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FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DA MATEMÁTICA

MANAUS
2019
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SOCORRO CARRIL, ODIVAN CARRIL, LARISSA CARRIL, RILIANE


CORTEZ

FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO ENSINO DA MATEMÁTICA

Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade Latino


Americana de Educação, para obtenção de nota na
disciplina de Pesquisa Educacional I, no Curso de
Extensão em Pedagogia.

Ministrada pela Professora Mestra Elizabete Silva de Alencar

MANAUS
2019
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina Metodologia do Ensino da Matemática proporcionará uma visão


geral aos educandos, dos programas de nível fundamental, proporcionando aos futuros
professores abordagens e discussões sobre Educação Matemática, bem como técnicas de ensino
aplicáveis em sala de aula. Favorece a integração entre a teoria e a prática, formando no aluno
uma consciência crítico-social contribuindo assim para os objetivos do curso.
A matemática é a ciência base de várias áreas do
conhecimento, sendo, portanto fundamental seu domínio por parte dos alunos. Por isso é
necessário procurar novas formas (métodos) para ensiná-la, buscando maior eficiência no
processo de ensino e aprendizagem no âmbito escolar.

BREVE HISTÓRICO DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

De que maneira deve ser a aula de Matemática? Como ensinar os conteúdos


matemáticos? De que maneira o aluno aprende Matemática e, como avaliar essa aprendizagem?
Possivelmente questões como estas já tenham permeado suas reflexões a respeito da atividade
de docência em Matemática. Este tipo de questionamento, em especial, a respeito do processo
de ensino e aprendizagem nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pode levar à percepção da
necessidade de um conhecimento específico para o tratamento dos conteúdos matemáticos
curriculares para esse nível de escolaridade baseado no treino da repetição de procedimentos,
consequentemente, propiciando o predomínio do tipo de aprendizagem memorística ou
repetitiva.
Em plena Idade Média, o conhecimento matemático considerado inadequado aos
princípios cristãos, praticamente não se propagou devido ao poder que a Igreja Católica exercia
sobre a sociedade da época.
FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO ENSINO DA
MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Frente ao delineamento histórico de aspectos sobre a disciplina de Matemática e de seu


ensino, propõe-se o seguinte questionamento: qual fio condutor a ser seguido no ensino da
Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Este questionamento admite ampla
possibilidade de respostas. No entanto, privilegiar-se-á, aqui, a idéia de um ensino e de uma
aprendizagem em Matemática com enfoque no social e no cultural. Essa percepção vem
provocando uma imensa reflexão a respeito da melhoria do ensino de Matemática, não só no
sentido de concepção de ciência ou de ensino, mas também na busca de novas reestruturações
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curriculares, possibilidades avaliativas bem como de metodologias e materiais didáticos. Nesse


sentido, perspectivas metodológicas, tais como a Etnomatemática e a Resolução de Problemas,
constituem-se em possibilidades viáveis para que outras abordagens como os jogos didáticos, o
uso de materiais didáticos e de recursos tecnológicos e o desenvolvimento de projetos e
atividades investigativas, desencadeiem um processo de ensino e de aprendizagem que, além de
levar em consideração aspectos socioculturais, também considerem o aluno como sujeito
participante e colaborador de sua própria aprendizagem, de modo a ter condições de estabelecer
relações adequadas entre informações, conhecimentos e habilidades para resolver situações-
problema (SMOLE ; DINIZ, 2001). Vale ressaltar que, exemplos de encaminhamentos das
perspectivas metodológicas citadas serão apresentados na sequência.

AVALIAÇÃO

Defende-se a idéia de que a avaliação não pode estar restrita ao diagnóstico da


aprendizagem dos alunos, ela deve ir além, fornecendo subsídios que ajudem a elaboração de
estratégias a fim de superar dificuldades apresentadas pelos alunos. Segundo André e Passos
(2002), a avaliação vista como instrumento de aprendizagem e investigação didática pode trazer
contribuições tanto para o professor melhorar seu ensino como para o aluno se perceber em seu
próprio processo de aprendizagem. Nesse sentido, as autoras afirmam que esta perspectiva
avaliativa, está inserido.

TENDÊNCIAS ATUAIS DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA


O saber pensar matemático dar-se-á quando a matemática for trabalhada de forma
criativa, crítica e contextualizada. O o que, e o como fazer precisam ser repensados tendo-se em
vista para que e o quando fazer Educação Matemática.
Todos sentimos, no nosso dia-a-dia, que há mudanças profundas em toda a sociedade:
nas relações trabalhistas, sociais, éticas, religiosas e, como conseqüência, na relação Escola-
Sociedade. Para que esta transformação aconteça de uma maneira humana, justa e democrática,
precisamos de cidadãos conscientes, críticos e inovadores e não apenas de mão-de-obra
qualificada.
AS LINHAS DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

A Educação Brasileira sofre forte influência externa, desde o Período Colonial. Essa
influência se deu, principalmente, pelo uso indiscriminado de textos, manuais e propostas
educacionais americanas e européias, que inspiraram maciçamente os guias curriculares e ações
governamentais.
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Ensinar a ler, a escrever e a contar era o que se objetivava nas escolas jesuíticas no
Período Colonial. Não se tratava de ensino para todos, ou seja, era reservado a uma parcela
ínfima da sociedade, que dispunha de uma situação privilegiada. Os rudimentos da aritmética,
por exemplo, representavam a matemática necessária para aquela época, enquanto a álgebra, a
geometria e a trigonometria passaram a ganhar ênfase apenas no período imperial, com a
criação do Colégio Pedro II. Nesse período, aritmética, álgebra, trigonometria e geometria eram
tratados como disciplinas autônomas, baseadas em textos de autores franceses, meramente
traduzidos para o nosso idioma.
O movimento da matemática moderna recebeu apoio discreto do Ministério da
Educação e Cultura que estava desejoso em adotar uma postura mais progressista. As mudanças
nos rumos da economia, sociedade e política, originaram a necessidade de adaptar o país a esse
crescimento econômico e a escola passa a ter a função de adaptar o indivíduo para o mercado
de trabalho.
Nesse período, a matemática moderna foi a tendência predominante que inspirou
programas e propostas curriculares. No exterior, na década de 70, a matemática moderna já
sofria severas críticas e restrições.
As francesas Isabele Stein e Françoise Thom, no livro A Escola da Barbárie,
apresentam críticas ao sistema escolar em vigor na França. Aproveitando a adaptação feita
deste livro, por Barco (1990, p. 66), ilustrar-se-ão a sofisticação e a transformação que
ocorreram na linguagem dos problemas, durante a vigência da matemática moderna (Quadro 1).
Quadro 1: linguagem comparativa de um problema: matemática tradicional versus
matemática moderna.

MATEMÁTICA
MATEMÁTICA MODERNA
TRADICIONAL

1 quilograma de feijão é 1 quilograma de feijão é vendido por


vendido por Cr$100,00: qual foi o lucro, um conjunto de cruzeiros batizado de V.
sabendo-se que o comerciante pagou Sabendo-se que a cardinalidade de V. é 100, isto
4/5 do preço de venda pelo produto? é, n (v) = 100, e que o conjunto de C de
cruzeiros representa o custo de mesmo
quilograma de feijão tem cardinalidade n (C) =
80, desenhe 100 pontos representando os
elementos do conjunto V; represente em
vermelho o conjunto dos lucros e calcule a
cardinalidade n (L) dos lucros da transação.
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A RESOLUÇÃO DE PROBLEMA
Primeiramente, podemos afirmar que a resolução de problemas, como estratégia para o
desenvolvimento da educação matemática, precisa se desvencilhar daquele sentimento de "mal
necessário", produzido pela lista interminável de "problemas", que, normalmente, ao término de
cada unidade programática, o professor apresenta aos alunos.
O uso tradicional dos problemas, reduzidos à aplicação e sistematização dos
conhecimentos, atrai a antipatia e o desinteresse do aluno, impedindo o seu pleno
desenvolvimento intelectual. O treino excessivo de definições, técnicas e demonstrações se
torna uma atividade rotineira e mecânica, em que se valoriza apenas o produto final. A
desconsideração das etapas de exploração e comunicação das idéias lógico-matemáticas impede
a necessária construção dos conceitos. Desta forma, "o saber matemático não se apresenta ao
aluno como um sistema de conceitos, que lhe permite resolver um conjunto de problemas, mas
como um interminável discurso simbólico, abstrato, incompreensível (Brasil, 1995, p. 30 ).

MODELAGEM MATEMÁTICA

A modelagem está presente na vida do homem, desde as épocas mais remotas. A


criação de modelos para conhecer e explicar a realidade é própria do ser humano e seu emprego
perpassa diferentes áreas. Pode ser uma representação ou reprodução de alguma coisa
(escultura, modelo econômico, físico, matemático) ou ainda, um padrão a ser alcançado
(manequim, modelo vivo, ato nobre ). O modelo é a expressão do conhecimento que lhe é
próprio. Não precisa ser verdadeiro, mas plausível em sua verificação. "Quando se procura
refletir sobre uma porção da realidade, na tentativa de entender ou agir sobre ela, o processo
usual é selecionar, no sistema, argumentos ou parâmetros considerados essenciais e formalizá-
los através de um sistema artificial: o modelo"7 (Bassanezi, 1994, p. 57).

ETNOMATEMÁTICA

O programa de Etnomatemática vem se desenvolvendo e ganhando respaldo junto à


comunidade científica e educativa, pois inova e derruba mitos como o padrão eurocêntrico,
como referencial único para o conhecimento. É uma proposta pedagógica possível e viável que
valoriza a matemática de diferentes culturas, sem impor supremacias de pensamentos ou
construções teóricas.

História da Matemática
A história da matemática, como proposta metodológica para o desenvolvimento da
educação matemática, possui como fulcro o despertar da curiosidade do aluno, motivando-o
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para o trabalho e para a compreensão dos conceitos matemáticos, a partir do seu


desenvolvimento histórico.
Jogos Matemáticos
Dentre os teóricos que contribuíram para o jogo se tornar uma proposta metodológica –
com base científica – para a educação matemática, destacamos as contribuições de Piaget e
Vygostsky. Mesmo com algumas divergências teóricas, estes autores defendem a participação
ativa do aluno no processo de aprendizagem. A principal questão é a que separa os enfoques
cognitivos atuais entre o desenvolvimento e a concepção de aprendizagem.
INFORMÁTICA EDUCATIVA

Dentre as habilidades que o homem moderno precisa ter para sua efetiva participação no
meio em que vive, está o manejo competente da instrumentação eletrônica, em especial do
computador. Sem qualquer pretensão de idolatrar o computador na educação, ressaltamos, a
princípio, algumas ingenuidades cometidas por educadores modernistas que se submeteram
acrítica e passivamente aos programas de instrução assistidos por computadores.
e cruel forma de analfabetismo frente à tecnologia.

O PROJETO PEDAGÓGICO / O CURRÍCULO EM AÇÃO NA ÁREA DE


MATEMÁTICA
O projeto político pedagógico mostra a visão macro do que a instituição escola pretende
ou idealiza fazer, seus objetivos, metas, estratégias permanentes e processos avaliativos, tanto
no que se refere às suas atividades pedagógicas,como às administrativas na âmbito das políticas
implementadas. Assim, compete ao projeto político-pedagógico a operacionalização do
planejamento escolar, em um movimento constante de avaliação.
Neste sentido o projeto político-pedagógico passa a ser uma direção, um rumo para as
ações da escola, através de uma ação intencional que deve ser construída coletivamente. Ele é
denominado de político porque reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na
formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade em que vive.
Pedagógico porque direciona as atividades pedagógicas e didáticas da escola. A separação entre
o político e pedagógico é apenas formal, na realidade as ações apresentam-se formando uma
totalidade.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

A formação do docente para o ensino de matemática na educação infantil e as séries


iniciais do ensino fundamental tem sido discutida em função das propostas de formação inicial
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trabalhadas pelas agências formadores de profissionais para este ramo do saber. Para
D’Ambrósio (2007), as qualidades de um Professor de Matemática está sintetizada em três
categorias: 1. Emocional/afetiva; 2. Política; 3. Conhecimento.

O ALUNO DE MATEMÁTICA E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

No desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem é importante que os Professores


vejam o aluno como sujeito da aprendizagem, é ele quem realiza a ação de aprender. Não
existem meios de ensinar alguém que não tenha tomado a decisão de aprender, tendo em vista
que a aprendizagem é um processo interno que depende da vontade de cada pessoa. Ainda nesta
linha de pensamento faz-se necessário entender que a aprendizagem é resultado de ações
interativas do sujeito com seu meio social e natural circundante.
dos conceitos, procedimentos e atitudes que contribuem para aprendizagem do aluno.

DESAFIOS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

Os desafios do mundo contemporâneo, principalmente os gerados pelas transformações


advindas do avanço das ciências e tecnologias, são transferidos para escola em formas de
saberes a serem discutidos, avaliados e aperfeiçoado pela reflexão sobre suas origens, causas e
conseqüências.
Nesse contexto situamos o ensino de matemática, com uma boa parte da parcela de
contribuição referente à formação humana no sentido orientar para o enfrentamento dos desafios
relativos às transformações requisitadas para sobrevivência no planeta terra.
Na dimensão do ensino de matemática, necessitamos superar o desafios de fazer chegar
os conhecimentos matemáticos a todos, através da superação do estigma de ciência lógica
comunicativa complexa, de difícil acesso e restrita apenas a uma pequena parcela privilegiada
da humanidade.
Assim, os desafios do ensino de matemática serão desenvolvidos com base nos
questionamentos a seguir:
• Como fazer chegar a o saber matemático a todos os indivíduos do planeta terra?
• Como formar os Professores de Matemática para enfrentar o desafio de levar o
conhecimento matemático a todos?
• Como aplicar os resultados das pesquisas em educação matemática na prática
pedagógica dos Professores?

MATEMÁTICA PARA TODOS.


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Com base nos informes históricos do ensino de matemática no Brasil, este teve inicio
com os cursinhos preparatórios para o ingresso nas academias militares e cursos superiores. Este
teve novo impulso na década de com a criação da primeiras faculdade de filosofia destinada a
formação de Professores. Neste sentido destaca-se o esforço de Euclides Roxo que fundiu as
disciplinas aritmética, álgebra e geometria em uma denominada de matemática, mas mesmo
assim continuou com acesso a uma pequena fatia da população.
Diante deste quadro o desafio para educação é colocar o saber matemático ao alcance de
todos através da escola e outros meios de comunicação de massa que possam levar a maior
parcela da sociedade. No que diz respeito à educação escolar, cabe aos Professores e
Professoras de matemática desencadear uma campanha de popularização dos conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais através de incentivos como: olimpíadas, clubes de
matemática, exposições e outros.

COMO FORMAR PROFESSORES DE MATEMÁTICA PARA ENFRENTAR O


DESAFIO DE LEVAR O CONHECIMENTO MATEMÁTICO A TODOS?

É unânime nos discursos sobre a formação de professores matemática a idéia de que


eles precisam ter o domínio dos saberes matemático, mas tem ficado também muito claro a
necessidade de serem desenvolvidas competências e habilidades do fazer pedagógico,
comprometido com a proposta que conduza os alunos ao desenvolvimento do raciocínio lógico
matemático associado à crítica e criatividade desta área do saber, bem como sua aplicação no
cotidiano da sociedade.
Dentre as competências e habilidades do fazer pedagógico destaca-se como um dos
principais desafios na formação dos professores de matemática, a utilização das novas
tecnologias de comunicação e informação que circulam no cotidiano da sociedade atual. Esta
lacuna pode ser gerada tanto pela falta de equipamentos e materiais didáticos nas instituições
formadoras, como pela influência da prática pedagógica de Professores que rejeitam a aplicação
de novas técnicas para discussão dos conceitos e resoluções de problemas que envolvam a
realidade social e continuam trabalhando de forma tradicional, utilizando métodos obsoletos que
tornam difícil despertar interesse dos alunos pelo procura de novas alternativas para o ensino da
matemática.
Outro desafio encontra-se na relação professor e aluno no processo de formação. Assim,
os alunos, futuros Professores de matemática, devem ser formados com a orientação de que o
saber matemático é algo para ser assimilado, discutido, compreendido, reconstruído e
construído junto com os alunos visando a aplicação no contexto social do qual faz parte.
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Na superação deste desafio centra-se os mecanismos melhoria do processo ensino-


aprendizagem e o compromisso de levar a todos o conhecimento matemático.

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