Resumo:
O presente artigo pretende abordar a importância do ensino de matemática na educação
infantil através da literatura, sendo este um fato contrastante com a prática convencional deste
conhecimento. Pesquisamos como era possível trabalhar eixos norteadores distintos para um
único resultado de aprendizagem, tendo em vista que, a matemática está ligada ao raciocínio
lógico e a literatura à linguagem oral e escrita. E quais os recursos que poderiam ser utilizados
para se alcançar um resultado positivo no s procedimento de ensino. Assim, como objetivo,
pretende-se analisar o ensino e aprendizagem de conceitos matemáticos, frente a importância
destes, para a vida do educando nessa etapa de ensino, considerando os métodos e recursos
utilizados durante as observações junto a turma. Ressaltando que, as práticas de ensino da
matemática através da literatura, proporciona a utilização de jogos, de fantoches, de livros e
que essa inovação do ensino torna a aprendizagem favorável e significativa, pois se
direcionam à realidade e as experiências vivenciadas pela criança. O cotidiano da criança está
em constante contato com o conhecimento matemático, seja na hora de apontar com os dedos
a sua idade, ou na hora de associar um determinado objeto, deste modo, é fundamental que ela
obtenha incentivos que engrandeça suas noções relativas ao mundo matemático, trazendo para
si a compreensão e o desenvolvimento do saber, como mostraremos neste estudo.
1 Introdução
1 Aluna do curso de pós-graduação em psicopedagogia – por favor, acrescentar profissão, a sua graduação,
instituição que se graduou, caso tenha outra pós, citar – colocar o seu e-mail - são novas diretrizes da FAEL para
publicação – obrigado.
2 Matemático, tecnólogo em processos gerenciais, pedagogo pela UFPR, mestre em educação, especialista em
educação a distância, especialista em adm. financeira e informatização e professor do curso de pedagogia e da
pós-Graduação da FAEL. E-mail: gilmar.dias@fael.edu.br
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popular, além de conceitos e situações problemas que estimulem o uso do raciocínio lógico
matemático, respeitando as especificações e limitações de cada criança.
A princípio o presente artigo irá retratar sobre a importância da matemática para a vida
escolar da criança que está inserida na educação infantil. Enfatizando como o ensino desse
conhecimento é de grande relevância para a vida do aluno. E que, esse saber proporciona
variadas experiências à criança da educação infantil, pois, é adquirido, inicialmente, no meio
social em que o aluno vive, que está repleto de situações que envolvam a linguagem
matemática, tornando-se assim, parte da sua construção cultural e ampliando os seus
conhecimentos de mundo.
O artigo apresenta também, as metodologias utilizadas para esta pesquisa e analisa os
dados coletados durante a investigação, finalizando com a proposta de ações complementares
para serem utilizadas nas práticas de ensino de conceitos matemáticos.
os dedos, repartir balas com os colegas, situar-se no espaço e deslocar-se, são circunstâncias
que envolvem o conhecimento matemático.
Assim, a criança cria domínio sobre o pensamento matemático e a escola constitui um
importante papel nessa aquisição de saber, pois, favorece a equiparação e organização desse
conhecimento, BRASIL (1998, p. 207) afirma que,
O trabalho com noções matemáticas na educação infantil atende, por um
lado, às necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos
que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro,
corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-las melhor para
viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes
conhecimentos e habilidades.
Os conceitos matemáticos são construídos pelas crianças partindo das interações com
o meio no qual convive, podendo ser um conhecimento formal ou utilitário, que lhe
oportunizam experimentar situações cotidianas com diversificados conhecimentos. Ela vai
adquirindo, voluntariamente, experiência com o universo matemático, caracterizando um
conhecimento inicial relacionado a este saber, sendo capaz de ser alargado em outros
ambientes de interações sociais, BRASIL (1998, p. 213) afirma que,
As noções matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais
etc.) são construídas pelas crianças a partir de experiências proporcionadas
pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que
possuem interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser
compartilhados. As crianças têm e podem ter várias experiências com o
universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer
relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se
espacialmente. Configura-se desse modo um quadro inicial de referências
lógico matemáticas que requerem outras que podem ser ampliadas.
Na Educação Infantil o conhecimento matemático está vinculado às fases de
desenvolvimento, característicos da criança, que se integram em situações presentes no
universo matemático de seu meio social. Contudo, para isso, se faz necessário a criação de
situações que levem a criança a interagir e vivenciar aprendizagens, interpretando,
compreendendo, argumentando, projetando, criando e atribuindo significados procedentes do
raciocínio matemático. Desse modo, MACCARINI (2010, p. 45) conclui que,
A matemática deve ser percebida como ciência das relações e estar presente
nos mais diversos contextos sociais e culturais. Para tanto, deve ser usada
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A Educação Infantil é a primeira etapa escolar da criança, é onde ela irá iniciar o
processo de descobertas, de significações e ressignificações dos seus saberes, portanto, esse
nível de ensino tem por missão privilegiar a construção desses conhecimentos, oferecendo
situações nas quais seja desenvolvido um conhecimento crítico, social e emancipado.
MACCARINI (2010, p. 47) reitera que,
A Educação infantil é um momento bastante propício para o contato e o
trabalho com o conhecimento matemático. Por ser uma fase em que a criança
está totalmente aberta a novas descobertas, é importante trabalhar tendo o
objetivo de desenvolver estruturas de pensamento e ação, com vistas à sua
flexibilidade e criatividade.
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A matemática é uma ciência dedutiva que trabalha com símbolos, números, figuras
geométricas, utilizando-se da dedução, do raciocínio lógico, da análise de estruturas, de
grandezas, de volumes, etc. Frente a esta perspectiva, o professor da Educação Infantil, tem
oportunidade de ajudar os alunos na construção dos conceitos matemáticos, partindo dos pré-
conceitos já adquiridos pelos mesmos em suas relações cotidianas.
Assim, a Linguagem Oral e a Linguagem Escrita, que também faz parte da vida da
criança, se torna um instrumento viável para o trabalho com conceitos matemáticos, pois a
comunicação é parte do indivíduo desde que este nasce e que se aperfeiçoa ao longo de suas
experiências e vivências. CARDOSO (2012, p. 8) reafirma que,
Na Educação Infantil, torna-se fundamental o trabalho com a linguagem oral
e a linguagem escrita com os alunos, e sabe-se o quanto os educadores se
preocupam em trabalhar todos os aspectos desses dois tipos de linguagem,
considerando suas implicações no ensino e na aprendizagem .
Por algum tempo o ensino de conceitos matemáticos esteve focado na escrita, não era
utilizado a fala e a oralidade, como caminhos importantes no processo da educação. Para a
criança, a comunicação é a provedora da troca social do conhecimento, é através dela que a
mesma organiza seu raciocínio, quanto mais ocasiões ela tiver para falar, para refletir sobre as
suas ações e a de outrem, para partilhar emoções e sentidos, mais significativos para a sua
aprendizagem.
Assim, o conto de histórias infantis oferece à criança a oportunidade de se expressar,
de conhecer e reconhecer elementos do meio no qual convive, criando, assim, situações de
aprendizagem, ampliando o seu repertório de conhecimento e levando a criança a múltiplas
ideias matemáticas que atenuem o domínio do pensamento.
O papel do professor no trabalho com contos de histórias infantis é o de atuar como
agente, que indicará escolhas para as práticas de manifestação oral, da leitura e da escrita.
Considerando que, nesta faixa etária a criança está desenvolvendo seus conhecimentos
relacionados à leitura e a escrita. BRASIL, 2007, p. 78 apud REAME et al. (2012, p. 150)
acrescenta que,
Na educação infantil os professores emprestam generosamente sua voz aos
textos para que autores possam falar às crianças, uma vez que elas ainda não
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podem fazê-lo sozinhas. Também se oferecem como escribas para que elas
produzam textos na linguagem que se escreve, uma vez que ainda não sabem
grafá-los convencionalmente. Assim elas podem contar com o olhar atento e
curioso do professor que sabe reconhecer como elas pensam.
Além disso, os contos retratam em seus repertórios, situações desafiadoras, cenários,
formas de objetos, relações espaço-temporais, noções de grandezas, noções de medidas e
problemas cotidianos, muitos destes, presentes na vida da criança. MACCARINI (2010, p. 68)
complementa que,
Com o intuito de desenvolver diversas habilidades nas crianças, o
aprendizado da língua materna falada e escrita, a representação de
personagens das histórias infantis, a percepção e a imaginação desenvolvida
por meio das imagens e dos contos das histórias em quadrinhos, o
encadeamento sequencial da história ou de imagens, desenvolvimento do
raciocínio, da representação, do ouvir, da escrita, da compreensão da
realidade e muitas outras favorecem o contato e o aprendizado de
conhecimentos matemáticos.
Desta forma, a aprendizagem de conceitos matemáticos se torna agradáveis e
significativos, além de serem fáceis de assimilar, pois, o conto de histórias infantis é um
gênero que envolve magia, variações de imagens coloridas, que deslumbra a atenção da
criança despertando a curiosidade e a imaginação, desde que, os conteúdos e meios sejam
ajustados à existência da criança, Como culmina MACCARINI (2010, p. 69),
O mundo mágico da literatura infantil, o colorido das imagens e a
observação e análise das cenas prendem a atenção de qualquer criança,
despertando o seu mundo imaginário e sua criatividade. Portanto, abordar
conteúdos a partir de histórias infantis, imagens, representações de cenas da
realidade e do mundo da criança, torna a aprendizagem da matemática
agradável, com significado e de fácil assimilação.
Portanto, a exploração de reproduções literárias se tornam uma metodologia
manipulável, viável, adequada e útil para o processo de ensino dos conceitos matemáticos,
como menciona REAME et al. (2012, p. 152),
A literatura infantil representa um contexto significativo para a
aprendizagem de noções matemáticas. Nesse contexto, o aluno se expressa
de maneira natural e informal, permeada de ludicidade e livre do medo do
erro. Ainda nesse ambiente são criadas oportunidades para que o aluno
acione seus conhecimentos em diferentes situações comunicativas
estabelecendo relações entre a linguagem matemática. Assim, vemos na
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O atual artigo utilizou-se de pesquisa do tipo Estudo de Caso, caracterizado por Gil
(1995, p. 78) como, [...] “estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a
permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo” [...]. Ainda sobre a metodologia de
Estudo do Caso, segundo FIALHO e FILHO (2008, p. 4520-4521) ela, [...] “caracteriza-se por
ser um tipo de pesquisa que apresenta como objeto uma unidade que se possa analisar de
forma mais aprofundada”.
Baseou-se no método dialético para a coleta de conhecimentos fundamentados na
realidade observada, In Loco, que, segundo Gil (1995, p. 104), “apresenta como principal
vantagem, em relação a outras técnicas, a de que os fatos são percebidos diretamente, sem
qualquer intermediação” [...]. Concernente ao método dialético, Demo (2006, p. 56) assegura
que, [...] “é o método mais conveniente para estudar a realidade social”.
Realizou-se também, análise qualitativa dos dados levantados, considerando a reflexão
sobre as informações colhidas, objetivando a construção de um conhecimento decorrente da
temática examinada. Chizzotti (2006, p. 156), observa que é a pesquisa, [...] “cuja
metodologia permite uma maior reflexão sobre os dados e vem atendendo vários segmentos
de áreas de conhecimento não só da educação”.
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8 Considerações finais
Referências
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12. ed. São Paulo: Autores
Associados, 2006. Disponível em, <https://pt.slideshare.net/iaisahelena/livro-pedro-demo-
pesquisa-princpio-cientfico-e-educativo-aby>. Acessado em 7 ago. 2017.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
GUEDES. Adrianne Ogêda. et al. Coleção proinfantil; Unidade 8. Brasília: MEC, 2006.
72p.
FARIAS. Maria de Lourdes Mazza. Currículos e programas. Curitiba: Fael, 2010. 96p.
FIALHO, José Tarciso; FILHO, Airton Neubauer. O estudo de caso dirigido como
metodologia de pesquisa para a educação à distância (EAD). Artigo, PUC Paraná,
Curitiba, 2008. Disponivel em,
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/644_503.pdf>. Acessado em 24
ago. 2017.
REAME. Eliane. et al. Matemática no dia a dia da educação infantil. São Paulo: Saraiva,
2012. 192p.
VALLE. Luciana Rocha de Lucia Dalla. Fundamentos da educação infantil. Curitiba: Fael,
2011. 98p.