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Gastroenterologia Patologia das glândulas salivares

(1) Patologia infeciosa das glândulas salivares Apresentação clínica Imagem Complicações Diagnóstico Tratamento

• Tumefação parotídea (+ ++) bilateral


• Dor local • Meningite/ encefalite Autolimitada, bom prognóstico
Parotidite epidémica/ papeira (vírus da • Eritema, dor à palpação • Orquite
Clínica
Sintomático - analgésicos,
parotidite)
• Mal-estar geral, febre • Surdez antipiréticos
Vacinação diminui incidência
• Trismus (se inflamação progride aos m • pancreatite
pterigoideus)

Sialodenite supurativa (infeção bacteriana da • Tumefação e dor local (+ parótida) Hidratação


parótida)
• Sinais inflamatórios cutâneos, se presença • Abcesso parotídeo
Ecografia --> 1ª linha, faz o diagnóstico
ATB ev
de flutuação --> abcesso • Abcesso parafaríngeo Massagem, estimulação de
Fisiopatologia: estase do fluxo salivar nos ductos
--> sobreinfeção bacteriana • Drenagem purulenta pelo ducto da glândula • Angina de Ludwig -> /!\ TC --> se dúvidas/ suspeita de complicações
salivação
Higiene oral
afetada emergência: inflamação Ex.: abcesso --> região hipodensa, se uso de contraste
Fatores predisponentes --> desidratação, pode causar Se abcesso --> drenagem
imunossupressão, trauma, sialolitíase, • Febre
compromisso da via aérea
irá captar contraste
cirúrgica, drenagem eco/TC-
debilidade física • Trismus guiada

• Hipertrofia das glândulas salivares, mais


comum as parótidas Histologia --> lesões multiquísticas, linfoepiteliais
TARV pode reduzir, a curto-
• Xerostomia (que pode também ser efeito TC --> parótida parece um queijo suíço = pequenas
prazo, a hipertrofia parotídea
secundário da TARV) áreas hipodensas típicas das lesões multiquísticas
HIV
• Lesões multiquísticas bilaterais presentes em doentes com HIV
RT pode ter benefício a curto
• Mais comum na fase tardia de HIV Se doente com HIV + xerostomia, sem hipertrofia
parotídea --> efeito da medicação TARV só
prazo
• Quadro clínico pode mimetizar SS (mas AC
anti-Ro e anti-LA negativos)

• RX tórax: eventual lesão calcificada pulmonar


• TC cervical:
o Precoce: aumento homogéneo e
inespecífico dos gg afetados;
• Aguda: lesão inflamatória com edema
o Segundo: massa nodular com
difuso da glândula (mimetiza
hipodensidade e bordos espessos com
Tuberculose parotidite/abcesso local)
captação de contraste;
Doença primária das glândulas salivares rara; + • Crónica: tumefação de crescimento lento o Tardio: nódulos fibrocalcificados
comum na parótida. Se TB multissistémica → + da glândula afetada (mimetiza processo
comum na submandibular neoformativo) • Prova de Mantoux geralmente (+) (FP)

• Sintomas constitucionais de TB (FESTA) • BAAF: baixo risco e fistulização --> granulomas


com necrose caseosa e histiócitos
• Envolvimento do n. facial raro linfoepitelióides
• Pesquisa de M. tuberculosis por PCR: menos
sensibilidade que nas lesões pulmonares
• Cultura: pesquisa de BAAR; 6 semanas
Gastroenterologia Patologia das glândulas salivares

(2) Patologia inflamatória das


Fisiopatologia/ apresentação clínica Imagem Complicações Diagnóstico Tratamento
glândulas salivares

• Episódios recorrentes de • Excluir HIV, imunodeficiência


inflamação das parótidas de (défice IgA) e SS
etiologia não conhecida; resolve • Sialografia (faz o dx) --> • Analgésicos, ATB, hidratação,
na adolescência sialectasia: estenoses e dilatações calor local, higiene oral
• Tumefação parotídea (+ do ducto
• 90% com resolução completa na
unilateral), se bilateral - • Ecografia (1ª linha) --> adolescência
Parotidite recorrente juvenil assimétrica sialectasias: regiões dilatadas são
hipoecogénicas
• Dor local Dor recorrente, tumefação persistente,

• Febre/ mau-estar geral • RMN ou sialografia-RM --> a diminuição da função glandular -->
própria saliva funciona como evidência de estenoses ductais -->
• Episódios duram 2-7d contraste tratamento sialoendoscopia
• Pode ser confundida com
• Sialoendoscopia --> também
papeira, otite, faringite permite tratamento

Tumefação recorrente/ persistente das


glândulas salivares major (parótida> 50% com resolução espontânea
submandibular) • Ecografia Se agudização --> tratar como
Sialoadenite crónica Reflete patologia do sistema ductal • Sialografia sialoadenite supurativa
(infeção repetida --> estenose ductal)
Pode haver hx de parotidite recorrente
• TC - sialolitíase Eventual exérese crúrgica da glândula
afetada
juvenil/ sialolitíase

Doença AI • Serologias --> Ac-SSA (Ro) e Ac-


• Tumefação não dolorosa SSB (La), FR, ANA
parotídea • Teste de Schirmer (<5mm aos 5
• Xerostomia minutos)
• Lágrimas artificiais
• • Cáries dentárias

Queratoconjuntivite sicca Biópsia de glândula salivar minor
• Hidratação oral
Síndrome de Sjogren
• • Disfagia (não é obrigatório) --> fibrose e
Disgeusia • Saliva artifical
• • Linfoma atrofia do parênquima,
Xeroftalmia
inflamação e infiltrações • Cortis
• Pele seca linfocitárias
• Artralgias
• Sialocintigrafia --> hipofixação de
• Vasculite radiofármaco
Gastroenterologia Patologia das glândulas salivares

Apresentação clínica Imagem Diagnóstico Tratamento

Diminuição do fluxo salivar, desidratação,


alteração do pH --> cálculos no sistema ductal (+
glândula submandibular)
• Ducto mais longo e largo, com trajeto
sinuoso Extração intra-oral --> papilotomia(cuidado para não
Sialografia clássica
Sialolitíase • Saliva de conteúdo mais mucinoso e TC (1ª linha) --> formação hiperdensa
cortar muito medialmente, risco de lesão do nervo
alcalino lingual (V), depois estão sempre a morder a língua)
Sialoendoscopia --> permite tratamento em
• Maior quantidade de fosfato de cálcio casos selecionados
Sialoendoscopia (com/ sem litotripsia)
Exérese cirúrgica da glândula salivar
Tumefação dolorosa e recorrente da glândula
(agrava com refeições e visualização de
alimentos)
Predispõe a infeções por via ascendente
Palpação do cálculo

Apresentação clínica Imagem Diagnóstico Tratamento

• Tumefação indolor
(3) Tumores das glândulas salivares • Dor --> raro, + comum nos malignos TC --> vê calcificações no pleomórfico
Parótida > minor > submandibular • Lobo profundo da parótida --> RMN (de eleição) Benignos --> exérese cirúrgica da glândula
crescimento parafaríngeo BAAF - biópsia aspirativa de agulha fina (faz-se Malignos --> exérese cirúrgica (+/-EGC), RT, QT
sempre)
• Extensão cutânea ou paralisia facial -->
suspeita de malignidade

MCDTs:
• Radiografia simples --> pode detetar cálculos radiopacos, caiu em desuso
• Eco
o Distingue lesões sólidas de quísticas, útil na deteção de cálculos
o Não permite Imagem topográfica completa; zonas inacessíveis (ex lobo profundo da parótida);
o Pouca especificidade para tumores malignos
• TAC
o Útil na sialolitíase e patologia inflamatória
o Na patologia tumoral, menos S e E em relação à RM
• RM --> eleição para avaliação de massa/patologia tumoral; devido à boa definição de tecidos moles, permite obter sialograma sem ejetar contraste e evidência obstrução e estenose ductal;
CI em claustrofóbicos
• Sialografia convencional: importante na avaliação de patologia ductal; exame invasivo (ejeção de contraste), potenciais complicações (hemorragia, perfuração traumática); raramente usado
• Cintigrafia (99mTc-pertecnetato): avaliação funcional (SS); distingue Whartin (hipercaptante) de pleofórmico (não captante)

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