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Laurilene Lacerda de Souza¹

Michele Silvério dos Santos¹


Paloma de Mira Madeiro Maleski¹
Rosimeri da Silva¹
Viviane Dias Fontelles¹

Marlise Rahmeier ²

• INTRODUÇÃO

O letramento matemático na educação infantil é de extrema relevância para o


desenvolvimento infantil, é a partir do letramento matemático que a criança desenvolve e
aprende várias habilidades. O conceito do letramento matemático muita das vezes tem seu
significado confuso e assimilado com a albabetização, sendo que seus conceitos são usados e
trabalhados de formas diferentes.
Podemos entender que o letramento matemático contribui para o ensinamento da
matemática, contribuindo para as vivências do dia a dia das crianças, sejam elas apresentadas em
diferentes campos e formas na vivência educacional e social infantil que serão utilizadas des da
infância até sua vida adulta para viver em sociedade de maneira ampla.Fazendo a entender que a
matemática não remete somente a números, mas sim que está presente em nossas vidas pois
trata-se de nossa realidade.
Neste trabalho abordaremos o papel do letramento matemático na educação infantil e
quanto se faz importante na formação e desenvolvimento da criança, como do individuo para
viver e contribuir com sociedade, visando apresentar contribuições teóricas relevantes sobre o
tema. Para a fundamentação do estudo nos amparamos em livros, sites, revistas, artigos
científicos e trabalhos acadêmicos e como aporte teórico as contribuições de autores como:
Soares (1999), Gazzetta (2005), Toledo (2004), Danyluk (2005), Limas (2015), Cunha (2017), Alves
(2020), Carvalho e Nobre (2020) com reflexões pertinentes ao assunto.
Diante disso, descrevemos na primeira parte o papel do letramento matemático para o
ensino da matemática de uma forma leve com o brincar e se divertir para que os pequenos
compreendam e faça sentido em suas realidades de um formato a desenvolver suas habilidades
cotidianas. Fazendo que o professor mais uma vez se sinta desafiado a aprimorar seus
conhecimentos e estratégias e desmitificar a visão que a disciplina seja complexa.
Na sequência, relatamos o quanto se faz necessário que se compreenda o ensino da
matemática na educação infantil e o seu real sentido na vida e rotina das crianças, e o quanto se
faz imprescindível no processo de alfabetização, pois os pequenos a utilizam no seu dia a dia em
todos os âmbitos. Em seguida descrevemos as estratégias a serem utilizadas pelos educadores na
ação de desenvolver o letramento matemático, seja através do universo lúdico por via de
brincadeiras e jogos que promovam o desenvolvimento, autenticidade, habilidades e
aprendizagem das crianças.

• FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando se fala em letramento, é comum que tenhamos em mente o conceito de


alfabetização. Porém letramento está relacionado ao resultado de uma ação, é a apropriação de
conhecimento. Soares (1999), traz uma excelente definição para esclarecer a diferença entre o
sujeito alfabetizado e o sujeito letrado

um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado;


alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o
indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e
escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a
escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.
(SOARES,1999, p. 4).

O letramento matemático na educação infantil tem como objetivo contribuir de forma


clara para o ensino da matemática. Sabemos que a matemática é algo presente diretamente nas
nossas vidas, e sim, presente também na vida das crianças. Quando as crianças brincam e se
divertem, muitas vezes estão utilizando de conceitos matemáticos que usarão para sempre em
suas vidas. O letramento matemático é a forma de apresentar para as crianças o uso da
matemática em situações do dia a dia. Dentro da educação infantil, todo ensinamento que se
baseia na realidade que cerca a criança, tende a fazer mais sentido na cabeça dos pequenos, uma
vez que se torna mais fácil relacionar novos conhecimentos com o mundo previamente conhecido
pela criança.
O foco principal do letramento matemático na educação infantil, como aponta diversos
autores é trabalhar a matemática relacionando a vida real das crianças.

Atualmente, todo mundo necessita usar matemática como uma ferramenta da


vida diária, portanto, é responsabilidade da educação matemática fazer com que
os alunos desenvolvam competências e habilidades, bem como adquiram os
conhecimentos necessários para entender e prever estratégias de solução para
situações da vida real (GAZZETTA, 2005, p. 01).

Cabe ao professor estimular a curiosidade nas crianças a fim de estimular a aquisição de


conhecimento a partir da curiosidade pelo mundo que a cerca. A educação infantil deve ser
repleta de experiências que desafie a criança e que seja capaz de ajudar na construção de seu
conhecimento á partir de suas próprias experiências e seus anseios. Toledo (2004) define
Letramento Matemático como a capacidade de, diante da demanda do mundo real, fazer um uso
funcional das habilidades matemáticas solicitadas no cotidiano.
A matemática é vista por muitos como uma disciplina difícil, o que certamente faz com
que os professores precisem sempre remodular suas estratégias de ensino a fim de tornar o seu
aprendizado mais prazeroso. “Os aspectos matemáticos se apresentam nas vivências das pessoas
que, nas redes de envolvimentos, constroem sentidos e atribuem significados” (DANYLUK, 2005,
p. 238). Quando a criança consegue perceber que seus conhecimentos estão sendo ampliados,
certamente sua satisfação pessoal será aumentada.
O ensino da matemática concebe que o uso social que fazemos desse conhecimento vai
além de codificar e decodificar números. “Trata-se de operar habilidades matemáticas a fim de
dar um sentido real e funcional para tal linguagem” (LIMAS, 2015, p. 20). A matemática é algo
presente na rotina das crianças, em suas brincadeiras, elas partem e repartem objetos, alimentos
e outras situações que envolvem situações de quantidade.
Dentro do processo de letramento matemático, o professor deve incentivar as crianças a
expressarem suas ideias, pensamentos e sentimentos, de modo a estimular sua criatividade e
autenticidade. As leis de diretrizes e bases da educação infantil prevê em seu Art. 29°. “A
educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 1996).
O letramento matemático é fundamental no processo de alfabetização das crianças e é
necessário para sua formação integral enquanto pessoa. Além disso, a matemática abre caminhos
para o desenvolvimento de habilidades em outras disciplinas presentes no currículo escolar. Para
Carvalho e Nobre (2020) “A matemática na primeira fase da educação contribui para o
amadurecimento de várias funções sensoriais importante para a fluição do aprendizado, pois, é
nesta fase que a criança tem mais facilidade de abstrair o que lhe são ensinadas”.
Para trabalhar o letramento matemático dentro da educação infantil é necessário o
planejamento prévio das ações que serão realizadas a fim de obter o resultado esperado para a
ação. A utilização de jogos educativos como recurso pedagógico são sem dúvida ótimas
estratégias. Cunha (2017, p. 44) ainda diz que, “É por meio do lúdico que os conhecimentos
matemáticos são adquiridos, pois o que permeia o mundo infantil são as brincadeiras”.
O lúdico é um universo de possibilidades a serem exploradas, em momentos de
brincadeiras as crianças além de se divertirem, elas certamente adquirem conhecimento. A
utilização de jogos educativos durante o ensino da matemática, são instrumentos capazes de
desenvolver habilidades e competências para o desenvolvimento de seu processo de formação.
Para Alves (2020, p.25), “o jogo pode fixar conceitos, motivar os alunos, propiciar a solidariedade
entre colegas, desenvolver o senso crítico e criativo, estimular o raciocínio, descobrir novos
conceitos”.
A primeira etapa da educação básica na aprendizagem dos pequenos, de acordo BNCC
parte dos campos de experiências, que são: 1°) Eu, o outro e o nós; 2°) Corpo, gesto e movimento;
3°) Traços sons, cores e formas; 4°) Escuta, fala, pensamento e imaginação; 5°) Espaço, tempo,
quantidades, relações e transformações, pois nessa etapa de ensino não se trabalha baseado em
componentes curriculares.
Esses campos de experiências promovem um leque de oportunidades de utilização de
jogos educativos para o ensino de diversas habilidades, inclusive as matemáticas, respeitando o
tempo da criança em ser criança. Assim, a utilização de brincadeiras que explorem o espaço, os
objetos, as formas, quantidades, texturas, são formas de aguçar a curiosidade das crianças e
trabalhar conceitos matemáticos que são utilizados no cotidiano.

FIGURA 1 e 2: Atividades lúdicas para o ensino e letramento da matemática


Fonte: Disponível em https://www.atividadeseducacaoinfantil.com.br/matematica-e-numeros/jogos-matematicos-
para-criancas/

Acima, estão alguns exemplos de atividades lúdicas que podem ser desenvolvidas para
o ensino da matemática na educação infantil. Mas ainda podemos destacar outras como:
amarelinha, tangran, elaboração de receitas, utilização de dados, formar grupos, criação de
calendário, etc.

3. METODOLOGIA

Receitas culinaria que desenvolver noções de quantidades e medidas Outra habilidade


matemática que pode ser desenvolvida com receitas culinárias são as noções de sequência e
organização, absorvidas pela criança ao seguir os passos do modo de preparo.
Preparar o ambiente (refeitório) para receber as crianças, deixando os materias que será utilizado
exposto sobre a mesa. Em seguida o professor irá levar as crianças em pequenos grupos e explica
de forma simples a receita, e assim é chegada a hora de vestir a touca e o avental, realizar a
higienização e colocar a “mão na massa”. Antes de iniciarem o preparo, as professoras observam
com os alunos cada alimento, avaliando o formato, a cor, o tamanho, a textura, o cheiro e os
sabores, explorando e estimulando as capacidades cognitivas e motora dos alunos.
O próximo passo é separar e organizar cada ingrediente conforme as quantidades necessárias,
desenvolvendo noções de medidas e raciocínio lógico.
Iniciado o preparo seguindo as orientações da receita e misturando os ingredientes, os alunos
colocam em prática a coordenação motora e exercita sua autonomia.
Brincadeira (Amarelinha)
Há quem pense que amarelinha é apenas uma brincadeira antiga de rua, mas essa atividade tem
mais matemática do que pensam! Através dela as crianças também conhecem a
sequência dos numerais. O professor leva as crianças para o espaço externo do centro de
educação infatil e explica que as brincadeiras e os jogos são muito importantes, pois ajudam no
aprendizado da sequência de numeros, o professor inicia o desenvolvimento da aula explicando
detalhadamente sobre a amarelinha. Ele desenha ou projeta uma imagem de uma amarelinha no
quadro e demonstra como o jogo é jogado, seguindo as regras básicas. O professor deve enfatizar
a ordem sequencial dos números, o pulo em um pé só e o equilíbrio necessário para completar o
jogo. (5 minutos)

Os jogos de matemática são fundamentais para a construção de uma aprendizagem mais fácil
sobre os números e as operações matemáticas. Na Educação Infantil, além de facilitado
aprendizado, possibilita a ampliação do pensamento lógico-matemático, necessário para os anos
escolares seguintes. Alguns jogos são bem conhecidos e também de fácil acesso à qualquer
criança em idade e os mais elaborados ensinam formas e tamanhos, podendo ser utilizados
desde os primeiros anos de vida.
Além disso, há outras formas de desenvolvimento durante essa prática, como:
Raciocínio lógico
Persistência
Resolução de problemas
Fortalecimento da memória
Desenvolvimento psicomotor e neurológico

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Utilize este campo para fazer a ligação da teoria com a prática de seu trabalho. Relacione o que
você encontrou e evidenciou durante a aplicação prática com os autores consultados e utilizados
na sua fundamentação teórica.

REFERÊNCIAS
ALVES, Rubens. É brincando que se aprende. São Paulo: Folha de S. Paulo, 17 fev. 2002. [Caderno
Sinapse]. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u258.shtml.
Acesso em 18/03/2024.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Curricular Comum. Disponível em:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf Acesso em:18/03/2024.

CARVALHO, Gildeane Martins. NOBRE, José Ferreira. Contribuições dos jogos e brincadeiras no
ensino de matemática na educação infantil. Revista Humanidades e Inovação v.8, n.32. 2020.

CUNHA, Carla Ferreira. Matemática na Educação Infantil: Um Olhar Voltado ao Planejamento e à


Rotina na Pré-Escola. 2017. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Curso de Pedagogia,
Universidade do Vale do Taquari/Univantes. Lajeado. Disponível em:
https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/2203/1/2017CarlaFerreiraCunha.pdf. Acesso em:
18/03/2024.

DANYLUK, Ocsana. Alfabetização matemática - as primeiras manifestações da escrita infantil. 2. ed.


Porto Alegre: Sulina, 2005.

GAZZETTA, Marineusa. Desenvolvendo competências matemáticas. 2005. Disponível em: .


Acessado em: 18/03/2024.

LIMAS, Edna Faustina. Letramento matemático na educação infantil. 2015. Disponível em


https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AELKE8/1/edna_faustina_limas.pdf. Acesso
em 18/03/2024.

SOARES, Magda Becker. O que é letramento e alfabetização. Disponível em


https://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Forma%C3%A7%C3%A3o
%20Continuada/Artigos%20Diversos/O%20que%20%C3%A9%20letramento%20e%20alfabetiza
%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso em 17/03/2024.

SOARES, Débora Cristina. Tendências sobre o letramento em matemática na educção infantil.

SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Matemática de 0 a 6: brincadeiras
infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

TOLEDO, M. E. R. O. Numeramento e escolarização: o papel da escola no enfrentamento das


demandas matemáticas cotidianas. In: FONSECA, M. C. F. R. [org.]. Letramento no Brasil:
habilidades matemáticas. São Paulo: Global, 2004, p. 91-105.

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