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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL – CAMPUS CHAPECÓ

CURSO: LICENCIATURA EM MATEMÁTICA


COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I
DOCENTE: MARISOL VIEIRA MELO
DISCENTE: ANDERSON PIVA

Escola: resgatando o passado para compreender o presente

Nas últimas décadas o regime educacional brasileiro tem passado por um


progressivo processo de significativas mudanças no que se refere, principalmente, à
atributos da estrutura e do ambiente das escolas, à qualidade da graduação dos
professores, bem como à aspectos didático-pedagógicos em sala de aula. Assim, a
presente síntese, desenvolvida para o componente curricular de Estágio Curricular
Supervisionado I, tem como objetivo, analisar os dados e informações coletadas através
do formulário que intitula este texto, e respondido por um grupo de professores
voluntários, a fim de compreender o percurso que delineia essa transição escolar.
De maneira geral, pôde-se perceber uma grande variedade no cursos de formação,
no local da graduação e de atuação profissional dos participantes, e por isso a similaridade
nas respostas para as perguntas encaminhadas deixou claro uma certa homogeneidade no
perfil de formação de alunos e professores em instituições de diferentes regiões do país.
Ademais, a faixa etária da parcela mais significativa dos respondentes é bastante
semelhante, o que justifica aspectos como a proximidade entre os anos de conclusão do
ensino básico e dos respectivos cursos de graduação e a vasta experiência em sala de aula.
Nesse contexto, é importante também, evidenciar a participação de um docente nativo do
Haiti, situação que possibilitou uma percepção das características da rede de ensino deste
país e sua comparação com a brasileira.
Com relação a sua vida escolar, os professores com formação mais antiga
relataram a frequência em escolas com uma estrutura bastante precária, caracterizadas
pela falta de espaço para a organização das salas e de atividades extraclasse, bem como a
ausência de laboratórios e de recursos básicos, como livros didáticos, considerados
essenciais para aprendizagem dos estudantes. Caracterização esta que contrastava com a
inexistência de experiências extraclasse, mas que não impediam um relacionamento
cordial entre os colegas, acostumados às normas vigentes, que incluíam, dentre outras
coisas, o uso obrigatório do uniforme escolar.
Por outro lado, as metodologias de ensino vivenciadas pelos professores
participantes era predominantemente tradicional, fato que ficou evidente no instante em
que um destes escreveu a afirmação de que na época era para “jamais questionar a
explicação de um professor pois o mesmo era o detentor do conhecimento”. Além disso,
é preocupante a falta de evolução deste paradigma, já que o professor que finalizou a
educação básica no ano de dois mil e dezoito descreveu algo semelhante ao professor
formado em mil novecentos e noventa e oito, representando um período de vinte anos.
Em um viés contrário, os voluntários enfatizaram ter cursado durante a graduação
disciplinas voltadas ao ensino, como metodologia de ensino e didática. O que sublinha a
mudança de rumo ocorrida nos cursos de licenciatura, cujo foco voltou-se para a formação
de professores capacitados a utilizar diferentes propostas e metodologias de ensino que
busquem atribuir aos estudantes um papel de protagonismo no processo de ensino.
No que diz respeito às experiências profissionais, os professores classificaram
como bastante positivo o acolhimento em seu primeiro ambiente de trabalho, revelando
também bastante experiências, seja positivas ou não, em ministrar disciplinas não
pertencentes a seu domínio comum. Vale salientar ainda a grande evolução recente
constada pelos voluntários nos recursos e na estrutura das escolas, com a inserção de
laboratórios para disciplinas específicas como biologia, química e matemática, além de
salas climatizadas, lousa digital, internet e muito material didático. Melhorias estas que
influenciam fortemente na evolução das práticas de ensino.
Em suma percebe-se que ainda existem muitos quesitos dos quais o processo de
formação de alunos e professores ainda necessita melhorar, entretanto esse processo de
reformulação já está em andamento, principalmente através da promulgação da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) junto ao escopo da Educação Básica e da
viabilização do recém aprovado Novo Ensino Médio. Assim, talvez uma alternativa para
que professores que estejam na segunda metade da sua carreira docente, mantenham-se
capacitados seja a realização de cursos de formação continuada.

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