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ESCOLA SUPERIOR PEDAGÓGICA DO KWANZA NORTE

REGIÃO ACADÉMICA VII

DIDÁCTICA ESPECIAL DA MATEMÁTICA

 INTRODUÇÃO
Durante os primeiros anos de formação em Licenciatura na especialidade de
Ensino da Matemática, os estudantes adquirem conhecimentos, habilidades e
capacidades sobre os diferentes ramos da Matemática, ademais uma formação
psicológica, filosófica e pedagógica geral que lhes permite compreender como
se opera o processo de ensino na escola. Sobre esta base, com o estuda da
DEM, os estudantes adquirem os conhecimentos e desenvolvem as habilidades
e as capacidades necessárias para dirigir o PEA da Matemática.

Com esta disciplina nos ocuparemos ao estudo dos processos pedagógicos


que transcorrem na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento de
habilidades e capacidades matemáticas nos alunos da 7ª a 13ª classe.
A formação nesta disciplina permite aos estudantes:

 Adquirir conhecimentos sólidos sobre os objectivos e estruturação dos


conteúdos de ensino da Matemática mediante os trabalhos com os programas,
assim como desenvolver habilidades e capacidades para a determinação dos
objectivos de cada aula e estabelecer os métodos, meios e formas de
organização adequadas para o seu cumprimento;
 Desenvolver habilidades e capacidades na realização dos métodos para a
direcção efectiva do PEA da Matemática no II Ciclo do Ensino Secundário;
 Desenvolver habilidades e capacidades para planificar, preparar e realizar o
ensino da Matemática com base nos programas, orientações metodológicas e
demais documentos político-educacionais com um carácter científico
vinculado com a vida.
Objecto e tarefas da DEM

A DEM é uma ciência pedagógica, cujo objecto é o processo de educação e


instrução que se concretiza com a transmissão e apropriação de conhecimentos,
habilidades e capacidades matemáticas.

As principais tarefas da DEM são:

 Determinar e diferenciar os objectivos e conteúdos de ensino da Matemática


sobre a base das orientações tendo em conta as exigências prescritas pela
sociedade;
 Desenvolver métodos para o processo de ensino da Matemática;
 Investigar e apresentar as regularidades do PEA da Matemática;
 Construir uma teoria da DEM.
Esta teoria constitui a base fundamental para que os professores possam
organizar e dirigir a aprendizagem dos alunos. Com o estudo da DEM, dos
documentos político-educacionais e docente-metodológicos, o professor de
Matemática deve dominar:
 A significação do ensino da Matemática para a educação e instrução das
personalidades democráticas para a sociedade angolana;
 O lugar que ocupa a Matemática no sistema de educação e instrução;
 A estrutura do conteúdo da Matemática no nível escolar;
 A preparação e avaliação do ensino da Matemática;
 Os conceitos e estrutura dos programas e livros de textos;
 Os objectivos e tarefas do ensino da Matemática;
 A estruturação metodológica da direcção do PEA no ensino da
Matemática através das situações típicas de ensino da Matemática;
 A realização das funções didácticas.
Princípios do ensino da Matemática
No PEA da Matemática, considera-se vital sempre considerar os
seguintes princípios que ajudarão a desenvolver uma melhor
aprendizagem.

1. A aprendizagem da Matemática (como todas as outras áreas)


deve ser consistente com o desenvolvimento do raciocínio
lógico do aluno;
2. Aprender Matemática deve ir do mais simples ao mais
complexo;
3. A Matemática se ensina primeiro a prática e, em seguida, a
teoria, isto é, os objectos são em primeiro lugar usados para
realizar operações, em seguida, os símbolos são estudados e
finalmente passado para representar as operações com
4. A memória não é suficiente para a matemática, o
entendimento é necessário. A repetição de exercícios só é
bom se os alunos sabem o que eles estão fazendo;
5. Os alunos devem saber e claramente o que significam as
operações (somar, subtrair, multiplicar, dividir, fundir, se
cruzam, etc.) e não apenas mecanicamente resolver;
6. Problemas matemáticos não são resolvidos com receitas:
Etapa # 1, adicione; Etapa # 2 para o outro número; Etapa # 3 .
.. etc.;
7. Matemática deve ser agradável, lúdica;
8. O conteúdo de aprendizagem da matemática tem uma
sequência, a aprendizagem nova baseia-se na anterior e
assim por diante, por isso, se você não tiver alcançado a
9. A aprendizagem deve ter significado para o aluno.
Teorias de aprendizagem no contexto da Matemática

Teoria de aprendizagem significativa

Aprendizagem significativa é o processo através do qual uma nova informação


(um novo conhecimento) se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva (não-
literal) à estrutura cognitiva do aprendiz. É no curso da aprendizagem significativa
que o significado lógico do material de aprendizagem se transforma em
significado psicológico para o sujeito.

Para Ausubel (1963, p. 58), a aprendizagem significativa é o mecanismo humano,


por excelência, para adquirir e armazenar a vasta quantidade de ideias e
informações representadas em qualquer campo de conhecimento.
Não-arbitrariedade e substantividade são as características básicas da aprendizagem significativa.

Não-arbitrariedade quer dizer que o material potencialmente significativo se relaciona de maneira não-
arbitrária com o conhecimento já existente na estrutura cognitiva do aprendiz. Ou seja, o relacionamento
não é com qualquer aspecto da estrutura cognitiva, mas sim com conhecimentos especificamente
relevantes, os quais Ausubel chama subsunçores. O conhecimento prévio serve de matriz ideacional e
organizacional para a incorporação, compreensão e fixação de novos conhecimentos quando estes “se
ancoram” em conhecimentos especificamente relevantes (subsunçores) preexistentes na estrutura
cognitiva.

Substantividade significa que o que é incorporado à estrutura cognitiva é a substância do novo


conhecimento, das novas ideias, não as palavras precisas usadas para expressá-las. O mesmo conceito
ou a mesma proposição podem ser expressos de diferentes maneiras, através de distintos signos ou
grupos de signos, equivalentes em termos de significados. Assim, uma aprendizagem significativa não
pode depender do uso exclusivo de determinados signos em particular (op. cit. p. 41).
Fica, então, claro que na perspectiva ausubeliana, o conhecimento prévio (a estrutura cognitiva do
aprendiz) é a variável crucial para a aprendizagem significativa.
Segundo DUVAL (2009), a palavra semiótica significa a ciência dos signos. É uma
ciência relativamente nova, sobre a qual Duval se destaca como pesquisador.
Publicou inúmeras pesquisas sobre as dificuldades inerentes ao processo de
ensino e aprendizagem matemática. Nos seus trabalhos, é mostrada a importância
da Teoria dos Registros de Representação Semiótica, onde destaca o valor da
linguagem no ensinar matemática.

Já a palavra representação semiótica significa que a representação é externa e


consciente ao sujeito. Segundo Duval, as representações semióticas são relativas
a um sistema particular de signos como a língua natural, escrita algébrica, os
gráficos cartesianos, e podem ser convertidas em representações equivalentes
em outro sistema semiótico, podendo ter diferentes significados para quem as
utiliza.
Com isso, percebe-se que, para um bom aprendizado de conteúdos matemáticos,
é fundamental que a noesis (conceituação) ocorra pelo meio de significativas
semiosis (representação).

Assim, na teoria de Duval é importante para o ensino e a aprendizagem de


Matemática mobilizar simultaneamente ou alternadamente vários registros de
representação semiótica. Segundo DUVAL (2009), existem dois tipos de
transformações dos registros de representação semiótica, onde é possível analisar
as actividades matemáticas desenvolvidas pelos alunos, são eles:

Tratamento - São transformações que ocorrem internamente dentro do mesmo


registro de representação na qual foi formada, ou seja, é a transformação da
representação no próprio registro no qual ela foi formada. Duval fala que os
tratamentos são transformações dentro de um mesmo registro:
“Por exemplo, efectuar um cálculo ficando estritamente no mesmo sistema de
escrita ou de representação dos números; resolver uma equação ou sistema de
equações; contemplar uma figura segundo critérios de conexidade e de simetria.”
(DUVAL, 2003, p. 16).
Neste caso, podemos verificar que não houve mudança de registro, sendo que esta acontecendo no interior do
mesmo registro para se chegar a resposta. Observa-se como são as transformações de representações em
outro registro. Figura 1: Solução gráfica do sistema de equações lineares.
Resumindo, o tratamento se estabelece internamente no registro e a
conversão ocorrer entre os registros. Portanto, com os diversos
desafios enfrentados com relação ao ensino de tópicos matemáticos,
pelo carácter abstracto que os diversos conteúdos carregam, o
professor estará sempre à procura de maneiras e até de ferramentas
que auxiliem o desenvolvimento do saber matemático.
Fim!
PERFIL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
De qualquer forma, podemos apresentar algumas sugestões que
possam orientar a postura profissional de um professor Matemático,
diante das perspectivas actuais de ensino:
• Comunique-se com eficiência, procurando ouvir os alunos: Dizer algo
que é considerado uma verdade absoluta e que foi fácil para você
entender, não significa que seus estudantes entenderão da mesma
forma. Você precisa tentar observar a óptica deles e avaliar para
mudar e não só para atribuir uma nota ao estudante.
• Ajude seus estudantes a “aprenderem a aprender”: Rejeite a tentação
de entregar tudo pronto, “mastigado” e a esperar que seus alunos
devolvam as respostas “esperadas” por você. Seja um mediador que
incentive e provoque seus alunos para novas e interessantes
descobertas.
• Encoraje a criatividade de seus estudantes: Encoraje seus alunos a
tentarem caminhos próprios, a intuírem, a aprenderem com os erros
cometidos. Nada é mais desestimulante para os alunos do que ouvirem
frases do tipo: “Está tudo errado! Não foi assim que ensinei.” “Só aceito a
resposta do jeito que está no livro”.
• Mostre a seus estudantes como se comunicar com eficiência: Através da
fala ou da escrita de seus alunos, se devidamente estimulados, você terá o
retorno adequado para os ajustes necessários ao processo de ensino/
aprendizagem.
• Estimule o interesse e o prazer de seus estudantes pela matemática: Nada
é mais desestimulante do que decorar fórmulas e repetir exaustivamente
exercícios iguais, cansativos e descontextualizados. Sempre que possível
faça uma relação da matemática com outras áreas do conhecimento,
apresente aplicações do que está ensinando, mostre a construção do
conceito ao longo da história, proponha um jogo, um desafio....em resumo...
”provoque” constantemente o seu aluno.
• Promova interacção entre estudantes: Estimule-os a trabalharem em
equipas, a trocarem informações, a ouvirem respeitosamente outras
opiniões. Esse trabalho em equipas pode inclusive ser incentivado nos
testes e demais formas de avaliação.
• Seja um avaliador justo: Seja um professor que avalia para ajudar seus
alunos, não um “terrorista” que usa a prova como uma forma de repressão
e controlo.
• Entretenha seus estudantes: É mais fácil interagir com alguém que esta
de bom humor. Procure desenvolver suas aulas com bom humor,
respeitando seus alunos e sendo respeitado por eles. Nada mais
desagradável do que alguém passar algumas horas escutando um
monólogo de um professor rabugento e autoritário.
• Goste de ensinar: Se você faz o que gosta, deixe que seus alunos
percebam isso, deixe que todos sintam que você tem prazer de ensinar e
também de aprender com eles.
 A Planificação da aula de Matemática
Tipos de Planificação

A planificação, segundo Saénz (1989, p. 110), “é um desenho ou


síntese global e antecipatória do processo unitário de instrução, ou
seja, do que o professor e o aluno vão realizar na turma.”

Então, a Planificação docente é uma actividade que consiste em


definir e sequenciar os objectivos do ensino e da aprendizagem dos
alunos, determinar processos para avaliar se eles foram bem
conseguidos, prever algumas estratégias de ensino/aprendizagem e
seleccionar recursos/materiais auxiliares.
Arends (1999, p. 44), sublinha que é de facto essencial que o
professor tenha um fio condutor das suas aulas. Neste sentido
comparar a planificação da aula a um mapa de estrada, para se
chegar a um destino é necessário: traça-se um caminho, embora
durante o percurso pode ocorrer desvios e no final chegar ao sítio
pretendido.

Assim a planificação não deve ser rígida. Pelo contrário, deverá


ser uma previsão do que se pretende fazer, tendo em conta as
actividades, material de apoio e essencialmente o contributo dos
alunos. Privilegiando as relações pessoais entre todos os
membros da turma, e fazendo com que os alunos se sintam
como elementos no processo educativo.
Razões que levam os professores a planificarem

Os professores ao planificarem devem essencialmente


pensar no estudante como um ser pensante, reflexivo
sobre a sua acção, capaz, de saber escutar, liderar,
agregar e trabalhar individualmente tanto como num
grupo. Por isso terá de ter um explícito método e
estratégias conducentes de trabalho que promovam a
interactividade, a coordenação, cooperação e colaboração
entre o professor e o aluno e entre os próprios
estudantes, para que o conhecimento construído seja
interiorizado, ou aprendido com a participação de todos
Os modelos/Tipos da planificação

Planificação a longo prazo

Planificação a médio prazo

Planificação a curto prazo


Planificação a longo prazo

É aquela que está dirigida aos planos para o curso todo, nos
diferentes níveis, incluindo a planificação dos períodos de tempo
para as unidades das matérias (capítulo).

Na óptica de Cortesão (1994, p. 70), a planificação a longo prazo é


fundamentalmente de dois tipos: um diz respeito à acção
interdisciplinar dos vários professores da turma, como obreiros da
mesma construção, outro diz respeito a acção dos professores por
disciplina. Neste último caso, são delimitados os grandes blocos
de aprendizagem - unidades de ensino/aprendizagem que irão ser
considerados.
Em conformidade com Arends (1999, p. 61), a eficácia dos planos anuais gira
geralmente à volta da capacidade de incluir três facetas.
 Temas e atitudes gerais: isso significa que muitos dos professores no início do
ano lectivo preferem passar aos seus alunos uma série de atitudes, metas e
temas gerais sobre disciplina, elementos esses que não se podem tratar numa
só aula, mas só através de determinadas vivências ao longo do ano, que devem
ser previstas pelos professores.
 Matéria a dar: como se sabe, são inúmeros os temas a tratar e várias
actividades a realizar, por outro lado, o tempo não chega para tudo, cabe ao
professor ter a capacidade de saber seleccionar o mais essencial do acessório.
 Outro aspecto a ter em conta é os ciclos do ano lectivo, toda comunidade
educativa devem saber que a escola funciona em torno de uma abertura e de
um enceramento lectivo que se compreende nomeadamente, os períodos de
aulas, dias da semana, feriados, períodos de férias, entre outros
acontecimentos escolares importantes. Assim, é importante planificar, tanto
Para a realização de uma planificação a longo prazo deve- se reunir documentos,
tais como: programa, calendário, planificações de anos anteriores, livros e outras
matérias didácticos.
Neste caso, os professores, ao analisarem o texto do programa, procurarão:
 Identificar as finalidades que através dele se pretendem atingir e analisar o seu
grau de coerência com as finalidades do currículo;
 Identificar os temas organizadores que fazem dos conteúdos um todo coerente;
 Analisar as características gerais da população escolar;
 Organizar e ordenar os conteúdos em unidades de ensino;
 Identificar os recursos e limitações mais importantes apresentados pela escola
e pela comunidade próxima;
 Imaginar, em linhas muito gerais, o tipo de estratégias a estabelecer;
 Identificar os aspectos que, a partida, podem ser tratados interdisciplinarmente;
 Com o auxílio de um calendário, descontando férias, feriados e o tempo para
actividades de avaliação formativa e sumativa, calcular o número de aulas que
Planificação das unidades de matérias (capítulos) ou unidades temáticas.
Considerações na planificação das unidades matérias

 Planificar um número de horas para as unidades de matéria não elevado.


 Determinar, com apoio do programa, os objectivos do saber e poder, intelectual e
educativo para o capítulo e unidade temática, assim como os objectivos
específicos das diferentes aulas.
 Analisar as condições para a realização dos objectivos: sobre o saber e poder,
qualidades de condutas dos alunos, condições externas existentes,
correspondência dos objectivos com a exigência mínima da unidade de matéria
e as características do grupo de alunos.
 O dosificado da matéria a partir dum estudo profundo das bases e meios
auxiliares da planificação com respeito ao conteúdo de ensino que deve ser
Quais são os elementos a ter em conta na planificação da unidade
temática?
1. Tema da unidade, nível e número de aulas.
2. Análises da situação do grupo.
3. Objectivos gerais mais importantes da unidade temática.
4. Dosificado ou distribuição das aulas.
Pode-se confeccionar uma tabela com os sequentes pontos:
a) Número de aulas.
b) Tema da aula.
c) Objectivo específicos mais importantes.
d) Planeamento da matéria:
 Para reactivar.
 Para elaborar.
e) Medidas organizativas e metodológicas.
Fim!
Planificação a médio prazo

Designa-se por planificação a médio prazo “os planos


de uma unidade de ensino, ou de um período de aulas.
Basicamente, uma unidade corresponde a um grupo de
conteúdos e de competências associadas que são
percebidas como um conjunto lógico” (ARENDS, 1999,
p. 59-60).
Para planificar uma unidade é necessário interligar
conteúdos, objectivos, estratégias/actividades,
materiais, métodos, avaliação, durante dias, semanas,
Na perspectiva de Cortesão (1994, p. 120), a elaboração de
um plano a médio prazo, corresponde à planificação de uma
unidade de ensino, e implica, quando totalmente
desenvolvido, que se percorram as seguintes etapas de
trabalho:
1) Identificação das ideias base e conteúdos tendo em
conta os esquemas conceptuais e os temas
organizador/es;
2) Clarificação dos objectivos gerais que constam do plano
a longo prazo e que são relativos àquela unidade de
ensino;
5) Ordenação e distribuição de conteúdos por lições;
6) Estabelecimento de estratégias mais pormenorizadas e mais
adequadas ao contexto;
7) Identificação e listagem de materiais a utilizar;
8) Elaboração de materiais de avaliação formativa e sumativa;
9) Estabelecimento de actividades de remediação e enriquecimento;
10) Indicação da bibliografia;
11) Levantamento das medidas prévias necessárias para levar a cabo
as actividades previstas na unidade (contacto com pais,
autorizações para visitas de estudo, marcação de transportes,
aluguer de filmes, cassetes, etc.).
Outras considerações na planificação das unidades matérias.
 Planificar um número de horas para as unidades de matéria não
elevado.
 Determinar com apoio do programa os objectivos do saber e
poder, intelectual e educativo para o capítulo e unidade temática,
assim como os objectivos específicos das diferentes aulas.
 Analisar as condições para a realização dos objectivos: sobre o
saber e poder, qualidades de condutas dos alunos, condições
externas existentes, correspondência dos objectivos com a
exigência mínima da unidade de matéria e as características do
grupo de alunos.
 A dosificação da matéria a partir dum estudo profundo das bases
e meios auxiliares da planificação com respeito ao conteúdo de
Esta actividade deve culminar com um plano escrito e para a sua
presentação não existem regras específicas.

Quais são os elementos a ter em conta na planificação da


unidade temática?

1) Tema da unidade, nível e número de aulas.


2) Análises da situação do grupo.
3) Objectivos gerais mais importantes da unidade temática.
4) Dosificado ou distribuição das aulas.
Pode-se confeccionar uma tabela com os seguintes pontos:

a) Número de aulas.
b) Tema da aula.
c) Objectivo específicos mais importantes.
d) Planeamento da matéria:
 Para reactivar.
 Para elaborar.

e) Medidas organizativas e metodológicas.


Exemplo de um plano a médio prazo

Escola de aplicação: Colégio Samora Moisés Machel –


N’dalatando Nome do professor: John Rason
Nº de Tempos semanais:
Disciplina: Matemática I - Trimestre Período: matinal 8ª Classe 4
Data: 12/02/2019 a
Nº de aulas durante os quinze dias: 8 Mês:  Fevereiro Ano lectivo: 2019
23/02/2019

Tema C: Geometria
Subtema C.2: Áreas. Decomposição de
figuras

Objectivo geral: Conhecer a composição e a


decomposição de figuras geométricas.
Objectivos específicos (instrutivos) a Objectivos específicos
desenvolver (educativos) a desenvolver
1) Promover a autoconfiança na
1) Converter unidades de área; resolução de problemas
2) Calcular a área de um matemáticos;
paralelogramo a partir da área de um 2) Promover a perseverança e o
rectângulo; cuidado postos na realização
3) Calcular a área de um triângulo a das tarefas e a cooperação no
partir da área de um rectângulo; trabalho;
4) Calcular a área de um trapézio; 3) Desenvolver o raciocínio lógico,
5) Decompor um triângulo por uma a capacidade criadora e a
mediana; imaginação;
6) Aplicar o conhecimento sobre áreas 4) Desenvolver a capacidade de
de figuras planas na solução de raciocínio e análise de
problemas práticos. situações práticas na
Proposta de dosificação quinzenal do subtema
Seman
Nº de aula Objectivos específicos Conteúdos Materiais didácticos
a
1 Converter unidades de área Unidades de área Os permanentes
Calcular a área de um Área de um Os permanentes, manual de
1 paralelogramo a partir da área de paralelogramo deduzida apoio e materiais de
um rectângulo da área de um rectângulo desenho
Área de um triângulo Os permanentes, manual de
I Calcular a área de um triângulo a
1 deduzida da área de um apoio e materiais de
partir da área de um rectângulo
rectângulo desenho
Os permanentes, manual de
1 Calcular a área de um trapézio Área de um trapézio apoio e materiais de
desenho
Resolver exercícios sobre as
Os permanentes, manual de
unidades de área, área de um Exercitação dos
1 apoio e materiais de
paralelogramo, triângulo e conhecimentos
desenho
trapézio.
Decomposição de um Os permanentes, manual de
Decompor um triângulo por uma
1 triângulo por uma apoio e materiais de
mediana
II mediana desenho
Aplicar o conhecimento sobre Os permanentes, manual de
Aprofundamento dos
1 áreas de figuras planas na apoio e materiais de
procedimentos
solução de problemas práticos desenho
Procedimentos avaliativos: Participação efectiva nas actividades desenvolvidas
em sala de aula e resolução de questões.
Formas de organização do processo: trabalho frontal ou trabalho em grupo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bosquilha, A.; Corrêa, M. L. P. & Viveiro, T. C. N. G. (2003). Minimanual compacto de matemática:


teoria e prática: ensino médio. 2ª Edição rev. São Paulo : Rideel.

INIDE. (2013). Programa de Matemática - 7ª, 8ª e 9ª classes. 2ª Edição. Luanda: Editora Moderna, S.
A.

Nascimento, I. (2016). Matemática – 8ª Classe. 2ª Edição. Luanda: Texto Editores, Lda.

Elaborado pelo professor: O(A) Júri:


John Rason Manuel da
Silva
Trabalho em grupo (na sala de aula)

Elaborar uma planificação da unidade


temática
Planificação a curto prazo/Plano de aula

Na preparação do plano de aula é necessário ter em conta:

A. O papel que este joga dentro do sistema de aulas.


B. A situação típica do ensino da Matemática.
C. O tipo de aula, ou seja se predomina a aquisição de novo
conhecimento ou fixar os conhecimentos.
D. Estabelecer uma via metodológica de acordo ao tipo de aula.
E. Tendo em conta os objectivos e conteúdo da aula o professor
deve adoptar as seguintes decisões:
 Subscrever as actividades a serem realizadas pelos
professores e aquelas que são para os estudantes, em cada
momento da aula, além disso, planifica-se o que devem
escrever seus estudantes nos cadernos.
A estrutura metodológica da situação típica do ensino da
disciplina e a realização das funções didácticas seguintes:
1) Motivação (Orientação do objectivo e asseguramento da
nova matéria).
2) Desenvolvimento (tratamento da nova matéria, ou fixar
habilidades do conteúdo que o estudante conhece).
3) Avaliação e controlo do processo.
F. Os métodos a empregar de acordo ao tipo de comunicação com os
estudantes (expositivo, elaboração conjunta e trabalho independente).
Também há que ter em conta o nível de assimilação (reprodutivo,
aplicativo e criativo).
G. O emprego dos meios do ensino (trabalho com seu manual, utilização
adequada e ordenada e do quadro e trabalho com ferramentas de
laboratório).
H. Distribuição do tempo durante a aula.
I. A forma e o momento adequado para fazer o resumo parcelar e total.
Para ter êxito se requer duma constante auto preparação e consultas das
publicações pedagógicas, psicológicas e metodológicas relacionadas com o
ensino e a disciplina.

Dadas as complexas condições a ter em conta no processo de instrução e


educação, as indicações anteriores não representam uma sucessão estrita de
passos, sua aplicação depende da experiência do professor. A preparação da
aula requer dum guia escrito que oriente as actividades do professor e dos
estudantes.

As indicações anteriores não são de estrito cumprimento por cada professor


para obter um plano de aula com qualidades, ou seja, o desenvolvimento
atingido pelo professor são muito importante neste caso.
Esquema a se ter em conta na preparação escrita duma aula.

1. Introdução: inclui o tema e o objectivo da aula.


2. Fundamentação psicológica, didáctica e metodológica da aula: análises
da situação do grupo, é dizer, caracterização individual e colectiva da
turma toda, assim como, a fundamentação sobre o conteúdo particular e
metodológica do mesmo, tendo em conta: a posição da aula na unidade,
os conhecimentos prévios necessários e a futura utilização do conteúdo.
3. Plano de aula: pode fazer-se na forma de tabela que contenha os
elementos seguintes: tempo, função didáctica, conteúdo do ensino,
estrutura metodológica, estrutura organizativa, descrição das actividades
do professor e dos estudantes, considerações sobre métodos, meios,
assim como, os momentos e formas de controlo.
Quais são os passos a se ter em conta para fazer uma análise e discussão de uma
aula? Quais são as perguntas que podemos fazer para orientar a análise?

1. Análises da aula tendo em conta o conteúdo.


a) Que conteúdo se trata na aula?
b) Como fundamenta-se o conteúdo desde o ponto de vista da disciplina?
c) Há correspondência do conteúdo da aula com a profundidade que exige o
programa?
d) Há dificuldades desde o ponto de vista científico na aula?
e) Há erro de conteúdo?
f) Há utilização adequada do vocabulário técnico da disciplina?
g) Há boa estruturação do conteúdo da aula?
2. Análise dos objectivos traçados para a aula.
a) Que objectivos trata-se na aula?
b) Há correspondência com as exigências do programa e as características da
turma toda.
c) Há formulação dos objectivos para a aula?
d) Como relacionam-se os objectivos com os demais objectivos das aulas do
sistema?
3. Análise da estrutura didáctica-metodológica da aula.
a) Existe correspondência entre os objectivos parciais, as funções didácticas e a
situação típica do ensino em estudo?
b) Que parte da aula representa o asseguramento do nível de partida, a
motivação, e a busca de solução dum problema próprio da matéria?
4. Análise de cada parte do processo da estruturação didáctico-metodológica.
a) Que métodos e procedimento de ensino foram empregados para cada fase da aula?
b) Os métodos empregados são eficientes?
c) O emprego dos métodos e procedimentos foi correctamente em correspondência com as exigências
do programa?
d) Os métodos utilizados favorecem a atenção às diferenças individuais, a participação activa e o
desenvolvimento do pensamento dos estudantes na aula?
e) Como foram utilizados os meios de ensino na aula?
f) Se utilizou racionalmente o tempo na aula?
g) Como se evidencia a relação entre os objectivos, o conteúdo e os métodos da aula?
h) Em que aspecto se encontram os acertos e deficiências na direcção da aprendizagem dos
estudantes?
5. Considerações retrospectivas e perspectivas sobre o desenvolvimento da aula.
a) Que conclusões podem fazer-se para o melhoramento do trabalho futuro?
b) Em que medida se cumprem os objectivos e em que condição se pode aplicar uma estratégia similar?
Elaboração do
Plano de Aula
PLANO DE AULA: DEFINIÇÃO

É O DOCUMENTO QUE ESTABELECE TODOS OS


ELEMENTOS CONCEPTUAIS QUE DEVEM GUIAR A
ACTIVIDADE PRÁTICA DO PROFESSOR PARA A
MATERIALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM.
PLANO DE AULA: DEFINIÇÃO

O plano de aula é a base de trabalho destinada a apoiar a prática


pedagógica-didáctica quotidiana de professor. Cortesão (1994, p. 71),
enfatiza que “durante o ano lectivo é focalizado a acção que se
desenrola num contexto muito particular, é necessário elaborar planos
correspondentes às acções que no dia-a-dia vão concretizar as
diferentes parcelas do anterior.”
Nesta perspectiva a preparação de um plano de aula deve ter um
carácter flexível, aberto e susceptível de sofrer alterações ou
reajustes de acordo com o feedback recebido no decorrer da aula.
Mas também, o professor tem de passar por uma minuciosa escolha
de técnicas, metodologias e actividades que garantam uma forte
interacção entre os elementos da turma, com o objectivo de tentar
abarcar a diversidade dos estudantes de modo a motiva-los a uma
participação activa no conteúdo que se vai tratar na turma.
Cortesão frisa que, um plano para sua elaboração não há receitas, mas para a sua construção deve ter:
1. A coerência: se está integrado no plano curricular geral, de molde a que a sua concretização
contribua para a consecução das metas propostas nesse currículo. A coerência de um plano existe
se nele se revela uma adequada relação entre objectivos, conteúdos e estratégias propostas;
2. Sequencia: deve existir uma linha contínua que integre gradualmente as distintas actividades desde a
primeira até a última de modo que nada fique jogado ao acaso.
3. Adequação: se esta alicerçado no conhecimento da realidade cognitiva, afectiva e sociocultural dos
alunos, no contexto escola/ comunidade, tendo em conta os recursos e limitações existentes, e
ainda no comunidade, tendo em conta os recursos e limitações existentes, e ainda no conhecimento
das características do próprio professor como seu executante;
4. Flexibilidade: se permite, de acordo com as necessidades e interesses do momento, fazer
reajustamentos e mesmo alterações de fundo nos elementos previstos;
5. Continuidade: se estabelece uma sequência que” amarra” as várias propostas de modo a seguir um
percurso lógico;
6. Precisão e clareza: se contém indicações claras de modo a não apresentar propostas ambíguas;
7. Riqueza: se oferece uma gama variada e fecunda de propostas.
ELEMENTOS CONCEPTUAIS

• São todos os elementos que o conformam, ou seja,


todos os componentes do processo de ensino-
aprendizagem articulados entre si formando uma
unidade com carácter sistémico e integrador, tais como:
o cabeçalho, a estrutura didáctica (objectivos, conteúdo,
métodos, meios e avaliação) e as referências
bibliográficas.
A ESTRUTURA DIDÁCTICA

• Compreende, organizar e desenhar a estrutura


básica do plano de aula a ser desenvolvido.
Consiste em orientar para a acção, sendo que o
plano é uma estrutura de decisões quanto aos fins
e meios, apresentando os objectivos e a
metodologia.
• Por isso, o professor deve planificar, coordenar,
dirigir e avaliar todas as actividades por meio de
uma dimensão educacional crítica, politica, ética e
social, que seja dinâmica e contínua.
COMPONENTES DO PLANO DE AULA
• Identificação (Cabeçalho)
• Objectivos
• Bibliografia
• Tempo
• Função didáctica
• Conteúdos
• Métodos e formas organizativas (Estratégias de aprendizagem)
• Actividades (professor e aluno)
• Instrumentos de avaliação
• Meios de ensino
Modelo de plano semanal
Modelo de plano de aula
Modelo de plano de aula
PLANO DE AULA
Nome do professor: Data:
Disciplina: Classe:
Unidade temática: Turma:
Assunto: Escola:
Tipo de Aula:
Geral:
Objectivos Especificos:

Métodos e Actividades Meios


Função Instrumentos de
Tempo Conteúdo formas de Obs.
didáctica avaliação
organizativas Prof. Aluno ensino

Introduçã
o

Desenvol
vimento

Conclusã
o
CABEÇALHO
• Escola
• Nome do professor
• Disciplina
• Unidade temática
• Assunto
• Tipo de aula
• Data
• Classe
• Turma
• Duração
• Nº de alunos
TÍTULO

• O título deve reflectir a essência do conteúdo, de modo


que seja o mais generalizador possível em função da
abordagem que se vai realizar;
• O título expressa a essência do conteúdo;
• Deve ser conciso e específico;
• Deve ser suficientemente informativo e preciso no que se
refere ao conteúdo;
• Deve omitir-se o uso de infinitivos para que não pareça
um objectivo;
• Não deve ultrapassar 20 palavras.

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