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FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO EM CASO DE ACIDENTES POR

ANIMAIS PEÇONHENTOS
ACIDENTE ESCORPIÔNICO (escorpião) ACIDENTE BOTRÓPICO (jararaca)
Acidente escorpiônico Acidente escorpiônico Acidente Botrópico COM clínica de envenenamento Botrópico Acidente botrópico
PROVÁVEL CONFIRMADO PROVÁVEL na admissão CONFIRMADO

SEM clínica de envenenamento COM clínica de envenenamento


escorpiônico na admissão escorpiônico na admissão
SEM clínica de envenenamento
Botrópico na admissão: marca
da mordida presente ou ausente;
dor e edema discretos ou
QUADRO LEVE QUADRO MODERADO* QUADRO GRAVE ausentes (devido APENAS a lesão
Manter o paciente em - Apenas quadro local: Quadro local associado Manifestações sistêmicas da mordida)
observação mínima de 4h dor, edema, parestesia, a algumas das seguintes intensas: inúmeros QUADRO LEVE QUADRO MODERADO QUADRO GRAVE
sudorese manifestações sistêmicas episódios de vômitos, - Dor e edema de até 1 - Dor e edema de 2 - Dor e edema de 3 ou
- Ocasionalmente: de pequena intensidade: sudorese intensa, aumento segmento* segmentos* mais segmentos, ou pelo
náusea, vômito, agitação Sudorese, náuseas, alguns ou diminuição da FC, - Hemorragia discreta ou - Hemorragia discreta ou menos uma das seguintes
Manter o paciente em ausente
e taquicardia discretas, episódios de vômitos, aumento ou diminuição ausente complicações sistêmicas:
observação mínima de 12h - Coagulopatia** presente
relacionadas à dor. aumento ou diminuição da PA, sialorréia, agitação - Coagulopatia** presente : hemorragia grave,
da FC, aumento da PA, alternada com sonolência, ou ausente ou ausente hipotensão/choque ou IRA.
agitação. taquidispnéia, priaprismo, - Coagulopatia presente ou
Evolução COM clínica de Evolução SEM clínica de ausente.
- Observação clínica por convulsões, insuficiência
envenenamento envenenamento
6h cardíaca, EPA. - SAB: 3 amp IV - SAB: 6 amp IV
Evolução COM clínica Evolução SEM clínica
- Analgésico e compressa - Tratamento geral - Tratamento geral
- SAEsc: 3 amp. IV de envenenamento de envenenamento
local quente e/ou - Internação - SAB: 12 amp IV
bloqueio anestésico local. - Analgésico e compressa - Tratamento geral
- SAEsc: 6 amp. IV
local quente e/ou
- Internação
bloqueio anestésico local.
Seguir o algoritmo a partir - Monitorização contínua
do tópico: “COM clínica de - Cuidados de CTI Seguir o algoritmo Picada Seca
envenenamento escorpiô- - Analgésico e compressa a partir do tópico: (Dry bite)
nico na admissão” local quente e/ou “Acidente BOTRÓPICO
bloqueio anestésico local. confirmado” Observação e contínua reavaliação
do paciente: detecção e tratamento
TRATAMENTO precoce de complicações,
ALTA TRATAMENTO Observação e contínua reavaliação EFETIVO
ALTA ou reclassificação clínica e
EFETIVO do paciente: detecção e tratamento
precoce de complicações, complementação dos tratamentos
* ACIDENTE MODERADO: a soroterapia está formalmente indicada em crianças de até 12 anos e idosos. Nas crianças ou reclassificação clínica e
acima dos 12 anos e nos adultos com quadro moderado de escorpionismo, tratar inicialmente a dor e avaliar o complementação dos tratamentos * O membro picado é dividido em 3 segmentos: Membro superior: 1- Mão e punho; 2- Antebraço e cotovelo; 3- Braço. Membro inferior: 1- Pé e tornozelo; 2- Perna e joelho; 3- Coxa.
paciente. Se persistirem as manifestações sistêmicas, mesmo após a analgesia, iniciar soroterapia.
** Coagulopatia: Pode ser detectada através do Tempo de Coagulação (TC), do Coagulograma ou da dosagem do Fibrinogênio.
OBS: Na falta do SAEsc, utilizar o SAAR [Soro Antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Thityus)], na mesma dosagem.
*** Tratamento geral: abordagem da dor, hidratação adequada, drenagem postural, analgesia e profilaxia do tétano.IMPORTANTE: Todo paciente submetido a tratamento soroterápico
IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h. deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.Legenda: SAB: Soro antibotrópico (pentavalente); IV: Intravenoso; EPA: Edema Agudo de Pulmão.OBS: Na falta do SAB, utilizar SABC
[Soro antibotrópico (pentavalente e anticrotálico] ou SABL [Soro antibotrópico (pentavalente e antilaquético].
LEGENDA: SAEsc - Soro antiescorpiônico SAAR – Soro antiaracnídico; IV - Intravenoso; PA – Pressão Arterial; FC – Frequência
Cardíaca; EPA – Edema Pulmonar Agudo; CTI – Centro de Terapia Intensiva.

ACIDENTE CROTÁLICO (cascavel) ACIDENTE ELAPÍDICO (coral verdadeira)

Acidente botrópico COM clínica de envenenamento Crotálico Acidente Crotálico


PROVÁVEL na admissão CONFIRMADO
Coral NÃO identificada Coral identificada

SEM clínica de envenenamento


Micrurus sp. Micrurus sp.
Crotálico na admissão: marca da
QUADRO LEVE* QUADRO MODERADO* QUADRO GRAVE* provável confirmada
mordida presente ou ausente; dor
e edema discretos ou ausentes - Ptose palpebral, - Ptose palpebral, turvação - Ptose palpebral, turvação
(devido APENAS a lesão da turvação visual discretos visual discretos de início visual evidentes e intensos,
mordida) de aparecimento tardio, precoce, mialgia discreta, diplopia, mialgia intensa
sem alteração da cor da urina avermelhada ou e generalizada, fraqueza
urina, mialgia discreta ou escura. muscular, urina escura, oli-
ausente. - TC normal ou alterado**. gúria ou anúria, podendo Quadro MODERADO Quadro GRAVE
Quadro LEVE
- TC normal ou alterado**. evoluir para IRA. Miastenia aguda SEM paralisia Miastenia aguda COM
Manter o paciente em Parestesia e dor de
observação mínima de 12h intensidade variável PARALISIA
SEM clínica de miastenia
- SAC: 5 amp IV - SAC: 10 amp IV - SAC: 20 amp IV
- Tratamento clínico - Tratamento clínico - Tratamento clínico

Evolução COM clínica Evolução SEM clínica


de envenenamento de envenenamento

Sintomáticos Evolução COM sinais/ SAEL IV: 5 ampolas Evolução COM sinais/
Observação por 24h sintomas de MIASTENIA sintomas de PARALISIA
Seguir o algoritmo Picada Seca Observação e contínua reavaliação
a partir do tópico: (Dry bite) do paciente: detecção e tratamento
“Acidente CROTÁLICO precoce de complicações,
confirmado” ou reclassificação clínica e
TRATAMENTO
complementação dos tratamentos
ALTA EFETIVO
SAEL IV: 10 ampolas
Evolução Terapia de suporte
SEM ALTA TRATAMENTO EFETIVO
Considerar teste terapêutico
* O membro picado é dividido em 3 segmentos: Membro superior: 1- Mão e punho; 2- Antebraço e cotovelo; 3- Braço. Membro inferior: 1- Pé e tornozelo; 2- Perna e joelho; 3- Coxa. Clínica de miastenia com neostigmina precedido
** Coagulopatia: Pode ser detectada através do Tempo de Coagulação (TC), do Coagulograma ou da dosagem do Fibrinogênio. de atropina
*** Tratamento clínico: Observar rigoroso balanço hídrico, prevenir IRA mantendo o fluxo urinário de 30 a 40ml/h no adulto e 1 a 2 ml/kg/h na criança. Manter PH urinário acima de 6,5 e a alcalinização
urinária deve ser feita com administração de bicarbonato de sódio, monitorada com gasometria. A diurese osmótica pode ser induzida com solução de manitol a 20% (100ml no adulto e 5ml/kg
na criança). Caso persista a oligúria, indica-se diuréticos de alça tipo furosemida EV (40mg no adulto e 1mg/kg na criança).IMPORTANTE: Todo
paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no mínimo, 24h.Legenda: SAC: Soro anticrotálico; IV: Intravenoso. SAEL IV: Soro antielapídico intravenoso.
IRA: Insuficiência Renal Aguda.OBS: Na falta do SAC, utilizar SABC [Soro antibotrópico (pentavalente e anticrotálico].

ACIDENTE FONÊUTRICO (Aranha armadeira) ACIDENTE LOXOSCÉLICO (Aranha marrom)

Aranha NÃO identificada Aranha identificada

Forma cutânea Forma cutâneo-hemolítica

Phoneutria sp. Phoneutria sp.


provável confirmada
LEVE MODERADO GRAVE GRAVE
- Lesão incaracterística1 - Lesão provável 4 ou - Lesão “característica”5 e (com - Presença ou não de lesão
- Sem comprometimento do “característica”5 (com placa placa marmórea > 3cm) significativa e dor
estado geral 2 marmórea < 3cm) - Com ou sem comprometimento - Hemólise 3 confirmada por
- Sem sinal de hemólise 3 - Com ou sem comprometimento do estado geral 2 exames complementares.
do estado geral 2 - Sem sinal de hemólise 3
Quadro LEVE Quadro MODERADO Quadro GRAVE - Sem sinal de hemólise 3
Predomínio de Manifestações locais associadas Prostação, sudorese
manifestações locais à sudorese, taquicardia, vômitos profusa, aumento da PA,
Dor, edema, eritema, ocasionais, agitação, aumento da priapismo, diarreia, dimi-
irradiação, sudorese, PA nuição da FC, arritmias
parestesia, taquicardia cardíacas, convulsões, Tratamento:
Tratamento: Tratamento: Tratamento:
e agitação secundárias cianose, edema pulmo- - SALox/SAAR IV: 5 ampolas
- Sintomático6 - Prednisona: 5 dias - SALox/SAAR IV: 10 ampolas
à dor. nar, choque. - Prednisona: 7 dias
- Orientar paciente a retorno ° Adultos: 40mg/dia - Prednisona: 7 dias
diário, a cada 12h. ° Crianças: 0,5 – 1mg/kg/dia ° Adultos: 40mg/dia ° Adultos: 40mg/dia
Paciente maior de Paciente menor de (máximo 40mg/dia) ° Crianças: 0,5 – 1mg/kg/dia ° Crianças: 0,5 – 1mg/kg/dia
7 anos 7 anos - Sintomático6 (máximo 40mg/dia) (máximo 40mg/dia)
- Sintomático6 - Sintomático6
- Hidratação adequada visando
manter boa perfusão renal
SAAR IV: 6 ampolas
Terapia de suporte /
Alívio da dor: cuidados intensivos SALox/SAAR IV: Soro antiloxoscélico OU Soro antiaracnídico intravenoso.
Anestesia local e/ou SAAR IV: 3 ampolas
Anestesia local e/ou analgesia Anestesia local e/ou 1- Lesão incaracterística: eritema, prurido, bolha de conteúdo seroso com ou sem enduração e dor de pequena intensidade.
analgesia analgesia 2- Alteração do estado geral: cefaléia, febre nas primeiras 24h, mialgia, náusea, vômito, exantema (rash).
3- Sinal de hemólise (anemia aguda): palidez cutâneo-mucosa decorrente da anemia, icterícia, urina escura (hemoglobinúria), confirmada na análise laboratorial (no hemograma diminuição da série
vermelha, aumento dos reticulócitos, aumento da bilirrubina indireta, DHL, diminuição da haptoglobina).
4- Lesão provável: presença de eritema, equimose com ou sem enduração, exantema.
5- Lesão característica: eritema, enduração, palidez ou placa marmórea, bolha, necrose.
SAAR IV: Soro antiaracnídico intravenoso. 6- Sintomático: analgésico, anti-histamínico, corticóide tópico.

(Fonte: Ofício Circular nº 02 de 2014 - CGDT/DEVIT/SVS/MS e Nota Informativa nº 25 de 2016 - CGDT/DEVIT/SVS/MS)

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