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A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO: Discutindo

possibilidades de ensino

Desde que nasce, a criança se insere numa sociedade na qual números fazem parte, tem
contato com a matemática, como também outras áreas do conhecimento, que fazem parte de
seu universo mesmo antes de frequentar uma instituição de Educação Infantil.
Vygotsky (1991) enfatiza que a criança constrói seus conhecimentos através das
interações, mediadas por outros sujeitos. Esta mediação ocorre na zona de desenvolvimento
proximal, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, quando a criança resolve
independentemente os problemas, e o desenvolvimento potencial, quando pode resolver os
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com parceiros mais experientes.
Atuando com o outro e com os objetos, a criança desenvolve sua linguagem matemática á
medida que compartilha novas experiências de aquisição do conhecimento. Embora o jogo não
seja a única atividade da criança na infância, é de grande importância para a educação escolar,
pois é nele que há a principal ligação entre aprendizagem e desenvolvimento.
Na ligação entre situação imaginária e subordinação às regras, são criadas zonas de
desenvolvimento proximal, nas quais os professores podem atuar, criando as situações que
desenvolvam o pensamento abstrato: “A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação
entre o campo do significado e o campo da percepção visual – ou seja, entre situações do
pensamento e situações reais”, afirma Vygotsky (1991).
O professor para levar a criança a alcançar a aprendizagem significativa, deve propor
situações criteriosamente planejadas, para que possa contribuir com a formação de uma criança
produtora de conhecimentos, que proponha soluções frente a uma situação nova, reflita, busque
soluções, compartilhe com colegas. Para que a criança adquira níveis cada vez mais
significativos de conhecimentos lógico-matemáticos, o educador deverá ter bom domínio dos
conceitos que trabalha, além de conhecer como se dá a aprendizagem da criança.
Segundo orienta o Ministério da educação – MEC, (1998, p.35):
[...] é importante que as Instituições de Educação Infantil reconheçam seu papel e função
social de atender às necessidades das crianças constituindo-se em espaços de
socialização, de convivência entre iguais e diferentes e suas formas de pertencimento,
como espaços de cuidar e educar, que permita às crianças explorar o mundo, novas
vivências e experiências, ter acesso a diversos materiais como livros, brinquedos, jogos
assim como momentos para o lúdico, permitindo uma inserção e interação com o mundo e
com as pessoas presentes nessa socialização de forma ampla e formadora.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – Conhecimento de


Mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998, V.3.

VYGOTSKY, Levi S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA VERSUS LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O trabalho com a linguagem se constitui em um dos eixos básicos na educação infantil,


dada sua importância que exerce na formação integral dos sujeitos.
Pesquisas realizadas nas últimas décadas baseadas na análise de produções das
crianças têm apontado novas direções no que se refere ao ensino e à aprendizagem da
linguagem oral e escrita, considerando a criança como sujeito ativo na construção do
conhecimento e não mera receptora de informações (RCNEI, 1998, V.3) CARTAXO, Simone Regina
Manosso. Pressupostos da educação infantil. Curitiba: Ibpex, 2013. (Série Fundamentos da Educação). .
Dessa forma, ocorreu uma transformação substancial na forma de compreender como a criança
de 0 a 5 anos aprende a falar, a ler e a escrever.
Como bem defende Cartaxo (2013), o trabalho com a linguagem se constitui em um dos
eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação dos sujeitos, para a
interação social, e construção de muitos conhecimentos que produzem o desenvolvimento global
da criança.
Nessa perspectiva, para o desenvolvimento das atividades pedagógicas na Educação
Infantil, faz-se necessário a compreensão do conceito de letramento. Não como um conceito
relacionado somente à alfabetização, mas sim como aplicação de conhecimentos matemáticos,
científicos, literários, históricos, dentre outros, nas práticas sociais. É importante ressaltar que o
letramento também se faz presente nos brinquedos e brincadeiras do cotidiano da Educação
Infantil, que como prática motora, social, cognitiva e cultural, além de contribuir com o
desenvolvimento habilidades Tais como: atenção, percepção, socialização, entre outras (LEITE,
2001).
Segundo Soares defende (2004), é em situações de letramento, ou seja, por meio da
interação com o material escrito e imersa num ambiente rico em estímulos e da participação nas
práticas de leitura e escrita que a criança desenvolve estas habilidades.
O desenvolvimento da linguagem verbal engloba habilidades do falar, do escutar, do
escrever e do ler; que devem ser trabalhadas de forma integrada, A organização do trabalho
pedagógico na Educação Infantil deve contemplar o envolvimento da criança com a escrita em
diferentes funções, seus diferentes portadores e tipos de textos (RCNEI, 1998, V.3).

REFERÊNCIAS
BRASIL, Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – Conhecimento de Mundo.
Brasília: MEC/SEF, 1998, V.3.

CARTAXO, Simone Regina Manosso. Pressupostos da educação infantil. Curitiba: Ibpex, 2013. (Série
Fundamentos da Educação).

LEITE, Sérgio A. da Silva (Org). Alfabetização e letramento: notas sobre o processo de alfabetização
escolar. Campinas: Komedi Arte e Escrita, 2001.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.

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