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Seios Paranasais e Cavidade Nasal

Anatomia
● Cavidades nasais: filtração, aquecimento e umidificação do ar → leva o ar
para os alvéolos
○ Filtração: realizada pelas vibrissas, pelo reflexo do espirro, ação adesiva e
bactericida do muco e pelos cílios do epitélio
○ Aquecimento: feito pela vascularização da mucosa
○ Umidificação: realizado por meio das secreções nasais, da transudação
serosa dos vasos da mucosa e da secreção lacrimal
● As conchas nasais servem para aumentar a superfície de contato e direcionar
o fluxo aéreo

● Drenagem do seio da face


● Epitélio olfatório: localiza-se no teto da cavidade nasal (lâmina cribiforme),
ocupando cerca de 1cm2 de área da cavidade nasal, composto por
neuroepitélio olfatório e respiratório
Processo olfatório
● Inalação de moléculas de odor presente no ar inspirado
● Moléculas de odor provenientes da cavidade oral e faringe durante a
mastigação e deglutição

● Seios paranasais são extensão da cavidade nasal, denominados de acordo


com o osso onde se desenvolvem
○ Frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais
● Etmoidais e maxilar já nascemos com e seu desenvolvimento se inicia até os
2 meses de vida intrauterina
● Já o esfenoidal e frontal a criança desenvolve após os 4 a 6 anos

TC de seios da face
● Quando é preto é normal, livre de muco
● Etmoidal é visto em corte frontal
Anamnese
● Identificação: idade, sexo, profissão
● Antecedentes pessoais: tabagismo, etilismo, antecedentes cirúrgicos,
doenças sistêmicas, medicamentos de uso contínuo, exposição a ambientes
com irritantes inalatórios, trauma de crânio
● Antecedentes familiares: história familiar de alergia; neoplasias
Sinais e sintomas
● Obstrução nasal: investigar quanto a lateralidade; início; fator
desencadeante ou de melhora; manifestações clínicas associadas;
medicações desencadeantes
● Rinorreia: lateralidade; viscosidade; periodicidade; fatores desencadeantes;
sintomas associados
● Alterações do olfato: anosmia (perde totalmente), hiperosmia
(sensibilidade grande), hiposmia (pouca sensibilidade), disosmia (parosmia
(distorção do odor, por exemplo, sente cheiro de estrago, mas não está),
fantosmia (sensibilidade “fantasiosa”, não existe o odor sentido pelo
paciente)). A via olfatória acometida pode ser: condutiva, neurossensorial ou
central
● Epistaxe: lateralidade; tempo de evolução; quadros semelhantes anteriores;
fatores associados; comorbidades; medicamentos utilizados; etilismo;
melhor do sangramento apenas com compressão; repercussão
hemodinâmica da hemorragia
Exame físico
● Inspeção: observar as faces (respirador bucal); se tem desvio de septo; face
alargada; olhos caídos; sinais de processos infecciosos; edema; hiperemia;
abaulamento; traço sobre o dorso nasal (“saudação alérgica)
● Rinoscopia anterior: com espéculo nasal de tamanho adequado e luz,
abre-se o vestíbulo nasal para inspecionar as conchas e mucosa; observa-se
cavidade nasal inferiormente, lateralmente e medialmente

● Rinoscopia posterior: com espelho de Garcia e abaixador da língua para


observar a rinofaringe, as coânas, a cauda da concha inferior, porção
posterior do septo nasal, tamanho das tonsilas faríngeas e tubas auditivas

● Oroscopia: observa-se palato mole, característica da mordida, palato


atrésico (ogival)

palato ogival
● respirador bucal → face alongada, rima labial aberta, sela do nariz pra cima
Exames complementares
● Endoscopia nasal: endoscópios flexíveis ou rígidos → visualização de toda
cavidade nasal desde o vestíbulo até a rinofaringe. Avaliar a posição e
deformidades do septo nasal, secreções anormais, coloração e dimensões
das conchas nasais, degeneração polipóide, tecido adenoideano, tumores
nasais, outras lesões
● Imagens: exame de rinoscopia, 1ª imagem com secreção, imagens abaixos
hipertrofia da adenoide

secreção hipertrofia de adenoide


● Rinometria e Rinomanometria: utilizado mais em pesquisas. Avalia a
função nasal, permitindo medir a relação entre área de secção transversal da
cavidade nasal e a distância dentro da cavidade. Avalia a permeabilidade
nasal, com mediação de fluxo e pressão. Indicado para avaliação de
obstrução nasal e do benefício cirúrgico; suporte ao diagnóstico de rinite
● Radiografia simples: em perfil no cavum é utilizada na avaliação da tonsila
faríngea ou adenoide, sendo possível identificar o tamanho e o nível de
obstrução

● Tomografia computadorizada: necessária apenas em caso de complicações


de doenças rinossinusais, avaliação dos seios paranasais e estruturas
adjacentes
● Bacterioscopia de secreção nasal: coleta com swab de haste flexível,
estéril, fazendo movimentos circulares e leves; o paciente não deve utilizar
medicamentos nasais 12h antes da coleta
● Biópsia: realizada quando se suspeita discinesia ciliar, ou quando se
encontra no exame físico lesão expansiva e/ou tumoral. Exame para
confirmação diagnóstica se lesão benigna ou maligna pelo
anatomopatológico
Doenças
Rinites
● Inflamação da mucosa de revestimento do nariz
● Sintomas: obstrução nasal, rinorreia (secreção), espirros, prurido e hiposmia
(perda parcial do olfato)
● Classificadas com base em critérios clínicos, frequência e intensidade dos
sintomas, citologia nasal e fatores etiológicos

Rinite alérgica
● Inflamação da mucosa, mediada por IgE, após exposição a alergênicos
● Classificação
○ Quanto à duração dos sintomas
Intermitente: quando os sintomas estão presentes por menos de 4
dias/semana ou menos de 4 semanas/ano
Perene: quando os sintomas estão presentes por mais de 4 dias/semana
ou mais e 4 semanas/ano
○ Quanto à intensidade
Leve: sintomas presentes não incomodam
Moderada: um dos seguintes → distúrbio do sono, impacto em atividades
diárias, impacto na escola ou trabalho, sintomas incomodam
● Sintomas: prurido que não se limita ao nariz, podendo envolver o palato,
olhos, faringe e laringe, orelhas; rinorreia hialina (secreção clara), podendo
ser anterior, posterior ou ambas; obstrução nasal pode ser bilateral ou
intermitente
● Exame físico: edema das pálpebras, cianose periorbitária (olhera), devido à
estase venosa secundária a obstrução nasal crônica; presença das linhas de
Dennie-Morgan (pregas nas pálpebras inferiores); prega ou linha horizontal
no dorso do nariz, conhecida como “saudação do alérgico”
● Imagem: sinal de Demi quem?

saudação alérgica → nariz em sela

face de respirador bucal


Rinossinusites
● Aguda: duração inferior a 12 semanas
● Crônica: duração superior a 12 semanas
1. Aguda
● Duração inferior a 12 semanas com resolução completa dos sintomas
● Inflamação do nariz e dos seios paranasais
● Sintomas: obstrução/congestão nasal; secreção nasal/rinorreia anterior ou
posterior (frequentemente purulenta). Outros: odinofagia; disfonia; tosse;
pressão e plenitude auricular; astenia; mal estar; febre; dor/pressão facial;
cefaléia; distúrbio do olfato
● Complicações: celulite orbitária (edema e eritema ao redor dos olhos),
embora 40 a 60% das rinossinusites agudas bacterianas tem resolução
espontânea mesmo sem uso de antibióticos
● Sinais de alerta: ausência de resposta ao antibiótico adequado após 72hs,
presença de edema/ou eritema palpebral, alterações visuais, cefaléia e
irritabilidade, manifestações de toxemia, manifestações de irritação
meníngea
● Etiologia: suspeitar de bacteriana quando: sintomas piorarem após 5º dia ou
persistirem por mais de 10 dias; secreção nasal com predominância
unilateral e secreção purulenta na rinofaringe; dor intensa local com
predominância unilateral; febre > 38ºC; VHS ou PCR elevadas; dupla piora
(reagudização ou deterioração após a fase inicial com sintomas leves)
celulite orbitária;
2. Crônica
● Duração superior a 12 semanas, sem resolução completa
● Inflamatória nasossinusal
● Pode ser associado a pólipo ou não
● Sintomas: obstrução ou congestão nasal; rinorreia anterior/posterior
(geralmente mucopurulenta); pressão/dor facial ou cefaleia
● Exames complementares: só faz se o paciente apresentar complicações; TC
de seios paranasais é o exame de escolha; avalia a extensão da doença e a
anatomia da região

seio maxilar direito calcificado


Hiperplasia adenoideana
● Aumento das tonsilas faríngeas, relaciona-se à obstrução nasal
● Sinais e sintomas: síndrome do respirador bucal; roncos noturnos por conta
da obstrução, há respiração pela boca; sono agitado, pausas respiratórias,
sonolência
Epistaxe
● Hemorragia dentro da cavidade nasal
● Maioria dos casos antes dos 10 anos de idade, geralmente por trauma digital
(a criança fica cutucando o nariz), ou entre 45 e 65 anos (por neoplasias)
● Fatores predisponentes: temp fria e baixa umidade do ar, poluição
atmosférica → por isso, é importante lavar o nariz
● Classificação: anterior e posterior (mais grave)
área de Kiesselbach
Doenças granulomatosas
● São doenças inflamatórias crônicas específicas, muitas vezes, associadas
com outras doenças
● Diagnóstico histopatológico: granulomas
● Sinais e sintomas: são inespecíficos → mais frequentes obstrução nasal,
formação de crostas, rinorreia muco sanguinolenta
● Exame físico: hiperemia, irregularidade de mucosa nasossinusal e perfuração
de septo
perfuração do septo nasal

granulomatose de Wegener?, deformidade,


crosta
Neoplasias nasais e nasossinusais
● Manifestações clínicas
○ Obstrução nasal unilateral, rinorreia purulenta, epistaxe, cacosmia (sentir
odor desagradável como de algo podre ou queimado)
○ Tardias: dor e deformidade
● Exame físico: assimetria facial, proptose, massa nasal ou cervical, trismo:
ulcerações e lesões intraorais
● Exames complementares
○ Videonasofibroscopia para avaliação clínica
○ Tomografia computadorizada: método de escolha para diagnóstico
○ Biópsia – exceto nos osteomas, que tem imagem radiológica típica;
hemangiomas e nasoangiofibromas, pelo risco de sangramento

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