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[GABRIEL CAVALCANTE DE AZEVEDO]

As trissomias são as causas mais frequentes de


SANGRAMENTOS abortamento, e, dentre estas, a mais frequente é a
trissomia do cromossomo 16.
NA GESTAÇÃO
CAUSAS DE ABORTAMENTO HABITUAL
As duas mais cobradas pelas bancas são a
SANGRAMENTOS DA 1ª METADE incompetência istmocervical (IIC ou insuficiência
cervical) e a síndrome antifosfolipídeo (SAF).
INTRODUÇÃO Atenção aos principais links mentais:

DEFINIÇÃO PRÁTICA • IIC: quase sempre tem no enunciado


Qualquer sangramento ocorrido até a 20ª semana gestante com perdas súbitas e indolores no
de gestação. segundo trimestre recorrentes em idades
gestacionais cada vez mais precoces.
PRINCIPAIS REPRESENTANTES o CONDUTA: Cerclagem de Mc
Neste período pensar em: Donald entre 12 e 16 semanas de
IG. A suplementação com
• Abortamento; progestágenos é controversa e
• Doença trofoblástica gestacional; com benefícios duvidosos.
• Gravidez ectópica; • SAF: normalmente tem no enunciado
morte intrauterina inexplicada ou história
DICA: SEMPRE atentar-se a IG quando falarmos
de trombose venosa/arterial na mãe.
de gestante com sangramento (divisor de aguas).
Geralmente fará menção a dosagem de
ABORTAMENTO autoanticorpos (anticardiolipina e lúpus
anticoagulante)
DEFINIÇÃO o CONDUTA: AAS + Heparina em
Consiste na interrupção de uma gestação nas doses profiláticas, caso a gestante
seguintes condições: nunca tenha tido episódio de
trombose venosa ou arterial. Caso
• Idade gestacional inferior a 20-22 tenha havido, a dose da Heparina é
semanas OU terapêutica.
• Peso fetal < 500g OU
• Comprimento fetal < 28cm; QUADROS DE ABORTAMENTO

CLASSIFICAÇÃO AMEAÇA DE ABORTAMENTO


É quase um abortamento, mas ele ainda não
QUANTO A IDADE GESTACIONAL aconteceu (e com alta probabilidade de ocorrer).
• Precoce: até 12ª semana de gestação; Principais gatilhos trazidos pelas questões:
• Tardio: após 12ª semana de gestação;
• Sangramento discreto;
QUANTO A PERIODICIDADE • Dor ausente ou pequeno desconforto;
• Habitual: três ou mais episódios • Colo FECHADO;
consecutivos de abortamento. • Sem alterações em beta-hCG e na
• Esporádico: não preenche os requisitos do ultrassonografia (USG);
abortamento habitual;
CONDUTA: expectante, repouso relativo (não se
ETIOLOGIA faz mais repouso absoluto).

MAIOR CAUSA GERAL ABORTAMENTO INEVITÁVEL


Não foi expelido ainda nenhum material pelo colo,
mas é CERTO de ocorrer o abortamento:
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• Sangramento notável; • Colo FECHADO;


• Cólicas abdominais; • USG com embrião presente, porem sem
• Colo ABERTO; atividade cardíaca.
• Sem alterações em beta-hCG e na
CONDUTA: Para evitar diagnósticos precipitados,
ultrassonografia (USG);
repetir USG 15 dias após (caso estimativa de iG
CONDUTA: esvaziamento uterino <7sem). Caso confirmado, proceder com
esvaziamento do útero.
• Até 12 semanas de IG: Aspiração Manual
Intrauterina (AMIU). Caso não esteja ABORTAMENTO INFECTADO
disponível, pode ser feita uma curetagem. Pode acompanhar QUALQUER um dos quadros de
• Após 12 semanas: Ocitocina e/ou abortamento. Consiste na ascencao de germes
Misoprostol, seguida de curetagem. produzindo infecção local ou sistêmica:
PEGADINHA: pacientes com cesariana
prévia devem usar com muita cautela o • Sinais infecciosos (febre, sensibilidade
Misoprostol. Em prova, cesárea prévia é uterina, dor abdominal intensa...);
um indicativo para você ̂ não colocar como • Colo costuma ser ABERTO;
resposta o uso dessa medicação. • Sagramento variável;
• Odor fétido
ABORTAMENTO INCOMPLETO
CONDUTA: Esvaziamento uterino e ATB
Ocorreu eliminação parcial dos produtos ovulares.
(gentamicina + clindamicina);
São indicativos clássicos:

• Colicas e sangramento regridem ASPECTOS LEGAIS: ABORTAMENTO


substancialmente; O abortamento voluntário só é permitido no Brasil
• Colo ABERTO; nas seguintes situações (só ́ é possível a
• Diagnóstico é feito EXCLUSIVAMENTE por interrupção da gestação até 20-22 semanas ):
USG (encontro de restos ovulares);
• Situações de risco a gestante: quando há
CONDUTA: Esvaziamento uterino, mesmas doenças graves que podem conduzir a
indicações e especificidades descritas risco de vida para paciente. Há que haver
anteriormente a anuência de 2 médicos;
• Violência sexual: importante frisar (e
ABORTAMENTO COMPLETO frisar e frisar) que NÃO É NECESSÁRIO
Já ocorreu a expulsão de todo o material ovular: APRESENTAÇÃO DE BOLETIM DE
OCORRENCIA (e se posteriormente for
• Sangramento e cólicas mínimos ou
comprovado que não houve violência, o
ausentes (geralmente a paciente relata ter
profissional médico é isento de culpa) e É
havido, não chega com queixas)
PERMITIDO AO MÉDICO RECUSAR-SE A
• Colo FECHADO;
REALIZAR O PROCEDIMENTO seja
• Útero é menor que a idade gestacional;
técnica ou moralmente (paciente necessita
CONDUTA: expectante; ser referenciada a outro profissional ou
unidade). Por fim, outra informação de
ABORTAMENTO RETIDO suma importância é que os profissionais
Gestação em que, apesar do óbito embrionário, envolvidos NÃO PODEM COMUNICAR
não há a expulsão do material: AUTORIDADE POLICIAL SEM O
CONSENTIMENTO DA PACIENTE. Uma
• Pequeno sangramento vaginal; ultima lembrança: pacientes entre <1 9
• Sem dor ou cólicas podendo ainda ser anos precisam de consentimento de pais
notado regressão dos sintomas da ou responsáveis;
gravidez inicial;
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• Anencefalia feta por USG a partir de 12ª inferior a 35% em 48 horas ou inferior a 100% em
semana (laudo assinado por 2 medicos): 72 horas também são fortes indicativos de
Diferentemente das situações anteriores, gestação ectópica ou inviável.
aqui a interrupção é permitida a qualquer
IG. TRATAMENTO
Existem 3 modalidades de tratamento e a escolha
GESTAÇÃO ECTÓPICA vai depender basicamente do tamanho do saco
gestacional (SG) e da dosagem do beta-hCG.
DEFINIÇÃO
Implantação e desenvolvimento do blastocisto EXPECTANTE
que ocorra fora do endométrio localizado na Pouco cobrado, somente nas seguintes condições:
cavidade uterina:
• Beta-hCG < 1.000 mUI/ml (ou < 200
• Ampolar (70%); mUI/ml) declinante
• Ístimica (12%); • Saco gestacional < 3,5;
• Outras: fímbrial, ovariana, intersticial e
abdominal; MEDICAMENTOSO (METOTREXATE)
Talvez seja um dos pontos mais cobrados do tema.
FATORES DE RISCO Decore as indicações:
Os principais são:
• Beta-hCG < 5.000 mUI/ml
• Doença inflamatória pélvica; • SG < 3,5 cm
• Reprodução assistida; • Ausência de batimentos cardíacos fetais.
• DIU;
COMO USAR:
• Anticoncepcionais orais combinados;
• Tabagismo; • Injecao direta sobre ovo: menos efeitos
• Cirurgias abdominais/tubárias prévias colaterais, porém necessita de
procedimento invasivo;
QUADRO CLÍNICO
• Injecao IM dose única: menores taxas de
Quadro clínico fundamental: sucesso, porém com menos efeitos
colaterais. Realiza-se conrole com beta-
• Dor abdominal;
hcg no 4º e 7º dia. Se não houver queda
• Atraso menstrual;
pode repetir dose mais 2 vezes.
• Sangramento no 1º trimestre;
• Injecao em dias alternados: maior
• Se rotura da tuba uterina, o quadro é muito
eficácia porem muitos efeitos colaterais.
grave, com sinais de irritação peritoneal e
possível choque hipovolêmico. OBS.: Metotrexate está contraindicado em casos
de doenças renais, hepáticas ou pulmonares;
DICA: é clássica a apresentação do enunciado de
lactentes, imundeficiência e outros.
mulher em idade fértil, em uso apenas de
preservativo como método anticoncepcional e que • DICA: sempre que houver descrição de
apresentará a tríade descrita. comorbidade não relacionada à gestação
ectópica, muito provavelmente é uma
DIAGNÓSTICO
contraindicação ao Metotrexate e você
O diagnóstico é feito através de: deve escolher outra modalidade de
tratamento.
• B-hCG > 2000 E
• USG sem evidência de gestação uterina; PEGADINHA: Gestações que não se enquadrem
nos critérios sugeridos NÃO SÃO contraindicações
DICA: Se B-hCG limítrofe e quadro suspeito, pode
à terapia medicamentosa, porém terão menor
se fazer dosagem seriada do mesmo. Crescimento
chance de sucesso.
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CIRURGIA MOLA HIDATIFORME INCOMPLETA


• Beta-hCG > 5.000 mUI/ml OU SG > 3,5 Se origina da fertilização de um óvulo por dois
• Rotura de tuba uterina espermatozoides:
• Instabilidade hemodinâmica
• Produto triploide (69,XXX, 69,XXY ou
QUAL VIA? Caso a paciente esteja instável 69,XYY) ou tetraploide;
hemodinamicamente, existe indicação de • Podem coexistir tecidos fetais (e até
laparotomia. Nos outros casos, opta-se pela mesmo feto!) com tecidos anormais com
laparoscopia com salpingostomia degeneração.

DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL


Abordaremos especificamente mais adiante, pois
DEFINIÇÃO geralmente é cobrada relacionada a possível
“É a grávida que não está grávida"! Ou seja, a evolução das molas.
partir de um tumor no trofoblasto, que já é um
produto da fecundação, temos produção QUADRO CLÍNICO
hormonal (o hCG é produzido neste tecido). O quadro clínico costuma ser clássico:

CLASSIFICAÇÃO • Sangramento vaginal intermitente com


aspecto de ameixa ou em cachos de uva.
• Útero aumentado para a IG e em sanfona
(cresce e diminui);
• Beta-hCG aumentado para a IG e
hiperêmese gravídica (sintomas de
gravidez exuberantes);
• Pré-eclâmpsia precoce.

ATENÇÃO: A mola completa é COMPLETAMENTE


MOLA HIDATIFORME COMPLETA mola e, por isto, seu quadro clínico é mais
Se origina da fertilização de um óvulo “sem exuberante. A mola parcial é PARCIALMENTE
núcleo” por um espermatozoide normal (23,X), que mola e seu qudro clínico é mais brando
posteriormente se duplica para completar a carga (semelhante ao abortamento).
cromossômica. Assim temos como características:
TRATAMENTO
• Cariótipos 46,XX ou 46,XY; O tratamento de eleição da DTG é o esvaziamento
• Sem formação de tecido fetal ou uterino, que pode variar das seguintes formas:
embrionário;
• Maior risco de evolução para neoplasia • Vacuoaspiração: procedimento de eleição,
trofobástica; pelo menor risco de perfuração;
• Observaremos as típicas as típicas • AMIU;
vesículas hidatiformes (Cistos • Curetagem: apenas quando não
tecaluteínicos OU USG com aspecto de disponíveis os dois primeiros;
imagens em “floco de neve”); • Histerectomia total profilática: em
• Geralmente associada a hipertireodismo pacientes >40 anos e com prole completa,
(As altas concentrações de hCG, por pode ser considerado visando reduzir risco
possuir semelhança estrutural com o TSH, de neoplasia.
acabam estimulando o aumento da
ATENÇÃO: O esvaziamento uterino
produção dos hormônios tireoidianos).
medicamentoso, com misoprostol ou ocitocina,
está contraindicado, pois aumenta o risco de
embolização trofoblástica.
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CUIDADO: o tratamento precoce da mola NÃO • Ausência de negativação do beta-hCG


diminui o risco de evolução para tumor após seis meses de seguimento;
trofoblástico gestacional.
TRATAMENTO
ACOMPANHAMENTO O tratamento de escolha é a quimioterapia
O acompanhamento é feito pela dosagem seriado combinada ou monoterapia. NÃO há indicação
de Beta-hCG, que deve cair progressivamenete para repetição de esvaziamento uterino pelo risco
até seus títulos tornarem-se negativos após 8-10 de perfuração.
semanas. Após negativado é recomendado
monitorização mensal por mais 6 meses. SANGRAMENTOS DA 2ª METADE

ATENÇÃO: Como o acompanhamento é feito pela INTRODUÇÃO


dosagem do Beta-hCG, é indicada a
anticoncepção. DEFINIÇÃO PRÁTICA
Causas de sangramento que ocorrem após a 20ª
DOENÇA MALIGNA (NEOPLASIA
semana de gestação.
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL)

TIPOS HISTOLÓGICOS PRINCIPAIS CAUSAS

Incluem: Precisam estar no diagnóstico diferencial:

• Mola invasora: maioria dos casos. É o • Descolamento prematuro de placenta;


tumor trofoblástico que invade o • Placenta prévia;
miométrio e a parede uterina, MANTENDO • Rotura Uterina;
a estrutura vilositária. Raramente cursa • Rotura de vasa prévia;
com metástases. • Rotura do seio marginal;
• Coriocarcinoma: Apresenta extensas
DICA: Atente-se aos links mentais pois o padrão
áreas de necrose e hemorragia. As
das pacientes das questões será quase sempre o
mestastases podem ocorrer (VAGINA e
mesmo!
PULMÃO). Há PERDA da estrutura
vilositária. PLACENTA PRÉVIA (PP)
• Tumor trofoblástico do sítio placentário:
composto por trofloblasto intermediário e DEFINIÇÃO
por isso não produz níveis elevados de É a implantação de qualquer parte da placenta no
beta-hCG, mas em compensação segmento inferior do útero (usualmente orifício
encontraremos NÍVEIS ELEVADOS DE interno) APÓS 28 SEMANAS DE GESTAÇÃO.
LACTOGENIO PLACENTÁRIO. É bastante
agressiva, com pouca resposta a ATENÇÃO: Por que 28 semanas? Até a 28ª
quimioterapia. semana a placenta pode migrar, sempre em busca
de locais mais vascularizados.
QUANDO SUSPEITAR?
Observe a seguir alguns fatores que nos fazem CLASSIFICAÇÃO
pensar na malignização da doença: Se dá de acordo com a localização em relação ao
orifício interno:
• Se houver elevação por duas semanas
consecutivas dos níveis de beta-hCG • Completa ou centro-total: recobre
(aumento > 10% em três dosagens); totalmente a área do OI;
• Estabilização dos níveis de beta-hCG • Parcial ou centro-parcial: recobre
(variação de ± 10% nos títulos) por três parcialmente o OI;
semanas consecutivas (platô) – quatro • Marginal: tangencia o bordo do OI, sem
dosagens; ultrapassa-lo;
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• Inserção baixa: localiza-se no segmento OBS.: E se for pré-termo? Desde que não haja
inferior, porém não alcança o OI por pelo riscos, pode ser expectante a conduta. A
menos 2cm hospitalização se faz necessária para avaliação
inicial. A maturacao pulmonar é mandatória;
FATORES DE RISCO
Atente-se para os gatilhos mentais: COMPLICAÇÕES
Pode causar hemorragia e atonia uterina após o
• CESARIANA PRÉVIA; parto, infecções puerperais, parto prematuro e
• procedimentos uterinos prévios discinesias uterinas. Porem, a mais importante
(curetagem, por exemplo); delas é o acretismo placentário (aderência
• Multiparidade/Período interpartal curto; excessivamente firme, dificultando ou impedindo
• Tabagismo; o secundamento).
• Gemelaridade;
• Polidramnio; DESCOLAMENTO PREMATURO DE
PLACENTA
QUADRO CLÍNICO
É clássico: DEFINIÇÃO
Separação intempestiva da placenta
• Sangue vermelho VIVO, recorrente;
normalmente inserida no corpo uterino em
• INDOLOR;
gestação com 20 ou mais semanas completas e
• SEM SINTOMAS ASSOCIADOS;
antes da expulsão fetal;
DIAGNÓSTICO
FATORES DE RISCO
A ultrassonografia faz o diagnóstico (após 28
Atenção:
semanas), estabelecendo a localização exata e
auxiliando na conduta quanto à via de parto. • HIPERTENSÃO ARTERIAL;
• TRAUMAS (ACIDENTES, BREVIDADE DE
MUITO CUIDADO: NÃO DEVE-SE REALIZAR
CORDÃO, RETRAÇÃO UTERINA);
TOQUE VAGINAL SEM SABER A LOCALIZAÇÃO
• Uso de drogas ilícitas (tabaco, álcool,
DA PLACENTA!
cocaína);
CONDUTA
QUADRO CLÍNICO
Expectante na maioria dos casos de gestações
Quadro extremamente grave:
abaixo de 37 semanas. Caso já ́ tenha atingido o
termo, indica-se interrupção da gestação: • Sangramento ESCURO, único;
• DOR ABDOMINAL (CÓLICA);
• Vaginal: placenta prévia marginal e alguns
• HIPERTONIA UTERINA;
casos de parcial (se parto próximo,
sangramento discreto, multípara e se não CUIDADO: O volume do sangramento
houver grande obstáculo). Neste caso, exteriorizado pode não refletir a gravidade do
deve-se proceder à AMNIOTOMIA descolamento e a exata perda sanguínea, pois
PRECOCE, pois permite a insinuação da coágulos volumosos podem ficar retidos no
apresentação que comprime espaço retroplacentário;
mecanicamente o segmento inferior do
útero e diminui o sangramento. DIAGNÓSTICO
• Cesárea: placenta prévia total e a maioria Diagnóstico clínico, SEM necessidade de qualquer
dos casos de parcial exame complementar para realizá-lo.

ATENÇÃO: Qual é a via de parto na placenta CONDUTA


prévia total com feto morto? Com feto vivo ou
Indica-se interrupção IMEDIATA da gestação:
morto, é SEMPRE cesariana!
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• Parto vaginal: Quando o parto for ROTURA DE VASA PRÉVIA


iminente (subjetivo), pode-se fazer, mas Sangramento IMEDIATAMENTE APÓS
normalmente (na prática quase sempre) o
AMNIOTOMIA, grande intensidade, evoluindo
parto é cesáreo. Se o feto estiver morto com SOFRIMENTO FETAL (sangue de origem
(infelizmente comum), pense com “mais fetal e por isso há pouca repercussão materna
carinho” no parto vaginal.
• Parto cesáreo: é a regra! CONDUTA: a melhor conduta é prevenir (cesárea
eletiva quando constatada inserção anormal dos
ATENÇÃO: Em ambas as vias, deve-se realizar vasos sanguíneos);
amniotomia para reduzir complicações, pois isso
reduz a velocidade do descolamento. ROTURA DE SEIO MARGINAL
Quadro muito semelhante ao da placenta prévia,
COMPLICAÇÕES
porém a ultrassonografia mostra placenta
A morte fetal ocorre em aproximadamente 90% normoposicionada. O sangue é materno e
dos casos, enquanto a morte materna chega a normalmente não há gravidade.
quase 5%. Além disso, complicações importantes
são a coagulação intravascular disseminada CONDUTA: Monitorizacao materno-fetal e
(CIVD), o útero de Couvelaire (atonia extrema, repouso
devido à infiltração de sangue no miométrio) e a
síndrome de Sheehan (necrose hipofisária). ATENÇÃO: Não há como firmar diagnóstico antes
do parto, porém parece ser a MAIOR causa de
OUTRAS CAUSAS sangramento na gravidez avançada.

ROTURA UTERINA
ADENDO: DOENÇA HEMOLÍTICA
FATORES DE RISCO PERINATAL
Importante saber que as cesáreas previas e a
indução do parto (principalmente com DEFINIÇÃO
Misoprostol). É consequência do ataque de anticorpos maternos
direcionados a antígenos fetais presentes nos
QUADRO CLÍNICO
eritrócitos (hemácias).
São sinais de IMINÊNCIA DE ROTURA:
TIPOS
• Sinal de Bandl: depressão infraumbilical,
Existem em torno de 50 antígenos eritrocitários e
decorrente da distensão do segmento
diversos deles podem estar envolvidos na DHP.
uterino inferior, fazendo o útero ficar
Porém para as provas, focaremos em duas:
semelhante a uma ampulheta.
incompatibilidade ABO e incompatibilidade Rh.
• Sinal de Frommel: desvio anterior do útero,
devido ao estiramento dos ligamentos INCOMPATIBILIDADE ABO
redondos.
OCORRE QUANDO:
Sinais de ROTURA CONSUMADA:
• MÃE TIPO O (quase que exclusivo)
• Sinal de Clark: enfisema subcutâneo; • FETO AB
• Sinal de Reasens: subida da apresentação
É o mais comum, menos grave e não necessita de
(muito descrito em enunciados).
sensibilização. Costuma ser assintomática ou
TRATAMENTO causar apenas uma icterícia precoce e
autolimitada.
Não costuma ser cobrado, mas pode ser a rafia da
lesão ou até histerectomia, dependendo do DICA: Pacientes com incompatibilidade ABO
tamanho da lesão e da gravidade do quadro. possuem proteção parcial contra a isoimunização
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Rh, já́ que as hemácias são destruídas PEGADINHA CLÁSSICA DE PROVA: após receber
rapidamente, reduzindo o tempo para ocorrer a a imunoglobulina anti-D, é esperado que o coombs
imunização. indireto fique positivo transitoriamente. Portanto,
uma gestante, que recebeu a anti-D com 28
INCOMPATIBILIDADE RH
semanas de IG, pode ter um coombs indireto com
SÓ OCORRE QUANDO: titulação até 1:4 após o parto, sem qualquer
significado patológico. Nesse caso, a
• MÃE RH NEGATIVO
imunoglobulina deve ser aplicada em até 72 horas
• PAI RH POSITIVO
após o nascimento, seguindo o protocolo normal
• FETO RH POSITIVO
de pacientes não-sensibilizadas.
É mais grave e necessita de contato prévio - só
OBS.: Por que não faz antes de 28 semanas? o
aparece clinicamente a partir da segunda
risco de sensibilização antes desta fase é muito
gestação ou se houver contato do sangue fetal
pequeno na ausência de hemorragias ou
com o materno por alguma complicação ou
procedimentos invasivos.
procedimento invasivo gestacional (ex:
amniocentese). Caso não seja prevenida e tratada,
a incompatibilidade Rh leva a um ataque
imunológico materno às hemácias fetais, levando
à anemia, hidrópsia fetal e a um quadro
neurológico conhecido como “kernicterus”
(impregnação cerebral pela bilirrubina liberada
pelas hemácias atacadas).

CONDUTA: INCOMPATIBILIDADE RH
Solicitar coombs indireto no início do pré-natal:

• Se for negativo: repetir com 28, 32, 36 e 40


semanas.
• Se for positivo, até 1:8: repetir
mensalmente o coombs indireto. Não
solicitar mais nenhum exame.
• Se for positivo, 1:16 ou mais: investigação
de anemia fetal, de preferência com uma
dopplerfluxometria de artéria cerebral
média. Caso o doppler esteja alterado -
fluxo aumentado do sangue, com
velocidade máxima > 1,5 MoM -, está
indicado exame invasivo. Nesse caso, a
primeira escolha é a cordocentese.

TRATAMENTO/PROFILAXIA
Feito com a aplicação de imunoglobulina anti-D:

• Após exames invasivos na gestante ou


qualquer interrupção antes das 28
semanas;
• Sempre com 28 semanas (desde que
gestante NÃO sensibilizada;
• Após o parto se feto RH Positivo.
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