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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL – UFFS – CAMPUS CHAPECÓ

Componente Curricular: Tendências na Educação Matemática; Curso: Matemática; Fase: 5ª;


Professora: Nilce Fátima Scheffer; Acadêmico: Anderson Piva.

1 Utilização das Tendências na Educação Matemática: O passo inicial para uma Formação
Educacional de Qualidade
No decorrer das últimas décadas as universidade brasileiras tem intensificado o
aprimoramento dos cursos atrelados ao âmbito da licenciatura em geral, visando uma
formação de professores cada vez mais capacitados no que diz respeito à melhoria de
qualidade da educação básica nas escolas nacionais.
Nesse contexto, as grades curriculares destas graduações tem recebido a inserção de
um leque de novas disciplinas que enfatizam o panorama didático-pedagógico, objetivando a
oferta de ferramentas e referenciais teóricos que possibilitem aos acadêmicos, além do estudo
específico da sua área, conjecturar conhecimentos e experiências práticas associadas às novas
tendências na educação, para que seja possível qualificar os métodos de ensino-aprendizagem
vigentes em sala de aula.
Desse modo, ao singularizar tal cenário diretamente ao curso de Matemática, vale
salientar que grande parcela dos formandos tem algumas dificuldades nas relações
interpessoais aluno-professor, professor-aluno e no desenvolvimento de um plano de aula que
inclua todos os aspectos e quesitos que possam propiciar aos alunos uma aprendizagem
significativa na fixação de conceitos matemáticos. E devido a isso, deve-se considerar a
matéria de Tendências na Educação Matemática demasiadamente importante para minimizar
e solucionar esta situação.
Partindo deste pressuposto, ao esmiuçar a ementa da mesma, pode-se visualizar e
compreender sobre todas as principais tendências matemáticas que norteiam a comunidade
científica, guiando os professores, desde os recém-formados aos mais experientes, de como
proceder na elaboração de seu modelo de ensino e de suas práticas pedagógicas.
Atualmente o escopo de tendências na educação matemática é composto por cinco
tendências que proporcionam uma metodologia ativa de trabalho que desperta o interesse
dos educandos pelas aulas da disciplina, muitas vezes consideradas estáticas e pragmáticas.
Esta resenha orienta-se nesse sentido, e tem como objetivo principal apresentar dos
cinco métodos e corroborar a importância do estudo destas tendências da educação
matemática na construção, sistematização e contextualização do conhecimento matemático
na formação dos professores críticos e reflexivos.

1.1 Etnomatemática
Esta é uma das tendências mais antigas, surgida na década de 1970, e difundida no
Brasil pelo professor Ubiratan D’Ambrósio, com o intuito de embasar uma série de críticas
sociais ao ensino tradicional da matemática daquela época.
Dessa maneira, a etnomatemática não é considerada uma nova ciência e nem um novo
método de ensino, mas sim uma proposta educacional que aborda as relações interculturais. E
que acabou tornando-se necessária em função da falta de reconhecimento e de relevância da
influência do ambiente cultural de cada aluno na historiografia da matemática, o que
veementemente causa implicações negativas para a educação.
Nesta perspectiva, os povos em suas diferentes culturas detém uma série de maneiras
de trabalharem a matemática, o que torna todos os conhecimentos formados por esses grupos
sociais plausíveis. Por isso, a etnomatemática defende a enfatização de ações pedagógicas
delimitadas a partir do contexto sociocultural de cada educando, enaltecendo assim os
conceitos matemáticos informais conjecturados pelos alunos fora da vivência escolar.
Podendo-se assegurar a existência da matemática vivenciada pelos mais variados nichos, como
por exemplo, dos vendedores de praças públicas, donas de casa, artesanato, costureiras, na
geometria dos pedreiros.
Para tanto, cada situação é completamente distinta, necessitando-se expandir o ideal de
matemática como apenas uma maneira de resolver questões de ordem prática, e é
exatamente essa a principal função da etnomatemática.

1.2 História da Matemática


A história da matemática é uma tendência da Educação Matemática satisfatoriamente
interessante, pois ela permite compreender a origem das ideias que deram forma aos
conceitos matemáticos da maneira que são conhecidos hoje, dando ênfase às dificuldades
epistemológicas inerentes ao conceito que está sendo constituído.
Portanto, ao conhecer a história da matemática é possível perceber que os teoremas
que hoje estão devidamente generalizados e formalizados foram desenvolvidos com eminente
esforço e em uma ordem quase sempre variada daquela em que são apresentados após todo o
processo de demonstração.
Nesse contexto, segundo Pinheiro (2005), o conhecimento sobre a História da
Matemática deveria ser parte indispensável de todos os graus de ensino, seja ele fundamental,
médio ou superior. Tal necessidade não se caracteriza pelo fato de, assim poder proporcionar
um ensino motivador e mais agradável aos educandos, mas principalmente porque a História
propicia uma visão crítica e reflexiva da Matemática, uma vez que a imagem que os educandos
possuem desta disciplina tende a estar desvinculada da realidade.
Desse modo, para que cada professor trabalhe em sala de aula nessa perspectiva
histórica é indispensável a adoção de uma conduta que permita ao aluno participar de maneira
ativa-crítica da construção do conhecimento particular, relacionando cada saber modelado
com as necessidades históricas, sociais e culturais associadas ao mesmo.

1.3 Matemática Crítica


A Educação Matemática Crítica caracteriza-se como uma excelente opção para preparar
os agentes sociais deste século com conhecimentos científicos críticos de modo que todos
possuam acesso aos benefícios da tecnologia.
Para tanto, a mesma possui como incumbência destacar a competência crítica, a qual
deve ser atribuída a professores e alunos no que se refere ao desenvolvimento das
competências e habilidades que consigam abordar criativamente situações da vida diária,
apoiando assim os processos de democratização na sociedade, e enfatizando a importância do
diálogo na sala de aula.
Diante do exposto, para Pinheiro (2005), ao referenciar sobre, destaca que a
Matemática quando utilizada de forma crítica, poderá auxiliar na compreensão da realidade,
constituindo-se num importante conhecimento nas mãos dos educandos que buscam uma
sociedade mais justa. E que a mesma pode estimular e influenciar ações que venham
contextualizar a formação de cidadãos críticos, antepondo-se desta maneira aos meios sociais
autoritários.
Consequente a isso, deve-se entender a real necessidade das ações didático-
pedagógicas dos professores em sala de aula para encontrar novos caminhos que contemplem
os anseios dos alunos em utilizar o conhecimento matemático como uma forma de transpor
criticidade.

1.4 Modelagem Matemática


Esta tendência na educação matemática teve sua origem atrelada a necessidade da
existência de uma metodologia de ensino que proporcionasse ao educando uma maior
proximidade do próprio cotidiano junto aos problemas enfrentados também neste cotidiano.
Sendo assim, a modelagem matemática tem propiciado a oportunidade do rompimento
definitivo da dicotomia existente entre a matemática da escola formal e da vida real.
Nesse sentido, quando surge a oportunidade de o professor trazer problemas reais para
a sala de aula ou vice-versa, os alunos tem o discernimento para auxiliar na elaboração de
possíveis modelos matemáticos para a solução das questões apresentadas, onde o ato de
resolução na prática é o que se denomina de Modelagem Matemática.
Dessa forma, a Modelagem Matemática define-se como um método de ensino que
possibilita a aprendizagem matemática através da criação de modelos que a relacionam com
outras ciências.
Além disso, Pinheiro (2005) relata que a Modelagem Matemática conduz ao
desenvolvimento de hábitos de rigor, precisão, raciocínio dedutivo, manifestação da
capacidade criadora e julgamento pessoal, que não apenas levam a uma aplicação do cálculo,
mas que podem ser úteis como formas de estudo e abordagem científica de outros tantos
assuntos ligados à vida cotidiana do educando.
E devido a isso, o professor que optar em utilizar a Modelagem Matemática estará
promovendo um ensino-aprendizagem que garante aos alunos desenvolver a habilidade de
refletir sobre a aplicação da matemática em assuntos relacionados à ciência, tecnologia e
sociedade levando-o a uma postura de autonomia profissional crítica.

1.5 Resolução de Problemas


Caracterizada como uma metodologia educacional, a resolução de problemas é uma
tendência em que os professores devem desempenhar o papel de um propositor sucinto de
uma série de situações-problema aos alunos com o intuito de investigar e explorar novos
conceitos. Considerando-os assim, como participantes ativos do processo de aprendizagem.
Portanto, vale salientar que todos os níveis de atuação, envolvendo também outras
áreas de conhecimento, estão atrelados em algum momento, diretamente na resolução de
problemas. O que acaba atribuindo um papel significativo para a matemática no que diz
respeito do desenvolvimento da tecnologia, ciência, e da própria sociedade como um todo.
E através disso, torna-se interessante ressaltar que a Resolução de Problemas na
formação de cada um dos docentes do curso de Matemática deve evidenciar a mesma não
como uma mera matéria estudada em sala de aula, mas como uma ferramenta plausivelmente
útil no cotidiano de seus futuros alunos.

1.6 Considerações Finais


Tendo em vista tudo o que foi mencionado, podemos dizer que o estudo e aplicação das
tendências na educação matemática são demasiadamente cruciais, não só para que os alunos
compreendam os conhecimentos específicos desta disciplina, mas também para a percepção e
aplicação destas aprendizagens ao escopo de outras áreas de conhecimento. O que torna a
matemática uma ferramenta que ultrapassa a barreira da sala de aula, e expande-se em
termos sociais, solucionando questões do cotidiano, e agregando assim valores para a ciência,
tecnologia e sociedade.

1.7 Referências Bibliográficas

PINHEIRO, N. A. M. Educação crítico-reflexiva para um ensino médio cientifico-tecnológico: a


contribuição do enfoque CTS para o ensino-aprendizagem do conhecimento matemático. Tese
(Doutorado em educação Cientifica e Tecnológica) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2005. 306 p.

D’AMBROSIO, Ubiratam. Etnomatemática: Um Programa. Educação Matemática em Revista,


Brasília, n. 1 – 2ª Sem. 93, p. 5-11.

SCHEFFER, Nilce Fátima; COMACHIO, Eliziane; CENCI, Danuza (orgs.). Tecnologias da


Informação e Comunicação na Educação Matemática: articulação entre pesquisas, objetos de
aprendizagem e representações. Curitiba: CRV, 2018. 193p. ISBN 978-85-4442402-5.

MIGUEL, A.; MIORIM, Â. M. História na Educação Matemática. Autêntica: Propostas e


desafios. Belo Horizonte. 2004.

VIGGIANI BICUDO, Maria Aparecida; DE CARVALHO BORBA, Marcelo. Educação Matemática


pesquisa em movimento. Cortez: n.1, 2004.

MIGUEL, Antonio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática: Propostas e


Desafios. São Paulo: Ática, 1ª ed., 2011.

SCHEFFER, Nilce Fátima. Tendências Atuais em Educação Matemática. Grupo de Pesquisa:


Tecnologias da Informação e Comunicação, Matemática e Educação Matemática – UFFS.
Disponível em: <moodle-
academico.uffs.edu.br/pluginfile.php/407823/mod_resource/content/1/TendenciasEM.PPT.pd
f. Acesso em 01 de dezembro de 2020.

BRANDÃO, C. Modelagem Matemática – Um método científico de pesquisa ou uma


estratégia de ensino e aprendizagem? Disponível em: <https://moodle-
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