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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Goiânia
2023
_MEMORIAL_
Com base teórica instruída e de referência dos estudos, pensamos a Educação a partir do texto
História da Educação no Brasil: a escola pública no processo de democratização da sociedade,
das pesquisadoras Marisa Bittar e Mariluce Bittar.
Uma das questões apontadas foi para igualdade meritocrática, sendo ela na
verdade inexistente na sociedade em que vivemos. Pois, numa corrida onde os
competidores não saem de um mesmo ponto de partida, não há nada mais que
injusto nisso. Pois, esperam dos mesmos que sua colocação final dependeu de
forma única e exclusiva do próprio esforço e capacidade do indivíduo. No
entanto, sabemos que não disparam do mesmo ponto de partida.
Para Bourdieu, o aluno é um ser social no qual o seu êxito não deriva das suas
características físicas, psíquicas ou biológicas, mas sim das suas origens. Assim, o mérito
atribuído ao indivíduo é desconsiderado. Visto que, o aluno é parte da sua origem social,
estamento, constituição do habitus e campo de poder qual pertence seu grupo de origem.
Para repensar esse modelo, é preciso entender o contexto social dos
indivíduos, como uma sociedade capitalista, seja ele capital econômico, cultural
ou social, estão o tempo inteiro reproduzindo desigualdades na sociedade.
Por fim, para o teórico o papel da escola está na reprodução das desigualdades sociais,
em que o autor afronta os critérios que eram utilizados para selecionar os alunos ‘talentosos”
pela escola como superficiais. Assim não considerando os alunos como seres abstratos e que
critérios objetivos não seriam suficientes, se não para a manutenção dos grupos dominantes.
Que era escola onde as famílias transferem e reproduzem o capital intelectual em capital
financeiro, perpassando de geração em geração. Desta forma, a escola tinha um papel ativo,
objetivado quando se definia o currículo, os métodos de ensino e formas de avaliação no
processo de reprodução das desigualdades sociais. Cumprindo um papel base de legitimar as
desigualdades por meio de diferenças acadêmicas e cognitivas, relacionadas aos méritos e
dons individuais. Assim, o pensador demonstra um papel violento, desumano para com uma
sociedade.
Aula 5 - O que é uma escola justa? A Escola das Oportunidades;
Discutimos acerca do que seria uma escola justa, a partir da forma como
descreveu o pensador Franções Dubet. Assim, foi discutido que em que a escola
justa deva ser aquela tenham sua atenção para os alunos que são marginalizados e
responsabilizados por seus fracassos.
No entanto, as reflexões sobre o que seria uma escola justa são bem mais
complexas. Pois, há várias maneiras de definir justiça. Desta forma, há caminhos
para a tornar uma escola justa, sendo que as escolhas que serão feitas e, assim
tornarão uma escola justa, vai depender das escolhas que combinam valores e
aspectos de cada visão.
Em mais uma aula pudemos discutir sobre como a escola pode ser justa,
sem reproduzir desigualdades sociais. Sendo apontadas, que é preciso entender
que pensar que existe igualdade de oportunidades é forma inadequada de pensar.
Pois, pensar desta forma é considerar os indivíduos iguais, livres e assim
responsáveis por seus sucessos e fracassos. Por fim, que é preciso pensar na
individualidade de cada ser, respeitando-as e as considerando como forma sobre
qual maneira irá agir. São diversas a formas de tornar a escola justa, assim é
preciso sensibilidade, oportunidades e interesses acercar de tais questões.
A outra metade da aula foram discutidos sobre a educação após Auschwitz, onde foi
discutido a reflexão acerca do comportamento dos que exerceram as atrocidades que
ocorreram nos campos de concentração nazistas na Alemanha. Havendo reflexões sobre como
a Educação deva ser emancipadora, uma educação que venha evitar o silêncio frente ao terror.
Iniciada com à escrita de Nísia Floresta (1853) - Enquanto pelo velho e novo mundo
vai ressoando o brado – emancipação da mulher –, nossa débil voz se levanta, na capital do
império de Santa Cruz, clamando: educai as mulheres! Povos do Brasil, que vos dizeis
civilizados! Governo, que vos dizeis liberal! Onde está a doação mais importante dessa
civilização, desse liberalismo?
Durante um longo período foi destinado como único lugar possível de trabalho o
magistério as mulheres, que no decorrer do tempo tem outros nomes, como: Professorinhas e
Normalistas, que eram denominas por serem menos severas e mais sorridentes. Educadoras,
aqui a função a ser desempenhada já é vinculada ao papel de uma professora que controle a
turma, a função de instruir e educar, também o surgimento das especialidades e possibilidade
de ascensão profissional. Por fim, Profissional do Ensino, já no período militar, aqui tinham a
execução de tarefas de ordem administrativa e de controle.
Por fim, o processo histórico em que as mulheres ocuparam as salas de aula, ainda
foram marcadas pelas relações de gênero, também constituídas pelas relações de poder. Assim
mesmo, ao longo da história que tentaram manterem as mulheres senhoras dos lares, ou
ocuparam espaços parecidos, elas foram persistentes e resistentes aos discursos que queriam
às subjulgar, permaneceram na luta por melhores e subverter os comportamentos e ocupar
espaços. Na sociedade de hoje ainda há reflexos de uma sociedade patriarcal, mas com
grandes avanços que puderam se tornar reais graças as várias mulheres resistiram e lutaram
contra as opressões que lhe foram impostas.
Para atendar as demandas da Polícia Militar, que aparece como uma forma
de diferenciação da rede estadual, foram selecionados o público específico, sendo
a escola civil, tornando a escola uma moeda de troca e por consequência
ameaçando o direito a educação de qualidade para adolescentes e jovens.
Por fim, uma das frases que me tocou nesta aula, foi um trecho lido, escrito
por Florestan Fernandes - “Eu nunca teria sido o sociólogo em que me converti sem o meu
passado e sem a socialização pré e extra-escolar que recebi, através das duras lições da vida
(…). Iniciei a minha aprendizagem ‘sociológica’ aos seis anos, quando precisei ganhar a vida
como se fosse um adulto, e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do
que é a convivência humana e a sociedade (…). A criança estava perdida nesse mundo hostil e
tinha de voltar-se para dentro de si mesma para procurar, nas ‘técnicas do corpo’ e nos ‘ardis
dos fracos’, os meios de autodefesa para a sobrevivência. Eu não estava sozinho. Havia minha
mãe. Porém a soma de duas fraquezas não compõe uma força. Éramos varridos pela
‘tempestade da vida’ e o que nos salvou foi o nosso orgulho selvagem”. Desta forma finalizo
este memorial, o aprendizado que a disciplina e a grande Professora nos oferto. Abrindo os
horizontes as perspectivas da vida, da formação com humanidade, olhando para o outro, lutando
e resistindo as mazelas que a sociedade ainda carrega. Encerro com vida, desabrochando vida e
com esperança de uma educação que se liberte das amarras opressoras e da reprodução das
igualdades. Que esta desempenhe o papel de liberdade, oportunidades, diversidade e visando a
totalidade e que possa juntar os fragmentos daqueles que partiram, mas deixaram um grande
legado de como a educação deve ser humana e libertadora.