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Monkeypox

NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA- NUVEPI


SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE VARGINHA- SRS VARGINHA
MONKEYPOX

Monkeypox

RESUMO:

• Nota Técnica n° 03 SES/SUBVS-SVE/2022 – SES-MG: Orientar os serviços de saúde sobre o fluxo de


notificação e investigação de casos suspeitos de Monkeypox vírus no estado de Minas Gerais;

• Nota Técnica GVIMS/GGTES/DIRE3/ANVISA Nº 03/2022 Orientações para prevenção e controle da


Monkeypox nos serviços de saúde – atualizada em 02/06/2022.
MONKEYPOX

Monkeypox

ORIENTAÇÃO DE USO DO TERMO “MONKEYPOX” PARA VARÍOLA DOS MACACOS

Para evitar que haja um estigma e ações contra os Primatas Não Humanos (PNH) do gênero Macaco
optou-se por não denominar a doença no Brasil como Varíola dos macacos, pois embora tenha se
descoberto inicialmente em animais desse gênero, o surto atual não tem relação com ele. Apesar do
estrangeirismo, uma tentativa de solucionar a situação foi a de usar a denominação dada pela OMS
“Monkeypox”. Isso tudo com intuito de se evitar desvio dos focos de vigilância e ações contra os animais.

Informe SVS: Sala de Situação Monkeypox – Número 28, 19 de junho de 2022


MONKEYPOX

Monkeypox é uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical
da África central e ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões. O primeiro caso
humano da doença foi registrado em 1970.
Hospedeiro natural do vírus : Várias espécies animais foram identificadas como suscetíveis ao
vírus. Isso inclui esquilos de corda, esquilos de árvore, ratos gambianos, arganazes, primatas não
humanos e outras espécies. A incerteza permanece sobre a história natural do vírus e mais estudos
são necessários para identificar o(s) reservatório(s) exato(s) e como a circulação do vírus é
mantida na natureza.

CDC,2022 OMS,2022
MONKEYPOX

NOTA TÉCNICA CONJUNTA SVE/CIEVS/CELP/FUNED: VIGILÂNCIA DE CASO SUSPEITO E/OU CONFIRMADO DE MONKEYPOX

Objetivo: Orientar os serviços de saúde sobre o fluxo para notificação e investigação dos casos suspeitos de infecção por
Monkeypox virus no estado de Minas Gerais.

A Monkeypox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae.
O gênero Orthopoxvirus também inclui:

 O vírus da varíola (que causa a varíola) – Doença erradicada


 O vírus vaccinia (usado na vacina contra a varíola)
 O vírus da varíola bovina.
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Transmissão
A transmissão entre humanos ocorre através de:
 Contato direto com as lesões ou fluidos corporais;
 Secreções respiratórias durante contato prolongado, face a face, ou durante contato físico íntimo (beijo/sexo);
 Tocar em itens (como roupas ou lençóis) que estão contaminados;
 Transmissão vertical através da placenta;
 Contato com animais infectados.

 A transmissão de animal para humano (zoonótica) pode ocorrer por contato direto com sangue, fluidos corporais ou
lesões cutâneas ou mucosas de animais infectados.

 As pessoas que não apresentam sintomas não transmitem para outras pessoas (CDC,2022).
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Sintomas

O quadro inicial é de sintomas gripais como febre, mal-estar e dor de garganta. Com a elevação da temperatura aparece
uma linfoadenopatia importante, com a palpação de gânglios cervicais ou sub-mandibulares, axilares e inguinais.

A linfadenopatia é uma característica distintiva da varíola do macaco em comparação com outras doenças que podem
inicialmente parecer semelhantes: varicela, sarampo, varíola, sífilis secundária, herpes zoster, reações alérgicas (OMS,2022)

A erupção cutânea geralmente começa dentro de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre.

A erupção tende a ser mais concentrada na face e extremidades do que no tronco. Afeta a face (em 95% dos casos),
palmas das mãos e plantas dos pés (em 75% dos casos). Também são afetadas as mucosas orais (em 70% dos casos),
genitália (30%) e conjuntiva (20%), bem como a córnea (CDC,2022)
“OMS monitora sintomas da doença no surto atual”
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Erupção Cutânea
A erupção evolui sequencialmente de máculas (lesões com base plana) para pápulas (lesões firmes levemente elevadas),
vesículas (lesões cheias de líquido claro), pústulas (lesões cheias de líquido amarelado) e crostas que secam e caem. O
número de lesões varia de alguns a vários milhares.

FONTE: CDC E OMS


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Período Incubação
O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

Tratamento

O tratamento da Monkeypox é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas (dor e prurido),
prevenir e tratar complicações. Dentre as complicações pode ocorrer a infecção bacteriana secundária das lesões. A grande
maioria dos casos tem boa evolução e não apresentam gravidade.
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Isolamento
• A transmissão ocorre desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e
uma nova camada de pele se formar (CDC,2022).

• Em caso suspeito da doença, realizar o isolamento imediato do indivíduo e coletar amostras clínicas. Sendo confirmado para
Monkeypox o isolamento do indivíduo só deverá ser encerrado após o desaparecimento completo das lesões. Para os casos
descartados, verificar a necessidade de permanência do isolamento considerando diagnóstico diferencial. O rastreamento e
monitoramento dos contatos dos casos suspeitos deverão ser realizados por no mínimo 21 dias.
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Isolamento

• Profissional de saúde durante a assistência à saúde: sem uso ou uso incorreto de máscara cirúrgica durante o atendimento ao
paciente suspeito ou confirmado OU sem uso ou uso incorreto de máscara de proteção respiratória (N95/PFF2 ou equivalente)
durante a realização de procedimentos geradores de aerossóis a pacientes suspeitos ou confirmados OU sem luvas e avental e sem a
posterior higienização das mãos, após contato com as secreções, feridas/erupções cutâneas de pessoa suspeita ou confirmada e
materiais e superfícies contaminados. Não precisam ser afastados do trabalho se não apresentarem sintomas durante o período de
monitoramento, mas devem ser monitorados quanto a sintomas, o que inclui a medição da temperatura pelo menos duas vezes ao
dia, durante 21 dias após a exposição ;
• No caso do contato ser visitante ou acompanhante, deve ser orientado a não retornar ao serviço, na função de visitante ou
acompanhante, antes do período de 21 dias.

(ANVISA,2022)
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PRECAUÇÃO SERVIÇOS SAÚDE

• Fluxo adequado da triagem para as salas de isolamento (em qualquer nível de atenção), evitando
contato com outros pacientes em salas de espera e/ou quartos com pacientes internados por outros motivos;
• Durante a assistência a pacientes com Monkeypox suspeita ou confirmada, deve-se implementar as precauções padrão,
juntamente com as precauções para contato e para gotículas, o que envolve entre outras orientações, a higiene das mãos
(água e sabonete OU preparações alcoólicas) e o uso correto dos EPIs: óculos de proteção ou protetor facial, avental, máscara
cirúrgica, luvas de procedimentos e isolamento do paciente (preferencialmente, em um quarto privativo). Em situação de
aumento de casos adoção de áreas de coorte e coorte de profissionais de saúde;
• Diante de necessidade de procedimentos gerarem aerossóis, como por exemplo, intubação ou aspiração traqueal, ventilação
mecânica não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de amostras
nasotraqueais, broncoscopias, etc, orienta-se que durante a realização desses procedimentos, as precauções para gotículas
sejam substituídas pelas precauções para aerossóis. Nesse caso, o profissional de saúde deve substituir a máscara cirúrgica pela
máscara N95/PFF2 ou equivalente;
• Essas precauções devem ser implementadas em todas as unidades de saúde, incluindo serviços de internação, atenção
primária à saúde e ambulatórios;
• O isolamento e as precauções adicionais baseadas na transmissão devem continuar até a resolução da erupção vesicular.
• Limitar acompanhante aos casos necessários e previstos por lei e suspender visitas;

(ANVISA,2022)
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OUTRAS PRECAUÇÕES

• Os profissionais devem ser orientados quando aos cuidados ao manusear roupas sujas (por exemplo, roupas de cama, toalhas,
roupas pessoais) para evitar o contato com o material da lesão. A roupa suja nunca deve ser sacudida ou manuseada de forma que
possa dispersar partículas infecciosas. Deve ser acondicionada e encaminhada para a unidade de processamento de roupas de
serviços de saúde. Não há necessidade de descarte de roupas utilizadas por pacientes suspeitos ou confirmados.

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

• Os resíduos devem ser acondicionados, em sacos vermelhos, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua
capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 horas, independentemente do volume e identificados pelo símbolo de substância
infectante. Estes resíduos devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA
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Disponível em : https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/resposta-a-emergencias/sala-de-situacao-de-saude/sala-de-situacao-de-monkeypox/atualizacao-dos-casos-no-brasil
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Monkeypox: Definição de casos

CASO SUSPEITO

Indivíduo de qualquer idade que apresente início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva de Monkeypox, única ou múltipla,
em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia ou relato de febre.

E
Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de Monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas

OU
Ter vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de
Monkeypox OU com casos suspeitos, prováveis ou confirmados de Monkeypox OU histórico de contato íntimo com
desconhecido/a (s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.
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Monkeypox: Definição de casos

Erupção cutânea aguda sugestiva:


Erupção característica associada às lesões da MPX envolve o seguinte: lesões profundas e bem circunscritas, muitas vezes com
umbilicação central; e progressão da lesão através de estágios sequenciais específicos – máculas, pápulas, vesículas, pústulas e
crostas.

Diagnóstico diferencial: sífilis secundária, herpes e varicela zoster

Vínculo epidemiológico:

Exposição próxima e prolongada sem proteção respiratória; contato físico direto, incluindo contato sexual, mesmo com uso de
preservativo; ou contato com materiais contaminados, como roupas ou roupas de cama.
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Monkeypox: Definição de casos

PROVÁVEL

Caso suspeito, submetido a investigação clínica e epidemiológica, E que cursou com quadro clínico compatível com Monkeypox,
porém sem possibilidade de confirmação laboratorial por qPCR e/ou sequenciamento

CONFIRMADO

Indivíduo que atende à definição de caso suspeito com resultado/laudo de exame laboratorial "Positivo/Detectável" para
Monkeypox virus (MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).
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Monkeypox: Definição de casos

DESCARTADO

Indivíduo que atende à definição de caso suspeito com resultado/laudo de exame laboratorial "Negativo/Não Detectável" para
Monkeypox virus (MPXV) por diagnóstico molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).
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Monkeypox: Notificação

Os casos que atenderem a definição de CASO SUSPEITO devem ser notificados de


forma imediata, em até 24 horas, ao CIEVS-Minas através do plantão (31) 99744-6983
e com envio das informações clínicas, laboratoriais e epidemiológicas para o e-mail:
notifica.se@saude.mg.gov.br

O CIEVS MINAS, após discussão do caso, dará as orientações para que o serviço de
saúde do município preencha a “Ficha de notificação para Monkeypox” no Redcap.
https://redcap.saude.gov.br/surveys/?s=YC4CFND7MJ
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Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

Considerando que diagnóstico clínico é difícil devido a similaridade com outras doenças recomenda-se que sejam
coletadas amostras de TODOS os indivíduos que atendam a definição de CASO SUSPEITO.

As amostras deverão ser encaminhadas para o Serviço de


Gerenciamento de Amostras Biológicas (SGAB) na Fundação Ezequiel
Dias (FUNED), devidamente identificadas, acompanhadas do formulário
de requisição no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e ficha de
notificação.
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Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

Amostras clínicas

1 Secreção vesicular: Dois swabs


NÃO usar swab de algodão E
Esfregar vigorosamente o swab na lesão

Colocar os swabs em dois tubos estéreis, SEM adição


de meio

Amostra para RT-PCR

TRANSPORTE : - 20°C
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Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

Amostras clínicas

2 Vesícula íntegra OU 2 Vesícula aberta

Realizar antissepsia em seguida lavar com NÃO usar swab de algodão


soro fisiológico e secar com gaze Realizar antissepsia em seguida lavar com soro
Punção de secreção fisiológico e secar com gaze
Colocar o material da punção em tudo estéril Coletar um swab da região mais profunda da lesão
SEM adição de meio
Colocar o swab em tubo COM Meio de
NÃO deverão ser encaminhadas amostras Transporte Viral : meio Stuart
dentro de seringas com agulhas
TRANSPORTE : TEMPERATURA AMBIENTE
TRANSPORTE : TEMPERATURA AMBIENTE
Amostra para cultura
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Monkeypox: Diagnóstico laboratorial


E
Amostras clínicas

Crosta de lesão Soro (3mL) 5 Secreção de naso/orofaringe


3 4
Um swab nasofaringe:
Coletar com auxílio de Realizar a coleta por
duas narinas
uma pinça ou bisturi punção venosa
Um swab orofaringe.
Optar pelas crostas menos secas Centrifugar para separação do
NÃO usar swab de algodão
soro.
Colocar as crostas em DOIS frascos Colocar os swabs em dois tubos
estéreis SEM líquido preservante ou Colocar em tudo estéril o soro. estéreis, COM adição de MTV
meio (meio
TRANSPORTE : - 20°C
Amostras para RT-PCR
MONKEYPOX

Monkeypox: Diagnóstico laboratorial


E
Amostras clínicas

6 Urina
ATENÇÃO!
Realizar coleta do jato médio
da primeira urina da manhã TODOS os frascos devem estar
ou após retenção urinária devidamente identificados com os
mínima de 2 horas dados do paciente!
A coleta deve ser realizada ATÉ 15
dias após o início dos sintomas

Amostra para RT-PCR TRANSPORTE : - 20°C


MONKEYPOX

Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

Conservação e transporte

As amostras deverão ser acondicionadas, preferencialmente, em caixa de transporte de amostra biológica (Categoria B
UN/3373). Caso o município não tenha essa caixa disponível, deverá enviar em caixa apropriada para transporte de
material biológico, com etiqueta de identificação (SUBSTÂNCIA BIOLÓGICA, CATEGORIA B). As amostras para análise de
Monkeypox NÃO DEVEM ser enviadas junto com outras amostras.
MONKEYPOX

Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

Conservação e transporte

Swab vesícula, Crostas de lesão, Soro, Secreção de naso-orofaringe e Urina


As amostras devem ser acondicionadas a -20°C ou temperaturas inferiores, IMEDIATAMENTE após a coleta. Enviar numa
caixa de transporte com gelo seco ou gelo reciclável suficiente para manter o material congelado.

Vesícula íntegra ou vesícula aberta: 02


Encaminhar IMEDIATAMENTE para a FUNED, em temperatura ambiente. Acondicionar a amostra em caixa apropriada
para transporte de material biológico, em temperatura ambiente (sem gelo reciclável e sem gelo seco).
MONKEYPOX

Monkeypox: Diagnóstico laboratorial

ATENÇÃO!

Os serviços de saúde DEVERÃO


realizar o teste rápido de sífilis
como parte da investigação
laboratorial
OBRIGADA
monique.borsato@saude.mg.gov.br

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