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Autor: MITTLER, P Class

Bibliografia: MITTLER, P. Educação inclusiva: Contextos Sociais, Artmed, Porto


Alegre, 2003.
Titulo: Educação inclusiva: Contextos Sociais Obs
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Defectologia
Os termos defectologia e criança anormal, utilizados no título e ao longo
do artigo, foram mantidos na presente tradução por corresponderem à
terminologia utilizada no início do século XX, quando Vigotski produziu
seus textos. Actualmente, seriam equivalentes às expressões deficiência e
educação especial e criança com deficiência, respectivamente. Além do
interesse histórico e da indiscutível relevância de fazer traduções directas
da obra vigotskiana, destaca-se neste artigo a postulação do
desenvolvimento como um percurso tortuoso, atravessado por rupturas e
conflitos, e a tese central do autor de que caminhos indirectos de
desenvolvimento são possibilitados pela cultura quando o caminho directo
está impedido. Isso teria especial importância no caso das crianças com
deficiência.

Deficiência física
Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,
amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
com deformidade congénita ou adquirida, excepto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
funções;

Educação Inclusiva
Para Susan Stainback e William Stainback (1992) cit. In: Correia (2003:

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63): “as escolas inclusivas caracterizam-se por desenvolver escolas
comunitárias de apoios que favorecem a participação de todos os alunos
sem qualquer distinção, acima de qualquer intenção de estabelecimento de
categorias”.
Quanto às características da escola inclusiva, esses mesmos autores
apresentam as seguintes:
- Diversidade como melhoria da aprendizagem interactiva;
- Respeito pelas diferenças dentro e fora da escola;
- Adaptação e diversificação do currículo normal;
- Apoio aos alunos dentro da aula;
- Colaboração entre os profissionais da escola;
- Participação dos pais na planificação educativa.

A Educação Especial
É o ramo da Educação que se ocupa do atendimento e da educação de
pessoas com deficiência, preferencialmente em escolas regulares, ou em
ambientes especializados tais como escolas para surdos, escolas para cegos
ou escolas para atender pessoas com deficiência mental. Dependendo do
país, a educação especial é feita fora do sistema regular de ensino. Nessa
abordagem, as demais necessidades educativas especiais que não se
classificam como deficiência não estão incluídas. Não é o caso do Brasil,
que tem uma Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008) e que inclui outros tipos de alunos, além dos
que apresentam deficiências.

Alunos em risco educacional


“Os alunos em risco educacional são aqueles que, devido a um conjunto de
factores tal como o álcool, drogas, gravidez na adolescência, negligência,
abusos, ambientes socioeconómicos e socioemocionais mais desfavoráveis,
entre outros, podem vir a experimentar insucesso escolar. Estes factores,
que de uma maneira geral não resultam de imediato numa “incapacidade”

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ou problemas de aprendizagem, caso não mudem ou sejam atendidos
através de uma intervenção adequada, podem constituir um sério risco para
o aluno, em termos académicos e sociais.” (Correia, 2008c)

Alunos superdotados
“As crianças e os adolescentes sobredotados são aqueles identificados por
pessoas qualificadas profissionalmente que, devido a um conjunto de
aptidões excepcionais, são capazes de atingir um alto rendimento. Essas
crianças e adolescentes requerem programas e/ou serviços educativos
específicos, dentro da designada “Educação para a superdotados”,
diferentes daqueles que os programas escolares normais proporcionam,
para que lhes seja possível maximizar o seu potencial no sentido de virem
a prestar uma contribuição significativa, quer em relação a si mesmos, quer
em relação à sociedade em que se inserem.” (Correia, 2008c).

Inclusão
Para compreender a inclusão educativa, recorremos a Soares (2003: 48),
que a define como: “um ambiente de aprendizagem em que se reconhecem
e se acolhem as diferentes necessidades de aprendizagem de todas as
crianças, designadamente das crianças com NEE, apoiando essas mesmas
necessidades numa variedade de formas”.
Este autor acrescenta ainda, que em termos operacionais a inclusão
significa – Educar todas as crianças e jovens num único sistema educativo
em que:
- Os alunos com NEE são membros da mesma comunidade escolar, como
semelhantes e irmãos;
- Os alunos com NEE serão colocados em níveis e classes apropriados à
sua idade;

Inclusão escolar
Processo de inclusão nos ambientes escolar e cultural dos sujeitos

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anteriormente excluídos desses ambientes sociais é mais que a simples
integração física de sujeitos em sala de aula - pois supõe uma mudança de
atitudes e mentalidade frente às diferenças e diversidades de toda ordem:
físicas, étnicas, culturais, económicas, etc.

Escolas especiais
Escolas destinadas a atender, especificamente, portadores de necessidades
especiais, agrupados ou por deficiência específica - sensorial, física, mental
ou múltipla. Sua existência e funcionamento se justificam, actualmente,
somente para casos considerados muito graves e que impossibilitem a
inclusão dos sujeitos em escolas/salas de aula regulares.

Deficiente mental
Segundo Luckasson et al. (1992), a deficiência mental refere-se a
limitações substanciais na funcionalidade actual. É caracterizada por um
significativo funcionamento intelectual abaixo da média (QI entre 70 a 75
ou abaixo), que geralmente coexiste com limitações em duas ou mais das
seguintes áreas do comportamento adaptativo: comunicação, cuidados
pessoais, tarefas domésticas, competências sociais, utilização dos serviços
da comunidade, autonomia, saúde e segurança, competências académicas
funcionais, lazer e trabalho. A deficiência mental manifesta-se antes dos 18
anos.

Pedagogia de defeitos
Para concluir, não podemos deixar de lembrar os sérios alertas que nos faz
Duarte (2001) quando, analisando as pedagogias do “aprender a aprender”,
alerta para os riscos de se tomar tal perspectiva como a solução para os
graves desafios da sociedade contemporânea e do mercado de trabalho.
Duarte denuncia o uso de perspectivas pedagógicas por aqueles que
pretendem manter o modelo social actual, excludente e concentrador, fora
da crítica, centrando as discussões em propostas milagrosas de formação

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de indivíduos que estariam, a partir disso, capacitados para alcançarem
sucesso na sociedade e no mercado de trabalho. Duarte também denuncia o
velho risco de se enfatizarem as metodologias em detrimento do acesso a
sólidos conteúdos teóricos e reafirma a necessidade de se integrarem
conteúdo e forma e de que tal integração deve ter como referência as reais
contradições da sociedade capitalista e de seu cada vez mais precário e
reduzido mercado de trabalho.

Pedagogia das potencialidades


É que é possível chegar a cada aluno em particular tendo em conta que
todos são diferentes e que não têm todos os mesmos conhecimentos, os
mesmos interesses, a mesma relação com o saber e os mesmos mecanismos
de aprendizagem?
Desengane-se quem pensar que para realizar diferenciação pedagógica há
uma receita ou uma resposta concreta.

Diferenciar
Diferenciar é romper com o ensino simultâneo encarecido nos modelos
transmissivos, isto é, romper com uma pedagogia assente no mestre: o
professor que transmite aos alunos informações, da mesma maneira e ao
mesmo tempo. Assim, diferenciar é gerir o grupo classe de modo a colocar
cada aluno na situação mais favorável de aprendizagem. Porém, é
importante perceber que diferenciar pedagogicamente não é a mesma coisa
que promover o ensino individual, para isso, por exemplo, “numa turma de
25 alunos com 25 horas de trabalho por semana, cada aluno teria direito a
uma hora de apoio individualizado por semana” (Perrenoud, 1997)). O que,
de certa forma, é impossível se queremos promover aprendizagens
significativas.

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Nota reflexiva

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