres (Title).

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Produzir mídias audiovisuais com qualidade profissional.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Edição de Vídeo

Introdução
A produção audiovisual é uma forma de unir linguagens para contar uma his-
tória, mesmo que o significado dessa narrativa esteja restrito às imagens e aos
sons, sem vinculação com um texto literário. Costumou-se chamar de abstrato
esse tipo de produção, quando, na realidade, de abstrato ela não tem nada,
muito ao contrário, pois se utiliza dos elementos concretos que as imagens e os
sons têm a oferecer. Para estar à frente de um projeto audiovisual, é necessário
estar preparado para trabalhar com o som, com as palavras, com as imagens
estáticas, com as animações, com as filmagens, com a tipografia, com a ergo-
nomia etc.

Além disso, desde o surgimento do hipertexto, cuja narrativa permite uma lei-
tura interativa e não linear, as mídias audiovisuais ganharam a possibilidade de se
tornar hipermídias, pois os links (pontos de ligação), presentes no corpo do texto,
podem levar o “leitor” para outro parágrafo, para um site da internet, para um ví-
deo, para uma foto, para um infográfico, para uma música ou para qualquer mídia
digital disponível na internet ou em locais particulares, fazendo com que cada um
se aprofunde em um tema da forma que melhor lhe convier.

Os dispositivos tecnológicos têm ampliado os limites da experiência audiovisual


por meio da realidade virtual e da realidade aumentada. Você deve imaginar que
se para montar um estúdio de áudio é necessário muito dinheiro, um estúdio de
vídeo será mais dispendioso ainda, mas com o seu celular e uma boa iluminação,
provavelmente, você terá condições de fazer boas fotos e vídeos sem gastar nada.
Nosso objetivo inicial é que você tenha material para aprender e depois, confor-
me a necessidade, você fará investimentos em determinados setores. Na seção de
materiais complementares, há sites que mostram como gastar pouco e obter um
resultado satisfatório.

Nesta unidade, trataremos dos princípios de edição com o intuito de fornecer


conceitos, sem atermo-nos, em demasia, ao ensino de softwares, pois esse tipo
de informação também está disponível no material de consulta recomendado, nas
videoaulas e, também, pode ser encontrado na internet.

Roteiro
É aconselhável que você tenha um roteiro antes de iniciar um trabalho.

Pergunta: Por que ele é necessário?

Resposta: Para que você possa ter uma visão do todo, mesmo que ao longo do
processo ocorram alterações criativas ou de caráter técnico. O roteiro é tão impor-
tante que, até para dar um orçamento, você precisará dele para estimar o tempo
necessário à realização de um trabalho.

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A figura 1 mostra a decupagem dos diversos arquivos de imagens e como cada
um deles é explorado ao longo dos cinco minutos iniciais de um dos episódios da
série UFO Hunters (Caçadores de OVNIs), do History Channel. Basicamente, as
imagens podem ser divididas em sete diferentes tipos de trilhas, a saber:
1. Trilha de textos e de termos isolados que aparecem no decorrer da produção;
2. Narrador principal;
3. Abertura da série (após o teaser inicial);
4. Cenas relacionadas com o tema;
5. Cenas extraordinárias, casuais, desfocadas, trêmulas e zooms que quebram
a monotonia narrativa;
6. Entrevistas;
7. Animações.

Figura 1 – Decupagem de um episódio do seriado Caçadores de OVNIs


Fonte: Adaptada pelo autor

Para fazer uma comparação didática, historicamente, o compositor Mozart não


fazia esboços ou roteiros das suas obras, pois ele as tinha na mente e as transcrevia
para o papel, sem rasuras, sem adendos, sem emendas ou qualquer outra altera-
ção. Isso aconteceu na maior parte do seu trabalho, mas entenda: esse tipo de
postura é exceção, a maioria dos profissionais de criação trabalha incansavelmente
até encontrar soluções satisfatórias.

Por outro lado, para as suas óperas, Mozart partia de um libreto que continha o
texto condutor do enredo.

Depois de destacar o planejamento, acrescento que, de posse de um roteiro,


você poderá especificar detalhes, tais como: sonoplastia, paleta cores, storyboard,
narração, diálogos, animações e os momentos em que essas mídias ocorrerão ao
longo do projeto. Na figura 2, vemos uma página do Storyboard de um dos episó-
dios dos Simpsons, que traz o enquadramento da cena, uma anotação sobre uma
ação, duas falas e informes técnicos.
Explor

Storyboard de uma cena dos The Simpsons de Matt Groening: https://goo.gl/VArJQj.

Na arte é possível encontrar incontáveis obras que tiveram improvisos ou até


que se basearam integramente neles, mas lembre-se que você se inscreveu em um
curso de design e, portanto, todas as suas ações têm uma razão de ser, a ponto de
o designer ser capaz de dar explicações dos porquês de suas escolhas.

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UNIDADE Edição de Vídeo

Não se prenda às fórmulas. Organize-se da forma que se sentir mais confortá-


vel. Provavelmente, os métodos de trabalho que são ótimos para um profissional
podem não ser tão bons para outro. No início, preocupe-se apenas em encontrar
um meio pessoal e comece a produzir.

Configuração de um Projeto
Ao iniciar o Adobe Premiere, uma série de ajustes é necessária, a fim de ade-
quar o resultado às suas necessidades. O primeiro passo é escolher uma pasta
(­Location) e nomear o projeto (Name). Acostume-se a deixar todas as mídias de
um projeto no mesmo diretório (fig. 3). O Premiere acessa as mídias diretamente
no disco, por isso não aconselho que você edite a partir de um pendrive. Se o disco
rígido não for rápido, você poderá ter dificuldades durante a edição, pois a prévia
do resultado, em tempo real, apresentará problemas e fará com a reprodução con-
gele ou reproduza o vídeo aos trancos.

Figura 2 – Criação de pasta e nomeação do projeto


Fonte: Adaptada pelo autor

O quadro de diálogo seguinte permite que você ajuste o tamanho, a qualidade


e nomeie a sequência (um projeto pode ter muitas sequências dentro dele). Não
ative em Video Previews o Maximum Bit Depth (profundidade máxima de bits)
ou Maximum Render Quality (máxima qualidade de finalização), a menos que
você tenha um computador de excelente qualidade. Cabe dizer que a qualidade de
um sistema é medida pelo rendimento do seu pior componente. Deixe para ativar

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essas opções na hora de exportar (renderizar). Os itens que aparecem com um
círculo amarelo foram alterados (fig. 4). Caso você não tenha feito os ajustes corre-
tamente, ou seja, as configurações diferem das mídias que estão sendo inseridas, o
Adobe lhe perguntará, quando for posicionar o primeiro vídeo na linha do tempo,
se você quer manter a sequência do modo como está (Keep existing settings) ou
se quer alterar as características da sequência em função do vídeo que está sendo
inserido (Change sequence settings). Ele só perguntará isso na primeira vez, por
isso é necessário que o primeiro elemento, a ser adicionado, esteja dentro do pa-
drão desejado.

Figura 3 – Configuração de uma nova sequência em Full HD


Fonte: Adaptada pelo autor

Importação e Edição das Mídias


As mídias de imagem serão importadas como as trilhas de áudio (Crtl+I). Se pre-
ferir, crie pastas dentro do projeto para separá-las (New Bin); isso ajuda a encontrar
um vídeo em meio a milhares. As mídias que já estiverem presentes na linha do
tempo apresentarão um símbolo amarelo, como se fosse uma onda de áudio, no
canto inferior direito do thumbnail (fig. 5), também chamado de Icon View.

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UNIDADE Edição de Vídeo

Figura 4 – Mídias presentes em um projeto do Adobe Premiere


Fonte: Adaptada pelo autor

Depois de arrastá-las para a posição correta, na linha do tempo, use a tecla de


atalho c (cut) para ativar a lâmina de corte e, depois de efetuar a operação, digite v
para retornar ao modo de seleção. Na videoaula, mostramos com maior eficiência
alguns procedimentos de edição, que não seriam tão bem explicados aqui. Caso
precise cortar uma série de trilhas de uma só vez, prefira Crtl + Shift + K (Razor
at current time indicator), que afetará tudo o que estiver no indicador de tempo
(a linha que corre durante a execução do vídeo). Para evitar que alguma trilha sofra
alterações, ative o cadeado, que fica à esquerda do nome da trilha, para protegê-la
(Toggle Track Lock).

Geralmente, quando você importa um vídeo, ele vem com o áudio agregado.
Caso precise separá-los, clique sobre a trilha com o botão da direta do mouse e
escolha a opção unlink.

Transições
Como vimos na edição de áudio, os fades podem ser feitos por envelope ou
a partir das transições disponíveis (fig. 6). O abuso das ferramentas de transição
evidencia, entretanto, que as imagens produzidas não estão boas e que o vídeo
precisa apelar para floreios a fim de tentar entreter o espectador. Um exemplo dis-
so são os vídeos de aniversário e de casamento que, por não terem muitas mídias
disponíveis, são preenchidos por intermináveis transições com o intuito de ocupar
espaço. O predomínio do corte seco (sem muitos efeitos de transição) é o que se vê
em filmes, séries, novelas, programas televisivos etc., sendo que em alguns clipes
musicais e cenas de aventura, a quantidade e a rapidez com que as tomadas (takes)
se sucedem são enormes.

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Figura 5 – Transição de imagem por envelope e por Cross Dissolve
Fonte: Adaptada pelo autor

Gerador de Caracteres (Title)


As letras, as palavras e as sentenças são importantes símbolos que ajudam a trans-
mitir informações objetivas. No Adobe Premiere você pode editar caixas de textos
personalizadas, bastando para isso que defina a largura (Width) e a altura (Height) da
área (fig. 7). Use as teclas de atalho Crtl + T para ativar o comando Title.

Figura 6 – Configuração da caixa para a edição de caracteres


Fonte: Adaptada pelo autor

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UNIDADE Edição de Vídeo

É aconselhável que você edite o texto numa área igual a do projeto. Fazendo
isso, você poderá ver o que está atrás do texto e posicionar os elementos de acordo
com os melhores fundamentos ergonômicos para a leitura da forma. O editor de
caracteres exibe linhas auxiliares para que os limites sejam obedecidos e o texto
não fique ininteligível ou cortado, caso haja uma deformação da tela durante o
processo de exibição (fig. 8). Procure respeitar a área de segurança e fique atento
aos itens primordiais da composição como: equilíbrio, segregação, relação figura-
-fundo, contraste, ponto de interesse, entre outros, que são abordados na disciplina
Ergonomia e Percepção Visual.

A interface do gerador de caracteres (ou editor) mantém estreita similaridade com


as interfaces presentes no Photoshop e no Illustrator, o que propicia uma intuitiva
utilização da ferramenta.

Do ponto de vista hierárquico, as informações mais importantes são mostradas


antes e as caixas de texto animadas são, muitas vezes, destinadas às equipes técni-
cas e de figuração no final do filme. Atores, diretores, palestrantes são os principais
chamarizes e esses personagens, com maior apelo comercial, ficam, evidentemen-
te, em posição de destaque.

Figura 7 – Editor de caracteres do Adobe Premiere


Fonte: Adaptada pelo autor

Depois de criado, o texto aparecerá na pasta de mídias e estará pronto para ser
inserido no vídeo com o fundo transparente (Canal Alpha). Na figura 9, a transição
Cross Dissolve está no início da tomada e foi aplicada em duas trilhas diferentes,
esse tipo de aplicação criará um fade in na imagem.

Não use o expediente do copiar e colar na linha do tempo, pois se você fizer
isso e alterar uma das caixas, o texto de todas será alterado simultaneamente. Use
copiar e colar no arquivo que está na pasta do projeto, pois aí ele se tornará único
e poderá ser alterado sem comprometer o que já está pronto.

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Por uma questão de legibilidade, prefira, para as letras muito pequenas, os carac-
teres sem serifa criados, especificamente, para monitores, tablets e smartphones,
mas não se furte das qualidades visuais dos caracteres serifados, na constituição da
suíte de fontes selecionadas para cada projeto.

Figura 8 – O texto criado aparece na pasta do projeto e com Cross Dissolve (fade in) na timeline
Fonte: Adaptada pelo autor

É possível usar o editor para a inserção de legendas, mas se o vídeo for publicado
em canais como Vimeo e YouTube, prefira criar as legendas nesses locais, pois elas
poderão ser feitas em todos os idiomas e com auxilio externo, de forma colabora-
tiva (fig. 10). Caso você anteveja que o vídeo será exibido em um local em que o
barulho ou a conversa poderão interferir, crie uma versão com legenda aparente
e entregue as duas versões para o seu cliente. Esse tipo de zelo é visto com bons
olhos entre parceiros comerciais.

Figura 9 – Legendas automáticas no YouTube à espera de correção


Fonte: Adaptada pelo autor

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UNIDADE Edição de Vídeo

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Guia do usuário do Adobe Premiere Pro
https://goo.gl/MH11WK
Guia do usuário do Adobe After Effects
https://goo.gl/Pyk76e
História do Cinema Mundial – MASCARENO, F. (org.)
https://goo.gl/MHDTDf
Kit básico para gravar vídeos com qualidade – Michael Oliveira
https://goo.gl/3dPFJH
Como produzir um vídeo: o guia completo
https://goo.gl/pTE2hn

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Referências
FAXINA, Elson. Edição de áudio e vídeo. (ebook) Curitiba: Editora Intersaberes,
2018.

JAGO, Maxim L. Adobe Premiere Pro CC Classroom in a Book. (ebook)


California: Adobe Press, 2018.

MENEZES FILHO, Florivaldo. A acústica musical em palavras e sons. Cotia:


Ateliê Editorial, 2004.

HENRIQUE, Luís L. Acústica musical: competências, conteúdos e padrões. Lisboa:


Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

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