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ARGUMENTAÇÃO PARA PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA

NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Felipe Tarquino da Silva (discente)/(monitor); Regina Valéria Pereira Tavares


(discente)/(monitora); José Fabrício Lima de Sousa (orientador)

INTRODUÇÃO

As aulas de matemática, geralmente, se desenvolvem de forma mecânica, em que são


utilizados métodos e técnicas de ensino com o uso de práticas de exercícios mecânicos.
Esse modelo de ensino faz com que o estudante não pense e reflita no porquê da
aplicabilidade de alguns teoremas (ou afirmações matemáticas). O componente
curricular de “Argumentação em Matemática” não está pautado na memorização de
fórmulas soltas ou na resolução de exercícios de forma mecânica. É preciso que os
estudantes tenham uma visão ampla sobre os conceitos matemáticos, interpretando e
compreendendo situações em que se possa aplicar tais conceitos adquiridos no contexto
formativo. Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo analisar como a
argumentação em matemática no ensino dessa disciplina pode auxiliar os professores da
educação básica a desenvolver uma formação acadêmica promovendo um olhar mais
crítico e reflexivo ao desenvolver, planejar e aplicar atividades em uma sala de aula.

METODOLOGIA
Quanto à abordagem do objeto, classifica-se como de natureza qualitativa e cunho
bibliográfico. Moresi (2003, p. 9) diz que a pesquisa qualitativa “considera que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”.
Ela busca ampliar os conhecimentos sobre como a argumentação no ensino da
matemática pode auxiliar os professores que ensinam matemática na educação básica.
Cervo (1996, p. 48), por sua vez, postula que a pesquisa bibliográfica

(...) procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas


em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da
pesquisa descritiva e experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e
analisar as contribuições cientificas do passado sobre um determinado
assunto.
Durante as aulas da monitoria do componente curricular Argumentação em Matemática,
existia uma grande inquietação dos discentes sobre o que esse componente iria agregar
em sua formação acadêmica e posterior atuação como professores na educação básica.
Assim, o presente estudo promoverá uma discussão das potencialidades desse
componente curricular através em uma pesquisa bibliográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Morais Filho (2016) enfatiza que, para desenvolver uma certa teoria matemática, que é
constituída de definições e teoremas, é preciso estabelecer os axiomas, as noções
primitivas e os argumentos básicos que serão utilizados para manipular essas definições
e deduzir esses teoremas. Usamos esses mecanismos constantemente no dia a dia, pois
isso é essencial em qualquer processo lógico dedutivo.
Um fato inerente é que a Matemática está fortemente ligada à resolução de problemas,
nesse sentido, incialmente buscou-se entender o que é um problema. Sobre isso, na
visão de Polya (1978), a resolução de problemas está fortemente atrelada à busca de
uma ação para tentar solucionar uma situação que incialmente não era solucionável.
Desse modo, podemos entender o desenvolvimento da resolução de um problema
matemático como um caminho a ser percorrido, em que a situação inicial seria o ponto
de partida, e, a partir de sua exploração, podemos desenvolver conceitos matemáticos
para tentar chegar a uma resolução do problema inicialmente proposto, ou seja, os
procedimentos matemáticos seriam como uma ferramenta ou um caminho para tentar
compreender e solucionar o problema desejado.
Dessa forma, o professor de matemática deve ter um olhar mais crítico ao planejar uma
aula para que o estudante desenvolva e compreenda o conteúdo que está sendo
abordado, a fim de “identificar oportunidades de utilização da matemática para resolver
problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter soluções e
interpretá-las segundo os contextos das situações” (BRASIL, 2018, p. 265). Do mesmo
modo, faz-se necessário em sala de aula compreender, analisar, argumentar e
representar os problemas cotidianos em que a Matemática aparece. Na BNCC, o
desenvolvimento de tais competências é denominado como letramento matemático, que
são:

as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e


argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de
conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de
contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas
matemáticas. (BRASIL, 2018, p. 266).

Portanto, fica evidente o quanto o professor de matemática é cobrado a respeito da


argumentação em matemática, pois, a partir das construções de argumentos
matemáticos, o estudante conseguirá ter uma compressão de que a Matemática é um
conhecimento que está presente no seu cotidiano, e que, a partir dessa compreensão, a
formação do estudante vá além da memorização de fórmulas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante as reflexões proporcionadas por essa pesquisa, ficou evidente que a


argumentação em matemática contribui para a formação do estudante a fim de torná-lo
um ser mais crítico e reflexivo, e que, a partir da elaboração de argumentos
matemáticos, o estudante pode validar seu conhecimento. Tal desenvolvimento pode se
dar através da interação entre o estudante e o conhecimento, entretanto, tal ambiente de
aprendizagem só pode ser desenvolvido se o professor, como proponente de tal
interação, tiver uma boa formação.

Portanto, fica inerente que a argumentação em matemática para os professores que


ensinam Matemática é essencial para sua formação, pois o professor, enquanto
educador, deve propor um ambiente de aprendizagem em que o estudante desenvolva a
capacidade de criar argumentos matemáticos. Logo, tal componente curricular se faz
necessário para a formação docente.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. Brasília:


Brasil. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 28 set.
2022.
CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
MORAIS FILHO, Daniel C. Um convite à matemática. Rio de Janeiro: SBM, 2016.
MORESI, Eduardo. Metodologia da pesquisa. Brasília: 2003. Disponível em:
<http://www.inf.ufes.br/~pdcosta/ensino/2010-2-metodologia-de-pesquisa/
MetodologiaPesquisa-Moresi2003.pdf>. Acesso em: 28 set. 2022.
POLYA, George. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 1978.

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