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<Data: 12/03/2024>
<site da coleta: https://www.aicinema.com.br/guia-completo-com-os-principais-
equipamentos-para-cinema/>
<pesquisador: Doris-João>
Quer uma prova? Hoje, já são comuns os filmes produzidos com smartphones, alguns
deles sendo exibidos, inclusive, em telas de cinema. É o caso de obras como o
independente Tangerine (2015), de Michel Gondry, e Unsane (2018), do aclamado
diretor de Hollywood Steven Sodenbergh.
Este guia foi criado para ajudá-lo na pesquisa dos seus próprios equipamentos. Com
ele, gostaríamos de facilitar a compreensão de conceitos como iluminação,
enquadramento, som e outros.
O resultado que esperamos é que você entenda não apenas quais são as melhores
opções, mas também quais vão se adaptar melhor ao que você busca e à linguagem que
quer desenvolver. Por isso, continue a leitura!
Por exemplo, o diretor de fotografia vai passar a maior parte do tempo preocupado
com a iluminação do projeto. Então, ele precisa de bons refletores e lentes que
reproduzam melhor suas ideias para determinado roteiro, para determinadas cenas.
Enquanto isso, o profissional responsável pelo som — que vai, inclusive, mixar a
versão final e pedir que certos trechos de áudio sejam refeitos pelos atores, se
necessário — precisa de microfones e cabos tão bons quanto possível.
Isso também nos leva a um critério muito importante na hora de comprar câmeras,
lentes, rebatedores e outros artefatos: o valor de revenda deles. Se você quiser se
manter atualizado, vai passar boa parte do seu tempo vendendo equipamentos antigos
para conseguir outros mais modernos. Então, sempre vai valer a pena pagar mais caro
em um item se ele leva mais tempo para se desvalorizar que o dos concorrentes.
Câmeras
A avaliação da qualidade de uma câmera depende da compreensão de diversos
parâmetros de operação manual de suas funcionalidades. Ou seja, nas mãos de quem
não sabe operar, uma máquina profissional pode apresentar um desempenho muito menor
que o de um smartphone.
O parâmetro principal é definido pela sigla DSLR, ou Digital Single Lens Reflex
(Reflexo Digital de Lente Única). Essa tecnologia garante que a imagem mostrada no
visor da câmera é exatamente igual ao que sairá na foto ou na gravação.
Também é uma tecnologia que torna o dispositivo mais manipulável, com zoom manual,
troca de lentes e outros. Assim, você controla parâmetros como distância, entrada
de luz no obturador e outros detalhes que podem parecer excessivamente técnicos
para um iniciante.
Quanto às marcas, saiba que quase todas as mais famosas — Panasonic, Canon, Sony e
Blackmagic, só para ficar nas quatro mais vendidas — oferecem tudo que você
precisa. O que muda é a durabilidade de cada uma, o custo-benefício e o preço de
revenda, a que já nos referimos.
Lentes
A rigor, não é recomendado trabalhar com audiovisual profissionalmente com um único
tipo de lente. Em geral, elas variam em aspectos diversos, o que torna cada opção
melhor em determinada circunstância. Assim, você vai encontrar modelos de lentes
mais adequadas a espaços abertos ou fechados, opções melhores para fotografar com
muita ou pouca luz e assim por diante.
A lente de uma câmera, ao contrário do que se imagina, não é apenas o objeto de
vidro que chamamos de lente. Ela vem em um invólucro especial que determina, entre
outras coisas, a quantidade de luz pode entrar. Essa capacidade, conhecida como
“abertura da lente”, é a responsável por boas filmagens à noite. Ou seja, quanto
mais luz atingindo a parte interna da lente, melhor.
lente fixa — não oferece zoom, ou seja, com ela não é possível aproximar ou
distanciar a imagem;
lente zoom — permite ajustes de distância, sendo, portanto, muito mais práticas que
as anteriores;
lentes teleobjetivas — tipo de lente fixa capaz de focar áreas muito maiores, e
cujo comprimento físico é menor que a distância focal.
A grande vantagem das lentes fixas e o motivo de elas serem as preferidas de alguns
cineastas é que oferecerem menos conjunto óptico. Isso faz com que tenham uma
abertura maior, deixando entrar mais luz e interferindo na profundidade de campo, o
que leva a efeitos que só são possíveis com esse tipo de lente.
No entanto, há uma série de detalhes técnicos que fazem muita diferença ao escolher
boas lentes. As lentes cinematográficas e as fotográficas, diga-se de passagem, são
muito diferentes entre si. Em geral, as primeiras são maiores e sua operação é mais
mecânica, isto é, os ajustes de foco, entrada de luz e lens breathing são manuais.
A milimetragem das lentes varia entre 8 e 2.000 mm, no caso das objetivas, e cada
grupo tem características específicas, sendo indicado para determinados tipos de
enquadramentos e filmagens. Alguns distorcem nas laterais, outros no centro e há
aqueles que apresentam imagens completamente regulares.
Iluminação
Os equipamentos de iluminação mais comuns — lâmpadas, difusores, rebatedores e
refletores — costumam ser a parte mais difícil de carregar para realizar tomadas
externas. Então, seu peso e suas dimensões vão contar muito, principalmente se você
pretende utilizá-los para produções independentes e de baixo custo.
Por outro lado, é praticamente impossível fazer cinema de bom nível sem cuidar da
iluminação, e a qualidade da luz na maior parte dos ambientes internos ou externos
é ruim. Ou seja, você se verá constantemente obrigado a intervir nesses espaços,
iluminando-os ou alterando sua luz natural para servir aos propósitos de cada cena.
Refletores
Entre as peças utilizadas para iluminação no cinema, vale a pena falar um pouco
mais especificamente sobre os refletores, dada a sua importância para o uso correto
da luz no ambiente. Isso sempre vai acontecer levando em conta a combinação entre
tipo de refletor, intensidade da lâmpada e necessidade de iluminação do ambiente.
Os refletores abertos proporcionam luz mais intensa e menos concentrada. Por outro
lado, os do tipo Fresnel conseguem uma iluminação maior com lentes menores, o que
faz com que sejam uma das opções mais leves, embora não muito baratos. Os
refletores Fluo, de luz fria, são conhecidos por iluminarem o ambiente sem produzir
sombras, já que utilizam lâmpadas fluorescentes.
Agora, se você quiser investir em uma iluminação mais cara e conseguir economia de
consumo ao longo do processo — o que faz mais sentido se você filma em cenários
fixos, por exemplo — recomendamos adquirir um refletor de luz de LED.
Microfones
Acredite, o espectador comum de cinema é muito mais exigente com a qualidade do som
que com o nível de imagem que recebe. Áudios estourados, mal captados ou com ruídos
irritam e prejudicam a compreensão dos diálogos, o que muitas vezes determina a
avaliação negativa da obra como um todo.
Quanto às marcas, o Zoom H4n é um gravador de entrada muito usado por quem está
começando. Embora sua ergonomia não seja a mais adequada para o audiovisual, já que
ele não foi projetado para isso, é possível conseguir ótimos resultados com um
pouco mais de trabalho na hora de gravar.
Se quiser mais praticidade, você pode investir em opções com ergonomia projetada
para tripés, para serem posicionadas em baixo de uma câmera ou em uma bolsa
lateral. A marca Tascam disponibiliza opções melhores, como os modelos DR70 e DR60.
Tripés
Esses tipos de suportes costumam ser vistos apenas como maneiras de manter as
câmeras fixas. No entanto, nem sempre o tripé tem essa função. Ele pode ser
fabricado com uma cabeça hidráulica que permite movimentos suaves, possibilitando
percursos interessantes com uma câmera durante a tomada.
Um bom tripé não é barato, mas você deve lembrar que opções de material ruim ou
muito leves colocam outros dispositivos muito mais caros em risco. Um simples
esbarrão pode derrubar e quebrar sua câmera ou aquela lente especial que você
demorou a comprar.
Se você não puder investir em tipos diferentes de tripés, tente comprar aquele com
o maior número de dobradiças possível. Isso garante a adequação a diversos tipos de
situações. Se puder investir em vários modelos, vai ficar surpreso com a quantidade
de opções para o chão, as mãos ou o torso do operador de câmera.
Softwares
As suítes de edição de vídeos têm sido tão aprimoradas nos últimos anos que
escolher entre uma e outra não é mais questão de ela apresentar ou não certas
funcionalidades, mas depende de gosto. Assim, sempre haverá aqueles que se sentem
mais à vontade com o Adobe Premiere e os que desenvolvem melhor suas atividades de
edição no Vegas Pro.
Vale lembrar que esses não são os únicos softwares que você vai precisar. O Adobe
After Effects serve para finalizar produções, criando, inclusive, os efeitos
especiais mais conhecidos do grande público. Ele também é uma excelente opção para
quem trabalha com cinema de animação.
No que diz respeito ao áudio, o leque é ainda maior: você pode testar o Logic Pro,
da Apple — disponível apenas para os dispositivos da maçã —, o consagrado Pro Tools
ou o Ableton Live, que foi originalmente projetado para a produção de música
eletrônica, mas encantou os profissionais de trilha sonora para cinema.
De longe, o software mais utilizados é o Pro Tools, mas parte da indústria tem
aderido ao Fairlight, um programa gratuito agregado ao DaVinci Resolve (que também
serve para editar vídeos), e recebe a herança de uma das primeiras soluções de
edição de som do mundo, projetada em 1975 e que também se chamava Fairlight.
É possível encontrar alguns estúdios que utilizam o Nuendo para edição de som e
imagem. Ele foi desenvolvido pela conhecida empresa Steinberg, e é uma solução
completa, capaz de realizar mixagens de som em qualidade 7.1 (o que significa que o
som sai para as salas de cinema em 7 canais diferentes, ou sete caixas de som que,
juntas, compõem um áudio com grande sensação de imersão).
No campo da música para cinema (e não apenas no dos efeitos sonoros) a escolha é
mais pessoal. Compositores costumam usar o Logic, Ableton Live, Cubase e Sonar. O
mercado independente tende a usar softwares gratuitos como o Reaper ou soluções um
pouco mais completas para produção musical, como o Cakewalk.