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ACIDENTE BOTRÓPICO (JARARACA, URUTU-CRUZEIRO, JARARACA PINTADA, CAIÇACA,

JARARACUÇU)
Bothrops não Bothrops
identificada identificada
COM clínica de Acidente botrópico
envenenamento botrópico CONFIRMADO
na admissão
Acidente botrópico
PROVÁVEL

Quadro Leve Quadro Moderado Quadro Grave


SEM clínica de envenenamento botrópico na • Dor e edema de até 1 • Dor e edema de 2 • Dor e edema de 3 segmentosa ou
admissão: marca da mordida presente ou segmentoa; segmentosa; pelo menos uma das seguntes
ausente; dor e edema discretos ou ausentes • Hemorragia discreta ou • Hemorragia discreta ou complicações sistêmicas:
(devido APENAS à lesão da mordida). ausente; ausente; hemorragia grave, hipotensão/
• Coagulopatiab presente choque ou IRA;
• Coagulopatiab presente
ou ausente ou ausente • Coagulopatiab presente ou ausente
Manter o paciente em
observação mínima de 12h

Evolução COM clínica Evolução SEM clínica • SABc ou SABLd: 3 ampolas, IV; • SABc ou SABLd : 6 ampolas, IV; • SABc ou SABLd: 12 ampolas, IV;
de envenenamento de envenenamento • Tratamento gerale. • Tratamento gerale. • Tratamento gerale.

Seguir o algoritmo a Picada seca


partir do tópico (Dry bite)
Observação e contínua reavaliação do paciente: detecção e
“Acidente botrópico
tratamento precoce de complicações, ou reclassificação clínica e
CONFIRMADO” TRATAMENTO
ALTA complementação dos tratamentos (específico e geral).
EFETIVO

a O membro picado é dividido em 3 seguimentos: em relação ao membro superior: 1. Mão e punho; 2. Antebraço e cotovelo; 3. Braço. Do mesmo modo divide-se o membro inferior em 3
seguimentos: 1.Pé e tornozelo; 2. Perna e joelho; 3. Coxa.
b Coagulopatia: pode ser detectada através da realização do Tempo de Coagulação, do Coagulograma ou da Dosagem de Fibrinogênio.
c SAB: Soro Antibotrópico / d SABL: Soro Antibotrópico-laquético.
e Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.

IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE CROTÁLICO (CASCAVEL)
Crotalus não Crotalus
identificada identificada
COM clínica de Acidente
envenenamento crotálico crotálico
na admissão CONFIRMADO
Acidente crotálico
PROVÁVEL

Quadro Leve Quadro Moderado Quadro Grave


SEM clínica de envenenamento crotálico na
• alterações neuroparalíticas • alterações neuroparalíticas • alterações neuroparalíticas
admissão: marca da mordida presente ou
discretas; evidentes; evidentes;
ausente; dor e edema discretos ou ausentes
(devido APENAS à lesão da mordida). • sem mialgia, escurecimento • mialgia e mioglobinúria • mialgia e mioglobinúria
da urina ou oligúria (urina escura) discretas intensas;
• oligúria
Manter o paciente em
observação mínima de 12h

• SACa ou SABCb: 5 • SACa ou SABCb: 10 • SACa ou SABCb: 20


Evolução COM clínica Evolução SEM clínica ampolas, IV; ampolas, IV; ampolas, IV;
de envenenamento de envenenamento
• Tratamento geralc. • Tratamento geralc. • Tratamento geralc.

Seguir o algoritmo a Picada seca Observação e contínua reavaliação do paciente:


partir do tópico (Dry bite) TRATAMENTO detecção e tratamento precoce de complicações,
“Acidente crotálico EFETIVO ou reclassificação clínica e complementação dos
CONFIRMADO” tratamentos (específico e geral).
ALTA

a SAC: Soro Anticrotálico


b SABC: Soro Antibotrópico-crotálico
c Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.

IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE ELAPÍDICO (CORAL VERDADEIRA)
Coral NÃO Coral
identificada identificada

Micrurus sp. Micrurus sp.


PROVÁVEL CONFIRMADA

Quadro Leve Quadro Grave


Quadro Moderado
parestesia e dor de miastenia aguda
miastenia aguda
intensidade variável SEM COM PARALISIA
SEM paralisia
clínica de miastenia

Evolução COM Evolução COM


• SAElaa: 5 ampolas, IV;
Sintomáticos sinais/sintomas de sinais/sintomas de
• Tratamento geral b.
Observação por 24h MIASTENIA PARALISIA

Evolução
SEM TRATAMENTO • SAElaa: 10 ampolas, IV;
clínica de miastenia EFETIVO • Tratamento geral b.
ALTA
Considerar teste terapêutico com
neostigmina IV precedido de atropina IV
a SAEla: Soro Antielapídico
b Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.

IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE LAQUÉTICO (SURUCUCU)
Lachesis muta Lachesis muta
não identificada identificada COM clínica de Acidente
envenenamento laquético
laquético na admissão CONFIRMADO

Acidente laquético
PROVÁVEL

Quadro Moderado Quadro Grave


SEM clínica de envenenamento botrópico na • dor e edema; • quadro local intenso;
admissão: marca da mordida presente ou • vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero- • hemorragia intensa
ausente; dor e edema discretos ou ausentes hemorrágico nas primeiras horas após o acidente; • hipotensão arterial, tonturas,
(devido APENAS à lesão da mordida). • manifestações hemorrágicas limitam-se ao local da escurecimento da visão,
picada na maioria dos casos; bradicardia, cólicas abdominais
• sem manifestações vagais e diarreia (síndrome vagal);
Manter o paciente em
observação mínima de 12h

Evolução COM Evolução SEM • SABLa : 10 ampolas, IV; • SABLa : 20 ampolas, IV;
clínica de clínica de
• Tratamento geralb. • Tratamento geralb.
envenenamento envenenamento

Seguir o algoritmo a Picada seca


partir do tópico (Dry bite) Observação e contínua reavaliação do paciente: detecção
“Acidente botrópico e tratamento precoce de complicações, ou reclassificação
CONFIRMADO” TRATAMENTO clínica e complementação dos tratamentos (específico e
ALTA geral).
EFETIVO

a SABL: Soro Antibotrópico-laquético.


b Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.

IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE ESCORPIÔNICO
Acidente escorpiônico Acidente escorpiônico
PROVÁVEL CONFIRMADO

SEM clínica de envenenamento escorpiônico COM clínica de envenenamento


na admissão escorpiônico na admissão

Quadro Leve Quadro Moderadoa Quadro Grave


Manter o paciente em observação • Apenas quadro local: dor, Quadro associado a algumas Manifestações sistêmicas intensas:
mínima de 4 h eritema, parestesia, sudorese; das seguintes manifestações inúmeros episódios de vômitos,
• Ocasionalmente: náusea, sistêmicas de pequena sudorese profusa, ↑ou↓FC, ↑ou↓
vômito, agitação e taquicardia intensidade: sudorese, PA , sialorreia, agitação alternada
discretas, relacionadas à dor. náuseas, alguns episódios de com sonolência, taquidispneia,
vômitos, ↑ou↓FC, ↑PA, priapismo, convulsões, insuficiência
agitação. cardíaca, EPA.
Evolução COM clínica de Evolução SEM clínica de
envenenamento envenenamento
• Observação clínica por 6h;
• SAEsc: 3 ampolas IV; • SAEsc: 6 ampolas IV;
• Analgésico e compressa local
quente e/ou bloqueio • Internação; • Internação;
anestésico local. • Analgésico e compressa local • Monitorização contínua;
quente e/ou bloqueio • Cuidados de CTI;
Seguir o algoritmo a anestésico local. • Analgésico e compressa local
partir do tópico: quente e/ou bloqueio anestésico
“COM clínica de local.
envenenamento na
admissão”

Observação e contínua reavaliação do paciente: detecção e


Tratamento
ALTA tratamento precoce de complicações , ou reclassificação clínica
efetivo
e complementação dos tratamentos (específico e geral).
a Acidente moderado: Soroterapia formalmente indicada em crianças de até 7 anos. Nas crianças acima de 7 anos e nos adultos com quadro moderado de escorpionismo, tratar
inicialmente a dor e avaliar o paciente. Se persistirem as manifestações sistêmicas , mesmo após a analgesia, iniciar soroterapia.
IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
Legenda: SAEsc – Soro antiescorpiônico; IV – Intravenoso; PA – Pressão Arterial; FC – Frequência Cardíaca; EPA – Edema Pulmonar Agudo; CTI – Centro de Terapia Intensiva
OBS: Na falta do SAEsc, utilizar o SAA (Soro antiaracnídico (Phoneutria, Loxosceles, Tityus)).
ACIDENTE FONÊUTRICO (ARANHA ARMADEIRA)

Aranha NÃO Aranha


identificada identificada

Phoneutria sp. Phoneutria sp.


PROVÁVEL CONFIRMADA

Quadro Leve: Quadro Moderado Quadro Grave


Predomínio de manifestações locais: Manifestações locais associadas à Prostração, sudorese profusa, hipotensão,
dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, taquicardia, vômitos priapismo, diarreia, bradicardia, arritmias
sudorese, parestesia, taquicardia e ocasionais, agitação, hipertensão arterial. cardíacas, convulsões, cianose, edema
agitação secundárias à dor. pulmonar, choque.

• SAAa: 3 ampolas, IV;


Alívio da dor: • SAAa: 6 ampolas, IV;
• Tratamento geral b.
Anestesia local e/ou analgesia • Tratamento geral b.

a SAA: Soro Antiaracnídico


b Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.

IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE LOXOSCÉLICO (ARANHA MARROM)
Forma cutânea
Forma cutâneo-
hemolítica

Quadro Leve: Quadro Moderado Quadro Grave Grave


• Lesão incaracterísticaa • Lesão prováveld ou “característica”e • Lesão “característica” e (com • Presença ou não de lesão
placa marmórea > 3 cm) local significativa e dor
• Sem comprometimento (com placa marmórea < 3 cm);
• Com ou sem comprometimento • Hemólisec confirmada por
do estado geralb; • Com ou sem comprometimento exames complementares.
do estado geralb;
• Sem sinal de hemólisec do estado geralb; • Sem sinal de hemólisec
• A identificação da aranha • Sem sinal de hemólisec
é necessária para
confirmação do caso.
• SAA: 10 ampolas, IV;
• SAA: 10 ampolas, IV; • Prednisona: 7 dias
• SAA: 5 ampolas, IV; • Prednisona: 7 dias Adulto: 40 mg/dia
Adulto: 40 mg/dia Criança: 0,5-1 mg/kg/dia (máximo 40
• Sintomáticof;
• Prednisona: 5 dias Criança: 0,5-1 mg/kg/dia mg/dia)
• Orientar o paciente a (máximo 40 mg/dia)
Adulto: 40 mg/dia
retorno diário, a cada • Sintomáticof;
Criança: 0,5-1 mg/kg/dia • Sintomáticof.
12 horas. (máximo 40 mg/dia) • Hidratação adequada visando manter
• Sintomáticof. boa perfusão renal.

SAA IV: soro antiaracnídico, intravenoso.


a. Lesão incaracterística: eritema, prurido, bolha de conteúdo seroso com ou sem enduração e dor de pequena intensidade.
b. Alteração do estado geral: cefaleia, febre nas primeiras 24 horas, mialgia, náusea, vomito, exantema (rash).
c. Sinal de hemólise (anemia aguda): palidez cutâneo-mucosa decorrente da anemia, icterícia, urina escura (hemoglobinúria), confirmada na análise laboratorial (no
hemograma observa-se diminuição da hemoglobina, aumento dos reticulócitos, aumento da bilirrubina indireta e diminuição da haptoglobina).
d. Lesão provável: presença de eritema, equimose com ou sem enduração, exantema.
e. Lesão “característica” ou altamente sugestiva: eritema, enduração, palidez ou placa marmórea, bolha, necrose.
f. Sintomático: analgésico, anti-histamínico, corticóide tópico.
IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.
ACIDENTE LONÔMICO (LAGARTA LONÔMIA)
• Hábito gregário (vive em grupos);
• Cerdas (espinhos) em forma de
Lagarta NÃO Lagarta “pinheiros de cor verde”;
identificada identificada • Presença de mancha branca em
formato de U, próxima à “cabeça”;
• Corpo com estrias horizontais
Lonomia sp. Lonomia sp.
predominantemente marrons.
PROVÁVEL CONFIRMADA

Quadro Leve: Quadro Moderado Quadro Grave


Quadro local apenas, sem Quadro local presente ou não; tempo de Quadro local presente ou não; tempo de
sangramentos ou distúrbios na coagulação alterado; sangramentos coagulação alterado; sangramentos em
coagulação, dor (mesmo que muito ausentes ou presentes apenas em pele ou vísceras (risco de morte)
intensa), flogismo e petéquias locais. mucosas.

Lavagem e compressas na região com água • SALona: 5 ampolas, IV; • SALona: 10 ampolas, IV
fria ou gelada, analgésicos e anti- • Tratamento geral, com manutenção do • Tratamento geral, com manutenção do
histamínicos sistêmicos e infiltração local paciente em repouso, evitando-se paciente em repouso, evitando-se
com anestésico do tipo lidocaína 2% sem intervenções traumáticas, como injeções intervenções traumáticas, como injeções
vasoconstritor. intramusculares, punções e manipulações intramusculares, punções e manipulações
cirúrgicasb. cirúrgicasb.

a SALon: Soro Antilonômico


b O acompanhamento do tempo de coagulação deve ser feito periodicamente para determinar a recuperação adequada ou a necessidade de administração de mais ampolas de soro

(reclassificação). São contraindicados sangue total e plasma fresco, pelo potencial agravamento da coagulação intravascular disseminada relacionada a tais agentes.
IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.

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