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INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES

RESFRIADO COMUM
ETIOLOGIA ▪ Obs: a coriza purulenta não é
sinal de sinusite
• Rinovírus • Tosse: seca → produtiva → seca (acompanha a
• Influenza coriza)
• VSR
• Adenovírus TRATAMENTO

TRANSMISSÃO • Antitérmicos
• Inalação SF
• Contato • Lavagem nasal SF
• Respiratória (menor grau – gotículas, aerossóis)
CUIDADO! Não usar aspirina (pode evoluir com Síndrome de
QUADRO CLÍNICO Reye se o vírus for Influenza)

• Incubação: 2-5 dias NÃO USAR


• Sintomas gerais
o Febre (1-3 dias) • Anti-histamínicos
o Cefaleia • Antitussígenos
o Mialgia • Descongestionantes
• Sintomas nasais (pico: 3-6d) o < 5 anos → risco muito grande de
o Congestão nasal intoxicação por Nafazolina
o Espirros ▪ Bradicardia
o Coriza ▪ Hipotermia
▪ Hialina → purulenta → hialina → ▪ Sonolência
resolve em 10 dias

SINUSITE BACTERIANA
Processo inflamatório da mucosa que reveste os seios PATOGÊNESE
paranasais. Se acomete também a mucosa nasal → Falha no
rinossinusite. • IVAS viral
clareamento
o Obstrução do óstio
mucociliar →
ETIOLOGIA paranasal
predisposição à
o Disfunção ciliar
• Viral (auto-limitado) colonização de
o Espessamento muco
• 5-10%: infecção bacteriana secundária bactérias
• Bactérias
o Idade 4-7 anos o S. pneumoniae
o Creche o M. catarrhalis
o Outono/inverno o H. influenzae
o Rinite alérgica o S. aureus e anaeróbios
o Tabagismo passivo ▪ Mais comum nas complicações
o Fatores anatômicos (favorecem o acúmulo • Fungos (mais comum em imunossuprimidos)
de secreções) o Aspergillus
▪ Hipertrofia de adenoide
▪ Desvio de septo QUADRO CLÍNICO
▪ Polipose nasal
• Sintomas persistentes
o Coriza e/ou tosse
o > 10 dias
• Piora dos sintomas
o Após melhora
o Coriza/tosse
o Febre Exames complementares
Indicações
• Sintomas graves desde o início do quadro
o Febre 39º • TC seios da face
• Complicações
o Coriza purulenta inicialmente • RNM seios da face
(orbitária,
o Pelo menos 3 dias no início do quadro
SNC)
Diagnóstico clínico!!!! • Persistência
mesmo com
Não fazer Rx de seios da face de rotina (mesmo em quadro TTO
de resfriado comum pode haver alteração no Rx por adequado
espessamento das mucosas, inflamação e secreção) – Não • Recorrência
diferencia quadro viral de bacteriano!

TRATAMENTO • Lavagem nasal SF

• Observação por 3 dias NÃO USAR


o Se persistência dos sintomas (SF)
• Antibiótico imediato • Anti-histamínicos
o Piora dos sintomas • Mucolíticos
o Sintomas graves • Descongestionantes
o Uso ATB < 4 semanas
COMPLICAÇÕES
o Comorbidades
▪ Fibrose cística, ORBITÁRIAS
imunodeficiências, asmáticos
graves • CELULITE PERI-ORBITÁRIA
o Complicações o Mais comum
• Antibiótico terapia ▪ < 5 anos
o Amoxicilina 50mg/kg/dia → ▪ Sinusite etmoidal
Pneumococco sensível o Eritema periorbitário súbito
o Amoxicilina 90mg/kg/dia → Pneumo o Comprometimento da drenagem venosa
resistente o INTERNAÇÃO
▪ Frequentar creche ▪ Amoxi-clavulanato
▪ Uso recente de ATB ▪ Cefuroxima
o Amoxi-clavulanato 50mg/kg/dia → o Se quadro muito leve não precisa internar
Hemófios e Moraxela (produtoras de beta- ▪ 24-48h de amoxi em casa → se
lactamase) não melhorar interna
o Cefuroxima → alergia amoxicilina • CELULITE INTRA-ORBITÁRIA
o Claritromicina → anafilaxia amoxicilina o Suspeitar se
o Ceftriaxone IM → se má aceitação oral ▪ Borramento da visão (↓
acuidade visual)
RESISTÊNCIA BACTERIANA ▪ Diplopia
▪ Oftalmoplegia (acometimento
• Sem melhora ou piora após 72h do início do ATB
dos músculos extraoculares)
• Presença de fatores de risco → iniciar ATB com
▪ Alteração reflexo pupular
espectro maior (ex: amoxi-clavulanato)
▪ Proprose
o < 2 anos
▪ Edema conjuntival (quemose)
o Crianças que frequentam creche
o Solicitar
o Uso de ATB no último mês
▪ TC crânio e órbitas com
o Vacinação anti-pneumocócica ou anti-
contraste
haemophilus incompleta
▪ Avaliação oftálmica
o Hospitalizadas recentemente
o Internação
ADJUVANTES o Cefuroxima IV
• Abcesso orbitária
• Corticoide nasal • Trombose seio cavernoso
o Reduz a inflamação do óstio sinusal →
melhora drenagem da secreção
INTRACRANIANAS
Mais comum
• Empiema sub/epidural
• Sexo masculino
• Abcesso cerebral
• Adolescentes
• Meningite
• Sinusite frontal

Mais provável ser causado por S. aureus

Vancomicina ou oxacilina (internação)

OTITE MÉDIA AGUDA


Complicação do resfriado comum o Persistência febre

OMA DIAGNÓSTICO → CLÍNICO

• Pré-escolares • Otoscopia (efusão OM + hiperemia MT)


• Outono/inverno o Efusão (orelha média)
• Pico: 6-12 meses ▪ Abaulamento MT
▪ Opacidade MT
PATOGÊNESE ▪ Nível líquido OM
▪ Otorreia
• Maior exposição viral
o Inflamação
• Imaturidade imunológica
▪ Hiperemia MT
• Anatomia tuba Eustáquio nos lactentes
▪ Otalgia
o Tuba mais curta e horizontalizada
o Prejudica a drenagem da orelha média → RECORRÊNCIA
acúmulo de secreção
o Comprometimento do clareamento • OMA recorrente
mucociliar o ≥ 3 OMAS últimos 6m
o ≥ 4 OMAS último ano, sendo pelo menos
ETIOLOGIA 1 episódio nos últimos 6m
• Fatores de risco
• Viral
o Sexo masculino
o 1ªs 48h do resfriado: inflamação viral →
o Frequentar creche
obstrução da tuba auditiva → facilita
o Tabagismo passivo
entrada de secreção na orelha média →
o Mamadeira deitado
facilita colonização e reprodução de
bactérias ORIENTAÇÕES
• Bactérias
o S. pneumoniae • Não mamar deitado
o M. catarrhalis • Aleitamento materno exclusivo por pelo menos 3
o H. influenzae meses
• Evitar tabagismo passivo
Obs: na maioria dos casos tem-se uma infecção dupla • Creche após 2 anos

QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO

• Resfriado • Conduta
o Coriza e/ou tosse o Idade
o Febre baixa o Lateralidade OMA
• Sintomas OMA o Gravidade dos sintomas
o Otalgia • OMA grave
▪ Lactentes: manipulação o Otorreia
excessiva da orelha o Otalgia moderada/grave
o Irritabilidade o Otalgia > 48h
o Febre ≥ 39º o Analgesia (ibuprofeno/paracetamol)
• ATB imediato ▪ Dor persiste por até 48h após
o > 6 meses (independente de lateralidade início do ATB
e gravidade) ▪ Não fazer uso rotineiro de
o Sintomas graves corticoide e nem do anti-
o Implante coclear histamínico
o Imunodeficiências
COMPLICAÇÕES
• Observação (2-3 dias, lavagem com SF)
o > 6 meses
o Unilateral Não
o Sem gravidade melhora
• OMA bilateral não-grave → ATB
o < 6 meses → ATB
o 6 meses – 2 anos → ATB
o ≥ 2 anos → observação
• Antibioticoterapia
o Amoxicilina 50mg/kg/dia → 1ª escolha
o Falha terapêutica ou FR para resistência
▪ Amoxi 90 mg/kg/dia
▪ Amoxi-clavulanato 50mg/kg/dia
▪ Cefuroxima (alergia leve a amoxi)
MASTOIDITE AGUDA
▪ Claritromicina (alergia grave
amoxi) • Dor e edema retroauricular
▪ Ceftriaxone IM (má aceitação • Protrusão anterior pavilhão auricular
oral)
• Internação
• Duração
o TC crânio
o < 2 anos ou sintomas graves → 10 dias ▪ Erosão óssea por destruição das
o > 2 anos e sintomas não-graves → 5-7 células mastóideas
dias o ATB EV (mesmo da OMA)
o Ceftriaxona IM → 3 dias o Cirurgia (timpanostomia, mastoidectomia
• Adjuvante ou aspiração do abcesso subperiostial)

FARINGOAMIGDALITE ESTREPTOCÓCICA
Principal causa de faringite bacteriana, sendo 20-30% dos o Exantema escarlatiniforme
casos de faringite na pediatria ▪ Micropapular, em lixa
o Petéquias em palato
ETIOLOGIA o Exsudato faríngeo
o Linfadenopatia cervical
• Streptococcus pyogenes (pode ser colonizador da
o Dor abdominal por linfadenite
orofaringe ou causar casos infecciosos agudos)
mesentérica
o Também pode causar escarlatina e febre
reumática Suspeita clínica → Diagnóstico etiológico

MAIS COMUM • Strep test (teste rápido)


o E: 95% S: 80-90%
• 5-11 anos
o Cuidado, pois pode ser encontrado
• Inverno/primavera
colonizando orofaringe (só coletar se
QUADRO CLÍNICO presença de sintomas sugestivos)
• Cultura orofaringe
• Inespecíficos o PADRÃO-OURO
o Febre o S: 90-95%
o Dor de garganta
• Bactéria TRATAMENTO
o Vômitos
• Antibiótico
o Amoxicilina VO 10 dias • Desvio de úvula contralateral
o Penicilina benzatina IM única • Linfadenopatia cervical
o Se alergia → Macrolídeos (capacidade
menor contra o agente) Etiologia polimicrobiana!
o Benefícios
Tratamento
▪ Cessa transmissão em 24h
▪ Sintomas em 3-4 dias • Drenagem
▪ Evita complicações • ATB
o Inicialmente pode ser por VO
Os sintomas de faringoamigdalite desaparecem em 4-7
o Internar apenas se má aceitação oral ou
dias, mas recomeda-se realizar o TTO com ATB pelo risco de
desidratação ou complicações (como
complicações
sangramento que não para após
COMPLICAÇÕES drenagem, obstrução de VAS, extensão
do abcesso)

ABCESSO RETROFARÍNGEO

Quadro clínico

• Abcesso que vai desde a base do crânio até o


mediastino posterior (espaço retrofaríngeo –
presença de linfonodos que drenam faringe, OM)
GN PÓS ESTREPTOCÓCICA • < 5 anos
• Dor e massa cervical
• Causa uma glomerulonefrite
• Meningismo
• Complicação não supurativa NÃO previnível
• Estridor
ABCESSO PERITONSILAR • Mal estado geral

Quadro clínico Internação

• Adolescentes • TC cervical
• Disfagia/sialorreia • ATB EV
• Alteração da voz • Drenagem
o Pode haver trismo
Cuidado, pois esses pacientes podem evoluir com
Exame físico obstrução de VAS e também com quadro grave de infecção
de mediastino (mediastinite).

FARINGITE AGUDA
ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO

• Rinovírus, VSR, Parainfluenza → inverno Inespecíficos


• Coxsackievirus → verão
• Febre
• Esptein-Barr vírus → adolescentes
o Mononucleose • Dor de garganta
▪ Febre persistente
VÍRUS
▪ Linfadenomegalia generalizada
▪ Hepatomegalia • Tosse
▪ Exantema apenas de uso • Coriza nasal
inadvertido de penicilinas • Conjuntivite
• Rouquidão
TRANSMISSÃO
• Diarreia
• Contato • Vesículas orofaringe
• Respiratória
COXSACKIEVÍRUS
• Vesículas orofaringe ADENOVÍRUS (Febre faringoconjuntival)
• Exantema papular em mãos e pés (síndrome mão-
pé-boca) • Febre alta, mialgia, queda do estado geral
• Exsudato amigdaliano
• Conjuntivite

TRATAMENTO

• Sintomático
o Antitérmicos
o Anti-inflamatórios
o Anestésicos tópicos
▪ Crianças maiores

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

SÍNDROME PFAPA

• Se casos recorrentes de faringite pensar em PFAPA


– esses quadros não vem acompanhados de outros
sintomas respiratórios
• Início < 5 anos
• Etiologia desconhecida
• Autolimitada → até 10-12 anos
• Quadro clínico
o Febre periódica alta (3-5 dias)
o Estomatite aftosa
o Faringite (pode cursar com exsudato)
o Linfadenite cervical
▪ Não tem linfadenopatia
generalizada e nem
hepatomegalia
• Diagnóstico de exclusão
o Crescimento e desenvolvimento normais
o Períodos assintomáticos entre os quadros
• Tratamento
o Prednisona 3-5 dias
o A longo prazo: tonsilectomia
▪ Reduz recorrência dos episódios
▪ Quando realizar?
• Sintomas graves
• Má resposta clínica ao
tratamento

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