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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - 2023

Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem


Professora: Junia Moraes Lage e Silva
Integrantes: Ana Júlia Medeiros Ferreira, Bruna Karlla Andrade Simões, Daniela
Lins Sales, Eduarda Campos Bertuane, Fernanda Sabrina Oliveira da Conceição,
Giovanna Alves Rodrigues Rezende Thomé.

A DIMENSÃO SUBJETIVA DA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE ADULTO EM


SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL

A condição de estudante é baseada na subjetividade dos estudantes em situações


de instabilidade social. A maneira como essas situações subjetiva o estado dos
educandos escolares está impregnado na natureza dos significados subjetivos
produzidos no presente, por vezes representando os estados subjetivos do
processo escolar-aprendizagem.

De início, a desigualdade social faz com que muitos vivam em situação de


vulnerabilidade social, esta se caracteriza pela falta ou inadequação de bens ou
recursos que poderiam ou deveriam ser fornecidos pelo Estado. Com isso, o
indivíduo nesse cenário não consegue agir por não possuir bens, ou meios ou
serviços públicos para ter suporte na sociedade.

O âmbito educacional é um dos mais afetados quando se trata de vulnerabilidade


social. De acordo com o IBGE, a renda é um dos fatores que determinam a evasão
e o atraso escolar entre jovens de 15 a 17 anos. Esses dados ilustram algumas das
complexas relações existentes entre vulnerabilidade social e escolarização. Dessa
maneira, as pessoas em situação de vulnerabilidade social tendem a permanecer na
mesma situação porque não têm acesso a serviços básicos como escolas. Um outro
problema é que depois que os jovens saem da escola e encontram emprego para
ajudar no sustento da família, a maioria deles não volta ao meio escolar, e as
dificuldades que enfrentam no mundo do trabalho devido à falta de educação e
qualificação continuam e agravam a situação de vulnerabilidade social que
enfrentam. Em vista disso, o interrompimento desse ciclo escolar é um grande
obstáculo na vida desses indivíduos.

O texto analisado tem como objetivo mostrar de que forma as subjetividades


construídas se expressam na visão de mundo de pessoas que vivenciavam
experiências muito parecidas, fazendo com que elas tenham leituras de mundo e
das situações diferentes.

Neste estudo, de abordagem qualitativa, a pesquisadora emerge em uma escola


pública que é focada na aprendizagem de jovens e adultos em situação de rua, ou
com histórico de morar nas ruas. Lá, ela buscou participar ativamente das atividades
escolares, além de entrevistar três estudantes, selecionando-os após longa
observação.

É observado que mesmo que os três tenham o mesmo histórico de situação de rua,
constituíram visões diferentes acerca principalmente das possibilidades no ambiente
escolar.

O primeiro entrevistado, Everton, vê a escola como uma grande oportunidade de


resgate de condição mais digna de vida, e tem como principal objetivo a
alfabetização, e após ela, não pretende se formar no ensino médio, e nem continuar
os estudos. O desafio em sua formação é compreender a função social da escola,
que não é trabalhada com ele, pela própria instituição.

O segundo entrevistado, Vidigal, tem um anseio grande em aprender a ler e


escrever, mas além disso, ele demonstra ter uma subjetividade que constitui um
desejo pelo reconhecimento da sociedade no mundo do trabalho. Deseja concluir o
ensino básico e também o superior, se tornar advogado. Com isso, ele não vê a
escola apenas como um espaço de aprendizado vertical, mas como um espaço de
desenvolvimento, também.

Na terceira entrevista, temos o caso Keyla, que vê na escola uma oportunidade de


não voltar a vida que tinha antes, como pessoa em situação de rua. Também vê a
escola como um lugar de extrema importância em sua vida, onde se dedica; no
passado diz ter tido muita dificuldade de aprendizado, e ela continua, mas mesmo
com os problemas, ela vê na persistência um caminho de desenvolvimento também,
desejando concluir os estudos básicos e ingressar na universidade federal.

Por fim, compreendemos que as diferentes visões e produções de desejos dos


participantes dialogam com o conceito de subjetividade, pois este diz que os
processos de assimilação e formação de opiniões vêm da particularidade do sujeito,
que é o principal autor de sua aprendizagem. Com as condições ideais do ambiente
escolar, podemos pensar como considerar as subjetividades dos estudantes em seu
processo, e auxiliá-los a refletir acerca de sua visão de mundo, gerando a
possibilidade de um desenvolvimento.
TÓPICOS PARA DEBATE

Função social da escola para além do ensinar a ler e escrever.

A escola pode ser um espaço de produção de sentidos subjetivos, relações e


vivências que constituem a subjetividade dos educandos.

Evasão escolar e a importância de políticas públicas.

Programas de incentivo voltados a crianças e adolescentes, para guiá-los à


permanência nas escolas, além de métodos de apoio familiar, já que muitos dos
jovens que deixam as escolas saem justamente para ajudar financeiramente a
família.
REFERÊNCIAS

A dimensão subjetiva da aprendizagem do estudante adulto em situação de


vulnerabilidade social. Disponível em
<https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/article/view/50451>. Acesso em 9
de março de 2023.

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